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Conhecimentos Específicos Conhecimentos Específicos Livro Eletrônico 1 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Teste de Gravidez – Teoria URINÁLISE A N O TA ÇÕ ES TESTE DE GRAVIDEZ – TEORIA O hormônio beta hCG O hCG é um hormônio composto por duas grandes moléculas, chamadas de subunidade alfa (ou fração alfa) e subunidade beta (ou fração beta). A fração alfa do hCG é estruturalmente semelhante a vários outros hormônios, como o hormônio folículo-estimulante (FHS) ou o hormônio luteinizante (LH). Já fração beta do hCG é única, não existindo em mais nenhum outro hormônio. Portanto, para diminuir o risco e, consequentemente, a ocorrência de falsos positivos, os laboratórios fazem a pesquisa apenas da fração beta. Se fosse pesquisar a fração alfa, haveria muito mais chance de falso positivo ou resultados não fidedignos, porque essa fração alfa pode ser confundida tanto com a fração alfa tanto do FH quanto do LH. Portanto, para diminuir o risco de reação cruzada ou falso positivo ou resultados não fidedignos, procura-se sempre dosar ou qualificar a fração beta do hCG. Por isso, o próprio exame é chamado de beta hCG. A hCG é um hormônio glicoproteico secretado normalmente pelas células trofoblásticas da placenta. Repare que, na imagem, em azul, está a fração alfa; em verde, a fração beta. Percebe-se, também, que as duas estruturas fundem-se formando o hCG. 5m 2 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Teste de Gravidez – Teoria URINÁLISE A N O TA ÇÕ ES Quando o hCG é produzido? O hormônio gonadotrofina coriônica humana começa a ser produzido quando o óvulo fertilizado por um espermatozoide se implanta no útero. Essa implantação habitualmente ocorre cerca de seis dias após o encontro do espermatozoide com o óvulo. Conforme a gravidez avança, mais hCG é produzido pelo feto. Nas primeiras semanas de gestação os níveis de hCG dobram a cada 2 ou 3 dias. O hCG também é muito utilizado para mensurar a evolução fetal no início da gravidez. Se, no início da gravidez, o valor do hCG foi “x”, e, algum tempo depois, o valor continuar estável, significa que há algo errado. Portanto, o hCG é muito utilizado para mensurar casos de gravidez que não vão para frente, um possível aborto. Quando o beta hCG pode ser detectado? Como qualquer hormônio, o hCG circulante no sangue é filtrado nos rins e acaba sendo eliminado em parte na urina. Os testes caseiros de gravidez se baseiam na detecção do hCG na urina. A lógica é simples: se há hCG na urina é porque a mulher está grávida. 3 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Teste de Gravidez – Teoria URINÁLISE A N O TA ÇÕ ES Obs.: � Como ele é produzido pelo feto e pela placenta, e ocorre a troca sanguínea pelo cordão umbilical, o hCG ficará circulante no sangue da mãe. Como todo sangue circulante, passa pelo processo de filtragem pelos rins e, no processo de filtragem, esse hCG acaba sendo uma eliminação na urina. Por isso, essa pesquisa de beta hCG pode ser feita tanto no sague quanto na urina. No caso de sangue, utiliza-se amostra de soro, e não sangue total. A maioria dos atuais testes caseiros de gravidez consegue detectar a presença do hCG na urina já no primeiro dia de atraso menstrual. Entretanto, a quantidade de hormônio na urina em uma fase tão precoce da gravidez pode ser pequena, gerando um resultado duvidoso (explico mais à frente). Por isso, o mais seguro é realizar o teste após uma semana de atraso da menstruação. Obs.: � Lembre-se que os testes de pesquisa de hCG na urina não são tão sensíveis quanto o soro, pois a concentração de hCG na urina é menor do que no soro. Isso ocorre porque, na urina, a concentração é aquela que foi eliminada na filtragem dos rins; no sangue, o falso positivo pode aparecer antes da urina ou a dosagem é maior do que na urina. Existe um limiar detecção maior na urina do que no sangue. O sangue é capaz de detectar em uma dosagem menor do que na urina. Às vezes, a excreção pela urina é muito pouca no início, porque ainda está no início da gravidez e a produção está baixa. Logo, esse resultado pode ser duvidoso. Quando o teste de farmácia der negativo e o de sangue positivo não significa que o teste de farmácia estava errado. Significa que o teste foi feito muito precocemente e o limiar de detecção ainda não tinha produção suficiente para ser detectada na urina. Por isso, foi detectada no sangue, pois o limiar no sangue é menor. Como na urina é maior, demora um pouco mais para se detectado. Por isso, às vezes, ocorre essa diferença entre os testes. Recomenda-se, de forma geral, esperar pelo menos 15 dias após a fecundação, ou seja, após o ato sexual, para fazer esse tipo de teste. 10m 4 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Teste de Gravidez – Teoria URINÁLISE A N O TA ÇÕ ES Imunocromatografia Geralmente, a metodologia utilizada para exames de gravidez na urina é a imunocromatografia. • A pesquisa na urina é usada como método de triagem, pois seus resultados são qualitativos e o limiar de detecção é menor do que o do soro. Obs.: � Dizer que é qualitativo significa dizer que o exame só consegue apontar se o resultado é positivo ou negativo. Ele não consegue apontar a dosagem. Quando o método é quantitativo, ele consegue dosar. Para esse método quantitativo, a amostra padrão é o soro. • O método tradicionalmente utilizado é a Imunocromatografia. Como funciona • O sistema é realizado em uma matriz constituída de membrana de nitrocelulose ou de náilon coberta por acetato transparente para facilitar a visualização do teste. 15m 5 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Teste de Gravidez – Teoria URINÁLISE A N O TA ÇÕ ES Obs.: � Normalmente, há a membrana impregnada do antígeno ou anticorpo. O antígeno ou anticorpo é fixado na membrana na forma de linhas ou pontos, e o restante da membrana é bloqueado com uma proteína inerte como nos testes de ELISA. • O antígeno ou o anticorpo é fixado na membrana na forma de linhas ou pontos e o restante da membrana é bloqueado com proteína inerte como nos testes imunoenzimáticos (ELISA). • Para detecção de antígenos podem ser utilizados anticorpos fixados na linha de captura e como conjugado um segundo anticorpo conjugado ao corante. • Um dos métodos imunológicos desses testes emprega corante insolúvel, como ouro coloidal (róseo) ou prata coloidal (azul marinho) como revelador da interação antígeno-anticorpo. Obs.: � Se colocar antígeno na membrana, pesquisa-se anticorpo; se colocar anticorpo, pesquisa-se antígeno. • A amostra aplicada se liga ao conjugado colorido e, após a migração por cromatografia a formação do imunocomplexo, é revelada pelo depósito do corante coloidal na linha de captura. Teste de gravidez – urina • Pode ser utilizada amostra colhida a qualquer hora do dia. Entretanto, é preferível utilizar a primeira amostra da manhã (jato médio) que contém concentração mais elevada de hCG. Obs.: � A preferência pela urina da manhã se deve ao fato de ela ser mais concentrada. Por ser mais concentrada, a dosagem de hCG, em caso de gravidez, é mais elevada. • Não utilizar amostra com sinais de contaminação bacteriana. Centrifugar ou filtrar toda a urina turva. • Evitar a formação de espuma. 20m 6 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Teste de Gravidez – Teoria URINÁLISE • Na urina, a estabilidade do analito é de 2 dias entre 2 – 8ºC e de 30 dias quando congelada. Evitar repetidos congelamentos e descongelamentos, que podem ocasionar falsos resultados.Teste de gravidez – fundamento • O hCG presente na amostra liga-se ao conjugado anticorpo monoclonal-corante formando um complexo antígeno anticorpo. Obs.: � Coloca-se, primeiro, anticorpo e corante. Forma-se aquele complexo de anticorpo e corante. Coloca-se a amostra e, ao colocar a amostra para rodar no aparelho, é feito aquele complexo antígeno anticorpo, que fica colorido, devido à atuação do corante. Ou seja: o corante revela a relação antígeno anticorpo. Revela-se a presença de hCG por essa reação, por essa formação antígeno anticorpo. • Este flui pela área absorvente da tira reativa indo se ligar ao anticorpo anti-hCG na área da reação positiva (T), determinando o surgimento de uma banda colorida se a concentração de hCG na amostra é maior que 25 mUI/mL. Obs.: � Lembre-se de que o limiar da urina é maior. Portanto, para detectar na urina, é preciso que o limiar na urina tenha, no mínimo, a concentração de 25 mUI/mL. No caso do soro, o liminar é muito menor: aproximadamente 5 mUI/mL. • Na ausência de hCG não haverá o aparecimento da banda colorida na área T. • A mistura da reação continua a fluir atingindo a área controle (C). O conjugado não ligado ao antígeno une-se aos reagentes desta área produzindo uma banda colorida rosa-clara, demonstrando que os reagentes estão funcionando corretamente. 25m 30m ���������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Adriana Luiza Pessoa Marangon. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con- teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclusiva deste material. 1 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Teste de Gravidez – Teoria II URINÁLISE A N O TA ÇÕ ES TESTE DE GRAVIDEZ – TEORIA II RELEMBRANDO A imunocromatografia é o método que costuma ser utilizado para detecção de hCG. O método qualitativo do teste de urina só mostra o resultado como positivo ou negativo, não apresentando dosagem. Para fazer a dosagem com a urina, é preciso utilizar um método diferente. No caso da imunocromatografia, a dosagem é qualitativa. Limitações do método • A Metodologia imunocromatográfica é bastante específica para a determinação da gonadotrofina coriônica humana (hCG) em amostras de urina com uma sensibilidade de 25 mUI/mL. – No caso do soro, a sensibilidade é de 5 mUI/mL, ou seja, é muito maior, pois tem uma concentração maior de hCG circulante do que a urina. • Este teste não diferencia uma gravidez normal de uma gravidez ectópica. • Em caso de gravidez extra-uterina, toxemia, morte fetal ou ameaça de aborto, a excreção de hCG é frequentemente diminuída. Essas condições podem ocasionar um resultado negativo. • Na gravidez precoce com muito baixa concentração de hCG o resultado pode ser negativo. Neste caso, o teste deve ser repetido em uma nova amostra colhida no mínimo 48 horas após. – A dosagem dobra a cada dois ou três dias. Por isso, é preciso esperar, no mínimo, 48 horas. • Amostras de urina que não sejam a primeira da manhã podem não conter uma concentração suficiente de hCG para positivar o teste. Dessa forma, um resultado negativo, em que ainda se suspeita do diagnóstico da gravidez, deve ser confirmado com uma nova amostra da primeira urina da manhã. • Nas amostras de urina diluídas pelo uso de diuréticos ou por ingestão excessiva de água, os níveis de hCG podem estar diminuídos do teste ser negativo. Se a gravidez 5m 10m 2 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Teste de Gravidez – Teoria II URINÁLISE A N O TA ÇÕ ES ainda é suspeita, o teste deverá ser repetido com a primeira urina da manhã após alguns dias. Pacientes em uso de determinados medicamentos poderão apresentar resultados falso positivos ou falso-negativos. Quais os tipos de testes de farmácia que existem? No teste de tiras, mergulha-se a tira na urina. Primeiro, a urina passa pelo complexo antígeno anticorpo com corante, encontra o corante e chega ao limiar de positividade. Se positivar, haverá reação e mudança de cor; no controle, a única reação é o corante que colore a tira, e é preciso que esse corante funcione, pois o controle serve para ver se o teste é fidedigno. 3 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Teste de Gravidez – Teoria II URINÁLISE A N O TA ÇÕ ES Atualmente, alguns testes de farmácia conseguem apresentar a estimativa do tempo de gestação. A previsão de semanas é dada de acordo com a reação obtida. Como funciona o teste de farmácia 1. Quando a urina é absorvida pela tira, começa uma reação química. O teste é composto de anticorpos que ficam solúveis ao entrar em contato com xixi. 2. Os anticorpos começam a procurar o hCG (gonadotrofina coriônica humana – hormônio que surge quando o óvulo é fecundado) na amostra de urina que foi absorvida pela tira. Os anticorpos têm afinidade pelo hCG, funcionando como se fossem ímãs. 3. Se o hCG for encontrado, os anticorpos grudam no hormônio. Juntos, eles se movem na tira até as linhas T (teste) e C (controle), onde ocorre outra reação química. 4. A reação libera uma pigmentação que colore a linha T, indicando gravidez. O risco na linha C aparece pelos simples contato com a urina, indicando que o teste foi feito corretamente. 15m 20m 4 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Teste de Gravidez – Teoria II URINÁLISE A N O TA ÇÕ ES O que ocorre no teste de gravidez nas linhas de teste T e de controle C são reações químicas. Podemos identificar isso pela coloração das linhas. Linha de teste (Reação química 1) Cinco moléculas de anticorpo reagem com cinco moléculas de hCG formando cinco moléculas anticorpo-hCG. • Qual é a proporção em termos de reagentes e produtos? – 5 moléculas de anticorpo: 5 moléculas de hCG: 5 moléculas anticorpo-Hcg. – 1 molécula de anticorpo: 1 molécula de hCG: 1 molécula anticorpo-hCG. 25m 5 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Teste de Gravidez – Teoria II URINÁLISE A N O TA ÇÕ ES Podemos representar a reação da seguinte forma: 1 molécula de anticorpo reage com uma molécula de hCG formando uma molécula de anticorpo-hCG. Podemos, ainda, indicar da seguinte forma: 1 Mol de anticorpos reage com 1 mol de hCG formando 1 Mol de anticorpo-hCG. Linha de teste (Reação química 2) Cinco moléculas de anticorpo-hCG reagem com 5 moléculas de enzima formando cinco moléculas de anticorpo-hCG-enzima. 6 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Teste de Gravidez – Teoria II URINÁLISE A N O TA ÇÕ ES • Qual é a proporção em termos de reagentes e produtos? – 5 moléculas de anticorpo-hCG: 5 moléculas de enzima: 5 moléculas de anticorpo- hCG-enzima. – 1 Molécula de anticorpo-hCG: 1 molécula de enzima: 1 molécula de anticorpo- hCG-enzima. Podemos representar a reação da seguinte forma: 1 molécula de anticorpo-hCG reage com 1 molécula de enzima formando 1 molécula de anticorpo-hCG-enzima. Assim: 1 mol de anticorpos-hCG reage com 1 mol de enzima formando 1 mol de anticorpo- hCG-enzima. No caso de não existir o hCG, acontece o seguinte: ao passar pela fita, não se forma o complexo. Se não formou o complexo, não libera cor na faixa de tira. Só libera cor na parte de controle, que é sempre positivo devido à presença da enzima. No caso, a reação não é completa e o resultado é negativo. A enzima nada mais é do que reveladora do anticorpo. Ela age como catalizadora, revelando a relação antígeno-anticorpo. 7 www.grancursosonline.com.brViu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Teste de Gravidez – Teoria II URINÁLISE A N O TA ÇÕ ES Linha de controle (Reação química 1) Cinco moléculas de anticorpo reagem com 5 moléculas de enzima formando cinco moléculas de anticorpo-enzima. • Qual é a proporção em termos de reagentes e produtos? – 5 moléculas de anticorpo: 5 moléculas de enzima: 5 moléculas de anticorpo-enzima. – 1 molécula de anticorpo: 1 molécula de enzima: 1 molécula de anticorpo-enzima. Linha de controle (Reação química 1) Podemos representar a reação da seguinte forma: 1 molécula de anticorpo reage com 1 molécula de enzima formando 1 molécula de anticorpo-enzima. 8 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Teste de Gravidez – Teoria II URINÁLISE 1 mol de anticorpo reage com 1 mol de enzima formando 1 mol de anticorpo-enzima. ���������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Adriana Luiza Pessoa Marangon. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con- teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclusiva deste material. 1 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Teste de Gravidez – Questões URINÁLISE A N O TA ÇÕ ES TESTE DE GRAVIDEZ – QUESTÕES RELEMBRANDO Pode-se utilizar como material, para pesquisa de hCG, tanto a urina quanto o soro. Em cada amostra, há especificidades. O soro é um método, uma amostra mais sensível, com um limiar de detecção mais baixo. Quando se faz uma pesquisa de hCG no sangue, via soro, percebe-se que ele é muito mais sensível, conseguindo detectar em dosagens muito baixas, com um limiar, em média, de 5 mUI/mL. O limiar da urina é mais alto, representando em média 25 mUI/mL. Por isso, é comum um teste de gravidez de farmácia dar negativo e o de sangue, logo em seguida, dar positivo. Isso ocorre por essa sensibilidade, por esse limiar de detecção. Às vezes, a gravidez ainda é precoce e o hCG circulante ainda é baixo, não sendo suficiente para se detectar no teste de urina. Não significa que o teste está errado. Quando a mulher engravida, a placenta começa a produzir o hCG e esse hCG, devido à ligação da placenta com a mãe, começa a circular na corrente sanguínea da mãe. Ele fica circulante e, como todo o sangue passa pelos rins para fazer a filtragem e a eliminação de toxinas, o hCG é eliminado na urina nesse processo. Lembre-se de que a urina também pode ser usada para dosar hCG em laboratório. O hCG não é dosado na urina apenas nos testes rápidos de farmácia. A metodologia usada para fazer esses exames, tanto com o soro quanto com a urina, é o método imunocromatográfico. Existem vários métodos que podem ser utilizados, mas o mais visto é o método imunocromatográfico, que é mais utilizado em testes de farmácia e nos testes laboratório. Na tira de teste, há o controle e o teste. Na tira de teste, há anticorpo, anti-hCG livre e enzi- mas (as enzimas já são tratadas com corante que, quando há ligação do hCG com o anti- corpo, ocorre a revelação da cor). A amostra continua fluindo pela tira de teste até chegar ao que é chamado de controle. Esse controle possui a enzima tratada com corante. Quando a amostra tem contato com o controle, serve para ativar que o corante está funcionando. Não adianta positivar o teste e negativar o controle, porque o teste ficaria inválido. O con- trole deve obrigatoriamente positivar para mostrar que a enzima está funcionando e o teste também. Por isso, os testes positivos de farmácia constam duas tirinhas, rosas ou verme- 2 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Teste de Gravidez – Questões URINÁLISE A N O TA ÇÕ ES lhas, que mostram que o teste é positivo. Se somente uma tirinha ficar vermelha, é negativo, pois foi positivado apenas o controle, e não o teste. Essa é a metodologia mais amplamente utilizada. Lembre-se de que o controle sempre positiva, justamente pelo fato de se chamar controle, pois, se não positivasse, seria preciso inviabilizar o teste. DIRETO DO CONCURSO 1. (IBFC/EBSERH/2016) Assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F) nas sentenças abaixo sobre teste de gravidez por imunoensaio qualitativo. �( ) A maioria dos testes podem detectar na urina quantidade menor ou igual que 5 Mi- nUI/ml de gonadotrofina coriônica humana BetaHCG. �( ) O material mais utilizado é a urina, em virtude da maior facilidade de coleta, de preferência a primeira micção da manhã, já que é mais concentrada �( ) Também podem ser realizados em soro, sendo os resultados em geral mais confi- áveis que a medida na urina. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo. a. F F V b. F V F c. V V F d. F V V e. V F F COMENTÁRIO Sabe-se que há diferença entre o imunoensaio qualitativo e quantitativo. O imunoensaio qualitativo só apresenta o resultado positivo ou negativo, não dosa. O imunoensaio quantitativo dosa a amostra e apresenta a quantidade de mol por ml de hCG na amostra, seja urina ou sangue. Pelo fato de o soro/sangue ser mais sensível, para testes quantitativos, a amostra que se costuma utilizar é o soro. O sangue é centrifugado e utiliza-se o soro. 10m 3 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Teste de Gravidez – Questões URINÁLISE A N O TA ÇÕ ES Lembre-se de que, apesar do teste ser qualitativo, ainda vale a limiar de detecção. Na urina, esse limiar é de 25 MinUI/ml, que é o mínimo necessário para o teste dar positivo. No sangue, esse limiar é de 5 MinUI/ml, ou seja, muito mais sensível. 1º item: A urina tem limiar de 25 MinUI/ml. O valor de 5 MinUI/ml é do sangue/soro. Por que esse exame é chamado de BetaHCG? A molécula de hCG é dividida em duas subunidades: alfa e beta. A porção alfa desse hCG é muito semelhante à porção alfa presente no FSH, LH e TSH. Com isso, usando a porção alfa para dosar, pode haver reação cruzada, e o teste pegar FSH ou LH e positivar como se fosse hCG. Portanto, usa-se a fração beta porque ela é única, só o hCG possui. Não há nenhum outro hormônio que tenha fração beta parecida com a do hCG. Portanto, para evitar reações cruzadas, pesquisa-se a fração beta. 2º item: O material mais utilizado é a urina, por ter o resultado mais rápido, mais facilidade ao ir à farmácia e comprar. Em relação à micção, a preferência é que seja a primeira da manhã, porque é a mais concentrada, já que ficou muito tempo retida na bexiga. Isso não significa que não possa ser feito com outras amostras de micção ao longo do dia, mas a preferência é pela primeira da manhã. 3º item: O limiar de positividade soro é de aproximadamente 5 MinUI/ml; e o da urina é a partir de 25 MinUI/ml. Logo, o mais confiável é o do soro. 2. (IBFC/EBSERH/2016) Com relação ao teste de gravidez responda Verdadeiro (V) ou Falso (F) nas sentenças abaixo. �( ) O método mais confiável para diagnosticas uma gravidez é a dosagem sanguínea de gonadotrofina coriônica humana, fração beta (beta hCG). �( ) No inicio da gravidez as concentrações de beta hCG na urina são maiores que no sangue. �( ) Valores de beta hCG abaixo de 5 MinUI/ml são negativos, ou seja, descartam gravidez. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo. a. V V V b. F F V c. F V F d. F V V e. V F V 15m 20m 4 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Teste de Gravidez – Questões URINÁLISE A N O TA ÇÕ ES COMENTÁRIO 1º item: a fração utilizada é a beta, para não gerar reação cruzada. A fração alfa é muito parecida com a fraçãodo LH, do FSH e do TSH. Ao utilizar a fração alfa, poderia ocorrer uma reação cruzada. A fração beta é única. Nenhum outro hormônio possui a fração beta parecida com a do hCG. 2º item: O hCG começa a ser produzido pela placenta a partir do sexto ao oitavo dia após a implantação embrionária no útero. Como a placenta possui uma ligação direta com a corrente sanguínea da mãe, o hCG fica circulante no sangue da mãe. Como todo sangue que circula no corpo tem o processo de passagem de filtragem pelos rins, ele também é eliminado pela urina. No entanto, a concentração no sangue é muito maior que a da urina, justamente pelo fato de estar circulante no sangue o tempo todo. O sangue/soro tem um limiar de 5 MinUI/ml por amostra; a urina tem um limiar de 25 MinUI/ml por amostra. 3º item: o limiar de detecção do sangue é 5 MinUI/ml e o da urina é 25 MinUI/ml. Ao fazer o exame e o valor for abaixo, significa que deu negativo, descartando a gravidez. GABARITO 1. d 2. e 25m ���������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pelo professor Adriana Luiza Pessoa Marangon. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conte- údo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclusiva deste material. 1 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Teste de Gravidez – Questões II URINÁLISE A N O TA ÇÕ ES TESTE DE GRAVIDEZ – QUESTÕES II O PULO DO GATO As bancas IBFC, AOCP e IADES são muito parecidas. O padrão de cobrança é parecido entre as três. DIRETO DO CONCURSO 1. (AOCP/EBSERH/2016) O Coriônica Humana (HCG), também conhecido como hormônio da gravidez, está presente na urina ou no sangue hormônio Gonadotrofina das mulheres grávidas. Sobre o teste de gravidez, assinale a alternativa INCORRETA. a. Para pesquisa de HCG, há dois tipos de teste de gravidez na urina e no sangue b. Atualmente, as mulheres procuram os testes comprados em farmácias, porque eles são mais precisos do que os de laboratórios e possuem um valor mais elevado. c. O teste de sangue quantitativo mede a quantidade exata de hormônio no sangue d. Testes de sangue podem detectar o hormônio mais cedo na gravidez do que o tes- te de urina e. O teste de urina pode detectar a gravidez por volta de duas semanas depois da ovulação. COMENTÁRIO a. Para pesquisa de HCG, há dois tipos de teste de gravidez na urina e no sangue. Lembre- se de que o sangue é mais sensível. b. Os testes de farmácia são mais procurados, porque têm um valor mais baixo e são mais fáceis de serem encontrados. No entanto, eles não são mais precisos. O limiar do sangue é mais preciso. c. Quantitativo mede a quantidade da dosagem. Qualitativo mede apenas se existe a substância no sangue, apresentando como resultado positivo ou negativo. 5m 2 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Teste de Gravidez – Questões II URINÁLISE A N O TA ÇÕ ES d. O limiar de detecção do hormônio no sangue é muito mais baixo, a partir de 5 mUI/mL Na urina, esse valor é a partir de 25 mUI/mL Portanto, quando se faz o teste no sangue, é possível descobrir mais cedo a gravidez, pois o limiar é menor. Lembre-se de que os valores de hCG costumam dobrar, e até triplicar, em mais ou menos dois a três dias. ATENÇÃO Perceba que as questões abordam bastante a diferença de limiar do sangue e da urina. Portanto, é importa memorizar. Não cai em prova necessariamente os números, mas qual é maior, qual é menor, qual é mais sensível, qual detecta mais cedo, por exemplo. e. O hCG começa a ser produzido por volta do 6º ao 8º dia da implantação. Esse valor duplica a cada dois ou três dias. Portanto, para ele chegar no limiar capaz de positivar em uma amostra de urina, é preciso que seja após aproximadamente duas semanas da ovulação. O primordial da questão é saber que os testes de farmácia são bem menos precisos que os teste de sangue. 2. (AOCP/2016) Com relação ao teste de gravidez assinale a alternativa correta: a. Os métodos atuais utilizam anticorpos dirigidos contra toda a molécula de Gonadotro- pina coriônica humana (hCG). b. Os anticorpos contra a molécula intacta do hCG sofrem importante reação cruzada com os hormônios luteinizante (LH) e Tireoestimulante (TSH). c. Os níveis de hCG urinário são dependentes da subunidade alfa. d. Os anticorpos contra a subunidade beta do hCG sofrem importante reação cruzada com o hormônio folículo estimulante (FSH). COMENTÁRIO a. Não se usa anticorpo contra toda molécula. Usa-se anticorpo contra a fração beta apenas. Lembre-se de que o hCG é dividido em duas frações: fração alfa e fração beta. A fração alfa do hCG é muito parecida com a fração alfa que existe no LH, no FSH e no TSH. Se a 10m 3 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Teste de Gravidez – Questões II URINÁLISE fração alfa fosse dosada, haveria risco de reação cruzada, gerando um falso positivo. Por isso, utiliza-se o anticorpo dirigido contra a fração beta, porque ela é única, não havendo nenhum outro hormônio com a fração beta parecida com a fração beta do hCG. b. A porção alfa do LH, TSH, hCG e FSH são muito parecidas, podendo gerar reação cruzada. c. Não existe essa afirmativa de que os níveis de hCG urinário são dependentes da subunidade alfa d. Não é a beta. O correto seria a fração alfa. Mas o que é o hormônio beta hCG? O hCG é um hormônio composto por duas grandes moléculas, chamadas de subunidade alfa (ou fração alfa) e subunidade beta (ou fração beta). A fração alfa do hCG é estruturalmente semelhante a vários outros hormônios, como o hormônio folículo-estimulante (FHS) ou o hormônio luteinizante (LH). Já fração beta do hCG é única, não existindo em mais nenhum outro hormônio. Portanto, para diminuir o risco e, consequentemente, a ocorrência de falsos positivos, os laboratórios fazem a pesquisa apena da fração beta. Se fosse pesquisar a fração alfa, haveria muito mais chance de falso positivo ou resultados não fidedignos, porque essa fração alfa pode ser confundida tanto com a fração alfa do FH quanto do LH. Portanto, para diminuir o risco de reação cruzada ou falso positivo ou resultados não fidedignos, procura-se sempre dosar ou qualificar a fração beta do hCG. Por isso, o próprio exame é chamado de beta hCG. Hormônio hCG 15m 4 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Teste de Gravidez – Questões II URINÁLISE A N O TA ÇÕ ES A hCG é um hormônio glicoproteico secretado normalmente pelas células trofoblásticas da placenta. Repare que, na imagem, em azul, está a fração alfa; em verde, a fração beta. Percebe-se também que as duas estruturas fundem-se formando o hCG. Quando se vai dosar, utiliza-se anticorpos dirigidos contra a fração beta, por ela ser única. 3. (FGR/2014) O teste de gravidez é o exame da dosagem do Hormônio de Gonatrofina Coriônica da cadeia principal denominada: a. Beta b. Gama c. Alfa d. Orion COMENTÁRIO Nas questões, podem aparecer os seguintes termos: fração beta, subunidade beta, porção beta ou cadeia beta. Todas as formas são corretas. 4. (IADES/EBSERH/2014) A gonadotrofina coriônica humana (hCG) é um hormônio glico- proteico de dupla cadeia, produzido pelas células do sinciciotrofoblasto da placenta, nor- malmente encontrado no sangue e na urina. A respeito do teste de gravidez na urina e no soro, assinale a alternativa correta. a. O hCG é secretado pelo tecido placentário desde o trofoblasto primitivo e pode ser de- tectado no soro logo após a fecundação. b. O teste hCG é padrão ouro para detecção da nidação c. A pesquisa na urina é um método quantitativo, com limiar de detecçãode 30 U/L. d. As dosagens do hCG são por métodos imunométricos. e. Como a estrutura do hCG é muito semelhante à do hormônio luteinizante, os ensaios são específicos contra a cadeia beta, que difere nos dois hormônios. COMENTÁRIO a.O hCG só começa ser detectado após a implantação, e não após a fecundação. 20m 5 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Teste de Gravidez – Questões II URINÁLISE A N O TA ÇÕ ES b. O teste hCG é padrão ouro para detecção da gravidez. c. A pesquisa na urina é um método qualitativo, com limiar de detecção de 25 mUI/mL d. As dosagens do hCG são por métodos imunocromatográficos. e. Como a estrutura do hCG é muito semelhante à do hormônio luteinizante, os ensaios são específicos contra a cadeia beta, que difere nos dois hormônios. Quando o hCG é produzido? O hormônio gonadotrofina coriônica humana começa a ser produzido quando o óvulo fertilizado por um espermatozoide se implanta no útero. Esta implantação habitualmente ocorre cerca de seis dias após o encontro do espermatozoide com o óvulo. Conforme a gravidez avança, mais hCG é produzido pelo feto. Nas primeiras semanas de gestação os níveis de hCG dobram a cada 2 ou 3 dias. ATENÇÃO O hCG começa a ser produzido quando ocorre a implantação. Não é na nidação, não é na fecundação. É após a implantação. 25m 6 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Teste de Gravidez – Questões II URINÁLISE A N O TA ÇÕ ES Quando o beta hCG pode ser detectado? Como qualquer hormônio, o hCG circulante no sangue é filtrado nos rins e acaba sendo eliminado em parte na urina. Os testes caseiros de gravidez se baseiam na detecção do hCG na urina. A lógica é simples: se há hCG na urina, é porque a mulher está grávida. A maioria dos atuais testes caseiros de gravidez consegue detectar a presença do hCG na urina já no primeiro dia de atraso menstrual. Entretanto, a quantidade de hormônio na urina em uma fase tão precoce da gravidez pode ser pequena, gerando um resultado duvidoso. Por isso, o mais seguro é realizar o teste após uma semana de atraso da menstruação. Recomenda-se, de forma geral, esperar pelo menos 15 dias após a fecundação, ou seja, após o ato sexual, para fazer esse tipo de teste. • A placenta é responsável pela secreção de hCG, que impede a ocorrência da mens- truação, garantindo que o útero fique nas condições adequadas para o desenvolvi- mento do embrião. A secreção desse hormônio pode ser dosada pela primeira vez no sangue 8 a 9 dias após a ovulação, pouco depois da implantação do blastocisto no endométrio. • O hCG possui estrutura molecular e função semelhante ao do hormônio luteinizante (LH). Sua molécula possui duas subunidades, alfa e beta. A subunidade alfa é também parte dos hormônios LH, FSH e TSH, sendo assim, os testes que detectam apenas a subunidade beta são mais específicos. 7 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Teste de Gravidez – Questões II URINÁLISE A N O TA ÇÕ ES • Existe grande variedade de métodos comumente utilizados na determinação sérica e urinária de hCG, como por exemplo: imunocromatografia, radioimunoensaio, ensaio imunoenzimático, quimioluminescência, eletroquimioluminescência, imunorradiome- tria e imunoquímica. GABARITO 1. b 2. b 3. a 4. e 30m ���������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pelo professor Adriana Luiza Pessoa Marangon. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conte- údo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclusiva deste material. Uroanálise Aspectos teóricos Profª. Débora Juliani Uroanálise A análise da urina para o diagnóstico de doenças tem sido usada por muitos séculos, sendo um dos procedimentos laboratoriais mais antigos utilizado na prática médica baixo custo facilidade de obtenção informações importantes Diagnóstico e monitoramento de doenças renais e do trato urinário, seja para a detecção de doenças sistêmicas e metabólicas não diretamente relacionadas com o rim Uréia (35x) Creatinina (70x) sódio, potássio, fosfatos, sulfatos, ácido úrico... Sinônimos: EAS (Elementos Anormais e Sedimentoscopia), Urina rotina, Urina tipo I, etc. Fase pré-analítica Como a exatidão da análise da urina é dependente da qualidade da amostra, todos os cuidados devem ser tomados para que a amostra de urina seja colhida, armazenada e transportada adequadamente Amostra de escolha: jato médio da primeira urina da manhã (8 horas de repouso) e, preferencialmente, em jejum (reduzir a diurese e obter amostra mais concentrada) Coleta da amostra Na impossibilidade: amostra aleatória, colhida após período não inferior a 4 horas da última micção Recipiente: descartável, limpo, à prova de vazamento, boca larga, de material inerte, livre de partículas e substâncias interferentes, como detergentes Fase pré-analítica O tempo compreendido entre a coleta e a análise da amostra de urina é o maior obstáculo para a exatidão dos resultados do exame de urina rotina na maioria dos laboratórios Ideal: exame realizado até duas horas após a coleta Armazenamento Fase pré-analítica Armazenamento Na impossibilidade: material deve ser armazenado sob refrigeração (2-8oC) imediatamente após a coleta A refrigeração preserva a maioria dos elementos pesquisados com a tira reagente por 6-8 horas Para aqueles fotossensíveis (bilirrubina e urobilinogênio) é necessário proteger a amostra contra ação da luz redução do crescimento bacteriano precipitação de uratos e fosfatos lise de leucócitos e hemácias dissolução de cilindros Urinas refrigeradas devem estar à temperatura ambiente antes de serem testadas, uma vez que algumas das reações químicas da tira reagente são dependentes da temperatura Amostras mantidas a temperatura ambiente por mais de 2 horas não devem ser aceitas para teste, devendo ser desprezadas. Fase pré-analítica Influências Dieta Diurese Esforço físico Gravidez Fase pré-analítica Dieta - Dieta rica em proteína de origem animal pode levar a maior acidez da urina - Dieta rica em vegetais e frutas pode levar a maior alcalinidade da urina - Jejum prolongado, dieta pobre em carboidratos ou rica em lipídios pode levar a cetonúria - Desnutrição, nutrição parenteral ou pobre em vegetais pode levar a impossibilidade de conversão de nitrato a nitrito em ITU Diurese Influenciada pela variação da ingestão hídrica, redução da capacidade de concentração renal ou ingestão de agentes diuréticos Fase pré-analítica Gravidez Glicosúria devido ao aumento da taxa de filtração glomerular e à diminuição da capacidade de reabsorção da glicose pelas celulares tubulares renais Proteinúria transitória Leucocitúria fisiológica Cetonúria associada a hipoglicemia de jejum Esforço físico Parece aumentar a filtração glomerular como resultado do aumento da pressão arterial, levando ao aparecimento ou aumento de proteinúria (albuminúria) e hematúria Proteinúria ortostática ou postural: ocorre em 3 - 5% de indivíduos adultos jovens aparentemente saudáveis, com proteinúria durante o dia, que desaparece quando em decúbito Fase pré-analítica Análise Físico-Química Tira reagente Suporte plástico contendo áreas impregnadas com reagentes químicos Uma reação de cor se desenvolve quando as áreas de química seca entram em contato com a urina Leitura (fabricante): 60 segundos, e entre 60 e 120 segundos para leucócitos Não realizar a leitura após 120 segundos Procedimento: imergir completamente a tira em amostra de urina recente, homogeneizada, não centrifugada, a temperatura ambiente por, no máximo, 1 segundo → remover o excesso de urina da tira reagente,na borda do frasco Evitar a possível mistura nas áreas químicas adjacentes, mantendo a tira na posição horizontal Análise Físico-Química Tira reagente Análise Físico-Química Tira reagente Vantagens Conveniência Velocidade de análise Custo efetivo Facilidade de uso Número reduzido de pessoal Disponibilidade Pouco volume Estabilidade Análise Físico-Química Volume Nas condições normais, o principal fator determinante do volume de urina é a ingestão de água Indivíduo adulto, em média, produz entre 600 e 2.000 mL de urina/dia, e a produção noturna de urina geralmente não ultrapassa 400 mL Durante a gravidez, a variação diurna usual pode ser revertida Em comparação aos adultos, as crianças pequenas podem excretar cerca de 3 a 4 vezes mais urina por kg de peso corporal A determinação do débito urinário a intervalos estabelecidos pode ser valiosa para o diagnóstico clínico Análise Físico-Química Volume Poliúria: produção de mais de 2.000 mL de urina em 24 horas → baixa densidade específica Ex: ingestão excessiva de água (polidipsia), fármacos/alimentos com efeito diurético (cafeína, álcool, diuréticos), soluções endovenosas, ingestão aumentada de sais e dietas ricas em proteína Estados patológicos Noctúria: excreção noturna de mais de 500 mL de urina, com uma densidade específica < 1,018 Regulação hormonal defeituosa da homeostasia volumétrica Absorção renal defeituosa de sais/água Diurese osmótica Diabetes insípido: deficiência/ausência de resposta renal ao hormônio antidiurético Anormalidade dos túbulos renais ou insuficiência renal crônica progressiva Diabetes melito com hiperglicemia (glicosúria excessiva que provoca a diurese de solutos) Análise Físico-Química Volume Oligúria: excreção de menos de 500 mL de urina em 24 horas Anúria: supressão quase total da formação de urina A privação de água causa uma redução do volume de urina mesmo antes do aparecimento de sinais e sintomas de desidratação Insuficiência renal aguda ou doença renal crônica progressiva Análise Físico-Química Cor O mais importante não é a exata identificação do tom da coloração da urina, mas sim a distinção entre as colorações normais das colorações anormais Cor normal: diferentes tonalidades de amarelo (urocromo, urobilina e uroeritrina) Cores anormais: vermelho (mais comum), verde/azul, laranja, marrom e preto Presença de bilirrubina: formação de espuma amarela ao agitar a amostra (distingue da urina normal, concentrada e de tonalidade escura, na qual aparece uma espuma branca) Pyridium Pseudomonas aeruginosa (piocianina) Uroanálise Aspectos teóricos Profª. Débora Juliani Análise Físico-Química Odor A urina normal apresenta um leve odor aromático de origem desconhecida (sui generis) Odor fétido: extensivo supercrescimento bacteriano Odor amoniacal: estocagem prolongada Odor frutado: diabetes Frasco aberto a 40 cm do nariz e leve deslocamento de ar desde o frasco em direção ao nariz Análise Físico-Química Aspecto Avalia o grau de transparência da amostra de urina e reflete a quantidade de estruturas do sedimento organizado (biológico) ou não organizado (químico) em suspensão Transparente Opaca Turva A urina feminina geralmente é mais turva que a masculina devido à presença de células epiteliais escamosas e de muco pH alcalino: precipitação de fosfato amorfo, urato de amônio e carbonato → redissolvem-se com ácido acético pH ácido: precipitação de urato amorfo ou ácido úrico (névoa branca, rósea ou alaranjada) → redissolvem-se quando aquecida a 60°C. Análise Físico-Química Aspecto Quilúria: condição rara em que a urina apresenta linfa por obstrução do fluxo de linfa e rompimento dos vasos linfáticos na pelve renal, nos ureteres, na bexiga urinária ou na uretra. Etiologia predominante: infecção por Wuchereria bancrofti (filariose) Lipidúria: aparecimento de glóbulos de gordura na urina, mais frequente em indivíduos com síndrome nefrótica Análise Físico-Química Densidade O volume excretado e a concentração de solutos da urina são parâmetros modificados pelos rins com o intuito de manter a homeostasia hídrica e eletrolítica corporal A densidade específica reflete o grau relativo de concentração ou diluição da amostra de urina → avaliar a capacidade renal de concentração e diluição Associado à cor da urina: indicadores confiáveis do status de hidratação A densidade ou gravidade específica da urina é medida através da concentração de íons e se baseia no fato de que com o aumento da concentração iônica ocorre aumento da densidade Informação limitada sobre a capacidade de concentração renal, uma vez que sofre grande influência do estado de hidratação do paciente Análise Físico-Química Densidade VR: pode variar de 1.003 a 1.035, sendo geralmente encontrada entre 1.016 e 1.022 em indivíduos com ingestão hídrica normal Inferior a 1.007: hipostenúrica Métodos: tiras reativas, refratômetro, urinômetro e método do gotejamento Tira reativa: método indireto (pH) →mudança de pKa de polieletrólitos em relação à concentração iônica da urina ↑ concentração iônica ↓ pKa ↓ pH = indicador azul de bromotimol muda de cor não é afetado por quantidades elevadas de glicose, proteínas ou contraste radiológico 1.000 1.005 1.010 1.015 1.020 1.025 1.030 Análise Físico-Química Densidade Refratômetro: método indireto (índice refrativo)→ proporção entre velocidade da luz no ar e velocidade da luz na solução varia diretamente com a proporção de partículas em solução e, portanto, com a gravidade específica ↑ partículas em solução ↓ velocidade da luz na solução ↑ densidade específica Análise Físico-Química Densidade Urodensímetro ou urinômetro: método direto→ hidrômetro adaptado para medir a gravidade específica da urina à temperatura ambiente volume mínimo necessário é 15 mL Método do gotejamento: método direto→mais acurado do que o refratômetro e mais preciso do que o urinômetro Coluna preenchida com óleo imiscível em água O tempo de queda é medido eletronicamente e expresso como gravidade específica Análise Físico-Química pH Dentre as funções dos rins, uma delas, juntamente com os pulmões, é promover a manutenção do equilíbrio ácido-básico do organismo A C ID O SE U R IN Á R IA Dieta hiperprotéica Acidose metabólica (DM) Acidose respiratória (PNM, sono) Alcalose metabólica (vômito) → paradoxal A LC A LO SE U R IN Á R IA Dieta frutas e vegetais Pós prandial (maré alcalina) Alcalose respiratória Alcalose metabólica Má conservação ITU A determinação do pH não constitui, isoladamente, índice da capacidade renal de excreção de ácidos, apresentando valor limitado na investigação de disfunções renais. Urina normal recente: pH ligeiramente ácido variando ente 5 a 6, entretanto, pode variar de 4 a 8 VR: 5,5 a 6,5 Análise Físico-Química pH Métodos: tiras reativas, eletrodo de pH, acidez urinária titulável Tira reativa: indicadores vermelho de metila e azul de bromotimol produzem cores que variam entre alaranjado, verde e azul conforme o pH aumenta, permitindo estimar valores de pH de até meia unidade na faixa de 5 a 9. A leitura deve ser realizada imediatamente, ainda que o tempo não seja um fator crítico Análise Físico-Química pH Eletrodo de pH: maior acurácia, para pacientes com distúrbios do equilíbrio acidobásico. Eletrodo de vidro, calibrado imediatamente antes do uso com três tampões de pH conhecido, imerso na amostra de urina → fornece a leitura do pH urinário de acordo com a temperatura em que a medição é realizada Acidez urinária titulável: titulando-se uma alíquota de urina de 24 horas (coletada no gelo) com uma solução de NaOH 0,1 N Análise Físico-Química Proteínas Em indivíduos sadios, até 150 mg/24h de proteína são excretadas pela urina, com uma concentração proteica urinária média que varia de 2 a 10 mg/dL, dependendo do volume de urina A glicoproteína de Tamm-Horsfall (uromucoide), secretada pelas células dos túbulos distais e daalça de Henle ascendente, constitui cerca de um terço ou mais do conteúdo de proteína normalmente perdido Proteínas plasmáticas com peso molecular inferior a 50.000 a 60.000 atravessam a membrana basal glomerular e são normalmente reabsorvidas pelas células dos túbulos proximais renais A albumina, cujo peso molecular vale 69.000 é filtrada, ainda que apenas em quantidades muito pequenas Análise Físico-Química Proteínas A detecção de uma quantidade anormal de proteína na urina (proteinúria) é um indicador importante de doença renal → aumento da permeabilidade glomerular + diminuição da reabsorção tubular Leve: inferior a 1,0 g em 24 h Possíveis causas: Exercícios físicos extremos, febre, proteinúria ortostática, má postura, cistites, uretrites, pielonefrites. Moderada: entre 1,0 g e 4,0 g 24 h Possíveis causas: Necrose tubular aguda, intoxicações por metais pesados, síndrome de Fanconi, proteinúria de Bence-Jones, HA/doenças cardíacas Intensa: superior a 4,0 g em 24 h Possíveis causas: Glomerulonefrites infecciosas, tóxicas e imunológicas, síndrome nefrótica (+ baixos níveis séricos de albumina, edema generalizado e aumento dos níveis séricos de lipídeos), LES, DM, malária, neoplasias, anemia falciforme, rejeição de transplante renal, etc. Análise Físico-Química Proteínas Métodos: triagem e confirmatório Em razão das sérias implicações de um resultado positivo de triagem, é importante confirmar os resultados por meio de um segundo método, distinto do anterior Tira reativa: método semi-quantitativo de triagem Teste é particularmente sensível à albumina e menos sensível às outras proteínas Detecta valores superiores a 30 mg/dL Princípio: ERRO PROTÉICO dos indicadores (carga dos grupos amino livres das proteínas modifica pH) azul de tetrabromofenol pH 3,0 VR: NEG Análise Físico-Química Proteínas Método do ácido sulfossalicílico: método qualitativo de triagem Formação de um ppt na presença de proteínas (albumina, globulinas, glicoproteínas e proteínas de Bence Jones) Teste de Roberts: método semi-quantitativo confirmatório Formação do anel de Heller na presença de proteínas (albumina, globulinas, glicoproteínas e proteínas de Bence Jones) Amostra centrifugada → 3 mL sobrenadante + 3 mL ácido sulfossalicílico (SSA) 3% → homogeneização por inversão → 10 min repouso → leitura Amostra centrifugada → 1 mL sobrenadante + 1 mL reagente de Roberts (ácido nítrico concentrado e solução saturada de sulfato de magnésio) → formação de anel branco na separação dos dois líquidos→ espessura do anel é proporcional à concentração de proteína presente Análise Físico-Química Glicose Os açúcares (glicose, frutose, galactose, maltose, pentose e sacarose) são livremente filtrados pelos glomérulos e reabsorvidos pelos túbulos renais (baixo PM), sendo normalmente encontrados na urina em concentrações até 15 mg/dL Limiar renal de reabsorção tubular da glicose: quando a concentração de glicose plasmática ultrapassa 180 mg/dL (ex: DM), a capacidade de reabsorção é excedida e o açúcar é eliminado na urina (glicosúria) Glicosúria na ausência de hiperglicemia (glicosúria renal): decorrente de distúrbio na reabsorção tubular renal da glicose. Ex: desordens tubulares renais, síndrome de Fanconi, síndrome de Cushing, uso de corticoesteróides, infecção grave, hipertireoidismo, doenças hepáticas e do sistema nervoso central Na gravidez, há um aumento da taxa de filtração glomerular, e toda a glicose filtrada pode não ser reabsorvida → glicosúria pode aparecer diante de normoglicemia Análise Físico-Química Glicose Métodos: triagem e confirmatório Em razão das sérias implicações de um resultado positivo de triagem, é importante confirmar os resultados por meio de um segundo método, distinto do anterior Tira reativa: método semi-quantitativo de triagem Teste enzimático com peroxidase, glicose oxidase e cromógeno, específico para glicose Detecta valores superiores a 50 ou 100 mg/dL VR: NEG Análise Físico-Química Glicose Teste de Benedict ou teste de redução do cobre: método qualitativo confirmatório Capaz de detectar quantidades suficientes de quaisquer substâncias redutoras presentes na urina, incluindo os açúcares redutores (FRutose, LActose, GAlactose, MAltose e PEntoses) SACAROSE NÃO É REDUTOR Método do cobre positivo e método da glicose oxidase negativo → exclui-se a possibilidade de glicosúria 2,5 mL de reagente de Benedict (solução alcalina de sulfato de cobre) + 4 gotas urina → aquecimento → CuSO4 oxida açúcares redutores → redução do íon cúprico a íon cuproso→ formação de hidróxido cuproso (amarelo) ou óxido cuproso (vermelho) Análise Físico-Química Cetonas As cetonas ou corpos cetônicos são produtos do metabolismo lipídico incompleto e incluem: ácido acetoacético (20%) + β-hidroxibutirato (78%) + acetona (2%) São produtos do metabolismo incompleto de lípides e sua presença na urina (cetonúria→ odor frutado na urina) é consequência de condições metabólicas, nas quais lípides, ao invés de carboidratos, são usados como fonte de energia, gerando aumento na concentração sanguínea (cetonemia) Ex: DM não controlado (cetoacidose diabética), dieta cetogênica, alcoolismo, jejum prolongado, desidratação, gestação, vômitos, diarreia, febre, e raras doenças metabólicas hereditárias Amostras de urina de indivíduos saudáveis não apresentam, em condições normais, presença de cetonas Análise Físico-Química Cetonas Métodos: triagem e confirmatório Em razão das sérias implicações de um resultado positivo de triagem, é importante confirmar os resultados por meio de um segundo método, distinto do anterior Tira reativa: método semi-quantitativo de triagem Reatividade do nitroprussiato (nitroferrocianeto de sódio) pelas cetonas formando cor púrpura Mais sensível ao ácido acetoacético (>5 mg/dL) que à acetona (>50 mg/dL). β-hidroxibutirato não é detectado Volatilização em urinas não analisadas logo após a coleta e/ou não refrigeradas VR: NEG Análise Físico-Química Cetonas Acetest (reativo de Rothera – nitroprussiato de sódio): método qualitativo confirmatório Detecta uma concentração de ácido acetoacético de 5 a 10 mg/dL e uma concentração de acetona de 20 a 25 mg/dL. Assim como as tiras reativas, não reage com β -hidroxibutirato Saturar 1 mL de urina com reativo de Rothera→ se houver acetona e ácido acetoacético na amostra, exibirá uma cor que varia de lavanda a púrpura-escuro Análise Físico-Química Nitrito O teste do nitrito indica presença de bactérias na urina que são capazes de reduzir nitrato (fonte alimentar) em nitrito, quando presentes em contagens > 105- 106/mL de urina, por ação da nitrato redutase. Bactérias que convertem nitrato em nitrito incluem, principalmente, bactérias Gram-negativas como Escherichia coli, Enterobacter, Proteus, Klebsiella, Citrobacter, além de algumas cepas de Pseudomonas e raras de Staphylococcus. Enterococcus é incapaz de reduzir nitrato em nitrito A pesquisa de nitrito (juntamente com a esterase leucocitária) representa prova indireta útil na detecção precoce de bacteriúria significativa e assintomática → seleção de amostras para a cultura de urina A urinálise microscópica serve de teste confirmatório rápido para a presença de leucócitos e bactéria, enquanto a cultura bacteriológica continua sendo o padrão-ouro para detecção de bacteinúria. Análise Físico-Química Nitrito Método: Tira reativa - Reação de Griess método qualitativo Teste enzimático: nitrito + ácido p-arsanílico em meio ácido → sal de diazônio→ acoplado a benzoquinolina→ cor rosa VR: NEG 1 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Uroanálise – Aspectos Teóricos VIII CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS A N O TA ÇÕ ES UROANÁLISE – ASPECTOS TEÓRICOS VIII ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA Leucócitos Os grânulos dos leucócitos contêm esterases, enzimas que catalisam a hidrólise de um éster para produzir o álcool e o ácido correspondente.Neutrófilos, eosinófilos e basófilos produzem esterases. Embora os monócitos não sejam granulócitos, não possuam grânulos em seu citoplasma, a literatura os inclui no grupo de leucócitos que podem vir a produzir a esterase. Linfócitos, eritrócitos e células epiteliais não contêm esterase leucocitária. O nível de esterase na urina está correlacionado com o número de neutrófilos presentes (ou lisados) → método indireto de detecção da presença de leucócitos na urina → confirmado pela sedimentoscopia. Obs.: Em algumas situações, principalmente de densidade urinária alterada e de pH urinário alterado, pode acontecer a lise tanto das hemácias quanto dos neutrófilos. Assim, é possível que a sedimentoscopia dê negativo no teste de leucócito esterase positivo. 5m 2 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Uroanálise – Aspectos Teóricos VIII CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS A N O TA ÇÕ ES Avaliação de processos infecciosos (ITU) e inflamatórios (uretrite) do trato urinário. Pode ocorrer com ou sem bacteriúria. Método: Tira reativa – Diazo reação. Método semiquantitativo. Teste enzimático: éster do ácido indoxil + esterase leucocitária → indoxil + sal de diazônio → cor púrpura. Obs.: O líquido vaginal é rico em leucócitos. Sangue A presença de sangue na urina pode ser confirmada através da detecção na urina de hemácias íntegras (hematúria – 5 hemácias/µL de urina) ou de hemoglobina livre (hemoglobinúria – 0,015 mg/dL de urina). Hematúria: sangramento em qualquer ponto do trato urinário desde o glomérulo até a uretra → doenças renais, infecção, tumor, trauma, cálculo, distúrbios hemorrágicos ou uso de anticoagulantes. COMUM Hemoglobinúria: síndrome hemolítico-urêmica, PTT, hemoglobinúria paroxística noturna, hemólise por toxinas bacterianas (septicemia), reações transfusionais hemolíticas, deficiência de haptoglobina, peçonha, malária e queimaduras severas → hemólise intravascular, no trato urinário, ou na amostra de urina após a colheita (pH alcalino e densidade < 1.010). INCOMUM 10m 15m 3 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Uroanálise – Aspectos Teóricos VIII CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS A N O TA ÇÕ ES A hematúria pode ser maciça e macroscópica (macrohematúria → urina cor rosa, vermelha ou marrom), mas na maior parte dos casos é microscópica (microhematúria). A diferenciação entre hematúria e hemoglobinúria é clinicamente importante, porém, como a lise eritrocitária na urina é rápida, a ausência de hemácias à microscopia não afasta hematúria ou confirma a hemoglobinúria. Mioglobina: proteína de baixo PM presente nos tecidos musculares, capaz de passar para os túbulos renais no processo de filtração glomerular → mioglobinúria (pigmento castanho-avermelhado) acompanha a destruição aguda de fibras musculares (rabdomiólise) e é encontrada no exercício excessivo, convulsões, hipertermia e queimaduras severas. Presença de níveis elevados de CK no soro, que é uma proteína liberada pela musculatura. RARA Métodos: triagem e confirmatório. Em razão das sérias implicações de um resultado positivo de triagem, é importante confirmar os resultados por meio de um segundo método, distinto do anterior. 20m 4 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Uroanálise – Aspectos Teóricos VIII CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS A N O TA ÇÕ ES Tira reativa: método semiquantitativo de triagem. Teste enzimático da atividade pseudoperoxidásica para hemoglobinúria + hematúria + mioglobinúria. 25m ���������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Debora Martins Coelho Juliani. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu- siva deste material. 1 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Uroanálise – Aspectos Teóricos IX CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS A N O TA ÇÕ ES UROANÁLISE – ASPECTOS TEÓRICOS IX ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA Bilirrubina A maior parte da bilirrubina é derivada da porção heme da hemoglobina oriunda de hemácias velhas destruídas pelas células do sistema reticuloendotelial (SRE) do baço, fígado e medula óssea. A bilirrubina é encontrada normalmente em pequenas quantidades no sangue na forma não conjugada (ou indireta, BI) e conjugada (ou direta, BD). BI: é insolúvel e é transportada na corrente sanguínea ligada à albumina, não sendo, portanto, filtrada através dos glomérulos → captada nos hepatócitos e conjugada com o ácido glicurônico → BD. BD: normalmente é excretada através da bile para o intestino delgado e não está pre- sente na urina. Quando há aumento de sua concentração sérica (> 1-2 mg/dL → icterícia), por ser hidrossolúvel, passa então a ser filtrada pelos glomérulos renais e excretada atra- vés da urina. Dessa forma, a bilirrubinúria indica obstrução das vias biliares ou lesão de hepa- tócitos → importante na suspeita de doenças hepáticas e na investigação das causas de 5m 10m 2 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Uroanálise – Aspectos Teóricos IX CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS icterícia → A icterícia ocasionada pela grande destruição de hemácias não produz bilirrubi- núria, pois a bilirrubina sérica está presente na forma não conjugada e, assim, não pode ser excretada pelos rins. Se há a ocorrência de situações hemolíticas, está liberando muita hemoglobina no sangue e aumentando a bilirrubina indireta. Se há a ocorrência de situações hepáticas, há o aumento da bilirrubina indireta no sangue e ela pode sair na urina, se associada a uma lesão renal. Se há a ocorrência de situações obstrutivas, não terá a passagem a bilirrubina direta para o intestino, então terá alta da bilirrubina direta na urina. Métodos: triagem e confirmatório Em razão das sérias implicações de um resultado positivo de triagem, é importante confirmar os resultados por meio de um segundo método, distinto do anterior. Tira reativa: método semiquantitativo de triagem. Reação de acoplamento de um sal de diazônio com a bilirrubina em meio ácido → cor rosa. 15m 3 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Uroanálise – Aspectos Teóricos IX CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS A N O TA ÇÕ ES Reação de Fouchet: método qualitativo confirmatório. Urobilinogênio O urobilinogênio é um pigmento biliar resultante da degradação da hemoglobina. A bilirrubina direta liberada no intestino delgado com a bile é desconjugada por ação de bactérias da microbiota intestinal → bilirrubina livre reduzida a urobilinogênio. Parte do urobilinogênio produzido retorna ao sangue, através da circulação enterohe- pática → a maior parte é removido pelo fígado e reexcretado no intestino, enquanto uma pequena parte é eliminada na urina. Quando há produção elevada de bilirrubina (distúrbios hemolíticos) observa-se aumento do urobilinogênio reabsorvido, com consequente aumento da eliminação deste na urina (+ fezes muito escuras). Nas disfunções ou lesões hepáticas (hepatites e cirrose), o fígado torna-se incapaz de remover o urobilinogênio reabsorvido, tornando sua pesquisa na urina positiva. 20m 25m 4 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Uroanálise – Aspectos Teóricos IX CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS A N O TA ÇÕ ES Outras condições onde há aumento do urobilinogênio urinário incluem: estados de desi- dratação e febril. A demora da pesquisa em urinas não refrigeradasprovoca a diminuição do urobilinogê- nio por sua oxidação e conversão em urobilina. Antibióticos de amplo espectro (suprimem a microbiota intestinal) → não há conversão da bilirrubina em urobilinogênio (reduzir sua excreção pelas fezes e urina). 30m ���������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pelo professor Débora Martins Coelho Juliani. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu- siva deste material. 1 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Uroanálise – Aspectos Teóricos X CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS A N O TA ÇÕ ES UROANÁLISE - ASPECTOS TEÓRICOS X ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA Urobilinogênio Porfirinas e porfobilinogênio As porfirinas são substâncias precursoras do grupo heme a partir de diversas enzimas que agem de forma integrada: quando há deficiência de uma delas, os compostos interme- diários se acumulam, levando ao aparecimento de um grupo de doenças conhecidas como porfirias. Principal: deficiência da enzima porfobilinogênio desaminase com acúmulo de porfo- bilinogênio na urina. 5m 2 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Uroanálise – Aspectos Teóricos X CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS A N O TA ÇÕ ES Urobilinogênio Métodos: triagem e confirmatório. Em razão das sérias implicações de um resultado positivo de triagem, é importante confirmar os resultados por meio de um segundo método, distinto do anterior. Tira reativa: Reação de Erlich → método semiquantitativo de triagem. Reação entre o p-dimetilaminobenzaldeído e o urobilinogênio/porfobilinogênio, em meio ácido, para formar um aldeído colorido. Teste de Watson-Schwartz: método qualitativo confirmatório. Baseia-se na diferença de solubilidade existente entre o urobilinogênio e o porfobilinogênio. O URO pode ser extraído com clorofórmio e/ou butanol, enquanto o PORFO permane- cerá na fase aquosa. 2,5 mL de reagente de Erlich + 2,5 mL de urina → ROSA + 5 mL de clorofórmio → agitação vigorosa por 1 min e separação de fases FA urina (superior) e SOLVENTE (inferior) + 5 mL de butanol → agitação vigorosa por 1 min e separação de fases 10m 3 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Uroanálise – Aspectos Teóricos X CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS A N O TA ÇÕ ES FA urina (inferior) e SOLVENTE (superior) Ácido ascórbico O ácido ascórbico pode ser encontrado em grandes concentrações na urina de indi- víduos que consomem doses terapêuticas (> 1g/dia) de vitamina C ou outras preparações ricas em ácido ascórbico. Em razão de suas propriedades redutoras, o ácido ascórbico pode inibir várias rea- ções em tiras reativas (liberação de H2O2, oxidação de cromógeno ou utilizam sal de diazô- nio): Glicose, Nitrito, Leucócitos, Sangue, Bilirrubina e Urobilinogênio. Os testes de urina para detecção de ácido ascórbico funcionam como indicador da con- fiabilidade dos resultados de leitura da tira, além de indicarem o grau de adequação da terapia com essa substância. O oxalato e o sulfato são metabólitos do ácido ascórbico e, diante da ingestão de grandes quantidades dessa substância pode haver formação de cálculos de oxalato em indivíduos suscetíveis. 15m 20m ���������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Debora Martins Coelho Juliani. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu- siva deste material. 1 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Uroanálise – Sedimentoscopia CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS A N O TA ÇÕ ES UROANÁLISE - SEDIMENTOSCOPIA A microscopia do sedimento urinário é a etapa da análise da urina que mais dados fornece, proporcionando uma visão do que ocorre nos néfrons que a formaram e servindo ainda de teste confirmatório em algumas circunstâncias. De uma forma geral, as amostras de urina coletadas ao acaso são satisfatórias para a avaliação microscópica. A coleta do jato intermediário de urina é recomendada para as mulheres, visando a reduzir a contaminação com elementos vaginais. Sedimento ideal: urina recente, ácida e concentrada → centrifugação de 10 mL urina e análise de 0,5 mL de sedimento. Urina de baixa concentração e pH alcalino resulta em pronta dissolução dos elemen- tos formados. Quando a urina permanece longo tempo armazenada, há possibilidade de sua alcalinização e consequente desintegração celular. Obs.: a microscopia de contraste de fase permite a pesquisa do dimorfismo eritrocitário. 5m 10m 2 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Uroanálise – Sedimentoscopia CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS Células epiteliais Algumas células epiteliais encontradas no sedimento urinário resultam da descamação normal das células velhas, enquanto outras representam lesão epitelial por processos inflamatórios ou doenças renais. Células escamosas: São as mais comumente encontradas na urina e com menor significado. Provêm do revestimento da vagina, da uretra feminina e do terço distal da uretra masculina. Células epiteliais de transição (uroteliais), transicionais ou caudadas: Revestem o cálice renal, a pelve renal, ureter e bexiga e delimitam o trato urinário a partir da pelve renal até o terço inferior da uretra. 15m 3 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Uroanálise – Sedimentoscopia CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS A N O TA ÇÕ ES Em indivíduos normais, poucas células transicionais são encontradas na urina e represen- tam descamação normal. O número destas células aumenta após cateterização urinária. Formato arredondado ou em pera, com um núcleo central redondo. Células dos túbulos renais: Pequena quantidade de células dos túbulos renais aparece na urina de indivíduos saudáveis e representa a descamação normal do epitélio velho dos túbulos renais. Porém, este é o tipo celular mais significativo encontrado na urina, pois a detecção da elevação de sua concentração indica a existência de dano tubular. Recém- -nascidos têm mais células de túbulos renais na urina que crianças mais velhas e adultos. Quando ocorre a passagem de lipídios pela membrana glomerular (lipidúria), como nos casos de síndrome nefrótica, as células do túbulo renal absorvem lipídios e são chamadas de corpos adiposos ovais/corpúsculos graxos ovais. 20m 4 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Uroanálise – Sedimentoscopia CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS A N O TA ÇÕ ES Hemácias Normalmente as hemácias são encontradas na urina de pessoas normais em pequenas quantidades (<2/campo), originadas do sistema vascular. O número aumentado de hemácias (>3 por campo) na urina representa rompimento da integridade da barreira vascular, por lesão ou doença, na membrana glomerular ou no trato genitourinário. As condições que resultam em hematúria incluem várias doenças renais como glome- rulonefrites, pielonefrites, cistites, cálculos, tumores e traumas. Qualquer condição que resulte em inflamação ou comprometa a integridade do sistema vascular pode resultar em hematúria. A possibilidade de contaminação menstrual deve ser considerada em amostras colhi- das em mulheres. A presença de hemáciase também de cilindros na urina pode ocorrer após exercícios intensos. 25m 30m 5 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Uroanálise – Sedimentoscopia CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS A N O TA ÇÕ ES 35m ���������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Debora Martins Coelho Juliani. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu- siva deste material. 1 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Uroanálise – Sedimentoscopia II CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS A N O TA ÇÕ ES UROANÁLISE - SEDIMENTOSCOPIA II Hemácias Hemácias dismórficas: hemácias com protrusões celulares ou fragmentação → permi- tem localizar a origem da hematúria (origem glomerular e origem não glomerular). A presença de hemácias dismórficas sugere sangramento de origem glomerular. A presença de hemácias isomórficas (com morfologia normal sugere patologias extra- -glomerulares. Esta pesquisa necessita de microscopia de contraste de fase. Leucócitos Os leucócitos/piócitos podem entrar na urina através de qualquer ponto ao longo do trato urinário ou através de secreções genitais. O aumento no número de leucócitos (>5 por campo) (maior aumento: obj40, 400x) na urina é chamado piúria → pode expressar-se pela eliminação de leucócitos isolados ou aglutinados ou pelo aparecimento na urina de cilindros hialinos com inclusão de leucócitos. Pode resultar de infecções bacterianas ou de outras doenças inflamatórias renais ou do trato urinário. As infecções que compreendem pielonefrite, cistite, prostatite e uretrite 5m 10m 2 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Uroanálise – Sedimentoscopia II CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS A N O TA ÇÕ ES podem ser acompanhadas de bactérias ou não, como no caso da infecção por Chlamydia. A piúria também está presente em patologias não infecciosas, como a glomerulonefrite, o LES e os tumores. Aspecto microscópico: esferas granulares com núcleo multilobulado. Urinas diluídas ou hipotônicas: os neutrófilos incham e seus grânulos citoplasmáti- cos exibem movimento browniano → refratilidade dos grânulos → células glitter (células cintilantes). A tira reativa para esterase leucocitária é valiosa para confirmar a piúria em amostras de urina hipotônicas. Leucócitos entram rapidamente em processo de lise quando estão em urina hipotônica ou alcalina. Cerca de 50% se perdem após 2 a 3 horas de repouso à temperatura ambiente → exame do sedimento urinário imediatamente após a coleta. Cilindros Os cilindros são os únicos elementos formados da urina que têm nos rins o único sítio de origem → são moldes mais ou menos cilíndricos do túbulo contorcido distal e do ducto coletor. O principal componente dos cilindros é a proteína de Tamm-Horsfall, que é uma gli- coproteína secretada somente pelas células tubulares renais → rede de fibrilas capaz de capturar elementos do filtrado. Em um indivíduo normal, são observados muito poucos cilindros no sedimento urinário. O aumento de cilindros urinários (cilindrúria), de vários formatos, indica a disseminação da doença renal, com envolvimento de muitos néfrons, ou ainda pode ocorrer em indivíduos sadios após a prática extenuante de exercícios físicos, acompanhados de proteinúria. Cilindrúria acentua-se se: • Há quantidades excessivas de proteínas plasmáticas nos túbulos; • Concentração iônica aumentada; • Estase ou obstrução de néfron; • pH ácido. O tamanho dos cilindros pode variar em função do diâmetro do túbulo no qual foram formados. 15m 20m 25m 3 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Uroanálise – Sedimentoscopia II CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS A N O TA ÇÕ ES Ex: cilindros largos indicam a formação em túbulos renais dilatados ou em túbulos coletores. Os tipos de cilindros encontrados no sedimento representam diferentes condi- ções clínicas. Ex: cilindros céreos largos indicam prognóstico desfavorável. ���������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Debora Martins Coelho Juliani. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu- siva deste material. 1 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Uroanálise – Sedimentoscopia III ANÁLISES CLÍNICAS A N O TA ÇÕ ES UROANÁLISE – SEDIMENTOSCOPIA III CILINDROS Cilindros hialinos: São os básicos. São formados pela precipitação de uma matriz homo- gênea (estrutura reta) de proteína de TammHorsfall (forma rede de fibrilas) e são os mais comumente observados na urina. A presença de 0 a 2 por campo de pequeno aumento é considerada normal, assim como quantidades elevadas em situações fisiológicas como exer- cício físico intenso, febre, desidratação e estresse emocional. Estão presentes nas glomeru- lonefrites, pielonefrites, doença renal crônica (que causa perda de proteínas devido à lesão renal, causando cilindrúria), anestesia geral e insuficiência cardíaca congestiva. Obs.: � • A quantificação de células e de cilindros é feita em pequeno aumento (objetiva de 10, aumento de 100x). • Hemácia, piócito e bactéria são quantificados na objetiva de 40, aumento de 400x). A rede de fibrilas pode capturar algumas partículas do filtrado (urina), como por exemplo, as hemácias. Nesse caso, teremos os cilindros hemáticos. Cilindros hemático ou eritrocitário: Os cilindros hemáticos estão associados a doença renal intrínseca (ex.: glomerulonefrites agudas) → achado bastante significativo, pois indica a existência de sangramento no néfron (as hemácias se agrupam na superfície dos cilindros hialinos, saindo na urina. Nesse caso, em vez que se visualizarem cilindros hialinos, visuali- zam-se cilindros hemáticos). Monitoramento de cilindros hemáticos permite uma medida da avaliação da resposta do paciente ao tratamento. São também encontrados no exercício físico intenso, nefrite lúpica e hipertensão maligna. O valor de referência para cilindros hemáticos é “negativo”. Ao se visualizar um cilindro hemático, já se associa esse achado a uma doença renal, sendo necessário confirmar com o paciente se ele não passou por algo fisiológico, como exercício físico muito intenso, por exemplo, que poderia justificar a presença do cilindro hemático. Caso a resposta do paciente seja negativa, trata-se de uma situação patológica. O mesmo se dá com os cilindros leucocitários.5m 2 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Uroanálise – Sedimentoscopia III ANÁLISES CLÍNICAS A N O TA ÇÕ ES Cilindros leucocitários: São cilindros hialinos com leucócitos agregados em sua rede de fibrila. Assim como a piúria, indicam infecção ou inflamação renal e necessitam de inves- tigação clínica. Quando a origem dos leucócitos é glomerular como na glomerulonefrite, encontra-se no sedimento grande quantidade de cilindros leucocitários e cilindros hemáticos. Quando é tubular (mais abaixo), como na pielonefrite, os leucócitos migram para o lúmen tubular e naõ são incorporados na matriz do cilindro. Nesse caso, os leucócitos não aderem, não são incorporados na matriz do cilindro, caindo direto no lúmen do túbulo e saem na urina. Assim, teremos piúria
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