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INTRODUÇÃO ATUARIAL 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Michael Dias Correa 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Provavelmente, você já ouviu falar sobre seguro de vida, seguro de 
prestação de serviços e capitalização. Mas, também é provável que você nunca 
tenha ouvido falar de cosseguro, de resseguro e de retrocessão. E é exatamente 
sobre todos esses itens apresentados e mais outros relativos a seguros que 
vamos nos debruçar nesta aula. 
Aprofundar conhecimentos e descobrir novos conceitos é sempre 
importante; mas, saber como funcionam operações que estão tão presentes em 
nossa vida é fundamental para aumentarmos o nível de cidadania e a forma 
como encaramos as empresas em nosso país. Vamos começar nossos estudos 
a partir de agora! 
CONTEXTUALIZANDO 
Quando você vai atrás do serviço de uma empresa seguradora, é normal 
você apenas se preocupar com a reputação que ela possua entre os seus 
amigos ou pessoas que já a contrataram. Dificilmente essas pessoas já 
utilizaram os serviços de maneira efetiva, normalmente só ficaram com o serviço 
à disposição, sem necessitar de acionamento da garantia. 
Mas, então, como se deve avaliar a efetividade dos serviços prestados 
por uma seguradora? Primeiramente, deve ser verificada a autorização para seu 
funcionamento junto aos órgãos governamentais. Se estiver tudo certo, deve ser 
verificado o status de grandes garantias oferecidas a grandes segurados. Se 
estiver tudo certo nessas situações, segurados menores tendem a estar seguros. 
É exatamente isso que vamos analisar, juntos, nesta aula: os meandros 
legais e operacionais dos contratos de seguro mais presentes em nossas vidas, 
finalizando a aula com terminologias mais técnicas e utilizadas, em sua grande 
maioria, apenas por grandes empresas. E, para começar, estudaremos um tipo 
de seguro muito comum para nós: o de danos patrimoniais. Mãos à obra! 
TEMA 1 – SEGURO DE DANOS PATRIMONIAIS 
Os seguros de danos patrimoniais possuem uma característica muito 
específica, que é a de garantir não a vida, mas a segurança patrimonial dos 
segurados. A partir de agora, vamos analisar com mais detalhes as 
características desse tipo de seguro. Vamos lá! 
 
 
3 
1.1 Condições gerais do seguro 
As apólices, que formalmente são os contratos de seguro, possuem um 
conjunto estruturado de cláusulas contratuais. Esse conjunto de cláusulas 
estabelece os direitos e os deveres tanto da pessoa segurada quanto da 
entidade seguradora. 
As condições gerais, de maneira mais ampla, estabelecem o objeto do 
seguro, o foro a ser utilizado no caso de lide, as obrigações de segurado e de 
seguradora, entre outros aspectos. Cabe ressaltar que há também as condições 
particulares ou especiais, também chamadas de acessórias. 
As condições particulares representam um conjunto de cláusulas que 
alteram as condições gerais de um plano de seguro qualquer, alterando, 
incluindo ou excluindo dispostos contratuais previamente existentes. 
As condições especiais ou acessórias, por sua vez, apresentam as 
diversas modalidades de cobertura que porventura se façam presentes em um 
mesmo contrato vigente. Essas condições especiais são anexadas ao contrato 
original, alterando as suas condições gerais. 
Voltando à seara das condições gerais, estas normalmente se 
apresentam com o objetivo do seguro. Em se tratando de um seguro de danos 
patrimoniais, a seguradora garante ao segurado, respeitando o limite máximo 
estabelecido inicialmente entre as partes, a indenização dos prejuízos 
comprovados e compatíveis com a apólice, desde que tenham ocorrido em local 
segurado e ocasionados por um risco identificado, mas coberto pelo contrato. 
Formalmente, uma empresa seguradora possui, desde o recebimento da 
proposta de seguro, o prazo corrido de 15 dias para se manifestar em relação à 
aceitação ou não da proposta. Se houver a recusa, a seguradora deverá entrar 
em contato com quem propôs o seguro, explicitando-lhe as razões que fizeram 
com que declinasse da proposta. 
Se já houver sido realizado pagamento do prêmio por parte do 
proponente, a seguradora deve ressarcir os valores corrigidos de desde a data 
do pagamento feito até a devolução dos valores. No entanto, a cobertura ainda 
seguirá vigente por mais dois dias úteis a partir do momento em que for dado 
ciência ao segurado de que a seguradora não aceita cobrir o risco. 
Desvinculando-nos do raciocínio sobre a aceitação ou não do contrato, a 
renovação da apólice de seguro legalmente pode ser feita de duas formas 
 
 
4 
distintas, sendo automática ou de comum acordo entre os interessados. A 
diferença é que, no primeiro caso, não há necessidade de haver qualquer arranjo 
entre as partes, já sendo estabelecido na assinatura do contrato que este será 
automaticamente prorrogado. Para o segundo caso, é necessário que ambas as 
partes entrem em acordo, como se fosse uma apólice de seguro nova. 
Continuando com as condições gerais, a vigência normal de um contrato 
de seguro de danos patrimoniais é de um ano, sendo iniciada desde o primeiro 
minuto do dia que consta como de início da vigência. Por exemplo, se um 
contrato de seguro de danos patrimoniais está previsto para ter vigência entre 4 
de março de um ano e 3 de março do ano seguinte, isso quer dizer que ele 
começará a valer no primeiro minuto do dia 4 de março do ano em que foi 
firmado, vigorando até o último minuto do dia 3 de março do ano seguinte. 
Não há regra que especifique uma obrigatoriedade em relação ao período 
de vigência de um contrato de seguro de danos patrimoniais, mas o período de 
vigência refletirá no preço a ser acordado entre as partes. Da mesma forma, para 
prazos maiores, nada impede de as partes entrarem em comum acordo para 
firmarem uma apólice com até cinco anos de vigência. É natural que o valor do 
prêmio anual acabe sendo menor nesse tipo de contrato do que em um contrato 
anual, em virtude dos riscos assumidos pela seguradora. O que deve ser 
enfatizado é que o período de vigência de um seguro de danos patrimoniais não 
pode ser superior a cinco anos. 
Com relação à rescisão de um contrato de seguro de danos patrimoniais, 
nada impede que ela seja resolvida entre as partes, desde que acordadas entre 
si. Os valores já consumidos, proporcionais ao seguro total, podem ser 
descontados do valor a ser devolvido ao segurado. Caso em um contrato de 
seguro de 12 meses já tenha decorrido o prazo de 6 meses, a seguradora 
apenas devolverá ao segurado metade do prêmio pago relativa aos meses ainda 
não utilizados. O resto ficará retido, a título de serviço prestado. 
 
Curiosidade 
É usual que os seguros de danos patrimoniais sejam firmados para terem 
validade apenas em território brasileiro; mas, pode haver, por interesse do 
segurado, necessidade de cobertura internacional, o que acabará por majorar o 
valor do prêmio, sem inviabilizar a operacionalidade da prestação do serviço. 
1.2 Tipos de riscos 
 
 
5 
Com relação às formas de contratação, as condições gerais de cada 
contrato especificam que existe o risco absoluto, o risco relativo e o risco total. 
Esses riscos estabelecem de maneira clara os limites das garantias oferecidas 
pela empresa seguradora. 
Antes de analisarmos, juntos, os detalhes desses riscos, vamos ver outros 
pontos importantes: por exemplo, o limite máximo de garantia é definido pelo 
segurado de maneira livre, constituindo o valor máximo a ser indenizado pela 
seguradora em caso de sinistro comprovado e coberto. 
Já o valor em risco é o custo para a reposição dos bens patrimoniais em 
momento anterior à assinatura do contrato de seguro. Em alguns casos, osegurado pode optar pela reposição do item patrimonial e não pela indenização. 
Considerando o risco absoluto, nesse caso a companhia seguradora é 
que arca com os prejuízos identificados de maneira integral, considerando o 
limite estabelecido na apólice e deduzidos os valores de franquia, caso haja. 
Já o risco relativo é utilizado quando há a possibilidade de um item 
patrimonial ser atingido mais do que uma vez pelo mesmo evento sem que haja 
perda total. O segurado deverá declarar, quando efetuar a formalização da 
apólice, o respectivo valor em risco de cada item patrimonial segurado, que é 
chamado valor em risco declarado. 
O último modelo, que é o risco total, tem relação com os valores máximos 
definidos pelo segurado no momento da assinatura da apólice. Se, no momento 
da ocorrência de um sinistro, for constatado que o valor do limite máximo de 
garantia não cobre o valor então atual dos bens, deverá haver um rateio, também 
definido em cláusula contratual. Vejamos um exemplo para deixar essa situação 
mais clara. 
Imaginemos que um segurado tenha firmado uma apólice de seguro de 
damos patrimoniais no valor de R$ 100 mil de limite máximo de garantia. No 
momento de ocorrência do sinistro, foi constatado, por um perito nomeado pela 
seguradora, que o valor em risco era de R$ 120 mil, sendo o prejuízo, calculado 
pelo perito, de R$ 30 mil. Nesse caso, o limite máximo em garantia não pode ser 
coberto, pois R$ 100 mil não cobrem R$ 120 mil, sendo necessária a aplicação 
de cláusula de rateio. Com isso, o cálculo da indenização segue a seguinte 
fórmula matemática: 
 
Indenização = (limite máximo em garantia / valor em risco) x prejuízo. 
 
 
6 
 
Considerando a situação-exemplo exposta, o cálculo seria o seguinte: 
 
Indenização = (100.000 / 120.000) x 30.000 = R$ 25 mil. 
 
Nessa situação, o segurado receberia como indenização o valor de R$ 25 
mil, em decorrência do sinistro. Notem que, se fosse desconsiderar o valor então 
atual do item patrimonial, ele receberia o montante de R$ 30 mil para compensar 
o prejuízo. As seguradoras, para utilizarem esse cálculo simples, sem a cláusula 
de rateio, normalmente cobram maior valor de prêmio, pois o risco para ela é 
maior. 
 
Saiba mais 
O seguro não foi feito para fazer com que o segurado tenha aumento 
patrimonial nem saia beneficiado após a ocorrência de um sinistro. O seu 
princípio fundamental é a troca de riscos para que as eventuais perdas e danos 
patrimoniais sejam compensados, sem qualquer acréscimo patrimonial. Tanto é 
que a legislação brasileira não considera os valores recebidos a título de 
indenização de seguro como valores tributáveis, pois apenas farão a reposição 
de item que já constava anteriormente na estrutura patrimonial dos segurados. 
TEMA 2 – SEGURO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS 
Pensando nas atividades profissionais exercidas nas mais diversas 
especialidades, os seguros de prestação de serviços surgem como garantidores 
das boas relações entre profissionais e clientes. Por mais gabaritado que um 
profissional seja ou por mais experiência que ele possua sobre determinada 
atividade, ninguém estará isento da possibilidade de cometer um erro durante a 
vida laboral, mesmo que não seja decorrente de má-fé ou negligência. Vamos 
ver as características desse tipo de seguro juntos, a partir de agora. 
2.1 Características do seguro de prestação de serviços 
Um seguro de prestação de serviços possui a característica básica de 
garantir ao segurado o reembolso de valores ligados à responsabilidade civil, 
 
 
7 
provenientes de sinistros involuntários, normalmente ocorridos em locais 
pertencentes a terceiros. Tais danos podem ser corporais ou materiais. 
Vamos exemplificar para facilitar a compreensão: imaginemos um 
shopping center que necessite de um prestador de serviços para realizar a 
manutenção de seus elevadores, escadas rolantes e sistema de ar-
condicionado. A primeira coisa a se fazer é, depois da escolha da empresa que 
fará a atividade citada, verificar se ela possui um seguro de prestação de 
serviços. 
Deve ser enfatizado que esse serviço pode ser, alternativamente, 
prestado por uma pessoa física, devendo o seguro ser contratado por ela para 
garantir a cobertura dos riscos associados à atividade. 
Esse contrato pode ser firmado entre a prestadora de serviço e uma 
seguradora para uma tarefa em específico, como é o caso do serviço do 
shopping center; ou ter vigência anual, servindo para assegurar todos os 
serviços prestados no intervalo de tempo em que a apólice estiver vigente. 
Esses seguros são muito indicados para prestadores de serviços que 
possuam estrutura empresarial pequena ou média e que não possuam 
descaracterização da pessoa física, como é o caso dos empreendedores 
individuais. Nesses casos, mesmo ocorrendo um sinistro em nome da pessoa 
jurídica, os bens da pessoa física podem ser arrolados como garantia, o que 
geraria a ruína do negócio, a depender do tamanho da indenização a ser 
realizada. 
O seguro de prestação de serviços protege tanto a pessoa física quanto 
a pessoa jurídica, pois qualquer dano involuntário, causado a um terceiro, que 
estiver coberto pelas condições da apólice será abrangido, sendo realizado pelo 
titular do negócio ou por qualquer um dos seus funcionários. 
Essa modalidade de seguro possui diversas vertentes, garantindo 
coberturas inclusive de atos ou de omissões realizadas pelo proprietário da 
empresa ou pelos seus funcionários. Algumas situações não são cobertas por 
esse seguro e, entre os casos, podem ser citados os prejuízos com multas, 
gastos ligados a resultados de processos criminais, a acidentes de trabalho, a 
desastres naturais, a sabotagem, a terrorismo e, o que é mais importante, ao 
descumprimento intencional de regulamentações e normas relativas à atividade 
operacional exercida. 
 
 
8 
Vejamos a seguinte situação: no mesmo caso do shopping center, uma 
empresa começou a realizar as devidas manutenções nos elevadores, escadas 
rolantes e sistema de ar-condicionado. No entanto, no decorrer das atividades, 
houve um acidente em que um funcionário se desequilibrou e caiu sobre um 
cliente que estava passando, gerando gastos hospitalares e alguns ossos 
quebrados para ambos os partícipes do fato. 
O que ocorreu foi que, além de o funcionário não ter utilizado todos os 
equipamentos de segurança, fato que foi atestado em perícia posterior, também 
não houve a correta sinalização e isolamento da área em que o serviço era 
prestado, deixando o funcionário de cumprir duas normas específicas: em 
relação ao uso dos equipamentos de segurança e ao isolamento da área em que 
o serviço de manutenção estava sendo realizado. 
Dessa forma, a seguradora tem o direito de se isentar da obrigação de 
qualquer pagamento relativo a indenizações, pois ficará comprovado como 
resultado da perícia realizada que houve negligência por parte do funcionário e, 
consequentemente, por parte da empresa segurada, colocando em risco, de 
maneira deliberada, não somente os próprios envolvidos no acidente, mas outros 
clientes e de maneira desnecessária, puramente por falta de cumprimento à 
regulamentação vigente de segurança do trabalho. 
 
Curiosidade 
Mesmo se tratando de uma situação em que a empresa não poderá 
acionar o seguro de prestação de serviço por causa do descumprimento das 
normas de segurança, o funcionário que permanecer sem condições de trabalho 
em decorrência de acidente poderá acionar o INSS para ter preservados os 
direitos relacionados ao período em que estiver sem condições de trabalho. 
2.2 Sobre as indenizações devidas 
Uma pergunta muito comum que os prestadores de serviço se fazemé 
com relação aos valores a serem cobertos em um seguro. É praticamente 
impossível precisar o valor que necessitará ser coberto a título de indenizações 
por responsabilidade civil por parte de empresas e prestadores de serviço em 
decorrência de problemas ligados às atividades profissionais realizadas. 
Embora não se tenha um valor preciso, é unânime que os valores 
contratados não devem ser baixos. Os valores mais comumente buscados para 
 
 
9 
cobertura de riscos decorrentes de prestações de serviço giram em torno de R$ 
1 milhão, mas essa quantia poderá ser maior ou menor de acordo com a 
necessidade identificada, além do tamanho da empresa e da qualidade dos 
clientes que normalmente a contratam. 
As indenizações desses contratos de seguros podem cobrir tanto serviços 
realizados em dependências físicas sob a responsabilidade do cliente quanto do 
próprio segurado, podendo eventualmente o serviço ser prestado em um terceiro 
local e, mesmo assim, a cobertura continuará vigente, desde que nenhuma 
cláusula da apólice seja desrespeitada. 
De maneira geral, as apólices possuem cobertura nacional para garantia 
das perdas e danos ocorridos durante a prestação do serviço, mas há casos de 
exportadoras que contratam este serviço com cobertura internacional, 
adicionando os países conforme as necessidades identificadas de cobertura. O 
que não pode ser deixado de lado é que, por transacionar com países 
estrangeiros, as empresas prestadoras de serviços também estarão sujeitas às 
regras vigentes naqueles países. 
Por fim, em se tratando de municípios brasileiros fronteiriços, ou seja, 
próximos a cidades estrangeiras, há opções que já congregam essas coberturas 
adicionais, principalmente nos países do Mercosul. Na Região Sul e na Região 
Centro-Oeste, é comum que prestadores de serviços localizados no Brasil se 
desloquem para países estrangeiros, como Uruguai, Argentina, Paraguai e 
Bolívia, para prestar serviços. 
Há também tal ocorrência na Região Norte. Mas, devido à geografia 
singular daquela região, a ocorrência é bem menor se comparada com o eixo 
sul-centro-oeste. 
Mas, e se ocorre um sinistro e há vários lesados com a cobertura, esta 
não sendo suficiente para indenização total de todos? Vamos verificar na prática, 
com um exemplo. 
Há um sinistro durante uma prestação de serviço que deixa duas vítimas, 
João e Mário. O seguro é acionado, mas a cobertura total é de apenas R$ 500 
mil. As indenizações devidas são de R$ 600 mil para João e R$ 200 mil para 
Mário, ultrapassando a cobertura da apólice. Portanto, o valor total devido é de 
R$ 800 mil. Proporcionalmente, R$ 600 mil representam 75% de R$ 800 mil e 
R$ 200 mil representam 25% dos mesmos R$ 800 mil. Seguindo esse critério de 
proporcionalidade, João e Mário receberão, respectivamente, 75% e 25% da 
 
 
10 
cobertura total de R$ 500 mil, ficando o primeiro com R$ 375 mil e o segundo 
com R$ 125 mil. 
O restante da indenização, que o seguro não cobrirá, poderá ser pleiteado 
por via judicial, não estando o responsável por ter causado os danos livre do 
restante da responsabilidade. 
 
Saiba mais 
Nesse caso, como houve um valor a ser indenizado maior que o valor total 
coberto e havia mais de um indenizado, utiliza-se o critério da proporcionalidade 
para definir quanto cada um vai receber da seguradora a título de indenização. 
TEMA 3 – SEGURO DE RENDA: PREVIDÊNCIA PRIVADA 
A previdência privada é caracterizada por ser um seguro para garantir 
fundos na época da aposentadoria, mas que não possui qualquer ligação com o 
INSS. A previdência privada possui a função de complementar os valores 
percebidos pelos segurados como aposentadoria regular e todos os planos de 
previdência privada oferecidos no país são fiscalizados pela Superintendência 
de Seguros Privados (Susep), órgão pertencente à União. Pois então vamos 
começar nossos estudos em previdência privada, já! 
3.1 Os diversos tipos de previdência privada 
Há duas tabelas de previdência privada, a regressiva e a progressiva e 
ambas possuem características muito distintas. A primeira, regressiva, é mais 
benéfica para os casos em que o segurado tenha a intenção de resgatar todo o 
dinheiro em uma única operação, pois os recursos entregues às seguradoras 
vão ficando “velhos” e, conforme isso vai ocorrendo, pagam menos tributos. 
Isso tem muita lógica, pois a tributação vai desde 35% até 10% sobre os 
valores, sendo de 35% se o resgate for em até 2 anos após o investimento e de 
10% se for feito depois de 10 anos de investido o dinheiro. O governo abre mão 
do recolhimento de impostos, mas apenas nos casos em que o dinheiro ficou 
guardado por, no mínimo, uma década. A razão disso é relativamente simples, 
pois essa pessoa que poupou dinheiro por tanto tempo dá menos trabalho à 
Previdência Social, já que possui o complemento de renda e, em contrapartida, 
o governo a recompensa por tal disciplina. 
 
 
11 
Já na tabela progressiva, os valores dos tributos sobre a renda cobrados 
seguem a tabela tradicional do Imposto de Renda. Vão de isentos a até 27,5%, 
dependendo da quantidade de renda que tenha sido gerada. Para valores 
segurados nessa tabela o ideal é que os saques sejam menores, periódicos e 
mais constantes. 
A título de exemplo, uma pessoa com 20 anos de idade e que queira se 
aposentar em 30 anos faz um único investimento de R$ 60 mil ao iniciar a vida 
laboral. Vejamos na Tabela 1 o que acontece com esse valor. 
Tabela 1 – Evolução dos valores na previdência privada 
 Tabela progressiva Tabela regressiva 
Saque único aos 50 anos de idade R$ 440.000,00 R$ 520.000,00 
Renda temporária dos 50 aos 70 anos R$ 2.500,00 R$ 2.300,00 
 
O que deve ficar claro é que esses valores são aproximados e 
correspondem ao valor do dinheiro em termos atualizados, ou seja, os valores 
podem ser diferentes em termos absolutos, mas terão o poder de compra dos 
valores apresentados na Tabela 1. 
Quando o segurado for assinar o contrato com a seguradora, é importante 
que ele defina e tenha consciência do regime tributário que será utilizado para a 
capitalização dos valores. Tudo porque a troca livre de regime tributário não é 
permitida, apenas podendo ocorrer da tabela progressiva para a tabela 
regressiva, mudança essa irreversível. Não é permitida a troca de um plano que, 
inicialmente, começou na tabela regressiva, pela progressiva. 
Trocando em miúdos, só existe possibilidade de troca uma única vez e 
exclusivamente para os planos que estão na tabela progressiva. 
Ainda falando sobre os contratos de previdência privada existentes, há 
dois tipos no Brasil, que são o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e o Vida 
Gerador de Benefício Livre (VGBL). Da mesma forma com que ocorre na escolha 
do regime de tributação, a escolha do tipo específico de plano define os rumos 
da cobertura financeira futura aos segurados. 
O PGBL é mais indicado para os indivíduos com renda mais elevada, 
porque permite abatimentos da base tributável para Imposto de Renda até o 
montante de 12% do total da renda bruta tributável. Se a sua renda for de R$ 
100 mil por ano, por exemplo, você entrega R$ 12 mil para a seguradora durante 
 
 
12 
o ano e sua base tributável cai para R$ 88 mil, além de o dinheiro investido ficar 
disponível para cobrir sua aposentadoria, no futuro. 
Deve ser feito um planejamento em relação aos saques, pois no momento 
da retirada a incidência tributária é realizada sobre o montante total e não apenas 
sobre os ganhos auferidos, já que houve isenção da parcela investida por meio 
da redução da base tributável, enquanto se estava trabalhando. 
No caso do VGBL, a diferença fundamental dele é que nãopode ser 
utilizado como abatimento para efeitos de Imposto de Renda, sendo tratado mais 
como um investimento do que como um seguro propriamente dito. Também os 
impostos apenas incidirão sobre os ganhos obtidos e não sobre o valor total 
disponível. 
Uma característica dos planos de previdência privada é a possibilidade de 
escolha da forma de recebimento da renda, a qual pode ser por um período ou 
vitalícia. Outro ponto importante, definindo-a claramente como seguro, é a 
determinação de que os filhos ou o cônjuge continuem recebendo a renda na 
eventualidade de morte do titular da apólice. 
A adição de pecúlio por morte ou por invalidez também funciona como 
seguro, pois em caso de morte o dinheiro é direcionado para os herdeiros diretos. 
Se houver invalidez permanente, é o próprio titular quem dispõe dos recursos 
financeiros como forma de indenização. 
3.2 Diferenças em relação à previdência social 
Primeiramente, deve ser destacada a forma de capitalização dos valores, 
em um plano de previdência privada. De maneira distinta do INSS, em que você 
não escolhe quanto será destinado mensalmente para compor sua base de 
capital, na previdência privada é possível se definir quanto e quando será 
realizado um aporte financeiro para ser capitalizado. 
O que ocorre como consequência é que o valor a ser recebido no 
momento do saque, ou seja, após a aposentadoria, será proporcional ao valor 
total aportado durante o chamado período de acumulação. Quanto mais recursos 
estiverem lá, mais recursos estarão disponíveis. 
Outra característica dos planos de previdência privada e que os difere da 
previdência social é que, em caso de desistência do plano no meio do caminho, 
todo o valor aportado pode ser resgatado, descontando-se os tributos 
relacionados à modalidade que foi escolhida. Por isso é tão importante escolher 
 
 
13 
corretamente a melhor forma de tributação, ou seja, aquela que mais se adapta 
à realidade do segurado e de sua família. Já fica claro que não existe uma 
fórmula para que todos possam seguir e extrair os melhores benefícios de um 
seguro de renda, pois cada caso deve ser tratado de maneira exclusiva. 
Por fim, na previdência social apenas há uma forma de obtenção de 
benefícios, que é por meio da aposentadoria vitalícia, não sendo possível definir 
uma data em que os benefícios cessarão. 
 
Curiosidade 
Você sabe como funciona a previdência social em relação aos 
pagamentos e aos seus beneficiários? Veja o vídeo Diferença entre previdência 
social e privada (2014) e entenda um pouco mais. 
TEMA 4 – CAPITALIZAÇÃO 
A capitalização é, sim, uma forma de poupança. Embora muitas pessoas 
não gostem da capitalização como forma de investimento, ela é muito segura e 
toda regrada pela Susep. Isso é garantia para quem investe e risco de ganhar 
nos sorteios oferecidos pelas empresas que a oferecem. Você acha que entende 
bem de capitalização? Que tal verificarmos isso juntos, a partir de agora? Vamos 
lá! 
4.1 Uma forma segura de guardar dinheiro 
É verdade que a capitalização é uma forma de investimento, mas também 
é verdade que esse investimento apenas é capitalizado parcialmente, ou seja, 
uma parte dele não receberá qualquer tipo de remuneração. Tudo isso deve 
estar definido no próprio título de capitalização, nas condições gerais do título, 
deixando bem claro quando e quanto será pago aos investidores dos valores 
colocados à disposição dos ofertantes. 
A parte que não é capitalizada é utilizada justamente para custear os 
sorteios realizados, além das despesas administrativas decorrentes da gestão 
dos títulos por parte das empresas administradoras. É muito comum que haja 
esses sorteios como forma de atrair mais clientes, o que torna o plano inteiro 
mais robusto, financeiramente falando. 
 
 
14 
Nas condições gerais devem estar previstas a vigência do título e outras 
características gerais, entre elas a possibilidade de transferência de titularidade, 
se houver interesse, por parte do titular. As formas de resgate também precisam 
estar claras, assim como as penalidades aplicadas para resgates antes das 
datas previstas. 
Adicionalmente, devem ser especificados os índices utilizados para 
reajuste anual dos valores pagos pelos titulares e é expressamente proibida a 
cobrança de qualquer taxa que esteja ligada com o ingresso na capitalização. 
Os tipos de títulos disponíveis no mercado são três, chamados de PM, PP 
e PU. 
O PM é aquele que estabelece um pagamento mensal por parte do 
titular; já o PP não possui relacionamento entre o número de meses de 
vigência e o número de parcelas a serem pagas; e o PU é o título que 
possui apenas um pagamento, normalmente realizado no início do 
contrato (Susep). 
Há quatro modalidades distintas de títulos de capitalização, a saber: 
tradicional, compra programada, popular e incentivo. 
A tradicional restitui o total dos pagamentos efetuados, no mínimo, ao final 
do período de vigência, desde que todas as datas previstas tenham sido 
seguidas pelo titular. 
A compra programada prevê que seja devolvido ao titular, ao fim da 
vigência, o valor total pago ou a alternativa de escolher um bem ou serviço 
previamente evidenciado no momento do cadastro. A intermediação que deve 
ser feita com os fabricantes ou prestadores de serviço não é de responsabilidade 
do titular e, sim, de quem oferece os títulos ao público. 
A popular é aquela que permite a participação do titular em sorteios 
diversos, mas em que não há previsão para devolução integral dos valores 
pagos. Por fim, o incentivo possui vinculação a um evento promocional que seja 
do interesse direto do ofertante do título de capitalização, normalmente 
associado a uma oferta de serviço, mas sem se caracterizar por uma venda 
casada. 
Um título de capitalização possui uma vigência mínima de 12 meses e, no 
mínimo, deve possuir 10 mil títulos a serem comercializados. Todos os 
integrantes terão iguais direitos perante a empresa que subscreveu os títulos e 
os pagamentos são divididos formalmente em três partes distintas, sendo uma a 
cota de capitalização, outra a cota de sorteio e a última a cota de carregamento. 
 
 
15 
 
Saiba mais 
Sabe por que os brasileiros buscam tanto os serviços de título de 
capitalização? Veja um pouquinho mais no vídeo Especialista explica o que é 
título de capitalização (2015). 
4.2 Uma forma segura de apostar o dinheiro guardado 
Que o título de capitalização possui a cota de sorteio, aquela que faz com 
que você possa ganhar um dinheiro adicional de tempos em tempos, ninguém 
duvida. No entanto, qual segurança você possui, como investidor, de que os 
recursos estão, de fato, sendo direcionados para as três cotas, de acordo com o 
que deveria ser feito? 
É a Susep o órgão oficial que faz o controle e a fiscalização dos títulos de 
capitalização, baseando-se primeiramente no Decreto-Lei n. 261 de 28 de 
fevereiro de1967 (Brasil, 1967). Com base nesse texto legal, que é a base de 
toda a fiscalização, a Susep já emitiu uma série de circulares para normatizar 
efetivamente as empresas emissoras dos títulos. 
Até mesmo a mecânica de como os sorteios são realizados deve respeitar 
o estabelecido pela Susep e as autorizações para funcionamento das instituições 
emissoras de títulos só podem ser dadas por esse órgão de fiscalização. 
Os sorteios normalmente são realizados com base em loterias oficiais. 
Essa estratégia, por parte das emissoras de títulos de capitalização, possui uma 
explicação simples, que é a redução de custos. Para implementar uma 
modalidade própria para sorteio, todo o processo de validação e de auditoria 
deveria ser validado pela Susep, o que deixaria a gestão dostítulos muito mais 
complexa e cara, onerando mais ainda os titulares. 
Quando se utilizam índices oficiais, aceitos pela Susep, como referência 
para premiação, o resultado já vai pronto e é garantida a idoneidade dos 
procedimentos sem a necessidade do gerenciamento por parte da instituição 
emissora. 
A emissora dos títulos também deve definir de que maneira serão 
trabalhados os números de loterias oficiais e as formas de premiação dos 
titulares. Normalmente há múltiplos em relação aos valores pagos. Por exemplo, 
se um titular paga R$ 100 mensais e um título prevê o pagamento de 20 vezes 
o valor pago, o prêmio deve ser de R$ 2 mil. A emissora também deve definir se 
 
 
16 
os prêmios a serem pagos serão brutos ou líquidos, ou seja, se haverá ou não a 
incidência de Imposto de Renda. 
Após o sorteio, um título pode ou não permanecer em vigor, situação essa 
que deve estar expressamente prevista nas condições gerais do contrato, e o 
fato de o titular porventura ter sido sorteado em algum momento não faz com 
que o seu direito a receber os valores pagos até aquele momento se alterem de 
nenhuma forma. 
Por fim, não existe previsão legal que obrigue uma instituição emissora a 
estabelecer sorteios periódicos para os titulares concorrerem a qualquer 
premiação. Isso também define a cota de capitalização, pois, quanto maior for o 
volume de sorteios realizados e seus prêmios, a tendência é que sobre uma 
menor parte disponível para a cota de capitalização, que é a parte a ser devolvida 
para os titulares ao fim da vigência do plano. 
 
Curiosidade 
O título de capitalização é muito parecido com a própria loteria, no Brasil, 
e é muito popular justamente por esse caráter de manter o titular concorrendo a 
sorteios, tal como ocorre em uma loteria normal, mas possui a situação de 
poupança de recursos, algo que a loteria normal não oferece. 
TEMA 5 – COSSEGURO, RESSEGURO E RETROCESSÃO 
O cosseguro, o resseguro e a retrocessão são assuntos tão específicos 
que devem ser tratados em conjunto, pois ocorrem praticamente em conjunto. 
Ainda por cima, eles não estão tão ligados a nossas vidas cotidianas como os 
assuntos que vimos anteriormente nesta aula, pois fazem parte do conjunto de 
atividades que afetam as rotinas das companhias seguradoras. 
Mas, nós não estamos aqui apenas para verificar uma parte do conteúdo 
e, sim, o conteúdo completo. E vamos começar logo a fazer isso, porque o tempo 
não para! 
5.1 Conceitos de cosseguro, resseguro e retrocessão 
Conceitualmente, podemos dizer que o cosseguro é a divisão de 
responsabilidades provenientes dos riscos assumidos entre duas seguradoras 
ou mais. É quando, na prática, distribuem-se as responsabilidades entre as 
 
 
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empresas seguradoras, sendo que cada uma assume apenas parte dos riscos 
de uma apólice, tudo com o devido conhecimento do segurado. 
O resseguro é o seguro da própria seguradora, que é uma transferência 
parcial ou total dos riscos assumidos de um segurado. O ressegurador 
normalmente é o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), que, no entanto, desde 
meados da primeira década do novo milênio deixou de ter o monopólio das 
operações de resseguro no Brasil, fazendo com que o mercado ganhasse em 
dinamismo e com redução dos preços e também houvesse riscos maiores, com 
a entrada de players internacionais nesse mercado. 
Já a retrocessão é uma operação que depende da presença do IRB. 
Nessa operação, é repassado ao mercado o excesso de responsabilidade que 
ultrapasse o que a seguradora tem condição de indenizar, ou seja, de cobrir em 
garantia. 
 
Saiba mais 
Você sabe como funcionam os resseguros no Brasil? Já ouviu falar sobre 
os resultados e as operações de resseguros? No vídeo Resseguro melhora 
resultados (Mendonça, 2016) você pode ficar mais atualizado com relação a 
esse assunto. 
5.2 Fluxo de operações no cosseguro e no resseguro 
Inicialmente, nós vamos mostrar os fluxos de operações que ocorrem no 
cosseguro e, na sequência, será mostrado o conjunto de fluxos de operações 
que ocorre no resseguro e na retrocessão. 
No cosseguro o segurado entra em contato com uma seguradora, a qual 
emite a apólice de seguro devidamente registrada e com os riscos conhecidos e 
cobertos de acordo com o interesse de ambos. É acordado o pagamento do 
prêmio, por parte do segurado. Até esse momento, o que ocorre é uma operação 
normal, tal como já vimos nesta aula, em diversas passagens. Mas, há mais 
detalhes no cosseguro e eles começam a ser descritos aqui. Essa seguradora 
passará a ser chamada de seguradora líder. 
Líder porque cederá à outra seguradora o prêmio de cosseguro que foi 
pago pelo segurado. Com isso, as duas seguradoras dividem de maneira 
proporcional e previamente acordada entre elas as responsabilidades e os riscos 
apresentados pelo segurado. 
 
 
18 
O fluxo de operações no resseguro e na retrocessão é um pouco diferente. 
Até o momento em que a primeira seguradora entra em comum acordo com o 
segurado, novamente não há diferença. A diferença está na forma de cessão 
que essa primeira seguradora utiliza. Nesse caso, o que ocorre é a cessão por 
meio de um contrato de resseguro, em que a resseguradora aceita receber o 
contrato da primeira seguradora, chamado contrato de retrocessão. O prêmio de 
resseguro acontece normalmente entre seguradora e resseguradora e, na 
prática, é como se a resseguradora garantisse as condições oferecidas pela 
seguradora ao segurado. 
Para finalizar, para o segurado não muda nada. Ele continua segurado, 
as condições contratuais não são alteradas em nenhum momento, mas a forma 
como essa garantia será transferida em caso de sinistro é que será alterada. 
 
Curiosidade 
Com o texto Entenda o resseguro (2018), você poderá entender um pouco 
mais as operações de cosseguro e resseguro, tão comuns no mercado brasileiro, 
mas que, devido ao fato de serem utilizadas apenas pelas grandes empresas, 
não são difundidas na mídia. 
TROCANDO IDEIAS 
Você já pensou em quando se aposentar? Se ainda não pensou, é hora 
de se preocupar com isso. O assunto é particularmente importante, pois a 
previdência social vem diminuindo constantemente o valor máximo a ser pago 
para as aposentadorias. 
Na década de 1980, os valores máximos giravam em torno de 10 a 15 
salários-mínimos; na década de 1990, esse valor não passava de 10 salários-
mínimos e, na primeira década deste milênio, o teto da aposentadoria pela 
previdência social equivalia, no máximo, a 8 salários-mínimos. 
Especialistas dizem que, por volta de 2030, o teto da aposentadoria na 
pela previdência social estará em torno de dois salários-mínimos. O que fazer, 
então? Preparar sua aposentadoria enquanto você trabalha, enquanto você tem 
condições de criar uma reserva financeira. Do contrário, sua maior preocupação 
durante a aposentadoria será continuar trabalhando para garantir o padrão de 
vida obtido enquanto ativo. 
 
 
19 
A previdência privada é uma solução para diminuir esses problemas 
financeiros, ao fim da vida laboral. Mas, além dos dois regimes tributários 
existentes, há duas modalidades de planos vigentes. O que faria com que você 
escolhesse o regime progressivo ou o regressivo? E o que faria você escolher o 
VGBL ou o PGBL? 
Poste no fórum suas escolhas e justifique-as, de acordo com seus planos 
de longo prazo. 
NA PRÁTICA 
Imagine que você, por necessidades que podem ser tanto pessoais 
quanto profissionais, resolveu contratar um seguro de vida para resguardar não 
apenas você, mas também a sua família, na eventualidade de um óbito. Você 
buscou os serviços de um corretor e ele lhe garantiu coberturas em casos de 
invalidez permanentee de morte, o que foi aceito por você imediatamente. 
Durante a vigência do contrato, você hipoteticamente sofre um acidente 
de trabalho e é obrigado a ficar hospitalizado, sendo atestado que deverá 
permanecer durante 180 dias sem exercer atividades laborais, ou seja, apenas 
em recuperação. 
Ao acionar o seguro e pleitear sua garantia, o corretor comenta que a 
garantia apenas cobre a invalidez permanente, mesmo que parcial, mas não 
indeniza invalidez temporária, mesmo que total. 
Qual foi seu principal erro ao contratar esse seguro, em se tratando de 
riscos cobertos? Aponte quais alternativas poderiam ser escolhidas para que 
todas as situações de risco fossem cobertas. Isso pode se dar com a contratação 
de um novo seguro ou com a adequação da apólice, durante a vigência. 
Passos para a resolução do problema 
Você deve identificar as necessidades do segurado ao contratar um 
seguro, para garantir tranquilidade financeira para ele e sua família. Isso consiste 
em verificar junto a um corretor quais situações precisam ser cobertas e quais 
podem ficar de fora, de acordo com o perfil apresentado. 
Esse procedimento prévio é o que faz com que erros sejam evitados no 
momento da contratação dos serviços de uma seguradora. 
Resolução do problema 
 
 
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Há duas alternativas simples e viáveis que poderiam ter sido escolhidas 
pelo segurado em questão. A primeira delas seria adicionar, logo no momento 
da assinatura do contrato de seguro ou em momento posterior, quando 
identificada a sua necessidade, uma cobertura em caso de invalidez temporária, 
o que não havia sido feito. 
Alternativamente, poderia ter sido contratado um seguro de atividades 
profissionais, que é um seguro que garante o pagamento de uma parcela por dia 
de internação ao segurado, desde que ele não possa realizar suas tarefas 
laborais. Esse seguro poderia ser contratado de maneira separada, em 
complemento ao seguro que foi efetivamente firmado, o que completaria a 
cobertura necessária. 
FINALIZANDO 
Seguros podem ser contratados durante a nossa vida toda, 
independentemente do momento em que estejamos. Mas é importante saber 
quais seguros são mais e menos interessantes para a nossa realidade. Esta aula 
mostrou exatamente isso: os detalhes dos seguros mais presentes em nossa 
vida. De maneira adicional, mostrou detalhes de operações que são 
preocupações das próprias empresas seguradoras, com vistas a garantir o 
cumprimento contratual com todos os segurados sob sua responsabilidade. 
 
 
 
21 
REFERÊNCIAS 
AZEVEDO, G. H. W. de. Seguros, matemática atuarial e financeira. 1. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2008. 
BRASIL. Decreto-Lei n. 261, de 28 de fevereiro de 1967. Dispõe sobre as 
sociedades de capitalização e dá outras providências. Diário Oficial da União, 
Brasília, 28 fev. 1967. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1965-1988/Del0261.htm>. 
Acesso em: 15 jun. 2018. 
CRUZ, D. Diferença entre previdência social e privada. Videoexplicação. 
YouTube, 14 out. 2014. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=05f1YO2HvDs>. Acesso em: 15 jun. 2018. 
ENTENDA o resseguro. Tudo sobre seguros, 2018. Disponível em: 
<http://www.tudosobreseguros.org.br/portal/pagina.php?l=366>. Acesso em: 15 
jun. 2018. 
GOLDBERG, I. Direito de seguro e resseguro. Rio de Janeiro: Forense, 2012. 
(Série FGV Direito Rio). 
MENDONÇA, A. P. Publicado por Penteado Mendonça e Char Advocacia. 
Reprodução de programa televisivo Siga Seguro, veiculado originalmente no 
canal Band News em 18 de julho de 2015. YouTube, 2 fev. 2016. 
POLIDO, W. Contrato de seguro: novos paradigmas. São Paulo: Roncarati, 
2010. 
SINDSEG NNE. Especialista explica o que é título de capitalização. 
Videoexplicação. YouTube, 16 nov. 2015. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=bP83VsBDWok>. Acesso em: 15 jun. 
2018. 
SUSEP – Superintendência de Seguros Privados. Site institucional. 
Capitalização. Rio de Janeiro. Disponível em: 
<http://www.susep.gov.br/menu/informacoes-ao-publico/planos-e-
produtos/capitalizacao>. Acesso em: 15 jun. 2018.

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