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1/10/2014 1 Arritmia Cardíaca Simone Lacava Definição: ARRITMIA "Qualquer ritmo cardíaco que não seja o ritmo sinusal normal." Pode resultar da formação de impulsos alterados ou da alteração na condução do impulso. Determinação Ritmo Cardíaco 1. Calcular a frequência Atrial (onda P) 2. Calcular a frequência Ventricular (complexo QRS) 3. Determinar a regularidade e a forma das ondas P 4. Determinar a regularidade, forma e largura do complexo QRS 5. Medir o intervalo PR 6. Interpretar a arritmia, conforme sua classificação Classificação das Arritmias Nomeadas: Pelo lugar onde se ORIGINAM Pela sua FREQUÊNCIA 1. Ritmos originários do Nodo Sinusal 2. Ritmos originários dos Átrios 3. Ritmos originários da Junção Atrioventricular 4. Ritmos originários do Ventrículo 5. Bloqueios AV. Ciclo Cardíaco 0,12 a 0,20 s 0,04 a 0,10 s 1. Ritmos Originários do NODO SINUSAL Ritmo Sinusal Normal Bradicardia Sinusal Taquicardia Sinusal Arritmia Sinusal Parada Sinusal 1/10/2014 2 2. Arritmias Originárias dos ÁTRIOS Complexos Atriais Prematuros (CAP) Marca-passo Migratório Atrial (MMA) Taquicardia Atrial Flutter Atrial Fibrilação Atrial 3. Arritmias Originárias da JUNÇÃO ATRIOVENTRICULAR Complexo Juncional Prematuro (CJPs) Ritmo Juncional Ritmo Juncional Acelerado Taquicardia Juncional 4. Arritmias Originárias dos VENTRÍCULOS Complexos Ventriculares Prematuros (CVPs) Ritmo Ventricular Ritmo Ventricular Acelerado Taquicardia Ventricular Fibrilação Ventricular Assistolia Ventricular 5. BLOQUEIOS ATRIOVENTRICULARES Bloqueio Atrioventricular de Primeiro Grau Bloqueio Atrioventricular de Segundo Grau Bloqueio Atrioventricular de Segundo Grau do Tipo I Bloqueio Atrioventricular de Segundo Grau do Tipo II Bloqueio Atrioventricular de Alto Grau Bloqueio Atrioventricular de Terceiro Grau (Bloqueio Completo) Ritmos Originários do Nodo Sinusal Ritmo Sinusal Normal Frequência: 60 a 100 bpm Ritmo: Regular Onda P: Precedem cada complexo QRS; consistentes em forma Intervalo PR: 0,12 a 0,20 segundo Complexo QRS: 0,04 a 0,10 segundo Condução: Normal através dos Átrios, Nodo AV, Ramos e Ventrículos 1/10/2014 3 Bradicardia Sinusal Frequência: < 60 bpm (Único aspecto diferente do Ritmo Sinusal Normal) Ritmo: Regular Onda P: Precedem cada complexo QRS; consistentes em forma Intervalo PR: 0,12 a 0,20 segundo Complexo QRS: 0,04 a 0,10 segundo Condução: Normal através dos Átrios, Nodo AV, Ramos e Ventrículos Bradicardia Sinusal TRATAMENTO Assintomatico: • Desnecessário tratamento Sintomatologia - Hipotensão, Confusão, Sudorese, Dor Torácica, ou outros sinais de comprometimento hemodinâmico ou Ectopia Ventricular • 0,5 mg de Atropina IV • Se persistir: Estimulação Temporária ou Permanente Taquicardia Sinusal FISIOPATOLOGIA É um ritmo SINUSAL NORMAL de frequência alta - RESPOSTA NORMAL A EXERCÍCIOS E EMOÇÃO É uma resposta fisiológica a uma diminuição do débito cardíaco - NUNCA DEVE SER IGNORADA DROGAS causadoras de Taquicardia Sinusal: Atropina, Isoproterenol, Adrenalina, Dopamina, Dobutamina, Noradrenalina, Nitroprussiato e Cafeína Taquicardia Sinusal FISIOPATOLOGIA TAQUICARD IA Persistente Diminuição de volume Sistólico DIÁSTOLE Perfundem-se as Artérias Coronarianas Ventrículos enchem de sangue Diminuição do Débito cardíaco Diminuição da Perfusão Coronariana secundaria a diminuição do tempo de Diástole DÉBITO CARDÍACO (DC) = Frequência Cardíaca (FC) X Volume de Sangue ejetado pelo Ventrículo a cada contração (VS) Taquicardia Sinusal Frequência: > 100 bpm Ritmo: Regular Onda P: Precedem cada complexo QRS; consistentes em forma; podem ser ocultadas pela onda T anterior Intervalo PR: geralmente normal; pode ser difícil de medir se as ondas P forem ocultadas pelas ondas T Complexo QRS: costuma ser normal Condução: Normal através dos Átrios, Nodo AV, Ramos e Ventrículos Taquicardia Sinusal TRATAMENTO Dirigido à causa subjacente PRESSÃO DO SEIO CAROTIDIO - reduz a FC temporariamente, reduzindo o risco para outras arritmias 1/10/2014 4 Arritmia Sinusal Nodo Sinusal realiza descargas de modo IRREGULAR Como fenômeno "NORMAL" • Associada à Respiração: • INSPIRAÇÃO - Nodo Sinusal dispara mais rápido • EXPIRAÇÃO - Nodo Sinusal dispara mais lento Como fenômeno PATOLÓGICO • Toxixidade Digitálica Arritmia Sinusal Frequência: 60 a 100 bpm Ritmo: Irregular Onda P: Precedem cada complexo QRS; consistentes em forma Intervalo PR: Geralmente normal (0,12 a 0,20 segundo) Complexo QRS: Costuma ser normal (0,04 a 0,10 segundo) Condução: Normal através dos Átrios, Nodo AV, Ramos e Ventrículos Arritmia Sinusal TRATAMENTO Costuma ser desnecessário Na TOXICIDADE DIGITÁLICA • os Digitálicos são reconsiderados • Uso da Atropina - aumenta a frequência e elimina a irregularidade Parada Sinusal Ocorre quando o disparo do Nodo Sinusal está deprimido e os impulsos não são formados quando esperados PAUSA SINUSAL - Há a falha na formação de apenas um impulso do Nodo PARADA SINUSAL - se mais de um impulso consecutivo não se formar Parada Sinusal CAUSAS Estimulação vagal Sensibilidade do seio carotídeo Interrupção do fornecimento de sangue para o Nodo Sinusal por IAM Medicamentos: • Digitálicos • Betabloqueadores • Bloqueadores de canais de cálcio Parada Sinusal Frequência: Costuma ser Normal ou próxima da Bradicardia Ritmo: Irregular Onda P: Quando presentes precedem cada complexo QRS; consistentes em forma Intervalo PR: Geralmente Normal quando a onda P está presente (0,12 a 0,20 s) Complexo QRS: Costuma ser Normal quando o Nodo Sinusal funciona, ausente na Parada Sinusal, a menos que ocorram Extrassistoles Condução: Normal através dos Átrios, Nodo AV, Ramos e Ventrículos quando o Nodo Sinusal está disparando, senão, não há condução através dos átrios 1/10/2014 5 Parada Sinusal TRATAMENTO DIRIGIDO A CAUSA SUBJACENTE Se a causa for medicamentosa - SUSPENDE A MEDICAÇÃO Minimizar a ESTIMULAÇÃO VAGAL Se o período de parada for freqüente e gerar INSTABILIDADE HEMODINÂMICA - 0,5mg Atropina IV Exercícios Determinar FC e Ritmo Cardíaco Taquicardia Supraventricular Arritmia Sinusal Ritmo Sinusal Taquicardia Sinusal 1/10/2014 6 Ritmo Sinusal Bradicardia Sinusal Taquicardia Sinusal Bradicardia Sinusal ARRITMIAS ORIGINAIS DOS ÁTRIOS Complexos Atriais Prematuros CAP Ocorre quando um foco irritável dispara antes que o próximo impulso do Nodo Sinusal seja emitido • Causas: Cafeína, Álcool, Nicotina, ICC, IAM, Ansiedade e estados Hipermetabolicos 1/10/2014 7 Marca-passo Migratório Atrial MMA Referem se a ritmos que apresentam variações morfológicas da onda P Taquicardia Atrial É um ritmo Atrial acelerado, com frequência de 120 a 250 bpm Quando tem inicio e termino súbito é chamado de TAQUICARDIA PAROXÍSTICA Flutter Atrial Frequência: 250 a 350 bpm Ritmo: Átrio - Regular; Ventrículo - pode ser Regular ou Irregular Onda P: Presença de onda F (ondas Flutter) caracterizada por padrão irregular, e formato "dente de serra". Pode estar oculta no QRS Intervalo FR: da onda Flutter até o início do QRS - podem ser consistentes ou variar Complexo QRS: geralmente normal, mas pode ocorrer irregularidades Condução: costuma ser normal através do Nodo AV e ventrículos CARACTERÍSTICA DO ECG com FLUTTER ATRIAL (FlA): Presença de um traçado com ondas F, regulares, sem linha isoelétrica, conferindo um aspecto típico "dentes de serra" Flutter Atrial Flutter Atrial TRATAMENTO Depende das condições HEMODINÂMICAS da arritmia Há preferência de CARDIOVERSÃO para DC muito reduzido BETABLOQUEADORES E BLOQUEADORES DO CANAL DE CÁLCIO usados para desaceleração a frequência ventricular Converter para ritmo Sinusal:Procainamida, Flecainida, Amiodarona, Ibutilida, Dofetilida, Sotalol Fibrilação Atrial Frequência: 400 a 600 bpm Ritmo: Irregular Onda P: Ausente. Atividade Atrial é caótica Intervalo PR: Não mensurável, ausência de onda P Complexo QRS: geralmente normal, mas pode ocorrer irregularidades Condução: está Desorganizada e com um padrão irregular Causas: Doença Cardíaca Aterosclerótica ou Reumática, Hipertiroidismo, ICC, Cardiomiopatia, Doença Valvular, Doença Pulmonar, IAM, Doença Cardíaca Congênita ou após Cirurgia Cardíaca. 1/10/2014 8 Fibrilação Atrial Fibrilação Atrial TRATAMENTO Eliminar a causa adjacente Cardioverter se houver Hemodinâmica Instável Medicamentos: • BLOQUEADORES de Canal de Cálcio e Betabloqueadores - usados para desaceleração a frequência Ventricular • Procainamida, Disopiramida, Flecainida, Prepafenona, Amiodarona, Sotalol, Ibutilida, Dofetilida - usados para converter ao Ritmo Sinusal ARRITMIAS ORIGINAIS DOS VENTRÍCULOS Complexos Ventriculares Prematuros (CVPs) São açudados pela despolarização prematura das células do miocárdio ventricular ou do sistema de Purkinje Causas: Hipóxia, Isquemia Miocárdica, Hipocalemia, Acidose, Exercício, Aumento dos níveis de catecolaminas circulantes, Toxicidade Digitálica, Cafeína e Álcool Não são perigosos em indivíduos com coração normal • Considerados potencialmente Malignos quando ocorrem com frequência superior a 10 por hora ou de modo repetitivo (em pares, em trio) Complexos Ventriculares Prematuros Frequência: 60 a 100 bpm Ritmo: Irregulares devido aos batimentos precoces Onda P: sem relação com o CVP Intervalo PR: não presente antes do CVP Complexo QRS: amplo e bizarro, > 0,10 s Condução: complexos QRS amplos Complexos Ventriculares Prematuros 1/10/2014 9 Complexos Ventriculares Prematuros TRATAMENTO Eliminar a causa Geralmente a farmacoterapia não é usada, mas quando necessário recomenda-se: • Lidocaina, Amiodarona, Procainamida, Lidocaina ou Betabloqueadores Ritmo Ventricular e Ritmo Ventricular Acelerado Ocorre quando um foco ectópico do ventrículo dispara em uma frequência inferior a 50 bpm Ocorre em ritmo de escape, quando o Nodo Sinusal e o tecido juncional deixam de disparar ou conduzir seus impulsos para o ventrículo Ritmo Ventricular e Ritmo Ventricular Acelerado Taquicardia Ventricular Consiste em um ritmo Ventricular rápido > 100 bpm classificado por: 1. DURAÇÃO: • NÃO SUSTENTADA (< 30 segundos) • SUSTENTADA ( > 30 segundos) • INCESSANTE ( maior parte do tempo) 2. MORFOLOGIA: • MONOMORFICA (QRS tem a mesma forma durante a taquicardia) • POLIMORFICAS (QRS variam de forma aleatória) • BIDIRECIONAL (QRS alternam verticais e negativos) Taquicardia Ventricular Taquicardia Ventricular TRATAMENTO Dependo de quanto o ritmo é tolerado Quando o paciente está estável é possível usar medicamento: Lidocaina, Amiodarona ou Magnésio Há preferência para a CARDIOVERSÃO na instabilidade Hemodinâmica A Desfibrilação deve ser feita quando a Taquicardia Ventricular estiver sem pulso 1/10/2014 10 Fibrilação Ventricular Frequência: Rápida, sem coordenação, Ineficaz Ritmo: Caótico e Irregular Onda P: Não observada Intervalo PR: Nenhum Complexo QRS: Nenhum, ondulações rápidas e irregulares Condução: Múltiplos focos ectópicos funcionando simultaneamente Fibrilação Ventricular TRATAMENTO Desfibrilação imediata RCP até que haja disponibilidade de Desfibrilador Comumente é utilizado: Amiodarona, Lidocaina e Magnésio Após conversão usar Antiarritmos IV Assitolia Ventricular Frequência: nenhuma Ritmo: nenhuma Onda P: Pode estar presente se o Nodo Sinusal estiver funcionando Intervalo PR: nenhuma Complexo QRS: nenhuma Condução: Atrial pode estar normal se o Nodo Sinusal estiver funcionando, porém não há condução no Ventrículo Assitolia Ventricular TRATAMENTO Providenciar RCP imediata Administrar Epinefrina IV Administrar Atropina Identificar e tratar a causa BLOQUEIO ÁTRIOVENTRICULAR (BAV) Bloqueio Atrioventricular (BAV) CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO BAV 1º Grau • A cada onda P (Sinusal ou não) há um QRS correspondente • Intervalo QRS aumentado (> 0,20 s) Prognóstico: • Assim como a Bradicardia Sinusal, o BAV I é REVERSÍVEL E SECUNDÁRIO A FATORES EXTRÍNSECOS DO SISTEMA DE CONDUÇÃO 1/10/2014 11 Bloqueio Atrioventricular (BAV) CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO BAV 2º Grau • Ocorre quando um impulso Atrial em um momento deixa de ser conduzido para os ventrículos • Categorias: • Bloqueio do Tipo I - Ocorre no NODO ATRIOVENTRICULAR (AV) - Mobitz I • Bloqueio do Tipo II - Ocorre abaixo do Nodo AV, especificamente, no FEIXE DE HIS ou nos seus RAMOS - Mobitz II Bloqueio Atrioventricular (BAV) CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO BAV 3º Grau • Consiste no completo fracasso da condução de todos os impulsos Atriais para os Ventrículos • Denominado BLOQUEIO COMPLETO ou TOTAL (BAVT) BAV 1º Grau Frequência: 60 a 100 bpm Ritmo: Regular Onda P: Precedem cada complexo QRS; consistentes em forma Intervalo PR: Prolongado, > 0,20 segundo Complexo QRS: geralmente Normal, 0,04 a 0,10 segundo Condução: Normal através dos Átrios, Atrasada Nodo AV, Normal Ventrículos BAV 2º Grau Frequência: pode ocorrer com qualquer frequência Sinusal ou Atrial Ritmo: Irregular, "batimento em grupo" Onda P: geralmente Normais, algumas são conduzidas ao ventrículo, outras não Intervalo PR: lentamente alonga-se QRS: geralmente Normal, 0,04 a 0,10 segundo; outras vezes se alarga Condução: Normal através dos Átrios, lenta no Ventrículo Mobitz III BAV 3º Grau Frequência: Atrial Normal, Ventricular < 45 bpm Ritmo: Regular Onda P: Normais embora dissociadas do QRS Intervalo PR: Ausência de intervalo consistente por falta de associação da onda P com QRS Complexo QRS: Normal quando controlado pelo ritmo Juncional; e amplo quando controlado pelo Ventrículo Condução: Normal através dos Átrios, e lenta pelos Ventrículos 1/10/2014 12 TRATAMENTO BAV BAV 1º grau 1) Não costuma ser necessário 2) Acompanhar a progressão para possível BAV mais Grave BAV 2º grau 1) Se FC baixa - Atropina 2) Se FC na faixa de normalidade - sem Intervenção 3) Se decorrente de MEDICAMENTO ( Digitálicos e betabloqueadores) - Reconsiderar a medicação 4) Atropina é CONTRA-INDICADA pois pode evoluir para BAVT 5) Marca-passo BAV 3º grau 1) Marca-passo 2) Atropina não costuma funcionar 3) Realizar RCP até a instalação do Marca-passo Algoritmos MARCA-PASSO Definição Marca-passo é um pequeno dispositivo eletrônico que envia impulsos elétricos ao músculo do coração, com o objetivo de manter uma frequência cardíaca satisfatória. O marca-passo artificial, implantado através de cirurgia, substitui o "marca-passo natural" do coração quando este apresenta alguma anomalia. 1/10/2014 13 Tipos de Marca-passo Estimulação Transvenosa • Temporária • Permanente Estimulação Transcutanea • Marca-passo Externo Vídeos
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