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fatores modificadores da doença periodontal Existem fatores que são capazes de modificar a doença periodontal, podendo exacerbá-la fatores estes como alterações sistêmicas Diabetes Tabagismo Alterações hormonais Estresse Obs.: Estes fatores são capazes apenas de alterar a doença periodontal, mas não capazes de inicia-la. A doença periodontal possui elogia multifatorial, sendo dependente de um complexo bacteriano e de uma resposta imunoinflamatória do hospedeiro Anatomia do periodonto Superficie dura, não- descamativa, parcialmente embutida no corpo, atravessa a superfície epitelial e é exposta na cavidade oral. Histopatologia Quais fatores e moléculas sinalizam o dano tecidual no periodonto? Derivados da microbiota subgengival (LPS, enzimas bacterianas) e Derivados da resposta imunoinflamatória do paciente (citocinas, PGs e MMPs) Existe uma tríade que envolve a doença periodontal, sua etiopatogênese e seus fatores modificadores, que são capazes de exacerbar sua manifestação clínica Os fatores modificadores podem ser divididos em dois grupos, onde nós temos: Consiste em um distúrbio metabólico complexo, caracterizado por hiperglicemia crônica. Tipo 1- É o tipo de diabetes auto-imune, onde ocorre a destruição das células β do pâncreas, ocorrendo assim a redução da produção da insulina. Tipo 2- Resistência periférica à ação da insulina, ocorrendo uma secreção prejudicada de insulina conforme a demanda aumenta e consequentemente uma produção aumentada de glicose no fígado Lesão gengival inicial • Tecido gengival clinicamente saudável • 2-4 dias de acúmulo de biofilme • Aumento da permeabilidade e da vasodilatação • Migração de PMN Lesão gengival precoce • Sinais clínicos da gengivite • Proliferação vascular • Degeneração de fibroblastos • Destruição de colágeno • Proliferação apical do epitélio juncional Lesão gengival estabelecida • Gengivite crônica • Presença de infiltrado inflamatório significativo • Elevada liberação de conteúdos lisossomais de PMN (MMPs) Lesão gengival avançada • Transição gengivite- periodontite • Contínua destruição de colágeno (LP e osso alveolar) • Reabsorção óssea Distúrbios endócrinos e alterações hormonais •Diabetes (não controlado) •Hormônios sexuais femininos •Puberdade Condições ambientais/comportamentais •Medicações •Tabagismo •Estresse Poliúria Polidipsia Polifagia Prurido Fraqueza Fadiga Fatores modificadores Patogênese da DP Diabetes melitus Fatores modificadores e tríade Relação bactéria-hospedeiro ocorre uma alteração na microbiota, ocorrendo uma função reduzida e defeitos na quimiotaxia dos leucócitos (PMNs) com maior liberação de colagenases. Podemos ainda observar níveis elevados de IL-1, PGE2 e acúmulo de AGEs (Produtos finais de glicação avançada). Plausibilidade biológica O paciente apresentará uma Hiperglicemia crônica, que consequentemente culminará em uma glicosilação (que seria a adição de açúcar a proteínas e/ou lipídios), tendo como produto final as AGEs -> Isso poderá desregular as fibras colágenas do tecido conjuntivo, por isso, podemos dizer que as AGEs têm um papel importante no desenvolvimento das complicações diabéticas. Mas quais seriam as funções das AGEs? Elas teriam ações em macrófagos e monócitos (fenótipo destrutivo com maior liberação de citocinas inflamatórias), alteração do metabolismo do colágeno da gengiva e vasos sanguíneos, sendo capaz ainda de se unir as células endoteliais, induzindo a coagulação e formação de microtrombos. Com isso, as AGEs são capazes de reduzir os mecanismos de defesa e tornam o paciente mais susceptível à infecções. Características clínicas de um paciente não controlado e doença periodontal O paciente poderá apresentar uma inflamação gengival grave, bolsas periodontais profundas, perda óssea rápida, abscessos periodontais frequentes, além da redução do fluxo salivar e ardência bucal. Tratamento odontológico devemos solicitar o teste de hemoglobina glicada, teste este capaz de aferir a média das concentrações de glicose nos últimos 2-3 meses. Atente-se aos valores abaixo: Devemos ainda checar a glicemia antes da realização dos procedimentos, evitar hipoglicemia (casos em que a glicemia apresenta níveis de <60mg/dL), manter as medicações e alimentação usual, devendo-se ainda evitar cirurgias orais eletivas. Lembrando sempre que um processo inflamatório e infeccioso é ruim para o controle glicêmico de um paciente diabético. Respostas ao tratamento periodontal nestes pacientes têm resultados menos favoráveis, pois estes apresentam uma resposta cicatricial mais prejudicada e eles têm uma maior recorrência de bolsas periodontais profundas Estão relacionados à puberdade, menstruação e gravidez. A gengiva acaba servindo de tecido-alvo destes hormônios esteroides, ocorrendo uma reação inflamatória inespecífica com componente vascular e com isso temos uma maior tendência hemorrágica.. A tendência hemorrágica deve-se principalmente a resposta exagerada à placa, modificando o quadro clínico resultante. Estrogênio o Afeta peroxidases salivares e estimula metabolismo de colágeno, bem como a angiogênese (síntese de novos vasos sanguíneos) Retinopatia Nefropatia Neuropatia Doença macrovascular Cicatrização deficiente de feridas PERIODONTITE Redução do fluxo salivar Queimação na boca e língua Candidíase recorrente Maior risco de desenvolver DP Normal 4-6% Bom controle do diabetes <7% Controle moderado do diabetes 7-8% Deve-se melhorar o controle glicêmico >8% Hormônios sexuais femininos Progesterona o Aumento da permeabilidade capilar e vasodilatação, síntese de PGs e destruição de mastócitos com liberação de histamina Obs.: Nenhuma alteração notável ocorre na gengiva na ausência de fatores locais, ou seja, não é porque a paciente apresenta alterações hormonais que ela apresentará doença periodontal. Por isso, os hormônios são capazes de modificar as manifestações da doença periodontal e não de inicia-las. A fumaça do cigarro possui mais de 4000 constituintes, dentre eles o monóxido de carbono , radicais oxidantes, carcinógenos e a nicotina Alterações causadas pelo hábito do fumo incluem uma modificação da microbiota periodontopatogênica, aumento de leucócitos polimorfonucleares na circulação, alteração na expressão de moléculas de adesão endotelial, o que culmina em menor migração de células polimorfonucleares para o sulco. Com isso, teremos ainda uma fagocitose anormal, linfócitos B e T não responsivos e uma cicatrização prejudicada Haverá menos gengivite e sangramento à sondagem. Tratamento periodontal é necessário estimular o paciente e motivá-lo a cessar o hábito de fumar, realizar instrução de higiene oral e a terapia periodontal convencional Resposta ao tratamento periodontal o paciente apresenta pobres reduções na profundidade de sondagem e ganho de inserção, afetam os fibroblastos, microvascularização e osso, a superfície radicular contaminada por produtos do cigarro (o que impede a reinserção de fibras epiteliais) Ainda há dificuldades com relação a confirmação do vínculo entre o estresse e a doença periodontal, isso porque o estresse pode ser associado a fatores de confusão ou fatores de risco individuais. No caso do estresse, o paciente deveria apresentar um estresse crônico. Com o estresse crônico, ocorre uma interação complexa entre o sistema nervoso, endócrino e imune, o que vai gerar a produção de cortisol, que gera uma supressão do sistema imune Em seguida temos a liberação de neurotransmissores que promovem ações em linfócitos, neutrófilos e macrófagos, ativando o seu fenótipo destrutivo. Resposta ao tratamento periodontal o paciente apresenta uma cicatrização prejudicadae resultados mais pobres. Está relacionada à influência da doença periodontal sobre as condições sistêmicas dos pacientes. Século XX- Teoria da infecção Focal (1890-1940), onde as bactérias e infecções orais eram causas prováveis da maioria das doenças sistêmicas., sendo essa a era das extrações. Com a era das extrações e persistência dos casos, houve uma negação da Teoria da Infecção Focal (1940-1990), propondo-se que: “Infecções orais, tais como a cárie dental, gengivite e periodontite não poderiam explicar por que os indivíduos desenvolviam uma grande variedade de doenças”. Alteração na microbiota (hormônios atuam como fatores de crescimento) Mobilidade dentária Profundidade e sangramento à sondagem Fluído gengival 2° e 3° trimestres Granuloma piogênico (Lesão fibrinogranulomatosa) PS e PI Bolsas periodontais Retração gengival Perda de osso alveolar Perda dentária e lesão de furca Tabagismo Estresse Gengivite ulcerativa necrosante (GUN) Periodontitite ulcerativa necrosante (PUN) Medicina periodontal Ficando então estabelecido que: Extrair um dente não melhorava a saúde do paciente ou fazia com que a doença desaparecesse Pessoas com bocas muito saudáveis e sem nenhuma infecção oral, desenvolviam doenças sistêmicas Pessoas que não tinham dentes e, sendo assim, não apresentavam nenhuma infecção oral aparente, ainda desenvolviam doenças sistêmicas. 1990- Surge o termo Medicina Periodontal, que seria justamente a sugestão da periodontite como possível fator para muitas doenças sistêmicas. Como por exemplo: Diabetes Doenças cardiovasculares Parto prematuro/bebê de baixo peso Infecções respiratórias (nosocomial) Plausibilidade biológica- uma infecção metastática com translocação de microrganismos e circulação de toxinas (ex.: LPS) de microrganismos, devido a injuria imunológica induzida por microrganismos bucais. Desfechos adversos da gravidez- A periodontite age como um reservatório de bactérias, endotoxinas e mediadores inflamatórios, sendo uma ameaça a relação feto-placenta. Tendo-se então duas principais vias de ação (direta- quando o MO e seus produtos alcaçam a unidade feto-placenta/indireta- por meio de mediadores inflamatórios). Dentre os desfechos, podemos citar: Nascimento prematuro (< 37 semanas de gestação) Nascimento de bebês com baixo peso (<2500g) Aborto ou perda prematura Pré-eclâmpsia Doenças cardiovasculares- Em estudo realizado por Matilla et al. Observou-se uma associação significativa entre a saúde bucal deficiente e o infarto agudo do miocárdio. Começou-se então a pesquisar se a periodontite tinha influência no inicio ou na progressão da aterosclerose e, assim sendo, da doença cardiovascular, do acidente vascular cerebral e da doença vascular periférica. A aterosclerose é uma doença inflamatória crônica caracterizada pelo espessamento das paredes das artérias de médio e grande calibre por meio da formação de placas fibrogordurosas (ateroma) A aterogênese ocorre com a adesão de monócitos circulantes à parede dos vasos sanguíneos e sua penetração nas artérias, produção de citocinas pró- inflamatórias e fatores de crescimentos. Em seguida estes monócitos realizam ingestão de LDL oxidada, formando células espumosas (ou seja, com acumulo lipídico). Com isso há a proliferação do músculo liso e formação de placas que tornam a parede vascular espessa e que estreitam a luz do vaso. Plausibilidade biológica: Efeito direto nas plaquetas ocasionado pelo P.gingivalis, que expressam fatores de virulência (PAAP- Proteínas Associadas a Agregação Plaquetária) Invasão de bactérias em células endoteliais cardíacas e macrófagos com formação de placas de ateroma Efeitos de mediadores pró-inflamatórios (IL-1B, TNF- a, IL-6 e proteína C-reativa), produzindo efeitos endócrinos nos vasos que favorecem o processo aterosclerótico Diabetes – A periodontite piora o controle glicêmico do paciente, podendo ainda gerar complicações maiores relacionadas ao diabetes como (renais e macrovasculares) O aumento da produção de mediadores inflamatórios pode levar o paciente a desenvolver uma resistência à insulina, o que consequentemente levaria à um agravo do controle glicêmico. Doenças pulmonares – Como exemplo nós podemos citar a pneumonia, uma infecção nos pulmoções causada por bactérias, vírus, fungos ou micoplasmas, podendo ser adquirida na comunidade ou em hospital (nosocomial). Pneumonia nosocomial- Crescente evidência para uma associação entre a pneumonia nosocomial e periodontite e as intervenções usadas para melhorar a higiene oral de pacientes de alto risco têm o potencial de reduzir o risco de pneumonia nosocomial. Aspiração de patógenos envolvidos com a DP ou de patógenos respiratórios presentes na placa supra ou subgengival. Aspiração de citocinas decorrentes da doença periodontal Contribuição com o inicio ou progressão das infecções pulmonares
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