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Autoras: Profa. Cybelle Croce Rocha Crane Profa. Simone Gonzalez Colaboradores: Profa. Cielo Griselda Festino Prof. Jamilson José Alves da Silva Compreensão Oral da Língua Inglesa Professoras conteudistas: Cybelle Croce Rocha Crane / Simone Gonzalez Cybelle Croce Rocha Crane Especializada em Letras pela Universidade Católica de Santos (Unisantos) e mestre em Língua e Literatura Inglesa e Norte-Americana pela Universidade de São Paulo (USP). Possui diversos certificados de proficiência de inglês como língua estrangeira e morou fora do Brasil por algum tempo, o que lhe deu maior fluência e ampliou seu conhecimento sobre a cultura de língua inglesa. Leciona no curso presencial de Letras da Universidade Paulista (UNIP) – Campus Santos/Rangel, e também trabalha com educação a distância, sendo professora universitária há mais de vinte anos. Simone Gonzalez Graduada em Letras pela Faculdade Ibero-Americana de Letras e Ciências Humanas em 1989. Mestre em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) em 2004. Atualmente é professora adjunta I da Universidade Paulista (UNIP) nas disciplinas relacionadas às línguas portuguesa e inglesa. Na mesma universidade, é coordenadora auxiliar do curso de Letras e coordenadora do curso de pós-graduação Língua Inglesa e Literatura. Atuou também como coordenadora web do curso Inglês Online na Fundação Padre Anchieta (FPA/TV Cultura). Tem experiência em educação presencial e a distância. Em EaD, atua com elaboração de material didático, gravação de aulas e tutoria de plataforma virtual em curso de graduação e pós-graduação. Faz parte do grupo de pesquisa Encontros Interculturais na EaD: Narrativas de Vida dos Diferentes Brasis. Trabalha com formação de professor, multiletramentos no ensino de língua inglesa e portuguesa e tecnologias interativas na educação a distância. © Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Universidade Paulista. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) C891c Crane, Cybelle Croce Rocha Compreensão oral da língua inglesa / Cybelle Croce Rocha Crane, Simone Gonzalez. – São Paulo: Editora Sol, 2020. 140 p., il. Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230. 1. Língua inglesa. 2. Inglês – compreensão oral. 3. Letras. I. Gonzalez, Simone II. Título. CDU 811.111 U505.32 – 20 Prof. Dr. João Carlos Di Genio Reitor Prof. Fábio Romeu de Carvalho Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças Profa. Melânia Dalla Torre Vice-Reitora de Unidades Universitárias Prof. Dr. Yugo Okida Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez Vice-Reitora de Graduação Unip Interativa – EaD Profa. Elisabete Brihy Prof. Marcello Vannini Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar Prof. Ivan Daliberto Frugoli Material Didático – EaD Comissão editorial: Dra. Angélica L. Carlini (UNIP) Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR) Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT) Apoio: Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos Projeto gráfico: Prof. Alexandre Ponzetto Revisão: Ricardo Duarte Kleber Souza Sumário Compreensão Oral da Língua Inglesa APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7 Unidade I 1 APARELHO FONADOR .......................................................................................................................................9 2 ALFABETO FONÉTICO DA LÍNGUA INGLESA .......................................................................................... 13 2.1 Conceitos básicos de fonologia ...................................................................................................... 14 3 VOGAIS ................................................................................................................................................................ 16 3.1 Ditongos ................................................................................................................................................... 24 4 CONSOANTES .................................................................................................................................................... 27 Unidade II 5 SONS DE SUFIXOS E TERMINAÇÕES DE PALAVRAS........................................................................... 44 5.1 Palavras terminadas em consoante .............................................................................................. 44 5.2 Palavras terminadas em consoante + E ...................................................................................... 45 5.3 Palavras terminadas em consoante + EE .................................................................................... 46 5.4 Palavras terminadas em -stle .......................................................................................................... 46 5.5 Palavras terminadas em -ing ........................................................................................................... 47 5.6 Palavras terminadas em -tion e -sion .......................................................................................... 48 5.7 O som do L .............................................................................................................................................. 50 5.8 Um pouco sobre a semelhança entre sons ................................................................................ 51 5.9 A pronúncia de -ed .............................................................................................................................. 52 5.10 A pronúncia de -s/-es ...................................................................................................................... 54 5.11 Um único som, muita diferença ................................................................................................... 56 6 INTERAÇÃO SOCIAL ........................................................................................................................................ 57 6.1 Convencionalidade e formulaic expressions ............................................................................. 57 6.2 Idioms ........................................................................................................................................................ 68 6.3 Proverbs .................................................................................................................................................... 75 6.4 Situações de interação social .......................................................................................................... 78 6.5 Ritmo e marcadores conversacionais ........................................................................................... 83 Unidade III 7 ENTONAÇÃO E WORD STRESS ................................................................................................................... 90 7.1 Entonação ............................................................................................................................................... 90 7.2 Padrões de entonação ........................................................................................................................ 92 7.3 Word stress .............................................................................................................................................. 92 8 DIÁLOGOS SITUACIONAIS ............................................................................................................................95 7 APRESENTAÇÃO Nesta disciplina, procuraremos desenvolver a habilidade comunicativa em língua inglesa e estruturar os fundamentos para a produção oral. Apresentaremos o Alfabeto Fonético Internacional para o (re)conhecimento dos sons inerentes à língua inglesa e a elaboração de transcrições fonéticas. Com isso, esperamos que o aluno seja capaz de compreender a relação entre o sistema prosódico da língua inglesa e a produção de sentido, desenvolvendo estratégias de reconhecimento e reprodução dos sons constituintes dessa língua. Além disso, serão abordados contextos específicos de interação social em diversos eventos comunicativos, bem como estruturas linguísticas essenciais à compreensão auditiva. Levando em conta que qualquer idioma tem um sistema específico de pronúncia, ou seja, sons característicos dessa língua, trabalharemos com os sons de vogais, semivogais, consoantes e grupos consonantais, quadros fonêmicos e produção de sons, diferentes pronúncias, e aspectos teóricos da produção de sons em língua inglesa. Trataremos também de peculiaridades da pronúncia da língua inglesa e de alguns elementos para o aprimoramento do aprendizado. Esses aspectos, uma vez incorporados à fala, auxiliarão no alcance de um melhor domínio da produção oral do inglês. INTRODUÇÃO Esta disciplina busca desenvolver a habilidade interacional em língua inglesa e a produção oral. Para isso, são estudados e exercitados os sons e as estruturas linguísticas dessa língua, essenciais à compreensão auditiva, assim percorrendo o campo fonético e fonológico do idioma. Você, aluno, aprenderá a produzir os sons da língua inglesa e desenvolverá o listening comprehension (compreensão auditiva), o que envolve aprender a “ler” e reconhecer o sistema fonológico da língua inglesa. Para o seu desenvolvimento auditivo e oral, é fundamental acessar os sites indicados neste material. Ao visitá-los, você poderá ouvir/conhecer os sons e emiti-los quantas vezes desejar, até que se familiarize à pronúncia e associe os sons ao alfabeto fonológico da língua inglesa. Nesta disciplina, para estudar a pronúncia da língua inglesa, dividimos o assunto em áreas de conhecimento. Espera-se que, ao fim deste material, você saiba reconhecer e/ou produzir: vogais, semivogais, consoantes, grupos consonantais, ditongos, syllable stress, word stress, sentence stress, padrões de entonação, question intonation, -s ending, -ed ending e silent letters. Também veremos estruturas e diálogos classificados por temas e/ou situações de fala: apresentações, cumprimentos, despedidas, expressar likes e dislikes, expressar opiniões, expressar preferências, fazer pedidos em restaurantes, cafés e bares, entre outros. Espera-se que, com todas essas informações, você adquira um bom aprendizado de compreensão oral da língua inglesa. Nesse sentido, é importante saber: 8 • que para o aprendizado de uma língua estrangeira é necessário compreender mecanismos que o auxiliem a se aproximar da realidade dessa língua; • que não basta estudar somente as estruturas gramaticais e ter um bom vocabulário, se não se sabe o que dizer, quando dizer, onde dizer e como dizer algo em outra língua; • que é essencial conhecer a cultura dos países da língua estrangeira em estudo e haver disposição e disciplina para dedicar parte do seu tempo, diariamente, às práticas orais em língua inglesa. Escutar textos originais em inglês todos os dias, por meio de músicas, filmes, seriados, documentários, podcasts etc., é um excelente exercício para começar a adquirir a sonoridade da língua inglesa. Bom aprendizado! 9 COMPREENSÃO ORAL DA LÍNGUA INGLESA Unidade I 1 APARELHO FONADOR Falar obscuramente, qualquer um sabe; com clareza, raríssimos. Galileu Galilei Figura 1 Schütz (2017) afirma: As comunidades humanas, desde suas mais remotas origens, sempre souberam se comunicar oralmente. A fala é talvez a mais importante das características que distinguem o ser humano no reino animal e que lhe possibilitam se organizar em sociedade. Nem todas as línguas, entretanto, chegaram a se desenvolver em sistemas escritos. Além disso, não há ser humano normal que não saiba falar sem limitações, porém só recentemente na história da humanidade é que a maioria começou a desenvolver a habilidade de escrever, muitos até hoje com limitações. As comunidades humanas têm falas específicas, ou seja, línguas diferentes, de acordo com o local em que vivem. Portanto, não há como aprender uma língua sem entender como ela funciona em sua comunidade linguística, imersa na cultura e nos costumes locais. A fala representa sempre um ato individual – só aí é possível comprovar realizações inéditas do sistema e, por isso mesmo, constitui o grau máximo de variação linguística. Caracteriza-se, ainda, por ser não convencional, mas opção individual de cada falante. Enfim, a fala é como a língua funciona concretamente (PALOMO, 2004). 10 Unidade I Figura 2 A fala é a capacidade que o ser humano tem de emitir sons na língua de determinada sociedade. Ela segue um caminho específico dentro do corpo, primeiramente com o ar saindo dos pulmões, percorrendo brônquios e traqueia e chegando até a laringe. Então, os músculos da glote se contraem, regulando a passagem do ar. Os movimentos da glote fazem com que as cordas vocais vibrem e produzam sons, como pode ser percebido na imagem a seguir. Cordas vocais Laringe Traqueia Figura 3 11 COMPREENSÃO ORAL DA LÍNGUA INGLESA A fala faz parte de um processo mecânico de comunicação verbal. Ela engloba o uso da voz, a articulação de certos músculos, incluindo a laringe e as pregas vocais, além do ritmo, da entonação adequada ao que se quer dizer e da intensidade com que se quer passar uma informação. A fala é um tipo de comportamento que integra e unifica os órgãos da fonação e da articulação, mas também pode envolver a linguagem corporal e visual e, sem dúvida, o órgão auditivo. O que se ouve através da fala é a combinação do som que se produz com a vibração das pregas vocais com a articulação dos fonemas. Socialmente, a fala é considerada uma combinação de símbolos linguísticos e ações verbais referentes a objetos e experiências da vida do ser humano de certa comunidade linguística. Ela funciona como um elemento de intercomunicação entre locutores, pois falar sozinho não consagraria a fala em sociedade, ou seja, precisamos do outro para que a fala tenha um retorno, um feedback, uma intercomunicação, como mencionado. Assim, a fala é uma forma de articulação que une, numa ação integral do corpo, elementos acústicos às necessidades e objetivos do indivíduo na comunicação. Para compreender os sons de outra língua, devemos primeiramente lembrar: • que os falantes de outra língua falam de maneira diferente de nós e produzem sons que muitas vezes não existem em nosso idioma; • que os diferentes sons devem ser ouvidos e praticados o máximo possível, nas mais diversificadas ações comunicativas. Para falar, temos que articular – ou seja, movimentar – vários ossos e músculos da face e da garganta. Esses movimentos diferem de acordo com a língua que falamos. Assim, para falar inglês ou qualquer outra língua estrangeira, produzimos movimentos diferentes daqueles que produzimos ao falar português. Fazem parte do aparelho fonador: • Laringe: canal por onde passa o ar que bate nas pregas. • Pregas: cordas vocais – que vibram ou não, dependendo do som que se quer emitir. 12 Unidade I Cavidade nasal Palato duro Dentes Palato mole Língua Lábios Laringe Esôfago Traqueia Cordas vocais Figura 4 A figura anterior mostra a laringe, a traqueia e as cordas vocais para que se tenha uma melhor imagem de como funciona a vibração dos sons em nosso corpo. Essa vibração transforma o ar em som, que é direcionado para a boca ou para o nariz. Na boca, fazemos diferentes movimentos com a língua e os lábios. Também abrimos a boca de formas bem diferentes para transformar o ar ou essa vibração sonora nos maisdiversos sons da língua que estamos falando. Por exemplo, quando emitimos o som /p/, fechamos os lábios. Perceba isso nestas palavras em inglês: paper, pen, picture, pot, pub. Assim, cada som de cada língua requer movimentos diferentes, fazendo com que nosso aparelho fonador se adapte aos novos sons. Dedique-se, a partir de agora, a ouvir a língua inglesa em músicas, em filmes, na internet e na televisão com mais afinco, prestando atenção nesses detalhes. É uma questão de treino. Nosso aparelho fonador se adapta aos sons da nova língua na medida em que os praticamos várias vezes. É claro que algumas pessoas têm mais habilidade que outras para aprender novos sons, mas sem a menor dúvida todos somos capazes disso. O domínio sobre a língua falada começa com o entendimento oral, e este começa com o reconhecimento das palavras contidas no fluxo da produção oral. Conseguir isolar cada conjunto de fonemas correspondentes a cada unidade semântica (palavra) dentro da sequência ininterrupta de sons no fluxo da produção oral é um desafio considerável. 13 COMPREENSÃO ORAL DA LÍNGUA INGLESA Schütz (2017) afirma que a grandeza desse desafio é mais bem compreendida se considerarmos que o aparelho articulatório de sons do ser humano (cordas vocais, cavidade bucal, língua etc.) mostra-se extremamente limitado quando comparado ao universo de conhecimento e comunicação criado por sua mente. Para completar esse imenso universo linguístico e poder representá-lo oralmente, é necessário flexibilizar ao máximo o aparelho articulatório, criando-se diferenças ínfimas na articulação de sons, as quais adquirem grande importância e exigem o máximo de nosso aparelho auditivo. Além disso, o uso que o ser humano faz de seu aparelho articulatório para se comunicar varia consideravelmente de idioma para idioma, o que explica por que na pronúncia a interferência entre duas línguas se torna mais evidente e é mais crítica. A interferência fonológica da língua materna na língua estrangeira que se aprende, na maioria dos casos, permanece para sempre, mesmo com pessoas que já adquiriram pleno domínio sobre o vocabulário e a gramática da língua estrangeira. Uma pessoa que está aprendendo uma língua estrangeira não reconhece de imediato os sons dessa língua exatamente como eles são. Portanto, é importante entender as diferenças entre a língua materna e a língua que se está aprendendo. É essencial aprender o sistema fonológico da língua estrangeira, pois isso ajudará o aprendiz a tomar consciência de que os sons de um e de outro idioma não são exatamente iguais e que essas diferenças podem ser relevantes no significado, afetando o entendimento. 2 ALFABETO FONÉTICO DA LÍNGUA INGLESA O Alfabeto Fonético Internacional (AFI) – em inglês, International Phonetic Alphabet (IPA) – é um sistema de transcrição fonética de uso universal. Proposto em 1888 pela Association Phonétique Internationale, possibilita a anotação fonética e fonológica de signos orais produzidos em qualquer idioma. O IPA é construído com base no alfabeto latino, com o acréscimo de signos diacríticos que definem as propriedades articulatórias dos fonemas. Ele também contém signos específicos para anotar largura, acento e tom, no nível da palavra e da oração. O seu uso é limitado aos objetivos metalinguísticos – por exemplo, nos dicionários (ALFABETO…, 2019). Como se pode perceber, o IPA é um sistema de notação fonética, um método de transcrever os sons de uma ou várias línguas, e funciona como uma forma de representação padronizada dos sons do idioma que está sendo falado. Ele é utilizado por linguistas, fonoaudiólogos, professores e estudantes de idiomas estrangeiros, tradutores, entre outros. O IPA foi projetado para representar apenas algumas características da fala que podem ser distinguidas no idioma falado, como fonemas, entonação e separação de palavras e sílabas. Entende-se por fonema a menor unidade sonora de uma língua que estabelece contraste de significado para diferenciar palavras. Entonação, ou mesmo entoação, é a variação de altura utilizada na fala que incide sobre uma palavra ou oração, e não sobre fonemas ou sílabas. 14 Unidade I Para representar outras características da fala, mais específicas, como o ranger dos dentes, a língua presa e os sons feitos com lábios leporinos, utiliza-se um conjunto ampliado de símbolos, chamado de extensões ao IPA, os quais não serão abordados aqui. Quando inseridos em textos, os caracteres do IPA devem ser dispostos entre barras. Por exemplo, dizemos que a pronúncia de sapo é /’sapu/. Vejamos alguns exemplos de transcrição fonética de palavras inglesas: • the /ði/ • though /ðo / • thanks /θæηks/ • think /θiηk/ • eye /ai/ • meat /mi:t/ • two /tu:/ A seguir, apresentamos algumas definições teóricas importantes para o estudo da pronúncia e da oralidade do inglês. 2.1 Conceitos básicos de fonologia O nível fonológico de uma língua é o mesmo que o estudo da fonética. A fonética pode ser de dois tipos: acústica e articulatória. • Acústica: diz respeito à transmissão dos sons emitidos. • Articulatória: refere-se à descrição dos sons necessários para a produção da fala do ser humano. Tais sons são produzidos pelo aparelho fonador. Alguns conceitos básicos: • Fonêmica: corpus fonético que se ocupa dos menores segmentos que marcam significado (os fonemas). • Fonema: menor unidade do sistema sonoro de uma língua. Pronunciamos os fonemas de maneira distinta dependendo da cultura e do local onde nos encontramos. 15 COMPREENSÃO ORAL DA LÍNGUA INGLESA • Alofones: variantes do fonema. • Distribuição complementar: condicionada à posição (inicial, medial ou final de sílaba ou de palavra), ao contexto fonético e à acentuação. Como esses conceitos podem nos ajudar? O fato de conhecermos os fonemas de uma língua estrangeira nos possibilita uma comunicação mais eficaz. Certamente, levará um tempo para (re)conhecermos os fonemas. Mas lembre-se sempre de que isso é uma questão de disciplina. Tenha contato com o idioma pelo menos 15 minutos por dia. Leia, assista a noticiários em inglês, ouça músicas, participe, em inglês, das redes sociais, converse em inglês. Veja que é possível aprender muito sobre a pronúncia da língua inglesa divertindo-se. Com a finalidade de melhorar seu conhecimento sobre fonemas, uma análise contrastiva também pode auxiliá-lo. Ela é o tipo de análise pela qual obtemos: • fonemas do inglês diferentes daqueles do português; • fonemas parecidos nas duas línguas, mas que apresentam uma diferente “distribuição”, ou seja, “lugar” na palavra (início, meio ou fim). É natural pensar que os sons de uma língua estrangeira são similares aos sons de nossa língua materna. Mas às vezes, ao tentar reproduzir fonemas diferentes em uma língua estrangeira segundo nossa maneira de “falar” – ou melhor, segundo nosso modo de produzir “nossos” sons –, podemos cometer erros de transferência negativa ou interferência. Por causa da proximidade fonética, reproduzimos o fonema do inglês como o faríamos em português. Embora tenhamos certos fonemas praticamente iguais, por se encontrarem em distribuição diferente, não podem ser pronunciados da mesma forma. A escrita da língua materna também interfere, pois as letras do alfabeto são as mesmas nas duas línguas. Dessa forma, concluímos que “erros” de pronúncia podem ser cometidos se o aluno não compreender todo o seu mecanismo articulátório, ou seja, se não treinar o aparelho fonador. Lembrete Tenha em mente que você precisa treinar seu aparelho fonador para produzir os “novos sons” da língua estrangeira. Cuidado: um erro comum, cometido no início do processo de ensino-aprendizagem de uma língua estrangeira, é substituir um fonema por outro. Por exemplo: to think (pensar) é bem diferente de to sink (afundar). 16 Unidade I Saiba mais Para mais informações sobre os sons da língua inglesa, leia o texto a seguir: SOUNDS of English. In: ASTON UNIVERSITY. [s.d.]. Disponível em: https:// www2.aston.ac.uk/lss/research/lss-research/ccisc/discourse-and-culture/west-midlands-english-speech-and-society/sounds-of-english. Acesso em: 2 dez. 2019. Vejamos primeiro como funcionam os sons das vogais da língua inglesa. 3 VOGAIS Figura 5 Para compreender a diferença dos sons das vogais em português e em inglês, observemos alguns apontamentos. Em português, temos cinco letras (ou representações gráficas) para os sons das vogais A, E, I, O, U. Combinamos esses sons formando sequências de vogais, como ditongos e tritongos. Veja a seguir os oito sons de vogais em português. Quadro 1 Vogal em português Exemplo de palavra com o som da vogal A amor à manhã Ê mesa É era I irmão Ô povo Ó hora U uma 17 COMPREENSÃO ORAL DA LÍNGUA INGLESA Em inglês, também existem cinco letras para as vogais, bem como sequências delas que formam ditongos. Na fala, esses símbolos gráficos representam diversos sons, os quais se agrupam e estabelecem relações com as consoantes de maneira distinta do que ocorre em português. Na língua inglesa, como são as vogais? • Cinco representações gráficas: A, E, I, O, U. • Doze sons (sem contar os ditongos). • Uma mesma letra pode ter sons diferentes – por exemplo, a letra I em palavras como time e timid. • O mesmo som pode ser graficamente representado de formas diferentes – por exemplo, o ea em easter tem o mesmo som do ee em beet. Saiba mais Para ouvir as palavras em inglês, utilize dicionários online que tenham o recurso de áudio. Alguns deles: https://dictionary.cambridge.org/ https://www.lexico.com/ https://www.linguee.com.br Como explicado, o IPA é um sistema de símbolos fonéticos em que cada símbolo está associado a um som específico. Conhecendo o IPA, podemos utilizar seus símbolos para fazer a transcrição fonética das palavras em inglês e, a partir dela, praticar nossa pronúncia, garantindo uma comunicação satisfatória em boa parte das comunidades que falam inglês. O IPA sistematiza os sons da língua inglesa e classifica em 12 os sons das vogais em inglês. A seguir, seus respectivos símbolos fonéticos. i: deep i dip look u: fool e net ə about ε: skirt c: floor æ hat ∧ bus α: car α spot Figura 6 18 Unidade I Lembrete É importante ressaltar que, na transcrição fonética, os símbolos do IPA devem aparecer entre barras: /i:/, /u:/, /e/ etc. Ainda sobre vogais, com base em Silva (2012), podemos destacar o seguinte: • Qualidade vocálica da vogal: características das vogais no que tange à posição dos lábios e da língua quando de sua pronúncia. • Vogal longa: é geralmente representada, no IPA, pelo símbolo seguido de dois-pontos – por exemplo, /i:/. • Vogal breve: é geralmente representada, no IPA, sem os dois-pontos – por exemplo: /∧/. Saiba mais Os sites a seguir fazem transcrição fonética de palavras: http://upodn.com/phon.asp http://www.phonetizer.com/ Agora vamos evidenciar, um a um, os sons das vogais por meio de palavras que os exemplificam. Acesse dicionários online com recurso de áudio para ouvir as palavras e relacioná-las aos seus símbolos fonéticos. Atenção para um detalhe: a parte grifada de cada palavra é a que corresponde ao símbolo/som evidenciado na imagem. Observação É importante que você se familiarize com o IPA. Portanto, consulte a transcrição dos exemplos dados. Use os sites indicados. 19 COMPREENSÃO ORAL DA LÍNGUA INGLESA i: deep cheap me eat people he sea key seat leave sheep machine sleep i dip bit lick busy live chick miss city ship enjoy sit kiss slip ε: skirt bird shirt dirty sir early skirt earth turn girl word nurse worst e net bed net best pet bread ready guest said many when merry yes c: floor abroad ignore audience ought cord saw door sport fork talk hall taught α spot block on cod plot costume positive hospital shot hot sock moderate spot 20 Unidade I u: fool chew rude fool shoe football shoot Luke soup move suit pool two look book pull cookbook push could put full should good sugar look would α: car barn lark car March cart Mars far part guitar sergeant heart smart æ hat bag lack Brad man cat map fabric pan fat pat hat sad ∧ bus bus flood cousin honey cup love does ugly double up duck worry ə about about marvelous action mother agree occur America photograph correct sofa father teacher 21 COMPREENSÃO ORAL DA LÍNGUA INGLESA Agora estão representados, um a um, os símbolos fonéticos (IPA) que correspondem às vogais na língua inglesa. Como dito, são 12 os sons vocálicos, sem contar os ditongos, dos quais trataremos mais adiante. Como a prática é o caminho do sucesso nesta disciplina, apresentamos na sequência alguns quadros com pares de palavras que são chamados minimal pairs. Figura 7 – So similar… but completely different Um minimal pair é o conjunto de duas palavras que possuem apenas uma distinção fonética entre elas, ou seja, as palavras são formadas pelos mesmos fonemas, exceto um. Isso fica explícito quando fazemos a transcrição fonética delas. Por exemplo: • beat/bit — beat /bi:t/ — bit /bit/ • bed/bird — bed /bed/ — bird /b3:d/ • fool/full — fool /fu:l/ — full /fl/ 22 Unidade I Observe que, nesses exemplos, apenas um fonema diferencia uma palavra da outra. Pratique a pronúncia e a transcrição fonética dos minimal pairs mostrados nos quadros a seguir. Utilize os dicionários e sites de transcrição indicados antes. O símbolo fonético (IPA) na parte superior das colunas indica o único fonema que diferencia cada palavra. Quadro 2 i dip i: deep live leave it eat fit feet this these Quadro 3 i pit e pet bill bell pin pen chick check fill fell Quadro 4 e met æ mat men man pen pan bet bat bed bad Quadro 5 æ hat ∧ hut cap cup sack suck ban bun bag bug 23 COMPREENSÃO ORAL DA LÍNGUA INGLESA Quadro 6 æ hat ɒ hot hat hot cat cot cap cop sack sock Quadro 7 ɔ: port put fall full talk took ball bull fought foot Quadro 8 look u: Luke pull pool full fool soot suit Considerando que agora você já conhece os 12 sons das vogais na língua inglesa e compreende que a prática constante – falando e ouvindo – o levará a uma comunicação mais eficaz, o próximo passo é avançar nos nossos estudos fonéticos e apresentar os ditongos. Saiba mais O site a seguir é excelente para aprimorar os estudos nesta disciplina. Nele encontra-se material completo sobre o IPA – vogais e consoantes – nas sessões Minimal Pairs, Lessons, Podcasts e Video. https://pronuncian.com 24 Unidade I 3.1 Ditongos Figura 8 O ditongo ocorre quando o som de duas vogais se encontra em uma mesma sílaba. Há oito ditongos na língua inglesa, apresentados a seguir. I e beer eI tray ə sure ɔI toy o coat eə bear ai eye a house Figura 9 Essa figura mostra os símbolos fonéticos dos ditongos segundo o IPA. Abaixo de cada símbolo, há uma palavra representativa. Com isso, avançamos no nosso conhecimento do IPA e na nossa capacidade de ler as transcrições fonéticas, o que nos possibilita pronunciar e compreender melhor os sons em língua inglesa. A seguir, um quadro com os símbolos dos oito ditongos da língua inglesa, seguidos de exemplos de palavras nas quais podemos encontrá-los. Não se esqueça de praticar a transcrição dessas palavras nos sites indicados. Ao realizar a transcrição, observe onde cada ditongo se encontra e pratique a pronúncia das palavras. Quadro 9 Diphthongs Examples /Iə/ beard, beer, clear, dear, here, hero, pier, year /ə/ cure, Europe, mature, poor, sure, tourist /eə/ air, bear, compare, hair, pear, there /eI/ fake, fate, gate, great, pain, say, taste, wait /ɔI/ annoy, boy, coin, destroy, joy, oil, toy /aI/ buy, eye, height, I, like, my, ride, side, style, try /o/ boat, coat, load, show, so /a/ bow, brow, cow, house, how, mouse 25 COMPREENSÃO ORAL DA LÍNGUA INGLESA Algo muito importante a ser observado é que a língua inglesa é falada por um gigantesco número de pessoas e em todos os continentes da Terra, tanto como língua nativa quanto como segunda línguaou língua estrangeira. Diante desse universo de falantes, é previsível e absolutamente natural que haja inúmeras variantes linguísticas no que tange à pronúncia das palavras, nosso objeto de estudo neste momento. O IPA sistematiza e padroniza a pronúncia dos fonemas, mas precisamos estar cientes de que as variações estão presentes em todos os lugares. O IPA é importante porque nos norteia e fundamenta nossos estudos. Entretanto, é fundamental ter em mente o caráter dinâmico e fluido das línguas em uso, nas ações comunicativas. Retomando nosso foco, e aproveitando que nossos estudos estão voltados para as vogais, cabe destacar as letras Y e W, consideradas semivogais. No que diz respeito ao som, o Y pode ter som de vogal ou de consoante. Quanto ao som de consoante, vamos discuti-lo no próximo tópico, ao apresentar o quadro fonético das consoantes. Com relação ao Y com som de vogal, pode ser pronunciado das seguintes maneiras: • /i:/ happy, party /hæpi:/ /’pα:rti:/ • /i/ gym, myth /ʤim/ /miθ/ • /aI/ my, fly /mai/ /flai/ • /eI/ say, day /sei/ /dei/ • /ɔI/ toy, boy /tɔi/ /bɔi/ Com o W acontece algo semelhante. Ele pode ser foneticamente representado assim: /w/, e isso veremos a seguir, no tópico sobre consoantes. Entretanto, em algumas palavras, ele forma ditongos: • tomorrow /tu:’mɔ:ro/ • power /pa er/ • slowly /sloli:/ • now /na/ Bem, agora que as vogais e seus símbolos fonéticos foram mostrados e exemplificados, voltemos nossa atenção para as consoantes. Antes, porém, vamos encerrar este tópico com um poema. Leia-o em voz alta, diversas vezes, exercitando os sons das vogais estudados até este ponto. A leitura de poemas é excelente para praticar pronúncia, ritmo e entonação. 26 Unidade I In my opinion It’s all a matter of opinion We all have one of these We always have something to say Even if no one else agrees My wife says I don’t have one I have to ask her what to say She thinks I’ll say something stupid She says, “You’re just made that way” If we go to a fancy restaurant She orders what food we’ll eat She tells me when I’m finished And when to leave my seat Even on our wedding day Before I could say, “I do” She told the preacher, “Of course, he does” So I just mumbled, “True” If it sounds like I am henpecked My wife says that’s not true She says to tell you, “You’re all wrong” She doesn’t tell me what to do So be glad you’re not in my shoes A man who lives this way The only words I’m allowed to utter Is, “Yes dear whatever you say” Well, I think I’ll end this poem And try to get on with my life But before I go, I want you to know I probably better ask my wife Fonte: Belt (2011). 27 COMPREENSÃO ORAL DA LÍNGUA INGLESA 4 CONSOANTES Figura 10 É chegada a vez das consoantes. Seus símbolos fonéticos, 24 no total, são mostrados a seguir. É importante lembrar que, tal como ocorre com as vogais, a ortografia nem sempre corresponde à forma de pronunciar, ou seja, os fonemas têm características próprias e regras que devem ser observadas e praticadas. p b t d t∫ ʤ k g f v θ ð s z ∫ ʒ m n η h l r w j Figura 11 Antes de prosseguir com os exemplos, é necessário comentar a questão do vozeamento: Todas as línguas apresentam consoantes e vogais. Vogais são tipicamente vozeadas, e consoantes podem ser vozeadas ou desvozeadas. Uma consoante é vozeada quando é produzida com a vibração das cordas vocais e é desvozeada quando as cordas vocais não vibram (SILVA, 2012, p. 24). Ou seja, há consoantes vozeadas (em inglês, voiced) e desvozeadas (em inglês, voiceless). Essa classificação é importante para nossos estudos, pois influencia em determinados padrões fonéticos. Na figura anterior, as voiceless consonants estão nos espaços pintados de verde; já as voiced consonants estão nos espaços com fundo branco. 28 Unidade I A seguir, um quadro com exemplos de palavras nas quais há voiceless consonants. Com a ajuda dos dicionários com áudio e dos sites de transcrição fonética indicados, ouça cada palavra e pratique sua transcrição o máximo que puder. Observe que os sons das consoantes em destaque não provocam a vibração das cordas vocais. Quadro 10 Voiceless consonant sounds Examples /p/ pet, Peter, pig /t/ talk, tea, top /t∫/ chat, chocolate, church /k/ car, Carol, key, Korea /f/ fork, fun, future /θ/ anything, ethic, think /s/ price, science, silly /∫/ action, push, shy, social /h/ hole, house, who Observação Os estudos nesta disciplina só serão efetivos se acompanhados de recursos auditivos e de transcrições fonéticas. Além disso, ouvir inglês diariamente deve fazer parte de seus estudos. Saiba mais Para a prática de compreensão oral, consulte: https://www.eslvideo.com O próximo quadro apresenta as voiced consonants, com exemplos. Quadro 11 Voiced consonant sounds Examples /b/ basketball, bee, boy /d/ dance, diary, dude /ʤ/ age, cage, jeep, joke /g/ bag, girl, glass, tag /v/ vain, Victor 29 COMPREENSÃO ORAL DA LÍNGUA INGLESA Voiced consonant sounds Examples /ð/ feather, than, there, they /z/ fizz, prize, zip, zoo /ʒ/ measure, rouge, television /m/ mirror, model, monkey /n/ nature, never, new /η/ feeling, king, reading /l/ late, lip, Luke /r/ rainbow, rat, round /w/ one, well, whale, why /j/ university, yard, yes Agora você já foi apresentado a todos os 24 sons consonantais, vozeados e desvozeados. Tente se familiarizar com os sons da língua inglesa ouvindo-os e emitindo-os tão frequentemente quanto possível. Prosseguindo nos nossos estudos, algumas considerações se fazem necessárias. Figura 12 Os sons do TH Como você já deve ter percebido, alguns consonant sounds merecem uma atenção especial. Um deles é o /θ/. Graficamente, ele se apresenta como TH. É um voiceless sound e não tem correspondente em português. Por isso, é necessário estar bem atento a ele. Coloque a língua entre os dentes e sopre. Tente imitar o som de uma cobra (um longo som de sss…), mas com a língua entre os dentes. Nesse caso, não ocorre vibração das cordas vocais (por isso é voiceless). Mas atenção: esse som não é parecido com o de F, S ou T em português. Vamos tentar: thank, theory, thin, think, thought, tooth. 30 Unidade I Observe alguns minimal pairs e pratique a pronúncia. Quadro 12 /θ/ /f/ thin fin thirst first three fee Quadro 13 /θ/ /t/ thick tick thin tin three tree Em outros casos, o som do TH deve ser emitido com voz, ou seja, é um voiced sound. Novamente, não existe correlato em português. Como podemos, então, produzir esse som? Tente imitar o som de uma abelha: zzz… A língua tocará os dentes de baixo por trás. Tente agora emitir o mesmo som mantendo a língua entre os dentes. Assim, o som do TH será produzido com voz. Fazendo corretamente, você estará: • com sua língua entre os dentes; • soprando o ar; • vibrando suas cordas vocais. Lembre-se que a vibração nas pregas vocais indicará que o som está sendo produzido corretamente. Agora, vamos tentar: that, their, then, these, this, those. Preste atenção nos minimal pairs a seguir. Há uma tendência a confundir o som voiced do TH com o som de D, mas são diferentes. Quadro 14 /ð/ /d/ their dare then den they day 31 COMPREENSÃO ORAL DA LÍNGUA INGLESA Os sons /β/ e /ʤ/ Outros dois sons que podem ser confundidos são /β/ e /ʤ/. Perceba que, como o próprio símbolo fonético indica, nas palavras com som /ʤ/, o som de /d/ está presente de forma bem sutil, o que não acontece em /ʒ/. Pratique a pronúncia das palavras a seguir. Quadro 15 /ʒ/ /ʤ/ explosion age invasion cage revision gin rouge joy usual suggest Os sons do X Em inglês, a letra X nunca representa o som de S, mas sim outros sons, como /ks/, o mesmo que produzimos em português para táxi (táksi). Figura 13 Além disso, o X pode representar o som de /gz/: exam, example, exist, existence. E ainda, no início das palavras, o X tem som de Z: xelophone, xenophobia, xerox. Os sons do S Em português, no início das palavras, o S sempre aparece antecedido porvogal, como em asma, escorpião e isto, mas, em inglês, o som de S pode iniciar uma palavra sem a ajuda de uma vogal, ou seja, sozinho. Alguns exemplos: scarlet, school, small, smoke, sneak, stop, student. 32 Unidade I Os estudantes de inglês como língua estrangeira podem se equivocar ao pronunciar o S que inicia palavras sozinho. Há uma tendência a pronunciar o som de I antes do S. Evite cometer tal equívoco. Algumas palavras, ainda, iniciam-se com SC, mas mantêm o som inicial de S ao serem pronunciadas: scenario, scene, scent, science, scissors. Vejamos agora os quatro casos do inglês em que o S aparece no fim da palavra. Quadro 16 3a pessoa do singular do simple present Palavras no plural Caso possessivo Abreviação dos verbos auxiliares is ou has plays / dances / works books / pencils / schools John’s car. He’s working. (is) He’s got two brothers. (has) Preste atenção nas regras para a pronúncia do S final: • Quando a palavra termina em sons desvozeados (voiceless sounds), a pronúncia de -s é /s/. Exemplos: top = tops / back = backs / faith = faiths. • Quando a palavra termina em sons vozeados (voiced sounds), a pronúncia de -s é /z/. Exemplos: car = cars / live = lives / bathe = bathes / alarm = alarms. • Quando a palavra termina em som de vogal, vogal + Y, Y ou W, a pronúncia de -s é /z/, porque esses sons são vozeados (voiced sounds). Exemplos: agree = agrees / shampoo = shampoos / sky = skies / employ = employs / allow = allows / convey = conveys. • Quando a palavra termina em -es, essa terminação tem o som /iz/. Exemplos: watch = watches / language = languages / please = pleases / boss = bosses / church = churches. Veja agora outros exemplos dos três tipos de pronúncia da terminação -s/-es. Quadro 17 -s = /s/ -s = /z/ -es = /iz/ cats cars boxes jokes dogs dishes snakes parties glasses sports questions languages stamps things surprises 33 COMPREENSÃO ORAL DA LÍNGUA INGLESA Os sons do K e do G Os sons das letras K e G não são pronunciados quando aparecem antes da letra N, ou seja, ficam mudos. Exemplos: gnaw, knead, knell, know. Os sons do CH Em inglês, o CH, diferentemente do português (pronunciado com som de X), representa dois sons, mas nenhum equivale a X. • CH com som de /k/: anchor, charisma, high-tech, mechanic, psycho. • CH com som de /t∫/: cheap, children, choice, kitchen, rich, teacher. Vamos agora praticar alguns minimal pairs. Essa prática nos ajuda a reparar nas diferenças, por vezes mínimas, entre dois sons. Recomendamos que você tente transcrever as palavras dos quadros a seguir, utilizando os sites recomendados neste material. Lembre também que todo dicionário deve apresentar, logo após a entrada do termo, a transcrição fonética entre barras. Essa transcrição precisa seguir criteriosamente o Alfabeto Internacional. Portanto, serve também de fonte para seus estudos. Quadro 18 /t/ /t∫/ tear chair tease cheese test chest tick chick till chill tip chip Quadro 19 /∫/ /t∫/ dish ditch ship chip shoe chew shop chop wash watch 34 Unidade I Quadro 20 /s/ /θ/ pass path sick thick sin thin sink think sum thumb Quadro 21 /s/ /z/ bus buzz price prize sip zip Sue zoo Quadro 22 /f/ /θ/ fin thin first thirst Fred thread free three roof Ruth Quadro 23 /d/ /ð/ Dan than dare there day they doze those side scythe Quadro 24 /l/ /r/ fly fry glass grass light right lip rip long wrong 35 COMPREENSÃO ORAL DA LÍNGUA INGLESA Quadro 25 /p/ /b/ cap cab path bath pear bear pie buy tope robe Quadro 26 /t/ /d/ cart card time dime tore door train drain trip drip Quadro 27 /k/ /g/ back bag class glass clock clog coat goat curl girl Quadro 28 /r/ /h/ rabbit habit rat hat ride hide roast host rope hope rug hug Após a prática dos minimal pairs, estamos certos de que você já está mais familiarizado com os sons da língua inglesa. 36 Unidade I Vale mencionar mais um ponto a ser observado: algumas consoantes da língua inglesa são chamadas de silent consonants, isto é, consoantes que não têm som na pronúncia das palavras. Em português, são chamadas de consoantes mudas. Vejamos alguns exemplos. Lembre-se de usar os sites de transcrição. Quadro 29 Silent H Silent P ghost pneumatic heir pneumonia honor psychiatrist hour psychic rhino psychologist when psychopath whistle pterosaur why receipt Silent K Silent G knee design knight foreign knit gnome knock gnostic knot making know sign knowledge studying Saiba mais Mais uma dica de site para praticar a pronúncia: https://www.spellzone.com 37 COMPREENSÃO ORAL DA LÍNGUA INGLESA Figura 14 Veja a seguir o que pode ser feito para aprimorar o aprendizado da produção de sons em língua inglesa: • Lembre-se de que a relação entre a ortografia e o som das palavras em língua inglesa é bastante irregular e depende de vários fatores. Por isso, é importante: — conhecer o Alfabeto Fonético; — consultar o dicionário para verificar a transcrição fonética; — escutar inglês o máximo possível. • Conheça e utilize os símbolos fonéticos (IPA) fazendo a transcrição das palavras. • Fale em inglês com as pessoas o máximo possível, sejam elas falantes de inglês como primeira língua, como segunda língua ou como língua estrangeira. • Sempre que possível, entre em contato com filmes, seriados, documentários, podcasts e músicas em inglês. • Tenha em mente que, além dos fonemas, é preciso conhecer a acentuação tônica das palavras. Todos os dicionários indicam qual é a sílaba mais forte com o símbolo [ ‘ ]. Observe-o e pratique a pronúncia. • Pratique a entonação (melodia) das frases. • Acesse os speaking dictionaries, dicionários eletrônicos de bolso ou online. Tais dicionários fornecerão a pronúncia a ser praticada. • Consulte o anexo, neste livro-texto, sobre consonants, um quadro em inglês com um resumo das consoantes e seus respectivos sons. • E o mais importante de tudo: nem pense em estacionar – parar – aqui. Este é só o começo de seus estudos. Falar uma língua é uma atividade complexa, que demanda tempo e dedicação, 38 Unidade I prática e observação, motivação e entusiasmo. Mantenha-se envolvido em seu processo de ensino-aprendizagem e pense nele como um processo contínuo e prazeroso. Figura 15 Os tongue twisters (trava-línguas) podem se tornar um exercício divertido de prática da oralidade. Figura 16 Para treinar habilidades orais, tente ler os tongue twisters a seguir. Eles ajudam a “soltar a língua”, facilitando a comunicação. Tongue twister 1 Peter Piper picked a peck of pickled peppers. A peck of pickled peppers Peter Piper picked. 39 COMPREENSÃO ORAL DA LÍNGUA INGLESA If Peter Piper picked a peck of pickled peppers, where’s the peck of pickled peppers Peter Piper picked? Tongue twister 2 I wish to wish the wish you wish to wish, but if you wish the wish the witch wishes, so I won’t wish the wish you wish to wish. Tongue twister 3 Luke Luck likes lakes. Luke’s duck likes lakes. Duck takes licks in lakes Luke Luck likes. Tongue twister 4 A big black bug bit a big black dog on his big black nose. Tongue twister 5 How much wood would a woodchuck chuck if a woodchuck could chuck wood? He would chuck, he would, as much as he could, and chuck as much wood as a woodchuck would if a woodchuck could chuck wood. Tongue twister 6 She sells seashells by the seashore. Fonte: 50 tongue…, (s.d.). Saiba mais Há mais tongue twisters em: 50 TONGUE twisters to improve pronunciation in English. Engvid, [s.d.]. Disponível em: https://www.engvid.com/english-resource/50-tongue- twisters-improve-pronunciation/. Acesso em: 2 dez. 2019. 40 Unidade I Resumo Nesta unidade, abordamos a pronúncia de vogais, semivogais, consoantes e alguns encontros consonantais. Buscamos apresentar exemplos para elucidar diferentes pronúncias do sistema de sons do inglês. Para isso, primeiramente, vimos como funciona o aparelho fonador, pois assim fica maisfácil entender como se dá o funcionamento dos sons. As vogais têm sutilezas em sua sonoridade e nos movimentos que fazemos com o aparelho fonador para produzi-las. Entre tantos sons possíveis que são representados pelas vogais e pelos encontros vocálicos (ditongos), destacamos alguns com o intuito de mostrar casos específicos e motivar a prática dos alunos. O aluno deve ter percebido que as diferenças de pronúncia dos sons vocálicos nem sempre aparecem na escrita, o que pode gerar dúvidas nos aprendizes da língua inglesa. Se um estrangeiro estivesse aprendendo português, certamente enfrentaria muitas dificuldades também. Fenômenos assim ocorrem em todas as línguas. Desse modo, ao apontarmos algumas dificuldades e irregularidades da pronúncia do inglês, estamos mostrando que isso é natural no aprendizado. Ao conhecer os sons de consoantes e encontros consonantais, o aluno pôde ver novamente a existência de sons distintos do português e praticá-los corretamente. Algumas consoantes são muito diferentes e requerem bastante atenção. Podemos perceber que, com muita prática, é possível se comunicar em inglês satisfatoriamente. Exercícios Questão 1. Uma possível forma de estudar os sons de uma língua é por meio da leitura e análise de textos que explorem seus recursos fonético-fonológicos, como textos construídos com base na aliteração, que consiste na repetição de determinados sons, geralmente consonantais. Com base nessas informações, analise os textos a seguir. Texto I She sells seashells by the seashore. Disponível em: https://examples.yourdictionary.com. Acesso em: 2 dez. 2019. 41 COMPREENSÃO ORAL DA LÍNGUA INGLESA Texto II Can you keep the cat from clawing the couch? It’s creating chaos. Disponível em: https://examples.yourdictionary.com. Acesso em: 2 dez. 2019. Texto III Twinkle, twinkle, little star, How I wonder what you are. Up above the world so high, Like a diamond in the sky Twinkle, twinkle, little star, How I wonder what you are! Disponível em: https://study.com/academy. Acesso em: 2 dez. 2019. Predomina a aliteração como recurso sonoro nos textos: A) I e II, somente. B) I e III, somente. C) I, somente. D) III, somente. E) I, II e III. Resposta correta: alternativa A. Análise das alternativas A) Alternativa correta. Justificativa: nos textos I e II predomina a aliteração. B) Alternativa incorreta. Justificativa: no texto III predomina a rima. 42 Unidade I C) Alternativa incorreta. Justificativa: a aliteração predomina no texto I, mas não somente nele. D) Alternativa incorreta. Justificativa: no texto III predomina a rima. E) Alternativa incorreta. Justificativa: no texto III predomina a rima. Questão 2. Do ponto de vista fonético-fonológico, os sons apresentam diversas classificações. O som /f/, por exemplo, presente em palavras como fork, fun e future, é classificado como um voiceless consonant sound e costuma ser representado pela letra F. No entanto, por inúmeras questões de combinação e enlace entre as palavras em uma frase, pode ocorrer modificação em um som. Nos casos a seguir, assinale a alternativa em que a letra F representa um voiced consonant sound, um som diferente do que ocorre em fork, fun e future. A) This is my favorite car. B) I’m thinking of you. C) We are about to fly. D) I loved this furniture. E) Turn off all the lights. Resposta correta: alternativa B. Análise das alternativas A) Alternativa incorreta. Justificativa: nesta alternativa, a letra F representa o seu som “clássico”, classificado como voiceless consonant sound. B) Alternativa correta. Justificativa: nesta alternativa, a letra F representa o som /v/, classificado como voiced consonant sound. A palavra of tem como som /ɔ:v/. 43 COMPREENSÃO ORAL DA LÍNGUA INGLESA C) Alternativa incorreta. Justificativa: nesta alternativa, a letra F representa o seu som “clássico”, classificado como voiceless consonant sound. D) Alternativa incorreta. Justificativa: nesta alternativa, a letra F representa o seu som “clássico”, classificado como voiceless consonant sound. E) Alternativa incorreta. Justificativa: nesta alternativa, a letra F representa o seu som “clássico”, classificado como voiceless consonant sound.