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© A apoptose é um processo de morte celular programada (PCD), que requer energia e ocorre nas células eucarióticas e é extremamente regulado, sendo organizado por uma série de genes. A apoptose é importante em inúmeros eventos do desenvolvimento e da homeostase celular, regulando o n° de células pelo balanço entre sua ocorrência e a ocorrência de mitose. Além disso, a apoptose está envolvida em: Auxílio na formação de estruturas; Renovação celular; Retirada de células anormais; Resposta imune; Defesa contra câncer e doenças autoimunes. A apoptose assim como qualquer outro processo celular, deve ser cuidadosamente controlado, uma vez que a apoptose excessiva está relacionada a doenças neurodegenerativas, hematológicas e AIDS. Já a apoptose reduzida implica na formação de tumores, doenças autoimunes e infecções. Durante esse processo há uma série de alterações morfológicas e bioquímicas na célula. Síntese proteica; Perda da adesão entre as células; Condensamento do citoplasma e encolhimento; Colapso do citoesqueleto; Condensamento da cromatina e distribuição para a periferia; Desmonte da carioteca; Fragmentação do DNA; Fragmentação da célula em vesículas (corpos apoptóticos); Superfície celular alterada sinalizando apoptose. Alta proteólise; Fragmentação internucleossômica do DNA; Perda do potencial da membrana mitocondrial; Aumento do cálcio intracelular; Externalização da fosfatidilserina (sinal para fagócitos). As caspases - c para cisteína e asp para ácido aspártico - são sintetizadas na forma de pro- caspases que são clivadas e ativadas por outras caspases, resultando em uma cascata de ativação proteolítica. As caspases se dividem em ao menos 14 tipos, sendo as caspases 8 e 9 iniciadoras e as caspases 3, 6 e 7 efetoras. Elas necessitam de um estímulo para iniciar o processo apoptótico. Na superfície celular há uma variedade de receptores, dentre eles os chamados receptores de morte. O receptor FAS, é ativado com o estímulo do ligante FAS. Assim que ocorre essa ativação, há a exposição do domínio intracelular desse receptor para as © proteínas adaptadoras, o chamado domínio da morte. Essas proteínas ativarão então, as caspases iniciadoras (8 e 9) formando um complexo de sinalização indutor de morte (DISC). Uma vez dimerizada e ativada em DISC, as caspases iniciadoras clivam seus parceiros e então ativam caspases executoras (3,6 e 7) para induzir apoptose. Em algumas células a via extrínseca recruta a via intrínseca para amplificar a cascata das caspases e matar a célula. A via intrínseca é mediada pela ação mitocondrial. Nessa via a mitocôndria libera a citocromo c, enzima presente na membrana interna, ao meio citosólico. A citocromo c, por sua vez, se ligará a proteína adaptadora Apaf1, formando o complexo proteico denominado Apoptossomo, criando assim, o sítio de ligação para a caspase 9. Os estímulos para a apoptose incluem: sinais extracelulares (ligantes Faz, NGF-R, TNF, hormônios e BMPs), estímulos tóxicos (vírus, quimioterápicos, radiação ionizante ou agentes oxidantes), retirada dos fatores de sobrevivência ou danos ao DNA (p53). Como dito anteriormente, a apoptose é um processo extremamente regulado, dessa forma, há uma família de proteínas designada a regulação da via apoptótica intrínseca. Essa família de proteínas é denominada Bcl2. Essas enzimas estão envolvidas no processo de © estimulo ou impedimento da liberação do citocromo c no meio intracelular pela mitocôndria. Todas essas proteínas possuem o domínio BH3, sendo as proteínas que possuem o domínio BH4 pertencentes ao grupo das antiapoptóticas, e as que possuem somente do domínio BH3 ‘’para trás’’ pertencentes ao grupo pró- apoptótico. Há ainda um terceiro grupo de proteínas pró-apoptóticas que possuem somente o domínio BH3. As proteínas pró-apoptóticas, a exemplo Bax e Bak, agem formando homodímeros - duas proteínas idênticas unidas – que abrirão poros na membrana mitocondrial. Já as proteínas antiapoptóticas, como Bcl2 e BclXL, se ligam as proteínas pro-apoptoticas – na ausência de estímulos apoptóticos – formando heterodimeros, impedindo sua ligação com outra proteína apoptótica, a fim de impedir o prosseguimento do processo apoptótico. Há ainda uma classe de proteínas que não pertencendo a família Bcl2 que também atua na regulação do apoptose. Essas proteínas são as, proteínas inibidoras das proteínas apoptóticas (IAPs). Todas IAPs têm um ou mais domínios, que permitem a elas ligarem-se e inibirem caspases ativadas. Algumas IAPs também fazem a poliubiquitinação das caspases, marcando as caspases para destruição pelos proteassomos. Dessa maneira, as IAPs estabelecem um limiar inibidor que caspases devem cruzar para disparar a apoptose. Contudo, quando a célula recebe um estímulo apoptótico as anti-IAPs são liberadas do espaço intermembrana mitocondrial, durante a ativação da via intrínseca, bloqueando IAPs no citosol e, dessa maneira, promovendo a apoptose. Para que a apoptose seja boqueada é necessário que a célula receba sinais constantes de sobrevida, os chamados fatores de sobrevivência Foi usado como referência bibliográfica para este resumo o livro: ALBERTS, Bruce - Biologia Molecular da Célula, 6° edição. W. W. Norton & Company, 2017. ©