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7 Psicofarmacos em grupos de risco

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LARISSA MENEZES – SAÚDE MENTAL II 
 
PSICOFÁRMACOS EM GRUPOS E SITUAÇÕES ESPECIAIS 
 
GRAVIDEZ E SAÚDE MENTAL 
 Período fértil para eclosão de doenças 
mentais, mulheres pré dispostas se tornam 
mais suscetíveis, por fatores metabólicos ou 
ambientais 
 Gravidez é um estressor 
 O transtorno mental é toxico 
 O risco do tratamento não supera o beneficio! 
TRANSTORNOS MENTAIS NA GESTAÇÃO E 
PUERPÉRIO 
1. DEPRESSÃO: 
➢ 10-16% 
➢ Fatores predisponentes: história de 
abortamentos, estressores psicossociais, 
falta de apoio, violência domestica 
➢ A gestante deve procurar ajuda e 
orientação 
➢ O tratamento é possível sem complicações, 
a maioria dos psicofármacos podem ser 
usada com segurança 
➢ Se a gestante não tratar ou interromper o 
tratamento: recaídas (novo episódio 
depressivo) 
➢ Consequências para a mãe: 
• Exposição a situações de risco 
• Automedicação 
• Uso de álcool, tabaco e outras 
substancias 
• Desnutrição 
• Menor preocupação com seu estado de 
saúde e menos adesão ao pré-natal 
• Vinculo entre mãe e bebê 
comprometido 
• Risco de suicídio 
➢ Consequências para a criança: 
• Parto prematuro e outras complicações 
obstétricas 
• Crescimento fetal diminuído 
• Perímetro cefálico diminuído 
• Risco de desenvolver doenças mentais: 
alterações comportamentais a longo 
prazo 
2. ANSIEDADE 
3. TRANSTORNO DE ADAPTAÇÃO 
 
4. TOC 
5. TRANSTORNO BIPOLAR 
6. ESQUIZOFRENIA 
 
PURPÉRIO 
 Período imediato após a gestação 
 A atenção recebida pela mulher acaba 
desviada para o bebê 
 Atenção as mães de natimortos: 
o Alta precoce 
o Pacto de silencio 
o O bebê como “não pessoa” 
o Culpa 
 Atenção às mães adolescentes: 
o Menos preparação 
o Maiores índices de depressão, ansiedade e 
tentativas de suicídio 
o Fatores predisponentes: mudança de 
residência, repetência e abandono escolar, 
morte dos pais na infância, abuso físico ou 
sexual, pouco apoio social e uso de álcool 
semanal 
“MATERNITY BLUES” 
➢ 50 a 85% das mulheres no puerpério 
➢ Insônia 
➢ Ansiedade 
➢ Labilidade emocional 
➢ Choro fácil 
➢ Irritabilidade 
➢ Inadequação 
➢ Tende a ser breve: até 2-3 semanas 
DEPRESSÃO PÓS PARTO 
➢ Em torno de 13% das mulheres 
➢ Inquietação 
➢ Tristeza 
➢ Alucinações 
➢ Ideias delirantes 
➢ Desespero 
➢ Angustia 
➢ Culpa 
➢ Insônia 
➢ Risco de suicídio e filicídio 
PSICOSE PUERPERAL 
➢ 1 a 4 a cada 1000 mulheres 
LARISSA MENEZES – SAÚDE MENTAL II 
 
➢ Agitação 
➢ Agressividade 
➢ Alucinações 
➢ Ideias delirantes 
➢ Desorganização do pensamento e do 
comportamento 
➢ Discurso desconexo 
➢ Insônia 
➢ Risco de suicídio e filicídio 
➢ Geralmente tem um TAB que ainda não foi 
diagnosticado 
COMO PREVENIR E AJUDAR? 
➢ Apoio familiar 
➢ Esclarecendo e tirando duvidas 
➢ Sem julgamentos 
➢ Atenção aos sinais e sintomas 
➢ Intervenção precoce 
➢ Procura por tratamento imediato 
➢ Psicoterapia é essencial: TCC, interpessoal 
 
PSICOFARMACOLOGIA NA GRAVIDEZ 
PRINCÍPIOS GERAIS 
➢ Impossível não haver alguma forma de 
exposição na gravidez! 
➢ O bebê será exposto à doença, ao 
medicamento ou a ambos! 
➢ Antes de prescrever para mulheres em 
período fértil, pergunte sobre o uso de 
anticoncepcionais, uma vez que essas 
medicações não são livres de risco. Caso 
não use, deve reforçar a necessidade do 
anticoncepcional e do planejamento 
familiar 
➢ Na gravidez: 
• Sempre pesar riscos X benefícios 
• Desejo da paciente: decisão 
compartilhada 
• Em geral o risco de não tratar é maior 
que os potenciais efeitos danosos da 
medicação ao feto 
ENTENDO OS DIFERENTES RISCOS 
➢ 1º trimestre: malformações e 
teratogênese estrutural (tubo neural se 
fecha em volta da 8ª semanada) 
➢ 2º trimestre: período de menor risco 
➢ 3º trimestre: toxicidade neonatal (ajustes 
para quando o bebê for atravessa o canal 
do parto não trazer tantos riscos) 
➢ Pós-parto: atraso no desenvolvimento, 
teratogênese comportamental 
PREFERÊNCIAS 
➢ Preferir iniciar após o 1º trimestre 
➢ Usar a menor dose eficaz 
➢ Preferir a monoterapia 
➢ A farmacocinética muda durante a 
gravidez: pode requerer ajuste da dose 
para mais, mas como regra geral tenta 
utilizar a menor dose eficaz possível 
➢ Não retirar a medicação semanas antes do 
parto (maior risco de recaída) 
➢ Planejar a amamentação durante a 
gestação 
➢ Considerar ECT em situações criticas (casos 
mais graves, sobretudo refratários): sem 
risco a gestação 
ISRS 
➢ Pesquisas recentes orientam cuidado e 
prudência no uso de ISRSs na gravidez, mas 
jamais contraindicam o tratamento 
antidepressivo na gravidez – quando o 
transtorno depressivo maior é moderado a 
grave (se for leve, deixa em observação até 
passar o 1º trimestre que é o maior risco) 
➢ Doses elevadas e politerapia nitidamente 
aumentam os riscos 
➢ Mais indicados: 
• Sertralina 
• Citalopram 
• Escitalopram 
➢ Evitar: 
• Paroxetina: associado a malformações 
cardiovasculares, como defeitos atriais 
e septais 
• Clomipramina: pode estar associado a 
risco aumentado e significativo de 
malformações cardiovasculares 
• Benzodiazepínicos (ainda lança mão 
dos de meia vida curta em casos 
complicados, como o lorazepam): no 1º 
trimestre pode causar lábio leporino e 
fendas oropalatinas, já no 3º trimestre 
LARISSA MENEZES – SAÚDE MENTAL II 
 
pode causar a síndrome do bebê azul, 
além de dependência e abstinência 
ANTIPSICÓTICOS 
➢ Típicos 
• São preferíveis, por ter mais estudos 
• Haloperidol 
➢ Atípicos: 
• Podem ser utilizados com cautela 
• Estudos não demonstram 
teratogenicidade 
• Aumenta o risco de diabetes 
gestacional 
• Risperidona, Olanzapina, Quetiapina 
CARBONATO DE LÍTIO 
➢ Não usar no 1º trimestre: 
• Anormalidades cardíacas 
• Anomalia de Ebstein: transposição dos 
grandes vasos 
➢ No TAB realmente considera o uso, porque 
é mais grave 
➢ Pesar risco X benefício 
EVITAR ANTICONVULSIVANTES 
➢ Ácido valpróico, Hidantoína e 
Carbamazepina 
➢ 1º trimestre: anomalias do tubo neural, 
como anencefalia, microcefalia, 
hidrocefalia, espinha bífida, disfunção 
urogenital 
➢ Deficiência intelectual 
➢ Risco menor: lamotrigina, topiramato, 
gabapentina 
 
PSICOFARMACOLOGIA NA LACTAÇÃO 
 Concentração no leite geralmente é baixa, mas 
o uso requer cautela 
 Evitar em prematuros ou comprometidos 
hepáticos, renais, cardíacos ou neurológicos 
 Evitar sedativos 
 Manter a medicação que vinha sendo utilizada 
na gravidez: menor dose possível (geralmente, 
ou pelo menos o ideal, é que na gestação já 
planeje o medicamento com menor risco na 
amamentação) 
 Tomadas em dose única, logo antes da 
mamada que antecede o sono mais longo do 
bebê 
 Monoterapia 
 Compartilhar decisão 
 
SAÚDE MENTAL NA INFÂNCIA 
SITUAÇÕES DESFAVORÁVEIS 
➢ Desestrutura familiar: relações familiares 
em desarmonia 
➢ Divorcio dos pais 
➢ Maus-tratos 
➢ Negligencia 
➢ Violência 
➢ Abuso sexual 
➢ A criança com câncer 
MANEJO 
➢ Psicoterapia: mais destaque 
➢ Psicofármacos 
 
PSICOFARMACOLOGIA NA INFÂNCIA 
PRINCÍPIOS GERAIS 
➢ Maior metabolização hepática 
➢ Maior taxa de filtração glomerular 
➢ Menor quantidade de tecido adiposo 
➢ Proporção dose/peso maior que no adulto 
➢ Começar com doses baixas e aumentar 
apenas se necessário 
➢ Considerar: idade, diagnostico principal, 
comorbidades, compreensão dos pais, 
cérebro em desenvolvimento, risco-
beneficio 
PSICOESTIMULANTES 
➢ TDAH 
➢ Metilfenidato (Ritalina) 
• Curta duração 
• 2,5mg – 10mg até 4x dia 
• Liberação prolongada 
• Ritalina LA 10, 20, 30, 40mg 
• Concerta: 18-54 mg 
➢ Lisdexafetamina/Venvase: 
• Liberação prolongada 
• Venvanse 30, 50, 70 mg 
ANTIPSICÓTICOS 
➢ TEA, agitação, agressividade, 
impulsividade 
➢ Típicos: Haldol 0,5mg/kg/dia 2 tomadas 
➢ Atípicos: 
• Risperidona: 1-2 mg/dia 
• Aripiprazol: 2-10 mg/dia 
LARISSA MENEZES – SAÚDE MENTAL II 
 
• Quetiapina: 25-300 mg/dia• Olanzapina: 2,5-10 mg 
• Risperidona e aripiprazol são os 
principais 
ANTIDEPRESSIVOS 
➢ Depressão, ansiedade e impulsividade 
➢ Depressão (2ª linha): Fluoxetina, 
escitalopram, sertralina, fluvoxamina 
➢ TOC: Sertralina, fluvoxamina, 
clomipramina 
➢ Imipramina – Enurese 
➢ Estabilizadores de humor: 
• Lítio: 12 anos 
• Acido valproico: 10-14 a 60 mg/kg/dia 
2-3 tomadas 
• Carbamazepina: 10-50 mg/kg/dia 2 
tomadas 
BENZODIAZEPÍNICOS 
➢ Efeito paradoxal (contrário ao desejado, 
provocar crises de agitação) 
➢ Transtornos ansiosos, insônia, terror 
noturno, sonambulismo 
➢ De maneira geral evita 
➢ Diazepam: 6 meses, 1 a 2,5 mg/kg/dia 
➢ Clonazepam: mais estudado, em gotas, 
0,25 a 2 mg/dia 
➢ Lorazepam: 12 anos, 1 a 6 mg/dia 
ANTIHISTAMÍNICO 
➢ Prometazina: 1 a 5 mg/kg/dose, a partir de 
5 anos e combate efeitos extrapiramidais 
 
SAÚDE MENTAL DO IDOSO 
PRINCÍPIOS GERAIS 
➢ Diminui: força inotrópica, fluxo sanguíneo, 
esvaziamento gástrico, mobilidade e 
mucosa intestinais, fluxo sanguíneo e do 
volume hepáticos, água corporal, massa 
muscular e filtração glomerular 
➢ Aumenta tecido adiposo 
➢ Monitorar as funções hepáticas e renais 
➢ Comorbidades clinicas são frequentes 
➢ Interações medicamentosas e mais 
reações adversas 
➢ Prescrição de ¼ a ½ da dose prescrita ao 
jovem 
1. EVITAR 
➢ Tricíclicos 
➢ Fluoxetina 
➢ Anticolinérgicos e anti-histamínicos 
➢ Benzodiazepínicos: se necessário meia vida 
curta (lorazepam) 
➢ Anfetaminas e anorexígenos 
➢ Barbitúricos, exceto nas convulsões 
➢ Antipsicóticos típicos e risperidona 
 
PSICOFARMACOLOGIA NOS IDOSOS 
ANTIDEPRESSIVOS 
➢ ISRS: sertralina e escitalopram 
➢ ISRN: venlafaxina e duloxetina 
➢ Multimodal: mirtazapina 
➢ ADT: nortriptilina 
ANTICOLINESTERÁSICOS 
➢ Rivastigmina: 1,5 a 6 mg/dia, 2x/dia 
➢ Galantamina: 4 a 12 mg/dia, 2x/dia 
➢ Donepezila: 5 a 10 mg/dia, DU 
ESTABILIZADORES DE HUMOR: 
➢ Lítio e acido valproico (mania): dose 
máxima tolerada 
ANTIPSICÓTICOS: 
➢ Típicos: haloperidol 
➢ Atípicos: quetiapina, lurasidona, 
olanzapina, risperidona – é preciso cautela 
pelos efeitos adversos!

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