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Bruna Carla dos Santos Jerome Bruner é considerado um dos nomes mais importantes do construtivismo, devido as suas teorias de aprendizagem construtivista que tentam explicar como as pessoas constroem significado a partir do que elas interpretam do mundo que as cercam. O construtivismo defende que o conhecimento e experiências estão ligados, lado a lado, de modo que todo conhecimento está vinculado às experiências nas quais esse conhecimento foi construído, em síntese, na teoria construtivista o conhecimento se constrói através das experiências. Bruner também é visto como um dos principais líderes da revolução cognitiva, suas ideias serviram de influência nos campos de aprendizagem e educação. Ele tratará a cultura como núcleo de algumas de suas obras Ele classifica sua teoria como da instrução ou do ensino. Segundo Bruner, sua teoria - diferente das teorias de Piaget e Vygotsky, que são apenas de caráter descritivo por descrever como a aprendizagem acontece - não é apenas descritiva, mas também prescritiva, pois ela além de descrever, irá prescrever formas de ensinar, sendo uma teoria do ensino. Entre diferentes tipos de ensino, considera que o ensino estruturado é fundamental para aprendizagem, nesse ensino o professor irá planejar um processo de ensino- aprendizagem através da organização de conteúdos, onde haverá uma sequência de ensino que irá favorecer a aprendizagem, havendo também uma avaliação para garantir que houve sucesso no processo pedagógico. Colocando o professor como percursor do ensino, isso depois de concretizar que o significado das coisas externas está internalizado no indivíduo e que é a cultura a responsável por ativar na criança a exposição desses significados, vale ressaltar também que Bruner valoriza a linguagem, incluindo-a em todo processo de estudo.. Bruner ver a cultura como uma concepção central para a psicologia, para analisar essa concepção, o universo simbólico, a narrativa e a comunidade cultural são núcleos essenciais. Para Bruner, conhecimento é concebido através da atividade do sujeito em seu universo simbólico pessoal, o sujeito irá adquirir significações ao longo de sua jornada de vida. Bruner, diz que: “[...] os sistemas simbólicos que os indivíduos usavam para construir significado eram sistemas que já estavam colocados, já estavam “presente”, profundamente arraigados na cultura e na linguagem. [...]” (BRUNER, 1997, p. 22). Na visão de Bruner, a cultura tem os sistemas simbólicos como papel constitutivo, esses sistemas seriam os responsáveis por dar significado à ação dos indivíduos. Dessa forma, notamos que a cultura está enraizada nesses sistemas simbólicos, assim, possui um papel fundamental na psicologia cognitiva e na educação, por estar diretamente ligada no processo de evolução humana. É a cultura que molda a mente, que constrói o universo simbólico, é através dela que o ser humano se destaca do animal, pela adaptação de modo mais complexo devido às formas de signos compartilhadas. A narrativa surge como um dos núcleos de análise da concepção de cultura, ela se constrói de acordo com os acontecimentos do mundo em que os indivíduos vivem, torna a linguagem como eixo e, é através dela que o homem expressa seus estados psíquicos, sua realidade. Outro núcleo apresenta que a comunidade cultural é constituída pela relatividade dos significados e dos valores, assim como também pelo estilo de vida. Para Bruner, a mente é moldada diretamente pela cultura, nessa psicologia, é parte do processo evolutivo humano. Aqui, os membros de uma comunidade cultural, tem a realidade representada por um simbolismo compartilhado e que, através dele é organizada e interpretada. Ele diz que: “[...] É a cultura que fornece as ferramentas para organizarmos e entendermos nossos mundos de maneira que sejam comunicáveis. A característica distintiva da evolução humana é que a mente evoluiu de uma forma que permite que os seres humanos utilizem as ferramentas da cultura. Sem ferramentas, sejam simbólicas, sejam materiais, o homem não é um “macaco nu”, mas uma abstração vazia (BRUNER, 2001, p.16-17).” Bruner torna a linguagem como o principal signo para análise de sua teoria, porque ele diz que a linguagem tem poder de criar suas próprias realidades e, do modo que ele torna os sistemas simbólicos como papel constitutivo da cultura, ele torna esse “poder” da linguagem como o seu próprio papel constitutivo. Ele ver a cultura, de acordo com os conceitos da educação, como uma prática implícita, ou seja, que se encontra na mente das pessoas, do inconsciente para o consciente, em sua teoria, a ação humana é mediada pelo significado. A psicologia que se preocupa com os significados, e com a mente que os cria, torna-se uma psicologia cultural. Essa relação surgiu como inciativa para a primeira revolução cognitiva, o que tornou Bruner um dos pesquisadores sobre como os seres humanos produzem significados. A grande conquista do ser humano para Bruner seria a negociação e a renegociação dos significados, de fato que, o significado dos conceitos sociais está no mundo, na negociação entre as pessoas. Mesmo que os significados estejam na mente, sua origem está na cultura em que eles foram criados, assim como também, a sua importância. É a mente que constrói significados de acordo com os contextos culturais, tornando as pessoas resultantes do processo produtivo desses significados e isso tudo acontece através dos sistemas simbólicos da cultura, de acordo com Bruner. Os significados são criados socialmente e são as relações sociais as responsáveis por produzir a cultura que nós vivemos segundo sua teoria. A linguagem, os mitos, as artes e até a própria cultura para Bruner, só são possíveis pela construção social de significados, em suas palavras, aprender a usar a linguagem, envolve aprender a cultura ao mesmo tempo em que expressar as intenções de acordo com a cultura. Para Bruner, o significado é dado de forma narrativa, caracterizados como conquistas sociais, visto que a narrativa é construída de acordo com os acontecimentos do mundo, cujo objetivo está em expressar a realidade, interpretá-la. A linguagem também irá se estruturar no meio social, lembrando que ela precisa do significado para auxiliá-la na própria aquisição. Por exemplo, a criança, ela consegue lidar com símbolos para representar o mundo, já nasce com o desejo de aprender, é curiosa e ativa, é a partir do nascimento que ela começa a construir significados, pois, antes mesmo de começar a falar, ela já se comunica. Para Bruner, são intenções comunicativas bem estruturadas, isso acontece quando ela começa a apontar ou enganar, considerada de fato, aptidões pré-linguísticas para o significado. E então, Bruner afirma que, que os sistemas simbólicos são essenciais para sua busca de significados e que o papel fundante da linguagem para o pensamento torna-se primordial na conclusão de que a mente se torna social. Ele sugere uma psicologia interpretativa que busque entender se há regras usadas pelo ser humano para produzir significados em contextos amplamente culturais e que todas as noções de significados aqui discutidas são coerentes com essa psicologia. Vejo a proposta teórica de Bruner sobre cultura e significado como um sistema em construção, interligado à Educação, já que ele aborda aspectos da linguagem, de como o significado surge na infância e de como ele está relacionado à cultura. A mente surge como centro de tudo, já que é ela a responsável por construir os significados, a partir do contexto social que está presente ao seu redor. De fato, é notório que os significados variam de pessoa para pessoa, já que não vivem uma única realidade, uma única cultura e que podem até interpretar, narrar sua trajetória de maneira totalmente dissemelhante da visão do próximo. Referências: RABATINI, VanessaGertrudes. A concepção de cultura em Bruner e Vigotski: implicações para a educação escolar. 2010. CORREIA, Mônica FB. A constituição social da mente:(re) descobrindo Jerome Bruner e construção de significados. Estudos de Psicologia (Natal), v. 8, n. 3, p. 505-513, 2003.
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