Buscar

filologia portuguesa autoatividades

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

das
A
Gabarito
utoatividades
FILOLOGIA PORTUGUESA
Centro Universitário Leonardo da Vinci
Rodovia , nº .BR 470 Km 71, 1 040
Bairro Benedito - CEP 89130-000
I daialn - Santa Catarina - 47 3281-9000
Elaboração:
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
2018
Prof. Luiz Henrique M. Queriquelli
3UNIASSELVI
NEAD
GABARITO DAS AUTOATIVIDADES
F
I
L
O
L
O
G
I
A
 
P
O
R
T
U
G
U
E
S
A
GABARITO DAS AUTOATIVIDADES DE
FILOLOGIA PORTUGUESA
Centro Universitário Leonardo da Vinci
Rodovia , nº .BR 470 Km 71, 1 040
Bairro Benedito - CEP 89130-000
I daialn - Santa Catarina - 47 3281-9000
Elaboração:
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
2018
UNIDADE 1
TÓPICO 1
Questão única: Leia o texto a seguir para responder à questão:
 Os estudos dos períodos anteriores ao século XIX 
eram muito esparsos e baseados em suposições 
muitas vezes infundadas, como a de que o latim 
derivava diretamente do grego, e este diretamente 
do hebraico, a suposta língua original cujo dialeto 
mais antigo Adão teria falado. Aos poucos, as 
hipóteses que ligavam o latim e o grego ao hebraico 
foram sendo descartadas, em grande parte devido 
ao interesse crescente pelas línguas do Oriente, 
que passaram a ser mais bem conhecidas pelo 
Ocidente europeu em virtude dos contatos 
crescentes entre os povos, derivados de um trânsito 
comercial e colonialista mais intenso, acirrado 
pelos movimentos expansionistas europeus. 
Muitos estudiosos, principalmente aqueles que 
participaram dos estudos linguístico-comparativos 
entre o século XIX e começo do século XX, 
descobriram semelhanças também entre diversas 
línguas da Europa, organizando essas línguas em 
famílias linguísticas, que, por sua vez, também 
eram aparentadas entre si. Exemplos mais 
comuns são justamente as línguas românicas, 
como o francês, o espanhol, o italiano, o romeno, 
o português etc., cujo percurso do latim até seu 
estado moderno foi documentado através dos 
mais diversos tipos de texto (políticos, literários, 
jurídicos etc.), e também as línguas germânicas, 
como o inglês, o holandês, o alemão, o islandês, o 
dinamarquês etc., que descendem de uma língua 
chamada de protogermânico.
 Fonte: GONÇALVES, Rodrigo Tadeu; BASSO, Renato Miguel. 
História da Língua. Florianópolis: LLV/CCE/UFSC, 2010. p. 12.
4 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI
NEAD
F
I
L
O
L
O
G
I
A
 
P
O
R
T
U
G
U
E
S
A
A partir desta leitura, julgue as afirmações a seguir:
I. A revolução ideológica pela qual a Europa passou a partir de meados 
do séc. XVII, as navegações ultramarinas e a consequente expansão do 
conhecimento sobre as línguas humanas pelo mundo fizeram com que 
a compreensão sobre a natureza e a mudança das línguas humanas 
mudasse, dando origem aos estudos filológicos modernos.
II. A filologia pode ser compreendida como “o estudo dos textos antigos”, 
pois inicialmente ela consistia no estudo de textos antigos, para fins de 
estabelecimento, interpretação e edição, embora na Idade Moderna os 
filólogos tenham passado a assumir também a tarefa de descrever e 
explicar o desenvolvimento histórico das línguas com base nos textos 
antigos.
III. Os estudos indo-europeus, além de serem um marco da filologia, fizeram 
nascer a ciência que dominaria os estudos da linguagem, a linguística, 
relegando para a filologia um campo de ação mais limitado.
IV. A história do latim ao surgimento do português pode ser resumida nos 
seguintes estágios: latim vulgar (levados pelos soldados à Ibéria) > 
romance ibérico (com influências germânicas e árabes) > elevação do 
romance ibérico falado no Condado Portucalense à condição de língua 
quando esse condado se torna o Reino de Portugal.
É correto apenas o que se afirma em:
a) ( ) I e II.
b) ( ) I, II e IV.
c) ( ) I, III e IV.
d) (x) Todas as afirmações estão corretas.
TÓPICO 2
Questão única: Leia o seguinte trecho da obra Linguística Histórica, de 
Carlos Alberto Faraco, para responder à próxima questão:
 Se contrastarmos o português falado hoje na 
maioria das regiões brasileiras por pessoas de 
gerações bem diferentes, vamos observar, por 
exemplo, que na fala dos mais idosos (digamos, 
a geração de mais de 75 anos), o último som de 
palavras como mal, papel, lençol é ainda, muitas 
vezes, uma consoante lateral, semelhante ao 
primeiro som de palavras como lama, leite, lado; 
enquanto na fala das outras gerações o último 
5UNIASSELVI
NEAD
GABARITO DAS AUTOATIVIDADES
F
I
L
O
L
O
G
I
A
 
P
O
R
T
U
G
U
E
S
A
som é a semivogal /w/, idêntica ao último som 
de palavras como mau, céu, vendeu. Houve aí 
um processo de mudança sonora que alterou a 
realização do /l/ em fim de sílaba e cujas formas 
antiga e nova ainda coexistem, embora a mudança 
já́ esteja praticamente consolidada em todo o Brasil, 
sobrevivendo a forma antiga apenas em algumas 
variedades regionais ou na fala das gerações mais 
velhas.
 Fonte: FARACO, Carlos Alberto. Linguística histórica. 2. ed. 
rev. e amp. São Parábola: São Paulo, 2005. p. 21-22.
A análise feita por Faraco nesse trecho pode ser considerada típica da 
linguística histórica, e não da linguística diacrônica, porque:
a) ( ) Trata de uma transformação histórica, e não diacrônica.
b) ( ) Mostra a mudança ao longo do tempo.
c) (x) Explica a mudança ao longo do tempo recorrendo não apenas a 
fatores linguísticos, mas também a fatores sociais, como a idade dos 
falantes (as diferenças entre gerações).
d) ( ) Explica a mudança ao longo do tempo recorrendo estritamente a fatores 
linguísticos.
TÓPICO 3
1 Em que medida podemos afirmar que a identidade de uma língua 
está carregada de historicidade? Que exemplos poderíamos dar em 
relação ao português brasileiro?
R.: Sendo a língua uma instituição humana, logo, podemos dizer que ela tem 
historicidade, pois ela evolui no tempo reativamente às mudanças do meio 
social e natural onde é usada, embora sempre guarde consigo memórias, 
registros, marcas dos seus estágios anteriores. Se admitirmos que a língua 
humana tem historicidade, veremos que, embora ela tenha uma história, ela 
também se faz no presente, por meio de uma negociação entre aqueles que 
a usam, isto é, o uso das línguas decorre de um confronto entre passado e 
presente: entre a memória dos usos que já se fizeram dela e as necessidades 
ou contingências do presente. A Unidade 2 traz uma série de aspectos 
históricos do português brasileiro, como vocalismo e o alçamento vocálico, 
o consonantismo, os clíticos, a dupla negação, o gerúndio continuativo, o 
condicional analítico, os particípios rizotônicos e o dativo com infinitivo.
6 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI
NEAD
F
I
L
O
L
O
G
I
A
 
P
O
R
T
U
G
U
E
S
A
2 Como a língua se conecta à identidade de uma pessoa?
R.: Existem muitas conexões entre língua e identidade subjetiva, mas em 
geral podemos dizer que parte importante da nossa identidade é a língua 
que falamos, ou seja, nós somos quem somos porque falamos do jeito que 
falamos. Por exemplo: “eu sou brasileiro, por isso eu falo fila, e não bicha, 
trem, e não comboio”; “eu sou brasileiro, por isso falo estou fazendo, e não 
estou a fazer”; “eu sou do sul, por isso prefiro tu ao invés de você”; “eu sou 
caipira, por isso falo po[ɹ]que, e não po[ɾ]que”; etc.; eu sou homem, por isso 
falo engraçado, e não fofinho”; etc.
3 Em que medida é possível afirmar que somos o que somos porque 
falamos a língua que falamos?
R.: A resposta já está no gabarito da questão anterior. 
4 O que é a identidade gramatical de uma língua?
R.: A identidade gramatical de uma língua corresponde a uma combinação 
única de aspectos gramaticais disponíveis em um universo de línguas naturais 
possíveis.É, portanto, a unicidade da combinação – e não a exclusividade 
de um ou outro aspecto – que confere identidade gramatical a uma língua.
TÓPICO 4
1 Analise os excertos a seguir para responder à questão:
Assim como o português saiu do latim, pela corrupção popular desta língua, 
o brasileiro está saindo do português. O processo formador é o mesmo: 
corrupção da língua-mãe. A cândida ingenuidade dos gramáticos chama 
corromper ao que os biologistas chamam evoluir. [...] É risível o esforço 
da carrança, curto de ideias e incompreensível, que deblatera contra esse 
fenômeno natural, e tenta paralisar a nossa evolução linguística em nome dum 
respeito supersticioso aos velhos tabus portugueses [...] que corromperam o 
latim. (LOBATO, J. B. M. Dicionário brasileiro. RBR, v. 16, n. 64, p. 63, abr. 
1921).
Partindo do pressuposto de que a colocação pronominal brasileira é 
predominantemente proclítica, visto que nessa variedade não há pronomes 
oblíquos propriamente átonos, [...] a anteposição de o, a ao verbo (como em 
o vi) formaria um vocábulo fonético iniciado por vogal, situação em que se 
7UNIASSELVI
NEAD
GABARITO DAS AUTOATIVIDADES
F
I
L
O
L
O
G
I
A
 
P
O
R
T
U
G
U
E
S
A
manifesta a tendência à aférese dessa vogal (como em magina por imagina 
etc.). Ora, no nível sintático, essa vogal desempenha o papel de argumento 
do verbo, e assim sua perda acarretaria um prejuízo na organização da 
oração. Vem daqui sua substituição por ele, que se transforma na estrutura 
do PB numa forma invariável, apta a desempenhar a função de nominativo 
ou de acusativo. Não é necessário, portanto, recorrer à influência de falares 
crioulos para justificar essa construção, como fizeram diversos autores. 
(MATTOSO CÂMARA Jr., J. M. História e estrutura da língua portuguesa. 
Rio de Janeiro: Padrão, 1957, p. 43).
Os processos linguísticos que ainda podem ser observados nas comunidades 
de fala afro-brasileiras podem refletir processos de variação e mudança muito 
representativos na história linguística do Brasil, sobretudo entre os séculos 
XVII e XIX; período em que o português tinha de conviver com centenas de 
línguas indígenas e africanas. E considerando que, desde então, os falantes 
nativos do português europeu e seus descendentes diretos constituíam 
apenas um terço de toda a população, esses processos de variação e 
mudança induzidos pelo contato entre línguas podem estar na base de tudo 
isso que se denomina português brasileiro. (LUCCHESI et al. O português 
afro-brasileiro. Salvador: UFBA, 2009. p. 82-83).
Considerando os estudos que você realizou sobre a formação do português 
brasileiro, é possível afirmar que os três excertos apresentados representam, 
respectivamente, as teses:
a) ( ) Biologista, externalista e internalista.
b) ( ) Externalista, biologista e internalista.
c) (x) Biologista, internalista e externalista.
d) ( ) Internalista, externalista e biologista.
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 Pense que você é um professor de língua portuguesa e, no meio de 
uma aula, um estudante diz ou escreve no quadro palavras como 
aspro (ao invés de áspero), pêsco (ao invés de pêssego), urça (ao 
invés de úlcera), figo (ao invés de fígado). Os demais colegas, então, 
começam a rir desse estudante. Como você reagiria, ciente dos 
estudos que fizemos neste tópico?
8 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI
NEAD
F
I
L
O
L
O
G
I
A
 
P
O
R
T
U
G
U
E
S
A
a) ( ) Corrigiria imediatamente o estudante, enfatizando que aquelas palavras 
não existem.
b) ( ) Reprovaria a atitude da turma, dizendo que não há certo e errado na 
língua, e que todos podem se expressar como quiserem, sem medo de 
sofrer alguma reprovação.
c) (x) Explicaria para a turma que a maneira como o estudante escreveu 
reflete um fenômeno típico da língua portuguesa, que é a redução das 
vogais átonas, e que esse fenômeno se manifesta, por exemplo, no 
dialeto daquele estudante, embora aquelas formas sejam incorretas 
conforme a norma culta.
d) ( ) Explicaria para a turma que a maneira como o estudante escreveu 
decorre de uma dislexia da qual ele sofre, e diria que ele não pode ser 
zombado por isso.
2 Por que, no Brasil, para diferenciar o presente e o perfeito de verbos 
terminados em -ar na 1ª pessoa do plural, é comum usarmos o 
presente contínuo em oposição ao passado (estamos cantando 
vs. cantamos), usarmos as formas cantamo vs. cantemo, ou ainda 
usarmos advérbios para marcar o tempo (cantamos agora vs. 
cantamos ontem), ou mesmo usarmos outras estratégias? Como 
isso se explica pela história da língua?
R.: No português brasileiro, ocorre uma neutralização morfológica entre 
o presente e o perfeito do indicativo para a 1ª pessoa do plural (dizemos 
cantamos agora e cantamos ontem: a forma é igual, mas o sentido é diferente). 
Para resolver essa neutralização e evitar a ambiguidade, é comum usarmos o 
presente contínuo em oposição ao passado (estamos cantando vs. cantamos), 
usarmos as formas cantamo vs. cantemo, ou ainda usarmos advérbios para 
marcar o tempo (cantamos agora vs. cantamos ontem), ou mesmo usarmos 
outras estratégias. Na história da formação do português, alguns dialetos 
desenvolveram uma oposição entre /a/ e /ɐ/ (cantamos vs. cantámos), e 
isso explica o atual português europeu, ao passo que essa oposição não 
se desenvolveu em outros dialetos, por exemplo, naqueles que formaram o 
português brasileiro.
A história dessa neutralização remonta ao latim: no latim literário do período 
clássico, nos verbos de primeira conjugação, havia diferenciação entre o 
presente e o perfeito tanto no nível morfológico quanto no fonológico. Assim, 
havia amauimus para o perfeito e amamus para o presente. Entretanto, no 
latim tardio, a semivogal [u] nesse contexto (assim como em inúmeros outros) 
foi sincopada por conta das mudanças prosódicas já discutidas nas seções 
anteriores: na passagem do latim para o protorromance, a língua mudou para o 
padrão acentual e, logo, as síncopes se tornaram sistemáticas. Isso teria feito 
9UNIASSELVI
NEAD
GABARITO DAS AUTOATIVIDADES
F
I
L
O
L
O
G
I
A
 
P
O
R
T
U
G
U
E
S
A
com que as terminações do perfeito -aui, -auisti, -auimus, -auistis, -auerunt 
passassem para -ai, -asti, -aut, -amus, -astis, -arunt, de que resultaram, 
segundo leis fonéticas normais, as formas portuguesas.
TÓPICO 2
Questão única: Novamente, imagine-se como um professor de língua 
portuguesa. No meio de uma aula, um estudante diz ou escreve frases 
como “o home é forte”, “fizemo uma viage longa”, ou “os menino 
foru jogar bola”. Como você usaria seus conhecimentos de filologia 
portuguesa para explicar que existem motivos históricos para que ele 
se manifeste dessa maneira, embora a norma culta brasileira difira da 
norma dialetal desse estudante? Como você o estimularia a aprender 
a norma culta, sem menosprezar o vernáculo dele, isto é, a língua que 
ele traz de casa?
R.: É importante explicar que essas formas vernaculares manifestadas pelo 
estudante decorrem de um fenômeno milenar na língua, que acontecia já no 
latim arcaico (o apagamento de -s e nasal final). Portanto, ao usarmos o nosso 
vernáculo, não há nada de errado em se expressar dessa maneira; afinal, 
trata-se de uma regra da variedade vernácula. Na norma culta, porém, a regra 
difere, e o apagamento desses sons (que eventualmente constituem marcas 
de concordância) é uma infração à regra. Por isso, para que não sejamos 
prejudicados nas situações em que a norma culta é exigida, é importante 
que também a aprendamos.
TÓPICO 3
1 Continuando a pensar nas aplicações práticas dos conhecimentos 
aqui obtidos para o ensino de língua portuguesa, o que você 
responderia a um estudante caso este lhe perguntasse: “Como devo 
dizer: o personagem ou a personagem, o alface ou a alface, o quiche 
ou a quiche, o herpes ou a herpes, o cônjugeou a cônjuge, o echarpe 
ou a echarpe, o entorse ou a entorse, o grafite ou a grafite, o mascote 
ou a mascote?”
a) ( ) Você pensa em como atribui gênero a esses vocábulos e responde 
conforme as regras do seu idioleto, isto é, eu digo “o personagem”, “o 
alface”, “o quiche”, “a herpes”, “o cônjuge”, “o grafite”, “o mascote”, e 
informo essas atribuições de gênero como as corretas.
10 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI
NEAD
F
I
L
O
L
O
G
I
A
 
P
O
R
T
U
G
U
E
S
A
b) ( ) Você diz que o gênero de “personagem, cônjuge e mascote” depende 
do sexo do ser ao qual nos referimos; nos demais casos, o certo é “o 
alface”, “o quiche”, “a herpes” e “o grafite”.
c) (x) Você explica que o gênero de “personagem, cônjuge e mascote” 
depende do sexo do ser ao qual nos referimos; nos demais casos, o 
gênero é vacilante (pode ser “o/a alface”, “o/a quiche”, “o/a herpes” 
e “o/a grafite”), pois são nomes de tema em e, e os nomes dessa 
classe não têm gênero predefinido, o que faz com que eles possam 
ter o gênero vacilante.
d) ( ) Você sugere aos estudantes procurar consultar um dicionário para 
verificar qual é o gênero correto.
2 Imagine que um estudante, ao ouvir seu colega dizer “não entendi isso 
aqui não”, advirta-o ironicamente dizendo: “Então você entendeu! 
Quem nega duas vezes, está afirmando, não é, professora?” O 
que você responderia a esse estudante? Como você usaria seus 
conhecimentos filológicos para elaborar uma resposta construtiva? 
R.: Nesse caso, é importante explicar ao estudante que nem sempre a dupla 
negação gera uma afirmação positiva. Em algumas línguas do mundo, isso 
acontece, mas na grande maioria (em praticamente todas as línguas latinas, 
por exemplo) a dupla negação é enfática e gramatical, isto é, é uma regra da 
gramática natural dessas línguas e historicamente surgiu para dar ênfase à 
negação. Esse é o caso do português brasileiro. Portanto, dizer que “quem 
nega duas vezes, está afirmando” não se aplica a todas as línguas naturais, 
como é o caso do português.
TÓPICO 4
1 Leia o texto abaixo para responder à questão a seguir:
 Quero pedir permissão à língua portuguesa 
para usar duas palavras que, na verdade, são 
inexistentes oficialmente, quais sejam: crackudo 
e vacilão. Crackudo é originário do termo crack. 
A palavra foi recentemente criada para identificar 
o indivíduo que é usuário dessa droga, ou seja, 
crackudo nada mais é do que o consumidor do 
crack. Quanto a vacilão, tal palavra é originada 
do verbo vacilar, que significa não estar firme, 
cambalear, enfraquecer, oscilar. Vacilão, na 
11UNIASSELVI
NEAD
GABARITO DAS AUTOATIVIDADES
F
I
L
O
L
O
G
I
A
 
P
O
R
T
U
G
U
E
S
A
linguagem popular, nada mais é do que o indivíduo 
que não mede as consequências dos seus atos e 
sempre ingressa em algo que não é bom para si 
e que só lhe traz malefícios ou aborrecimentos. E, 
em assim sendo, o crackudo é um vacilão!
 FONTE: Disponível em: <www2.forumseguranca.org.br/
node/22783>. Acesso em: 12 ago. 2011 (com adaptações).
O sufixo [-ão] opera como uma desinência formadora de aumentativos, 
superlativos e agentivos em português, como indicado no exemplo apresentado 
no texto acima. Tem-se, também, o sufixo [-udo], que indica grande quantidade 
de X; em seu uso mais típico, X é igual à parte aumentada (orelhudo, narigudo, 
beiçudo, barrigudo etc.). Considerando essas informações e o texto acima, 
conclui-se que o vocábulo “vacilão” possui um sufixo:
a) ( ) Agentivo, como o que se observa em “caminhão”, e que, no caso 
do sufixo [-udo] em “crackudo”, ocorre a mesma motivação semântica 
existente em “beiçudo”. 
b) ( ) Agentivo, como o que se observa em “mijão”, e que o sufixo [-udo] 
em “crackudo” apresenta a mesma motivação semântica existente em 
“orelhudo” e “narigudo”.
c) (x) Agentivo, assim como o vocábulo “resmungão”, e que o uso do 
sufixo [-udo] em “crackudo” resulta em uma formação vocabular 
incomum na língua portuguesa.
d) ( ) Aumentativo, como o que se observa em “macarrão”, e que, no caso 
do sufixo [-udo] em “crackudo”, se observa a mesma motivação semântica 
existente nos vocábulos “orelhudo” e “sisudo”.
e) ( ) Aumentativo, como o observado em “panelão”, e que, no caso do sufixo 
[-udo] em “crackudo”, se observa uma construção incomum na língua 
portuguesa, dada a produtividade baixa do referido sufixo.
2 Considerando que, como vimos, o gerúndio ablativo latino vem 
se expandindo progressivamente nas línguas românicas e, 
particularmente, no português brasileiro, como avaliar o chamado 
gerundismo, o famoso “vamos estar atendendo”, caricaturado na fala 
de atendentes de telemarketing? Perceba que temos aí o verbo auxiliar 
de futuro (ir) + a perífrase formada como gerúndio continuativo (uma 
forma extremamente antiga na língua). É cabível ridicularizar esse 
emprego?
R.: Não é cabível ridicularizar esse emprego como se ele fosse fruto da 
ignorância dos falantes ou de um vício de linguagem, já que (1) a formação 
do futuro analítico com o verbo ir já está plenamente consolidada na língua há 
séculos; e (2) o gerúndio continuativo (estar atendendo) é uma permanência 
12 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI
NEAD
F
I
L
O
L
O
G
I
A
 
P
O
R
T
U
G
U
E
S
A
histórica do latim na nossa língua. Portanto, a compreensão de que se trata 
de um vício de linguagem, fruto de baixa escolarização, é falsa.
3 Considerando os processos de formação de particípios rizotônicos 
que estudamos na terceira seção deste tópico, imagine que um falante 
de português brasileiro (você, por exemplo!) quisesse empregar o 
mais que perfeito composto (por ex.: eu tinha aberto) do verbo cantar 
e quisesse usar o particípio rizotônico (aquele mais curtinho), por 
achá-lo mais bonito. Que forma você usaria? Reflita sobre a sua 
escolha e disserte sobre ela aqui.
R.: A opção mais provável nesse caso seria a forma eu tinha canto. Isso se 
deve ao fato de que, atualmente na nossa língua, o processo mais produtivo 
para geração de particípios rizotônico é o espelhamento da forma da 1ª pessoa 
singular do indicativo presente (1PIndP) (por ex., eu canto), assim como 
acontece em eu pago, eu tinha pago, eu trago, eu tinha trago etc. Esse é um 
processo antigo, que data pelo menos desde o período do português clássico.
4 Imagine que você decidiu explicar aos seus alunos que tanto a 
construção “pra mim fazer” quanto a construção “pra eu fazer” 
eram possíveis no português antigo e tinham correspondência no 
latim. Então, um de seus alunos resolve perguntar: então eu posso 
escrever “pra mim fazer” na redação? Como você explicaria para 
esse aluno que essa forma não é apropriada numa redação, apesar 
de ser justificável estruturalmente na língua?
R.: É importante explicar que essa forma vernacular (pra mim fazer) decorre 
de um fenômeno milenar na língua, que se manifestava já no latim (o dativo 
de agente). Portanto, ao usarmos o nosso vernáculo, não há nada de errado 
em se expressar dessa maneira; afinal, trata-se de uma regra da variedade 
vernácula. Na norma culta, porém, a regra difere, e a construção com o 
pronome oblíquo (mim, ti) é uma infração à regra, que prescreve o uso do 
pronome reto com o infinitivo preposicionado (para eu fazer, para tu fazeres 
etc.). Por isso, para que não sejamos prejudicados nas situações em que a 
norma culta é exigida, é importante que também a aprendamos e a saibamos 
usar com adequação.
13UNIASSELVI
NEAD
GABARITO DAS AUTOATIVIDADES
F
I
L
O
L
O
G
I
A
 
P
O
R
T
U
G
U
E
S
A
UNIDADE 3
TÓPICO 1
Questão única: Leia o texto para responder à questão a seguir (adaptado 
de Enade 2014):
Todas as nossas manifestações verbais mediante a língua se dão como textos, 
e não como elementos linguísticos isolados. Esses textos são enunciados no 
plano das ações sociais situadase históricas. Bakhtinianamente falando, toda 
manifestação linguística se dá como discurso, isto é, como uma totalidade 
viva e concreta da língua, e não como uma abstração formal que se tornou 
o objeto preferido e legítimo da linguística. O enunciado ou discurso não é 
um ato isolado e solitário, tanto na oralidade como na escrita. O discurso diz 
respeito aos usos coletivos da língua, que são sempre institucionalizados, 
isto é, legitimados por alguma instância da atividade humana socialmente 
organizada.
MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: configuração, 
dinamicidade e circulação. In: KARWOSKI, A. M.; 
GAYDECZKA B.; BRITO, K. S. (Org.). Gêneros 
textuais: reflexões e ensino. 3. ed. Rio de Janeiro: 
Nova Fronteira, 2008.
Com base no fragmento de texto apresentado a respeito das manifestações 
verbais orais ou escritas, avalie as afirmações a seguir.
I. Não são independentes das estruturas sociais e, por isso, são coletivas 
e socialmente organizadas.
II. São constituídas por/nas ações sociais e, portanto, são dotadas de 
dinamicidade e historicidade.
III. Podem ser consideradas estáticas e institucionalmente convencionalizadas 
e, portanto, são ações sociais situadas.
É correto o que se afirma em:
a) ( ) I, apenas.
b) ( ) III, apenas.
c) (x) I e II, apenas.
d) ( ) II e III, apenas.
e) ( ) I, II e III.
14 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI
NEAD
F
I
L
O
L
O
G
I
A
 
P
O
R
T
U
G
U
E
S
A
TÓPICO 2
Questão única: Leia o texto a seguir para responder à questão (adaptado 
de Enade, 2005):
O trecho é parte da transcrição de uma entrevista oral, concedida por uma 
senhora de 84 anos, moradora de Barra Longa (MG). Pertence ao corpus de 
uma pesquisa realizada na cidade, envolvendo pessoas idosas com pouca 
ou nenhuma escolaridade e que não habitaram outros lugares. A entrevistada 
fala sobre a existência da figura folclórica do lobisomem.
é... eu veju contá qui u... a mulher tava isfreganu ropa.... i quanu ea istendeu 
ropa nu secadô veiu um leitãozim... i pegô a fuçá a ropa dela... ea foi... cua 
mão chuja di sabão ea deu um tapa assim nu... nu... nu... nu fucim du leitão... 
u leitão sumiu.... quanu ea veiu i chegô dentru di casa... ea tinha dexadu 
u mininu nu berçu... quanu ea chegô u mininu tava choranu... eli tava cua 
marca di sabão 
[Obs.: Nessa transcrição, as reticências indicam pausas] (Adaptado de E. T. 
R. Amaral. “A transcrição das fitas: abordagem preliminar”.)
Quanto aos aspectos fônicos e seu estatuto sociolinguístico, é correto afirmar 
que o falar da senhora entrevistada:
a) ( ) Exemplifica processos como a supressão de segmentos em tava, contá 
e pego, que são frequentes em localidades rurais isoladas, mas raros nas 
variedades linguísticas contemporâneas de outras localidades do Brasil.
b) (x) Registra alterações presentes em distintas variedades do 
Português do Brasil, como a harmonização vocálica em mininu e 
uma alteração específica, a assimilação de ponto de articulação em 
chuja, frequentemente estigmatizada na língua.
c) ( ) Apresenta processos característicos das variedades urbanas cultas, 
como o apagamento de segmentos em leitãozim e ea.
d) ( ) Concentra traços de arcaísmo linguístico condicionados pela idade 
avançada da senhora, como a nasalização da vogal tônica sucedida por 
consoante nasal (quanu, isfreganu).
e) ( ) É inovadora quanto à redução do ditongo /ow/ chegô, pegô, ropa, pois 
esse processo emerge na língua a partir da segunda metade da década 
de 1980.
TÓPICO 3
Questão única: Leia o diálogo a seguir, entre um professor de português 
e seu ex-aluno, para responder à questão:
15UNIASSELVI
NEAD
GABARITO DAS AUTOATIVIDADES
F
I
L
O
L
O
G
I
A
 
P
O
R
T
U
G
U
E
S
A
E aí, Professor Pedro, tudo bem? Lembra de mim?
Oi, Vitor. Claro que lembro de você! Como vai? O que anda fazendo?
Pois então, acabei de chegar na cidade. Estava viajando a trabalho. Agora 
sou representante comercial.
Que coisa boa! Fico feliz em ver o sucesso dos meus ex-alunos.
Obrigado, professor. É muito bom ver o senhor também. O senhor me dá 
licença, que eu preciso ir no banheiro? Ops... Preciso ir ao banheiro. Ao 
banheiro!
Claro, fique à vontade, Vitor. Foi um prazer revê-lo.
Pra mim também, professor. Tudo de bom!
A partir dos estudos que fizemos neste tópico, eleja a alternativa CORRETA:
a) ( ) O ex-aluno se corrige ao dizer “ir no banheiro”, optando por “ir 
ao banheiro”, porque de fato a primeira variante não existe, e ele se 
envergonhou ao usá-la diante de seu ex-professor de português.
b) ( ) O ex-aluno se corrige ao dizer “ir no banheiro”, optando por “ir ao 
banheiro”, mas não se corrige ao dizer “cheguei na cidade”, porque este 
último uso está correto na norma culta, enquanto que o primeiro está 
errado.
c) (x) O ex-aluno se corrige ao dizer “ir no banheiro”, optando por “ir 
ao banheiro”, mas não se corrige ao dizer “cheguei na cidade”, e isso 
mostra que o uso da preposição em com verbos de movimento, além 
de antigo, é normal no vernáculo brasileiro, mas ainda é hipercorrigido 
em alguns empregos particulares, como “ir no banheiro”.
d) ( ) O ex-aluno se corrige ao dizer “ir no banheiro”, optando por “ir ao 
banheiro”, mas não se corrige ao dizer “cheguei na cidade”, porque neste 
último uso não temos o emprego de um verbo de movimento.

Continue navegando