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1 Sumário INTRODUÇÃO ............................................................................ 6 1. SANTA MARIA DA VITÓRIA ..................................................... 6 1.1 Localização e Caracterização Geral ..................................... 6 1.2 História do Município ........................................................ 9 2 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-AMBIENTAL DO MUNICÍPIO ............ 11 2.1. Principais Acessos e Eixos Rodoviários .............................. 11 2.2. Geologia ....................................................................... 14 2.3. Solos ............................................................................ 17 2.4. Geomorfologia e Relevo .................................................. 21 2.5. Declividade e Hipsometria ............................................... 21 2.6. Cobertura Vegetal .......................................................... 25 2.7. Recursos Hídricos ........................................................... 27 2.8. Uso e Cobertura do Solo ................................................. 30 2.9. Abastecimento de água ................................................... 35 2.10. Esgotamento Sanitário ................................................. 37 2.11. Resíduos Sólidos .......................................................... 39 2.12. Fornecimento de Energia Elétrica ................................... 42 2.13. Qualidade do ar e poluição atmosférica .......................... 44 2.14. Clima ......................................................................... 45 2.15. Implicações das características ambientais no Planejamento45 2.16. Impactos ambientais .................................................... 47 3. ESTRUTURA E EQUIPAMENTOS URBANOS ................................ 49 3.1. Áreas Urbanas – Principais Características .......................... 49 3.2. Distrito sede – Santa Maria da Vitória ................................ 49 3.3. Distrito de Açudina .......................................................... 53 3.4. Distrito de Inhaúmas ....................................................... 55 3.5. Resumo das principais características das áreas urbanas ...... 57 4. CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA ................................... 62 4.1. Introdução ...................................................................... 62 4.2. Aspectos Metodológicos .................................................... 62 4.3. O processo de ocupação do Oeste baiano ........................... 63 4.4. Demografia ..................................................................... 65 4.5. Dinâmica Econômica ........................................................ 70 4.6. Educação ........................................................................ 73 4.7. Saúde ............................................................................ 74 4.8. Lazer, Cultura e Turismo .................................................. 75 4.9. Síntese das Informações ................................................... 76 5. ÁREA RURAL......................................................................... 79 6. GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL ................................................. 82 6.1. Finanças Públicas Municipais ............................................. 82 6.2. Gestão Pública ................................................................ 83 7. PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO – RESULTADOS DAS OFICINAS COM A POPULAÇÃO .............................................................................................. 89 7.1. Oficinas Realizadas .......................................................... 89 7.2. Resultados dos Bairros Jd Planalto, Dr. Roberto e Morada do Sol: 90 7.3. Resultados dos Bairros Sambaíba, Jd América e Nova Esperança: 94 7.4. Resultados do Bairro Malvão ............................................. 97 7.5. Resultados do Bairro CENTRO ......................................... 101 7.6. Resultados dos Bairros Macambira, Bebedouro e Alto Alegre 105 7.7. Resultados das Comunidades Currais e Monte Vidinho – Zona Rural 108 7.8. Resultados da Comunidade Jacurutu – Zona Rural ............. 111 7.9. Resultados das Comunidades Mocambo,São Francisco, Caniveta, Barrinha, Vau, Pajeú, Faz.Nova, Olho D’água Dos Nerys, Canabrava, Pedra Preta, Vieira – Zona Rural .......................................................................................... 113 7.10. Resultados das Comunidades Nova Franca, Coragina, Caraibas,Serra Grande e Aldeia – Zona Rural .............................................................. 116 7.11. Resultados das Comunidades Ponte Velha, Tabuleirinho, Palmeiras, Malhada, Malhadinha, Braz,Olho D’água Dos Neris, Val, Fazenda Nova, Morro Dosmacacos, Macacos Gerais, Sapé, Mutum, Pedra Branca, Vieira, Cambaubau – Zona Rural 119 7.12. Resultados das Comunidades Inhaúmas, Jucurutu, Braz, Sussurana, Clareão, Tábua, Angicos– Zona Rural .................................................. 122 8. ÍNDICE DE VULNERABILIDADE SOCIAL ................................. 125 8.1. Introdução ................................................................... 125 8.2. Aspectos Metodológicos ................................................. 125 8.3. Índice de Vulnerabilidade Social – IVS ............................. 126 9. ÍNDICE DE VULNERABILIDADE AMBIENTAL ............................ 128 10. BIBLIOGRAFIA ........................... Erro! Indicador não definido. ANEXO 1 - ENTREVISTAS COM GESTORES DE ÓRGÃOS ESTADUAIS E FEDERAIS EXISTENTES EM SANTA MARIA DA VITÓRIAErro! Indicador não definido. INTRODUÇÃO O desenvolvimento de um Plano Diretor Municipal requer um profundo conhecimento do território que será gerido. A inter-relação das características físicas, ambientais, econômicas e sociais torna cada município algo muito particular e estas particularidades, aliadas ás expectativas de futuro, ou seja, daquilo que a população e poder público, em conjunto, vislumbram para o desenvolvimento municipal para os próximos anos, é que orientarão a elaboração das diretrizes deste Plano Diretor, buscando as melhores formas de chegar aos objetivos propostos, traçando inclusive metas temporais. Assim, este “Caderno 1 – Leitura da Realidade Municipal – Diagnóstico” busca subsidiar a elaboração do Plano Diretor por meio da descrição e análise das características principais do município de Santa Vitória: localização e caracterização geral, história, meio físico, características ambientais e sociais, população, economia, estrutura urbana, saneamento e gestão pública. Para cada tema são levantados também os principais problemas que possam intervir no desenvolvimento municipal e as principais oportunidades para este desenvolvimento, a fim de auxiliar a construção das diretrizes gerais do Plano Diretor. Para a elaboração deste estudo foi necessária uma equipe multidisciplinar arquitetos, urbanistas, geógrafos, biólogo, sociólogo, engenheiros ambientais e economista, pois só assim seria possível obter uma leitura holística e integrada do território. 1. SANTA MARIA DA VITÓRIA 1.1 Localização e Caracterização Geral O município de Santa Maria da Vitória, com população de 40.309 habitantes (segundo o Censo 2010 – IBGE), está localizado na região conhecida como Extremo Oeste Baiano. Com área total de 1.966,77 km², Santa Maria da Vitória faz fronteira ao norte com os seguintes municípios baianos: São Desidério e Baianópolis ao norte, Santana à leste, ao nordeste com Canápolis, ao Sudeste com São Félix do Coribe, com Coribe e Jaborandi ao sul e com Correntina a Oeste (Mapa 1), e dista 866 km da capital do estado, Salvador. É dividido em 3 distritos: Santa Maria da Vitória, Inhaúmas e Açudina (IBGE 2010), conforme mostrado no Mapa 2 e, no mapa 3, verificamos a localizaçãoaproximada das principais comunidades e povoados do município, a partir de dados fornecidos pela Prefeitura Municipal. Foto 1: Locais de destaque do município de Santa Maria da Vitória Mapa 1: : Localização do município de Santa Maria da Vitória – BA. Mapa 2: Distritos de Santa Maria da Vitória (Elaboração: Equipe Ativa Consultoria) Mapa 3: Localização aproximada das principais comunidades e povoados de Santa Maria da Vitória (Elaboração: Equipe Ativa Consultoria). O município apresenta altitudes médias, sendo a altitude máxima de 843m na área denominada Chapadas do Rio São Francisco, e a mínima de 410 m, na fronteira com S. Félix do Coribe. A sede municipal localiza-se a 436m de altitude. O clima de Santa Maria da Vitória é tipicamente Tropical Semiúmido, com temperatura média anual de 21ºC e com baixas amplitudes térmicas (temperatura máxima média anual é de 21,3ºC e a máxima de 27,2ºC graus) e temperaturas médias em torno dos 23ºC. A região caracteriza-se por uma estação seca (maio a setembro) e outra chuvosa (outubro a abril) com precipitação pluviométrica média anual de 1500 ± 500 mm. Os veranicos, períodos de seca de uma a três semanas, podem ocorrer durante a estação chuvosa, especialmente nos meses de janeiro e fevereiro (EMBRAPA, 2009). Santa Maria da Vitória está inserida na Bacia do Rio São Francisco, Sub Bacia do Rio Corrente, e os principais rios que cruzam seu território são o Rio Corrente, que faz a divisa do município com São Félix do Coribe (Foto 2) e o Rio Formoso. 1.2 História do Município A sede do atual município de Santa Maria da Vitória teve origem nos meados do século XIX, num arraial formado na margem esquerda do rio Corrente, em território então pertencente ao município do Rio das Éguas, por pessoas que para ali se deslocaram graças à exploração do ouro nas proximidades, mas também se dedicando à agricultura. Em 1.840, viam-se apenas poucas casas, circundadas de frondosas gameleiras, em cuja sombra se abrigavam os que vinham fazer transações comerciais. Naquela época o porto era frequentado constantemente por enjolos (canoas ligadas por travessas de madeiras), que se entregavam ao comércio, especialmente de rapaduras produzidas no Brejo do Espírito Santo, que em 1.887 era Distrito de Paz e do qual muito dependia o arraial em formação. Em 1.850, um artífice, vindo da cidade da Barra do Rio Grande, construiu a primeira embarcação para transporte de mercadorias e animais. Foram construídas logo após outras embarcações e o arraial começou a crescer com a chegada de grande número de pessoas para as atividades agrícolas. A capela construída por seus fundadores foi dedicada a Nossa Senhora das Vitórias, ficando filiada à freguesia de Nossa Senhora da Glória do Rio das Éguas. O arraial cresceu de importância e transformou em porto de grande movimento comercial. Foto 2: Rio Corrente e a passarela que liga Santa Maria da Vitória a São Félix do Coribe (Créditos: Ativa Consultoria) Foto 3: Primeira embarcação de passageiros a ser construída no arraial, e a Capela de N. Sra das Vitórias sendo construída. (Fonte: IBGE) Em 1.880, já um grande aglomerado humano para a época, foi o arraial do Porto de Santa Maria da Vitória, elevado a categoria de Vila e criado o município de Santa Maria da Vitória, pela Lei Provincial número 1.960 de 08 de junho que elevou a categoria de freguesia à capela existente, transferindo para aí a sede da Vila e da freguesia do Rio das Éguas. Com isto surgiu uma rivalidade entre as populações dos dois núcleos (Santa Maria da Vitória e Rio das Éguas), o que entravou por muito tempo o progresso de ambos os promissores centros, em vista das mudanças de sedes de uma para outra localidade, conforme situação política dominante. Só com o advento da República cessou a rivalidade com a elevação de ambas localidades a sede de Vilas. Foi o município de Santa Maria da Vitória extinto pela resolução provincial número 2.558 de 14 de maio de 1.886, que restaurou o município de Rio das Éguas. Pela resolução provincial número 2.579 de 04 de maio de 1.888, foi restaurado, sendo extinto o do Rio das Éguas. Pela Lei Estadual número 737 de 26 de junho de 1.909, que alterou o nome do município para Santa Maria, foi a Vila elevada a categoria de cidade. Pelo Decreto Estadual número 8.060, de maio de 1.932, a subprefeitura do Rio Alegre, então pertencente ao município de Carinhanha, foi extinta, passando o seu território a pertencer ao município de Santa Maria. O Decreto Estadual número 8.292 de 03 de fevereiro de 1.933, criou os Distritos de Inhaúmas e São Pedro do Açude. Este último foi extinto pelo Decreto Estadual número 8.483 de 13 de junho de 1.933. Na divisão territorial de 1.933, o município aparece formado pelos Distritos de Santa Maria (sede), Rio Alegre, Inhaúmas e São Pedro do Açude. Essa composição distrital é mantida nas divisões territoriais de 1.936, 1.937 e 1.938, com alterações apenas nas designações dos Distritos de Rio Alegre e São Pedro do Açude, cujos nomes foram simplificados para Alegre e São Pedro. Pelo Decreto Estadual número 141 de 31 de dezembro de 1.943, parte do Distrito de Inhaúmas foi anexado ao município de Correntina (ex Rio das Éguas) e o município teve o seu nome mudado para Santa Maria da Vitória. Por esse mesmo Decreto Lei, os Distritos de São Pedro e Alegre, tiveram os nomes mudados para, respectivamente, Açudina e Coribe. A composição distrital do município, de acordo com a Lei Estadual número 628 de 30 de dezembro de 1.953, é a seguinte: Santa Maria da Vitória, Açudina, Coribe e Inhaúmas. Foto 4: Imagens antigas de Santa Maria da Vitória. (Fonte: IBGE) Atualmente o município é formado pelos Distritos Sede, Açudina e Inhaúmas. O gentílico dos nascidos no município é Santamariense. Foto 5: Visão panorâmica do distrito sede de Santa Maria da Vitória 2 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-AMBIENTAL DO MUNICÍPIO Do ponto de vista dos objetivos traçados pelos projetos de planejamento e ordenamento territorial, como é o caso dos Planos Diretores Municipais, compreender a territorialidade das regiões através do mapeamento de características físico-ambientais é fundamental para o alcance do patamar de sustentabilidade. O estudo de características Físico-Ambientais agrupa informações julgadas de fundamental importância na compreensão das peculiaridades das características ambientais, de recursos naturais, de tipologias e de propriedades morfológicas presentes no município de Santa Maria da Vitória. A finalidade deste diagnóstico é descrever e analisar os recursos ambientais e suas interações, caracterizando a situação ambiental da área pertencente ao município e gerando análises e apontamentos que subsidiem ações de planejamento desenvolvimento local. Nessa dimensão estão presentes as informações e análises de características dos Acessos Rodoviários, Geológicas, Pedológicas, Geomorfológicas, Formações Vegetacionais, Características Hipsométricas, de Declividade, Uso e Cobertura do Solo, Hidrografia, Índice de Vulnerabilidade Ambiental. Clima e Fauna. Foi elaborada também uma tabela-resumo, com as principais ameaças e oportunidades de algumas das características fundamentais do município e suas aplicações imediatas no planejamento. Ao final consta uma análise dos principais impactos ambientais que normalmente existem em cada tema e como o planejamento territorial pode minimizá-los ou evitá-los. Metodologia A metodologia baseou-se no agrupamento de informações, estudos e mapeamentos já existentes sobre a região. As fontese dados primários utilizados são originárias de órgãos e departamentos oficiais, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), Ministério de Meio Ambiente (MMA) e Ministério de Transportes (ver Anexo 1). Com a técnica de processamento digital de imagens, foi possível extrair informações das imagens orbitais gerando cartas temáticas como a classificação de uso e cobertura do solo. Outro procedimento utilizado foi a aplicação de técnicas de análises espaciais em plataforma SIG (3D) para o mapeamento de curvas de nível e declividade , responsáveis pela caracterização morfológica da área, e o mapeamento do Índice de Vulnerabilidade Ambiental, que caracteriza as fragilidades ambientais da região através de análises e cruzamentos de características físico-ambientais da área. Todo o processamento de dados cartográficos primários e secundários foram realizados no programa de geoprocessamento ArcGis 10. 2.1. Principais Acessos e Eixos Rodoviários O município de Santa Maria da Vitória é transpassado por duas importantes rodovias – uma federal e uma estadual (BR-349 e BA-172), responsáveis pela conexão do município a outras cidades do Estado da Bahia, de Goiás, de Tocantins, Aracaju e Minas Gerais. A BR-349 é uma rodovia federal diagonal brasileira que interliga a BR-020, na altura da divisa entre os estados de Goiás e Bahia, indo até a cidade de Aracaju, capital de Sergipe. Possui asfalto da divisa até Bom Jesus da Lapa (BA), quando se une à BR-430, através da Ponte Gercino Coelho. O novo trecho asfaltado está na cidade baiana de Seabra e depois somente nas proximidades de Aracaju, quando encontra a BR-235. A grande maioria de seu trajeto é planejada. Construída pelo Departamento de Estradas de Rodagem da Bahia na década de 90, essa rodovia ficou sob responsabilidade do governo baiano até abril de 2009, quando foi federalizada. Intransitável há quase uma década, o trecho de 88 quilômetros da BR-349, que liga os municípios de Santa Maria da Vitória a Bom Jesus da Lapa, começaram a ser recuperados há mais de 2 anos (DNIT – BA), http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_rodovias_do_Brasil http://pt.wikipedia.org/wiki/Rodovia_diagonal http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil http://pt.wikipedia.org/wiki/BR-020 http://pt.wikipedia.org/wiki/Goi%C3%A1s http://pt.wikipedia.org/wiki/Bahia http://pt.wikipedia.org/wiki/Aracaju http://pt.wikipedia.org/wiki/Sergipe http://pt.wikipedia.org/wiki/Bom_Jesus_da_Lapa http://pt.wikipedia.org/wiki/BR-430 http://pt.wikipedia.org/wiki/Ponte_Gercino_Coelho http://pt.wikipedia.org/wiki/Seabra http://pt.wikipedia.org/wiki/BR-235 sendo concluído no início de 2011. O trecho é considerado um dos piores do Brasil, apresentando grandes índices de acidentes e mortes, além de ser bastante conhecido por apresentar elevados registros de assaltos. Foto 6: de Recuperação da BR – 349. Fonte: DERBA 2011 Já a BA-172 é uma rodovia estadual que interliga o município de Santa Maria da Vitória aos outros municípios do noroeste do Estado, como Canápolis, Santana, Brejolândia e Muquém de São Francisco. A estrada é o único meio de ligação com outros centros, responsável pelo escoamento de mais de 116 mil pessoas. De acordo com o Governo do Estado, o estado da Bahia passa por um período de profundas mudanças em sua infraestrutura logística, fruto de planejamento e investimentos em grandes obras estruturantes, nos últimos três anos, que vão alavancar o desenvolvimento econômico e promover o surgimento de outras cadeias produtivas. Nesse contexto, juntamente com as obras da BR- 349, a rodovia recebeu investimento que permitiu a melhoria e recuperação de 167km, prevendo principalmente o aumento do escoamento da produção agropecuária regional. A intervenção também beneficiará uma população de 380 mil pessoas dos municípios de Barra, Xique-Xique, Gentio do Ouro, Santa Maria da Vitória, Brejolândia, Serra Dourada, Tabocas do Brejo Velho, Santana, Bom Jesus da Lapa, Carinhanha, Coribe e Cocos. As obras na BA-172 já estão em fase de conclusão. De acordo com osGoverno Federal e Estadual e outros órgãos responsáveis, a recuperação da BA- 172 é vital para a retomada do crescimento econômico regional. Foto 7: : Obras de Recuperação da BR – 172. Fonte: ATARDEONLINE 2009 http://atarde.uol.com.br/cidades/noticia.jsf?id=1194212 Mapa 4: Principais rodovias e localização das sedes municipais mais próximas (Elaboração: Equipe Ativa Consultoria) 2.1. Geologia Do ponto de vista do ordenamento do território, o estudo das feições geológicas tem importância fundamental no desenvolvimento das atividades humanas e urbanas, por trazer a potencialização da superfície através do conhecimento dos materiais existentes no subsolo. Podemos afirmar que o conhecimento das características dos compartimentos geológicos existentes em alguma região tem importância tanto na área ambiental como na econômica. É o tipo de embasamento rochoso que determinará, juntamente com o clima, a maior parte das características geomorfológicas, hidrográficas, os tipos de solos e a vegetação, dentre outros aspectos ambientais regionais. O substrato geológico do município de Santa Maria da Vitória é formado principalmente por sedimentos arenosos, argilosos, cascalhos e argilo- carbonáticos. De acordo com a classificação adotada pelo projeto de mapeamento geológico do Instituto Geológico do Brasil (CPRM) RADAMBRASIL (1983) as rochas e sedimentos encontradas no município de Santa Maria da Vitória são pertencentes ao grupo Urucuia, Sub-Grupo Paraopeba, Formação Sete Lagoas, Serra de Santa Helena, Serra da Saudade, Depósitos Aluvionares, Coberturas detríticas e lateríticas-ferruginosas e Complexo Gnáisso-Migmatítico Correntina. De acordo com Braun (1990), O Sub-Grupo Paraopeba faz parte do GrupoBambuí e está subdividido em 4 Formações: Formação Serra da Saudade, Formação Lagoa do Jacaré, Formação Serra de Santa Helena e Formação Sete Lagoas. Essas Formações são caracterizadas basicamente por siltitos e folhelhos intercalados com calcários e dolomitos. Formação Sete Lagoas: A Formação Sete Lagoas (Costa e Branco 1961) é a unidade basal do Grupo Bambuí,sendo constituída por uma sucessão carbonática de idade Neoproterozóica. Apresenta espessura aflorante de até 200 m nas serras da margem esquerda do rio São Francisco, que para leste da área, atinge 500m. Sua sedimentação sucedeu a um evento glacial de ocorrência global, representado pelos diamictitos da Formação Jequitaí Formação Serra de Santa Helena: A Formação Serra de Santa Helena (Costa e Branco, 1961) constitui uma sucessão sedimentar predominantemente pelítica, composta de siltitos, folhelhos, argilitos e margas de cores esverdeadas; apresenta ainda intercalações de calcários cinza escuro. Análises petrográficas mostram que os siltitos e folhelhos são rochas ritmicamente laminadas, alternando-se lâminas essencialmente argilosas impregnadas por óxido de ferro, com camadas ligeiramente mais grosseiras, com grãos de quartzo na fração síltica e palhetas de sericita. Ainda foram reconhecidos outros minerais acessórios como turmalina e carbonato.A Formação Serra de Santa Helena representa o afogamento gradual da plataforma carbonática da formação anterior e a deposição de uma sucessão predominantemente pelítica. Formação Serra da Saudade: Formação Serra da Saudade sobrepõe-se através de contato concordante gradacional àFormação Lagoa do Jacaré. A interpretação para a deposição dessa formação estaria relacionada a uma rápidatransgressão marinha que modificou as condições responsáveis pela deposição da Formação Lagoado Jacaré, evoluindo para um ambiente mais profundo e com ambiente de águas calmas,responsável pelas finaslaminações verificadas nos estratos.A deposição da formação ocorreu provavelmente em um contexto plataformal cominfluência de correntes de turbidez e episódios de tempestades (Uhleiet al 2004). De acordo com Moutinho da Costa et al., 1976; Ghignone, 1979, o Grupo Urucuia compõe-se de arenitos quartzosos de cores variadas, predominando castanho-avermelhados, róseos e amarelo-esbranquiçados. Possuem granulometria variando de fina a média, são friáveis e limpos, mas muitas vezes contém argilas em suas matrizes e, localmente, aparecem cimentados com material silicoso ou carbonático. Incluem intercalações siltosas e síltico-argilosas e freqüentes níveis conglomeráticos dispersos. Zonas silicificadas são comuns ao longo de fraturas e falhas as quais são registradas em poços a diferentes profundidades. Com base na flora de micro e macrofósseis foi datada como do Cretáceo Inferior. Em geral, em função de estruturas sedimentares internas e do seu conteúdo fossilífero, os sedimentos Urucuia têm sido interpretados como depositados em ambiente continental, inicialmente lacustre, mas passando a fluvial dominante, com expressivas contribuições eólicas (Lima & Leite, 1978; Ghignone,1979). Essa espessa cobertura de plataforma se formou em resposta à transgressão Albo- aptiana que sucedeu a separação continental da América do Sul da África (Ghignone, 1979). Desse modo,o Grupo Urucuia é tratado como um pacote dominantemente arenoso e indiviso. Os Depósitos Aluvionares são encontrados às margens do município de Santa Maria da Vitória. Aluvião é um depósito de sedimentos clásticos (areia, cascalho e/ou lama) formado por um sistema fluvial no leito e nas margens da drenagem, incluindo as planícies de inundação e as áreas deltaicas, com material mais fino extravasado dos canais nas cheias. Sedimentos clásticos depositados em zonas estuarinas e, para alguns autores, sedimentos terrígenos trabalhados diretamente por ondas nas zonas costeiras marinhas ou lacustrinas também são considerados aluviões. São muito retrabalhados e mutáveis devido à erosão fluvial. Depositados durante as secas ou nos locais de remansos quando cai a energia da corrente do rio, vão ser, em seguida, erodidos pela força da água da cheia ou pela mudança do curso do rio. Estruturas de estratificação cruzada de canal cut and fill são formadas assim. Normalmente são depósitos clásticos mal classificados e mal selecionados, de cascalho, areias e lamas, podendo ocorrer depósitos de blocos maiores, às vezes bem arredondados nas regiões elevadas das cabeceiras com maior energia fluvial. Apresentam maior desenvolvimento nas planícies de inundação, com lamas (silte e argilas) por extensas áreas, e em sopés de montanhas como leques aluviais, com depósitos comuns de fanglomerados e areias associados que atingem boa expressão areal e grandes espessuras. Os depósitos aluvionares, normalmente muito férteis para a agricultura, tem sido fator da maior importância para o desenvolvimento das sociedades humanas. Também encontrados às margens do limite municipal, o Complexo Gnáisico-Migmatítico Corretina é formado por gnaisses e migmatito, derivados de rochas metaultramáficas. Por fim, a leste do município são encontradas pequenas porções de Coberturas Dentrítico-Lateríticas, formadas por aglomerados, lateritas, depósitos de areia e depósito de argila. http://pt.wikipedia.org/wiki/Sedimento http://pt.wikipedia.org/wiki/Areia http://pt.wikipedia.org/wiki/Cascalho http://pt.wikipedia.org/wiki/Lama http://pt.wikipedia.org/wiki/Plan%C3%ADcie http://pt.wikipedia.org/wiki/Eros%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Fluvial http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81gua http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Dep%C3%B3sito_Cl%C3%A1stico&action=edit&redlink=1 http://pt.wikipedia.org/wiki/Silte http://pt.wikipedia.org/wiki/Argila http://pt.wikipedia.org/wiki/Montanha http://pt.wikipedia.org/wiki/Leque_aluvial Mapa 5 – Geologia do município de Santa Maria da Vitória – BA (Elaboração: Equipe Ativa Consultoria) 2.2. Solos A degradação dos solos é um dos mais sérios problemas ambientais enfrentados pela sociedade atual. Para estudos que estabelecem diretrizes de ordenamento do território, informações sobre as propriedades morfológicas dos solos são fundamentais tanto para o uso mais adequado de suas potencialidades agrícolas como para o planejamento urbano e rural dos municípios. Assim, quando aliado a outros mapeamentos, o mapa de solos pode orientar não só diretrizes de Uso e Ocupação, bem como ações para seu manejo. No município de Santa Maria da Vitória predominam quatro tipos de solos, fortemente ligados, principalmente, ao embasamento geológico da região e às condições topográficas, sendo: Latossolo Amarelo, Gleissolo, Neossolo e Cambissolo. A tabela abaixo apresenta o registro dos percentuais e das áreas estimados para cada tipo de classe de solo encontrado no município: Tabela 1. Registro dos percentuais e das áreas (números absolutos) estimados para cada tipo de solo no município de Santa Maria da Vitória De acordo com o Manual Técnico de Pedologia do IBGE (2007), os Latossolos são solos muito intemperizados, profundos e de boa drenagem. Caracterizam-se por grande homogeneidade de características ao longo do perfil, mineralogia da fração argila predominantemente caulinítica ou caulinítica-oxídica que se reflete em valores de relação Ki baixos*, inferiores a 2,2, e praticamente ausência de minerais primários de fácil intemperização. Distribuem-se por amplas superfícies no Território Nacional, ocorrendo em praticamente todas as regiões, diferenciando- se entre si principalmente pela coloração e teores de óxidos de ferro, que determinaram a sua separação em quatro classes distintas ao nível de subordem no Sistema brasileiro de classificação de solos. Os Latossolos Amarelos apresentam baixos teores de Fe2O3, em sua maioria, abaixo de 7%. São solos bem drenados, profundos e muito profundos, com predominância de textura média, baixa relação textural e pouca diferenciação entre os horizontes. Apresentam baixa saturação e soma de bases, enquanto os teores de saturação por alumínio são altos, o que lhes confere caráter álico. Uma de suas características mais marcantes é a coesão – quando secos, apresentam-se duros ou muito duros. Suas principais limitações decorrem de forte acidez, alta saturação com alumínio extraível e baixa fertilidade química natural. São, portanto, solos muito pobres em nutrientes, o que exige um investimento inicial bastante alto, com o uso intensivo de adubação fertilizante. A prática de calagem objetiva a neutralização do efeito tóxico do alumínio para as plantas e também o fornecimento de cálcio ou magnésio. Diferenciam-se dos demais Latossolos por ter permeabilidade mais lenta, devido à coesão que lhe é característica, favorecendo os processos erosivos. No município de Santa Maria da Vitória ocorrem ao norte do município, em regiões com embasamento geológico pertencente ao grupo Urucuia, cotas altimétricas que variam de 700 a 800 metros e declividades entre 3% e 8%, caracterizando um relevo plano e suave ondulado. Percebe-se que a concentração de Florestas registradas na área do município desenvolve-se nas regiões onde ocorre esse tipo de solo. A relação pode ser explicada, principalmente, pela capacidade do solo em manter esse tipo de vegetação: seu grau de desenvolvimento, boa drenagem e horizontes profundos, coesos e quase homogêneos proporcionam a fixação de árvores altas, de raízes intrínsecas e copas densas. Cambissolo 1.275 61,9 Neossolo 562 27,3 Latossolo Amarelo 206 10,0 Gleissolo 15 0,7 TOTAL 2.060 100,0 Total Percentual (%)Total Absoluto (km²)TIPOS DE SOLO Foto 8: Exemplo de Latossolo Amarelo Os Gleissolossão solos minerais, hidromórficos, apresentando horizontes A (mineral) ou H (orgânico), seguido de um horizonte de cor cinzento-olivácea, esverdeado ou azulado, chamado horizonte glei, resultado de modificações sofridas pelos óxidos de ferro existentes no solo (redução) em condições de encharcamento durante o ano todo ou parte dele, influenciados pela forte ação dos lençóis freáticos elevados. O horizonte glei pode começar a 40 cm da superfície. São solos mal drenados, podendo apresentar textura bastante variável ao longo do perfil. Podem apresentar tanto argila de baixa atividade, quanto de alta atividade. São solos pobres ou ricos em bases e com teores de alumínio elevado. Como estão localizados em baixadas, próximas às drenagens, suas características são influenciadas pela contribuição de partículas provenientes dos solos das posições mais altas e da água de drenagem, uma vez que são formados em áreas de recepção ou trânsito de produtos transportados. Os Gleissolos apresentam sérias limitações impostas pela presença de lençol freático a pouca profundidade. A aeração inadequada aumenta a resistência da difusão dos gases do solo para a atmosfera e vice-versa, consumindo rapidamente o oxigênio do solo pelos microorganismos e plantas, inibindo o crescimento das raízes. A utilização de tais solos requer, portanto, que sejam drenados a fim de melhorar as condições de aeração. A maioria dos Gleissolos são distróficos e bastante ácidos, requerendo a aplicação de corretivos e fertilizantes para a obtenção de colheitas satisfatórias. Podem apresentar problemas de trafegabilidade tanto pelo alto lençol freático, como pelos elevados teores de material orgânico, que diminuem sua capacidade de suporte. Por estarem situados em várzeas, os Gleissolos apresentam elevado risco de inundação. No município de Santa Maria da Vitória, os registros de Gleissolos são encontrados à oeste do município, em proporções bem inferiores as dos outros tipo de solos, nas várzeas dos Rios Inhumas e Rio dos Angicos, já na divisa com o município de São Desidério, onde predomina um relevo caracterizado como plano e suave ondulado. A pouca vocação para atividades de cultivo dificultam a utilização dessas áreas para a prática de agricultura, predominando, portanto, registros de atividades de agropecuária. Foto 9: Exemplo de área de Gleissolo Os Neossolos são por definição solos que apresentam reduzida profundidade efetiva. Essa condição limita seu uso com agricultura devido ao reduzido volume de terra disponível para o ancoramento das plantas e para a retenção de umidade. A maioria desses solos ocorre em relevos acidentados, portanto muito susceptíveis à erosão e apresentam sérias limitações de trafegabilidade. Seu uso requer cuidados especiais quanto aos tratos conservacionistas.Os Neossolos são, em geral, essencialmente areno-quartzosos, isso determina que sejam virtualmente desprovidos de minerais primários intemperizáveis, que apresentem atividade coloidal muito baixa, além de baixa capacidade de retenção de nutrientes e de água. Devido à baixa adesão e coesão apresentam elevada erodibilidade, além de apresentarem baixo grau de desenvolvimento e evolução. Sua pobreza de nutrientes torna imprecindível a aplicação de insumos para que sejam possíveis produções satisfatórias. Seu baixo poder tampão, contudo, demanda que as aplicações de insumos sejam efetuadas parceladamente de forma a minimizar as perdas e evitar saturação do complexo sortivo. Em conseqüência da textura grosseira, são muito porosos e com elevada permeabilidade. Tal atributo, juntamente com a baixa capacidade adsortiva, caracteriza-os como material pouco adequado para receber efluentes que contenham produtos tóxicos devido à facilidade de contaminação dos aquíferos. Durante o período seco podem apresentar limitações quanto à trafegabilidade. Em Santa Maria da Vitória, os Neossolos ocorrem em áreas sem muito declive topográfico, variando de áreas com relevo plano a ondulado suave. Mesmo com a pouca vocação para agricultura, por conta de condicionantes descritos acima, existem registros de atividades de agricultura e agropecuária, além de formações vegetacionais presentes na mesma região. Apesar de a maioria da formação desses solos estarem condicionadas a área com relevo acentuado e dificultarem a prática de atividades de campo, as baixas declividades localizadas na área de ocorrência dos Neossolos em Santa Maria da Vitória facilitam a apropriação da região para a prática de tais atividades. Além disso, acredita-se também que a alimentação desses solos é dada por material orgânico proveniente das regiões com topografia mais acentuada localizadas ao redor de sua área de ocorrência, justificando a fixação de florestas. Por fim, os Cambissolos da área de estudo estão situados em relevo classificado como ondulado, forte ondulado e montanhoso, estando presente, portanto, nas áreas de maiores declividades e altitudes do município. Apresentam restrições ao uso agrícola, pois possuem elevada erodibilidade, forte risco de degradação e forte limitação à trafegabilidade, à qual é aumentada com a pedregosidade e afloramentos de rocha. São solos pobres em nutrientes e ácidos, apresentando elevados teores de alumínio trocável, condição difícil de ser corrigida pelas limitações de trafegabilidade. É comum a presença de solos apresentando horizonte Cr (saprolito) constituído por rocha parcialmente intemperizada a profundidades inferiores a 1,5m. Geralmente, tais saprólitos apresentam significativo estádio de intemperismo, sendo portanto de consistência branda, não oferecendo limitações ao sistema radicular das plantas. Devido aos solos serem relativamente pouco evoluídos, os Cambissolos apresentam, em geral, significativos teores de minerais primários facilmente intemperizáveis, os quais podem constituir apreciável reserva de nutrientes para as plantas. Apesar das restrições quanto ao uso vinculado às atividades agrícolas e agropecuárias, além das restrições morfológicas impostas pelas formas de relevo e cotas altimétricas, são evidenciados grandes extensões dessas formas de ocupação em regiões de ocorrência dos Cambissolos, predominando o uso por pastagens. Foto 11: Exemplo de perfil de Cambissolo Foto 10: Exemplo de área de Neossolo Mapa 6 – Pedologia (solos) do município de Santa Maria da Vitória – BA (Elaboração: Equipe Ativa Consultoria) 2.1 Geomorfologia e Relevo Por resultar da combinação de diferentes componentes da natureza, o relevo é um importante recurso para a delimitação da paisagem, ao mesmo tempo em é elemento fundamental que condiciona a forma de uso e ocupação do solo. De acordo com Casseti (2009), considerando pelo menos três situações particulares, o significado do relevo na delimitação da paisagem pode ser justificado da seguinte forma: • Relações de Forças Contrárias: as formas de relevo, decorrente do jogo de forças internas e externas, leva à interpenetração de formas. Assim sendo, considerando as escalas temporais e espaciais, ora o relevo pode expressar mais as influências estruturais, ora os efeitos morfoclimáticos, ou ainda ambos, simultaneamente. No município de Santa Maria da Vitória, os compartimentos geomorfológicos presentes são os da Chapada do Rio São Francisco, as Depressões do Alto Médio São Francisco e a Serra da Saudade, que se constituem em um bom exemplo dessa relação. Representada pela importante combinação de formas aliadas a fatores diferenciados, enquanto topos pediplanos (Chapadas do Rio São Francisco) representam efeitos associados a processos morfogenéticos secos, existem áreas de extensas zonas dissecadas por processos morfogenéticos úmidosque refletem os efeitos da resistência litológica e das implicações estruturais (Serra da Saudade). O relevo acaba se constituindo no resultado dessas forças contrárias, razão pela qual se reveste de importância enquanto subsídio para a demarcação de diferenças morfológicas, com diferenças pedológicas e conseqüentemente relativas à ocupação do território. • Relações Morfopedológicas. Muitos trabalhos têm demonstrado estreita relação entre a disposição do relevo e os solos resultantes (morfopedologia), oferecendo sustentação ao processo de apropriação do terreno. Enquanto nas áreas planas predominam os Latossolos, portadores de alto desenvolvimento físico, nas áreas movimentadas prevalecem solos caracterizados por horizonte B incipiente ou simplesmente Solos Litólicos (Neossolos). • Relações Antropomorfológicas: o processo de apropriação do relevo, seja como suporte ou como recurso, vincula-se ao comportamento da morfologia e às condições pedológicas. ) No município de Santa Maria da Vitória, observa-se a separação da área do município por um afloramento rochoso representado pela Serra da Saudade, agindo como divisor do relevo em duas unidades mais planas: as Depressões do Alto e Médio São Francisco e as Chapadas do Rio São Francisco. A apropriação do terreno se dá de forma quase homogênea em todo o território: nas Depressões, observam-se registros de atividades de agricultura e agropecuária, nas Chapadas, destacam-se a presença de cultivos (agricultura) e por fim, nas áreas de Serra, apesar dos impedimentos impostos pelas grandes altitudes, predominam ambas as atividades, além da concentração de vestígios vegetacionais. 2.2 Declividade e Hipsometria O mapeamento das classes de declividade é um importante instrumento para o ordenamento do território. Por meio de sua análise, aliada à de outras cartas, é Foto 12: Serra da Saudade (Fonte: Arquivo Ativa Consultoria) possível localizar, por exemplo, as áreas com maiores riscos de escorregamentos e deslizamentos de terras, principalmente após o desmatamento e manejo inadequado do solo, as áreas mais frágeis ambientalmente, as mais favoráveis ao uso agrícola e quais são mais aptas para a ocupação antrópica. As Chapadas, Depressões e Patamares do Rio São Francisco, encontradas no município de Santa Maria da Vitória apresentam cotas altimétricas de variam de 400 a aproximadamente 850 metros. As cotas mais baixas concentram-se ao sul do município, nos terrenos de Depressão, passando por cotas intermediárias (500 a 650 metros) nas regiões de Patamares e pontos culminantes nas áreas de Chapadas (850 metros). Os registros de declividades do município de Santa Maria da Vitória apresentam percentuais que variam de 3% a 75%, caracterizando um terreno que varia entre formas planas e escarpadas. As áreas de Depressão e Chapadas apresentam terrenos pouco íngremes, predominando regiões de relevo plano e suave ondulado, favorecendo a concentração de Florestas e práticas de agricultura. Já nas regiões de Patamares, onde localiza-se a Serra da Saudade, as declividades são mais acentuadas, com terrenos de formas onduladas, fortemente onduladas e escarpadas, com declividade média de 28%. Apesar da limitação imposta pela declividade mais acentuada de alguns locais, o uso predominante da área do município é dado pela ocupação de práticas de agricultura e agropecuária, com predominância de áreas de pastagens onde ocorrem registros de terrenos com declividades acima de 60%. Mapa 7 – Hipsometria (curvas de nível) do município de Santa Maria da Vitória – BA (Elaboração: Equipe Ativa Consultoria) Mapa 8– Declividade do município de Santa Maria da Vitória – BA (Elaboração: Equipe Ativa Consultoria) 2.3. Cobertura Vegetal As fisionomias fitogeográficas (vegetação) se relacionam intimamente com os solos, tipo de clima, hidrografia e relevo de uma região. Embora a grande maioria da formação primária de vegetação presente no município de Santa Maria da Vitória tenha sido devastada pela ocupação antrópica nas formas de agropecuária e aglomerações urbanas, resquícios dessas formações refletem características importantes do ponto de vista das particularidades pedológicas e morfológicas da região. Guardando estreita relação com as formações pedológicas da região e concentradas na área onde predominam latossolo amarelo e altas cotas altimétricas, as principais formações vegetais presentes no município de Santa Maria da Vitória são: Floresta Estacional Semidecidual (aberta e densa): constitui a vegetação típica do bioma da Mata Atlântica, estando condicionada pela dupla estacionalidade climática, perdendo parte das folhas (20 a 50%) nos períodos secos. É caracterizada pela presença em regiões de climas com temperaturas médias de 18C, relevos de altitudes medianas e solos profundos. Floresta Estacional Decidual: também chamada Floresta Estacional Caducidófila é um ecossistema do bioma Mata Atlântica. Ocorre em grandes altitudes e temperaturas mais amenas. Este tipo de vegetação é caracterizado por duas estações climáticas bem demarcadas, uma chuvosa seguida de longo período biologicamente seco. Ocorre na forma de disjunções florestais, apresentando o estrato dominante macro ou mesofanerofítico predominantemente caducifólio, com mais de 50% dos indivíduos despidos de folhagem no período desfavorável. Savanas (Cerrado): o termo savana é também conhecido como anhara e chana em Angola e como cerrado no Brasil. É caracterizado por estar presente em regiões de relevo acidentado, com poucas áreas planas. A vegetação predominante são as gramíneas, com árvores esparsas e arbustos isolados ou em pequenos grupos. Os solos são geralmente profundos, azonados, de cor vermelha ou vermelha amarelada, porosos, permeáveis, bem drenados e, por isto, intensamente lixiviados. http://pt.wikipedia.org/wiki/Vegeta%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Bioma http://pt.wikipedia.org/wiki/Mata_Atl%C3%A2ntica http://pt.wikipedia.org/wiki/Folhas http://pt.wikipedia.org/wiki/Angola http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil http://pt.wikipedia.org/wiki/Vegeta%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Gram%C3%ADneas http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81rvore http://pt.wikipedia.org/wiki/Arbusto Mapa 9– Tipos de Vegetação existentes no município de Santa Maria da Vitória – BA (Elaboração: Equipe Ativa Consultoria) 2.4. Recursos Hídricos A Messoregião do Extremo Oeste da Bahia fica à margem esquerda do Rio São Francisco, banhada pelas bacias dos rios Grande, Preto, Corrente e Carinhanha, formada por 29 rios perenes. Geograficamente está inserida na região mais rica em recursos hídricos do Nordeste Brasileiro. As bacias desses rios atingem 62.400 km², o que equivale a 82% das áreas dos cerrados. O município de Santa Maria da Vitória está inserido na Sub-Bacia do Rio Corrente (com 35.230km²), que possui aproximadamente 120 km de extensão entre a confluência dos seus formadores, os rios Formoso e Correntina (ou das Éguas), e a sua foz no rio São Francisco. Os formadores do rio Corrente são provenientes de uma região com altitudes entre 800 e 900 metros na divisa entre Bahia e Goiás, chamada Espigão Mestre. A confluência dos formadores ocorre a 07 Km, aproximadamente, da cidade de Santa Maria da Vitória, local em que a altitude é de 450 metros. A foz no rio São Francisco está localizada a uns 40-50 quilômetros abaixo (ao norte) da sede do município de Bom Jesus da Lapa, possuindo altitude média de 436 metros. O Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Rio São Francisco,elaborado pela ANA – Agência Nacional das Águas, classificou da seguinte forma os rios da Bacia (Figura 1) Esta classificação é utilizada pelo CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente, para orientar diretrizes na utilização dos Recursos Hídricos do país. O Quadro 1 mostra as diretrizes de uso de acordo com o enquadramento dos corpos d’água, sendo que o Rio Corrente é classificado como de Classe 1, e seus afluentes, incluindo o Rio Formoso, como de Classe 2. Quadro 1. Classes e usos de água de acordo com a revisão da Resolução CONAMA nº 20/86 A hidrografia da área urbana da sede municipal é composta pelos rios Corrente e Seco (um talvegue), que, na época de chuva, transborda, inundando o entorno e trazendo dejetos e mau cheiro. Já na Zona Rural, o Rio Corrente é usado como bebedouro para gado e irrigação para plantações. As matas ciliares da margem dos rios estão degradadas, uma vez que na região ignora-se a necessidade de preservação ambiental das Áreas de Proteção Permanente - APPs. Os córregos e riachos que cortam o município de Santa Maria da Vitoria – BA alimentam o rio Corrente, e quase todo segmento apresenta processos erosivos, tonando os rios mais rasos e largos. Figura 1: Proposta de enquadramento para os corpos d’água do Médio São Francisco, segundo a ANA (2004) http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Grande_(Bahia) http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Preto_(Bahia) O passeio de barco pelo Vale do Rio Corrente, com belas pedreiras ás suas margens, é uma das principais atrações turísticas de Santa Maria da Vitória. Foto 13: Pedreiras às Margens do Rio Corrente Mapa 10– Hidrografia do município de Santa Maria da Vitória – BA (Elaboração: Equipe Ativa Consultoria) 2.5. Uso e Cobertura do Solo A expressão Uso e Cobertura do Solo pode ser entendida como a forma pela qual o espaço está sendo ocupado pelo homem e como as formas e feições da superfície se distribuem no território. O levantamento do uso e cobertura de uma região é de grande importância, na medida em que os efeitos do uso desordenado causam deterioração no ambiente. Sendo assim, é um dos principais pressupostos para a elaboração de projetos de planejamento e gestão urbana. Tornou-se aspecto fundamental para a compreensão dos padrões de organização do espaço, tendo, desse modo, a necessidade de atualização constante dos registros de uso para que suas tendências possam ser analisadas. O mapeamento de uso e cobertura do solo do município de Santa Maria da Vitória evidenciou a existência de 5 classes predominante no território: Áreas Urbanas: aglomerados classificados como urbanos pelo IBGE (setores censitários urbanos) Floresta: área de matas densas, sem evidência de desmatamento Agricultura: cultivo de culturas agrícolas predominantes na região: alho, arroz (em casca), banana, cana-de-açucar, cebola, coco da bahia, feijão, fumo, limão, mamão, mamona, mandioca, manga, melancia, milho e tomate Agropecuária: áreas mistas de cultivos agrícolas com predominância de áreas de pecuária e pastagens (criação de bovinos, asininos, bubalinos, eqüinos, suínos, ovinos, muares e caprinos) A distribuição dos tipos de uso e equivalência das áreas ocupadas por cada classe (% e km²) está discriminada na tabela abaixo: Tabela 2. Registro dos percentuais e das áreas (números absolutos) estimados para cada tipo de uso e ocupação do solo no município de Santa Maria da Vitória *Valores aproximados baseados na distribuição espacial das classes registradas através do mapeamento temático por imagens de satélite Consultoria) Floresta 370 18,0 Agricultura 700 34,0 Agropecuária 968 47,0 Áreas Urbanas 22 1,1 TOTAL 2.060 100,0 Total Percentual* (%)Total Absoluto* (km²)TIPOLOGIA DE OCUPAÇÃO Foto 14: Núcleo Urbano – Sede do município (Fonte: Arquivo Ativa Consultoria) As classes de maiores expressividades são ocupadas por culturas agrícolas e práticas de agropecuária, com predomínio de áreas de pastagens. As duas formas de ocupação, juntas, representam mais de 80% da área total do município, distribuídas de forma praticamente uniforme ao longo de toda a área do território. Por conta principalmente da distribuição dos tipos de solo presente na região (exceto dos latossolos amarelos, com vocação natural para práticas de agricultura), aliada às condições de relevo (áreas com declividades acentuadas – de 20% a 75%), tais formas de apropriação do território evidenciam que a tendência da ocupação dos espaços não depende exclusivamente de capacidades naturais, partindo do princípio de que a disponibilidade tecnológica, aliada à força do capital, seja capaz de superar eventuais obstáculos morfológicos e de baixas potencialidades inatas. Cabe dizer, porém, que a intensificação dessas formas de uso nessas regiões contribui para a maximização dos fatores condicionantes de processos erosivos das encostas, evidenciando as possibilidades de degradação ambiental dessas áreas. As áreas, quantidades efetivas e quantidades produzidas, para o município de Santa Maria da Vitória, dos principais produtos, entre os anos de 2000 e 2010, são especificadas nas tabelas e gráficos abaixo. Tabela 3. Agricultura (2000 – 2010): Tipo de cultura, Ano de Produção, Área Plantada (há), Área Colhida (ha) e Quantidade (t) CULTURA ANO ÁREA PLANTADA (ha) ÁREA COLHIDA (ha) QUANTIDADE PRODUZIDA (t) 2000 5 5 15 2004 1 1 2 2009 2 2 4 2000 150 150 225 2001 140 140 70 2002 140 140 210 2003 120 120 180 2004 120 120 180 2005 80 80 120 2006 80 80 120 2007 100 100 150 2008 100 100 150 2009 100 100 150 2010 100 100 180 2000 22 22 22 2001 22 22 550 2002 22 22 550 2003 22 22 550 2000 1000 1000 40000 2001 1050 1050 63000 2002 1050 1050 44100 2003 1100 1100 66000 2004 1100 1100 66000 2005 1100 1100 66000 2006 1100 1100 66000 2007 1100 1100 66000 2008 1100 1100 72600 2009 600 600 18000 2010 700 700 42000 Cebola 2000 1 1 15 2001 67 20 52 2002 67 20 400 2003 67 20 400 2004 72 46 920 2005 46 46 920 2006 46 46 920 2007 46 46 920 2008 16 16 320 2009 12 12 240 2010 12 12 240 Coco-da-Baía Alho Arroz Banana Cana-de-Açúcar Foto 15:Pecuária em Santa Maria da Vitória (Fonte: Arquivo Ativa Consultoria) Fonte: SEI (Superintendência de Estudos Sociais e Econômicos da Bahia – Dados de Economia / IBGE – Pesquisa Agrícola Municipal De acordo com os dados, a ocupação de terras por culturas agrícolas destina-se principalmente às produções de arroz, cana-de-açúcar, côco, feijão, laranja, mandioca, manga e milho, com safras expressivas e produções constantes durante toda a década analisada (2000 – 2010). A maioria das lavouras das culturas listadas apresenta crescimento crescente de produção e área plantada (principalmente a cultura do milho). Quanto às práticas de pecuária (intensiva e extensiva), registra-se o aumento crescente e destaque para criação de bovinos, com total de cerca de 73.000 cabeças. Tais indicadores ajudam a entender a dinâmica de apropriação e uso das terras do município (gráfico 1, 2 e 3). CULTURA ANO ÁREA PLANTADA (ha) ÁREA COLHIDA (ha) QUANTIDADE PRODUZIDA (t) 2000 500 500 420 2001 1380 1380 2052 2002 1370 1370 2005 2003 1370 1370 2065 2004 1420 1300 2100 2005 1420 1420 2114 2006 1420 1300 2040 2007 1450 1450 2145 2008 580 430 281 2009 650 650 552 2010 1650 1650 2310 2004 2 2 1 2005 2 2 1 2006 2 2 1 2007 2 2 1 2008 2 2 1 2009 2 2 1 2010 2 2 1 2000 28 28 1680 2001 28 20 400 2002 14 14 280 2003 14 14 280 2004 14 14 280 2005 14 14 2802006 6 6 120 2007 6 6 120 2008 6 6 120 2009 6 6 120 2010 6 6 120 Limão 2004 1 1 60 2004 40 40 3200 2005 40 40 3200 2006 40 40 3200 2007 40 40 3200 2008 129 105 8400 2009 103 103 7725 2010 100 100 8000 Mamona 2002 200 200 240 2000 400 400 5200 2001 630 630 8190 2002 1100 1100 10010 2003 1000 1000 2600 2004 700 700 3640 2005 800 700 8400 2006 700 700 7000 2007 700 700 8400 2008 1400 700 8400 2009 400 400 4800 2010 450 450 5400 Feijão (em grãos) Fumo Laranja Mamão Mandioca CULTURA ANO ÁREA PLANTADA (ha) ÁREA COLHIDA (ha) QUANTIDADE PRODUZIDA (t) 2000 45 12 480 2001 44 18 360 2003 44 18 360 2004 49 42 840 2005 49 42 840 2006 49 49 980 2007 49 49 980 2008 49 49 980 2009 49 49 980 2010 49 49 980 2000 2000 2000 7200 2001 1800 1800 900 2002 1500 1500 1800 2003 2000 2000 1080 2004 2000 2000 1440 2005 2000 2000 3600 2006 1800 1800 648 2007 1900 1900 1710 2008 2800 2800 4200 2009 4384 4384 7891 2010 4500 4500 8100 2000 3 3 78 2003 1 1 26 2004 3 3 78 2006 2 2 60 2007 2 2 60 Milho Tomate Manga Gráfico 1. Agricultura (2000 – 2010): Área Plantada (principais culturas) x Ano Gráfico 2. Agricultura (2000 – 2010): Área Plantada TOTAL (principais culturas) x Ano Mapa 11– Carta simplificada do Uso e Ocupação do Solo do município de Santa Maria da Vitória – BA (Elaboração: Equipe Ativa Consultoria) 2.6. Abastecimento de água O abastecimento de água no município de Santa Maria da Vitória é de responsabilidade municipal e autônoma, gerido pela SAEE - Sistema Autônomo de Água e Esgoto. Na sede municipal, a captação de água para abastecimento desse município é realizada no Rio Corrente. Segundo dados do Censo Demográfico 2010 do IBGE, dos 11.126 domicílios permanentes do município, 11.088 contam com abastecimento de água (99,65%), sendo que destes, 80,36% são atendidos pela rede geral de abastecimento de água, 1,30% por poço ou nascente, 1,97% através de cisternas e 16,3% por outra forma de abastecimento (Gráfico 3). O Mapa 11 mostra que nas 3 áreas urbanas do município, a rede de abastecimento de água atinge mais que 90% da população, quadro que se altera em boa parte das áreas rurais, onde a rede atinge menos que 10% dos domicílios em alguns setores. Porém, nestes setores o abastecimento de água pode ocorrer via poço, cisterna ou ser captada diretamente dos rios. Gráfico 3 – Domicílios de acordo com o tipo de abastecimento de água (Fonte: IBGE – Censo Demográfico 2010.) 80,36 1,30 1,97 16,03 0 20 40 60 80 100 H2O rede Poço ou Nascente Cisterna Outra Domicílios por tipo de abastecimento de água (%) Foto 16:Sede da SAEE em Santa Maria da Vitória (Fonte: Arquivo Ativa Consultoria) Mapa 12– Porcentagem de domicílios com Abastecimento de Água da rede, por setores censitários, do município de Santa Maria da Vitória – BA (Elaboração: Equipe Ativa Consultoria) 2.7. Esgotamento Sanitário A falta de esgotamento sanitário é um dos maiores problemas de Santa Maria da Vitória. A estação para o tratamento do esgoto da área urbana da sede municipal está praticamente pronta, bem como boa parte da rede (implantada em parceria com a Embasa), mas falta a instalação dos ramais. Nos demais distritos não há previsão para a instalação da rede. O projeto de implantação da rede de esgoto na sede municipal (ANEXO 1), conta com 4 estações elevatórias Do total de 11.126 municípios permanentes registrados pelo IBGE no Censo 2010, 9.702 (87,20%) possuem banheiro e destes, 72% usam Fossa Rudimentar como forma de esgotamento. Somente 3,6% estão ligados à rede geral ou pluvial, e 9,2% usam fossa séptica (Gráfico 4). Nas fotos 20 1 21 vemos esgoto doméstico sendo lançado, sem tratamento, no Córrego Seco e no Rio Corrente. Segundo o Plano de Recursos Hidricos da Bacia do Rio São Francisco (2004), a ausência de esgotamento sanitário nas áreas urbanas mais adensadas de Santa Maria da Vitória, aliada à baixa permeabilidade do solo, impedem o uso correto de fossas e fazem com que o esgoto seja lançado nos sistema de drenagem, como os rios Corrente e Formoso, prejudicando a qualidade da água destes rios. Gráfico 4 – Domicílios de acordo com o tipo de esgotamento sanitário. No mapa abaixo (Mapa 12) vemos a ausência de coleta de esgoto no município. Somente em poucos setores do distrito sede consta a instalação de rede de esgoto em até 30% dos domicílios – os domicílios cujos ramais foram instalados pela Embasa. O lançamento de efluentes oriundos de águas pluviais e esgotos e outros procedimentos indevidos sem tratamento adequado, podem causar a mortalidade de espécies de peixes sensíveis ao pH da água e envenenamento por químicas lançadas e incapacidade de uso humano para ingestão da água. 3,60 9,72 72,21 0,67 0,01 0,98 0 20 40 60 80 100 Rede geral ou pluvial Fossa séptica Fossa Rudimentar Vala Rio, Lago ou Mar Outro escoadouro Domicílios de acordo com tipo de esgotamento (em %) Foto 17:Foto 21e 22: Esgoto lançado no Córrego Seco e diretamente no Rio Corrente, sem tratamento (Fonte: Arquivo Ativa Consultoria) Mapa 13– Porcentagem de domicílios com Coleta de Esgoto Sanitário, por setores censitários, do município de Santa Maria da Vitória – BA (Elaboração: Equipe Ativa Consultoria) Entre 30 e 50% 2.11. Resíduos Sólidos A responsabilidade sobre a gestão de resíduos sólidos no município de Santa Maria da Vitória é do poder público local. O município não possui aterro sanitário, somente o lixão, localizado a 1 km da cidade, e a coleta de lixo é realizada por caminhões próprios e pequenos tratores. Já os resíduos hospitalares são encaminhados ou para outra cidade ou vezes para valas abertas nos lixão. Foto 23 O município apresenta vários geradores de resíduos, como lojas, restaurantes, farmácias, construtoras e outros etc. Não existe uma gestão adequada de separação e classificação dos resíduos, uma vez que não existe um destino final adequado e nem cooperativas para reciclagem. Na Zona Rural os resíduos são incinerados ou depositados em valas abertas até chegar o ponto de aterrar. A prefeitura não tem nenhum trabalho de gestão de resíduos com os moradores da zona rural uma vez fica muito oneroso o recolhimento. Deve-se fazer um trabalho preventivo de orientação aos moradores para gerenciar seus lixos de maneira correta, evitando gerar chorumes (líquido escuro e fétido, resultante da decomposição do lixo), que ocasiona a contaminação de mananciais hídricos. Considerando a atual forma de gestão do lixo, a Prefeitura de Santa Maria da Vitória pretende implantar um aterro sanitário e Centro de Triagem. Segundo os dados do Censo Demográfico do IBGE, 51,4% dos domicílios têm o lixo coletado, sendo de que 41% pelo serviço municipal de limpeza (e somente 6% estão na área rural), 30,6% têm o lixo queimado na propriedade (sendo que, desde total, 88,96% dos domicílios são da zona rural), 0,58% têm os resíduos enterrados, 8,18% possui o lixo jogado em terreno baldio ou logradouro e 0,089% têm outro destino que não os citados. (Gráfico 2). Gráfico 5 – Destino de resíduos sólidos por domicílios Fonte: IBGE – Censo Demográfico, 2010. 51,04% 46,17% 4,87% 30,60% 0,58% 8,18% 0,09% 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00%60,00% Lixo Coletado Lixo coletado Por serviço de limpeza Lixo coletado Por serviço de limpeza em caçamba Lixo queimado na propriedade Lixo enterrado na Propriedade Lixo jogado emterreno baldio ou logradouro Lixo jogado em rio, lago ou mar Foto 18: Queima de lixo com emissão de CO² em lixão de Santa Maria da Vitória (Fonte: Ativa Consultoria) Foto 19: Caminhão de coleta de lixo realizada na cidade de Santa Maria. (Fonte: Ativa Consultoria) A fim de verificar as diferenças entre as áreas urbanas e a zona rural no que se refere ao nível de atendimento e o tipo de coleta de lixo, espacializou-se os dados pelos setores censitários do município, conforme o Mapa 14. Assim, nota-se que a área urbana do distrito sede boa parte tem um nível de atendimento pela rede de coleta municipal acima de 70%. Na zona rural o índice de coleta de lixo domiciliar é menor que 2%. Mapa 14– Coleta de Resíduos Sólidos por setores censitários no município de Santa Maria da Vitória – BA (Elaboração: Equipe Ativa Consultoria) 2.12. Fornecimento de Energia Elétrica Nas Tabelas 4 e 5 verificamos a distribuição do consumo de Energia Elétrica no município de Santa Maria da Vitória no ano de 2010, segundo a Coelba: Tabela 4: Consumo de Energia Elétrica por Classes, em Quilowatt-hora. Fonte: Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba) Município Classe Quantidade Santa Maria da Vitória Outros 458 KWH Rural 1.459.170 KWH Comercial 3.274.487 KWH Industrial 3.671.288 KWH Pública 4.525.297 KWH Residencial 10.827.592 KWH Tabela 5: Consumo de Energia Elétrica por Classes, por unidades. Fonte: Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba) Município Classe Quantidade Santa Maria da Vitória Residencial 11.507 Und Industrial 80 Und Comercial 772 Und Rural 284 Und Outros 1 Und Pública 367 Und As tabelas mostram que a maior parte da energia produzida (45%) destina- se ao uso residencial, seguido pela iluminação pública e indústria, com o uso rural correspondendo a apenas 6% do consumo de energia elétrica, o que é explicado pelo baixo número de propriedades rurais atendidas pela rede de fornecimento, conforme mostra a tabela 5. Porém, comparando as duas tabelas, vemos que as residências consomem proporcionalmente uma quantidade de energia bem menor que os usos rurais (agroindústrias), já que em número de propriedades as residenciais correspondem a 88% do total e as rurais, 2%. Existe um projeto da Prefeitura Municipal para implantação do Projeto Luz para Todos, programa do Governo Federal cujo objetivo é possibilitar às comunidades rurais o acesso à energia elétrica, e também uma parceria com a Coelba (Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia), para implantação do benefício da Tarifa Social de Energia. O Mapa 15 mostra a porcentagem de domicílios ligados à rede de energia elétrica, segundo o Censo 2010, por setor censitário. Vemos que mais de 90% dos domicílios são atendidos pela rede geral de energia elétrica, em boa parte do território municipal. As partes mais deficitárias com relação à fornecimento de energia elétrica são o leste, centros norte e oeste e a parte noroeste do município, . Mapa 15– Abastecimento de Energia Elétrica por setores censitários no município de Santa Maria da Vitória – BA (Elaboração: Equipe Ativa Consultoria) 2.13. Qualidade do ar e poluição atmosférica O Brasil vem reduzindo rapidamente o consumo de substâncias destruidoras da camada de ozônio, superando, inclusive, as metas estabelecidas pelo Protocolo de Montreal. O consumo de CFC, utilizado em refrigeradores, aerossóis, solventes e extintores de incêndio caiu de 11,1 mil toneladas em 1992, para 4,3 mil toneladas em 2003. A concentração da maioria dos poluentes atmosféricos – partículas inaláveis, dióxido de enxofre e monóxido de carbono – apresenta-se estacionária ou em declínio, na maior parte das regiões metropolitanas do País, com suas concentrações máximas diminuindo ao longo do tempo. A única exceção é o ozônio, que na estratosfera funciona como uma barreira contra os raios ultra- violeta, mas na baixa atmosfera é um agente oxidante nocivo para os habitantes das grandes cidades. Deflagrados, principalmente, para transformar mata nativa em áreas agropastoris, as queimadas e incêndios florestais continuam sem controle, com tendência de aumento e destruindo, anualmente, grandes áreas de vegetação. Em 2003, foram detectados por satélite, em todas as regiões do País, quase 213 mil focos de calor. A taxa de desflorestamento da Amazônia Legal apresenta valores altos, preocupantes, pois não tem mostrado tendência de declínio. O controle das emissões e da concentração de poluentes no ar foram ambos regulamentados pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente, sob a forma das Resoluções CONAMA n° 018/ 86 (de 06/ 05/ 1986), n° 005/ 89 (de 15/ 06/ 1989), n° 003/ 90 (de 28/ 06/ 1990) e n°008/ 90 (de 06/ 12/ 1990). A poluição atmosférica é causada por processos físicos, químicos e dinâmicos que conduzem à emissão de gases e partículas por certas fontes de combustão e sua acumulação na atmosfera Os principais poluentes atmosféricos são o óxido nítrico (NO), dióxido de nitrogênio (NO2), monóxido de carbono (CO), dióxido de enxofre (SO2), Ozônio (O3) e o material particulado. As fontes naturais de poluição do ar são a queima acidental de biomassa, tempestade de pó; e erupções vulcânicas, as quais podem ser consideradas as mais antigas fontes de contaminação do ar. A queima da biomassa, em ambientes externos e internos, utilizada desde a pré-história para a produção de energia, tem sido uma das importantes fontes antropogênicas de poluição atmosférica. A partir da Revolução Industrial, surgiram novas fontes de poluição do ar devido à queima de combustíveis fósseis nos motores a combustão e nas indústrias siderúrgicas e, mais recentemente, nos veículos automotivos. O município de Santa Maria da Vitória, até o momento, não apresenta muitas empresas que podem gerar lançamentos poluentes na atmosfera, mas são comuns alguns procedimentos domésticos como queima de lixo ou até mesmo fornalha a lenha, que não têm muito controle sobre a fumaça. Outros lançamentos que podem ser identificados no município são vapores de água gerados em laticínios, oficinas com a emissão de aerossóis e a emissão de CO², que vem principalmente de automotores, queimas de lixo desordenado e desmatamento e queima de vegetação pra plantio de cana-de-açúcar. Foto 20:Preparação para plantio de cana, com desmatamento e queima da vegetação (Fonte: Jornal O NORDESTE, 2010). Sejam quais forem as práticas que potencializam a emissão de gases e poluição atmosférica do município, cabe ao poder público fiscalizar e exigir medidas mitigatórias e compensatórias relativas aos impactos negativos da geração desses gases. 2.14. Clima O clima de Santa Maria da Vitória é tipicamente Tropical Semi-Úmido, com temperatura média anual de 21ºC e com baixas amplitudes térmicas (temperatura máxima média anual é de 21,3ºC e a máxima de 27,2ºC graus) e temperaturas médias em torno dos 23ºC. A região caracteriza-se por uma estação seca (maio a setembro) e outra chuvosa (outubro a abril) com precipitação pluviométrica média anual de 1500 ± 500 mm. Os veranicos, períodos de seca de uma a três semanas, podem ocorrer durante a estação chuvosa, especialmente nos meses de janeiro e fevereiro (EMBRAPA, 2009). Segundo o Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Corrente, elaborado pela Superintendência de Recursos Hídricos do Estado da Bahia(1994), a curva de Balanço Hídrico anual do Município de Santa Maria da Vitória é a seguinte (Figura 1) Figura 1: Gráfico do Balanço Hídrico de Santa Maria da Vitória (Fonte: Sudene, dados coletados entre 1945 e 1974) Vemos pelo gráfico que o município vive sob Déficit Hídrico a maior parte do ano – de Abril a Outubro – e somente nos meses de Novembro a Março (Verão) ocorre Excedente Hídrico. Assim, a implantação de projetos de irrigação de lavouras, principalmente para as pequenas propriedades, é fundamental para o desenvolvimento agrícola do município. 2.15. Implicações das características ambientais no Planejamento O Quadro abaixo faz um resumo das principais características do meio físico e biótico do município de Santa Vitória, destacando as implicações positivas e negativas destas características e quais as aplicações destas no planejamento territorial. Quadro 01 – Implicações e aplicações das características ambientais no Planejamento do município de Santa Maria da Vitória POSITIVA NEGATIVA Facilitador da drenagem natural dos solos Solos com altos níveis de lixiviação, pouca fixação de raízes e baixa fertilidade natural Substrato geológico que favorece a prática da agricultura Substrato geológico com possibilidades de registros fósseis ------- Mateirias resultantes bastante utilizados na construção civil Se adequados com técnicas de calagem, são bastante utilizados para a agricultura. Solos profundos e bem drenados Cambissolos Apresentam minerais que se constituem como reserva nutritiva para plantas Elevada erodibilidade, forte risco de degradação e forte limitação à trafegabilidade Utilização agrícola, com efetivas práticas de adequação do solo Gleissolos - Concentrados em áreas de depressão, afloramento do lençol freático Elevada concentração de matéria orgânica Pouco profundos, restrições impostas pelo afloramento do lençol freático Utilização agrícola, com efetivas práticas de adequação do solo e das condições do terreno Neossolos Muito porosos e elevada permeabilidade Reduzida profundidade efetiva, limitando a adesão das plantas e retenção da unidade Utilização agrícolas, com técnicas de adequação das condições do terreno DECLIVIDADE E HIPSOMETRIA Identificação de áreas de risco Classes com variações entre 0 e 75% (relevo suave - relevo montanhoso) Classes entre 0 a 20% - área proprícia para ocupação e baixa disposição natural de processos erosivos. Classes entre 20 e 75% - restrições quanto ao uso e ocupação e disposição natural para intensificação de processos erosivos. Limitações quanto ao uso e ocupação de áreas com terrenos acima de 20% USO E COBERTURA DO SOLO Compreensão dos padrões de organização do espaço Maiores expressividades de áreas ocupadas por culturas agrícolas e prática de agropecuária (65% da área total do município). Baixo índice de urbanização (alta permeabilidade do solo). Alto índice de desmatamento devido a abundante ocupação agrícola e agropecuária (vegetação primária). Reflorestamento (principalmente em áreas de pastagem) e controle de uso dos lotes ÍNDICE DE VULNERABILIDADE AMBIENTAL Identificação de áreas ambientalmente vulneráveis Prevenção de impactos e monitoramento de áreas de risco Predomínio de áreas de Média Vulnerabilidade ------- Grandes evidêcias de ocupação por agricultura e pastagens concentradas em áreas de Alta Vulnerabilidade Controle e ordenamento territorial nas áreas de Alta Vulnerabilidade ITEM RELEVÂNCIA CARACTERIZAÇÕES IMPLICAÇÕES GEOLOGIA Latossolos Amarelos - Concentração de Florestas, áreas de cotas altimétricas mais elevadas e melhores condições para a prática da agricultura Cárater álico (ácido): alta concentração de alumínio e baixo teor de bases. Fertilidade química natural baixa Utilização agrícola PEDOLOGIA Potencialização da superfície através do conhecimento dos materiais existentes no subsolo e determinante no conhecimento de características geomorfológicas, hidrográficas e pedológicas Predominância de Rochas Sedimentares: Arenito, Conglomerado, Folhelho, Sitito, Argilito, Dolomito, Ritmito Subsídios para aplicação de diretrizes de uso e ocupação do solo e utilização para orientar o uso adequado das potencialidades agrícolas APLICAÇÕES 2.16. Impactos ambientais Impacto ambiental é a alteração no meio ambiente ou em algum de seus componentes por determinada ação ou atividade humana. Estas alterações precisam ser quantificadas, pois apresentam variações relativas, podendo ser positivas ou negativas, grandes ou pequenas. O objetivo de se estudar os impactos ambientais é, principalmente, o de avaliar as conseqüências de algumas ações, para que possa haver a prevenção da qualidade de determinado ambiente que poderá sofrer a execução de certos projetos ou ações, ou logo após a implantação dos mesmos. Abaixo mostraremos, para cada tema, os principais impactos ambientais e como podem ser minimizados pelo poder público. Quadro 02: Impactos ambientais, suas conseqüências sobre o SOLO e indicações de intervenção municipal IMPACTOS AMBIENTAIS CONSEQUENCIAS INTERVENÇÃO DO MUNICIPIO Agrotóxicos Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o uso intenso de agrotóxicos causa a degradação dos recursos naturais como, solo, água, flora e fauna, em alguns casos de forma irreversível, levando a desequilíbrios biológicos e ecológicos. Quando mal utilizados, os agrotóxicos podem provocar três tipos de intoxicação: aguda, subaguda e crônica Cadastramento dos agricultores. Disponibilizar profissionais gratuitos para orientar no uso de defensores agrícolas. Irrigação A irrigação mal planejada pode lavar o solo e carregar produtos químicos para os mananciais hídricos. Controle e fiscalização do sistema de irrigação para gerenciar os efluentes que saturam o solo e contaminam os mananciais. Levantamento da vazão de cada córrego em períodos de seca e de chuva para orientar formas corretas de irrigação. Exploração do solo Ocasiona destruição de habitat de pequenos animais, alem de desproteger o solo de erosão e lixiviação. A utilização do solo para qualquer fim deve ser planejada e periciada por profissionais habilitados, a fim de que não haja danos para o bioma local. Substancias Quimicas Química usada no solo para corrigir o pH ou outros corretivos, podem ocasionar mudanças genéticas na vegetação isso pode passar para quem ingira esses alimentos contaminados Cadastramento das vendas dessas substâncias para o município, com fiscalização da química aplicada no solo. Exigência de passivos ambientais para empreendimentos que utilizam químicas capazes de contaminar o solo e as águas subterrâneas. Uso e Ocupação do Solo A ocupação do solo sem controle ocasiona exposição direta ao sol na qual ela deixa de refletir e ao contrario absorve iniciando o efeito estufa. Todo projeto deve estar adequado às normas do Zoneamento existentes no Plano Diretor. Em projetos de expansão territorial e de alteração no uso e ocupação é necessário rever os estudos de impactação. Quadro 03: Impactos ambientais, suas conseqüências sobre OS RECURSOS HÍDRICOS e indicações de intervenção municipal IMPACTOS AMBIENTAIS CONSEQUÊNCIAS INTERVENÇÃO DO MUNICIPIO Lançamento de Efluentes sem Tratamento Mortalidade da flora e fauna aquáticas por alteração de pH e da oxigenação da água e por envenenamento. Incapacidade de uso da água para ingestão. Organizar a gestão da infra- estrutura e fiscalização ambientais, principalmente das APPs. Implantar um sistema de cadastramento e monitoramento das nascentes. Criar programas de Educação Ambiental para agricultores, para as crianças
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