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Explorando Novos Esportes na Educação Física-Atividades

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Sumário 
INTRODUÇÃO ............................................................................ 6 
1. SANTA MARIA DA VITÓRIA ..................................................... 6 
1.1 Localização e Caracterização Geral ..................................... 6 
1.2 História do Município ........................................................ 9 
2 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-AMBIENTAL DO MUNICÍPIO ............ 11 
2.1. Principais Acessos e Eixos Rodoviários .............................. 11 
2.2. Geologia ....................................................................... 14 
2.3. Solos ............................................................................ 17 
2.4. Geomorfologia e Relevo .................................................. 21 
2.5. Declividade e Hipsometria ............................................... 21 
2.6. Cobertura Vegetal .......................................................... 25 
2.7. Recursos Hídricos ........................................................... 27 
2.8. Uso e Cobertura do Solo ................................................. 30 
2.9. Abastecimento de água ................................................... 35 
2.10. Esgotamento Sanitário ................................................. 37 
2.11. Resíduos Sólidos .......................................................... 39 
2.12. Fornecimento de Energia Elétrica ................................... 42 
2.13. Qualidade do ar e poluição atmosférica .......................... 44 
2.14. Clima ......................................................................... 45 
2.15. Implicações das características ambientais no Planejamento45 
2.16. Impactos ambientais .................................................... 47 
3. ESTRUTURA E EQUIPAMENTOS URBANOS ................................ 49 
3.1. Áreas Urbanas – Principais Características .......................... 49 
3.2. Distrito sede – Santa Maria da Vitória ................................ 49 
3.3. Distrito de Açudina .......................................................... 53 
3.4. Distrito de Inhaúmas ....................................................... 55 
3.5. Resumo das principais características das áreas urbanas ...... 57 
4. CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA ................................... 62 
4.1. Introdução ...................................................................... 62 
4.2. Aspectos Metodológicos .................................................... 62 
4.3. O processo de ocupação do Oeste baiano ........................... 63 
4.4. Demografia ..................................................................... 65 
4.5. Dinâmica Econômica ........................................................ 70 
4.6. Educação ........................................................................ 73 
4.7. Saúde ............................................................................ 74 
4.8. Lazer, Cultura e Turismo .................................................. 75 
4.9. Síntese das Informações ................................................... 76 
5. ÁREA RURAL......................................................................... 79 
6. GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL ................................................. 82 
6.1. Finanças Públicas Municipais ............................................. 82 
6.2. Gestão Pública ................................................................ 83 
7. PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO – RESULTADOS DAS OFICINAS COM A POPULAÇÃO
 .............................................................................................. 89 
7.1. Oficinas Realizadas .......................................................... 89 
7.2. Resultados dos Bairros Jd Planalto, Dr. Roberto e Morada do Sol: 90 
7.3. Resultados dos Bairros Sambaíba, Jd América e Nova Esperança: 94 
7.4. Resultados do Bairro Malvão ............................................. 97 
7.5. Resultados do Bairro CENTRO ......................................... 101 
7.6. Resultados dos Bairros Macambira, Bebedouro e Alto Alegre 105 
7.7. Resultados das Comunidades Currais e Monte Vidinho – Zona Rural 108 
7.8. Resultados da Comunidade Jacurutu – Zona Rural ............. 111 
7.9. Resultados das Comunidades Mocambo,São Francisco, Caniveta, Barrinha, Vau, 
Pajeú, Faz.Nova, Olho D’água Dos Nerys, Canabrava, Pedra Preta, Vieira – Zona Rural
.......................................................................................... 113 
7.10. Resultados das Comunidades Nova Franca, Coragina, Caraibas,Serra Grande e 
Aldeia – Zona Rural .............................................................. 116 
7.11. Resultados das Comunidades Ponte Velha, Tabuleirinho, Palmeiras, Malhada, 
Malhadinha, Braz,Olho D’água Dos Neris, Val, Fazenda Nova, Morro Dosmacacos, 
Macacos Gerais, Sapé, Mutum, Pedra Branca, Vieira, Cambaubau – Zona Rural 119 
7.12. Resultados das Comunidades Inhaúmas, Jucurutu, Braz, Sussurana, Clareão, 
Tábua, Angicos– Zona Rural .................................................. 122 
8. ÍNDICE DE VULNERABILIDADE SOCIAL ................................. 125 
8.1. Introdução ................................................................... 125 
8.2. Aspectos Metodológicos ................................................. 125 
8.3. Índice de Vulnerabilidade Social – IVS ............................. 126 
9. ÍNDICE DE VULNERABILIDADE AMBIENTAL ............................ 128 
10. BIBLIOGRAFIA ........................... Erro! Indicador não definido. 
ANEXO 1 - ENTREVISTAS COM GESTORES DE ÓRGÃOS ESTADUAIS E FEDERAIS 
EXISTENTES EM SANTA MARIA DA VITÓRIAErro! Indicador não definido. 
 
 
 INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O desenvolvimento de um Plano Diretor Municipal requer um profundo 
conhecimento do território que será gerido. A inter-relação das características físicas, 
ambientais, econômicas e sociais torna cada município algo muito particular e estas 
particularidades, aliadas ás expectativas de futuro, ou seja, daquilo que a população e 
poder público, em conjunto, vislumbram para o desenvolvimento municipal para os 
próximos anos, é que orientarão a elaboração das diretrizes deste Plano Diretor, 
buscando as melhores formas de chegar aos objetivos propostos, traçando inclusive 
metas temporais. 
 Assim, este “Caderno 1 – Leitura da Realidade Municipal – Diagnóstico” busca 
subsidiar a elaboração do Plano Diretor por meio da descrição e análise das 
características principais do município de Santa Vitória: localização e caracterização 
geral, história, meio físico, características ambientais e sociais, população, economia, 
estrutura urbana, saneamento e gestão pública. Para cada tema são levantados também 
os principais problemas que possam intervir no desenvolvimento municipal e as 
principais oportunidades para este desenvolvimento, a fim de auxiliar a construção das 
diretrizes gerais do Plano Diretor. 
 Para a elaboração deste estudo foi necessária uma equipe multidisciplinar 
arquitetos, urbanistas, geógrafos, biólogo, sociólogo, engenheiros ambientais e 
economista, pois só assim seria possível obter uma leitura holística e integrada do 
território. 
1. SANTA MARIA DA VITÓRIA 
 
 
1.1 Localização e Caracterização Geral 
 
 O município de Santa Maria da Vitória, com população de 40.309 habitantes 
(segundo o Censo 2010 – IBGE), está localizado na região conhecida como Extremo 
Oeste Baiano. Com área total de 1.966,77 km², Santa Maria da Vitória faz fronteira ao 
norte com os seguintes municípios baianos: São Desidério e Baianópolis ao norte, 
Santana à leste, ao nordeste com Canápolis, ao Sudeste com São Félix do Coribe, com 
Coribe e Jaborandi ao sul e com Correntina a Oeste (Mapa 1), e dista 866 km da capital 
do estado, Salvador. É dividido em 3 distritos: Santa Maria da Vitória, Inhaúmas e 
Açudina (IBGE 2010), conforme mostrado no Mapa 2 e, no mapa 3, verificamos a 
localizaçãoaproximada das principais comunidades e povoados do município, a partir de 
dados fornecidos pela Prefeitura Municipal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Foto 1: Locais de destaque do município de Santa Maria da Vitória 
Mapa 1: : Localização do município de Santa Maria da Vitória – BA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Mapa 2: Distritos de Santa Maria da Vitória (Elaboração: Equipe Ativa Consultoria) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Mapa 3: Localização aproximada das principais comunidades e povoados de Santa Maria 
da Vitória (Elaboração: Equipe Ativa Consultoria).
 O município apresenta altitudes médias, sendo a altitude máxima de 843m 
na área denominada Chapadas do Rio São Francisco, e a mínima de 410 m, na 
fronteira com S. Félix do Coribe. A sede municipal localiza-se a 436m de altitude. 
 O clima de Santa Maria da Vitória é tipicamente Tropical Semiúmido, com 
temperatura média anual de 21ºC e com baixas amplitudes térmicas (temperatura 
máxima média anual é de 21,3ºC e a máxima de 27,2ºC graus) e temperaturas 
médias em torno dos 23ºC. A região caracteriza-se por uma estação seca (maio a 
setembro) e outra chuvosa (outubro a abril) com precipitação pluviométrica média 
anual de 1500 ± 500 mm. Os veranicos, períodos de seca de uma a três semanas, 
podem ocorrer durante a estação chuvosa, especialmente nos meses de janeiro e 
fevereiro (EMBRAPA, 2009). 
 Santa Maria da Vitória está inserida na Bacia do Rio São Francisco, Sub Bacia 
do Rio Corrente, e os principais rios que cruzam seu território são o Rio Corrente, 
que faz a divisa do município com São Félix do Coribe (Foto 2) e o Rio Formoso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.2 História do Município 
 
 
 A sede do atual município de Santa Maria da Vitória teve origem nos meados 
do século XIX, num arraial formado na margem esquerda do rio Corrente, em 
território então pertencente ao município do Rio das Éguas, por pessoas que para 
ali se deslocaram graças à exploração do ouro nas proximidades, mas também se 
dedicando à agricultura. Em 1.840, viam-se apenas poucas casas, circundadas de 
frondosas gameleiras, em cuja sombra se abrigavam os que vinham fazer 
transações comerciais. Naquela época o porto era frequentado constantemente por 
enjolos (canoas ligadas por travessas de madeiras), que se entregavam ao 
comércio, especialmente de rapaduras produzidas no Brejo do Espírito Santo, que 
em 1.887 era Distrito de Paz e do qual muito dependia o arraial em formação. 
 Em 1.850, um artífice, vindo da cidade da Barra do Rio Grande, construiu a 
primeira embarcação para transporte de mercadorias e animais. Foram construídas 
logo após outras embarcações e o arraial começou a crescer com a chegada de 
grande número de pessoas para as atividades agrícolas. A capela construída por 
seus fundadores foi dedicada a Nossa Senhora das Vitórias, ficando filiada à 
freguesia de Nossa Senhora da Glória do Rio das Éguas. O arraial cresceu de 
importância e transformou em porto de grande movimento comercial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Foto 2: Rio Corrente e a passarela que liga Santa 
Maria da Vitória a São Félix do Coribe (Créditos: 
Ativa Consultoria) 
Foto 3: Primeira embarcação de passageiros a ser construída no arraial, e 
a Capela de N. Sra das Vitórias sendo construída. (Fonte: IBGE) 
 Em 1.880, já um grande aglomerado humano para a época, foi o arraial do 
Porto de Santa Maria da Vitória, elevado a categoria de Vila e criado o município de 
Santa Maria da Vitória, pela Lei Provincial número 1.960 de 08 de junho que 
elevou a categoria de freguesia à capela existente, transferindo para aí a sede da 
Vila e da freguesia do Rio das Éguas. Com isto surgiu uma rivalidade entre as 
populações dos dois núcleos (Santa Maria da Vitória e Rio das Éguas), o que 
entravou por muito tempo o progresso de ambos os promissores centros, em vista 
das mudanças de sedes de uma para outra localidade, conforme situação política 
dominante. Só com o advento da República cessou a rivalidade com a elevação de 
ambas localidades a sede de Vilas. 
 Foi o município de Santa Maria da Vitória extinto pela resolução provincial 
número 2.558 de 14 de maio de 1.886, que restaurou o município de Rio das 
Éguas. Pela resolução provincial número 2.579 de 04 de maio de 1.888, foi 
restaurado, sendo extinto o do Rio das Éguas. Pela Lei Estadual número 737 de 26 
de junho de 1.909, que alterou o nome do município para Santa Maria, foi a Vila 
elevada a categoria de cidade. Pelo Decreto Estadual número 8.060, de maio de 
1.932, a subprefeitura do Rio Alegre, então pertencente ao município de 
Carinhanha, foi extinta, passando o seu território a pertencer ao município de 
Santa Maria. O Decreto Estadual número 8.292 de 03 de fevereiro de 1.933, criou 
os Distritos de Inhaúmas e São Pedro do Açude. Este último foi extinto pelo 
Decreto Estadual número 8.483 de 13 de junho de 1.933. Na divisão territorial de 
1.933, o município aparece formado pelos Distritos de Santa Maria (sede), Rio 
Alegre, Inhaúmas e São Pedro do Açude. Essa composição distrital é mantida nas 
divisões territoriais de 1.936, 1.937 e 1.938, com alterações apenas nas 
designações dos Distritos de Rio Alegre e São Pedro do Açude, cujos nomes foram 
simplificados para Alegre e São Pedro. Pelo Decreto Estadual número 141 de 31 de 
dezembro de 1.943, parte do Distrito de Inhaúmas foi anexado ao município de 
Correntina (ex Rio das Éguas) e o município teve o seu nome mudado para Santa 
Maria da Vitória. Por esse mesmo Decreto Lei, os Distritos de São Pedro e Alegre, 
tiveram os nomes mudados para, respectivamente, Açudina e Coribe. A 
composição distrital do município, de acordo com a Lei Estadual número 628 de 30 
de dezembro de 1.953, é a seguinte: Santa Maria da Vitória, Açudina, Coribe e 
Inhaúmas. 
 
 
Foto 4: Imagens antigas de Santa Maria da Vitória. (Fonte: IBGE) 
Atualmente o município é formado pelos Distritos Sede, Açudina e Inhaúmas. O 
gentílico dos nascidos no município é Santamariense. 
 
 
Foto 5: Visão panorâmica do distrito sede de Santa Maria da Vitória 
2 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-AMBIENTAL DO MUNICÍPIO 
 
 Do ponto de vista dos objetivos traçados pelos projetos de planejamento e 
ordenamento territorial, como é o caso dos Planos Diretores Municipais, 
compreender a territorialidade das regiões através do mapeamento de 
características físico-ambientais é fundamental para o alcance do patamar de 
sustentabilidade. O estudo de características Físico-Ambientais agrupa informações 
julgadas de fundamental importância na compreensão das peculiaridades das 
características ambientais, de recursos naturais, de tipologias e de propriedades 
morfológicas presentes no município de Santa Maria da Vitória. A finalidade deste 
diagnóstico é descrever e analisar os recursos ambientais e suas interações, 
caracterizando a situação ambiental da área pertencente ao município e gerando 
análises e apontamentos que subsidiem ações de planejamento desenvolvimento 
local. 
 Nessa dimensão estão presentes as informações e análises de características 
dos Acessos Rodoviários, Geológicas, Pedológicas, Geomorfológicas, Formações 
Vegetacionais, Características Hipsométricas, de Declividade, Uso e Cobertura do 
Solo, Hidrografia, Índice de Vulnerabilidade Ambiental. Clima e Fauna. Foi 
elaborada também uma tabela-resumo, com as principais ameaças e 
oportunidades de algumas das características fundamentais do município e suas 
aplicações imediatas no planejamento. 
 Ao final consta uma análise dos principais impactos ambientais que 
normalmente existem em cada tema e como o planejamento territorial pode 
minimizá-los ou evitá-los. 
 
Metodologia 
 A metodologia baseou-se no agrupamento de informações, estudos e 
mapeamentos já existentes sobre a região. As fontese dados primários utilizados 
são originárias de órgãos e departamentos oficiais, como o Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatísticas (IBGE), Ministério de Meio Ambiente (MMA) e Ministério de 
Transportes (ver Anexo 1). 
 Com a técnica de processamento digital de imagens, foi possível extrair 
informações das imagens orbitais gerando cartas temáticas como a classificação de 
uso e cobertura do solo. Outro procedimento utilizado foi a aplicação de técnicas 
de análises espaciais em plataforma SIG (3D) para o mapeamento de curvas de 
nível e declividade , responsáveis pela caracterização morfológica da área, e o 
mapeamento do Índice de Vulnerabilidade Ambiental, que caracteriza as 
fragilidades ambientais da região através de análises e cruzamentos de 
características físico-ambientais da área. 
 Todo o processamento de dados cartográficos primários e secundários foram 
realizados no programa de geoprocessamento ArcGis 10. 
 
2.1. Principais Acessos e Eixos Rodoviários 
 
 O município de Santa Maria da Vitória é transpassado por duas importantes 
rodovias – uma federal e uma estadual (BR-349 e BA-172), responsáveis pela 
conexão do município a outras cidades do Estado da Bahia, de Goiás, de Tocantins, 
Aracaju e Minas Gerais. 
 A BR-349 é uma rodovia federal diagonal brasileira que interliga a BR-020, 
na altura da divisa entre os estados de Goiás e Bahia, indo até a cidade de 
Aracaju, capital de Sergipe. Possui asfalto da divisa até Bom Jesus da Lapa (BA), 
quando se une à BR-430, através da Ponte Gercino Coelho. O novo trecho 
asfaltado está na cidade baiana de Seabra e depois somente nas proximidades de 
Aracaju, quando encontra a BR-235. A grande maioria de seu trajeto é planejada. 
 Construída pelo Departamento de Estradas de Rodagem da Bahia na década 
de 90, essa rodovia ficou sob responsabilidade do governo baiano até abril de 
2009, quando foi federalizada. Intransitável há quase uma década, o trecho de 88 
quilômetros da BR-349, que liga os municípios de Santa Maria da Vitória a Bom 
Jesus da Lapa, começaram a ser recuperados há mais de 2 anos (DNIT – BA), 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_rodovias_do_Brasil
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rodovia_diagonal
http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil
http://pt.wikipedia.org/wiki/BR-020
http://pt.wikipedia.org/wiki/Goi%C3%A1s
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bahia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Aracaju
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sergipe
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bom_Jesus_da_Lapa
http://pt.wikipedia.org/wiki/BR-430
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ponte_Gercino_Coelho
http://pt.wikipedia.org/wiki/Seabra
http://pt.wikipedia.org/wiki/BR-235
sendo concluído no início de 2011. O trecho é considerado um dos piores do Brasil, 
apresentando grandes índices de acidentes e mortes, além de ser bastante 
conhecido por apresentar elevados registros de assaltos. 
 
 
 
Foto 6: de Recuperação da BR – 349. Fonte: DERBA 2011 
 
 Já a BA-172 é uma rodovia estadual que interliga o município de Santa Maria 
da Vitória aos outros municípios do noroeste do Estado, como Canápolis, Santana, 
Brejolândia e Muquém de São Francisco. A estrada é o único meio de ligação com 
outros centros, responsável pelo escoamento de mais de 116 mil pessoas. 
 De acordo com o Governo do Estado, o estado da Bahia passa por um 
período de profundas mudanças em sua infraestrutura logística, fruto de 
planejamento e investimentos em grandes obras estruturantes, nos últimos três 
anos, que vão alavancar o desenvolvimento econômico e promover o surgimento 
de outras cadeias produtivas. Nesse contexto, juntamente com as obras da BR-
349, a rodovia recebeu investimento que permitiu a melhoria e recuperação de 
167km, prevendo principalmente o aumento do escoamento da produção 
agropecuária regional. A intervenção também beneficiará uma população de 380 
mil pessoas dos municípios de Barra, Xique-Xique, Gentio do Ouro, Santa Maria da 
Vitória, Brejolândia, Serra Dourada, Tabocas do Brejo Velho, Santana, Bom Jesus 
da Lapa, Carinhanha, Coribe e Cocos. 
 As obras na BA-172 já estão em fase de conclusão. De acordo com 
osGoverno Federal e Estadual e outros órgãos responsáveis, a recuperação da BA-
172 é vital para a retomada do crescimento econômico regional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Foto 7: : Obras de Recuperação da BR – 172. Fonte: 
ATARDEONLINE 2009 
http://atarde.uol.com.br/cidades/noticia.jsf?id=1194212
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Mapa 4: Principais rodovias e localização das sedes municipais mais 
próximas (Elaboração: Equipe Ativa Consultoria) 
 
 
 
2.1. Geologia 
 
 Do ponto de vista do ordenamento do território, o estudo das feições 
geológicas tem importância fundamental no desenvolvimento das atividades 
humanas e urbanas, por trazer a potencialização da superfície através do 
conhecimento dos materiais existentes no subsolo. 
 Podemos afirmar que o conhecimento das características dos compartimentos 
geológicos existentes em alguma região tem importância tanto na área ambiental 
como na econômica. É o tipo de embasamento rochoso que determinará, 
juntamente com o clima, a maior parte das características geomorfológicas, 
hidrográficas, os tipos de solos e a vegetação, dentre outros aspectos ambientais 
regionais. 
 O substrato geológico do município de Santa Maria da Vitória é formado 
principalmente por sedimentos arenosos, argilosos, cascalhos e argilo-
carbonáticos. De acordo com a classificação adotada pelo projeto de mapeamento 
geológico do Instituto Geológico do Brasil (CPRM) RADAMBRASIL (1983) as rochas 
e sedimentos encontradas no município de Santa Maria da Vitória são pertencentes 
ao grupo Urucuia, Sub-Grupo Paraopeba, Formação Sete Lagoas, Serra de Santa 
Helena, Serra da Saudade, Depósitos Aluvionares, Coberturas detríticas e 
lateríticas-ferruginosas e Complexo Gnáisso-Migmatítico Correntina. 
 De acordo com Braun (1990), O Sub-Grupo Paraopeba faz parte do 
GrupoBambuí e está subdividido em 4 Formações: Formação Serra da Saudade, 
Formação Lagoa do Jacaré, Formação Serra de Santa Helena e Formação Sete 
Lagoas. Essas Formações são caracterizadas basicamente por siltitos e folhelhos 
intercalados com calcários e dolomitos. 
 Formação Sete Lagoas: A Formação Sete Lagoas (Costa e Branco 1961) é a 
unidade basal do Grupo Bambuí,sendo constituída por uma sucessão carbonática 
de idade Neoproterozóica. Apresenta espessura aflorante de até 200 m nas serras 
da margem esquerda do rio São Francisco, que para leste da área, atinge 500m. 
 Sua sedimentação sucedeu a um evento glacial de ocorrência global, 
representado pelos diamictitos da Formação Jequitaí 
 Formação Serra de Santa Helena: A Formação Serra de Santa Helena (Costa 
e Branco, 1961) constitui uma sucessão sedimentar predominantemente pelítica, 
composta de siltitos, folhelhos, argilitos e margas de cores esverdeadas; apresenta 
ainda intercalações de calcários cinza escuro. Análises petrográficas mostram que 
os siltitos e folhelhos são rochas ritmicamente laminadas, alternando-se lâminas 
essencialmente argilosas impregnadas por óxido de ferro, com camadas 
ligeiramente mais grosseiras, com grãos de quartzo na fração síltica e palhetas de 
sericita. Ainda foram reconhecidos outros minerais acessórios como turmalina e 
carbonato.A Formação Serra de Santa Helena representa o afogamento gradual da 
plataforma carbonática da formação anterior e a deposição de uma sucessão 
predominantemente pelítica. 
 Formação Serra da Saudade: Formação Serra da Saudade sobrepõe-se 
através de contato concordante gradacional àFormação Lagoa do Jacaré. A 
interpretação para a deposição dessa formação estaria relacionada a uma 
rápidatransgressão marinha que modificou as condições responsáveis pela 
deposição da Formação Lagoado Jacaré, evoluindo para um ambiente mais 
profundo e com ambiente de águas calmas,responsável pelas finaslaminações 
verificadas nos estratos.A deposição da formação ocorreu provavelmente em um 
contexto plataformal cominfluência de correntes de turbidez e episódios de 
tempestades (Uhleiet al 2004). 
 De acordo com Moutinho da Costa et al., 1976; Ghignone, 1979, o Grupo 
Urucuia compõe-se de arenitos quartzosos de cores variadas, predominando 
castanho-avermelhados, róseos e amarelo-esbranquiçados. Possuem granulometria 
variando de fina a média, são friáveis e limpos, mas muitas vezes contém argilas 
em suas matrizes e, localmente, aparecem cimentados com material silicoso ou 
carbonático. Incluem intercalações siltosas e síltico-argilosas e freqüentes níveis 
conglomeráticos dispersos. Zonas silicificadas são comuns ao longo de fraturas e 
falhas as quais são registradas em poços a diferentes profundidades. Com base na 
flora de micro e macrofósseis foi datada como do Cretáceo Inferior. 
 Em geral, em função de estruturas sedimentares internas e do seu conteúdo 
fossilífero, os sedimentos Urucuia têm sido interpretados como depositados em 
ambiente continental, inicialmente lacustre, mas passando a fluvial dominante, 
com expressivas contribuições eólicas (Lima & Leite, 1978; Ghignone,1979). Essa 
espessa cobertura de plataforma se formou em resposta à transgressão Albo-
aptiana que sucedeu a separação continental da América do Sul da África 
(Ghignone, 1979). Desse modo,o Grupo Urucuia é tratado como um pacote 
dominantemente arenoso e indiviso. 
 Os Depósitos Aluvionares são encontrados às margens do município de 
Santa Maria da Vitória. Aluvião é um depósito de sedimentos clásticos (areia, 
cascalho e/ou lama) formado por um sistema fluvial no leito e nas margens da 
drenagem, incluindo as planícies de inundação e as áreas deltaicas, com material 
mais fino extravasado dos canais nas cheias. Sedimentos clásticos depositados em 
zonas estuarinas e, para alguns autores, sedimentos terrígenos trabalhados 
diretamente por ondas nas zonas costeiras marinhas ou lacustrinas também são 
considerados aluviões. São muito retrabalhados e mutáveis devido à erosão fluvial. 
Depositados durante as secas ou nos locais de remansos quando cai a energia da 
corrente do rio, vão ser, em seguida, erodidos pela força da água da cheia ou pela 
mudança do curso do rio. Estruturas de estratificação cruzada de canal cut and fill 
são formadas assim. Normalmente são depósitos clásticos mal classificados e mal 
selecionados, de cascalho, areias e lamas, podendo ocorrer depósitos de blocos 
maiores, às vezes bem arredondados nas regiões elevadas das cabeceiras com 
maior energia fluvial. Apresentam maior desenvolvimento nas planícies de 
inundação, com lamas (silte e argilas) por extensas áreas, e em sopés de 
montanhas como leques aluviais, com depósitos comuns de fanglomerados e areias 
associados que atingem boa expressão areal e grandes espessuras. Os depósitos 
aluvionares, normalmente muito férteis para a agricultura, tem sido fator da maior 
importância para o desenvolvimento das sociedades humanas. 
 Também encontrados às margens do limite municipal, o Complexo 
Gnáisico-Migmatítico Corretina é formado por gnaisses e migmatito, derivados 
de rochas metaultramáficas. Por fim, a leste do município são encontradas 
pequenas porções de Coberturas Dentrítico-Lateríticas, formadas por 
aglomerados, lateritas, depósitos de areia e depósito de argila. 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sedimento
http://pt.wikipedia.org/wiki/Areia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cascalho
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lama
http://pt.wikipedia.org/wiki/Plan%C3%ADcie
http://pt.wikipedia.org/wiki/Eros%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fluvial
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81gua
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Dep%C3%B3sito_Cl%C3%A1stico&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Silte
http://pt.wikipedia.org/wiki/Argila
http://pt.wikipedia.org/wiki/Montanha
http://pt.wikipedia.org/wiki/Leque_aluvial
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Mapa 5 – Geologia do município de Santa Maria da Vitória – BA (Elaboração: 
Equipe Ativa Consultoria) 
 
 
2.2. Solos 
 
 A degradação dos solos é um dos mais sérios problemas ambientais 
enfrentados pela sociedade atual. Para estudos que estabelecem diretrizes de 
ordenamento do território, informações sobre as propriedades morfológicas dos 
solos são fundamentais tanto para o uso mais adequado de suas potencialidades 
agrícolas como para o planejamento urbano e rural dos municípios. Assim, quando 
aliado a outros mapeamentos, o mapa de solos pode orientar não só diretrizes de 
Uso e Ocupação, bem como ações para seu manejo. 
 No município de Santa Maria da Vitória predominam quatro tipos de solos, 
fortemente ligados, principalmente, ao embasamento geológico da região e às 
condições topográficas, sendo: Latossolo Amarelo, Gleissolo, Neossolo e 
Cambissolo. 
 A tabela abaixo apresenta o registro dos percentuais e das áreas estimados 
para cada tipo de classe de solo encontrado no município: 
Tabela 1. Registro dos percentuais e das áreas (números absolutos) estimados 
para cada tipo de solo no município de Santa Maria da Vitória 
 
 De acordo com o Manual Técnico de Pedologia do IBGE (2007), os Latossolos 
são solos muito intemperizados, profundos e de boa drenagem. Caracterizam-se 
por grande homogeneidade de características ao longo do perfil, mineralogia da 
fração argila predominantemente caulinítica ou caulinítica-oxídica que se reflete em 
valores de relação Ki baixos*, inferiores a 2,2, e praticamente ausência de 
minerais primários de fácil intemperização. Distribuem-se por amplas superfícies 
no Território Nacional, ocorrendo em praticamente todas as regiões, diferenciando-
se entre si principalmente pela coloração e teores de óxidos de ferro, que 
determinaram a sua separação em quatro classes distintas ao nível de subordem 
no Sistema brasileiro de classificação de solos. 
 Os Latossolos Amarelos apresentam baixos teores de Fe2O3, em sua 
maioria, abaixo de 7%. São solos bem drenados, profundos e muito profundos, 
com predominância de textura média, baixa relação textural e pouca diferenciação 
entre os horizontes. Apresentam baixa saturação e soma de bases, enquanto os 
teores de saturação por alumínio são altos, o que lhes confere caráter álico. Uma 
de suas características mais marcantes é a coesão – quando secos, apresentam-se 
duros ou muito duros. Suas principais limitações decorrem de forte acidez, alta 
saturação com alumínio extraível e baixa fertilidade química natural. São, portanto, 
solos muito pobres em nutrientes, o que exige um investimento inicial bastante 
alto, com o uso intensivo de adubação fertilizante. A prática de calagem objetiva a 
neutralização do efeito tóxico do alumínio para as plantas e também o 
fornecimento de cálcio ou magnésio. Diferenciam-se dos demais Latossolos por ter 
permeabilidade mais lenta, devido à coesão que lhe é característica, favorecendo 
os processos erosivos. 
 No município de Santa Maria da Vitória ocorrem ao norte do município, em 
regiões com embasamento geológico pertencente ao grupo Urucuia, cotas 
altimétricas que variam de 700 a 800 metros e declividades entre 3% e 8%, 
caracterizando um relevo plano e suave ondulado. Percebe-se que a concentração 
de Florestas registradas na área do município desenvolve-se nas regiões onde 
ocorre esse tipo de solo. A relação pode ser explicada, principalmente, pela 
capacidade do solo em manter esse tipo de vegetação: seu grau de 
desenvolvimento, boa drenagem e horizontes profundos, coesos e quase 
homogêneos proporcionam a fixação de árvores altas, de raízes intrínsecas e copas 
densas. 
Cambissolo
1.275 61,9
Neossolo
562 27,3
Latossolo Amarelo
206 10,0
Gleissolo
15 0,7
TOTAL 2.060 100,0
Total Percentual (%)Total Absoluto (km²)TIPOS DE SOLO
 
 
Foto 8: Exemplo de Latossolo Amarelo 
 Os Gleissolossão solos minerais, hidromórficos, apresentando horizontes A 
(mineral) ou H (orgânico), seguido de um horizonte de cor cinzento-olivácea, 
esverdeado ou azulado, chamado horizonte glei, resultado de modificações sofridas 
pelos óxidos de ferro existentes no solo (redução) em condições de encharcamento 
durante o ano todo ou parte dele, influenciados pela forte ação dos lençóis 
freáticos elevados. O horizonte glei pode começar a 40 cm da superfície. São solos 
mal drenados, podendo apresentar textura bastante variável ao longo do perfil. 
Podem apresentar tanto argila de baixa atividade, quanto de alta atividade. São 
solos pobres ou ricos em bases e com teores de alumínio elevado. Como estão 
localizados em baixadas, próximas às drenagens, suas características são 
influenciadas pela contribuição de partículas provenientes dos solos das posições 
mais altas e da água de drenagem, uma vez que são formados em áreas de 
recepção ou trânsito de produtos transportados. Os Gleissolos apresentam sérias 
limitações impostas pela presença de lençol freático a pouca profundidade. A 
aeração inadequada aumenta a resistência da difusão dos gases do solo para a 
atmosfera e vice-versa, consumindo rapidamente o oxigênio do solo pelos 
microorganismos e plantas, inibindo o crescimento das raízes. A utilização de tais 
solos requer, portanto, que sejam drenados a fim de melhorar as condições de 
aeração. A maioria dos Gleissolos são distróficos e bastante ácidos, requerendo a 
aplicação de corretivos e fertilizantes para a obtenção de colheitas satisfatórias. 
Podem apresentar problemas de trafegabilidade tanto pelo alto lençol freático, 
como pelos elevados teores de material orgânico, que diminuem sua capacidade de 
suporte. Por estarem situados em várzeas, os Gleissolos apresentam elevado risco 
de inundação. 
 No município de Santa Maria da Vitória, os registros de Gleissolos são 
encontrados à oeste do município, em proporções bem inferiores as dos outros tipo 
de solos, nas várzeas dos Rios Inhumas e Rio dos Angicos, já na divisa com o 
município de São Desidério, onde predomina um relevo caracterizado como plano e 
suave ondulado. A pouca vocação para atividades de cultivo dificultam a utilização 
dessas áreas para a prática de agricultura, predominando, portanto, registros de 
atividades de agropecuária. 
 
Foto 9: Exemplo de área de Gleissolo 
 Os Neossolos são por definição solos que apresentam reduzida profundidade 
efetiva. Essa condição limita seu uso com agricultura devido ao reduzido volume de 
terra disponível para o ancoramento das plantas e para a retenção de umidade. A 
maioria desses solos ocorre em relevos acidentados, portanto muito susceptíveis à 
erosão e apresentam sérias limitações de trafegabilidade. Seu uso requer cuidados 
especiais quanto aos tratos conservacionistas.Os Neossolos são, em geral, 
essencialmente areno-quartzosos, isso determina que sejam virtualmente 
desprovidos de minerais primários intemperizáveis, que apresentem atividade 
coloidal muito baixa, além de baixa capacidade de retenção de nutrientes e de 
água. Devido à baixa adesão e coesão apresentam elevada erodibilidade, além de 
apresentarem baixo grau de desenvolvimento e evolução. Sua pobreza de 
nutrientes torna imprecindível a aplicação de insumos para que sejam possíveis 
produções satisfatórias. Seu baixo poder tampão, contudo, demanda que as 
aplicações de insumos sejam efetuadas parceladamente de forma a minimizar as 
perdas e evitar saturação do complexo sortivo. Em conseqüência da textura 
grosseira, são muito porosos e com elevada permeabilidade. Tal atributo, 
juntamente com a baixa capacidade adsortiva, caracteriza-os como material pouco 
adequado para receber efluentes que contenham produtos tóxicos devido à 
facilidade de contaminação dos aquíferos. Durante o período seco podem 
apresentar limitações quanto à trafegabilidade. 
 Em Santa Maria da Vitória, os Neossolos ocorrem em áreas sem muito 
declive topográfico, variando de áreas com relevo plano a ondulado suave. Mesmo 
com a pouca vocação para agricultura, por conta de condicionantes descritos 
acima, existem registros de atividades de agricultura e agropecuária, além de 
formações vegetacionais presentes na mesma região. Apesar de a maioria da 
formação desses solos estarem condicionadas a área com relevo acentuado e 
dificultarem a prática de atividades de campo, as baixas declividades localizadas na 
área de ocorrência dos Neossolos em Santa Maria da Vitória facilitam a apropriação 
da região para a prática de tais atividades. Além disso, acredita-se também que a 
alimentação desses solos é dada por material orgânico proveniente das regiões 
com topografia mais acentuada localizadas ao redor de sua área de ocorrência, 
justificando a fixação de florestas. 
 
 
 
 
 
 
 Por fim, os Cambissolos da área de estudo estão situados em relevo 
classificado como ondulado, forte ondulado e montanhoso, estando presente, 
portanto, nas áreas de maiores declividades e altitudes do município. Apresentam 
restrições ao uso agrícola, pois possuem elevada erodibilidade, forte risco de 
degradação e forte limitação à trafegabilidade, à qual é aumentada com a 
pedregosidade e afloramentos de rocha. São solos pobres em nutrientes e ácidos, 
apresentando elevados teores de alumínio trocável, condição difícil de ser corrigida 
pelas limitações de trafegabilidade. É comum a presença de solos apresentando 
horizonte Cr (saprolito) constituído por rocha parcialmente intemperizada a 
profundidades inferiores a 1,5m. Geralmente, tais saprólitos apresentam 
significativo estádio de intemperismo, sendo portanto de consistência branda, não 
oferecendo limitações ao sistema radicular das plantas. Devido aos solos serem 
relativamente pouco evoluídos, os Cambissolos apresentam, em geral, 
significativos teores de minerais primários facilmente intemperizáveis, os quais 
podem constituir apreciável reserva de nutrientes para as plantas. Apesar das 
restrições quanto ao uso vinculado às atividades agrícolas e agropecuárias, além 
das restrições morfológicas impostas pelas formas de relevo e cotas altimétricas, 
são evidenciados grandes extensões dessas formas de ocupação em regiões de 
ocorrência dos Cambissolos, predominando o uso por pastagens. 
 
Foto 11: Exemplo de perfil de Cambissolo Foto 10: Exemplo de área de Neossolo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Mapa 6 – Pedologia (solos) do município de Santa Maria da Vitória – BA 
(Elaboração: Equipe Ativa Consultoria) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.1 Geomorfologia e Relevo 
 
 Por resultar da combinação de diferentes componentes da natureza, o relevo 
é um importante recurso para a delimitação da paisagem, ao mesmo tempo em é 
elemento fundamental que condiciona a forma de uso e ocupação do solo. De 
acordo com Casseti (2009), considerando pelo menos três situações particulares, o 
significado do relevo na delimitação da paisagem pode ser justificado da seguinte 
forma: 
• Relações de Forças Contrárias: as formas de relevo, decorrente do jogo de 
forças internas e externas, leva à interpenetração de formas. Assim sendo, 
considerando as escalas temporais e espaciais, ora o relevo pode expressar mais 
as influências estruturais, ora os efeitos morfoclimáticos, ou ainda ambos, 
simultaneamente. No município de Santa Maria da Vitória, os compartimentos 
geomorfológicos presentes são os da Chapada do Rio São Francisco, as Depressões 
do Alto Médio São Francisco e a Serra da Saudade, que se constituem em um bom 
exemplo dessa relação. Representada pela importante combinação de formas 
aliadas a fatores diferenciados, enquanto topos pediplanos (Chapadas do Rio São 
Francisco) representam efeitos associados a processos morfogenéticos secos, 
existem áreas de extensas zonas dissecadas por processos morfogenéticos úmidosque refletem os efeitos da resistência litológica e das implicações estruturais (Serra 
da Saudade). O relevo acaba se constituindo no resultado dessas forças contrárias, 
razão pela qual se reveste de importância enquanto subsídio para a demarcação de 
diferenças morfológicas, com diferenças pedológicas e conseqüentemente relativas 
à ocupação do território. 
• Relações Morfopedológicas. Muitos trabalhos têm demonstrado estreita relação 
entre a disposição do relevo e os solos resultantes (morfopedologia), oferecendo 
sustentação ao processo de apropriação do terreno. Enquanto nas áreas planas 
predominam os Latossolos, portadores de alto desenvolvimento físico, nas áreas 
movimentadas prevalecem solos caracterizados por horizonte B incipiente ou 
simplesmente Solos Litólicos (Neossolos). 
• Relações Antropomorfológicas: o processo de apropriação do relevo, seja como 
suporte ou como recurso, vincula-se ao comportamento da morfologia e às 
condições pedológicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
) 
 
 No município de Santa Maria da Vitória, observa-se a separação da área do 
município por um afloramento rochoso representado pela Serra da Saudade, 
agindo como divisor do relevo em duas unidades mais planas: as Depressões do 
Alto e Médio São Francisco e as Chapadas do Rio São Francisco. A apropriação do 
terreno se dá de forma quase homogênea em todo o território: nas Depressões, 
observam-se registros de atividades de agricultura e agropecuária, nas Chapadas, 
destacam-se a presença de cultivos (agricultura) e por fim, nas áreas de Serra, 
apesar dos impedimentos impostos pelas grandes altitudes, predominam ambas as 
atividades, além da concentração de vestígios vegetacionais. 
 
2.2 Declividade e Hipsometria 
 
 O mapeamento das classes de declividade é um importante instrumento para 
o ordenamento do território. Por meio de sua análise, aliada à de outras cartas, é 
Foto 12: Serra da Saudade (Fonte: Arquivo Ativa 
Consultoria) 
possível localizar, por exemplo, as áreas com maiores riscos de escorregamentos e 
deslizamentos de terras, principalmente após o desmatamento e manejo 
inadequado do solo, as áreas mais frágeis ambientalmente, as mais favoráveis ao 
uso agrícola e quais são mais aptas para a ocupação antrópica. 
 As Chapadas, Depressões e Patamares do Rio São Francisco, encontradas no 
município de Santa Maria da Vitória apresentam cotas altimétricas de variam de 
400 a aproximadamente 850 metros. As cotas mais baixas concentram-se ao sul 
do município, nos terrenos de Depressão, passando por cotas intermediárias (500 
a 650 metros) nas regiões de Patamares e pontos culminantes nas áreas de 
Chapadas (850 metros). 
 Os registros de declividades do município de Santa Maria da Vitória 
apresentam percentuais que variam de 3% a 75%, caracterizando um terreno que 
varia entre formas planas e escarpadas. As áreas de Depressão e Chapadas 
apresentam terrenos pouco íngremes, predominando regiões de relevo plano e 
suave ondulado, favorecendo a concentração de Florestas e práticas de agricultura. 
Já nas regiões de Patamares, onde localiza-se a Serra da Saudade, as declividades 
são mais acentuadas, com terrenos de formas onduladas, fortemente onduladas e 
escarpadas, com declividade média de 28%. 
 Apesar da limitação imposta pela declividade mais acentuada de alguns 
locais, o uso predominante da área do município é dado pela ocupação de práticas 
de agricultura e agropecuária, com predominância de áreas de pastagens onde 
ocorrem registros de terrenos com declividades acima de 60%. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Mapa 7 – Hipsometria (curvas de nível) do município de Santa Maria da Vitória – 
BA (Elaboração: Equipe Ativa Consultoria) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mapa 8– Declividade do município de Santa Maria da Vitória – BA (Elaboração: 
Equipe Ativa Consultoria) 
 
 
 
2.3. Cobertura Vegetal 
 
 As fisionomias fitogeográficas (vegetação) se relacionam intimamente com os 
solos, tipo de clima, hidrografia e relevo de uma região. Embora a grande maioria 
da formação primária de vegetação presente no município de Santa Maria da 
Vitória tenha sido devastada pela ocupação antrópica nas formas de agropecuária e 
aglomerações urbanas, resquícios dessas formações refletem características 
importantes do ponto de vista das particularidades pedológicas e morfológicas da 
região. 
 Guardando estreita relação com as formações pedológicas da região e 
concentradas na área onde predominam latossolo amarelo e altas cotas 
altimétricas, as principais formações vegetais presentes no município de Santa 
Maria da Vitória são: 
 Floresta Estacional Semidecidual (aberta e densa): constitui a vegetação 
típica do bioma da Mata Atlântica, estando condicionada pela dupla estacionalidade 
climática, perdendo parte das folhas (20 a 50%) nos períodos secos. É 
caracterizada pela presença em regiões de climas com temperaturas médias de 
18C, relevos de altitudes medianas e solos profundos. 
 Floresta Estacional Decidual: também chamada Floresta Estacional 
Caducidófila é um ecossistema do bioma Mata Atlântica. Ocorre em grandes 
altitudes e temperaturas mais amenas. Este tipo de vegetação é caracterizado por 
duas estações climáticas bem demarcadas, uma chuvosa seguida de longo período 
biologicamente seco. Ocorre na forma de disjunções florestais, apresentando o 
estrato dominante macro ou mesofanerofítico predominantemente caducifólio, com 
mais de 50% dos indivíduos despidos de folhagem no período desfavorável. 
 Savanas (Cerrado): o termo savana é também conhecido como anhara e 
chana em Angola e como cerrado no Brasil. É caracterizado por estar presente em 
regiões de relevo acidentado, com poucas áreas planas. A vegetação predominante 
são as gramíneas, com árvores esparsas e arbustos isolados ou em pequenos 
grupos. Os solos são geralmente profundos, azonados, de cor vermelha ou 
vermelha amarelada, porosos, permeáveis, bem drenados e, por isto, 
intensamente lixiviados. 
 
 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vegeta%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bioma
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mata_Atl%C3%A2ntica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Folhas
http://pt.wikipedia.org/wiki/Angola
http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vegeta%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gram%C3%ADneas
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81rvore
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arbusto
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Mapa 9– Tipos de Vegetação existentes no município de Santa Maria da Vitória – 
BA (Elaboração: Equipe Ativa Consultoria) 
 
2.4. Recursos Hídricos 
 
 A Messoregião do Extremo Oeste da Bahia fica à margem esquerda do Rio São 
Francisco, banhada pelas bacias dos rios Grande, Preto, Corrente e Carinhanha, formada 
por 29 rios perenes. Geograficamente está inserida na região mais rica em recursos 
hídricos do Nordeste Brasileiro. As bacias desses rios atingem 62.400 km², o que equivale 
a 82% das áreas dos cerrados. 
 O município de Santa Maria da Vitória está inserido na Sub-Bacia do Rio Corrente 
(com 35.230km²), que possui aproximadamente 120 km de extensão entre a confluência 
dos seus formadores, os rios Formoso e Correntina (ou das Éguas), e a sua foz no rio São 
Francisco. Os formadores do rio Corrente são provenientes de uma região com altitudes 
entre 800 e 900 metros na divisa entre Bahia e Goiás, chamada Espigão Mestre. A 
confluência dos formadores ocorre a 07 Km, aproximadamente, da cidade de Santa Maria 
da Vitória, local em que a altitude é de 450 metros. A foz no rio São Francisco está 
localizada a uns 40-50 quilômetros abaixo (ao norte) da sede do município de Bom Jesus 
da Lapa, possuindo altitude média de 436 metros. 
 O Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Rio São Francisco,elaborado pela ANA – 
Agência Nacional das Águas, classificou da seguinte forma os rios da Bacia (Figura 1) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Esta classificação é utilizada pelo CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente, 
para orientar diretrizes na utilização dos Recursos Hídricos do país. O Quadro 1 mostra as 
diretrizes de uso de acordo com o enquadramento dos corpos d’água, sendo que o Rio 
Corrente é classificado como de Classe 1, e seus afluentes, incluindo o Rio Formoso, como 
de Classe 2. 
 
Quadro 1. Classes e usos de água de acordo com a revisão da Resolução CONAMA nº 
20/86 
 
 
 A hidrografia da área urbana da sede municipal é composta pelos rios Corrente e 
Seco (um talvegue), que, na época de chuva, transborda, inundando o entorno e trazendo 
dejetos e mau cheiro. 
 Já na Zona Rural, o Rio Corrente é usado como bebedouro para gado e irrigação 
para plantações. As matas ciliares da margem dos rios estão degradadas, uma vez que na 
região ignora-se a necessidade de preservação ambiental das Áreas de Proteção 
Permanente - APPs. Os córregos e riachos que cortam o município de Santa Maria da 
Vitoria – BA alimentam o rio Corrente, e quase todo segmento apresenta processos 
erosivos, tonando os rios mais rasos e largos. 
Figura 1: Proposta de enquadramento para 
os corpos d’água do Médio São Francisco, 
segundo a ANA (2004) 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Grande_(Bahia)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Preto_(Bahia)
 O passeio de barco pelo Vale do Rio Corrente, com belas pedreiras ás suas margens, 
é uma das principais atrações turísticas de Santa Maria da Vitória. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Foto 13: Pedreiras às Margens do Rio 
Corrente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Mapa 10– Hidrografia do município de Santa Maria da Vitória – BA 
(Elaboração: Equipe Ativa Consultoria) 
 
 
 
2.5. Uso e Cobertura do Solo 
 
 
 A expressão Uso e Cobertura do Solo pode ser entendida como a forma pela 
qual o espaço está sendo ocupado pelo homem e como as formas e feições da 
superfície se distribuem no território. O levantamento do uso e cobertura de uma 
região é de grande importância, na medida em que os efeitos do uso desordenado 
causam deterioração no ambiente. Sendo assim, é um dos principais pressupostos 
para a elaboração de projetos de planejamento e gestão urbana. Tornou-se 
aspecto fundamental para a compreensão dos padrões de organização do espaço, 
tendo, desse modo, a necessidade de atualização constante dos registros de uso 
para que suas tendências possam ser analisadas. 
 O mapeamento de uso e cobertura do solo do município de Santa Maria da 
Vitória evidenciou a existência de 5 classes predominante no território: 
 
 Áreas Urbanas: aglomerados classificados como urbanos pelo IBGE (setores 
censitários urbanos) 
 
 Floresta: área de matas densas, sem evidência de desmatamento 
 
 Agricultura: cultivo de culturas agrícolas predominantes na região: alho, 
arroz (em casca), banana, cana-de-açucar, cebola, coco da bahia, feijão, 
fumo, limão, mamão, mamona, mandioca, manga, melancia, milho e tomate 
 
 Agropecuária: áreas mistas de cultivos agrícolas com predominância de 
áreas de pecuária e pastagens (criação de bovinos, asininos, bubalinos, 
eqüinos, suínos, ovinos, muares e caprinos) 
 
 A distribuição dos tipos de uso e equivalência das áreas ocupadas por cada 
classe (% e km²) está discriminada na tabela abaixo: 
 
 
Tabela 2. Registro dos percentuais e das áreas (números absolutos) estimados 
para cada tipo de uso e ocupação do solo no município de Santa Maria da Vitória 
 
 
*Valores aproximados baseados na distribuição espacial das classes registradas 
através do mapeamento temático por imagens de satélite 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Consultoria) 
Floresta
370 18,0
Agricultura
700 34,0
Agropecuária
968 47,0
Áreas Urbanas
22 1,1
TOTAL 2.060 100,0
Total Percentual* (%)Total Absoluto* (km²)TIPOLOGIA DE OCUPAÇÃO
Foto 14: Núcleo Urbano – Sede do 
município (Fonte: Arquivo Ativa 
Consultoria) 
 As classes de maiores expressividades são ocupadas por culturas agrícolas e 
práticas de agropecuária, com predomínio de áreas de pastagens. As duas formas 
de ocupação, juntas, representam mais de 80% da área total do município, 
distribuídas de forma praticamente uniforme ao longo de toda a área do território. 
Por conta principalmente da distribuição dos tipos de solo presente na região 
(exceto dos latossolos amarelos, com vocação natural para práticas de 
agricultura), aliada às condições de relevo (áreas com declividades acentuadas – 
de 20% a 75%), tais formas de apropriação do território evidenciam que a 
tendência da ocupação dos espaços não depende exclusivamente de capacidades 
naturais, partindo do princípio de que a disponibilidade tecnológica, aliada à força 
do capital, seja capaz de superar eventuais obstáculos morfológicos e de baixas 
potencialidades inatas. Cabe dizer, porém, que a intensificação dessas formas de 
uso nessas regiões contribui para a maximização dos fatores condicionantes de 
processos erosivos das encostas, evidenciando as possibilidades de degradação 
ambiental dessas áreas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 As áreas, quantidades efetivas e quantidades produzidas, para o município 
de Santa Maria da Vitória, dos principais produtos, entre os anos de 2000 e 2010, 
são especificadas nas tabelas e gráficos abaixo. 
Tabela 3. Agricultura (2000 – 2010): Tipo de cultura, Ano de Produção, Área 
Plantada (há), Área Colhida (ha) e Quantidade (t) 
 
 
 
CULTURA ANO ÁREA PLANTADA (ha) ÁREA COLHIDA (ha) QUANTIDADE PRODUZIDA (t)
2000 5 5 15
2004 1 1 2
2009 2 2 4
2000 150 150 225
2001 140 140 70
2002 140 140 210
2003 120 120 180
2004 120 120 180
2005 80 80 120
2006 80 80 120
2007 100 100 150
2008 100 100 150
2009 100 100 150
2010 100 100 180
2000 22 22 22
2001 22 22 550
2002 22 22 550
2003 22 22 550
2000 1000 1000 40000
2001 1050 1050 63000
2002 1050 1050 44100
2003 1100 1100 66000
2004 1100 1100 66000
2005 1100 1100 66000
2006 1100 1100 66000
2007 1100 1100 66000
2008 1100 1100 72600
2009 600 600 18000
2010 700 700 42000
Cebola 2000 1 1 15
2001 67 20 52
2002 67 20 400
2003 67 20 400
2004 72 46 920
2005 46 46 920
2006 46 46 920
2007 46 46 920
2008 16 16 320
2009 12 12 240
2010 12 12 240
Coco-da-Baía
Alho
Arroz
Banana
Cana-de-Açúcar
Foto 15:Pecuária em Santa Maria da Vitória (Fonte: 
Arquivo Ativa Consultoria) 
 
 
Fonte: SEI (Superintendência de Estudos Sociais e Econômicos da Bahia – Dados de Economia / IBGE – 
Pesquisa Agrícola Municipal 
 
 De acordo com os dados, a ocupação de terras por culturas agrícolas destina-se 
principalmente às produções de arroz, cana-de-açúcar, côco, feijão, laranja, mandioca, manga 
e milho, com safras expressivas e produções constantes durante toda a década analisada 
(2000 – 2010). A maioria das lavouras das culturas listadas apresenta crescimento crescente 
de produção e área plantada (principalmente a cultura do milho). Quanto às práticas de 
pecuária (intensiva e extensiva), registra-se o aumento crescente e destaque para criação de 
bovinos, com total de cerca de 73.000 cabeças. Tais indicadores ajudam a entender a 
dinâmica de apropriação e uso das terras do município (gráfico 1, 2 e 3). 
 
 
CULTURA ANO ÁREA PLANTADA (ha) ÁREA COLHIDA (ha) QUANTIDADE PRODUZIDA (t)
2000 500 500 420
2001 1380 1380 2052
2002 1370 1370 2005
2003 1370 1370 2065
2004 1420 1300 2100
2005 1420 1420 2114
2006 1420 1300 2040
2007 1450 1450 2145
2008 580 430 281
2009 650 650 552
2010 1650 1650 2310
2004 2 2 1
2005 2 2 1
2006 2 2 1
2007 2 2 1
2008 2 2 1
2009 2 2 1
2010 2 2 1
2000 28 28 1680
2001 28 20 400
2002 14 14 280
2003 14 14 280
2004 14 14 280
2005 14 14 2802006 6 6 120
2007 6 6 120
2008 6 6 120
2009 6 6 120
2010 6 6 120
Limão 2004 1 1 60
2004 40 40 3200
2005 40 40 3200
2006 40 40 3200
2007 40 40 3200
2008 129 105 8400
2009 103 103 7725
2010 100 100 8000
Mamona 2002 200 200 240
2000 400 400 5200
2001 630 630 8190
2002 1100 1100 10010
2003 1000 1000 2600
2004 700 700 3640
2005 800 700 8400
2006 700 700 7000
2007 700 700 8400
2008 1400 700 8400
2009 400 400 4800
2010 450 450 5400
Feijão (em grãos)
Fumo
Laranja
Mamão
Mandioca
CULTURA ANO ÁREA PLANTADA (ha) ÁREA COLHIDA (ha) QUANTIDADE PRODUZIDA (t)
2000 45 12 480
2001 44 18 360
2003 44 18 360
2004 49 42 840
2005 49 42 840
2006 49 49 980
2007 49 49 980
2008 49 49 980
2009 49 49 980
2010 49 49 980
2000 2000 2000 7200
2001 1800 1800 900
2002 1500 1500 1800
2003 2000 2000 1080
2004 2000 2000 1440
2005 2000 2000 3600
2006 1800 1800 648
2007 1900 1900 1710
2008 2800 2800 4200
2009 4384 4384 7891
2010 4500 4500 8100
2000 3 3 78
2003 1 1 26
2004 3 3 78
2006 2 2 60
2007 2 2 60
Milho
Tomate
Manga
Gráfico 1. Agricultura (2000 – 2010): Área Plantada (principais culturas) x Ano 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gráfico 2. Agricultura (2000 – 2010): Área Plantada TOTAL (principais culturas) x Ano 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Mapa 11– Carta simplificada do Uso e Ocupação do Solo do município de Santa 
Maria da Vitória – BA (Elaboração: Equipe Ativa Consultoria) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.6. Abastecimento de água 
 
 O abastecimento de água no município de Santa Maria da Vitória é de 
responsabilidade municipal e autônoma, gerido pela SAEE - Sistema Autônomo de 
Água e Esgoto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Na sede municipal, a captação de água para abastecimento desse município 
é realizada no Rio Corrente. 
 Segundo dados do Censo Demográfico 2010 do IBGE, dos 11.126 domicílios 
permanentes do município, 11.088 contam com abastecimento de água (99,65%), 
sendo que destes, 80,36% são atendidos pela rede geral de abastecimento de 
água, 1,30% por poço ou nascente, 1,97% através de cisternas e 16,3% por outra 
forma de abastecimento (Gráfico 3). O Mapa 11 mostra que nas 3 áreas urbanas 
do município, a rede de abastecimento de água atinge mais que 90% da 
população, quadro que se altera em boa parte das áreas rurais, onde a rede atinge 
menos que 10% dos domicílios em alguns setores. Porém, nestes setores o 
abastecimento de água pode ocorrer via poço, cisterna ou ser captada diretamente 
dos rios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gráfico 3 – Domicílios de acordo com o tipo de abastecimento de água 
(Fonte: IBGE – Censo Demográfico 2010.) 
 
 
 
 
 
80,36
1,30
1,97
16,03
0 20 40 60 80 100
H2O rede
Poço ou Nascente
Cisterna
Outra
Domicílios por tipo 
de abastecimento 
de água (%)
Foto 16:Sede da SAEE em Santa Maria da 
Vitória (Fonte: Arquivo Ativa Consultoria) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Mapa 12– Porcentagem de domicílios com Abastecimento de Água da rede, por 
setores censitários, do município de Santa Maria da Vitória – BA (Elaboração: Equipe 
Ativa Consultoria) 
 
 
2.7. Esgotamento Sanitário 
 
 A falta de esgotamento sanitário é um dos maiores problemas de Santa 
Maria da Vitória. A estação para o tratamento do esgoto da área urbana da sede 
municipal está praticamente pronta, bem como boa parte da rede (implantada em 
parceria com a Embasa), mas falta a instalação dos ramais. Nos demais distritos 
não há previsão para a instalação da rede. O projeto de implantação da rede de 
esgoto na sede municipal (ANEXO 1), conta com 4 estações elevatórias 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Do total de 11.126 municípios permanentes registrados pelo IBGE no Censo 
2010, 9.702 (87,20%) possuem banheiro e destes, 72% usam Fossa Rudimentar 
como forma de esgotamento. Somente 3,6% estão ligados à rede geral ou pluvial, 
e 9,2% usam fossa séptica (Gráfico 4). 
 Nas fotos 20 1 21 vemos esgoto doméstico sendo lançado, sem tratamento, 
no Córrego Seco e no Rio Corrente. 
 Segundo o Plano de Recursos Hidricos da Bacia do Rio São Francisco (2004), 
a ausência de esgotamento sanitário nas áreas urbanas mais adensadas de Santa 
Maria da Vitória, aliada à baixa permeabilidade do solo, impedem o uso correto de 
fossas e fazem com que o esgoto seja lançado nos sistema de drenagem, como os 
rios Corrente e Formoso, prejudicando a qualidade da água destes rios. 
 
Gráfico 4 – Domicílios de acordo com o tipo de esgotamento sanitário. 
 
 
 
 
 
 
 
 No mapa abaixo (Mapa 12) vemos a ausência de coleta de esgoto no 
município. Somente em poucos setores do distrito sede consta a instalação de rede 
de esgoto em até 30% dos domicílios – os domicílios cujos ramais foram instalados 
pela Embasa. 
 O lançamento de efluentes oriundos de águas pluviais e esgotos e outros 
procedimentos indevidos sem tratamento adequado, podem causar a mortalidade 
de espécies de peixes sensíveis ao pH da água e envenenamento por químicas 
lançadas e incapacidade de uso humano para ingestão da água. 
 
 
3,60
9,72
72,21
0,67
0,01
0,98
0 20 40 60 80 100
Rede geral ou pluvial
Fossa séptica
Fossa Rudimentar
Vala
Rio, Lago ou Mar
Outro escoadouro
Domicílios de acordo 
com tipo de 
esgotamento (em %)
Foto 17:Foto 21e 22: Esgoto lançado no Córrego Seco e diretamente no Rio 
Corrente, sem tratamento (Fonte: Arquivo Ativa Consultoria) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mapa 13– Porcentagem de domicílios com Coleta de Esgoto Sanitário, por setores 
censitários, do município de Santa Maria da Vitória – BA (Elaboração: Equipe Ativa 
Consultoria) 
 
 
Entre 30 e 50% 
 
2.11. Resíduos Sólidos 
 
 A responsabilidade sobre a gestão de resíduos sólidos no município de Santa 
Maria da Vitória é do poder público local. O município não possui aterro sanitário, 
somente o lixão, localizado a 1 km da cidade, e a coleta de lixo é realizada por 
caminhões próprios e pequenos tratores. Já os resíduos hospitalares são 
encaminhados ou para outra cidade ou vezes para valas abertas nos lixão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Foto 23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O município apresenta vários geradores de resíduos, como lojas, 
restaurantes, farmácias, construtoras e outros etc. Não existe uma gestão 
adequada de separação e classificação dos resíduos, uma vez que não existe um 
destino final adequado e nem cooperativas para reciclagem. 
 Na Zona Rural os resíduos são incinerados ou depositados em valas abertas 
até chegar o ponto de aterrar. A prefeitura não tem nenhum trabalho de gestão de 
resíduos com os moradores da zona rural uma vez fica muito oneroso o 
recolhimento. Deve-se fazer um trabalho preventivo de orientação aos moradores 
para gerenciar seus lixos de maneira correta, evitando gerar chorumes (líquido 
escuro e fétido, resultante da decomposição do lixo), que ocasiona a contaminação 
de mananciais hídricos. 
 Considerando a atual forma de gestão do lixo, a Prefeitura de Santa Maria da 
Vitória pretende implantar um aterro sanitário e Centro de Triagem. 
 Segundo os dados do Censo Demográfico do IBGE, 51,4% dos domicílios têm 
o lixo coletado, sendo de que 41% pelo serviço municipal de limpeza (e somente 
6% estão na área rural), 30,6% têm o lixo queimado na propriedade (sendo que, 
desde total, 88,96% dos domicílios são da zona rural), 0,58% têm os resíduos 
enterrados, 8,18% possui o lixo jogado em terreno baldio ou logradouro e 0,089% 
têm outro destino que não os citados. (Gráfico 2). 
Gráfico 5 – Destino de resíduos sólidos por domicílios 
 
 
 
 
 
 
Fonte: IBGE – Censo Demográfico, 2010. 
51,04%
46,17%
4,87%
30,60%
0,58%
8,18%
0,09%
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00%60,00%
Lixo Coletado
Lixo coletado Por serviço de limpeza
Lixo coletado Por serviço de limpeza em caçamba
Lixo queimado na propriedade
Lixo enterrado na Propriedade
Lixo jogado emterreno baldio ou logradouro
Lixo jogado em rio, lago ou mar
Foto 18: Queima de lixo com emissão de CO² em 
lixão de Santa Maria da Vitória (Fonte: Ativa 
Consultoria) 
Foto 19: Caminhão de coleta de lixo 
realizada na cidade de Santa Maria. 
(Fonte: Ativa Consultoria) 
 A fim de verificar as diferenças entre as áreas urbanas e a zona rural no que 
se refere ao nível de atendimento e o tipo de coleta de lixo, espacializou-se os 
dados pelos setores censitários do município, conforme o Mapa 14. Assim, 
nota-se que a área urbana do distrito sede boa parte tem um nível de 
atendimento pela rede de coleta municipal acima de 70%. Na zona rural o 
índice de coleta de lixo domiciliar é menor que 2%. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Mapa 14– Coleta de Resíduos Sólidos por setores censitários no município de Santa Maria da Vitória – 
BA (Elaboração: Equipe Ativa Consultoria) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.12. Fornecimento de Energia Elétrica 
 
 Nas Tabelas 4 e 5 verificamos a distribuição do consumo de Energia Elétrica 
no município de Santa Maria da Vitória no ano de 2010, segundo a Coelba: 
 
Tabela 4: Consumo de Energia Elétrica por Classes, em Quilowatt-hora. Fonte: 
Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba) 
Município Classe Quantidade 
Santa Maria da Vitória 
Outros 458 KWH 
Rural 1.459.170 KWH 
Comercial 3.274.487 KWH 
Industrial 3.671.288 KWH 
Pública 4.525.297 KWH 
Residencial 10.827.592 KWH 
 
Tabela 5: Consumo de Energia Elétrica por Classes, por unidades. Fonte: 
Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba) 
Município Classe Quantidade 
Santa Maria da Vitória 
Residencial 11.507 Und 
Industrial 80 Und 
Comercial 772 Und 
Rural 284 Und 
Outros 1 Und 
Pública 367 Und 
 
 As tabelas mostram que a maior parte da energia produzida (45%) destina-
se ao uso residencial, seguido pela iluminação pública e indústria, com o uso rural 
correspondendo a apenas 6% do consumo de energia elétrica, o que é explicado 
pelo baixo número de propriedades rurais atendidas pela rede de fornecimento, 
conforme mostra a tabela 5. Porém, comparando as duas tabelas, vemos que as 
residências consomem proporcionalmente uma quantidade de energia bem menor 
que os usos rurais (agroindústrias), já que em número de propriedades as 
residenciais correspondem a 88% do total e as rurais, 2%. 
 Existe um projeto da Prefeitura Municipal para implantação do Projeto Luz 
para Todos, programa do Governo Federal cujo objetivo é possibilitar às 
comunidades rurais o acesso à energia elétrica, e também uma parceria com a 
Coelba (Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia), para implantação do 
benefício da Tarifa Social de Energia. 
 O Mapa 15 mostra a porcentagem de domicílios ligados à rede de energia 
elétrica, segundo o Censo 2010, por setor censitário. Vemos que mais de 90% dos 
domicílios são atendidos pela rede geral de energia elétrica, em boa parte do 
território municipal. As partes mais deficitárias com relação à fornecimento de 
energia elétrica são o leste, centros norte e oeste e a parte noroeste do município, 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Mapa 15– Abastecimento de Energia Elétrica por setores censitários no 
município de Santa Maria da Vitória – BA (Elaboração: Equipe Ativa Consultoria) 
 
 
 
2.13. Qualidade do ar e poluição atmosférica 
 
 O Brasil vem reduzindo rapidamente o consumo de substâncias destruidoras 
da camada de ozônio, superando, inclusive, as metas estabelecidas pelo Protocolo 
de Montreal. O consumo de CFC, utilizado em refrigeradores, aerossóis, solventes 
e extintores de incêndio caiu de 11,1 mil toneladas em 1992, para 4,3 mil 
toneladas em 2003. 
 A concentração da maioria dos poluentes atmosféricos – partículas inaláveis, 
dióxido de enxofre e monóxido de carbono – apresenta-se estacionária ou em 
declínio, na maior parte das regiões metropolitanas do País, com suas 
concentrações máximas diminuindo ao longo do tempo. A única exceção é o 
ozônio, que na estratosfera funciona como uma barreira contra os raios ultra-
violeta, mas na baixa atmosfera é um agente oxidante nocivo para os habitantes 
das grandes cidades. Deflagrados, principalmente, para transformar mata nativa 
em áreas agropastoris, as queimadas e incêndios florestais continuam sem 
controle, com tendência de aumento e destruindo, anualmente, grandes áreas de 
vegetação. Em 2003, foram detectados por satélite, em todas as regiões do País, 
quase 213 mil focos de calor. A taxa de desflorestamento da Amazônia Legal 
apresenta valores altos, preocupantes, pois não tem mostrado tendência de 
declínio. 
 O controle das emissões e da concentração de poluentes no ar foram ambos 
regulamentados pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente, sob a forma das 
Resoluções CONAMA n° 018/ 86 (de 06/ 05/ 1986), n° 005/ 89 (de 15/ 06/ 1989), 
n° 003/ 90 (de 28/ 06/ 1990) e n°008/ 90 (de 06/ 12/ 1990). 
 A poluição atmosférica é causada por processos físicos, químicos e dinâmicos 
que conduzem à emissão de gases e partículas por certas fontes de combustão e 
sua acumulação na atmosfera Os principais poluentes atmosféricos são o óxido 
nítrico (NO), dióxido de nitrogênio (NO2), monóxido de carbono (CO), dióxido de 
enxofre (SO2), Ozônio (O3) e o material particulado. 
 As fontes naturais de poluição do ar são a queima acidental de biomassa, 
tempestade de pó; e erupções vulcânicas, as quais podem ser consideradas as 
mais antigas fontes de contaminação do ar. A queima da biomassa, em ambientes 
externos e internos, utilizada desde a pré-história para a produção de energia, tem 
sido uma das importantes fontes antropogênicas de poluição atmosférica. 
 A partir da Revolução Industrial, surgiram novas fontes de poluição do ar 
devido à queima de combustíveis fósseis nos motores a combustão e nas indústrias 
siderúrgicas e, mais recentemente, nos veículos automotivos. 
 O município de Santa Maria da Vitória, até o momento, não apresenta muitas 
empresas que podem gerar lançamentos poluentes na atmosfera, mas são comuns 
alguns procedimentos domésticos como queima de lixo ou até mesmo fornalha a 
lenha, que não têm muito controle sobre a fumaça. 
 Outros lançamentos que podem ser identificados no município são vapores 
de água gerados em laticínios, oficinas com a emissão de aerossóis e a emissão de 
CO², que vem principalmente de automotores, queimas de lixo desordenado e 
desmatamento e queima de vegetação pra plantio de cana-de-açúcar. 
 
Foto 20:Preparação para plantio de cana, com desmatamento e queima da vegetação 
(Fonte: Jornal O NORDESTE, 2010). 
 
 Sejam quais forem as práticas que potencializam a emissão de gases e 
poluição atmosférica do município, cabe ao poder público fiscalizar e exigir medidas 
mitigatórias e compensatórias relativas aos impactos negativos da geração desses 
gases. 
 
2.14. Clima 
 
 O clima de Santa Maria da Vitória é tipicamente Tropical Semi-Úmido, com 
temperatura média anual de 21ºC e com baixas amplitudes térmicas (temperatura 
máxima média anual é de 21,3ºC e a máxima de 27,2ºC graus) e temperaturas 
médias em torno dos 23ºC. A região caracteriza-se por uma estação seca (maio a 
setembro) e outra chuvosa (outubro a abril) com precipitação pluviométrica média 
anual de 1500 ± 500 mm. Os veranicos, períodos de seca de uma a três semanas, 
podem ocorrer durante a estação chuvosa, especialmente nos meses de janeiro e 
fevereiro (EMBRAPA, 2009). 
 Segundo o Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Corrente, elaborado 
pela Superintendência de Recursos Hídricos do Estado da Bahia(1994), a curva de 
Balanço Hídrico anual do Município de Santa Maria da Vitória é a seguinte (Figura 
1) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1: Gráfico do Balanço Hídrico de Santa Maria da Vitória (Fonte: Sudene, 
dados coletados entre 1945 e 1974) 
Vemos pelo gráfico que o município vive sob Déficit Hídrico a maior parte do ano – 
de Abril a Outubro – e somente nos meses de Novembro a Março (Verão) ocorre 
Excedente Hídrico. Assim, a implantação de projetos de irrigação de lavouras, 
principalmente para as pequenas propriedades, é fundamental para o 
desenvolvimento agrícola do município. 
2.15. Implicações das características ambientais no Planejamento 
 
 O Quadro abaixo faz um resumo das principais características do meio físico 
e biótico do município de Santa Vitória, destacando as implicações positivas e 
negativas destas características e quais as aplicações destas no planejamento 
territorial. 
 
 
 
 
 
Quadro 01 – Implicações e aplicações das características ambientais no Planejamento do 
município de Santa Maria da Vitória 
 
 POSITIVA NEGATIVA
Facilitador da drenagem natural 
dos solos
Solos com altos níveis de lixiviação, 
pouca fixação de raízes e baixa 
fertilidade natural
Substrato geológico que 
favorece a prática da agricultura
Substrato geológico com 
possibilidades de registros 
fósseis
 -------
Mateirias resultantes bastante 
utilizados na construção civil
Se adequados com técnicas de 
calagem, são bastante 
utilizados para a agricultura. 
Solos profundos e bem 
drenados
Cambissolos 
Apresentam minerais que se 
constituem como reserva 
nutritiva para plantas
Elevada erodibilidade, forte risco de 
degradação e forte limitação à 
trafegabilidade
Utilização agrícola, com 
efetivas práticas de adequação 
do solo
Gleissolos - Concentrados em áreas de 
depressão, afloramento do lençol freático
Elevada concentração de 
matéria orgânica
Pouco profundos, restrições impostas 
pelo afloramento do lençol freático
Utilização agrícola, com 
efetivas práticas de adequação 
do solo e das condições do 
terreno
Neossolos
Muito porosos e elevada 
permeabilidade
Reduzida profundidade efetiva, 
limitando a adesão das plantas e 
retenção da unidade
Utilização agrícolas, com 
técnicas de adequação das 
condições do terreno
DECLIVIDADE E 
HIPSOMETRIA
Identificação de áreas de risco
Classes com variações entre 0 e 75% 
(relevo suave - relevo montanhoso)
Classes entre 0 a 20% - área 
proprícia para ocupação e baixa 
disposição natural de 
processos erosivos.
Classes entre 20 e 75% - restrições 
quanto ao uso e ocupação e disposição 
natural para intensificação de processos 
erosivos.
Limitações quanto ao uso e 
ocupação de áreas com 
terrenos acima de 20%
USO E COBERTURA 
DO SOLO
Compreensão dos padrões de organização do 
espaço
Maiores expressividades de áreas ocupadas 
por culturas agrícolas e prática de 
agropecuária (65% da área total do 
município).
Baixo índice de urbanização 
(alta permeabilidade do solo).
Alto índice de desmatamento devido a 
abundante ocupação agrícola e 
agropecuária (vegetação primária).
Reflorestamento 
(principalmente em áreas de 
pastagem) e controle de uso 
dos lotes
ÍNDICE DE 
VULNERABILIDADE 
AMBIENTAL
Identificação de áreas ambientalmente 
vulneráveis Prevenção de impactos e 
monitoramento de áreas de risco
Predomínio de áreas de Média 
Vulnerabilidade
 -------
Grandes evidêcias de ocupação por 
agricultura e pastagens concentradas 
em áreas de Alta Vulnerabilidade
Controle e ordenamento 
territorial nas áreas de Alta 
Vulnerabilidade
ITEM RELEVÂNCIA CARACTERIZAÇÕES
IMPLICAÇÕES
GEOLOGIA
Latossolos Amarelos - Concentração de 
Florestas, áreas de cotas altimétricas mais 
elevadas e melhores condições para a 
prática da agricultura
Cárater álico (ácido): alta concentração 
de alumínio e baixo teor de bases. 
Fertilidade química natural baixa
Utilização agrícola
PEDOLOGIA
Potencialização da superfície através do 
conhecimento dos materiais existentes no 
subsolo e determinante no conhecimento de 
características geomorfológicas, hidrográficas e 
pedológicas
Predominância de Rochas Sedimentares: 
Arenito, Conglomerado, Folhelho, Sitito, 
Argilito, Dolomito, Ritmito
Subsídios para aplicação de diretrizes de uso e 
ocupação do solo e utilização para orientar o uso 
adequado das potencialidades agrícolas
APLICAÇÕES 
2.16. Impactos ambientais 
 
 Impacto ambiental é a alteração no meio ambiente ou em algum de seus componentes 
por determinada ação ou atividade humana. Estas alterações precisam ser quantificadas, pois 
apresentam variações relativas, podendo ser positivas ou negativas, grandes ou pequenas. O 
objetivo de se estudar os impactos ambientais é, principalmente, o de avaliar as conseqüências 
de algumas ações, para que possa haver a prevenção da qualidade de determinado ambiente 
que poderá sofrer a execução de certos projetos ou ações, ou logo após a implantação dos 
mesmos. 
 Abaixo mostraremos, para cada tema, os principais impactos ambientais e como podem 
ser minimizados pelo poder público. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quadro 02: Impactos ambientais, suas conseqüências sobre o SOLO e indicações de intervenção municipal 
 
 IMPACTOS 
AMBIENTAIS 
CONSEQUENCIAS INTERVENÇÃO DO MUNICIPIO 
Agrotóxicos 
 
Segundo a Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária (ANVISA), o uso intenso de 
agrotóxicos causa a degradação dos 
recursos naturais como, solo, água, flora e 
fauna, em alguns casos de forma 
irreversível, levando a desequilíbrios 
biológicos e ecológicos. 
 
Quando mal utilizados, os agrotóxicos 
podem provocar três tipos de intoxicação: 
aguda, subaguda e crônica 
Cadastramento dos agricultores. 
 
Disponibilizar profissionais gratuitos para 
orientar no uso de defensores agrícolas. 
Irrigação 
A irrigação mal planejada pode lavar o solo 
e carregar produtos químicos para os 
mananciais hídricos. 
Controle e fiscalização do sistema de 
irrigação para gerenciar os efluentes que 
saturam o solo e contaminam os 
mananciais. 
 
Levantamento da vazão de cada córrego 
em períodos de seca e de chuva para 
orientar formas corretas de irrigação. 
Exploração do 
solo 
 
Ocasiona destruição de habitat de 
pequenos animais, alem de desproteger o 
solo de erosão e lixiviação. 
A utilização do solo para qualquer fim deve 
ser planejada e periciada por profissionais 
habilitados, a fim de que não haja danos 
para o bioma local. 
Substancias 
Quimicas 
 
Química usada no solo para corrigir o pH ou 
outros corretivos, podem ocasionar 
mudanças genéticas na vegetação isso 
pode passar para quem ingira esses 
alimentos contaminados 
Cadastramento das vendas dessas 
substâncias para o município, com 
fiscalização da química aplicada no solo. 
Exigência de passivos ambientais para 
empreendimentos que utilizam químicas 
capazes de contaminar o solo e as águas 
subterrâneas. 
Uso e Ocupação 
do Solo 
 
A ocupação do solo sem controle ocasiona 
exposição direta ao sol na qual ela deixa de 
refletir e ao contrario absorve iniciando o 
efeito estufa. 
Todo projeto deve estar adequado às 
normas do Zoneamento existentes no Plano 
Diretor. 
Em projetos de expansão territorial e de 
alteração no uso e ocupação é necessário 
rever os estudos de impactação. 
 
 
Quadro 03: Impactos ambientais, suas conseqüências sobre OS RECURSOS HÍDRICOS e indicações de 
intervenção municipal 
 
IMPACTOS AMBIENTAIS CONSEQUÊNCIAS 
INTERVENÇÃO DO 
MUNICIPIO 
Lançamento de 
Efluentes sem 
Tratamento 
Mortalidade da flora e fauna aquáticas por 
alteração de pH e da oxigenação da água e por 
envenenamento. 
 
Incapacidade de uso da água para ingestão. 
Organizar a gestão da infra-
estrutura e fiscalização 
ambientais, principalmente 
das APPs. 
 
Implantar um sistema de 
cadastramento e 
monitoramento das 
nascentes. 
 
Criar programas de Educação 
Ambiental para agricultores, 
para as crianças

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