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Radiologia do Sistema Articular O sistema articular é dividido em 3 articulações: - Sinoviais (diartroses) - Apresenta cavidade articular - Ossos são unidos por meio de tecido conjuntivo - Articulação móvel - Divididas em: - Escápulo-humeral (extremidades) - Atlanto axial - Temporomandibular - Fibrosas - São estruturas que não apresentam cavidade articular - Os ossos são unidos por tecido conjuntivo fibroso - Articulações ricas em fibras colágenas e são semimóveis - Dividida em: - Sindesmose (ligamento inter ósseo) - Suturas (ossos do crânio) - Gonfose (ligamento periodontal) → posteriormente realizam processo de calcificação. - Cartilaginosas (sincondroses) - Não apresentam uma superfície articular - Os ossos são unidos por cartilagem hialina (disco epifisário) ou fibrocartilagem (sínfise púbica ou mandibular). - Apresenta pouco ou nenhum movimento Articulação quanto adução, temporaria ou permanente. Articulação quanto a fixação, que pode ser por continuidade ou contiguidade. Articulação quanto a forma de união, que podem ser estruturais ou funcionais. A articulação sinovial vai ter uma característica especial para a radiologia: - Observamos duas interlinhas radiográficas → que estão relacionadas a suas facetas articulares (azul claro na imagem) e seu espaço articular (entre elas). Na radiografia convencional se observa preferencialmente o espaço articular, que é um espaço onde se verifica uma linha radioluscente. Quando temos alteração nessas articulações → temos aproximações das estruturas ósseas, reduzindo essa região. Após a faceta articular temos a região do osso subcondral, onde podemos ter quadro de lise desse osso → observando áreas radioluscentes, pois a região do osso subcondral é formada por osso compacto e por isso se observa esses espaços ao invés de encontrar radiopacidade. Obs1: A cápsula articular e o fluido sinovial não são observados radiograficamente. Obs2: Em um processo de efusão ou extravasamento do líquido sinovial ou um processo decorrente da aproximação das facetas → os dois ossos vão se aproximar (quadro de anquilose → rigidez articular) → é observado TUDO radiopaco. Displasia de cotovelo - DC É caracterizada pela não união do processo ancôneo e um desenvolvimento anormal principalmente da articulação úmero radio ulnar. - Afeta cães de grande porte - Acomete mais animais na fase de crescimento - É uma das principais causas de claudicação em cães jovens - De cunho genético - Essa displasia é resultante principalmente de uma osteocondrite dissecante ou decorrente de uma não união do processo ancôneo. Essa não união do processo ancôneo leva a uma instabilidade da articulação úmero radio ulnar. Podemos ter também: - Fragmentação do processo coronóide localizado no lado medial a ulna. - Osteocondrose do côndilo medial do úmero - Não união do epicôndilo medial do úmero. Causam instabilidade e quadros de claudicação. A não união do processo ancôneo é decorrente de uma falha no processo de ossificação. Esse processo ocorre na maioria das espécies antes das 20 semanas de vida (idade de fusão da ulna), quando temos uma falha nesse processo, teremos áreas radiolucentes e com isso levando a um processo de instabilidade úmero rádio ulnar, que vai levar com o tempo a quadros de osteoartrose → que nada mais é que um processo de desgaste dos tecidos (cartilagens) que protegem as extremidades dos ossos. Quais os principais sinais radiográficos do animal com DC? - Linha de radiolucência entre o processo ancôneo e a ulna Projeção: - Médio lateral flexionada (de estresse) - É melhor visualizado na porção medial - Verificar integridade dos condilos e epicondilos - Submeter o animal a uma leve tranquilização Graduação para displasia de cotovelo Osteófito → neoformação óssea visualizada em extremidades dos ossos. Verificado em quadros de artrose. No grau I e II → se observa principalmente esclerose da incisura troclear No grau III → se observa principalmente quadros de osteocondrite dissecante, ma uniao do processo ancôneo e artrose grave + osteofitos maior que 5 mm. Úmero acima Rádio no meio Ulna abaixo Processo ancôneo → triângulo na ulna. Olécrano → ulna - Entre o processo ancôneo e a ulna temos uma linha radiolucente. -Entre o processo ancôneo e a ulna temos uma linha radiolucente. -Aproximação dos ossos úmero rádio ulnar (côndilo medial e faceta articular com a ulna)→ diminuição do espaço articular → quadro de osteoartrose. -Na ponta da setinha branca → osteófito. -Entre o processo ancôneo e a ulna temos uma linha radiolucente. Aproximação dos ossos úmero rádio ulnar (côndilo medial e faceta articular com a ulna), pode ser decorrente de um fechamento precoce do disco epifisário, fazendo com que o osso cresça muito mais rápido. Necrose asséptica da cabeça do fêmur - Acomete raças pequenas/jovens - Poodle, Yorkshire - Correlação genética: - Ocorre uma diminuição do suprimento sanguíneo na região da epífise da cabeça do fêmur, essa diminuição vai causar isquemia dos vasos e posteriormente necrose. - Pode ser unilateral (mais frequente) ou bilateral → se for bilateral, animal não consegue se locomover. - Esta patologia pode ser fator predisponente para alguns animais desenvolverem displasia coxofemural. Quais os principais sinais radiográficos? - Osteólise do osso subcondral na região proximal da epifise do femur - Alterações morfológicas da cabeça do fêmur, colo femoral e acetábulo → em um quadro de necrose - Subluxação - Atrofia muscular da região femoral → Doença degenerativa articular Projeção: - Incidencia ventro dorsal Necrose bilateral → -De um lado (setas): Epífise proximal totalmente destruída -Do outro lado: Cabeça do fêmur colada com a região do acetábulo e processo de remodelação do osso do colo femoral. Displasia Coxofemoral - É caracterizada por um desenvolvimento anormal da articulação coxofemoral - Acomete principalmente cães de grande porte, mas também pode acometer raças pequenas e gatos (Maine coon). - Etiologia: - Fatores genéticos/hereditários - Fatores ambientais/fatores nutricionais - Exercícios forçados - Obs: animais devem ser castrados para não passar. Etiopatogenia da doença: ⇓ A doença tem correlação genética e as manifestações podem ser influenciadas por múltiplos fatores que podem ser ambientais ou nao ambientais, ex: alteração hormonal e muscular, deficiência de Vit C, super nutrição e atividade física, alterações da cápsula articular, do ligamento redondo e do líquido sinovial e TUDO isso pode causar instabilidade articular, posteriormente uma doença articular degenerativa e o aparecimento da displasia coxofemoral. ⇓ ⇓ ⇓ ⇓ O normal é que a cabeça do fêmur esteja totalmente encaixada na cavidade acetabular (região do coxal) e o corpo do fêmur deve se sobrepor a região da tuberosidade isquiática. Qual o posicionamento correto? - Deve-se primeiro sedar o animal - Colocar o animal sobre uma calha para que se tenha paralelismo e sobreposição da coluna e esterno. - Animal em decubito dorsal - Incidencia ventro dorsal. Quais os métodos de avaliação para analisar se tem displasia coxofemoral? - Método radiográfico convencional (MRC) → se avalia o ângulo de Norberg → animais acima de 2 anos - Traça 3 linhas: 1ª do ponto central da cabeça do fêmur, até o ponto central da cabeça do segundo fêmur. Em seguida se faz 2 linhas tangenciando a borda acetabular e esse ângulo deve ser maior ou igual que 105º. - Hoje em dia alguns aparelhos já fazem isso Achados radiográficos em um animal, o que deve ser observado: - Regularidade do espaço articular - Cabeçado fêmur se encontra perfeitamente encaixada na cavidade acetabular - Colo com região alongada - Má formação do colo do fêmur ou razamento da fossa acetabular → já indica displasia coxofemoral - Região da cavidade acetabular forma um C → um razamento dessa cavidade é indicativo de displasia - Forma da cabeça do fêmur é mais arredondada → se cabeça estiver achatada ou facetações → já indica displasia coxofemoral. NORMAL → -Cabeça do fêmur se encontra perfeitamente encaixada na cavidade acetabular. -Cabeça do fêmur é separada da cavidade acetabular por meio de uma linha radiolucente → onde se tem a região articular e presença de cartilagens articulares. - Cabeça do femur levemente achatada -Seta de cima → indica a linha contínua radiolucente ao longo da cabeça do fêmur e cavidade acetabular. -Seta preta → depressão na cabeça do fêmur → região da fóvia. Imagem 1 (NORMAL): o corpo do fêmur sempre vai sobrepor a tuberosidade isquiática. - Cabeça femoral totalmente arredondada - Cabeça do fêmur é separada da cavidade acetabular por meio de uma linha radiolucente. Imagem 2 (ALTERADO): corpo do fêmur não sobrepõe por completo a tuberosidade isquiática. - Protuberância na região da cabeça femoral - Áreas com radiolucência e opacidade aumentada - Indicativo de displasia coxofemoral de grau leve Imagem 1 Imagem 2 Outro exemplo: Imagem 1 (NORMAL): o corpo do fêmur sempre vai sobrepor a tuberosidade isquiática. - Cabeça femoral totalmente arredondada - Cabeça do fêmur é separada da cavidade acetabular por meio de uma linha radiolucente. Imagem 2 (ALTERADO): corpo do fêmur não sobrepõe por completo a tuberosidade isquiática. - Colo femoral totalmente alargado - Cabeça do fêmur não encaixada e achatada - Espaço articular aumentado com radiolucência - Indicativo de displasia coxofemoral Outro exemplo de anormalidade: -Aumento de espaço articular -Remodelamento da incisura acetabular → desgaste ósseo - Cabeça do fêmur não se encontra perfeitamente encaixada na região acetabular -Indicativo de displasia de grau médio. Exemplo: -Cabeça do fêmur saiu por completo da região acetabular. -Animal sente muita dor -Indicativo de displasia de grau grave Método radiográfico por Distração (MRD) ou Técnica Penn Hip: - Diagnóstico precoce - Pode fazer a partir dos 6 meses de vida - Pela posição do ísquio dá para saber se o fêmur está na angulação correta. - Índice de distração (ID): - ID - distância da cabeça do fêmur com o acetábulo / raio da cabeça do fêmur - Valor tem que dar inferior a 0,35 → animal não apresenta displasia - Se for superior a 0,35 → animal apresenta displasia - Coloca o animal na calha, estrutura de madeira empurra as vísceras para não ocorrer sobreposição. - Realiza abertura do membro do animal. - Animal sedado Alterações inflamatórias e infecciosas Artrites → - Casuistica maior: Artrite séptica - A artrite séptica são doenças na qual a avaliação radiográfica se torna um pouco mais difícil, pois as alterações radiográficas iniciais são muitas vezes relacionadas ao extravasamento articular e edema periarticular. - Artrite infecciosa (bacteriana): - Além da radiografia, fazer uma punção dessa articulação para ver o conteúdo presente. - Na radiografia se observa uma bola branca (extravasamento de líquido sinovial e pus que absorve o feixe do raio) → podendo levar a quadros de rigidez articular (anquilose). Sinais radiográficos: - Fase aguda: Aumento da interlinha radiográfica - Fase crônica: - Destruição do osso subcondral (osteólise) - Osteoartrose - Associado com diminuição da interlinha radiográfica (linha radiolucente) - Quadros de anquilose Tecido mole com radiopacidade aumentada → pode ser devido a um quadro de edema, ou de secreção purulenta. -Setas → areas radiolucentes (osteolise do osso subcondral) -Incidencia palmarodorsal ⇓ ⇓ ⇓ ⇓ A - Seta preta de cima → áreas de osteólise nos condilos femorais Seta preta de baixo → áreas de osteólise na tíbia Seta mais clara de baixo → Processo de remodelação óssea → para que o osso consiga uma estabilidade B → Seta mais clara de baixo → Processo de remodelação óssea Doença degenerativa articular - É mais comum em equinos - É a união de artrite, osteoartrite e osteoartrose - DDA primária: má conformação dos membros → defeito de aprumos; Animais submetidos a atividades atléticas intensa. - DDA secundária: principalmente a quadros de fratura ou sepse → anormalidade intra articular. Podemos identificar alterações radiográficas tanto na fase inicial, como na fase tardia. Fase inicial: - Aumento dos tecidos moles intracapsulares e osteofitos - Aumento da radiopacidade do local Fase tardia/severa: - Áreas de lises do osso subcondral → áreas de desmineralização subcondral - Areas de radiopacidade aumentada - Associados com quadros de anquilose - Estreitamento da região articular Aumento de tecidos moles intracapsulares → aumento de raciopacidade Areas de osteofitos (setinha e acima do cursor) Região das setas pretas → área de lise do espaço subcondral Seta branca → estreitamento do espaço articular ⇓ ⇓ ⇓ ⇓ Setas pretas → lise do espaço subcondral Setas brancas → áreas de osteofitos
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