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GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS

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GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS 
Introdução
O mercado brasileiro está em constante mudança, cada vez mais ágil, moderno e disputado. Podemos afirmar que hoje o mercado brasileiro é mais dinâmico. Esse dinamismo que vemos hoje foi engatilhado no início da década de 90 quando o mercado brasileiro foi aberto para a globalização, permitindo que empresas estrangeiras se instalassem no país e que diversos outros produtos e serviços chegassem as casas dos brasileiros. 
Esse mercado mais dinâmico tornou a tarefa de empresários e gestores de empresa cada vez mais difícil, pois toda decisão, desde então, deve ser tomada observando o mercado e mensurando os seus efeitos no faturamento e no lucro da empresa. Com a vinda de novos produtos e concorrentes para o mercado nacional, a necessidade de investimentos em estrutura, qualificação e propaganda começou a crescer e ser elevada em consideração já a partir da escolha do Mix de Produtos da empresa, como também da formação do preço de venda e dos custos dos produtos. 
Para otimizar os resultados da empresa e conseguir prever os efeitos de cada decisão ou movimento de mercado dentro das empresas, surge a necessidade de uma ferramenta que avalie a proporção entre preço de venda, custos, volume de produção e vendas e a rentabilidade da empresa, ou seja, o tão precioso lucro. 
A ferramenta que possui essa função é denominada de Análise Custo/ Volume/Lucro ou Análise CVL, ela entrega informações de suma importância para empresários e gestores das empresas, permitindo que tomem decisões mensurando o impacto no faturamento e lucro a serem obtidos com cada mudança do mercado ou planejamento e estratégias tomadas. 
Nesta unidade iremos verificar que a análise CVL reúne conceitos de três outros elementos da gestão de custos, que são a Margem de Contribuição, o Ponto de Equilibro e por fim a Margem de Segurança. Através da análise conjunta desses elementos e atribuindo cenários e perspectiva de resultados e lucros à análise CVL, o gestor de custos pode prever os impactos das suas decisões nos demonstrativos de resultado projetados e assim tomar decisões como a melhor escolha do Mix de Produtos com que a empresa irá trabalhar. 
UTILIZANDO A ANÁLISE CUSTO VOLUME LUCRO (CVL) PARA TOMADA DE DECISÃO 
Esta unidade examina uma das ferramentas mais básicas e importantes para a gestão de custos e tomada de decisão: o Custo Volume Lucro. A Análise CVL (Custo - Volume - Lucro) envolve os conceitos de Margem de Contribuição, Ponto de Equilíbrio e Margem de Segurança. 
Segundo Ferreira (2007), a Margem de Contribuição representa o valor com que a unidade de um produto produzido e comercializado pela empresa, deduzidos seus custos variáveis, contribui para pagar os custos fixos da operação. 
Em relação ao Ponto de Equilíbrio, Bornia (1995) o define como o nível de atividade no qual o valor das vendas totais se iguala os custos totais, fazendo com que a empresa não obtenha lucro e nem sofra prejuízos. Portanto, o Ponto de Equilíbrio é o volume de operações que gera lucro igual a zero. 
Para Ferreira (2007), a Margem de Segurança consiste no total das vendas que excede o ponto de equilíbrio, demonstrando o quanto as vendas podem sofrer de queda sem com isso realizar prejuízos. 
Além da utilização do CVL, para determinar o Ponto de Equilíbrio e a quantidade de vendas necessária para atingir determinado lucro operacional, a análise CVL pode orientar os gestores para outras decisões como apresentaremos a seguir. 
“A análise do CVL é uma ferramenta valiosa para calcular o impacto de preços, custos e volume sobre o lucro operacional. Uma importante dimensão do trabalho da administração é gerenciar cada variável que afeta o lucro operacional, para aumentar a lucratividade da companhia” 
Fonte: MAHER (2003, p.36). 
Decisão sobre investimento em propaganda 
Para melhor compreendermos a utilização da CVL, tomemos com exemplo a empresa CAMISARIA CORTE CERTO LTDA. Supondo que a empresa esteja projetando uma venda de 150 camisas em uma feira de exposição da qual participa, visando obter um lucro de $ 1.500,00, a diretora de vendas da CAMISARIA CORTE CERTO LTDA. é procurada pela empresa de Publicidade VENDE TUDO, que está coordenando as negociações nessa feira. 
A VENDE TUDO oferece a veiculação de uma propaganda sobre a empresa em um caderno especial do evento. A propaganda custará $ 1.000,00. Esse custo será fixo, não sofrendo qualquer alteração, independente do número de camisas que a empresa vender nesse evento. A diretora de vendas espera que a propaganda aumente sua venda para 180 camisas.
No estado de Santa Catarina entre Itajaí e Barra Velha, ao longo da BR 101, em março de 2013, estavam instalados 11 postos revendedores, tendo estes um potencial expressivo na venda de óleo diesel, representando 19,4% de todo no estado. Os proprietários dos postos revendedores estavam encontrando dificuldades na gestão dos custos das operações e, através de uma consultoria do Sebrae, aprenderam como aplicar a Análise CVL, visto que são constantes as oscilações de preços, motivadas principalmente pelo ônus tributário, possibilitando assim otimizar o desempenho das organizações que dirigem e conseguindo diminuir o elevado índice de mortalidade empresarial do setor. 
Fonte: http://dvl.ccn.ufsc.br/congresso/anais/4CCF/20110104142226.pdf . 
Analisando a tabela a seguir, é possível decidir se a empresa deve ou não investir nessa propaganda: 
Tabela 1 – Decisão sobre Investimento 
Fonte: adaptada de Ferreira (2007) 
Decisão para redução no preço de vendas 
A análise do CVL orienta também na decisão sobre reduzir ou não o preço de um produto, provocando o aumento no volume de vendas e consequentemente na receita da empresa. 
Tomemos como exemplo a CAMISARIA CORTE CERTO LTDA., supondo que a empresa decida reduzir o preço de venda unitário da camisa para $ 85,00 com base em uma redução de custos conseguida pela fábrica de $ 70,00 para $ 65,00. A gerente de vendas acredita que, com a redução no preço de $ 100,00 para $ 85,00, será possível vender 180 camisas sem precisar investir em propaganda, já que esse gasto se mostrou inviável. 
Com base na análise do CVL, tem-se: 
Conclui-se que: 
Fonte: adaptado de Ferreira (2007) 
Análise de sensibilidade e incerteza 
Antes de decidir por uma alternativa, os gestores frequentemente se orientam pela Análise Sensitiva. 
Segundo Ferreira (2007), a Análise Sensitiva é a técnica que os gestores utilizam para examinar como os resultados se comportariam se uma das hipóteses iniciais sofressem alteração. No contexto da análise CVL, a análise sensitiva responde a algumas questões como: 
Para o autor, o uso de planilhas eletrônicas possibilita que gestores utilizem a técnica da Análise Sensitiva de uma maneira sistemática e eficiente. Com o recurso de planilhas eletrônicas, os gestores podem facilmente conduzir a análise para examinar os efeitos e iterações das mudanças nos preços de venda, nos custos variáveis, nos custos fixos e na projeção do lucro operacional. 
Como apontado por Kaplan e Atkinson (1989), muitas decisões gerenciais requerem a análise do comportamento de custos e lucros em relação as suas expectativas do volume de vendas, sendo que a maior incerteza não está relacionada com custos e preços dos produtos, mas com a quantidade a ser vendida. 
A Análise de Custo/Volume/Lucro torna possível analisar os efeitos das mudanças nos volumes de vendas e na consequente lucratividade da organização. 
A competitividade cada vez mais acirrada no mundo dos negócios tem conduzido os gestores na busca por soluções acertadas que possibilitem otimizar os resultados melhorando a obtenção de lucros. Quando a concorrência é grande, preços competitivos são uma boa maneira de atrair e cativar clientes. 
A margem de segurança pode responder, por exemplo, a seguinte questão: Em quanto podem cair as vendas antes de a empresa atingir seu ponto de equilíbrio? 
Tomemos como exemplo uma planilha da simulação da Análise de Sensibilidade da CAMISARIA CORTE CERTO LTDA., para diferenteshipóteses de lucro, custos variáveis e custos fixos: 
Tabela 2: Planilha de Análise do CVL da CAMISARIA CORTE CERTO LTDA. 
Fonte: Ferreira (2007) 
Ao utilizar uma planilha, a empresa pode visualizar de maneira fácil e rápida a necessidade de receita. Se praticar o preço de venda unitário de $ 100,00 por camisa, obtendo diferentes lucros operacionais considerando os vários níveis de custos fixos e custos variáveis da empresa. 
Com um custo fixo de $ 3.000,00 e um custo variável unitário de $ 85,00 por unidade de camisa, seria necessário uma receita de $ 20.000,00 para que a empresa opere no equilíbrio (lucro operacional igual a zero). Mantendo as mesmas condições de custos fixos e variáveis, para que a empresa obtenha um lucro operacional de $ 3.000,00, é necessário uma receita de $ 40.000,00. 
A empresa pode também simular qual será a receita necessária (no exemplo dado $ 80.000,00) para alcançar o ponto de equilíbrio caso o custo fixo (aluguel do estande da feira) aumentar para $ 3.500,00 e os custo variáveis subirem para $ 95.00 a unidade. 
Um dos aspectos mais importante da análise da sensibilidade é a margem de segurança. A margem de segurança é a quantidade vendida menos o ponto de equilíbrio. 
Como exemplo do cálculo da margem de segurança, consideremos que os custos fixos da C&C Ltda. sejam de $ 3.000,00, o preço de venda unitária da camisa, $ 100,00, os custos variáveis unitários por unidade, $ 70,00. 
Para 150 unidades vendidas, a receita será de $ 15.000,00 e o lucro operacional, $ 1.500,00 e o ponto de equilíbrio é de 100 unidades ou $ 10.000,00. 
A margem de segurança é de $ 5.000,00 ($ 15.000, 00 - $ 10.000,00) ou 50 camisas (150 – 100 camisas). Isto é, a empresa pode ter uma queda de vendas de 50 camisa que ainda permanecerá em equilíbrio (lucro igual a zero). 
A análise da sensibilidade possibilita ao gestor projetar cenários positivos ou não, caso uma expectativa prevista não se realize. Outra possibilidade é o cálculo dos resultados operacionais diante de uma expectativa de queda ou aumento de receitas e despesas. 
As decisões, na sua maioria das oportunidades, estão mais ligadas ao volume das vendas do que ao volume de produção. O próprio volume de produção é planejado com relação à expectativa do que será vendido no período. A análise de Custo/ Volume/Lucro permite ao gestor a tomar suas decisões a partir das quantidades orçadas de vendas e planejar cenário para os diversos volumes de vendas. 
Em um mundo cada vez mais competitivo e voltado à obtenção de resultados, através da análise do Custo/Volume/Lucro, os gestores podem se preparar melhor para diversos cenários (investimentos em propaganda, aumento ou redução do preço de venda, entrada em uma nova região ou segmento etc.) que possam surgir. Assim, essa ferramenta permite que os gestores prevejam e se adiantem aos cenários possíveis, o que ajuda na tomada de decisões e na otimização dos resultados e dos lucros.
PLANEJAMENTO DO CUSTO E ANÁLISE 
A análise do Custo Volume Lucro destaca os riscos e retornos de uma estrutura de custos de uma organização, auxiliando os gestores a fazerem considerações sobre estruturas alternativas de custos. 
Estruturas alternativas de custo entre custo fixo e custo variável 
Considerando que a CAMISARIA CORTE CERTO LTDA. pagou $ 3.000,00 pelo aluguel do estande, e supondo que os organizadores ofereceram à empresa três diferentes alternativas de locação do espaço: 
• Opção 1: $ 3.000,00 taxa fixa
• Opção 2: $ 1.800,00 taxa fixa mais 10% de comissão sobre as receitas
• Opção 3: 25% de comissão sobre as vendas sem taxa fixa.
Ao projetar uma venda de 150 camisas, faz-se necessário analisar qual o impacto de cada opção sobre o lucro e qual o risco que cada opção oferece. 
Tabela 1: Tabela CVL para Opções de Aluguel do Estande 
Como pode ser observado na Tabela 1, apesar de propiciar um lucro maior, ao escolher a Opção 1, a empresa corre também um risco maior, pois a necessidade de venda para atingir o Ponto de Equilíbrio é de 100 camisas. Já na Opção 2, será necessário vender 90 camisas, enquanto que, na Opção 3, por não ter o custo fixo do aluguel do Estande, o Ponto de Equilíbrio é igual a zero. 
Se o número de unidades vendidas caírem para 90 camisas, a empresa trabalharia com prejuízo na Opção número 1, pois a margem de contribuição não cobriria o custo fixo do aluguel do estande, a Opção 2 daria lucro igual a zero, porém cobriria o valor do aluguel, e a Opção 3 daria lucro de $ 450,00, pois não tem o custo do aluguel. 
A análise do risco-retorno das alternativas de estruturas de custos é chamada de alavancagem da operação. O grau de alavancagem da operação descreve os efeitos que os custos fixos causam, quando a margem de contribuição diminui com a queda nas vendas. 
Fonte: FERREIRA (2007). 
Empresas com custos fixos altos, como o da Opção 1 por exemplo, possuem um alto grau de operação de alavancagem. Como resultado, um aumento nas vendas gera lucros maiores, já uma queda nas vendas pode causar prejuízo operacional. 
O nível de alavancagem pode ser medido pela divisão da margem de contribuição pelo lucro operacional: 
Tabela 2 
Como podemos observar na tabela 2, para uma venda de 40 camisas, a margem de contribuição é de 2,67 vezes o lucro operacional na Opção 1, já na Opção 2 é de 1,67 vezes, e na Opção 3 é de 1,00 vez. Se considerarmos, por exemplo, um aumento nas vendas na ordem de 50%, de 40 para 60 camisas, a margem de contribuição aumentará em 50% para cada opção apresentada. O lucro operacional, porém, aumentará 2,67 x 50% = 133% (de $ 1.200,00 para$ 3.600,00) na Opção 1, mas somente 1,00 x 50% = 50% na Opção 3 (de $ 1.200,00 para $ 1.800,00). 
Efeitos do Horizonte de Tempo 
Um tema importante na análise Custo Volume Lucro são os custos que podem ser classificados, em determinados momentos, como custos fixos e, em outros, como custos variáveis (FERREIRA, 2007). 
Essa classificação sofre o efeito do intervalo de tempo que for considerado na tomada de uma decisão, já que no curto prazo uma boa parte dos custos podem ser considerados como fixos. 
Tomemos como exemplo um avião de passageiros vai partir em 30 minutos e tem ainda 30 lugares vagos, e um passageiro em potencial chega com uma transferência de passagem de outra companhia aérea concorrente. Quais serão os custos variáveis para a empresa aérea? Provavelmente uma refeição a mais, o que representará muito pouco. 
Podemos considerar nesse caso que todos os custos da decisão de levar esse passageiro podem ser considerados como fixos. Agora suponha que a empresa aérea esteja decidindo incluir uma nova cidade as suas rotas, nesse caso, a maioria dos custos que incidirão poderão ser considerados como variáveis e poucos custos classificados como fixos. Esse exemplo nos mostra que definir os custos como realmente fixos depende muito da área de atuação da empresa, do horizonte do tempo em análise e da situação específica a se decidir. 
Horngren (2003) explica que a Análise CVL é uma das mais utilizadas ferramentas de gestão, já que através dessa análise é possível examinar o comportamento das receitas e custos totais, assim como dos resultados das operações decorrentes de mudanças sucedidas nos níveis de vendas, preços, custos variáveis unitários e custos fixos. 
Em geral, os gestores utilizam essa análise como uma ferramenta para auxiliá-los a responder questões que envolvam expectativas futuras de lucratividade se houver modificações nos preços de venda, nos custos e no volume vendido. 
EFEITO DO MIX DE VENDAS NO LUCRO 
Mix de vendas é a combinação de diferentes produtos que formam a receita de uma empresa em um determinado período. Mesmo o mix sofrendo alterações, a meta total de vendas pode ainda ser atingida, porém o efeito deste mix no lucro operacional depende de uma maior ou menor contribuição dos produtos vendidos (FERREIRA, 2007). 
Suponhamos que a CAMISARIA CORTE CERTO LTDA. estivesse vendendo dois diferentes modelos de sapato: 
Fonte: Ferreira (2007) 
Qual seria o ponto de equilíbrio da empresa? 
Ao contrário dequando se trata de um único produto, numa situação de mais de um produto não há somente um único ponto de equilíbrio. A quantidade de produtos para atingir o ponto de equilíbrio depende do mix de vendas. Vamos supor que para cada 3 camisas do modelo 1, a CAMISARIA CORTE CERTO LTDA. vendesse 2 camisas do modelo 2. Podemos calcular o ponto de equilíbrio conforme exemplo a seguir: 
3S = Número de camisas do Modelo 12S = Número de camisas do Modelo 2Total das Vendas – Custos Variáveis – Custos Fixos = 0
[$200 (3S) + $100 (2S)] – [$120 (3S) + $70 (2S)] – $4.500 = 0$800S - $500S = $ 4.500$300S = $4.500S = $4500 / $300S = 15
Modelo 1Número de Unidades Vendidas do Modelo 1 para o ponto de Equilíbrio =3S = 3 x 15 = 45 camisas
Modelo 2 Número de Unidades Vendidas do Modelo 1 para o ponto de Equilíbrio = 2S = 2 x 15 = 30 camisas 
O ponto de equilíbrio é de 75 unidades vendidas para um mix de vendas de 45 camisas do Modelo 1 e 30 camisas do Modelo 2: 	
Margem de Contribuição do Modelo 1 = $200 - $120 = $80 x 45 camisas = $3.600 	
Margem de Contribuição do Modelo 2 = $100 - $70 = $30 x 30 camisas = $900 	
Margem de Contribuição dos Modelos 1 e 2 = $4.500 	
Margem de Contribuição = Custos Fixos (Ponto de Equilíbrio) 
Segundo Ferreira (2007), outra forma de calcular o Ponto de Equilíbrio de um mix de produtos é através da média ponderada das margens de contribuições dos itens vendidos: 
O lucro da Empresa Metallica no primeiro trimestre de 2013 foi de R$ 8 milhões, representando 18% acima do mesmo período do ano anterior. A receita líquida de vendas cresceu 15%, para R$ 80 milhões. Os valores foram calculados com base nas demonstrações contábeis da empresa. 
No ano de 2012, até hoje, o lucro líquido foi de R$ 14,3 milhões, alta de 28,5% em relação a 2011, o que corresponde a 7,9% da receita operacional líquida e a 12,4% sobre o patrimônio líquido de 31 de dezembro de 2012. Segundo o relatório da administração, a melhora do resultado é decorrente dos “esforços realizados para obtenção de um melhor mix de vendas com produtos de maior contribuição para seus resultados”. 
Fonte: http://www.fiesp.com.br/noticias/ 
Margem de contribuição versus margem bruta 
Vamos agora discutir sobre a contraposição da Margem da Contribuição com a Margem. 
Para obtermos a Margem de Contribuição e a Margem Bruta, utilizamos as seguintes equações: 
Tanto a Margem Bruta quanto a Margem de Contribuição são aplicáveis ao setor de comércio e indústria, visto que, no caso do segmento do comércio, os custos de produtos vendidos são formados pelo preço de compra dos produtos comercializados e, no segmento da indústria, os custos de produtos produzidos pela empresa são formados pelos custos de produção destes produtos (incluindo os custos fixos). 
Porém, as empresas de serviços podem computar a Margem de Contribuição mas não a Margem Bruta, já que não possuem em sua estrutura o custo dos produtos vendidos .
A diferença mais comum entre a Margem de Contribuição e a Margem Bruta no segmento do comércio está na variabilidade dos itens não no custo de produtos vendidos. Podemos citar como exemplo a comissão para o vendedor, que é uma porcentagem do preço de venda do produto, nesse caso, a Margem de Contribuição é computada ao deduzir todos os custos variáveis das vendas, ao passo que a Margem Bruta é computada ao deduzir somente os custos dos produtos vendidos das vendas realizadas como mostrado no exemplo a seguir: 
No segmento de manufatura, a diferença entre a Margem de Contribuição e a Margem Bruta está nos custos fixos e nos custos variáveis de produção, como pode ser observado no exemplo a seguir: 
Os custos fixos de produção não são deduzidos da receita quando computada a margem de contribuição, e sim quando é computada a margem bruta. 
Os custos dos produtos vendidos em uma empresa industrial incluem todos os custos de manufatura. Os outros custos variáveis de produção são deduzidos da receita quando é computada a margem de contribuição, mas não são deduzidos quando computada a margem bruta. 
Como a margem de contribuição, a margem bruta pode ser expressa como um valor total ou como um valor unitário, ou também como uma porcentagem. 
RESUMO
Nesta unidade, estudamos a importância da ferramenta de gestão de custos chamada de Custo/ Volume/Lucro ou análise CVL que se mostra valiosa para calcular o impacto sobre o resultado final (lucro) de três fatores muito importantes dentro de uma empresa: preço, custo e volume. 
Essa importante ferramenta para a gestão de custos se utiliza de outras ferramentas e conceitos para sua análise que são a Margem de Contribuição, Ponto de Equilíbrio e Margem de Segurança. 
Através da análise e comparação desses conceitos e os relacionando com diversas projeções de mercado e perspectiva de rentabilidade, a análise do CVL permite mensurar os possíveis cenários e assim ser uma importante ferramenta para os gestores de custos. 
Análise CVL é uma das mais utilizadas ferramentas de gestão, já que através dessa análise é possível examinar o comportamento das receitas e custos totais da empresa. 
A partir do estudo da análise CVL, é possível averiguar os riscos e retornos sobre investimentos na estrutura ou organização da empresa, auxiliar os gestores no planejamento de produção, vendas, comercialização, combinação do Mix de Vendas, e determinar o grau de alavancagem dos principais produtos e serviços da empresa. 
O grau de alavancagem permite aos gestores encontrar a melhor combinação de oferta e esforços de vendas para seus produtos principais a partir do momento que a empresa já tenha atingido o seu ponto de equilíbrio. 
O Mix de Vendas é a combinação de diferentes produtos que formam o portfólio de vendas de uma determinada empresa. A análise CVL permite determinar qual a melhor escolha de oferta dos produtos da empresa no mercado ou por regiões, uma vez que a maximização do lucro da empresa pode estar atrelada à correta determinação desse mix de produtos. 
Vivenciamos um mercado o cada vez mais globalizado e competitivo voltado à obtenção de resultados. O gestor de custos deve estar atendo a esse mercado totalmente dinâmico. A análise do Custo/Volume/Lucro permite que os gestores estejam mais bem preparados para futuras mudanças que posam surgir (novo concorrente, baixa nos preços, crise no mercado, baixa demanda ou alta oferta) e escolhas de estratégias (investimentos em propaganda, aumento ou redução do preço de venda, entrada em uma nova região ou segmento etc.) que possam afetar a sua empresa. Assim, prever e se adiantar aos cenários possíveis ajuda aos gestores na tomadas de decisões e na otimização dos resultados e dos lucros. 
APROFUNDANDO
A Gestão de Custos se utiliza de várias ferramentas para o controle dos custos, entre elas a Análise Custo/Volume/Lucro ou Análise CVL se destaca por proporcionar informações gerenciais de grande importância para tomada de decisões, possibilitando prever o impacto nos resultados a serem obtidos com possíveis mudanças nos processos de compra e venda.
Um estudo foi realizado em uma empresa que tem sua sede na cidade de Primavera e cuja principal atividade é a comercialização de combustíveis derivados do petróleo. O primeiro passo da realização da análise é o cálculo da margem de contribuição, onde será demonstrado o quanto a empresa contribui para pagar os gastos fixos.
O Custo de compra e os preços de vendas foram obtidos com base em notas fiscais cedidas pela empresa para realização do estudo. Como houve variação nos preços dentro do mês em estudo, foi considerada D média do preço no período.
O ponto de equilíbrio determina, numa linguagem direta, o quanto a empresa precisa vender para pagar seus gastos fixos, isto é, sua receita será suficiente para pagar as despesas e custos fixos do período e o lucro será zero.
Nesse período, a empresa apresentou custos e despesas fixos no valor de R$ 13.122,98 para julho de 2010.
O valor apurado no ponto de equilíbrio mostra que a empresa teve lucro nos períodos, pois sua receita é superior ao valor do PEC. A título de exemplo,a empresa vendeu 24.688 litros de diesel no período, na proporção do cálculo do PEC, 16.528 litros seria o suficiente para contribuir com os gastos fixos, isto é, 8.160 litros acima do PEC.
Se a empresa estima um lucro de R$ 8.000 reais terá que aumentar suas vendas e o consequentemente o seu ponto de equilíbrio. Através da análise CVL podemos chegar no quadro abaixo que demonstra o faturamento necessário para se atingir o lucro desejado:
A área de custos disponibiliza aos gestores de empresas ferramentas gerenciais de grande importância que auxiliam nas decisões a serem tomadas dentro da organização. A Análise CVL abordada nesse estudo proporciona informações importantes nesse sentido. A compreensão aprofundada dessa ferramenta e a análise de cada componente proporcionam subsídios ao gestor, diminuindo assim as dificuldades no gerenciamento das atividades financeiras, fazendo com que a organização se mantenha no mercado que está cada vez mais competitivo.
Fonte: adaptado de http://dvl.ccn.ufsc.br/congresso/anais/4CCF/20110104142226.pdf

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