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15MECATRÔNICA ATUAL Nº 1/OUTUBRO-NOVEMBRO/2001 ELETRÔNICA O maior problema para os montadores de automatismos mecâ- nicos como braços mecânicos, robôs, pequenos veículos controlados à dis- tância, etc., está na obtenção das par- tes mecânicas. Muitos, desmontando brinquedos e eletrodomésticos fora de uso e mes- mo equipamentos de uso especializa- do que usam elementos mecânicos acabam por conseguir muitos compo- nentes importantes como motores, engrenagens, polias, etc e a partir deles construir sistemas de redução, movimentação de alavancas, braços e em alguns casos até montar servosmecanismos. No entanto, trata-se de um verda- deiro trabalho de "garimpagem" que nem sempre leva às soluções deseja- das, além de dar muito trabalho. Com a disponibilidade de computadores em praticamente qualquer laboratório de desenvolvimento, a possibilidade de se controlar dispositivos mecânicos a partir de programas automatizadores, de um teclado ou mesmo de um joystick, torna-se cada vez mais ten- tadora, e as escolas que ensinam Mecatrônica sabem disso e até mes- mos os profissionais que tentam implementar seus próprios projetos nesta área. No entanto, esbarra-se ainda na parte mecânica que pode significar a diferença entre o êxito e o fracasso de qualquer projeto. Mas, o problema tem algumas soluções simples que podem facilitar bastante o trabalho dos projetistas. A disponibilidade no mercado de uma caixa de redução com caracte- rísticas padronizadas e que funciona com tensões que são facilmente obti- das a partir de circuitos eletrônicos comuns pode ajudar bastante os lei- tores interessados. CAIXA DE REDUÇÃO A Saber Marketing Direto Ltda. tem na sua linha de produtos uma caixa de redução que pode servir para a re- alização de uma infinidade de proje- tos que envolvam o controle de dispo- sitivos mecânicos a partir de sinais elétricos. CAIXAS DE REDUÇÃOCAIXAS DE REDUÇÃOCAIXAS DE REDUÇÃOCAIXAS DE REDUÇÃOCAIXAS DE REDUÇÃO Solução para a realização de projetos de Mecatrônica Um dos problemas para a realização de projetos práticos que envolvam automatismos mecânicos acionados por meio de circui- tos eletrônicos, como por exemplo, a partir de computadores e cir- cuitos digitais de controle é a obtenção de componentes mecâni- cos. A Mecatrônica, que une as tecnologias da Eletrônica e da Mecânica está se difundindo cada vez mais e muitas escolas já pos- suem cursos regulares desta disciplina. No entanto, elas enfren- tam muitas dificuldades justamente pela impossibilidade de implementação de projetos didáticos simples, acessíveis e bara- tos que possam ser realizados no nível exigido pelos cursos. Uma solução interessante que apresentamos neste artigo consiste no uso de caixas de redução. Newton C. Braga Esta caixa de redução, conforme mostra a figura 1, consta de um motor de corrente contínua de 6 volts que aciona um conjunto de engrenagens metálicas, obtendo-se assim uma re- dução de velocidade numa proporção que pode ser considerada ideal para aplicações em Mecatrônica, Robótica e automatismos mecânicos diversos. Como os motores de corrente con- tínua possuem uma velocidade que depende de sua carga, não é possí- vel definir exatamente a velocidade da redução, mas ela estará entre 0,5 e 1 Figura 1 - Uma caixa de redução para projetos de Mecatrônica. MECATRÔNICA ATUAL Nº 1/OUTUBRO-NOVEMBRO/200116 ELETRÔNICA giro por segundo, tipicamente, depen- dendo de quanta força você desejar que ela aplique num mecanismo. Para um motor pequeno, esta taxa de redução permite uma multiplicação considerável da força, o que quer di- zer que no eixo de redução obtém-se um torque considerável. De fato, enrolando-se diretamen- te um fio neste eixo, é possível deslo- car um peso considerável, conforme mostra a figura 2. COMO USAR A maneira mais simples de se controlar o motor a partir de sinais de pequena intensidade faz uso de um transistor NPN ou PNP de mé- dia potência de uso geral, mostrado na figura 3. Para se alterar a velocidade de ro- tação numa faixa bastante ampla po- demos usar um controle PWM com base em circuitos integrados simples. Assim, o circuito da figura 4, altera o ciclo ativo do sinal retangular aplica- do no motor de modo a modificar sua velocidade com um mínimo de perda de torque nas baixas rotações. Neste circuito também podemos usar um transistor de efeito de campo de potência (Power FET) que é capaz de controlar vários ampères de cor- rente com grande facilidade. Esta característica é importante, pois diferentemente dos reostatos co- muns não existe uma “faixa morta” em que o motor é alimentado mas não “parte”, saindo depois da imobilidade já com boa velocidade. Este proble- ma, muito notado em ferrovias em mi- niatura, autoramas e robôs móveis, não ocorre com este tipo de controle. Uma aplicação interessante con- siste na inversão da polaridade e por- tanto do sentido de rotação por meio de uma ponte de transistores ou pon- te H como é chamada. Este circuito‚ mostrado na figura 5, funciona da seguinte forma: quando o nível do sinal de controle é alto, con- duzem os transistores Q1 e Q3, com a corrente passando num sentido pelo motor. Quando o nível do sinal de con- trole é baixo, conduzem os transisto- res Q 2 e Q 4 com a circulação da cor- Outras caixas de redução: Muitos brinquedos que se movimentam não têm suas rodas propulsoras diretamente acopladas aos motores, pois eles são de alta rotação e neste caso deseja-se baixa rotação e maior torque. Assim, é comum que nestes brinquedos já encontremos os moto- res acoplados à pequenas caixas de redução que tanto podem ter engrenagens plásticas como de metal. Estes motores, com suas caixas de redução, podem ser usados em diversos projetos de Mecatrônica. A vantagem principal deste siste- ma está na facilidade que se tem de acoplar o eixo a qualquer dispositivo que se deseje movimentar e na pos- sibilidade de se controlar o motor com tensões e correntes relativa- mente baixas. Também observamos que é pos- sível inverter o sentido de rotação do sistema, bastando para isso que se inverta a circulação da corrente no motor. Para os projetistas de Mecatrônica, Robótica e automatismos mecânicos existe uma outra vantagem importante no uso destas caixas: a possibilidade de se conseguir diversas unidades com características semelhantes, ga- rantindo assim uniformidade na ação do projeto. Certamente isso não vai ocorrer se peças isoladas forem apro- veitadas de sucatas ou montadas a partir de componentes isolados apro- veitados da mesma forma. Também é importante observar que o próprio motor original pode ser facilmente trocado, caso o projetista deseje características diferentes para seu automatismo. Figura 2 - A força do motor fica multiplicada pela redução. Figura 3 - Um controle linear de velocidade. Figura 4 - Um controle PWM para motor e caixa de redução. 17MECATRÔNICA ATUAL Nº 1/OUTUBRO-NOVEMBRO/2001 ELETRÔNICA rente pelo motor no sentido inverso. A combinação deste circuito com o an- terior permite que se tenha um domí- nio completo sobre o sentido de rota- ção e a velocidade do motor. Observe que estes circuitos permi- tem o controle digital da caixa de re- dução o que pode ser interessante nas aplicações que envolvam o uso de computadores. Para se usar o computador (PC) diretamente no controle de uma caixa de redução (ou mais) podemos obter os sinais de sua porta paralela. Para isso, basta conhecer os sinais obtidos nesta porta que são discuti- dos com maiores detalhes no artigo: "Os Segredos da Porta Paralela". Em cada saída D 0 a D 7 temos si- nais de controle que podem drenar correntes máximas de 24 mA e forne- cer correntes máximas de 2,4 mA a uma carga externa. Isso significa que, para maior segurança sempre deve- remos fazer os acionamentos com a porta correspondente no nível baixo ou então usar buffers apropriados. O acionamento direto por meio de tran- sistores é mostrado na figura 6. Neste circuito o uso de transistores PNP faz com que o motor seja acionado quan- do o nível lógico nasaída seja 0. A fonte de alimentação do motor (ou motores) deve ser separada, mas o ponto de terra deve ser comum com a fonte do computador. Para que o acionamento do motor ocorra com o nível lógico 1 podemos ter um inversor que é mostrado na fi- gura 7. Para usar buffers devemos lem- brar que as saídas do PC casam-se com a tecnologia TTL LS e HC MOS. Finalmente, para maior segurança nos projetos, pode ser usada uma interface com isoladores ópticos, caso em que se garante que qualquer pro- blema elétrico que ocorra não vá re- fletir no computador. Um circuito des- te tipo é mostrado na figura 8. É im- portante observar que os buffers in- ternos do computador que fornecem sinais a sua saída normalmente fazem parte de chips com outras funções in- Figura 5 - Um controle de direção para motor DC usando uma ponte H. Figura 6 - Acionamento direto de motor pela porta paralela (nível baixo). Figura 8 - Interface com acoplador óptico. ternas, como por exemplo, o controle dos drivers. Isso significa que um dano acidental nos circuitos das portas pode ter conseqüências gra- ves para o PC. Desta forma, ao implementar qual- quer circuito de controle com seu com- putador olhe com especial cuidado para as conexões da DB25. Qualquer curto nesta parte do circuito pode ser fatal para a inte- gridade de seu computador. A ida ao nível lógico baixo ou alto sem en- contrar uma limitação de corrente significa uma sobrecarga que os cir- cuitos do computador não suportam. Lembre-se também que os circui- tos das portas são tri-state permane- cendo num estado indeterminado (nem 0 nem 1) na ausência de sinal de habilitação. Com relação aos programas de controle eles podem ser facilmente elaborados em Quickbasic (Qbasic), Visual Basic, Delphi ou qualquer ou- tra liguagem de alto nível ou mesmo de baixo nível que são ensinadas nos cursos técnicos. l Figura 7 - Acionamento direto no nível alto.
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