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Cosme Rezende Laurindo1 Data: 10/12/2017 ASSISTÊNCIA AO PACIENTE COM DOENÇAS DISLIMIDÊMICAS E SUAS COMPLICAÇÕES ❖ Introdução Tipos de Lipídios Funções Triglicérides Proteger e isolar órgãos; armazenar energia (tecido adiposo). Fosfolipídios Composição de membranas. Esteroides Colesterol – síntese de esteroides; Sais biliares – auxilia na digestão de gordura; Vit D – sintetizada na pele (raios UV); homeostase Ca e P; Hormônios córtex; Testículo – desejo sexual, corticosteroides secundários; Ovários – FSH; Suprarrenal – ciclo circadiano. Substâncias lipídicas Vita ADEK – lipossolúveis com ações específicas; Prostaglandinas – compõe a membrana celular (contração muscular); Lipoproteínas – transporte de ácidos graxos (HDL-c e LDL-c). • Lipoproteínas Proteínas encarregadas do transporte de lipídios no sangue. Maioria dos ácidos graxos livres circulam no sangue ligados à albumina. Composição: Proteica – apoproteína ou apolipoproteíca. Não proteica – lipídios tais como triglicérides e fosfolípides. Tipos: HDL-c: partículas menores e densa (região interna é colesterol); LDL-c: ricas em ester de colesterol VLDL: ricas em triglicérides Quilomícrons: grandes, ricos em triglicérides (produzidas no intestino) Função: Lipoproteína – solubilização lipídica; transporte de lipídios; Apoproteínas – formação intracelular das lipoproteínas; agentes receptores de membrana; co-fator enzimático. ❖ Metabolismo Lipídico 1 Enfermeiro, Especialista em Saúde Mental – modalidade residência multiprofissional, Mestrando em Saúde Coletiva pela Universidade Federal de Juiz de Fora. CV: http://lattes.cnpq.br/9954590863114471. Orcid iD: https://orcid.org/0000-0001-6878-3791. E-mail: cosmelaurindo@outlook.com. Fezes escurecidas: ↑ bilirrubina; ↑ Fe Colúria: presença de bilirrubina na urina Hepatite: fezes claras; urina escura ↑ bilirrubina: toxicidade cerebral Líquido durante alimentação: dilui sais biliares e ácido clorídrico, além de não deixar o bolo alimentar permanecer tempo suficiente para completar a função do órgão. VLDR -> IDL -> LDL -> HDL = energia http://lattes.cnpq.br/9954590863114471 https://orcid.org/0000-0001-6878-3791 mailto:cosmelaurindo@outlook.com VALORES DE REFERÊNCIA Colesterol Total LDL – Colesterol HDL - Colesterol Ideal: < 200 mg/dl Aceitável: 200 – 240 mg/dl Alto: > 240 mg/dl Ideal: < 100 mg/dl (pós op.) Ideal: < 100 – 129 mg/dl Aceitável: 130 – 159 mg/dl Alto: > 160 mg/dl Ideal: > 45 mg/dl Não aceitável: < 35 mg/dl ❖ Bases Fisiopatológicas das Dislipidemias Primárias I ↓ Hidrólise do TG pela LLP (lipase lipoproteica) -> gera água -> ↑ síntese de VLDR -> acúmulo de VLDL -> Acúmulo de Quilomícrons -> Hipercolesterolemia (>150 mg/dl) ❖ Bases Fisiopatológicas das Dislipidemias Primárias II Doenças monogênicas -> Defeito no gene do LDL-R ou gene da apob100 -> Deficiência no acoplamento da LDL ao receptor celular ou ↓ expressão na membrana -> Hipercolesterolemia ❖ Hiperlipidemia Mista LDL-c ≥ 160 mg/dl -> TG ≥ 150 mg/dl -> TG ≥ 400 mg/dl e CT ≥ 200 mg/dl HDL-c baixo F♀ < 50 mg/dl M ♂ < 40 mg/dl ❖ Aterosclerose e Arteriosclerose Aterosclerose Arteriosclerose Gordura grudada na parede do vaso. Fímbrias da musculatura da parede dos vasos tornam-se flácidas. Doença inflamatória de origem multifatorial. Relacionada com a idade Há perdas das fibras elásticas: Envoltórios dos vasos engrossasm e endurecem; Alongamento nos vasos com consequente tortuosidade. Consequências: incapacidade para resistir ao ↑ PA; susceptível a ruptura e a hemorragia. Etapas da Aterogênese ↑ Permeabilidade da íntima às lipoproteínas Surgem moléculas de adesão leucocitária superfície endotélio (LDL oxidado) Oxidação LDL-c com exposição a neu epítopos = LDL-c fica imunogênico; Retenção das Lp no subendotélio; Neo epítopo recrutam células inflamatórias. Atração de monócitos e linfócitos para parede arterial: Monócitos: quimiotáticos migram p/ endotélio; Macrófagos: captam LDL oxidados; Células espumosas: macrófagos com lípides (estrias gordurosas) Mediadores da inflamação -> estimulam migração e proliferação de células musculares lisas (camada média arterial) -> formação de células espumosas lisas -> adesão e agregação plaquetária -> recrutamento de citocinas (↑ contração do vaso) -> matriz extracelular amontoada dentro da parede do vaso. Fatores de Risco Carnes gordas Sobrepeso Tabagismo Insulinodependentes Insulinoresistentes HAS Como o HDL-c protege? LDL ----------> LDL pequeno e denso, que poderia recrutar épiplons. HDL (inibe) Assistência de Enfermagem Cálculo de Risco Planejamento de Melhoras 1ª FASE 2ª FASE 3ª FASE 4ª FASE Doenças ateroscleróticas significativa ou equivalente Ø doença aterosclerótica ERF (Escore de Risco de Framingham) Fatores agravantes (subir um nível no escore) Meta terapêutica Escore de Risco de Framingham: Componentes da Placa de Ateroma: células endoteliais; macrófagos; células da musculatura lisa; células perturbadoras. Áreas + afetadas: cérebro; coração e periferias. Prevenção: IAM; trombose. Alto: > 20% Médio: 10 – 20% Baixo: < 10% ❖ Doenças Dislipidêmicas Principais fatores de Risco para Doenças Coronarianas (DAC) Inalterados: idade; gênero; genética. Lp: LDL-colesterol ↑ -> HDL-colesterol ↓ -> Lp ↑ Outros: tabagismo; HAS; DM; obesidade. Trombose Deslocamento de um êmbolo até local em que haja oclusão. Risco: dislipidêmicos; DM; HAS; fumantes; cardiopatas. Tolerância p/ manter atividade habitual História de saúde social e fatores adaptativos Hábito consumo nicotínico passivo ou ativo; alcool Hábitos de vida e alimentares Avaliação de atividades diárias e realizadas Ø Estresse: ↑ estresse e ↓ exercício físico = ↓ HDL = ↑ LDL = processo de formação do ateroma. Nível cultural e conhecimento Ambiente de trabalho, residencial e estilo de vida Interseção e aceitação social (amigos, família, trabalho) Trombose Arterial Lise total -> desloca-se êmbolo -> calcifica-se -> recanaliza-se -> obstrução de vaso fibrinolítico Atenção: para ↓ risco, deve-se utilizar heparina de alto peso molecular. Trombose Venosa Profunda Coágulo -> válvulas venosas -> coágulo desprendido -> obstrução Complicação: pulmão – embolia. Risco: TRH; anticoncepcional; varizes; fumo; imobilização prolongada. Características: dor; inchaço; coloração vermelho escura ou arroxeada no local; endurecimento de pele Atenção: viagens de avião -> ar seco -> desidratação -> ↑ viscosidade do sg + imobilização => trombo. Angina Síndrome de expressão subjetiva e cardial da insuficiência coronariana transitória e reversível. Características: dor e incômodo. Localização: região esternal alta ou medial, podendo localizar-se ou irradiar a outras partes do tórax, do ombro, da mandíbula, ambos os braços ou metade cubital da mão homóloga. Desencadeantes: ↑ esforço. Minimizadores: repouso e nitroglicerina. Além da prevenção com AAS. Classificação: Angina de Estresse Angina Instável Síndrome Pré-Infarto Dores preferencialmente retroesternais. Durante ato sexual, exposição ao frio ou decorrente de emoções. Vinculação entre significado clínico e fator desencadeante. Exacerbação/aparecimento repentino (há reiterações persistes intensificadas a cada novo episódio). Surgimento de um intervalo durante 3 semanas, mas periodicamente anual. 10% das pessoas, precede o infarto. Dados clínicos e laboratoriais: SSVV; monitorização cardíaca; oximetria de pulso; ausculta cardíaca; ausculta respiratória; Tº Cax; evidências de dor; avaliação de eliminações (vômito,sudorese, exoneração, micção). LAB: colesterol total e frações; LDL-c; HDL-c; triglicérides; enzimas (ideam ao IAM se disponíveis). Diagnóstico de Enfermagem: Ansiedade: morte e medo Padrão de sono perturbado Risco para constipação Baixa de autoestima situacional Desempenho do papel ineficaz Disfunção sexual Interação social prejudicada Dor aguda Problema colaborativo: isquemia transitória. ECG AVL – voltagem Ampliada do Braço Esquerdo 1 Brasços D -> E AVR – Voltagem Ampliada do Braço Direito 2 Braço D -> Pé E AVF – Voltagem Ampliada do Pé Esquerdo 3 Braço E -> Pé E Estímulo elétrico da ejeção: nó sinusal -> células de purkinge ->alterações mecânicas -> sg ejetado de baixo para cima! Átrio: atua de forma lenta. Ventrículo: atua de forma rápida. Ondas: P: contração do átrio Q, R e S: contração do ventrículo Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) 30% mortalidade ocidental Mortalidade após 1 mês de vida: 30 – 40% (decisivo) Risco: dislipidemia; HDL-c; fatores VIII e fibrinogênio, fatores controlados e não controlados. Mec: placa de ateroma -> fissura ou ruptura. Definidores: alterações enzimáticas; investigação clínica; alterações do ECG. Evidências clássicas: dor precordial variações circadianas: picos 09:00 – 20:00 história prévia: angina instável e/ou IAM = ↑ probabilidade outros dados: náuseas; vômitos; dispneia; sudorese; palidez. Fatores de Ansiedade: psicobiológicos; psicológicos; psicossociais; psicoespirtuais. Dados Clínicos: FC; PA; Tº C; Ventrículo Direito e Esquerdo; ↓ complacência V.E.; presença da 4ª bulha; fonese 1ª bulha; ritmo de galope + deslocamento paradoxal 2ª bulha. Fases: Hiperaguda: pós oclusão coronariana (↑ onda T); Aguda: após IAM (segmento ST ↑, onda T ↓, onda Q patológica); Subaguda: onda T invertida e segmento ST volta a sua nova linha; Crônica: há Q, segmento ST ↑ e inversão. Marcadores: CK - ↑ após 6-8h do IAM, pico em 24h, normaliza de 3-4d DH2; TGO e HBO (tardios, 72h após) – parâmetros apenas sugestivos Embolia Pulmonar ou Acidente Vascular Encefálico (AVE) Coágulo -> obstrução de passagem sanguínea em vasos mais estreitos. Causas: trombose: Ø de artéria por trombo formado dentro do sistema vascular; embolia: Ø causado pelo fragmento do trombo levado pela corrente sg. Tipos: AVE hemorrágico: sg extravasa AVE isquêmico: Ø de fluxo sg AVE: dificuldade de fornecimento sg e O2 numa área do cérebro, determinando sofrimento ou morte e consequentemente Ø ou ↓ do funcionamento da área. Causas: infarto; hemorragia; HAS; tumores; traumas. TTO Farmacológico: antibioticoterapia; Ø teste de coagulação; TTO iniciado após surgimento dos sintomas; + precoce = ↑ chances; AAS 160mg VO antes da infusão de estreptoquinase e continuado por 1 mês após administração. Acompanhamento: 1ª fase: Escore de Risco de Framingham; 2ª fase: Risco Absoluto de Eventos Coronarianos; 3ª fase: Fatores de Risco -> síndrome metabólica. Conduta: De acordo com o Escore de Risco de Framingham: BAIXO MÉDIO ALTO MEV; Retorno em 6 meses. MEV; Retorno em 3 meses. MEV; TTO farmacológico imediato. Caso em grupo de risco -> subir uma classificação na escala. Bibliografia FALUDI, A. A. et al. Atualização da diretriz brasileira de dislipidemias e prevenção da aterosclerose – 2017. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, [Internet], v. 109, n. 2, supl. 1, ago. 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/abc/v109n2s1/0066-782X-abc-109-02-s1-0001.pdf. Acesso em: 10 dez. 2017. SMELTZER, S. C. et al. Brunner & Suddarth: tratado de enfermagem médico-cirúrgica. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2014. https://www.scielo.br/pdf/abc/v109n2s1/0066-782X-abc-109-02-s1-0001.pdf
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