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Autores: Prof. Wilson Duarte Lapo Profa. Andréa Martins Cristóvão Colaboradores: Prof. Roberto Macias Profa. Elisângela Mônaco de Moraes Gerenciamento de Infraestrutura Professores conteudistas: Wilson Duarte Lapo/Andréa Martins Cristóvão Wilson Duarte Lapo Graduado em Administração de Empresas e Análise de Sistemas pela Fundação Armando Álvares Penteado - FAAP (1988); Mestrado em Computador Auxiliando no Aprendizado pela University of Surrey em (1989); Especialista em Administração de Empresas pela Universidade de Guarulhos (1995) e Especialista em EAD – Ensino a Distância pela Universidade Paulista - UNIP em (2011). Atua na área acadêmica como professor desde 1988, na FAAP, nos cursos de Administração de Empresas; na UNIP – Universidade Paulista, desde 1991, nos cursos: Administração de Empresas, Ciências Contábeis, Economia, Gestão em Tecnologia da Informação, Tecnologia de Redes e Gestão em Turismo. Atuando em diversos cursos como: Administração de Empresas, Ciências Contábeis, Ciências da Computação, Comunicação Social, Gestão de Processos, Gestão em Tecnologia da Informação, Hotelaria, Marketing, Publicidade e Propaganda e Turismo, tanto nas modalidades presencial ou a distância. No mercado corporativo atua como consultor em Tecnologias da Informação e nas áreas correlatas dos negócios empresariais, sendo proprietário da CAST – Consultoria, assessoria, sistemas e tecnologia, fundada em 1991, sediada em São Paulo, especializada no atendimento a empresas de pequeno e médio porte e profissionais liberais. Atuou, desde 1983, como sócio da Worldata Informática Ltda., sediada em Mauá/SP, empresa fabricante de soluções e consultoria especializada em servidores de comunicação e internet. Tem como experiência profissional o trabalho em empresas, desde 1980, como: Banco Itaú, Itautec, Xerox do Brasil, IBM e Status Publicidade e Propaganda. Andréa Martins Cristóvão Bacharel em Comunicação, Audiovisual e Multimídia pela UMESP. Especialista em Tecnologia da Informação pela UNIP. Mestre em Engenharia da Produção pela UNIP e doutoranda em Engenharia de Produção, UNIP. Professora universitária nas áreas de TI, Governança de TI, Sistemas da Informação, Gestão do Conhecimento, Gestão de Projetos, Análise de Sistemas, Metodologia, Gestão de TI, TIC, Comunicação. Atualmente coordena o Curso de Sistemas de Informação, Sistemas para Internet, Gestão de TI e Análise de Sistemas na Faculdade Eniac, onde também ministra aulas nos cursos de Graduação: Gerenciamento de SI, Sistemas de Informação, Governança de TI, Administração e Marketing; no MBA de Gestão de Projetos: Gerenciamento de Riscos e Gerenciamento eficaz do tempo e comunicação, e no MBI em TI: ITIL e Sistemas da Informação, MBA Logística: Qualidade de Projetos e Gestão de Desenvolvimento Logístico. SENAC: Administração de Sistemas de Informação. SENAC Pós-graduação: Gerenciamento de Aquisições e Qualidade. Faculdade Módulo Paulista: Sistemas da Informação, Análise de Sistemas, Governança de TI e Inglês Instrumental. FATEC: Sistemas Avançados da Informação com ênfase em Governança de TI. SENAC EAD: na disciplina de Administração de Sistemas da Informação © Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Universidade Paulista. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) C933g Cristovão, Andréa Martins Gerenciamento de infraestrutura / Andréa Martins Cristovão, Wilson Duarte Lapo. – São Paulo, 2013. 168 p., il. Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XVII, n. 2-007/13, ISSN 1517-9230. 1. Gestão – Tecnologia da Informação. 2. Sistemas de Informação. 3. Gestão em TI. I.Título. CDU 65.011.56 Prof. Dr. João Carlos Di Genio Reitor Prof. Fábio Romeu de Carvalho Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças Profa. Melânia Dalla Torre Vice-Reitora de Unidades Universitárias Prof. Dr. Yugo Okida Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez Vice-Reitora de Graduação Unip Interativa – EaD Profa. Elisabete Brihy Prof. Marcelo Souza Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar Prof. Ivan Daliberto Frugoli Material Didático – EaD Comissão editorial: Dra. Angélica L. Carlini (UNIP) Dra. Divane Alves da Silva (UNIP) Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR) Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT) Dra. Valéria de Carvalho (UNIP) Apoio: Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos Projeto gráfico: Prof. Alexandre Ponzetto Revisão: Carla Moro Geraldo Teixeira Jr. Virgínia Bilatto Sumário Gerenciamento de Infraestrutura APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7 Unidade I 1 O CRESCIMENTO DA TI NO BRASIL .......................................................................................................... 11 1.1 Infraestrutura das redes de dados ................................................................................................. 12 1.2 Infraestrutura para telefonia smartphones ............................................................................... 14 1.3 Infraestrutura para acesso à internet .......................................................................................... 14 1.4 Infraestrutura para banda larga ..................................................................................................... 15 1.5 Infraestrutura necessária para o comércio eletrônico .......................................................... 16 1.6 Infraestrutura necessária para a educação a distância ........................................................ 18 1.7 Infraestrutura para data centers .................................................................................................... 18 1.8 Infraestrutura de fábrica de software .......................................................................................... 21 1.9 A necessidade de exportação de software e a SOFTEX ......................................................... 22 2 A ESCASSEZ DE PROFISSIONAIS DE TI QUALIFICADOS NO MERCADO ...................................... 23 2.1 A ausência de profissionais de TI com habilidades gerenciais ........................................... 25 2.2 Investimentos em TI ............................................................................................................................ 32 2.3 Objetivo da Gerência de Infraestrutura ...................................................................................... 34 Unidade II 3 A TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO ............................................................................................................. 37 3.1 A Teoria Geral de Sistemas e os Sistemas de Informação ................................................... 39 4 INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO ................................................................................ 40 4.1 A relação entre Sistemas de Informação e a TI ........................................................................ 77 4.2 O papel da Tecnologia da Informação no ambiente empresarial ..................................... 78 4.3 Componentes da TI .............................................................................................................................. 81 Unidade III 5 ADMINISTRAÇÃO DA TI .................................................................................................................................86 5.1 Cultura das informações relevantes à empresa ....................................................................... 87 5.2 Profissionais de TI ................................................................................................................................. 97 5.2.1 Profissionais/cargos ............................................................................................................................... 99 5.2.2 Formação ..................................................................................................................................................100 5.3 Terceirização X internalização .......................................................................................................102 5.3.1 Compra e desenvolvimento interno .............................................................................................. 113 5.3.2. Contratos ................................................................................................................................................. 114 5.3.3 Nível de serviço e de qualidade ......................................................................................................115 6 TENDÊNCIAS E PRÁTICAS EMERGENTES EM TI .................................................................................118 6.1 Outsourcing ..........................................................................................................................................118 6.2 Cloud computing ou computação em nuvem .......................................................................126 6.3 Virtualização .........................................................................................................................................128 6.4 Métricas para indicadores ...............................................................................................................131 6.5 Condições responsáveis pelo bom funcionamento da TI ...................................................132 Unidade IV 7 A GOVERNANÇA DE TI .................................................................................................................................140 7.1 Governança corporativa ..................................................................................................................141 8 GOVERNANÇA EM TI ....................................................................................................................................141 7 APRESENTAÇÃO A disciplina de Gerenciamento de Infraestrutura assume a responsabilidade de discutir os assuntos pertinentes a Sistemas de Informações e suas relações com a organização, informação e estratégia da empresa nos assuntos correlatos a software e hardware, passando por Tecnologia da Informação. TI é o suporte de infraestrutura para a área de negócios, baseados em processos, tendo como objetivos gerais desenvolver com você, caro aluno, as seguintes competências: • Processo de execução do planejamento para projetos gerenciais. • Senso crítico e capacidade de contextualização para seleção e filtro da informação. • Visão Sistêmica. • Aplicações de sistemas nas áreas: comercial, industrial, produção e logística, computação pessoal e sistemas. • TI orientada a resultados. • Teoria da Informação e Comunicação. • FCS para a Tecnologia da Informação. • Orientação para o empreendedorismo. INTRODUÇÃO Este livro-texto pretende desmistificar e trabalhar os conceitos de Tecnologias da Informação – TI e Sistemas de Informação aplicados ao Gerenciamento de Infraestrutura. Propõe-se a visão analítica e crítica através da visão sistêmica e a gestão organizacional, com os conceitos inerentes ao gerenciamento de tecnologia, e através também do entendimento dos processos e das metodologias para administrar a organização informatizada das empresas e do relacionamento com as pessoas; já que estes são os atores principais e executores das estratégias, políticas e usuários das tecnologias para buscar os resultados esperados na esfera organizacional e com o uso das tecnologias pessoais. No gerenciamento de Infraestrutura, estudaremos os aspectos fundamentais na Administração da Tecnologia da Informação nas empresas e organizações que estão cada vez mais dependentes do uso da tecnologia, utilizando sistemas integrados e obviamente, em redes de computadores, com relevância na Administração dos Sistemas de Informações existentes e nos impactos resultantes do uso de Tecnologia da Informação, em relação aos resultados esperados, resultados obtidos e padrões de métricas organizacionais. Cabe aqui também descrever que a informação é mais que um fator de produção. Informação é o recurso que permite a efetiva combinação e utilização dos outros fatores de produção – informação é, 8 de fato, a meta, um recurso que coordena a mobilização de outros ativos com a finalidade de melhorar o desempenho organizacional. O gerenciamento da TI tem como objetivo ajudar a empresa a atingir suas metas, aumentando os índices de acerto da TI, e tendo como consequência o aumento dos lucros, investimento em pesquisa e desenvolvimento, e maior transparência nos processos. É fundamental que a TI tenha metas, e que essas metas sejam cumpridas e medidas através de indicadores claros e precisos. Esses indicadores podem ter como base algumas normas regulatórias internacionais e devem mostrar a todos os colaboradores as metas alcançadas e os índices que podem ser melhorados. Para um gerenciamento eficiente, faz-se necessário o uso da Gestão do Conhecimento, que tem como meta aproveitar todo o conhecimento disponível dentro da organização. É fundamental que o Gerenciamento de Infraestrutura contribua para o desenvolvimento, execução e monitoramento do processo de planejamento que mostra as tendências da economia global e local, do mercado, das necessidades do cliente, do crescimento da concorrência, das novas tecnologias que surgem quase diariamente, do mercado de trabalho e das pressões sócio-econômico-ambientais, e transforme as informações levantadas em parâmetros úteis para executar os planos buscando atingir os resultados esperados. São objetivos específicos: capacitar o leitor a proporcionar o conhecimento e facilitar o entendimento dos princípios ligados à gestão da informação, através da infraestrutura de TI de uma organização. Alguns assuntos inerentes ao tema são: 1. Planejamento e monitoração das estratégias para o atendimento de: a) Indicadores de desempenho utilizados para monitorar o desempenho da empresa e o cumprimento das metas da TI. b) Acompanhamento e monitoração da execução dos planos estratégicos. c) Acompanhamento dos indicadores para verificar o crescimento da empresa e o desempenho da TI e de seus colaboradores. 2. Critérios para uso de informações adequadas para apoiar os projetos da organização. 3. Seleção de equipamentos adequados para cumprir prazos e metas da empresa. 4. Disponibilização e disseminação e gerenciamento da informação, proporcionando a cada colaborador as ferramentas necessárias para o desenvolvimento de suas metas. Conhecer e utilizar a gestão de infraestrutura, tendo como metas a seleção das informações, comparando-as de forma a promover a melhoria do desempenho da organização como um todo. 1. Uso do benchmarking para promover diferencial competitivo através do melhor uso dos Sistemas de Informação. 9 2. Estabelecer metas para buscar informações que façam correto uso dos indicadores, promovendo ética dentro e fora das organizações. 3. Definir quais são os principais tipos de informações comparativas utilizadas e como essas informações se relacionam com os projetos existentes dentro da organização. 4. A existência de referenciais comparativos de excelência (para execução do que foi formulado nas estratégias). Aprender a utilizar os relatórios, importânciae uso de relatórios gerenciais, visando ao crescimento da organização. Por fim, entender a importância e dependência do negócio com a TI, fazendo com que as informações cheguem aos gestores na hora certa, proporcionando a correta tomada de decisões. Devemos ter sempre em vista a importância da segurança da informação e a aderência às metodologias e normas existentes. 11 GT I - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 7/ 02 /1 3 GERENCIAMENTO DE INFRAESTRUTURA Unidade I 1 O CRESCIMENTO DA TI NO BRASIL O conhecimento na área de TI é semelhante a uma grande caminhada e com uma dificuldade: a cada ano que passa, novas tecnologias são incorporadas ao conhecimento de TI. Vamos prosseguir então com algumas questões: Sempre que queremos que alguma coisa funcione bem, precisamos montar uma infraestrutura coerente ou compatível para que as coisas funcionem. Afinal, o que é uma infraestrutura? De forma geral, podemos classificar e entender infraestrutura de TI como sendo um conjunto de elementos interligados que encaixam e mantêm a robustez de toda uma estrutura. A palavra infraestrutura também pode significar TI bem como os outros canais de comunicação, sejam eles formais ou informais, ferramentas de desenvolvimento e análise de software, redes políticas sociais ou sistemas de crença compartilhados por colaboradores de determinados grupos. Lembrete Utilizaremos neste livro-texto a designação de infraestrutura com vistas a designar as Tecnologias da Informação, especificamente hardware e software, bem como os dispositivos para a comunicação de dados. Vamos prosseguir com questões que ilustram a necessidade de infraestrutura em TI: Você classificaria um aparelho de telefonia celular como um hardware? Ou como um hardware gerenciado por um software? Ou seria de telecomunicação? Há alguma outra classificação? Antes de pensar na resposta não esqueça que esse aparelho de telefonia já consegue incorporar planilhas eletrônicas, web, correio eletrônico, editor de textos, máquina fotográfica digital, filmadoras, redes sociais, entre inúmeras outras funcionalidades. E os aparelhos de TV digitais, como você os classificaria: telecomunicações, informática, TI? Vamos iniciar abordando a infraestrutura das redes de dados. 12 Unidade I GT I - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 7/ 02 /1 3 1.1 Infraestrutura das redes de dados Redes de computadores são conjuntos de computadores conectados e compartilhando recursos. As redes de dados envolvem os computadores trocando informações nas organizações. Estas redes são complementadas pelas redes de voz que incluem a telefonia e também as redes de alarmes, câmeras de segurança etc. 5 5 7 7 3 4 8 8 6 6 Localidade 1 Localidade n Internet 1 Figura 1 – Infraestrutura de rede de dados e comunicação entre duas empresas em localidades diferentes As redes não podem falhar principalmente nas empresas, pois, normalmente, são trabalhadas informações e transações que envolvem dinheiro e pessoas. Nas redes que não podem falhar, costuma-se investir mais em infraestrutura de modo que elas fiquem mais “robustas” e à prova de falhas. Este tipo de rede no interior das empresas é construído com o cabeamento estruturado. Segundo Lucalm (2009): Entende-se por rede interna estruturada aquela que é projetada de modo a prover uma infraestrutura que permita evolução e flexibilidade para serviços de telecomunicações, sejam de voz, dados, imagens, sonorização, controle de iluminação, sensores de fumaça, controle de acesso, sistema de segurança, controles ambientais (ar-condicionado e ventilação) e considerando-se a quantidade e complexidade destes sistemas, é imprescindível a 13 GT I - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 7/ 02 /1 3 GERENCIAMENTO DE INFRAESTRUTURA implementação de um sistema que satisfaça às necessidades iniciais e futuras em telecomunicações e que garanta a possibilidade de reconfiguração ou mudanças imediatas, sem a necessidade de obras civis adicionais. O sistema de cabeamento estruturado é feito com projetos que seguem normas internacionais, como é o caso das normas ANSI (American National Standard Institution) / TIA (Telecommunications Industries Association) / EIA (Electronics Industries Association) como é o caso das normas TIA/EIA – 658A e 658B. Existem várias normas, mas algumas principais envolvem a administração dos cabos, isto é, a identificação deles, e a norma ANSI/TIA/EIA-606 trata da questão da identificação dos cabos. Outra norma importante é a TIA/EIA-607 que aborda a questão do aterramento e, desta forma, trabalhando em conformidade com as normas, faz-se o projeto, instalação e operação de uma infraestrutura de cabeamento estruturado, seja para cabeamento metálico ou para cabeamento óptico. Observação É importante que o aluno comece a enxergar a importância da infraestrutura tecnológica, pois sem ela raramente se obtém o sucesso necessário ou esperado. Por exemplo, uma instalação de cabeamento estruturado que passa por certificação pode durar por mais de vinte anos e raramente apresenta falhas. Já uma instalação feita fora de normas e padrões pode apresentar sempre problemas, exigir sempre a manutenção e dar muita dor de cabeça, lembrando o velho adágio popular do “barato que sai caro” ou então, “a economia é a base da porcaria”. Sem a infraestrutura correta e adequada, fica difícil obter bons resultados. Note que sem a infraestrutura correta e adequada fica difícil obter bons resultados. De modo semelhante, a infraestrutura na vida de um aluno seria todos os anos anteriores de estudo que ele já passou, com todas as experiências. Por outro lado, o aluno deve considerar que para montar uma infraestrutura, qualquer que seja, são necessários investimentos, que se utilizem recursos, ou seja, é necessário também gastar certo tempo e ter pessoas adequadas para realizar os trabalhos. Uma pessoa que não possua esta infraestrutura e comece a estudar numa faculdade, certamente apresentará dificuldades de aprendizado. Quando uma infraestrutura é bem montada e se complementa com pessoas, regras e recursos para sua manutenção e funcionamento, podem-se ter sistemas produtivos bem elaborados, os quais podem ser eficientes e eficazes em cumprir seus objetivos. 14 Unidade I GT I - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 7/ 02 /1 3 1.2 Infraestrutura para telefonia smartphones Um dos aparelhos eletrônicos em que podemos verificar o fenômeno da convergência de TI e telecomunicações é o celular, ou como é conhecido atualmente, o smartphone. De acordo com uma pesquisa divulgada pela Info, em 2009, o Brasil superou a marca dos 160 milhões de celulares e esses números não param de crescer. Segundo dados da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), em abril de 2012, chegamos ao espantoso número de 251 milhões de linhas de celulares, sendo que desse total cerca de 52 milhões de celulares utilizam o serviço de 3G, um número que não para de crescer. Apesar da lentidão da conexão e de ainda não termos tecnologia adequada para o uso do 4G, o serviço de internet móvel cresce num ritmo de quase 12% ao ano. Para que os smartphones funcionem, eles necessitam de uma grande infraestrutura tecnológica que inclui estações de rádio-base espalhadas pela cidade, centrais telefônicas e outros dispositivos. Observação A tecnologia tem avançado bastante no Brasil e no mundo, especialmente nos últimos tempos. A cada dia que passa encontramos nos jornais e na internet novos programas de computador, novos jogos eletrônicos e novos dispositivose produtos que trazem mais eficiência para as empresas e lazer para as pessoas. 1.3 Infraestrutura para acesso à internet Segundo a Computerworld, o número de pessoas que acessam a grande rede de computadores é cada vez maior, tanto no Brasil como no mundo. Em janeiro de 2009, o número de pessoas que acessava a rede era de 1 bilhão, e essa pesquisa levou em consideração apenas a população com mais de 15 anos. Continuando na pesquisa realizada pelo ranking Score World Metrix, no ano de 2009, a China era quem liderava o ranking, com maior número de internautas, eram 179,7 milhões. Logo abaixo estavam os Estados Unidos com 163,3 milhões de internautas. Em terceiro estava o Japão, com 60 milhões de internautas. O Brasil aparecia um pouco mais abaixo, na nona colocação, com um total de 27,7 milhões de internautas. Vale lembrar que esse número de acessos não leva em consideração os acessos feitos de smartphones nem de computadores públicos, por exemplo, das lan houses. O quadro a seguir apresenta a evolução da grande rede de computadores no Brasil ao longo dos últimos anos: 15 GT I - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 7/ 02 /1 3 GERENCIAMENTO DE INFRAESTRUTURA Quadro 1 – Evolução de internautas no Brasil no período de 2005 a 2008 Milhões 2005 2006 2007 2008 Usuários de internet* 32,1 35,3 44,9 53,9 Fonte Suplemento PNAD TIC Domicílios TIC Domicílios TIC Domicílios *população de 10 anos ou mais de idade, que acessou a internet, pelo menos, uma vez por meio de computador, em algum local (domicílio, local de trabalho, escola, centro de acesso gratuito ou pago, domicílio de outras pessoas ou qualquer outro local) nos 90 dias que antecederam à entrevista. Fonte: baseado em: <http://www.teleco.com.br/internet.asp>. Como podemos constatar, os números indicam que existe um forte crescimento na área web, que é parte fundamental da TI. Lembrete Note que para que exista internet numa região é preciso que haja uma infraestrutura de telecomunicações sem a qual o acesso não será possível. O comércio eletrônico cresce na mesma proporção que o número de internautas, ou seja, é um dos mercados mais promissores atualmente, pois está presente na vida de muitos brasileiros. Já faz parte de nossa rotina pesquisar na internet os preços e avaliações de quem já possui o produto antes de comprá-lo. Os serviços e facilidades oferecidos pela grande rede de computadores já estão no dia a dia dos brasileiros, que usam cada vez mais essas facilidades pela internet. Pesquisas apontam que não são somente as redes de relacionamento que aumentam, mas também a procura e oferta de serviços como: compras, uso de serviços eletrônicos do governo, educação on-line, também conhecida como EAD, procura por novas oportunidades profissionais, com serviços de RH especializados na contratação através da grande rede, informações acadêmicas, parceiros de negócios, participação em grupos de discussão, notícias em tempo real, fotos, vídeos, blogs, Twitter, Instagram, emitir opiniões e muito mais. Observe que a internet só funciona em regiões com infraestrutura tecnológica para que isso ocorra. 1.4 Infraestrutura para banda larga No Brasil nem todas as cidades possuem banda larga, ainda dependem da velha internet discada, ou então de infraestrutura de internet a rádio. 16 Unidade I GT I - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 7/ 02 /1 3 Banda larga crescimento Penetração 328 2001 2002 2003 2004 2005 2006 695 1.190 2.335 4.039 5.706 112% 0,2% 0,4% 0,7% 1,3% 2,2% 3,0% 71% 96% 73% 41% 5% 4% 3% 2% 1% 0% Figura 2 – Crescimento porcentual de usuários de banda larga no Brasil entre 2001 e 2006 Por outro lado, há um esforço grande em nosso país no sentido de se levar a banda larga para todos os municípios: O ministro das Comunicações, Hélio Costa, apresentou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na tarde desta terça-feira, 24 de novembro, uma proposta com subsídios para o Plano Nacional de banda larga. O texto foi elaborado por técnicos da pasta. A proposta, intitulada “Um plano nacional para banda larga – O Brasil em alta velocidade” tem 196 páginas e estabelece, entre outros pontos, um conjunto de medidas para massificar, até 2014, a oferta de acessos à internet por rede banda larga e promover o crescimento da capacidade da infraestrutura de telecomunicações do país. O texto prevê investimentos globais até 2014 de R$ 75,5 bilhões – R$ 26,49 bilhões do governo e R$ 49,01 bilhões da iniciativa privada (MC. GOV. BR, 2009). Nosso país é muito grande e nem sempre é possível investir na construção de infraestrutura de telefonia e até mesmo de energia elétrica e saneamento básico para todas as regiões e municípios brasileiros, pois o custo seria muito elevado. Estes são alguns dos problemas que as novas gerações terão que pensar, trabalhar e resolver. 1.5 Infraestrutura necessária para o comércio eletrônico Os negócios eletrônicos estão entre os negócios que mais crescem na economia brasileira. Podemos citar alguns dos principais fatores que levam a esse crescimento: a comodidade que esse meio proporciona, afinal podemos comprar sem precisar sair de casa, sem filas, sem trânsito, sem ter que enfrentar os problemas da violência urbana, enchentes, problemas constantes em grandes cidades; e, além disso, as ofertas oferecidas pela rede costumam ser mais vantajosas. Nos últimos dez anos podemos constatar um crescimento do e-commerce de cerca de 15% em todo o território nacional e, para os próximos cinco anos, esse número deve chegar a cerda de 30%. 17 GT I - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 7/ 02 /1 3 GERENCIAMENTO DE INFRAESTRUTURA Para que exista o comércio eletrônico e ele funcione, a criação de uma infraestrutura é necessária, por exemplo, de distribuição. Em outras palavras, não basta vender um produto e não conseguir entregá-lo ao cliente. Esse tipo de infraestrutura é denominado por alguns de infraestrutura logística. A questão da logística envolve a entrega, o despacho ou expedição de produtos e serviços até os clientes. A logística pode, então, ser muito complexa para fazer chegar um produto a uma pessoa que esteja distante dos grandes centros. Entre as questões envolvidas com a infraestrutura logística estão: • Onde os produtos serão armazenados enquanto não chegarem ao cliente? • Quando os produtos podem ser despachados? • Como será a composição de carga para viabilizar a entrega ao cliente de modo mais barato? • Como fazer com que o produto chegue ao cliente no menor prazo possível? • Que meios de transporte serão utilizados? • Como os fretes serão pagos? • Será que o pagamento dos fretes não inviabilizará os negócios? Existem muitas questões que precisam ser respondidas e que podem até mesmo inviabilizar o negócio. Por outro lado, o aluno poderia argumentar: mas qual é a relação entre essas questões de logística e a tecnologia de informação? Todas as perguntas anteriores estão relacionadas com a necessidade de se obter informações. Então, de onde virão as informações? Respondendo a questão, pode-se dizer que as informações que as pessoas precisam para poder trabalhar virão dos Sistemas de Informação. Agora, já estamos próximos da tecnologia de informação. Os Sistemas de Informação são compostos pelo tripé: informação, pessoas e organização. A organização possui estrutura hierárquica e regras para poder funcionar de forma mais eficiente. As pessoas podem ser desenvolvedores, programadores, analistas ou usuários dos sistemas. Já a tecnologia é o objeto de estudo, porém, para que funcione bem e tenha vida longa na empresa,é preciso que esta TI esteja alinhada com os objetivos organizacionais. O sentido do alinhamento mencionado é que contribua em todos os sentidos para que a organização tenha sucesso, para que consiga aumentar seus lucros e se manter à frente da concorrência, que os processos de negócio obtenham as informações necessárias e possam funcionar com elas e, por fim, a 18 Unidade I GT I - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 7/ 02 /1 3 TI tem que estar envolvida com os problemas da organização e tem que participar de sua solução, caso contrário não será útil e será descartada. Ainda em relação à logística, ocorre que ela precisa cada vez mais da tecnologia de informação para realizar simulações. Um exemplo destas simulações pode ser realizado pelo uso de planilhas eletrônicas, como é o caso de uma planilha feita no programa Excel (da Microsoft) e junto com ela pode-se usar o Solver. Este é um software que está incorporado ao Excel que permite que se realizem cálculos com o uso da técnica de programação linear. Esta técnica permite avaliar as opções disponíveis e ver qual atenderá melhor em termos de menor custo, ou menor prazo ou máximo lucro possível de se obter. Entre as simulações incluem-se os cálculos de custos e também a busca pelas rotas e alternativas mais viáveis para a entrega de produtos em tempo hábil, com custo aceitável e com a qualidade e segurança desejada. 1.6 Infraestrutura necessária para a educação a distância Outro crescimento importante que deve ser destacado é o da Telecom, muitos já usam o termo TI/Telecom, pois a TI está ligada à Telecom e vice-versa, e essas tecnologias juntas proporcionaram o surgimento e crescimento da modalidade de ensino conhecida como EAD: ensino a distância. Segundo o website Administradores: Os números do portal e-Learning Brasil mostram que investimentos na área de EAD devem crescer e atingir o investimento de mais de R$ 3 bilhões ao ano. A educação a distância já é uma realidade no Brasil, e cresce a cada dia. Aos que ainda duvidavam da eficiência e do sucesso que se tornou o EAD no Brasil, um estudo recente realizado pelo portal e-Learning Brasil não deixa dúvidas: o setor vem se consolidando ano a ano e deve manter taxas de crescimento de 50% ao ano até 2012, quando deve movimentar mais de R$ 3 bilhões. A educação a distância, em nível superior, possui um público próprio e diferenciado do público da educação presencial. Normalmente, a EAD é frequentada por pessoas de mais idade e que, muitas vezes, já possuem algum curso superior e estão desejosos por cursarem um segundo ou terceiro curso. 1.7 Infraestrutura para data centers Data Centers são descendentes diretos dos antigos Centros de Processamento de Dados (CPDs) das empresas e a expansão da internet e dos serviços on-line e via web são responsáveis pela criação, desenvolvimento e crescimento dos data centers. Os CPDs são os chamados centros de armazenamento de dados, onde se encontra uma grande quantidade de dados e informações armazenados em grandes servidores, com muitos HDs para se realizar o armazenamento de dados e com uma rede classificada como SAN, ou seja, Storage Area Network. 19 GT I - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 7/ 02 /1 3 GERENCIAMENTO DE INFRAESTRUTURA Nos Data Centers há muitos servidores e a infraestrutura necessária para colocar vários sistemas e bancos de dados na internet. Desta forma, evita-se que as empresas clientes tenham que ter sua estrutura própria com equipamentos e funcionários. Procure mais informações sobre os data centers e os assuntos que você considerar importantes para sua evolução profissional e sua carreira, pois neste material didático os itens são abordados de modo mais sintético. Nessas imagens, os alunos podem observar a infraestrutura que permite que cada empresa que aluga um espaço de armazenamento nesses data centers, evite gastos com seus próprios sistemas voltados para web. A figura 3 mostra uma rede do tipo SAN (Storage Area Network). Este tipo de rede está associada aos data centers, é o tipo de rede que permite o bom funcionamento destas infraestruturas tecnológicas. Observação Nos Data Centers há analistas de sistemas, administradores de banco de dados, tecnólogos de rede e vários outros profissionais necessários para fazer a manutenção dos equipamentos e garantir que todo sistema funcione 365 dias por ano e 24 horas ao dia. Os sistemas em operação, que possuem muitos usuários dependentes de suas informações, não podem parar de funcionar. Neste sentido, há empresas como é o caso de bancos comerciais que duplicam ou espelham a infraestrutura tecnológica de bancos de dados e sistemas, de tal modo que se a infraestrutura principal falhar, a secundária assume seu posto. Network clients File Server Storage devices Interconnection equipment Storage devices Storage Area Network Figura 3 – Ilustração de rede SAN (Storage Area Network) 20 Unidade I GT I - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 7/ 02 /1 3 Muitos profissionais da área de TI podem atuar e desenvolver trabalhos ligados aos data centers, e entre eles destacamos os administradores de banco de dados, que costumam ter altos salários e várias oportunidades de emprego. Lembrete Algumas das funções que os administradores de bancos de dados realizam são: o zelo pela segurança, atribuição de senhas, migração de dados, backups, manutenção da integridade dos dados e tarefas do cotidiano dos bancos de dados. A figura 4 mostra a integridade ideal que os bancos de dados deveriam ter, diante de informações geradas em várias áreas e processos que ocorrem nas organizações. Supply Chain Marketing Sales Service Order ManagementFinancials Human Resources Procu reme nt Clientes Produtos & Tudo mais Figura 4 – A integridade de banco de dados diante de informações de várias áreas das organizações em constante crescimento Observe que a figura anterior apresenta uma situação na qual temos um único banco de dados gigantesco em volta do qual “orbitam” as áreas funcionais de uma empresa. Essas áreas funcionais geram informações que são armazenadas no banco de dados e necessitam de informações que provêm dele para realizarem as operações. Trabalhar com um banco de dados único pode ajudar a preservar a integridade, evitar duplicidade de informações que pode ocorrer caso as áreas de uma empresa trabalhem com vários bancos de dados isolados (cada banco de dados numa área e com um sistema local sem conexão com os demais). 21 GT I - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 7/ 02 /1 3 GERENCIAMENTO DE INFRAESTRUTURA 1.8 Infraestrutura de fábrica de software Outra área da TI que tem crescido bastante nos últimos tempos é a da produção de software. Hoje o Brasil já possui várias empresas que exportam software com uma tendência a aumentar seu crescimento nesta área. Os trabalhos nesta área de fábricas de software para exportação exigem uma infraestrutura para que as pessoas possam trabalhar com segurança, tranquilidade e comodidade. Entre os softwares mais requisitados estão os softwares integrados de gestão, os famosos ERPs. O ERP é um software que facilita o fluxo de informação e a tomada de decisão, e tem papel extremamente importante para uma boa gestão de empresas, pois aumenta a eficiência, evitando duplicidade, agilizando os pedidos e entregas de produtos a clientes. ERP (Enterprise Resource Planning) é um software de gestão que facilita o fluxo de informação e a tomada de decisão. Devido a sua grande importância e utilidade,ele se encontra entre as ferramentas mais almejadas e usadas da TI. Este tipo de ferramenta costuma ter uma base de dados única, que será compartilhada por toda empresa, assim, esse software poderá permitir a integração das mais diversas áreas da empresa, e todas elas terão suas informações armazenadas nesses bancos de dados. Entre as áreas da empresa que terão suas informações armazenadas podemos citar a área de compras, almoxarifado, matérias-primas, logística, produção, planejamento e controle da produção, qualidade, contabilidade, finanças, contas a pagar, contas a receber, recursos humanos, expedição de produtos, marketing, pesquisa e desenvolvimento, entre outras. Entre as mudanças mais impactantes e esperadas que um sistema de ERP possa dar a uma organização, devemos dar destaque para a grande confiabilidade dos dados que o sistema proporciona, pois, a partir do início da implantação de um ERP, esses dados começam a ser monitorados em tempo real, e, consequentemente, existe a diminuição do trabalho repetitivo. Isso só é conseguido mais facilmente quando a empresa conta com a colaboração de todos os funcionários, responsáveis pela atualização dos dados no sistema que alimentam todos os módulos do ERP e que, em último caso, permitem que a empresa tenha um fluxo de informação cada vez mais eficiente. Assim, as informações são disponibilizadas pelos diversos módulos que compõem o ERP, sempre em tempo real, ou seja, um pedido de venda pode iniciar um processo de produção com o envio da informação para múltiplas bases de dados, desde que haja existência de estoques à logística do produto. Tudo realizado com dados presentes nos sistemas integrados de gestão, que devem estar sempre íntegros e livres de redundância. Existem países enriquecendo com a exportação de software: é o caso da Índia, que já é um grande produtor mundial e recebe bilhões de dólares anuais com a exportação destes produtos. Além da exportação dos produtos, muitas vezes há o ganho com os treinamentos, ensino de pessoal, manutenção e suporte que são fornecidos aos clientes que adquirem este tipo de produto. 22 Unidade I GT I - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 7/ 02 /1 3 A China também é um país produtor e exportador de software e há também países exportadores como é o caso de Israel. Com relação à exportação de software brasileiro, Joaquim (2009): O setor de exportação de software brasileiro deve bater a marca de US$ 100 milhões para US$ 500 milhões e a geração de empregos deve crescer 20%. A estimativa foi feita por André Fonseca, presidente de uma das cinco maiores empresas do setor, a Virtus, sediada em São Paulo. O empresário comparou os incentivos criados pela nova política industrial para os exportadores ao programa Bolsa Família, porque vai premiar quem conseguir cumprir a meta estabelecida pelo programa. “Acho que o governo fez as coisas de um jeito correto, porque vai recompensar quem estiver gerando resultado”. A exportação brasileira ainda é pequena se comparada com a exportação de outros países. Cada vez mais as empresas brasileiras estão consolidando uma cultura de qualidade de software, fundamental para que o país possa exportar mais, envolvendo a programação, o uso de metodologias e técnicas de desenvolvimento, o trabalho com normas, qualidade e testes de software. 1.9 A necessidade de exportação de software e a SOFTEX Uma das formas encontradas pelo governo brasileiro para incentivar a exportação de software é a Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (SOFTEX). Ela é gestora, desde a sua criação em 1996, do Programa para Promoção da Exportação do Software Brasileiro (Programa SOFTEX), considerado prioritário pelo Ministério da Ciência e tecnologia (MCT). O Sistema SOFTEX reúne mais de 1.600 empresas de todo o território nacional e é integrado por uma ampla rede de agentes regionais que prestam apoio e orientação local às empresas em seu entorno. As ações da SOFTEX contam com o apoio institucional, técnico e financeiro de diversas entidades, entre as quais ABES, ABDI, ABINNEE, Apex-Brasil. Quando se produz software é muito importante a questão de se utilizar “Boas Práticas de Fabricação” como é o caso do uso do PMBOK (Project Management Body of Knowledge), de normas internacionais, normas da série ISO-9000 e outras. Outras boas práticas são, por exemplo, do ITIL (Information Technology Infrastructure Library) que é um modelo de referência para gerenciamento de processos de TI e COBIT (Control Objectives for Information and related Technology), que é um guia de boas práticas dirigido para a gestão de tecnologia de informação. 23 GT I - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 7/ 02 /1 3 GERENCIAMENTO DE INFRAESTRUTURA Quando se produz software, uma das etapas mais importantes é a etapa de testes. Desenvolvimento Teste Especificação de Requisitos Projeto de Alto Nível Projeto Detalhado Codificação Teste de Aceitação Teste de Sistema Teste de Integração Teste de Unidade Planejar para ... Planejar para ... Planejar para ... Planejar para ... Figura 5 – Teste de software Na figura, observe que existem várias etapas no processo de fabricação de software, ou seja, vários pontos de controle nos quais é necessário realizar os testes de software para validação em cada etapa. A especificação de software, que é uma das etapas iniciais, exige que se realizem testes de aceitação. Na etapa do projeto de alto nível podem-se realizar os testes de sistemas. Já para a etapa de projeto detalhado existem os projetos de integração, e na codificação há os testes de unidade. É importante procurar na internet e nos livros mais detalhes sobre os testes e sobre os assuntos apresentados neste material didático. O aluno interessado deve procurar mais informações, pesquisar em revistas, livros, na web e deve discutir com os colegas de curso e tutores. Leve suas dúvidas para os fóruns de discussão da disciplina. Agora, observando a necessidade de infraestrutura tecnológica nas diversas áreas anteriormente mencionadas, o aluno poderá entender por que é tão necessária a mão de obra especializada para trabalhar em TI: não basta possuirmos os equipamentos, as formas de trabalho, os clientes e não termos funcionários preparados para lidar com a tecnologia, ou seja, para trabalhar nas infraestruturas tecnológicas ou com as infraestruturas atuais. 2 A ESCASSEZ DE PROFISSIONAIS DE TI QUALIFICADOS NO MERCADO A tecnologia de informação (TI) está em evolução e a formação de mão de obra especializada não consegue acompanhar seu ritmo. Podemos afirmar que apesar da crescente demanda de serviços e produtos de TI, existe escassez de profissionais qualificados para atuar na área. Algumas vagas ficam abertas por meses, sem conseguir um profissional que atenda os requisitos. Se a situação não se modificar nos próximos anos corremos o 24 Unidade I GT I - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 7/ 02 /1 3 risco de comprometimento de alguns produtos e serviços por falta de profissionais que atendam essas demandas. Segundo Caetano (2008): O mercado de TI oferece uma grande quantidade de vagas e oportunidades de emprego. O constante crescimento do setor de Tecnologia da Informação, algumas vezes acima da média de outros países e bem acima do crescimento da economia brasileira, está gerando uma enorme quantidade de vagas e constante procura por profissionais qualificados. Segundo pesquisa realizada pela consultoria IDC no período entre 2006 e 2009, foram gerados na América Latina pelo menos 630 mil empregos em tecnologia, metade delas no Brasil (47%). E, apesar da criaçãode vários cursos de tecnologia, que aumentam desde 2000, o ritmo de crescimento não é suficiente para atender a demanda das empresas. Além disso, a qualidade da educação superior não garante que os formados estejam aptos a entrar no mercado de trabalho, por isso o termo falta de profissionais qualificados. Recentemente, o fechamento de uma das mais antigas faculdades de tecnologia de São Paulo, a FASP, por falta de recursos, gerou ainda mais apreensão. Apesar de existir alguma polêmica em relação ao mercado de TI, pois em algumas áreas de TI há muitos profissionais, e em outras há falta, este é um dos mercados que possuem as profissões e profissionais mais bem pagos e que sempre necessitam de bons profissionais. O ITweb publicou uma entrevista com o Prof. Jaci Leite que identificou que a falta de profissionais de TI podia ser notada nas seguintes áreas: A falta de profissionais qualificados e preparados abrange toda a área de TI, desde pessoal especializado em rotinas de alto desempenho até pessoal com formação em sofisticados sistemas robotizados, passando por analistas de sistemas, técnicos encarregados de assegurar a operação de data centers, especialistas em bancos de dados, em sistemas virtualizados, cloud computing, entre outros. Por isso, podemos concluir que, pelos dados acima apresentados, a tendência é que a área de TI fique cada vez mais carente de profissionais qualificados, e esse fato tende a piorar, pois a TI cresce em um ritmo acelerado e os profissionais estão cada vez mais raros dentro dessa área de atuação. Faz-se necessário o desenvolvimento de novos cursos para capacitar os profissionais existentes e o treinamento de usuários, caso contrário, podemos ter deficiência de produtos e serviços nos próximos anos. Um dos princípios mais válidos na área de TI é o da necessidade de formação contínua e de busca constante de conhecimentos e aperfeiçoamento. Na área de TI é preciso que os profissionais estejam sempre lendo, estudando, aprendendo coisas novas, pois esta área de atuação é muito dinâmica e está sempre em mudança ou evolução. É uma área na qual não há monotonia, sempre existem “coisas novas”, novos produtos, programas, sistemas, novos dispositivos. 25 GT I - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 7/ 02 /1 3 GERENCIAMENTO DE INFRAESTRUTURA 2.1 A ausência de profissionais de TI com habilidades gerenciais Pode-se notar um crescimento expressivo na quantidade de infraestrutura de redes, telecomunicações, de data centers, de Sistemas, de fábricas de software e no uso da tecnologia de informação (TI) na sociedade brasileira como um todo. A complexidade dos sistemas e redes aumenta na mesma proporção que a quantidade de usuários, equipamentos, produtos e serviços de tecnologia, softwares e hardwares, por isso é imprescindível a formação de profissionais de gerenciamento das novas Tecnologias da Informação. Sobre os profissionais de TI, o website Administradores (2008) afirmava que: A enorme procura do mercado de trabalho por profissionais com habilidades técnicas especificas faz com que as empresas ou entidades formadoras priorizem também a ênfase no conhecimento técnico, mas isso não pode causar o detrimento do conhecimento e vivência das competências comportamentais, pois caso contrário gerará a ausência da formação profissional com habilidades fundamentais para o desenvolvimento total da empresa, do profissional que faça com que a TI gere lucros para o negócio. Os profissionais de TI são responsáveis pelos resultados em tempo real, imediatos, mas quando as organizações nas quais estão inseridos precisam de profissionais para desenvolver projetos, quando é necessário que possuam profissionais com conhecimento técnico + competências comportamentais + conhecimento de TI + conhecimento do negócio, como, por exemplo, os cargos de liderança de projetos, gerenciamento de projetos, liderança comercial, de relacionamento empresa x clientes, na discussão de contratos e acordos, e em tantas outras, tornam-se mais visíveis as dificuldades apresentadas pelo pessoal técnico da área de TI em relação a diversos aspectos também da TI e que são necessários para a sobrevivência das empresas. Um dos aspectos mais importantes para os profissionais de TI é a necessidade de possuírem uma boa formação básica, ou seja, possuírem uma formação que seja sólida e que permita acompanhar a evolução do mercado. Observação A formação básica muitas vezes não se prende somente a uma tecnologia, mas sim à necessidade de preparar o aluno para aprender a aprender, ou seja, preparar o aluno para estudar sempre, pois este mercado está em constante evolução. 26 Unidade I GT I - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 7/ 02 /1 3 A visão da gestão sistêmica O gerenciamento sistêmico necessita que olhemos a empresa como um todo. Nesse sentido, aspectos muitas vezes considerados irrelevantes e menos importantes, como relacionamento com a comunidade, com o cliente, meio ambiente, imagem cívica e outros são considerados. Analise a figura a seguir e entenda os recursos formadores de uma empresa e sua conexão com os recursos computacionais. Controle do desempenho do sistema Armazenamento de Recursos de Dados Processa- mento de dados em informações Entrada de recursos de dados Saída de produtos de informação Rec urs os Hu ma nos Usu ário s fi nai s e esp eci alis tas em SI Recursos de Software Programas e procedimentos Recursos de Dados Bancos de dados e bases de conhecim ento Re cu rs os d e Ha rd w ar e M áq ui na s e m íd ia s Recursos de Rede Meios de comunicação e suporte de rede Figura 6 – Visão Sistêmica na organização A organização como um sistema Como o princípio de sistemas estabelece a entrada, o processamento, a saída e a retroalimentação, uma organização participando da cadeia de suprimentos, inserida no mercado nacional ou internacional, atendendo seus clientes com produtos ou prestando serviços, se configura como um sistema participante da atividade econômica e social, assim sendo, também um subsistema da economia nacional. Todos os departamentos interagem entre si e a informação segue seu caminho levando a conclusão dos produtos ou serviços de maneira organizada, através de processos definidos, com métricas de desempenho estabelecidas e aferidas, fazendo que a organização trabalhe como um sistema. Saliento aqui que este conceito não necessariamente requer um computador e um software, mas que atualmente seria impossível pensar em uma organização não informatizada, interligada a outras sem uma rede de comunicação. 27 GT I - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 7/ 02 /1 3 GERENCIAMENTO DE INFRAESTRUTURA Como as organizações se relacionam com Sistemas de Informação Visão técnica: estímulo a focar o modo como as entradas são combinadas em saídas quando mudanças são introduzidas dentro da empresa Visão comportamental: sugere que construir novos Sistemas de Informação (ou reconstruir velhos) envolve muito mais que um rearranjo técnico, pois alguns Sistemas de Informação mudam o equilíbrio organizacional de privilégios, obrigações, responsabilidades e sentimentos que foram estabelecidos em um longo período de tempo. Características comuns das organizações • Clara divisão de trabalho e especialização. • Hierarquia de autoridade. • Limitação de autoridade por regras ou procedimentos explícitos. • Sistema de tomada de decisão. • Contratação e promoção de empregados com base nas qualificações técnicas e no profissionalismo. • Princípio daeficiência (maximização das saídas usando entradas limitadas). • Procedimentos Operacionais Padronizados (POP): são rotinas padronizadas aplicadas nas organizações, que são classificadas em regras, procedimentos e práticas razoavelmente precisas. Características que diferenciam as organizações • Tipo de estruturação organizacional. • Processos empresariais: referem-se à maneira pela qual o trabalho é organizado, coordenado e focado para produzir produtos e serviços. • Funções de uma organização: representam o conjunto de processos que aplicam um recurso da organização. Cada função é realizada através de uma área funcional, que pode ser uma ou mais unidades organizacionais (setores). Sistemas de Informação nas empresas O papel dos Sistemas de Informação é ajudar a resolver problemas organizacionais e reagir a uma mudança no ambiente. 28 Unidade I GT I - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 7/ 02 /1 3 PROD RH VEND MKT FIN CONT Estratégico Problema Organizacional Nível Organizacional Gerência Sênior Gerência MédiaTático Conhecimento Operações, produção, serviços Trabalhadores do conhecimento Funcionários da produção e serviços Figura 7 – Visão integrada do papel dos SI Estruturação sistêmica da organização O fluxo da informação, independente da entrada na organização, deve seguir os parâmetros estabelecidos para atender aos processos produtivos, e a organização estruturada a fim de atender a produção, controle e despacho do produto ou serviço. Esta organização das unidades produtivas se relaciona de forma a atender a execução das atividades de uma maneira sistêmica, na qual cada etapa concluída é a próxima entrada de uma etapa seguinte, onde o controle é a retroalimentação. Assim, a empresa é organizada pensando-se em atender tanto ao fluxo como ao layout de produção em uma sequência lógica, estruturada e consistente para a produção ou prestação do serviço. Uma organização pode ser vista como um sistema e neste caso descrita pelas suas características que são idênticas, pois os sistemas existem para automatizar a empresa, baseado em objetivo, componentes, estrutura, comportamento dos envolvidos e ciclo de vida. Objetivo: conforme o nível de responsabilidade é possível definir objetivos estratégicos, táticos e operacionais. Para o alcance destes objetivos é necessária uma determinada quantidade de informação. Componentes: as organizações envolvem um conjunto de pessoas. As pessoas são agrupadas por funções. Os departamentos contribuem para a própria organização e cada um destes exige informação a diferentes níveis de responsabilidade. Estrutura: numa organização, a estrutura é definida pela forma como a autoridade e a responsabilidade são distribuídas pelos seus colaboradores. A estrutura define as fronteiras do sistema. Certas relações existentes, não visíveis na estrutura, condicionam a organização e determinam a sua aparência externa. Complexidade: o grau de complexidade das organizações em detrimento do porte e área de atuação varia e impacta nas decisões de informatização e na estruturação dos sistemas que devem representar no mundo virtual a realidade do mundo real, onde a empresa realiza suas operações de produção, vendas etc. 29 GT I - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 7/ 02 /1 3 GERENCIAMENTO DE INFRAESTRUTURA Comportamento: determinado pelos procedimentos da organização. Entende-se por procedimentos sequências específicas de atividades levadas a cabo para alcançar os objetivos. Os procedimentos constituem um patrimônio de uma organização, já que são específicos desta. Ciclo de Vida: a organização passa por vários estagios ao longo da sua vida útil, o que imediatamente exige a revisão de objetivos. Uma solução são os objetivos com prazo; “objetivos iogurte” (devido ao curto prazo de validade) ou de revisão periódica, outros dependem de ações de médio prazo e outros de longo prazo, estes objetivos derivam o Planejamento Estratégico da Organização. Numa organização existe um componente que suporta o fluxo de informação entre o sistema tanto interno quanto externo. O Sistema de Informação existe numa organização, não como um departamento isolado, mas como uma rede espalhada pelos diversos componentes do sistema ou nas áreas e departamentos desta e obedece aos mesmos requisitos (objetivo, componentes, estrutura, comportamento dos envolvidos e ciclo de vida). Pela sua importância, os Sistemas de Informação são tomados como um subsistema principal sobre o qual recai bastante atenção por parte dos agentes decisores. Da mesma forma que se definiram as características de um sistema em geral, é possível enumerar as características de um Sistema de Informação (S.I.) e de uma organização: • objetivo. • componentes. • estrutura. • comportamento. • ciclo vital. O Sistema de Informação pode constituir por si só um sistema autônomo, mas a sua principal utilidade é a de dar suporte a outros sistemas, assim como cada unidade de uma organização ou empresa. O Sistema de Informação é o principal objeto de estudo para os profissionais de análise de sistemas e razão das tecnologias de informação para atenderem as áreas das empresas que serão automatizadas através dos processos; estes sim, o objeto principal que será monitorado e controlado pelo hardware e software. Pelo conveniente estudo da teoria dos S.I. é possível obter a informação necessária para poder realizar a análise, conceber um desenho e proceder à implementação da solução que melhor se adaptar ao negócio, daí a similaridade das visões. 30 Unidade I GT I - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 7/ 02 /1 3 A teoria de Sistemas de Informação que é a base de trabalho para os analistas de sistemas e um bom suporte para a compreensão de uma área de negócio para auditores, consultores e os próprios agentes decisórios, nasce das teorias de administração, estruturalista (modernamente de métodos de gestão), e direciona a informatização das atividades. Um breve comparativo entre um Sistema de Informação e uma Empresa, com vista aos objetivos e à tomada de decisão Objetivo: orientar a tomada de decisão nos três níveis de responsabilidade descritos; operacional, tático e estratégico; modelagem esta baseada em como uma empresa funciona na tomada de decisão, o sistema deve realizar a tomada com base nas políticas e interesses dos dirigentes da empresa. Além das qualidades necessárias (precisa, concisa, simples e oportuna), a informação tem de ser obtida mediante um custo razoável. Igualmente, o S.I. deve garantir a segurança e futura disponibilidade da informação, premissas que ocorrem na estrutura formal de qualquer empresa. Um Sistema de Informação (S.I.) com o banco de dados juntamente com o SGBD – Sistema Gerenciador de Banco de Dados e os Sistemas Transacionais (ST) torna-se um Sistema de Informação Gerencial (SIG) quando ocorre a tomada de decisão, que é a sua principal característica. As organizações são, por definição, sistemas abertos, ou seja, na maioria das vezes esses sistemas não podem ser adequadamente compreendidos de forma isolada, mas sim através da integração que os caracterizam, com diversas variáveis internas e externas, que podem mudar seu comportamento tradicional. Da mesma forma que qualquer outro ser vivo, as organizações têm seis funções principais, que mantêm estreita relação entre si, mas que podem ser estudadas individualmente. Funções primárias das organizações: a) Ingestão: as empresas compram matérias-primas ou materiais com a finalidade de processá-los da melhor forma possível evitando o desperdício. Isso acontece para que consigammanter suas funções, como todos os outros seres vivos que ingerem alimentos para conseguir obter energia e realizar todas as funções necessárias para sua sobrevivência. b) Processamento: nos seres vivos a comida é processada e se transforma em energia vital, fundamental para o trabalho de todas as células, tecidos e órgãos que compõem nosso corpo, nos fornecendo a energia necessária para realização de todas as tarefas diárias. Na organização, a produção é equivalente a esse ciclo de um ser vivo. Nos materiais processados existe uma inter-relação entre entradas e saídas, o que pode prejudicar o perfeito funcionamento da organização. c) Relação com o ambiente: todo ser vivo reage e interage com o meio em que vive, ou seja, qualquer mudança ambiental pode provocar alterações e adaptações em seu sistema imunológico, de forma que ele possa adaptar-se às mudanças. O mesmo fenômeno acontece nas empresas e organizações: elas 31 GT I - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 7/ 02 /1 3 GERENCIAMENTO DE INFRAESTRUTURA também devem adaptar-se e interagir com o seu ambiente, mudando seus materiais, consumidores, empregados e recursos financeiros. As alterações podem se efetuar nos produtos, no processo ou na estrutura (mudanças em face do mercado). d) Suprimento entre as partes envolvidas: os colaboradores de uma corporação são supridos, isto é, devem saber qual é o significado de suas funções, mas também de dados de compras, produção, vendas ou contabilidade, e são recompensados todos os meses em forma de salários, benefícios, comissões, entre outras coisas. e) Regeneração entre as partes: todas as partes que compõem um ser vivo podem perder ou diminuir seu índice de eficiência, como consequência adoecem ou morrem e devem ser regenerados, consertados ou realocados em função da sobrevivência de todo o conjunto. Os colaboradores organizacionais também podem perder sua eficiência, motivação, adoecer, aposentar-se, desligar-se da empresa ou então morrer. As máquinas podem tornar-se obsoletas, velhas, ultrapassadas. Dessa forma, tanto os homens como as máquinas devem ser mantidos ou recolocados (manutenção e substituição). f) Organização: administração e decisão das funções. As principais características das corporações são: a) Comportamento probabilístico: as corporações são sempre afetadas pelas variáveis externas, ou seja, por fatores econômicos, políticos, tecnológicos entre outros. Com o advento da globalização, temos ausência de fronteiras, isso significa que teremos variáveis inconstantes, desconhecidas e pouco controláveis. Nesse sentido, temos como consequências sistemas sociais probabilísticos e não determinados. O comportamento humano é quase sempre imprevisível. As pessoas são complexas, tendo emoções e sentimentos muito particulares, e isso representa um enorme número de variáveis possível. Por esta razão, os processos de gestão não podem esperar que os consumidores, fornecedores e empresas tenham um comportamento previsível e de acordo com suas expectativas (sistema social num ambiente sem fronteiras, complexo e imprevisível); b) O fator sociedade como um todo: as corporações podem ser descritas como sistemas dentro de sistemas. Os sistemas são compostos de vários elementos colocados em interação. Essas interações entre os elementos geram uma grande reação que não pode ser compreendida através de uma investigação superficial, mas deve ser entendida como uma das várias partes tomadas isoladamente – ajuste constante entre grupos internos e externos, como estudado mais propriamente na Sociologia, Antropologia ou Economia (econômico e cultural); c) Interdependência entre as partes: uma corporação não como um sistema mecânico e simples, mas no qual uma das partes pode ser mudada sem um efeito direto sobre as outras partes. Dessa forma, inúmeras diferenças podem ser provocadas entre as partes pela divisão de trabalho, todos os elementos precisam ser coordenados por meio de integração e de trabalho em equipe. As interações internas e externas do sistema refletem diferentes escalões dentro de uma organização através do controle e da autonomia. Uma variedade de subsistemas deve 32 Unidade I GT I - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 7/ 02 /1 3 executar as funções do sistema e as suas atividades devem ser coordenadas (divisão de trabalho, coordenação, integração e controle); d) Homeostasia versus adaptabilidade: a homeostasia ou autorregulação garante a estabilidade em uma rotina e a continuidade do sistema, enquanto a adaptabilidade leva à ruptura, à mudança e gera sempre inovação. Rotina e ruptura. Estabilidade e mudança. Ambos os processos precisam ser gerenciados corretamente por uma corporação para garantir a sua viabilidade (tendência à estabilidade e equilíbrio x tendência ao atendimento de novos padrões); e) Fronteiras ou limites: é a linha imaginária, muito tênue que serve para delimitar o que está dentro e o que está fora de um determinado sistema. Nem sempre a fronteira de um sistema existe fisicamente (fronteiras permeáveis–sobreposições e intercâmbios com os sistemas do ambiente); f) Morfogênese (capacidade de se modificar): a ação para se corrigir e de obter novos e melhores resultados. 2.2 Investimentos em TI Os investimentos correspondem a quanto de dinheiro, tempo e recursos pretende-se aplicar numa determinada infraestrutura. A questão de investimentos em TI é muito delicada e controversa para os empresários que devem investir em TI. Investimentos exigem planejamento, previsão e, por este motivo, normalmente, as empresas trabalham com orçamentos presumidos para os anos à frente. Faz-se uma previsão de quanto se pretende gastar e de que forma: como é feito nas empresas, a destinação de verbas acontece para que os trabalhos possam se realizar nas devidas épocas. O primeiro passo para que um empresário invista em TI é ter plena visão do retorno de seu investimento, conhecido como ROI, com alguma segurança em relação ao que será feito. A delicada questão do ROI, ou seja, do retorno sobre o investimento realizado é muito abordada pelos empresários e deve ser estudada com cautela pelos profissionais da área de TI, para que eles continuem realizando seus trabalhos. Um dos instrumentos mais utilizados nas empresas é o cálculo do Return on Investiment (ROI). Em relação ao ROI, segundo Sartore (2007): Em quanto tempo posso recuperar o investimento que fiz em TI? Esta é uma pergunta clássica e frequente feita pelos executivos, principalmente os da na área de TI. Em alguns casos o ROI, do inglês return of investiments, é bem mais rápido do que se possa imaginar. Em outros, é demorado, e isso provoca impaciência por parte dos investidores. As novas ferramentas criadas pela TI para a área de advocacia são um dos exemplos clássicos de recuperação 33 GT I - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 7/ 02 /1 3 GERENCIAMENTO DE INFRAESTRUTURA rápida do que foi investido, seja por se pagar em pouquíssimo tempo ou em relação à mudança cultural que proporciona. E como não há como fazer um trabalho eficiente sem essas ferramentas, o melhor que os profissionais da área têm a fazer é pesquisar para encontrar os sistemas mais eficientes, adequados e com melhor ROI. Apenas para que possamos ter ideia de prazos nesse setor, em três meses é possível garantir as primeiras medições e, entre seis meses e um ano, o sistema se paga porque os benefícios da implantação de soluções para gestão de rotinas, casos e processos, os ERPs (Enterprise Resource Planning), são muitos. Como qualquer plataforma tecnológica, o ERP Jurídico tem um tempo de implantação, maturação e equilíbrio, o breakeven point. Além do retorno sobre investimento, o ROI, muitos empresários consideram outro ponto importante em TI, o Total Cost of Ownership – TCO. Em relação ao TCO, podemos dizer que pode ser definido como uma espécie de estimativa financeira ou de custos, projetado para consumidores e gerentes de empresas para avaliar os custos diretos e indiretos relacionados à compra de todo o material necessário que remete ao investimento total, tal como softwares e hardwares, além do gasto inerente de tais produtos para mantê-los em funcionamento, ou seja, os gastos para que se continue proprietário daquilo que foi adquirido. Uma avaliação de TCO tem como principal função realizar a indicação final que mostra não apenas o custo de compra, mas de todos os aspectos no uso, como os adicionais com manutenção do equipamento, do dispositivo, ou do sistema considerado. Isto inclui os custos do pessoal da manutenção e treinamento e aos usuários do sistema, os custos associados com a falha ou o outage (planejada ou não), incidentes diminutivos do desempenho (por exemplo, se os usuários ficarem em espera), custos de falhas de segurança (e custos por perda e recuperação), custos de preparação para o desastre e recuperação, ou plano de contingência, espaço, eletricidade, despesas do desenvolvimento, infraestrutura e despesas de teste, garantia de qualidade, crescimento incremental, custo de desativação do equipamento, entre vários outros itens. Diante de tudo o que foi mostrado, podemos concluir que na TI existem fatores ligados à tecnologia e outros ligados indiretamente, mas que vão influenciar na tomada de decisão. A decisão pode ser a da diretoria de uma empresa em optar por adquirir uma ou outra tecnologia. Outra decisão pode estar relacionada aos investimentos que deverão ser realizados na área de TI de uma empresa e esta é uma decisão que cabe ao board, à alta direção, CEO, ou ao dono da empresa. Numa decisão de investimento, além da quantidade ou valor a ser investido, há também a questão do desembolso a ser realizado e em que momento, pois nem sempre as empresas possuem um “fôlego” financeiro que permita o desembolso de grande quantidade de dinheiro num curto prazo. Este fato é interessante, pois muitas vezes é semelhante ao caso de uma pessoa que pode não dispor de um dinheiro para comprar um produto à vista, porém parcelada a aquisição poderá tornar-se viável. A seguir vamos abordar o objetivo da disciplina. 34 Unidade I GT I - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 7/ 02 /1 3 2.3 Objetivo da Gerência de Infraestrutura Observação O objetivo dessa disciplina que foca o Gerenciamento de Infraestrutura é proporcionar recursos para manter um departamento de TI. De formas lógica e física, o profissional deverá ser capaz de suportar e sustentar os negócios das organizações, com regularidade e segurança. Todos nós, no cotidiano, temos que gerenciar várias coisas: nosso tempo, a vestimenta que utilizamos, nossa higiene, nosso contato com os amigos etc. Na vida profissional, nas organizações, em princípio, não é muito diferente. Para se gerenciar a infraestrutura em organizações é preciso que o profissional tenha mais disciplina, pois ele não estará cuidando só de si mesmo, mas também de outras pessoas, recursos e dinheiro, tempo, fornecedores, clientes, prazos, desempenhos etc. O gerenciamento está diretamente ligado aos comportamentos e passos em sequência que são necessários para realizarmos trabalhos que são, em ordem, planejar, executar, dirigir e controlar, ou seja, o ciclo PDCA. Estes passos, ou o ciclo PDCA, também são semelhantes à qualidade total, onde sempre é preciso girar os círculos de modo a buscar a melhoria da qualidade de modo contínuo. Saiba mais Para ampliar seus conhecimentos e se aprofundar nas questões de tecnologia indico o filme Hackers, Piratas da Informática (Piratas de computador), no qual se relata o início da Apple e da Microsoft. PIRATES of Silicon Valley. Dir. Martyn Burke. EUA, 1999. 97 min. Resumo Esta unidade trata do avanço da tecnologia de informação no Brasil, mostrando sua importância e área de atuação, demonstrando sua composição através da formação e reunião de todas as infraestruturas que a compõem, como: Infraestrutura para telefonia celular, visando à computação móvel. 35 GT I - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 7/ 02 /1 3 GERENCIAMENTO DE INFRAESTRUTURA Infraestrutura para acesso à internet, promovendo o processamento em qualquer lugar e a integração da computação móvel. Infraestrutura para banda larga atrelada à internet para prover velocidade e volume de dados. Infraestrutura necessária para o comércio eletrônico, que utiliza a infraestrutura de internet e seus dispositivos. Infraestrutura necessária para a educação a distância, exemplificando a utilização das estruturas declaradas. Também promove o estuda da falta de profissionais de TI no mercado suas problemáticas e oportunidades, mediante a necessidade devido a importância de sua aplicação para o desenvolvimento das pessoas e das empresas. O despreparo dos profissionais de TI para habilidades gerenciais pode levar a prováveis problemas nas empresas, consiste aí então a importância da visão sistêmica e da cultura organizacional aliada à cultura da informação para atender a esta necessidade e a importância para se desenvolver estas habilidades e colocá-las em uso buscando melhoria e desenvolvimento dos processos, das pessoas e a busca para alcançar as estratégias das organizações e os resultados planejados. Este estudo também é determinante para a decisão de quais investimentos em TI serão necessários e de como é importante a atenção a este tópico, pois é uma das ferramentas para a busca dos resultados esperados. Com os tópicos acima entendidos, demonstra-se o objetivo da disciplina Gerência de Infraestrutura, para a busca de resultados e a importância para a gestão das tecnologias que serão a base para se proporcionar o processamento eletrônico da informação do uso da telecomunicação a serviço da administração do negócio e aumento da produtividade das pessoas envolvidas. Exercícios Questão 1. (CESPE – 2010 – SAD-PE – Analista de Controle Interno – Tecnologia da Informação / Governança de TI / ITIL) Uma função no modelo ITIL é definida como um conceito lógico referente a pessoas e medidas automatizadas que executam determinado processo, atividade, ou uma comunicação entre eles. Na publicação operação de serviço, estão incluídas as funções de: 36 Unidade I GT I - R ev isã o: C ar la - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 7/ 02 /1 3 A) Gerenciamento de aplicativo e automação de distribuição de liberações de software e da logística de hardware. B) Gerenciamento do nível de serviço, gerenciamento técnico e gerenciamento de aplicativo. C) Gerenciamento das operações de TI, validação e teste de serviço e gerenciamento do conhecimento. D) Gerenciamento da demanda, gerenciamento técnico e gerenciamento das operações de TI. E) Central de serviço, gerenciamento técnico e gerenciamento das operações de TI. Resposta correta: alternativa E. Justificativa: ITIL é o framework mais amplamente adotado para o Gerenciamento de Serviços em todo o mundo. É uma prática, a abordagem de bom senso para a identificação, planejamento, entrega e suporte de serviços de TI para o negócio. Fonte: <http://www.itil-officialsite.com/faq.aspx?category=General+ FAQs&btnSubmit=Open#FAQno1>. Acesso em: 13 ago. 2012. Questão 2. (ESAF – 2010 – CVM – Analista de Sistemas – prova 2 / Gerência de Projetos / PMBOK) Segundo o PMBOK, são stakeholders de um projeto: A) Gerente do projeto. Patrocinador
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