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Gravidez ectópica

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Medicina Ana Cat!ina Du"a Rebelo
 Gravidez ectópica 
 Definição e epidemiologia 
É toda gestação que a implantação e 
desenvolvimento ocorra fora da superfície 
endometrial da cavidade urerina. 
- Pode ser cervical, intersticial, de cicatriz de 
cesária, tubária, abdominal. 
- Principal causa de morte materna no 
primeiro trimestre. 
- Compõe uma das síndromes hemorrágicas 
do primeiro trimestre da gestação. 
- Alta taxa de morbidade e mortalidade. 
- C e r c a d e 2 % d a s g e s t a ç õ e s 
diagnosticadas. 
- Incidência está relacionada ao aumento na 
prevalência de fatores de risco e melhora 
dos métodos diagnósticos como a USG 
transvaginal e β-HCG. 
- A gravidez ectópica mais frequente é a 
que ocorre nas tubas uterinas. 
• Gravidez ectópica primitiva: quando a 
nidação ocorre e se estabelece em um só 
local. 
• Gravidez ectópica secundária: quando 
depois da nidação o ovo fertilizado 
desprende e continua seu desenvolvimento 
em outro local. 
 Fisiopatologia e fatores de risco 
• Etiologia 
- Geralmente relacionada a situações que 
causam lesão tubária e/ou alteração no 
transporte ovular, como a deficiência na 
motilidade tubária (principal causa). 
• Fatores de risco 
- Gravidez ectópica prévia (principal) 
- DIP (doença inflamatória pélvica) 
- Realização de cirurgia tubária prévia 
( s a l p i n g o s t o m i a , r e n a s t o m o s e , 
fimbrioplastia, lise de aderências) 
- DIU e uso de progestágenos 
- Reprodução assistida 
- Anticoncepção de emergência 
- Tabagismo 
 Qua$o clínico 
 Sintomas 
• Tríade clássica: 
- Dor abdominal 
- Sangramento vaginal 
- Atraso ou irregularidade menstrual 
⇢ Se não juntos, pelo menos 1 desses 
sintomas está presente em quase todas as 
ocorrências. 
• Quadro agudo: 30% dos casos e 
geralmente associado à rotura tubária, 
mais frequente em gestações no ístmo. 
Pode ocorrer após algum trauma (coito ou 
exame bimanual). 
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⇢ Q u and o h á rot u ra : h e m or ra g i a s 
intraperitoneais, dor aguda e intensa na FI ou 
hipogástrio, choque, sangramento (escasso e 
escurecido, contínuo ou intermitente), 
náuseas, vômitos, sinais de descompensação 
hemodinâmica. 
- A hemorragia geralmente fica contida na 
cavidade, não sendo exteriorizada (atentar 
aos sinais de choque hemorrágico). 
• Sinais clínicos sugestivos de irritação 
peritoneal presentes no quadro agudo: 
 
⇢ Nos casos sub-agudos não há rotura 
tubária, os sinais costumam ser menos 
intensos e geralmente evoluem para 
abortamento tubário. 
 Diagnóstico 
- Quadro clínico sugestivo. 
- Dosagem β-HCG. 
- USGTV (quando o exame hormonal for 
positivo). 
- Caso não seja visualizado saco gestacional 
e restos ovulares na região do endométrio 
há sugestão de grvidez ectópica. 
- Busca do corpo lúteo no ovário, analisar e 
caracterizar qualquer massa anexial. 
- Pacientes que apresentem β-HCG < 
2000mUI/mL: avaliação seriada para 
investigação da gravidez ectópica. 
- Pode-se dosar também, em caso de 
dúvida, a progesterona sérica (por conta 
do corpo lúteo), valores inferiores a 10ng/
ml estão associados a gestação não 
evolutiva. 
 Tratamento 
• Conduta expectante 
- Q u a nd o β - H CG < 2 0 0 0 m UI /m L e 
decrescente. 
- Realizar dosagem semanal de β-HCG até 
zerar. 
• Tratamento medicamentoso 
- Metotrexato (MTX), antagonista do ácido 
fólico, que atua nas células trofoblásticas 
de d iv isão rápida , impedindo sua 
multiplicação. 
- Dose única 50mg/m2, via intramuscular. 
- Acompanhamento: dosagem de β-HCG no 
quarto e sétimo dia após o medicamento. 
- Caso a queda hormonal seja < 15%, 
adminis trar outra dose, se repi t i r 
novamente o caso e a queda for ainda < 
15%, indica-se cirurgia 
- Se a queda for > 15%, acompanhamento 
hormonal semanal até normalização. 
- Indicações de uso: 
⇢ Quando não enquadradas nos critérios 
acima podem ter menos probabilidade de 
sucesso. 
Sinal de Laffon Dor referida na escápula 
(nervo frênico)
Sinal de Cullen Equimoses em região 
periumbilical 
(hemorragia 
retroperitoneal)
Sinal de Blumberg Dor à descompressão 
brusca na palpação 
abdominal
Sinal de Proust Fundo de saco abaulado 
(acúmulo de sangue) e 
doloroso ao toque 
vaginal
Saco gestacional < 3,5 cm
β-HCG < 5000 mUI/mL
Ausência de batimentos cardíacos fetais
Funções renais e hepáticas normais
Ausência de imunodeficiências e discrasias 
sanguíneas
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⇢ Também pode ser admin is trado 
diretamente no saco gestacional guiado por 
USTV, dose de 1mg/kg. 
⇢ Uso de imunoglobulina anti-D em 
pacientes Rh - é adotado em alguns casos. 
• Tratamento cirúrgico 
- Salpingostomia por via laparoscópica. 
- Indicado a pacientes que desejam ter filhos 
futuramente, que possuem tuba uterina 
contralateral doente e na ectopia de 
pequenas dimensões e íntegra na região 
ampolar. 
- Avaliar níveis β-HCG pós-operatório para 
certificar de que houve remoção completa 
de tecido trofoblástico. 
- Também pode-se utilizar a salpingectomia, 
que pode ser feita via laparoscópica ou 
laparatomia. 
- É necessár io para mulheres com: 
sangramento incontrolável, gravidez 
ectópica recorrente na mesma tuba, tuba 
uterina muito lesada ou saco gestacional > 
5 cm. 
- Quadro clínico agudo com hemoperitônio 
e hemodinâmica ins táve l : suporte 
hemodinâmico + cirurgia tubária radical 
com conservação da porção distal da tuba. 
 
 
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