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Unidade V - Da Fotografia Pós-Moderna às Tendências Contemporâneas

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Prévia do material em texto

Fotografia
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Claudemir Nunes Ferreira 
Revisão Textual:
Profa. Ms. Fátima Furlan
Da Fotografia Pós-Moderna às Tendências Contemporâneas
• Refotografia
• Fotografia Encenada
• Pós-Produção
• Guerras da Cultura
• Escola de Dusseldorf
 · Conhecer os aspectos conceituais, históricos e estéticos das 
tendências da fotografia contemporânea e de seus desdobramentos; 
desenvolver e realizar pesquisas para atualização e autoformação.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Nesta Unidade, vamos conhecer alguns dos segmentos de fotografia, 
bem como fotógrafos significativos do Pós Modernismo e da Fotografia 
Contemporânea. Leia o conteúdo do material com atenção e não deixe 
de ampliar seus estudos consultando os materiais complementares e 
pesquisando mais imagens dos fotógrafos apresentados, conheça um pouco 
mais sobre cada um deles para enriquecer seu repertório. Registre suas 
dúvidas, converse com seu professor-tutor, assista à videoaula e não deixe de 
acessar a pasta de atividades onde encontrará as Atividades de Avaliação e 
uma Atividade Reflexiva.
É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma.
ORIENTAÇÕES
Da Fotografia Pós-Moderna às 
Tendências Contemporâneas
UNIDADE Da Fotografia Pós-Moderna às Tendências Contemporâneas
Contextualização
O Pós-Modernismo pode ser definido como as características socioculturais 
e estéticas que marcam o capitalismo da era contemporânea, originado pelas 
profundas modificações tecnológicas, pelos novos setores de produção, por 
mercados de trabalho mais flexíveis e pelo consumismo global que se desenvolveram 
a partir da década de 50, marcando o fim do Modernismo, até os dias atuais. 
Caracterizando-se essencialmente pelo declínio das vanguardas artísticas e por sua 
negação; pelo desmedido apelo consumista; pela indústria cultural e pelos meios 
de comunicação de massa; pela globalização e pelas novas formas de produção 
e circulação. O homem passa a ser guiado pela ética do prazer imediato, pelo 
individualismo, pelo provisório, temporário e pela liberdade extrema, com a recusa 
de ideias pré-concebidas e dogmáticas. 
Nas artes visuais, o Pós-Modernismo adotou uma ampla variedade de estilos, 
práticas e mídias que substituíram os ideais modernistas de originalidade, 
singularidade, autenticidade e autoria pela apropriação, cópia e citação, com a defesa 
da superficialidade, de elementos pré-existentes e com ênfase na descontinuidade, 
fragmentação, desumanização, falta de sentido e desestruturação. O objeto de arte 
único e autônomo (produção Modernista) foi dando lugar à imagem apropriada, 
geralmente tirada da cultura visual de massa (reprodução Pós-Modernista), a 
fotografia assumiu um papel de destaque sendo utilizada por muitos artistas para 
desmistificar os sistemas de representação existentes.
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Refotografi a
“O BOM DO PÓS-MODERNISMO é que ele pode ser praticamente 
qualquer coisa que se queira. Por outro lado, o que é realmente chato no 
pós-modernismo é que ele pode ser praticamente qualquer coisa que se 
queira. (…) Para eles, se havia uma resposta – (…) ela seria encontrada na 
miscelânea do que existira antes: uma coleção do “melhor de” roubada 
de movimentos e ideias anteriores. A partir desses fragmentos eles 
criariam uma nova taquigrafia cheia de referência à história da arte e 
alusões à cultura popular; uma mistura indigerível que eles tornavam mais 
palatável afetando um ar brincalhão e uma falta de autoconfiança irônica. 
(GOMPERTZ, Will, 2012,368)
Desde o final da década de 70, o termo apropriação foi incorporado 
definitivamente à arte, artistas identificados como pertencentes ao Picture 
Generation passam a usar essa estratégia como meio formal de produção de 
imagens. Novos significados e conceitos são abordados por meio da montagem, 
manipulação e pela refotografia com referências da cultura visual de massa. Para 
essa nova geração, a originalidade e a autenticidade esgotaram-se no período 
modernista e o novo tempo permitiu a exploração de uma fronteira entre as 
imagens originais e suas reproduções. Richard Prince, Barbara Kruger, Sherrie 
Levine e Cindy Sherman são alguns dos artistas mais importantes dessa geração.
O artista e fotógrafo americano Richard Prince, desde o final da década de 
70, utiliza refotografias de imagens publicitárias e de entretenimento retiradas de 
revistas populares, pornografia leve, anúncios comerciais de móveis, joias, roupas, 
carros e cigarros, agregando-lhes um status artístico e redefinindo a ideia de autoria 
e originalidade. Entre seus trabalhos mais conhecidos destacam-se suas refotografias 
dos anúncios da marca de cigarros Marlboro que usava em suas campanhas 
publicitárias o ícone mítico do cowboy americano. Usando como estratégia os 
cortes, os desfoques e a ampliação, a obra Cowboy de 1989 (Figura 01) retirou o 
logotipo e o texto do anuncio original e foi vendida por US $1,3 milhão em 2005.
Em 2014, Prince apresentou na Gagosian Gallery a mostra Novos Retratos, 
composta por 37 imagens retiradas (apropriadas) das contas do Instagram de 
diversas pessoas, ampliadas e impressas em lona. A polêmica mostra trouxe à tona 
novamente a discussão sobre os direitos autorais e a livre expressão artística.
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UNIDADE Da Fotografia Pós-Moderna às Tendências Contemporâneas
Figura 1 - Richard Prince. 
Cowboy, (1989)
Fonte: metmuseum.org
Figura 2 - Sam Abell. 
Tear Sheet (Original Marlboro)
Fonte: guggenheim.org
Figura 3 - Richard Prince. New Portraits, 2014
Fonte: huffingtonpost.com
A americana Barbara Kruger adotou a fotografia após uma carreira na revista 
Mademoiselle dedicada às artes gráficas. Apropriando-se tanto das imagens quanto 
da retórica da propaganda, realizou fotomontagens com imagens extraídas de 
revistas e jornais e textos próprios e diretos que imitam os slogans publicitários, 
porém, desconstroem as ideais que as imagens publicitárias estavam vendendo ao 
abordar questões do feminismo, consumismo e da representação estereotipada 
das mulheres nos meios de comunicação, além de temas como violência e saúde. 
Alguns de seus projetos incluem propostas de instalação.
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Figura 4 - Barbara Kruger. I shop therefore I am 
(Eu compro consequentemente), 1987
Fonte: artnet.com
Figura 5 - Barbara Kruger. Your body is a battleground 
(Seu Corpo é um campo de batalha), 1989
Fonte: thebroad.org
Figura 6 - Barbara Kruger. Installation view of self-titled solo
exhibition at Mary Boone Gallery, NYC, 1991
Fonte: theartstory.org
Com a premissa de questionar tanto os conceitos modernistas de originalidade e 
subjetividade quanto a posição venerada do fotógrafo modernista masculino. Sherrie 
Levine refotografou imagens clássicas do século XX, realizadas por consagrados 
fotógrafos como Walker Evans, Edward Weston e Alexander Rodchenko. Suas 
apropriações, principalmente as da série Depois de Walker Evans (1981), tornaram-
se um marco do pós-modernismo ao desafiar a autenticidade e o ideal de arte como 
objeto único e exclusivo. Suas refotografias, com evidente qualidade inferior a das 
originais, foram reproduzidas de catálogo.
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UNIDADE Da Fotografia Pós-Moderna às Tendências Contemporâneas
Figura 7 – Sherrie Levine After Walker Evans 4, 1981
Fonte: metmuseum.org
Figura 8 - Sherrie Levine After Rodchenko: 1-12, 1987/1998
Fonte: moma.org
Na refotografia, o artista não cria uma imagem original, copia uma imagem existente 
apropriando-se de fotografias artísticas ou de imagens publicitárias veiculadas nos meios 
de comunicação de massa e reproduzindo-as deliberadamente.
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Fotografi a Encenada
Cindy Sherman, também integrante do Picture Generation e uma das principais 
artistas da atualidade, usou a fotografia encenada para explorar as possibilidades 
da imagem individual e questionar os conceitos de originalidade e subjetividade. 
Representando uma grande variedade de papéis femininos estereotipados pelos 
meios de comunicação de massa, auto fotografou-se emuma série de poses extraídas 
de novelas, anúncios e filmes de Hollywood. Seu trabalho é um comentário sobre 
a feminilidade como construção cultural e uma crítica à sociedade contemporânea 
que obriga seus membros a adotar um estereótipo ao invés de estimulá-los a assumir 
sua própria individualidade. 
Figura 09 - Cindy Sherman 
Untitled Film Still #13,1978
Fonte: moma.org
Figura 10 - Cindy Sherman Untitled#86,1981
Fonte: moma.org
Figura 11 - Cindy Sherman Untitled #156
Fonte: moma.org
Figura 10 - Cindy Sherman Untitled#86,1981
Fonte: moma.org
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UNIDADE Da Fotografia Pós-Moderna às Tendências Contemporâneas
Figura 12 - Cindy Sherman Untitled #66, 1980
Fonte: moma.org
Figura 13 - Cindy Sherman Untitled #469 Society 
Portraits, 2008
Fonte: moma.org
A fotografia encenada surge como uma ampliação das estratégias de produção de imagens 
pós modernas. Essas imagens são elaboradas, construídas e encenadas para câmera, 
subvertendo o papel documental e de registro da realidade que, geralmente, era atribuído 
à fotografia. 
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Artistas de várias outras partes do mundo começaram também a explorar a 
apropriação de imagens e a fotografia encenada como estratégia de criação, por 
vezes, ressignificando as imagens originais.
O artista japonês Yasumasa Morimura iniciou seus projetos fotográficos, no 
inicio dos anos 80, apropriando-se de ícones da história da arte e da cultura visual 
de massa e reconstituindo, de forma irônica e caricatural, imagens canônicas. Em 
seus ensaios, faz uso de maquiagem, figurinos, adereços e próteses para reconstruir 
obras clássicas da fotografia, do cinema de Hollywood e da história da arte.
Suas séries canalizam de forma elegante e camaleônica temas como sexualidade 
e gênero, masculino e feminino, bem como revisitam e questionam os tipos de 
beleza por meio de performances e representações paródicas que causam certo 
desconforto e estreitam as relações fronteiriças entre o ocidente e o oriente, como 
ao apropriar-se de fotografias de Marilyn Monroe ou de Olympia, de Édouard 
Manet. Seus projetos, embora por vezes faça uso de recursos digitais, aproximam-
se da artista Cindy Sherman, a qual homenageia em sua fotografia To My Little 
Sister: for Cindy Sherman, 1998.
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Figura 14 - Yasumasa Morimura Olympia
(Futago), 1988
Fonte: sfmoma.org
Figura 15 - Yasumasa Morimura Red Marilyn, 1996
Fonte: sfmoma.org
Figura 16 - Yasumasa Morimura To My Little Sister: for 
Cindy Sherman, 1998
Fonte: artnet.com
Figura 17 - Cindy Sherman Untitled # 96 (1981)
Fonte: cindysherman.com
Vik Muniz nasceu em São Paulo e depois de se formar em publicidade, na 
década de 80, foi para Nova York onde iniciou seus projetos artísticos. Suas 
experimentações que passaram pelo desenho, pintura e escultura, levaram-no à 
fotografia. Seus principais trabalhos consistem em apropriar-se de fotografias ou 
obras clássicas, projetar as imagens sobre uma superfície e recompô-las com a 
interferência de diferentes materiais como açúcar, caramelo, chocolate, manteiga 
de amendoim, geleia, caviar e, até mesmo, lixo. Após esse processo de construção 
a imagem trabalhada é finalmente fotografada. Seu processo de trabalho pode ser 
visto no documentário Lixo Extraordinário, de 2010.
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UNIDADE Da Fotografia Pós-Moderna às Tendências Contemporâneas
Figura 18 - Vik Muniz Valentina. Tehe Fastest, 1996
Fonte: vikmuniz.net
Figura 19 - Vik Muniz Frankenstein. 
Pictures of Cavier, 2004
Fonte: vikmuniz.net
Figura 20 - Vik Muniz After Hans Namuth. Pictures 
of Chocolate, 1997
Fonte: vikmuniz.net
Figura 21 - Vik Muniz Marat. Sebastião, 2008
Fonte: vikmuniz.net
Assista com seus alunos ao documentário Lixo Extraordinário (aproveite também 
para discutir junto com professores de outras áreas alguns dos temas apresentados no 
documentário, como problemas sociais ou relacionados a sustentabilidade). Peça para 
que os alunos façam uma selfie (autoretrato), projete a imagem sobre um suporte fixado 
na parede e, com uma caneta porosa, desenhem os traços mais significativos da imagem, 
principalmente os contrastes entre luz e sombra. Com o suporte alocado no chão, peça aos 
alunos para recompor as imagens dos elementos matéricos (objetos, terra, lixo etc). Use 
uma camera de fotografia ou aparelho celular para fazer o registro fotográfico. A imagem 
final pode ser impressa ou compartilhada em sites como Flickr, Facebook ou Pinterest.
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Pós-Produção
O fotógrafo canadense Jeff Wall, um dos principais artistas da fotografia 
encenada, encontrou na pós-produção o equilíbrio perfeito entre a imaginação e 
a fotografia. Seu trabalho consiste em produzir imagens cuidadosamente pensadas 
e detalhadas, para tanto, faz uso de atores para construir cenas aparentemente 
cotidianas e, como estratégia fundamental, explora os recursos das novas tecnologias 
digitais. O que Wall denomina de fotografia montada ou cinefotografia, onde ele 
faz o papel do diretor.
Jeff Wall brinca com conceito do artista romântico pictórico ao ser comparado 
com um pintor exímio e habilidoso, pois o projeto de uma foto pode levar anos. 
Como os artistas anteriores, Wall busca suas inspirações ou referências em cenas 
famosas da história da arte, mas recria e ressignifica as imagens investindo em 
complexas fotografias contemporâneas apresentadas em caixas de luz (backlights) 
de grandes dimensões.
Em Mimic (1982), por exemplo, Jeff Wall atualiza Dia Chuvoso (1877) de 
Gustave Caillebotte, tomando como referência o casal passeando numa rua de 
Paris. A aproximação e a semelhança estrutural entre as composições é clara, mas 
em sua concepção contemporânea, a imagem de Wall reflete certa tensão social 
ao representar as diferenças raciais no cotidiano (referência a uma cena que havia 
testemunhado).
Sudden Gust of Wind (after Hokusai) traça um paralelo histórico entre o ocidente e 
o oriente ao tomar como referência a gravura de Katsushika Hokusai. A imagem foi 
construída digitalmente a partir de 100 imagens e ao longo de um ano de trabalho.
Wall sintetiza em suas fotografias o alinhamento entre as técnicas de estúdio, a 
fotografia encenada e a manipulação digital.
Figura 22 – Jeff Wall Mimic, 1982
Fonte: tate.org.uk/
Figura 23 - Gustave Caillebotte. Paris Street, Rainy 
Day, 1877
Fonte: artic.edu
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UNIDADE Da Fotografia Pós-Moderna às Tendências Contemporâneas
Figura 24 – Jeff Wall A Sudden Gust of Wind, after 
Hokusai, 1993
Fonte: tate.org.uk
Figura 25 - Katsushika Hokusai Ejiri in Suruga 
Province, 1830–32
Fonte: tate.org.uk
Figura 26 - Jeff Wall Milk, 1984
Fonte: tate.org.uk/
Figura 27 - Jeff Wall After “Invisible Man” by Ralph 
Ellison, the prologue, 2000
Fonte: moma.org
A fotografia de pós-produção caracteriza-se como qualquer interferência ou tratamento 
digital efetuado após a fotografia ter sido realizada. A estratégia é possível graças a 
inúmeros softwares de manipulação e tratamento digital, um número significativo e quase 
ilimitado de procedimentos que vão desde uma edição simples, como um ajuste de cor ou 
retoque básico, por exemplo, até manipulações complexas como fusões para a construção 
de imagens a partir da combinação de originais diversos.
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Guerras da Cultura
Embora o corpo e a sexualidade figurem nas obras de artes há séculos e reflitam 
o ambiente cultural, religioso e político em que foram criadas, no final da década 
de 80, fotografias de Robert Mapplethorpe e Andres Serrano criaram grande 
polêmica e geraram fervorosas discussões sobre a liberdade de expressão artística 
nos Estados Unidos. Um grupo de políticos republicanos tentou abolir as verbas 
públicas para as manifestações artísticas que abordassem homossexualidade, 
feminismo, racismo e outros temas controversos e, no congresso, debates 
invocaram questões como censura e direito dos artistas. A reação artística à 
tal intolerância pública refletiu-se no aumento de representações fotográficas de 
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lésbicas, gays e transexuais, que também atacavam o silêncio do governo emrelação à crise da AIDS colocando o tema na esfera sociopolítica. Tal polêmica 
ficou conhecida como as “Guerras da Cultura” e seus principais protagonistas 
foram Robert Mapplethorpe, Andres Serrano e Nan Goldin.
Robert Mapplethorpe tornou-se famoso por suas fotografias de nus masculinos, 
cheias de erotismo homossexual, depuradas por meio de uma técnica de preto-e-branco 
sutil e purista que se tornaria sua marca pessoal. Também dedicou-se a uma expressão 
notável, trabalhando temáticas clássicas como retratos, flores, naturezas-mortas 
e crianças. Após sua morte, em 1989, seu último livro foi cassado, proibido e 
retirado das bibliotecas e centros culturais dos EUA.
Figura 28 - Robert Mapplethorpe Self Portrait, 1980
Fonte: mapplethorpe.org/
Figura 19 - Robert Mapplethorpe Larry and Bobby 
Kissing, 1979
Fonte: artsy.net
Figura 30 - Robert Mapplethorpe Patrice, N.Y.C.,1977
Fonte: artsy.net
Figura 31 - Robert Mapplethorpe Self-Portrait, 1978
Fonte: artnet.com
Andres Serrano iniciou sua carreira como diretor de arte e tornou-se reconhecido 
em seu trabalho artístico por fotografar imagens que apresentam fluídos corporais 
como leite materno, sangue, urina e fezes. Sua fotografia Mije no Cristo (1987), 
uma das obras que desencadearam a polêmica da “Guerra da Cultura”, retrata 
um crucifixo submerso na urina do artista. A imagem foi taxada como sacrilégia e 
uma afronta à moral, à religião, à família e ao governo. Até hoje, as exposições 
de Serrano são normalmente recebidas com protestos de grupos fundamentalistas.
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UNIDADE Da Fotografia Pós-Moderna às Tendências Contemporâneas
Figura 32 - Andres Serrano Piss Christ. Body Fluids, 1987
Fonte: artnet.com
Figura 33 - Andres Serrano Pneumonia Due To 
Drowning II. The Morgue,1992
Fonte: artnet.com
 
Figura 34 - Andres Serrano The Curse. 
The Interpretation of Dreams, 2001
Fonte: artnet.com
Figura 35 - Andres Serrano Self-Portrait. Shit, 2008
Fonte: artnet.com
Nan Goldin iniciou sua carreira fotográfica aos 15 anos e com um trabalho que 
parte de sua experiência pessoal, tornou-se famosa por retratar o submundo do 
sexo e das drogas nos anos 70 e 80 em Nova York. Seu trabalho mais notório, 
A balada da dependência sexual (1979-1986), é formado por 700 imagens do 
cenário underground americano e retrata, como um diário intimo e amador, a 
comunidade gay e de transexuais em NY, suas imagens revelam suas amizades, 
relacionamentos, solidão e angústias. Em 1989, Goldin organizou a exposição 
Testemunhas contra nosso desaparecimento, na qual muitas fotografias, sexualmente 
explícitas, enfocaram o impacto da AIDS sobre o corpo humano.
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Figura 36 - Nan Goldin Rise and Monty Kissing, New 
York City,1980
Fonte: moma.org
Figura 37 - Nan Goldin Nan and Brian in Bed, New 
York City,1983
Fonte: moma.org
 
Figura 38 - Nan Goldin. Nan One Month After 
Being Battered (Nan depois de ter apanhado do 
namorado), 1984
Fonte: moma.org
Figura 39 - Nan Goldin Gilles & Gotscho, Paris. Gotscho 
Kissing Gilles, 1992–1993
Fonte: artnet.com
Escola de Dusseldorf
Na década de 80, surgiu no cenário artístico internacional um grupo de 
fotógrafos alemães que, embora apresentem características próprias, compartilham 
a preferência por pontos de vista objetivos, impressões coloridas e câmeras de 
grande formato. Todos estudaram na Academia de Artes de Düsseldorf e foram 
alunos de Bernd Becher, daí o rótulo “Escola de Düsseldorf” que identifica o grupo 
formado por cinco de seus alunos - Thomas Ruff, Axel Hütte, Thomas Struth, 
Candida Höffer e Andreas Gursky.
Andreas Gursky tem como tema recorrente o mundo contemporâneo ou emblemas 
da cultura ocidental globalizada, uma critica ao sistema do capitalismo. Em composições 
complexas, rigorosas e de enormes formatos, a figura humana, por vezes, reduzida ao 
mínimo, é subjugada por uma vasta multidão, por uma paisagem ou por uma enorme 
estrutura arquitetônica. Suas obras são reconhecidas mundialmente.
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UNIDADE Da Fotografia Pós-Moderna às Tendências Contemporâneas
Figura 40 - Andreas Gursky, Pyongyang I, 2007.
Fonte: c4gallery.com
Figura 41- Andreas Gursky Pyongyang V, 2007.
Fonte: http://c4gallery.com/
Figura 42 - Andreas Gursky Paris, Montparnasse, 1993
Fonte: artsy.net
Figura 43 - Andreas Gursky 99 cent, 1999
Fonte: artsy.net
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Thomas Ruff é reconhecido por suas séries de interiores, pelos retratos em 
grandes formatos de pessoas comuns e sem expressão, pelas paisagens urbanas 
sem foco e, a mais polêmica de suas séries, as fotografias retiradas de sites 
pornográficos e manipuladas digitalmente.
 
Figura 44 - Thomas Ruff Porträt. A. Giese, 1989
Fonte: artnet.com
Figura 45 - Thomas Ruff Nudes, 2012
Fonte: artnet.com/
Figura 46 - Thomas Ruff Jpegs, 2006
Fonte: artnet.com
Figura 47 - Thomas Ruff Jpeg la01, 2007
Fonte: artnet.com
Thomas Struth enfoca a fotografia como um meio de expressão original 
retratando principalmente museus, paisagens e interiores arquitetônicos. Sua série 
Fotografias de museu retrata o diálogo da obra de arte com o espectador. A obra 
de arte (realidade pintada) registrada no espaço da galeria (realidade fotografada), 
coloca a própria obra de Struth no contexto da tradição pictórica.
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UNIDADE Da Fotografia Pós-Moderna às Tendências Contemporâneas
Figura 48 - Thomas Struth Audience 7. Galleria dell ‘ 
Accademia, Florenz, 2004
Fonte: artnet.com
Figura 49 - Thomas Struth Museo del Prado / Madrid. 
Room 12, 2005–2009
Fonte: artnet.com
Candida Höffer dedica-se a um tema único, os interiores de instituições culturais 
ou educacionais, registrando a estruturação arquitetônica do conhecimento sempre 
do mesmo ponto de vista.
Figura 50 - Candida Höfer Bayerische Staatsoper in 
München II, 2005
Fonte: artnet.com
Figura 51 - Candida Höfer San Martino Napoli II, 2009
Fonte: artnet.com
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Figura 52 - Candida Höfer Bibliothèque du
Sénat Paris, 2007
Fonte: artnet.com
Figura 53 - Candida Höfer Neues Museum Berlin 
XII, 2009
Fonte: artnet.com
A temática de Axel Hütte, assim como sua estética, um pouco menos objetiva 
e mais romântica e pictórica, o diferencia dos demais integrantes do grupo e 
o torna reconhecido principalmente por suas fotografias de paisagens e cenas 
noturnas de cidades.
Figura 54 - Axel Hütte LAS VEGAS. Rampart, 2003
Fonte: artnet.com
Figura 55 - Axel Hütte Rheingau / Nebel-1, 2009
Fonte: artnet.com
Bernd e sua esposa Hilla Becher são artistas conceituais que retrataram “restos” de edifícios 
industriais abandonados. Salvaguardando testemunhos de desenvolvimentos passados em 
forma de documentos “legíveis” para a posteridade. As imagens de estruturas que captaram 
ao longo de 40 anos constituem o mais importante trabalho de tipologias de edifícios, 
normalmente expostas em grandes sequências. As suas composições não contêm alusões 
ou mensagens e caracterizam uma “Nova Objetividade” do Pós-guerra.
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UNIDADE Da Fotografia Pós-Moderna às Tendências Contemporâneas
Figura 56 - Bernd and Hilla Becher Kies- und Schotterwerke. Gravel Plants, 2006
Fonte: artnet.com
A inquietude dos artistas em transformar a linguagem fotográfica e desafiar 
os modelos tradicionais existentes amplia a cada momento as mais variadas 
possibilidades de expressão. A produção contemporânea é extremamente vasta, 
experimental, híbrida e convive com a fotografia tradicional de qualquer gênero.
A artista e fotógrafa Rosangela Rennó, que nasceu em Minas Gerais, adotou o 
Rio de Janeiro como a cidade onde reside e trabalha. Iniciou suas primeiras mostras 
na década de 80 e, de lá pra cá, realizou um série de incessantes exposições. Sua 
obra é, por vezes, difícil de definir, já que transitam em uma série de meios entre a 
literatura e a fotografia. Rennó é uma artista que não publica e uma fotógrafa que 
não fotografa, mas que mantém uma relação singular entre esses dois meios.
Desde suas primeiras experimentações, usa como artifício a apropriação de 
imagens de textos, ambos especificamente fotográficos, como base intrínsecade 
seus projetos. Coleciona, cataloga, manipula, desbota, corta, distorce, constrói, 
projeta e expõe imagens que, antes descartadas, doadas ou achadas, reencontram 
seu lugar de memória afetiva e a lembrança em projetos diversos como ampliações, 
livros de artista, objetos e instalações. Num mundo saturado de imagens banais, 
Rennó trabalha com a memória numa nostalgia contemporânea onde o passado e 
presente se fundem.
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Figura 57 - Rosangela Rennó. Puzzles, 1994
Fonte: rosangelarenno.com.br
Figura 58 - Rosangela Rennó Cicatriz. 1997
Fonte: enciclopedia.itaucultural.org.br
Figura 59 - Rosangela Rennó Vulgo. 1998
Fonte: rosangelarenno.com.br
Figura 60 - Rosangela Rennó. Red series, 2000
Fonte: rosangelarenno.com.br
Explore os fotógrafos Spencer Tunick, Christian Boltanski, Sophie Calle, Sandy Skoglund, 
Nikki S. Lee, Gillian Wearing, Gregory Crewdson, Rineke Dijkstra.
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UNIDADE Da Fotografia Pós-Moderna às Tendências Contemporâneas
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Tate
http://goo.gl/nEv5Y
Rosângela Renno
http://goo.gl/o4I0NC
 Livros
O que é Pós Moderno
SANTOS, Jair Ferreira dos. O que é Pós Moderno – col. Primeiros passos. Ed. São 
Paulo: Brasiliense, , 2008.
O Ato Fotográficos e outros ensaios
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Isso é Arte?
GOMPERTZ, Will. Isso é Arte? 1988-2008-hoje. Rio de Janeiro: Zahar, 2012.
A fotografia – entre documento e a arte contemporânea
ROUILLE, André. A fotografia – entre documento e a arte contemporânea. São Paulo: 
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A fotografia como arte contemporânea
COTTON, Charlotte. A fotografia como arte contemporânea. São Paulo: Martins 
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 Vídeos
Cindy Sherman, Untitled Film Still #21, 1978
http://goo.gl/tiu2IL
The Ballad of Sexual Dependency- The Tiger Lillies & Nan Goldin [2011]
http://goo.gl/5dGFbP
 Filmes
Lixo Extraordinário
Direção: Lucy Walker, Karen Harley (2010)
 Leitura
Intervencionismo na Fotografia: as fronteiras entre o real e a ficção na obra de Jeff Wall
http://goo.gl/ETpqmq
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Referências
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Edições 70, 2006.
COTTON, Charlotte. A fotografia como arte contemporânea. São Paulo: 
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DUBOIS, Philippe. O Ato Fotográfico e outros ensaios. Campinas, SP: 
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FABRIS, Annateresa. O desafio do Olhar. São Paulo: Martins Fontes, 2011.
GOMPERTZ, Will. Isso é Arte? In GOMPERTZ, Will. Arte Agora: Fama e fortuna, 
1988-2008-hoje. Rio de Janeiro: Zahar, 2012.
HACKING, Juliet. Tudo sobre fotografia. Rio de Janeiro: Sextante, 2012. 
ROUILLE, André. A fotografia – entre documento e a arte contemporânea. São 
Paulo: SENAC, 2009.
SANTOS, Jair Ferreira dos. O que é Pós Moderno – col. Primeiros passos. Ed. 
São Paulo: Brasiliense, , 2008.
SOUGEZ, M. L. História da fotografia. Lisboa: Dinalivro, 2001.
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