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Lei de Responsabilidade Fiscal na Administração Pública

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LEI DE RESPONSEBILIDADE FISCAL
GUARULHS –SP
2018
INTRODUÇÃO
Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) na Administração Pública brasileira. O planejamento, transparência, o controle e a responsabilização dos gestores são as palavras de ordem nessa nova realidade. O planejamento é o primeiro passo para se alcançar uma boa administração.
Necessita- se de um prévio conhecimento das despesas, de uma projeção das receitas, além da previsão de certos riscos. Ademais, todas as atividades financeiras do Estado devem ser controladas, sejam entidades da Administração Direta ou da Indireta. 
A fiscalização, portanto, será contábil, operacional, orçamentária, patrimonial e financeira, nos termos do art. 70 da Lei de Responsabilidade Fiscal e de verá ser realizada no âmbito 
Dos Tribunais de Contas, auxiliando o Poder Legislativo no denominado controle externo, além da atuação do Ministério Público, do controle interno de cada um dos órgãos, do controle da sociedade e do Poder Judiciário.
DESENVOLVIMENTO
 A Lei Complementar nº 101 (LC101), ou Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), é um dos principais instrumentos de disciplina fiscal do Brasil. Instituída em 2002, a LRF foi a culminação de esforços dos governos de Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso rumo ao equilíbrio das contas públicas em todas as esferas de governo, influenciada por medidas similares em outros países e recomendações de órgãos internacionais especializados, como o Fundo Monetário Internacional (FMI). Ela faz uso de uma série de instrumentos constitucionais pré-existentes - a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), a Lei Orçamentária Anual (LOA), a execução orçamentária e o cumprimento das metas - para fortalecer os meios de responsabilização e a transparência de contas da gestão pública, estabelecendo sanções e punições para os governantes que a infringirem. Embora não poucas vezes desrespeitada, a LRF é considerada, junto com o Plano Real, um marco definitivo na estabilização tanto das contas públicas quando da economia brasileira, solidificando a reputação do país na comunidade financeira internacional.
A notória instabilidade econômica que o Brasil vivia nos últimos anos da ditadura e nos primeiros da Nova República, especialmente nos governos de José Sarney (1985-90) e Fernando Collor (1990-92), pressionou os governantes a criar mecanismos de estabilização econômica. O Plano Real foi o primeiro bem sucedido, implementado no governo de Itamar Franco por um time de especialistas como Armínio Fraga, Pedro Malan e Winston Fritsch. Com ele, a hiperinflação, que superara 1700% no acumulado anual de 1989, foi domada e a economia voltou a respirar. Necessitava-se, entretanto, disciplinar os gastos públicos, cujo descontrole em todas as esferas nacionais (União, Estados e municípios) condenava o poder público a um crônico endividamento e falta de recursos.
Na época, o Brasil se aproximava da corrente econômica do monetarismo, influenciada pela Escola de Chicago e então cerne da política fiscal norte-americana, e de instituições globais como o FMI, cujas recomendações de políticas públicas incluíam maior transparência nos atos políticos, publicidade das contas (informações orçamentárias claras e disponíveis para análise) e planejamento firme. O sistema de metas fiscais e punições do Tratado de Maastricht, que regulamentava a Comunidade Econômica Europeia (precursora da União Europeia), também foi outra clara influência para a LRF, junto com o Ato de Reforço Orçamentário dos EUA (metas de superávit, compensação orçamentária...) e o Ato de Responsabilidade Fiscal da Nova Zelândia (redução da dívida pública, foco na transparência do Executivo...). Iniciado em 1995, o Programa de Apoio à Reestruturação e ao Ajuste Fiscal de Estados foi o mais significante antecedente nacional da LRF, legando-lhe princípios como o controle de despesa pessoal, modernização dos sistemas de arrecadação, metas fiscais e controle das dívidas estaduais.
Em geral, a LC101 exige a elaboração e obediência a orçamentos objetivos, o respeito às metas fiscais, a compensação orçamentária (novos gastos devem ser justificados e vir de fontes correlatas de financiamento) e o equilíbrio entre receitas e despesas, tudo com foco em médio e longo prazo, de modo que um governo não prejudique as finanças públicas e repasse as consequências ao governo seguinte. Ela é válida para todos os Poderes e órgãos públicos do país, incluindo Tribunais de Contas, o Ministério Público, administrações diretas, fundos, autarquias, fundações e empresas estatais, e prevê variadas punições conforme o princípio desrespeitado, sendo as mais comuns cassação de mandato (ex.: ultrapassar o limite de despesa com pessoal), anulações do ato infrator (aumento de despesa com pessoal em desacordo com a lei), multas sobre os vencimentos anuais (não apresentar Relatório de Gestão Fiscal, não cumprir metas de controle de dívidas) e reclusões (falhar em adotar as medidas da LRF, ultrapassar os limites de gastos, etc).
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A LRF trouxe para os gestores públicos muitos desafios, fazendo com que tenham que cumprir as regras previstas em lei, ajudando os governantes a administrar de forma responsável os recursos públicos e fazendo com que haja maior transparência na divulgação de informações e responsabilidade em relação à aplicação dos recursos. 
O bom gestor público sempre deverá ter como alicerce em sua gestão a transparência, para garantir um controle social eficiente, disponibilizando
sempre as informações sobre as receitas e as despesas públicas. Conforme já explanado, esta divulgação permite que o cidadão tome conhecimento do direcionamento das verbas, fiscalize a atuação de seus representantes e exija mudanças quando o serviço não for bem prestado. Para que se tenha qualidade nos serviços públicos, é necessário que a população tenha uma participação mais efetiva no cotidiano da Administração Pública. 
E vislumbra-se na internet um mecanismo de fortalecimento desta participação. 
Atualmente, o cidadão pode ter acesso às contas, aos contratos, aos dados e informações dos governantes, ultrapassando a fase em que o indivíduo não tinha conhecimento das políticas públicas em desenvolvimento e da destinação do dinheiro público. 
Pode-se dizer que a primeira e mais relevante contribuição que a moderna tecnologia de informação pode dar à administração pública é facilitar o controle do cidadão e de seus representantes sobre os atos de seus governantes. A Lei de Responsabilidade Fiscal já foi elaborada, alguns instrumentos de participação estão disponíveis. Par a uma real transformação, entretanto, são os próprios brasileiros que precisam se conscientizar de que são os verdadeiros autores das mudanças sociais. 
O cidadão precisa o pinar, fiscalizar e decidir sobre o rumo do país não só na época das eleições, mas de forma permanente. Ele precisa de voz, pois a uma democracia com deficiências se responde com mais democracia e não com menos participação.

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