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ÉTICA 
Prof. Rafael Novais 
 
1ª FASE 
DA OAB – XXXII 
EXAME DE 
ORDEM 
 
 DICAS 
 
 
 
 
 
 
 
DA ATIVIDADE DE ADVOCACIA 
1. Nos termos o Estatuto da OAB - EAOAB (Lei nº 8.906/94), são atividades privativas de advogado regularmente 
inscrito na OAB: Postulação aos órgãos do Poder Judiciário e aos juizados especiais, ressalvadas exceções (atos 
judiciais), além das atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas (atos extrajudiciais). 
2. A figura do Gerente Jurídico equipara-se aos cargos privativos da advocacia. Mesmo que ausente no Estatuto, o 
art. 7º do Regulamento Geral conduz a existência deste cargo juntamente com o cargo de direção jurídica. 
3. Diante da existência de exceções ao ius postulandi (capacidade postulatória), a ADIN 1.127-8 declarou a 
inconstitucionalidade da expressão “qualquer” estampada no inciso I do art. 1º do Estatuto. 
4. Dentre as exceções, destacamos como possível o ingresso no judiciário sem a representação obrigatória por 
advogado: impetração de habeas corpus, juizados especiais (causas não superiores a 20 salários mínimos), juizados 
criminais e cíveis no âmbito da justiça federal (causas de até 60 salários mínimos), juizado especial da fazenda pública 
(por equiparação ao juizado criminal da justiça federal), justiça do trabalho (perante suas varas e TRT), juiz de paz e 
ação de alimentos (art. 2º, da lei 5.478/68). 
5. Os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas só poderão ser levados à registro para adquirir 
personalidade jurídica, em órgãos competentes quando visados por advogados, sob pena de nulidade, exceto para 
microempresas e empresas de pequeno porte (art. 9º, §2º da LC nº 123/06). 
6. Também exercem a atividade de advogado, os integrantes da Advocacia-Geral da União, da Procuradoria da 
Fazenda Nacional, da Defensoria Pública e das Procuradorias e Consultorias Jurídicas dos Estados, do DF, dos 
Municípios e das respectivas entidades de administração indireta e fundacional, sujeitando-se ao regime do Estatuto 
e ao regime próprio, além de ser indispensável a inscrição nos quadros da OAB, sendo elegíveis para qualquer cargo 
no órgão. 
7. O advogado postula, em juízo ou fora dele, fazendo prova do mandato. Porém, em casos de urgência, poderá 
atuar sem procuração, obrigando-se a apresentá-la em 15 dias, prorrogável por igual período. 
8. Os atos privativos da advocacia podem ser subscritos por estagiários inscritos na OAB, desde que em conjunto 
com o advogado ou o defensor público. Isoladamente, mas sob responsabilidade do advogado, o estagiário poderá 
realizar os seguintes atos: retirar e devolver autos em cartório, assinando a respectiva carga; obter junto aos 
escrivães e chefes de secretarias certidões de peças ou autos de processos em curso ou findos; assinar petições de 
juntada de documentos a processos judiciais ou administrativos. E para o exercício de atos extrajudiciais, o estagiário 
pode comparecer isoladamente, quando receber autorização ou substabelecimento do advogado. 
DOS DIREITOS DOS ADVOGADOS 
9. O Direito de Inviolabilidade Profissional (art. 7º, II, EAOAB) deve ser encarada apenas como relativa, diante da 
possibilidade de afastamento quando presentes indícios de autoria da prática de crime por parte de advogado. A 
autoridade competente expedirá mandando de busca e apreensão, em decisão motivada, específico e 
pormenorizado para o cumprimento, devendo ser cumprido da presença de representante da OAB. 
 
 
10. O advogado tem o direito de se comunicar com seus clientes, mesmo sem procuração, quando presos, detidos 
ou recolhidos, ainda que considerados incomunicáveis. A incomunicabilidade entre advogado e cliente é 
inconstitucional. 
11. O Advogado somente poderá ser preso em flagrante por motivo ligado a profissão quando por crime 
inafiançável, sendo indispensável a presença de representante da OAB para a lavratura do auto de prisão. 
12. Quando o advogado for preso em flagrante por motivo diverso (não relacionado com a profissão) será 
dispensável a presença de representante da OAB para lavratura do auto. Entretanto, a Autoridade competente 
deverá comunicar à seccional, para ciência do ocorrido e, se for o caso, instaurar procedimento disciplinar contra o 
advogado. 
13. O Advogado não poderá ser recolhido preso antes de sentença judicial transitada em julgado, salvo em Sala de 
Estado Maior ou, na sua falta, em prisão domiciliar. Extraindo entendimento oriundo da ADIN º 1.127-8, a 
organização da Sala de Estado Maior será definida pela administração pública e não pela OAB. 
14. O advogado tem o direito de ingressar livremente nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, 
ofícios de justiça, serviços notariais e de registro, e, no caso de delegacias e prisões, mesmo fora da hora de 
expediente e independentemente da presença de seus titulares. 
15. Garante-se ao Advogado o direito de examinar, acompanhar, copiar e tomar apontamentos de investigações e 
autos de qualquer natureza, mesmo sem procuração. Entretanto, o acesso poderá ser limitado nos seguintes casos: 
autos sujeitos a sigilo (o advogado deverá apresentar procuração), investigações em andamento não 
documentadas nos autos, quando houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia ou da finalidade das 
diligências (a autoridade limitará o acesso às diligencias já concluídas e documentadas). 
16. O Supremo Tribunal Federal editou a Súmula Vinculante nº 14, determinado: “é direito do defensor, no 
interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que já documentados em procedimento 
investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de 
defesa”. 
17. O advogado pode retirar processos, ainda que findos, mesmo sem procuração, pelo prazo de 10 dias. Porém, 
em pontuais situações não poderá exercer o direito de retirada: processos sob regime de segredo de justiça (sem 
procuração); quando existirem nos autos documentos originais de difícil restauração ou ocorrer circunstância 
relevante que justifique a permanência dos autos no cartório, secretaria ou repartição, reconhecida pela autoridade 
em despacho motivado, proferido de ofício, mediante representação ou a requerimento da parte interessada; e ao 
advogado que houver deixado de devolver os respectivos autos no prazo legal, só realizando depois de intimado. 
18. O Advogado, no exercício de suas funções, terá direito à imunidade profissional, não constituindo injúria e 
difamação puníveis suas manifestações, em juízo ou fora dele. Diante do julgamento da ADIN nº 1.127-8, o desacato 
continua sendo punível ao Advogado. 
19. O Poder Judiciário e o Poder Executivo devem instalar, em todos os juizados, fóruns, tribunais, delegacias de 
polícia e presídios, salas especiais permanentes para os advogados, com apenas o “uso” assegurado à OAB. O 
controle não será exercido pela OAB (ADIN nº 1.127-8). 
20. Específicos direitos foram concebidos para a Advogada gestante, lactante, adotante ou que der à luz, dentre 
eles: à entrada em tribunais sem ser submetida a detectores de metais e aparelhos de raios X, reserva de vaga em 
 
 
garagens dos fóruns dos tribunais, preferência na ordem das sustentações orais e das audiências a serem realizadas 
a cada dia, dentre outras (art. 7º-A, EAOAB). 
DA INSCRIÇÃO, LICENCIAMENTO E CANCELAMENTO 
21. Para inscrição como Advogado será necessário observar os seguintes requisitos: capacidade civil; diploma ou 
certidão de graduação em direito, obtido em instituição de ensino oficialmente autorizada e credenciada; título de 
eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro; aprovação em Exame de Ordem; não exercer atividade 
incompatível com a advocacia; idoneidade moral; e prestar compromisso perante o conselho. 
22. Objetivando a celeridade da inscrição dos Advogados, o EAOAB reconhece a possibilidade da entrega de certidão 
de graduação em direito. Porém, nos termos do art. 23 do Regulamento Geral, a opção pelacertidão deve ser 
acompanhada de cópia autenticada do respectivo histórico escolar. 
21. Sendo bacharel do sexo masculino, deverá preencher os requisitos do título de eleitor e quitação militar (serviço 
obrigatório). Tratando-se do sexo feminino, apenas será requerido o título de eleitor. Os estrangeiros não precisarão 
de título e nem quitação militar, mas necessitam fazer prova do título de graduação, obtido em instituição 
estrangeira, devidamente revalidado no Brasil (art. 8º, §2º, EAOAB). 
22. A idoneidade moral não encontra definição no EAOAB, mas apenas na doutrina. O advogado tornando-se 
inidôneo, sofrerá a penalidade de exclusão (art. 38, II, EAOAB), só retornando após reabilitação (art. 41, § único, 
EAOAB). A inidoneidade poderá ser suscitada por qualquer pessoa e declarada se obter 2/3 dos votos de todos os 
membros do conselho competente. Ressalte-se que a pratica de crime infamante pressupõe a inidoneidade. 
23. Prestar compromisso perante o conselho é ato solene e personalíssimo, portanto, indelegável. Sequer poderá 
ser exercido mediante procuração. 
24. Para inscrição como estagiário será necessário observar os seguintes requisitos: capacidade civil; título de eleitor 
e quitação do serviço militar, se brasileiro; não exercer atividade incompatível com a advocacia; idoneidade moral; 
prestar compromisso perante o conselho; e, ainda, ter sido admitido em estágio profissional de advocacia. Na 
prática, apenas não será requisito o diploma ou certidão de graduação e a aprovação no Exame de Ordem. 
25. O estágio terá duração de dois anos, e acontece nos últimos anos do curso jurídico. Sua inscrição como estagiário 
será realizada na seccional onde sem localize o seu curso. 
26. O aluno de curso jurídico que exerça atividade incompatível com a advocacia, poderá frequentar o estágio 
ministrado pela respectiva instituição de ensino superior, apenas para fins de aprendizagem. Será vedada a 
inscrição desse estagiário na OAB. 
27. O Estatuto aborda três tipos de inscrição para o advogado: principal, suplementar e por transferência. Para o 
estagiário apenas a modalidade inscrição do estagiário. 
28. Inscrição principal é a primeira inscrição do advogado, que em regra será realizada no Conselho Seccional em 
cujo território pretende estabelecer o seu domicílio profissional. Em caso de dúvida, prevalece o domicílio da pessoa 
física do advogado. 
29. Inscrição suplementar será realizada nos Conselhos Seccionais em cujos territórios (Estados) passar a exercer 
habitualmente a profissão. Entenda-se por habitualidade a intervenção judicial que exceder cinco causas por ano. 
 
 
Só serão contabilizadas as intervenções judiciais, não se incluindo neste limite as aquelas de feição extrajudicial 
(consultoria, assessoria, direção, pareceres, entre outros). 
30. Inscrição por transferência será utilizada em caso de mudança efetiva de domicílio profissional para outra 
unidade federativa. Deve o advogado requerer a transferência de sua inscrição para o Conselho Seccional 
correspondente, em passar a estabelecer seu domicilio profissional. 
31. Cancelamento é a saída do advogado da OAB e ocorrerá nas seguintes hipóteses: quando o advogado assim o 
requerer; sofrer penalidade de exclusão; falecer; passar a exercer, em caráter definitivo, atividade incompatível com 
a advocacia; perder qualquer um dos requisitos necessários para inscrição. Com o cancelamento perderá o numero 
da OAB, e caso requeira novo pedido de inscrição, novo número será gerado (não restaura o número anterior). 
32. Se o cancelamento decorrer da penalidade de exclusão, o novo pedido de inscrição deverá ser acompanhado 
das provas de reabilitação. 
33. Nas hipóteses de cancelamento por penalidade de exclusão, falecimento ou passar a exercer, em caráter 
definitivo, atividade incompatível com a advocacia, o cancelamento deverá ser promovido de ofício, pelo conselho 
competente, ou em virtude de comunicação por qualquer pessoa. 
34. Licença é o afastamento apenas temporário das atividades da advocacia e ocorrerá nas seguintes hipóteses: 
quando o advogado assim o requerer, por motivo justificado; passar a exercer, em caráter temporário, atividade 
incompatível com o exercício da advocacia; sofrer doença mental considerada curável. O advogado ficará 
dispensado de pagar as contribuições no período que estiver afastado. 
 
DA SOCIEDADE DE ADVOGADOS 
35. Os advogados podem reunir-se em Sociedade Simples de prestação de serviços de advocacia ou constituir 
Sociedade Unipessoal de Advocacia (SUA). 
36. A sociedade de advogados (simples ou unipessoal) adquirem personalidade jurídica com o registro dos seus atos 
constitutivos no Conselho Seccional em cuja base territorial tiver sede, sendo proibido o registro em outros órgãos 
que não a OAB. 
37. Constitui infração disciplinar, punível com censura, manter sociedade profissional fora das normas e preceitos 
estabelecidos no Estatuto. 
38. É vedado ao advogado integrar mais de uma sociedade de advogados, constituir mais de uma sociedade 
unipessoal de advocacia, ou integrar, simultaneamente, uma sociedade de advogados e uma sociedade unipessoal 
de advocacia, com sede ou filial na mesma área territorial do respectivo Conselho Seccional. 
39. Os advogados sócios de uma mesma sociedade profissional NÃO podem representar em juízo clientes de 
interesses opostos. 
40. Na razão social (nome) não será admitido denominação de fantasia, ter formas ou características de sociedade 
empresária, incluir pessoa não inscrita nos quadros da OAB ou que realizem atividades estranhas à advocacia. Sendo 
 
 
assim, na razão social será obrigatório o nome de pelo menos um advogado responsável pela sociedade, podendo 
permanecer o do sócio falecido se previsto no ato constitutivo. 
41. A denominação da sociedade unipessoal de advocacia deverá ser formada obrigatoriamente pelo nome do 
advogado, completo ou parcial, acompanhado posteriormente da expressão “Sociedade Individual de Advocacia”. 
42. A sociedade, o sócio e o titular da sociedade individual de advocacia respondem subsidiária e ilimitadamente 
pelos danos causados aos clientes por ação ou omissão no exercício da advocacia, sem prejuízo da responsabilidade 
disciplinar em que possam incorrer. Trata-se de responsabilidade civil subjetiva, fundamentada da culpa em sentido 
amplo. 
 
DO ADVOGADO EMPREGADO 
43. O advogado empregado é aquele que mantém vínculo empregatício, prestando seus serviços de advogado a 
uma sociedade ou empresa. Ressalte-se que esse vínculo não retira a isenção técnica nem reduz a independência 
do profissional. 
44. O advogado empregado não está obrigado à prestação de serviços profissionais de interesse pessoal dos 
empregadores, fora da relação de emprego. 
45. A jornada de trabalho será de 4 horas continuas diárias, não excedendo a de 20 horas semanais, salvo se 
estipulado em acordo ou convenção coletiva de trabalho ou em regime de dedicação exclusiva. Em se tratando de 
regime de dedicação exclusiva, a sua jornada de trabalho não poderá exceder 8 horas diárias. 
46. Tanto na jornada de trabalho, quanto no regime de dedicação exclusiva será contabilizado o período em que 
estiver à disposição do empregador. 
47. As horas excedentes à jornada de trabalho (horas extras) serão remuneradas por um adicional não inferior a 
100% sobre o valor da hora normal. O horário noturno do advogado, compreendido entre as 20 horas de um dia 
até às 5 horas do dia seguinte, será remunerada com adicional de 25%. 
48. Tratando de relação advogado-empresa, os honorários de sucumbência pertencerão ao profissional. Integrante 
de Sociedade de Advocacia, ocorrerá a partilha entre ambos, na forma estabelecida em acordo. 
 
DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 
49. Os honorários advocatícios guardam natureza alimentar, integrando o patrimônio civil do profissional. Portanto, 
na hipótese de falecimento ou incapacidade civil do advogado, os honorários de sucumbência, proporcionais ao 
trabalho realizado, serãorecebidos por seus sucessores ou representantes legais. 
50. Os honorários devem respeitar ao critério da moderação, aplicados segundo os elementos de relevância, vulto, 
complexidade, dificuldade, trabalho, tempo, condição econômica do cliente, lugar da prestação do serviço, 
competência profissional, dentre outros estampados no Novo Código de Ética e Disciplina da OAB – NCED (Resolução 
02/2015 do Conselho Federal). 
 
 
51. Além dos requisitos mencionados, o Advogado precisa observar o valor mínimo da Tabela de Honorários 
instituída pelo respectivo Conselho Seccional onde for realizado o serviço, sob pena de caracterizar-se aviltamento 
de honorários (punível com censura). 
52. Salvo estipulação contratual em sentido diverso, o EAOAB estabelece pagamento dos honorários da seguinte 
forma: 1/3 devido no início do serviço, 1/3 até a decisão de primeira instância e o restante no final. 
53. Existem três tipos de honorários: convencionados (contratuais), por arbitramento e os de sucumbência. 
54. Os honorários convencionados são aqueles livremente pactuados/contratados entre cliente e advogado. O 
contrato de prestação de serviços não exige forma especial, mas deve estabelecer com clareza e precisão seu 
objetivo, valores, forma de pagamentos, dentre outros. Essa prestação poderá ser contratada, verbalmente ou por 
escrito, ainda que o NCED prefira a última modalidade. 
55. Os honorários por arbitramento acontecem na falta de estipulação ou de acordo. Serão juridicamente 
estipulados, em remuneração compatível com o trabalho e o valor econômico da questão, não podendo ser 
inferiores aos estabelecidos na tabela organizada pelo Conselho Seccional da OAB respectivo. 
56. Os honorários de sucumbência são aqueles provenientes da parte vencida na causa, pagos ao advogado da parte 
vencedora e não integram o salário ou a remuneração do profissional para fins de abatimento. 
57. A execução dos honorários arbitrados ou por sucumbência poderá ocorrer nos próprios autos da ação que lhe 
originou, podendo requerer que o precatório seja expedido em seu favor, quando juntado o contrato de honorários, 
recebendo diretamente. 
58. Na cláusula quota litis (participação do advogado no ganho da causa), o advogado assume os riscos da demanda, 
ou seja, cliente e advogado dividirão os ganhos possivelmente oriundos da causa. Nesse caso, os honorários devem 
ser pagos obrigatoriamente em pecúnia (dinheiro), não podendo a soma dos valores (acrescida dos honorários) 
ultrapassar os ganhos do cliente. 
59. Excepcionalmente admite-se, na cláusula quota litis, a participação do advogado em bens particulares do 
cliente. Esta permissão apenas será admitida quando o cliente comprovadamente não tiver condições pecuniárias 
de satisfazer o débito dos honorários, ajustando contratualmente tal forma de pagamento. 
60. O prazo prescricional para ação de cobrança dos honorários do advogado ocorrerá em 5 anos, iniciando-se: do 
vencimento do contrato, se houver; do trânsito em julgado da decisão que os fixar; da ultimação do serviço 
extrajudicial; da desistência ou transação; da renúncia ou revogação do mandato. 
 
DAS INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS 
61. A incompatibilidade (art. 28, EAOAB) caracteriza-se pela proibição total ao exercício da advocacia, mesmo em 
causa própria, e permanece mesmo que o ocupante do cargo ou função deixe de exercê-lo temporariamente 
(exemplo, férias). Tendo caráter definitivo, gera o cancelamento da inscrição da OAB, enquanto no seu caráter 
temporário gera apenas a sua licença. 
 
 
 
62. No julgamento da ADI 1.127-8, o STF determinou que os Advogados que exerçam mandado temporário de juiz 
eleitoral não estarão incompatíveis com a advocacia. 
63. Dentre as ausências de incompatibilidade, destacam-se: A administração acadêmica diretamente relacionada 
ao magistério jurídico, bem como os que não detenham poder de decisão relevante sobre interesses de terceiro, a 
juízo do conselho competente da OAB. 
64. São incompatíveis também os ocupantes de funções de direção e gerência em instituições financeiras, inclusive 
privadas. Tais como: bancos, administradoras de cartões de crédito, bolsas, sociedades de crédito, financiamento e 
Investimentos, as cooperativas de crédito, entre outras, sejam públicas ou privadas. 
65. O impedimento (art.30, EAOAB) conceitua-se apenas pela proibição parcial, apenas não podendo advogar em 
alguns casos determinados no EAOAB. Em outros termos, o profissional impedido poderá advogar com restrições. 
66. Não se incluem nas hipóteses de impedimento os docentes dos cursos jurídicos, ou seja, os professores de 
cursos jurídicos poderão advogar, ainda que contra a Fazenda Pública que os remuneram. 
67. Os Procuradores Gerais, Advogados Gerais, Defensores Gerais e Dirigentes de órgãos jurídicos da Administração 
Pública direta, indireta e fundacional, não são impedidos e nem incompatíveis de exercer a advocacia. Em verdade, 
detêm o exercício limitado da advocacia, pois apenas podem exercer para o órgão ao qual se vinculam. 
 
DAS INFRAÇÕES E SANÇÕES DISCIPLINARES 
68. O rol de Infrações Disciplinares encontra-se estampada taxativamente no estatuto (art. 34, EAOAB), aplicáveis 
apenas aos inscritos nos quadros da OAB como advogados ou estagiários, por ação ou omissão. 
69. As infrações disciplinares são puníveis com as sanções de censura, suspensão, exclusão dos quadros da OAB, 
além da multa aplicada conjuntamente em determinadas situações. 
70. Censura conceitua-se como infração disciplinar de cunho leve, cabível nos casos: estampados no art. 34, I a XVI 
e XXIX do Estatuto; quando violar preceito do Código de Ética e Disciplina, quando para a violação não existir sanção 
mais grave. 
71. A censura pode ser convertida em mera advertência, por meio de ofício reservado, sem registro nos 
assentamentos do inscrito, constando apenas no cadastro interno para fins de antecedentes, quando presente 
circunstância atenuante. 
72. A Suspensão caracteriza-se como a proibição ao exercício da advocacia, mesmo em causa própria, por um 
período de 30 dias a 12 meses, sob pena de nulidade. Aplica-se nas infrações definidas no art. 34, XVII a XXV, do 
EAOAB, bem como nos casos de reincidência em infração disciplinar. 
73. Em situações excepcionais, o prazo de suspensão poderá extrapolar o período de 12 meses, quais sejam: 
a) Recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao cliente de quantias recebidas dele ou de terceiros por 
conta dele: a suspensão perdura até que se preste as contas; 
 
 
b) Deixar de pagar as contribuições, multas e preços de serviços devidos à OAB, depois de regularmente 
notificado a fazê-lo: a suspensão perdura até que satisfaça integralmente a dívida, inclusive com correção 
monetária; 
c) Erros reiterados que evidenciem inépcia profissional: a suspensão perdura até que preste novas provas de 
habilitação. 
 
74. Ocorrerá suspensão preventiva do advogado em caso de repercussão prejudicial à advocacia, depois de ouvi-lo 
em sessão especial pelo Tribunal de Ética e Disciplina do Conselho seccional, onde o acusado tenha inscrição 
principal. 
75. A Exclusão amolda-se como penalidade de cunho grave. O advogado terá sua inscrição cancelada e 
consequentemente perderá o número original. Para sua aplicação será necessária a manifestação favorável de 2/3 
dos membros do Conselho Seccional competente, nas seguintes situações: reiteração por três vezes da sanção de 
suspensão, e nas infrações definidas no art. 34, XXVI a XXVIII, do EAOAB. 
76. Multa é penalidade aplicada cumulativamente com as sanções de censura ou suspensão, quando existirem 
circunstâncias agravantes. O valor varia entre o mínimo correspondente ao de uma anuidade e o máximo de dez, 
dependendo da agravante identificada. 
77. A Reabilitação será permitida ao advogado que tenha cometido qualquer sanção disciplinar, podendo requerer, 
um ano após seu cumprimento, em face de provas efetivas de bom comportamento. Resultando da prática de crime, 
o pedidode reabilitação depende também da correspondente reabilitação criminal. 
78. A Prescrição da pretensão punitiva ocorrerá em 5 anos, contados a partir da data da constatação oficial do fato. 
Pode ser declarada a qualquer momento, inclusive de oficio. 
79. A Prescrição intercorrente será aplicada a todo processo paralisado por mais de 3 anos, pendentes de despacho 
ou julgamento, devendo ser arquivado de ofício ou a requerimento da parte interessada, sem prejuízo de serem 
apuradas as responsabilidades pela paralisação. 
 
DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL 
80. O estatuto determina que a Ordem dos Advogados do Brasil – OAB constitui serviço público dotado de 
personalidade jurídica própria e forma federativa, tendo dupla finalidade: institucional e corporativa. 
81. Ainda que constitua serviço público, a OAB não mantém vínculo funcional ou hierárquico com qualquer órgão 
da administração pública, além de gozar de imunidade tributária total em relação a seus bens, rendas e serviços. 
82. São órgãos da OAB: o Conselho Federal, Conselho Seccional, Subseção e a Caixa de Assistência aos Advogados. 
 
 
 
 
 
 
DO CONSELHO FEDERAL 
83. É órgão máximo da OAB, dotado de personalidade jurídica própria, com sede na Capital da República, 
compondo-se de: Conselheiros Federais (integrantes das delegações de cada unidade federativa) e dos seus ex-
presidentes (na qualidade de membros honorários vitalícios). 
84. Os ex-presidentes terão direito apenas a voz nas sessões. Porém, para aqueles que originariamente assumiram 
o cargo de Presidente até a data da publicação da lei do atual Estatuto (4 de julho de 1994) fica assegurado o pleno 
direito de voz e voto em suas sessões. 
85. Cada delegação será composta por 3 Conselheiros Federais de 27 delegações (Estados e Distrito Federal), 
totalizando de 81 Conselheiros Federais. Cada delegação terá direito apenas à um voto (maioria), e não pode ser 
exercido nas matérias de interesse da unidade que represente. O Presidente, nas deliberações do Conselho, deterá 
apenas o voto de qualidade, ou seja, o voto de desempate. 
86. A Diretoria do Conselho Federal será composta pelo Presidente, Vice-Presidente, Secretário-Geral, Secretário-
Geral Adjunto e Tesoureiro. 
87. O Presidente do Conselho Federal exerce a representação nacional e internacional da OAB, competindo-lhe 
convocar o Conselho Federal, presidi-lo, representá-lo ativa e passivamente, em juízo ou fora dele, promover-lhe a 
administração patrimonial e dar execução às suas decisões. 
88. Os Presidentes dos Conselhos da OAB e das Subseções podem requisitar cópias de peças de autos e documentos 
a qualquer tribunal, magistrado, cartório e órgão da Administração Pública direta, indireta e fundacional. A ADI 
1.127-8 externam a necessidade de motivação do pedido, desde que compatível com as finalidades da lei, além 
responsabilização pelos custos da requisição, ressalvados os documentos cobertos por sigilo. 
 
DO CONSELHO SECCIONAL 
89. O Conselho Seccional é dotado de personalidade jurídica, e têm jurisdição sobre os respectivos territórios dos 
Estados-membros, do Distrito Federal e dos Territórios. Será composto pelos conselheiros eleitos, incluindo os 
membros da Diretoria e seus ex-presidentes. 
90. O número de conselheiros será definido de maneira proporcional ao de seus inscritos, aplicando-se os seguintes 
critérios: abaixo de 3.000 inscritos, até 30 membros serão eleitos; e a partir de 3.000 inscritos, mais um membro é 
acrescentado por grupo completo de 3.000, até o total de 80 membros (máximo). 
91. Os suplentes atuam substituindo os titulares nas ausências e faltas dos titulares, eleitos na chapa vencedora, em 
número fixado entre a metade e o total de conselheiros existentes. Eles podem desempenhar atividades 
permanentes e temporárias, na forma do Regimento Interno. 
92. A Diretoria do Conselho Seccional tem composição idêntica e atribuições equivalentes às do Conselho Federal: 
Presidente, Vice-Presidente, Secretário-Geral, Secretário-Geral Adjunto e Tesoureiro. 
 
 
 
DA SUBSEÇÃO 
93. Considerado extensão do Conselho Seccional, a Subseção não possui personalidade jurídica própria. Caberá ao 
Conselho Seccional autorizar ou determinar a extinção de Subseções em seu Estado. 
94. A área territorial da Subseção pode abranger um ou mais municípios, ou parte de município, inclusive da capital 
do Estado, contando com um mínimo de quinze advogados, nela profissionalmente domiciliados. 
95. A diretoria da Subseção tem a mesma composição e atribuições da Diretoria do Conselho Seccional, existindo 
naquela Subseção mais de 100 advogados inscritos, poderá ser formado o Conselho de Subseção, tendo o número 
definido pela própria Seccional. 
96. O Conselho Seccional, mediante o voto de dois terços de seus membros, pode intervir nas Subseções, onde 
constatar grave violação desta lei ou do regimento interno daquele. 
97. São competências da Subseção: dar cumprimento efetivo às finalidades da OAB; velar pela dignidade, 
independência e valorização da advocacia, e fazer valer as prerrogativas do advogado; representar a OAB perante 
os poderes constituídos; desempenhar as atribuições previstas no regulamento geral ou por delegação de 
competência do Conselho Seccional. 
98. Os conflitos de competência entre Subseções e entre estas e o Conselho Seccional são por este decididos, com 
recurso voluntário ao Conselho Federal. 
 
DA CAIXA DE ASSISTÊNCIA DOS ADVOGADOS 
99. A Caixa de Assistência dos Advogados é dotada de personalidade jurídica própria, e são criadas pelos Conselhos 
Seccionais, quando estes contarem com mais de mil e quinhentos inscritos, independente da aprovação do 
Conselho Federal. 
100. A Caixa será destinada a prestar assistência aos inscritos no Conselho Seccional a que se vincule. Essa assistência 
tem que respeitar as seguintes condições: regularidade do pagamento, pelo inscrito, da anuidade à OAB; carência 
de um ano, após o deferimento da inscrição; disponibilidade de recursos da Caixa. Poderá, em casos especiais, haver 
dispensa dos requisitos da regularidade do pagamento e a carência de um ano. 
101. A Diretoria da Caixa será composta de cinco membros, com atribuições definidas no seu regimento interno. 
Os cargos da Diretoria da Caixa de Assistência dos Advogados têm as seguintes denominações: Presidente, Vice-
Presidente, Secretário, Secretário Adjunto e Tesoureiro. 
102. O Conselho Seccional, mediante voto de dois terços de seus membros, pode intervir na Caixa de Assistência 
dos Advogados, no caso de descumprimento de suas finalidades, designando diretoria provisória, enquanto durar 
a intervenção. 
 
 
 
 
DAS ELEIÇÕES E DOS MANDATOS 
103. A eleição dos membros de todos os órgãos da OAB ocorrerá trienalmente (3 anos), na segunda quinzena de 
novembro (entre os dias 16 e 30), do último ano do mandato, mediante cédula única para votação direta dos 
advogados regularmente inscritos (comparecimento obrigatório). 
104. Requisitos para se candidatar: comprovar situação regular junto à OAB, não ocupar cargo exonerável ad 
nutum, não ter sido condenado em definitivo por infração disciplinar (salvo reabilitação), exerça efetivamente a 
profissão há mais de cinco anos, esteja em dia com as anuidades, não ocupe cargos ou funções incompatíveis com 
a advocacia (em caráter permanente ou temporário), não integre listas, com processo em tramitação, para 
provimento de cargos nos tribunais judiciais ou administrativos. Consideram-se eleitos os candidatos integrantes da 
chapa que obtiver a maioria dos votos válidos. 
105. A eleição da Diretoria do Conselho Federal, obedecerá a regras específicas: Registro da candidatura à 
presidência junto ao Conselho Federal, desde 6 meses até 1 mês antes da eleição; apoiamento de, no mínimo, 6 
Conselhos Seccionais; até 1 mês antes das eleições, deverá ser requerido o registro da chapa completa, sob pena 
de cancelamento da candidatura respectiva; no dia 31 de janeiro do ano seguinte ao da eleição, o Conselho Federalelegerá, em reunião presidida pelo conselheiro mais antigo, por voto secreto e para mandato de 3 (três) anos, sua 
diretoria, que tomará posse no dia seguinte; será considerada eleita a chapa que obtiver maioria simples dos votos 
dos Conselheiros Federais, presente a metade mais 1 (um) de seus membros. Com exceção do candidato a 
Presidente, os demais integrantes da chapa deverão ser conselheiros federais eleitos. 
106. A chapa para o Conselho Seccional deverá ser composta dos candidatos ao conselho, à sua diretoria, à 
delegação ao Conselho Federal e à Diretoria da Caixa de Assistência dos Advogados para eleição conjunta. 
107. A chapa para a Subseção deve ser composta com os candidatos à diretoria e de seu conselho, quando houver. 
108. O mandato para qualquer órgão da OAB será de 3 anos, iniciando-se em primeiro de janeiro do ano seguinte 
ao da eleição, salvo o Conselho Federal que se inicia em primeiro de fevereiro do ano seguinte ao da eleição. 
109. Ocorrerá automática extinção do mandato antes do término de seu prazo nas seguintes situações: ocorrer 
qualquer hipótese de cancelamento de inscrição ou de licenciamento do profissional; o titular sofrer condenação 
disciplinar; o titular faltar, sem motivo justificado, a três reuniões ordinárias consecutivas de cada órgão deliberativo 
do conselho ou da diretoria da Subseção ou da Caixa de Assistência dos Advogados, não podendo ser reconduzido 
no mesmo período de mandato. 
 
DO PROCESSO NA OAB 
110. O Estatuto autoriza a aplicação subsidiária das regras da legislação processual penal comum ao tema do 
processo disciplinar. Nos demais processos, aplica-se subsidiariamente as regras gerais do procedimento 
administrativo comum e da legislação processual civil, nessa ordem. 
111. A notificação inicial para a apresentação de defesa prévia ou manifestação em processo administrativo perante 
a OAB deverá ser feita através de correspondência, com aviso de recebimento, enviada para o endereço 
profissional ou residencial constante do cadastro do Conselho Seccional. 
 
 
112. Todos os prazos necessários à manifestação de advogados, estagiários e terceiros, nos processos em geral da 
OAB, são de quinze dias, inclusive para interposição de recursos. Quando a comunicação ocorrer por meio de oficio 
ou notificação pessoal o prazo será contado a partir do dia útil imediato ao da notificação do recebimento. Nos 
casos de publicação na imprensa oficial do ato ou da decisão, o prazo inicia-se no primeiro dia útil seguinte. 
113. O processo disciplinar instaura-se de ofício ou mediante representação do interessado, vedado o anonimato. 
O poder de punir disciplinarmente os inscritos na OAB compete exclusivamente ao Conselho Seccional em cuja base 
territorial tenha ocorrido a infração, salvo se a falta for cometida perante o Conselho Federal. 
114. Ao Tribunal de Ética e Disciplina, da respectiva seccional, cabe julgar os processos disciplinares, instruídos 
pelas Subseções ou por relatores do próprio Conselho. 
115. O processo disciplinar tramita em sigilo até seu término, limitando o acesso às suas informações apenas para 
as partes, seus defensores e a autoridade judiciária competente. 
116. Requisitos para a representação: identificação do representante, com a sua qualificação civil e endereço; a 
narração dos fatos que a motivam, de forma que permita verificar a existência, em tese, de infração disciplinar; os 
documentos que eventualmente a instruam e a indicação de outras provas a ser produzidas, bem como, se for o 
caso, o rol de testemunhas, até o máximo de cinco; a assinatura do representante ou a certificação de quem a tomou 
por termo, na impossibilidade de obtê-la. 
117. Cabe revisão do processo disciplinar quando ocorrer erro de julgamento ou condenação baseada em falsa 
prova. Também será admitido recurso contra a decisão: A) ao Conselho Federal de todas as decisões definitivas 
proferidas pelo Conselho Seccional, quando não tenham sido unânimes ou, sendo unânimes, contrarie o Estatuto, 
decisão do Conselho Federal ou de outro Conselho Seccional e, ainda, o regulamento geral, o Código de Ética e 
Disciplina e os Provimentos. B) ao Conselho Seccional de todas as decisões proferidas por seu Presidente, pelo 
Tribunal de Ética e Disciplina, ou pela diretoria da Subseção ou da Caixa de Assistência dos Advogados. 
118. Todos os recursos têm efeito suspensivo, exceto: quando tratarem de eleições, de suspensão preventiva 
decidida pelo Tribunal de Ética e Disciplina, e de cancelamento da inscrição obtida com falsa prova. 
 
DO DESAGRAVO PÚBLICO 
119. O Desagravo Público conceitua-se como reparação social, promovida pela OAB, em defesa do advogado e suas 
prerrogativas, dirigida à sociedade. Tratando-se de ofensa no exercício da profissão, o profissional ofendido não 
poderá dispor desse direito/prerrogativa (não poderá dispensar a existência do desagravo). 
120. No caso de ofensa a inscrito na OAB, no exercício da profissão ou de cargo ou função de órgão da OAB, o 
conselho competente deve promover o desagravo público do ofendido, sem prejuízo da responsabilidade criminal 
em que incorrer o infrator. Podendo ocorrer de ofício, a seu pedido (ofendido), ou de qualquer pessoa. 
121. Compete ao relator, quando convencido da existência de prova ou indício de ofensa relacionada ao exercício 
da profissão ou de cargo da OAB, propor ao Presidente que solicite informações da pessoa ou autoridade ofensora, 
no prazo de quinze dias, salvo em caso de urgência e notoriedade do fato. 
 
 
 
122. O relator pode propor o arquivamento do pedido quando a ofensa for de caráter pessoal, doutrinário, político 
ou religioso, não estando relacionada com o exercício profissional ou com as prerrogativas gerais do advogado. 
123. Quando o relator estiver convencido da ofensa, emitirá um parecer, submetendo-o ao Conselho. Acolhido o 
parecer, é designada a sessão de desagravo, que será amplamente divulgada em vários meios de comunicação. Na 
sessão de desagravo o Presidente lê a nota a ser publicada na imprensa, encaminhada ao ofensor e às autoridades 
e registrada nos assentamentos do inscrito. 
124. Em regra, o desagravo ocorrerá no Conselho Seccional onde ocorreu a ofensa. Contudo, se a ofensa ocorrer 
no território da Subseção a que se vincule o inscrito, a sessão de desagravo pode ser promovida pela diretoria ou 
conselho da Subseção, com representação do Conselho Seccional. 
125. Compete ao Conselho Federal promover o desagravo público de Conselheiro Federal ou de Presidente de 
Conselho Seccional, quando ofendidos no exercício das atribuições de seus cargos e ainda quando. Também 
compete ao Conselho Federal situações relacionadas a ofensa que se revestir de relevância e grave violação às 
prerrogativas profissionais, com repercussão nacional. 
 
DA ADVOCACIA PRO BONO 
126. Advocacia Pro Bono caracteriza-se como prestação gratuita, eventual e voluntária de serviços jurídicos em 
favor de instituições sociais sem fins econômicos e aos seus assistidos, sempre que os beneficiários não dispuserem 
de recursos para a contratação de profissional. Também pode ser exercida em favor de pessoas naturais que, 
igualmente, não dispuserem de recursos para, sem prejuízo do próprio sustento, contratar advogado (caráter de 
filantropia). 
127. O exercício da Advocacia por bono deve adotar os seguintes requisitos: eventualidade, voluntariedade e 
gratuidade, não podendo ser utilizada para fins político-partidários ou eleitorais, nem beneficiar instituições que 
visem a tais objetivos, ou como instrumento de publicidade para captação de clientela. 
 
SIGILO DO ADVOGADO 
128. Elencado como Direito do Advogado (art. 7º, XIX, EAOAB), o sigilo consiste no poder do profissional recusar-
se a depor como testemunha em processo no qual funcionou ou deva funcionar, ou sobre fato relacionado com 
pessoa de quem seja ou foi advogado, mesmo quando autorizado ou solicitado pelo constituinte. 
129. Também constitui obrigação do advogado para com o cliente,pois tem o dever de guardar sigilo dos fatos de 
que tome conhecimento no exercício da profissão. 
130. O sigilo não é absoluto, pois o Código de Ética e Disciplina da OAB traz exceções à regra. Haverá relativização 
do sigilo em situações excepcionais, quais sejam: casos em que configurem justa causa, como nos de grave ameaça 
ao direito à vida e à honra (do advogado ou terceiro) ou que envolvam defesa própria (do advogado). 
 
 
 
 
DA PUBLICIDADE PROFISSIONAL 
131. A publicidade na advocacia tem caráter meramente informativo, prezando pela discrição e sobriedade, não 
podendo configurar captação de clientela ou mercantilização da profissão, sendo vedada a divulgação conjunta 
com outra atividade. 
132. É vedada a publicidade em rádio, cinema e televisão; outdoors, painéis luminosos; as inscrições em muros, 
paredes, veículos, elevadores ou em qualquer espaço público; o fornecimento de dados de contato, como endereço 
e telefone, em colunas ou artigos literários, culturais, acadêmicos ou jurídicos, publicados na imprensa, bem assim 
quando de eventual participação em programas de rádio ou televisão, ou em veiculação de matérias pela internet, 
sendo permitida a referência a e-mail; a utilização de mala direta, a distribuição de panfletos ou formas 
assemelhadas de publicidade, com o intuito de captação de clientela. 
133. Objetivando a identificação do escritório, será permitida a utilização de placas, painéis luminosos e inscrições 
em suas fachadas, primando pela discrição e sobriedade, com caráter meramente informativo. 
134. O advogado poderá participar de programa de televisão ou rádio, dar entrevista na imprensa, reportagem 
televisionada ou veiculada por qualquer outro meio, desde que eventualmente, para manifestação profissional, 
visando objetivos exclusivamente ilustrativos, educacionais e instrutivos. 
135. É vedado ao advogado participar de programas midiáticos com propósito de promoção pessoal ou profissional. 
136. O advogado não pode realizar pronunciamentos sobre métodos de trabalho usados por seus colegas de 
profissão, em especial com intuito crítico. 
137. O advogado poderá manter colunas ou artigos literários, desde que não se objetive litígios ou instigue o litígio 
entre os leitores, como mecanismo velado de captação de clientela. 
138. A publicidade promovida nos cartões e materiais do escritório deverá vir acompanhada do nome do advogado 
ou da sociedade de advogados, o número ou os números de inscrição na OAB. Poderá referir-se apenas aos títulos 
acadêmicos do advogado e as distinções honoríficas relacionadas à vida profissional, bem como as instituições 
jurídicas de que faça parte, e as especialidades a que se dedicar, o endereço, e-mail, site, página eletrônica, QR code, 
logotipo e a fotografia do escritório. 
139. É vedada a inclusão de fotografias pessoais ou de terceiros nos cartões de visitas do advogado, bem como 
menção a qualquer emprego, cargo ou função pública ocupado, atual ou pretérito, em qualquer órgão ou 
instituição, salvo o de professor universitário. Permite-se a informação sobre o horário e os idiomas em que o cliente 
poderá ser atendido. 
140. São admissíveis como formas de publicidade o patrocínio de eventos ou publicações de caráter científico ou 
cultural, assim como a divulgação de boletins, por meio físico ou eletrônico, sobre matéria cultural de interesse dos 
advogados, desde que sua circulação fique adstrita a clientes e a interessados do meio jurídico.

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