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ENDOCRINOLOGIA | Victória Ribeiro de Medeiros Obesidade - Gisele EIXOS NEUROENDÓCRINOS O tecido gorduroso produz leptina, que entra em contato com o núcleo ventromedial e núcleo arqueado do hipotálamo, os quais tem relação com a grelina e o neuropeptídeo Y – NPY (relacionados ao TGI). VIA ANOREXÍGENA: POMC/MSH e CART CART: • Peptídeo hipotalâmico induzido pela leptina • Faz parte da via anorexígena • Esses peptídeos são transcritos/regulados pelo uso de cocaína/anfetamina PRÓ-ÓPIO-MELANOCORTINA (POMC): • Pró-hormônio que, sob ação das convertases, dá origem a peptídeos ativos como o Corticotrofina (ACTH) → relação com a produção de cortisol e outros hormônios adrenais o Melanocortina (MSH – alfa, beta e gama) o Beta-endorfina • São expressos no SNC (núcleo arqueado do hipotálamo e n. do trato solitário do tronco cerebral), hipófise, pele e sistema imunológico • Os peptídeos derivados do POMC agem através de receptores melanocortina (MCR) o MCR1 (pele); MCR2 (córtex adrenal – ligante ACTH); MCR3 (modula o gasto energético); MCR4 (modula a ingestão alimentar); MCR5 (secreção da aldosterona) MCR4: • Sua inativação leva a uma síndrome: obesidade, hiperfagia, hiperinsulinemia, hiperglicemia e aumento do crescimento linear • Os heterozigotos apresentam peso intermediário • O sexo feminino é mais acometido que o masculino A inativação do MCR4 é a mutação monogênica mais comum associada à obesidade. ENDOCRINOLOGIA | Victória Ribeiro de Medeiros VIA OREXÍGENA: NEUROPEPTÍDEO Y (NPY) e NEUROPEPTÍDEO ASSOCIADO A AGOUTI – AgRP • O NPY e AgRP localizam-se no núcleo arqueado do hipotálamo (adjacentes aos neurônios que expressam POMC/CART) • Proteína que antagoniza o alfa-MSH por interagir com seus receptores MC4R no hipotálamo • O NPY é um dos principais peptídeos orexígenos TECIDO GORDUROSO • As regiões ventro-basais do hipotálamo (núcleo arqueado, ventro-medial e dorso-medial) contêm as maiores concentrações do receptor OB-Rb da leptina em todo o cérebro TRATO GASTROINTESTINAL • Produzida predominantemente no estômago • Ação: “iniciador da refeição” – seus níveis se elevam 1 a 2h antes de uma refeição e caem logo após • A grelina parece estimular o apetite através da ativação dos neurônios NPY/AGPR no núcleo arqueado do hipotálamo • A cirurgia de by-pass gástrico: associada a níveis baixos de grelina, o que contribui para diminuição do apetite • Pacientes com bulimia nervosa apresentam níveis elevados de grelina, possivelmente por hiperatividade vagal aferente → compulsão alimentar • Liberado pelo TGI, células L, no período pós-prandial em resposta à exposição de nutrientes • Papel: término da refeição, inibindo a atividade dos nn. NPY/AGRP e estimulando nn. POMC/CART • Hormônio produzido principalmente pelo tecido adiposo. Informa ao hipotálamo o tamanho das reservas de gordura • Ação: redução da ingestão alimentar e aumento do gasto energético; aumenta a lipólise e reduz e lipogênese • Informa o cérebro que os estoques de energia em forma de gordura estão adequados ENDOCRINOLOGIA | Victória Ribeiro de Medeiros • O GLP-1 (glugacon-like-peptide-1) é um hormônio produzido pelas células-L intestinais do íleo e cólon após a ingestão alimentar • O GLP-1 é uma incretina → efeito da incretina: aumento dos níveis de insulina após ingestão alimentar • Ações o Aumento da síntese de insulina glicose-dependente → estimula a liberação da insulina pré-formada (exocitose) e a síntese da insulina o Supressão de glucagon pelas células alfa o Crescimento e sobrevivência das células beta (diminuição da apoptose das células beta → melhora do prognóstico a longo prazo na DM2) o Diminuição da produção hepática de glicose o Retardo do esvaziamento gástrico → paciente pode apresentar náuseas o Efeitos na saciedade → gera saciedade através de modulação da ação do NPY ENDOCRINOLOGIA | Victória Ribeiro de Medeiros OBESIDADE: avaliação e diagnóstico É definida pelo excesso de tecido gorduroso, não necessariamente excesso de peso corporal, apesar de sua avaliação estar pautada no IMC. Ocorre porque há um consumo calórico excedente e uma redução da atividade física, sedentarismo, o que tem levado a sociedade ocidental a uma epidemia de obesidade. Trata-se de uma doença multifatorial: fatores comportamentais, culturais, psicológicos, fisiológicos, genéticos (na maioria dos casos, não é monogenética). • Peso do nascimento • Idade de início da obesidade (infância, adolescência, idade adulta) • Suposto fator desencadeante • Tratamentos anteriores o Tipos de abordagem e atividade física o Medicações: efeitos colaterais e resposta terapêutica • Síndrome de Cushing • Distúrbio hipotalâmico (craniofaringioma é um tumor que pode invadir o hipotálamo e interferir nas vias da fome, porém é raro) • Síndrome de ovários policísticos • Doenças psíquicas (medicamentos) – mais frequente, pois a maioria dos medicamentos causam aumento do apetite, além disso o próprio transtorno psicológico pode causar distúrbio alimentar • Doença genética • O número de horas de sono por noite está inversamente relacionado ao IMC • Privação do sono provoca: o Diminuição da secreção de leptina e TSH o Aumento dos níveis de grelina o Diminuição da tolerância à glicose (a melatonina é necessária para a secreção e ação da insulina) • A redução na produção de melatonina pelo envelhecimento, o trabalho em plantões ou ambientes cada vez mais iluminados durante a noite induz à resistência à insulina, à intolerância à glicose, e à obesidade • Estudos epidemiológicos mostram: o Os fumentes tendem a pesar menos do que os não fumentes o Ocorre ganho de peso depois da cessação do tabagismo • A nicotina tem efeitos termogênicos e redutores do apetite e seus efeitos sobre o apetite são reforçados pela cafeína MAGRO: ↑ diversidade bacteriana; firmicutes < bacteriodetes; barreira intestinal íntegra OBESO: ↓ diversidade bacteriana; firmicutes > bacteriodetes; permeabilidade na barreira intestinal • Obesidade e o DM2: baixo grau de inflamação crônica • Os lipopolissacarídeos bacterianos (LPSs) derivados de BGN (microbiota intestinal) geram inflamação com o alto teor de gordura da dieta e isso gera a indução do diabetes e obesidade • Hiperfagia prandial → é preciso introduzir alimentos menos palatáveis durante as refeições • Beliscador → e=deve evitar comprar alimentos de alto índice calórico ENDOCRINOLOGIA | Victória Ribeiro de Medeiros • Compulsão alimentar • Síndrome alimentar noturna TRANSTORNO DE COMPULSÃO ALIMENTAR 1. Episódios recorrentes de compulsão alimentar (1x na semana nos últimos 3 meses): a) Ingestão, por um período limitado, de uma quantidade de alimentos definitivamente maior que a maioria das pessoas comeriam em um período similar b) Um sentimento de falta de controle sobre o episódio (que não consegue parar) 2. Os episódios de compulsão alimentar estão associados a 3 ou mais dos seguintes critérios: a) Comer muito e mais rapidamente que o normal; b) Comer até sentir-se incomodamente repleto; c) Comer grandes quantidades (quando não está faminto); d) Comer sozinho (por embaraço da quantidade que se come); e) Sentir culpa, depressão, repulsa de si mesmo após comer compulsivamente. 3. Acentuada angústia relativa à compulsão alimentar; 4. Não está associada a comportamentos compensatórios inadequados (bulimia e anorexia). SÍNDROME ALIMENTAR NOTURNA • Episódios recorrentes de comer noturno, manifestado por comer após despertar de um sono ou por um consumo excessivo de comida depois de uma refeição noturna • Há consciência e lembrança do que comeu. O comer noturno não é explicado por influência externa, como mudança no ciclo de dormir e despertar do indivíduo • Causa importante sofrimento• IMC = peso(kg)/altura(m)^2 → medida mais utilizada, facilita a triagem do paciente; erro quando a pessoa é muito musculosa ou tem biotipo “falso magro” • Prega cutânea • Biompedância elétrica: corrente elétrica que avalia a impedância para cada tecido corporal. Tecido muscular é altamente condutor, massa gorda e ossos tem baixa condutividade • Densitometria corporal: método um pouco mais preciso, porém caro e pouco difundido/acessível Avaliação da distribuição de gordura: identificam e avaliam a gordura visceral. É relevante, pois a síndrome metabólica (que leva à resistência à insulina e DM2, e ao aumento do risco de doenças cardiovasculares) é gerada pelo excesso de gordura visceral. Ou seja, mesmo que ENDOCRINOLOGIA | Victória Ribeiro de Medeiros uma pessoa possua um peso normal, porém com predomínio de gordura visceral, esse indivíduo está mais predisposto a desenvolver a síndrome metabólica e as suas repercussões. SÍNDROME METABÓLICA – consenso brasileiro CRITÉRIO OBRIGATÓRIO Medidas de circunferência abdominal conforme a etnia (cm) Homens Mulheres Europídeos ≥ 94 ≥ 80 Sul africanos, mediterrâneo ocidental e oriente médio Sul asiáticos e chineses ≥ 90 ≥ 80 Japoneses ≥ 85 Sul-americanos e américa central ≥ 80 Mais critérios para síndrome metabólica: • Triglicerídeos ≥ 150mg/dL o HDL < 40g/dL (homens) e < 50g/dL (mulheres) • PAS ≥130 ou PAD ≥ 85mmHg • Glicemia de jejum ≥ 100mg/dL ou diagnóstico prévio de DM • Glicose (TTOG) • Colesterol total, HDL, triglicerídeos • Ácido úrico • TSH • Cortisol salivar noturno (se suspeita clínica de Cushing) • Insulina (se acantose nigricans) • FSH, LH, estradiol, prolactina, androstenediona, SDHEA, testosterona, US ovários (se suspeita SOMP) • US hepático (se obesidade predominantemente central para avaliação de esteatose hepática) IMC (Índice deMassa Corporal): classificação grau de obesidade/risco de doença Magro < 1,85 Normal: 18,5 – 24,9 Obesidade I: 30 – 35,9 Obesidade II: 36 – 39,9 Obesidade III (grave) > 40 ENDOCRINOLOGIA | Victória Ribeiro de Medeiros TRATAMENTO DIETÉTICO • Intervenções no estilo de vida enfatizando a redução da ingestão calórica e o aumento da atividade física são considerados o pilar do tratamento da obesidade Recomendações da ABESO: DIETAS BALANCEADAS • Distribuição de alimentos: o 20 – 30% de gorduras o 55 – 60% de carboidratos o 15 – 20% de proteínas • As dietas balanceadas tem uma longa história, baseiam-se tipicamente em princípios científicos e são as que foram mais estudadas • Essas dietas são calculadas para promover um déficit de 500 a 100kcal/dia ou 30% do gasto energético diário o Mínimo de 1000 a 1200kcal/dia para mulheres o Mínimo de 1200 a 1400kcal para homens DIETA CETOGÊNICA: redução de carboidratos para no máximo 10% da ingestão calórica diária. Útil a curto prazo, por 6 – 8 semanas, seguida de dieta convencional. O objetivo é diminuir a glicólise e incentivar a gliconeogênese pela quebra de gordura. Controversa, pois não está esclarecido o risco dessa dieta para doença aterosclerótica, além disso, a desistência a longo prazo é grande. DIETA PALEOLÍTICA: regime alimentar baseado presumivelmente em alimentos da era paleolítica – carne magra, peixe, marisco, legumes, raízes. Benefício no controle glicêmico e risco cardiovascular. Difícil manutenção a longo prazo. DIETA DO MEDITERRÂNEO: região com maior sobrevida do mundo. Dieta baseada nos hábitos alimentares de países mediterrâneos – azeite, azeitonas, peixes, frutas, legumes, nozes e baixas quantidades de carne. Evidência forte na proteção para DCV e para vários tipos de câncer como TGI, pancreático, hepático, endométrio. JEJUM INTERMITENTE: estratégia para atingir déficit calórico (mas falha em superioridade sobre dietas convencionais). Estratégia segura e alternativa para pacientes hiperfágicos. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO Conceitos: 1. O tratamento farmacológico só se justifica em conjunção com orientação dietética e mudanças de estilo de vida. 2. O tratamento farmacológico da obesidade não cura a obesidade – quando descontinuado, ocorre reganho de peso. 3. Medicações antiobesidade devem ser utilizados sob supervisão médica contínua. 4. O tratamento e a escolha medicamentosa é moldada para cada paciente – avaliar risco/benefícios. 5. O tratamento deve ser mantido apenas quando considerado seguro e efetivo. A medicação é um facilitador da mudança no estilo de vida! Indicação: • IMC > 30 • IMC > 25 em indivíduos com doenças associadas ao excesso de peso, quando a dieta, atividade física e modificações comportamentais não mostrarem resultados ENDOCRINOLOGIA | Victória Ribeiro de Medeiros • Primariamente desenvolvida para o tratamento da depressão – a demonstração de perda de peso redirecionou sua indicação como agente antiobesidade • Atua como inibidor da recaptação da norepinefrina e serotonina • Agente sacietógeno – inibe a ingestão alimentar por estímulo do processo fisiológico da saciedade • Dose de 10 ou 15mg/dia • Efeitos colaterais o Pequena elevação média de 3-5mmH na PA, evitar em pacientes cardíacos, sem a PA controlada o Elevação de 2 a 4 bpm na FC, de preferência, não utilizar em pacientes com taquicardia o Orientar o paciente a evitar outros estimulantes (principalmente em mulheres com taquicardia sinusal) • Estudo SCOUT (Sibutramine Cardiovascular Outcomes Trial): avaliação do risco cardiovascular associado a sibutramina o Resultados: aumento de 16% do risco de desfechos cardiovasculares não fatais combinados, sem aumento da mortalidade ▪ No grupo concomitante diabetes e doença coronariana ▪ Mas sem diferença estatística nos diabéticos sem doença coronariana nem nos diabéticos com um fator de risco cardiovascular ▪ O benefício do emagrecimento supera o potencial risco cardiovascular associado a sibutramina, podendo ser utilizado em pacientes cardíacos o Após esse estudo a sibutramina foi suspenso na Europa e EUA • Agora: receituário azul B2; apenas o endocrinologista pode retirar; número de receitas prescritas no mês é controlado ORLISTATE • É um potente inibidor de lipases gastrointestinais • Com a inibição das lipases, 1/3 dos triglicerídeos não são absorvidos pelo intestino delgado, sendo eliminado nas fezes • Não possui atividade sistêmica ou efeito sobre circuitos neuronais reguladores do apetite • Os efeitos GI são relacionados ao mecanismo de ação do orlistat o Fezes oleosas o Aumento do número de evacuações o Flatulência com ou sem eliminação de gordura o Urgência fecal (pessoas com problema esfincteriano podem apresentar gases com evacuação) • Perda de peso limitada: 3 a 5kg nos melhores resultados • Indicado para pacientes com sobrepeso ou associado a outras medicações, pessoas que comem muita gordura LIRAGLUTIDE • Agonista do peptídeo semelhante ao glucagon-1 (GLP-1) • Em altas doses, tem uma ação hipotalâmica nas vias sacietógenas e uma ação menor na velocidade de esvaziamento gástrico • A dose de 3mg de liraglutida foi aprovada para o tratamento da obesidade – dose aprovada para DM2 foi de até 1,8mg • Eventos adversos: náuseas e vômitos são frequentes, mas principalmente transitórios e raramente levaram à interrupção do tratamento • Aplicação: caneta saxena; aumento gradual da dose para evitar os efeitos adversos • Restrição para dose de 3mg → custo; tratamento fica aproximadamente 1000$/mês ENDOCRINOLOGIA | Victória Ribeiro de Medeiros • Pró-fármaco da dextroanfetamina, que inibe a recaptação de dopamina e norepinefrina, e promove liberação de neurotransmissores de monoaminas • Aprovada para tratamento de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDHA) em crianças a partir dos 6 anos, adolescentese adultos • Aprovado para tratamento de transtorno de compulsão alimentar periódica (TCAP) • Doentes tratados tiveram maior redução dos episódios de compulsão alimentar, além de redução de peso • Disponível nas doses de 50 e 70mg • Comercialização descontinuada pelo aumento do risco de câncer • Age no sistema POMC ajudam também em comportamentos compulsivos – maioria são antidepressivos • Fluoxetina • Topiramato • Bupropriona • Bupropriona + naltrexona (não está disponível no Brasil, precisa manipulação) BALÃO INTRA-GÁSTRICO • Procedimento endoscópico; balão é usado por até 1 ano • Apesar de ser um procedimento de baixo risco, cursa com reganho de peso após sua retirada na grande maioria dos casos. Pode acarretar perda de peso de cerca de 20-40% do excesso de peso • A indicação é em IMC > 27kg/m^2 TRATAMENTO CIRÚRIGICO 1. Falha no tratamento clínico por 2 anos 2. IMC > 40 ou IMC > 35 com patologias associadas que possam ser melhoradas com a perda de peso (ex: DM, HAS, dislipidemia, artropatias degenerativas, apneia do sono) 3. Risco cirúrgico aceitável 4. Esclarecimentos ao paciente quanto: a) Seguimento de longo prazo b) Manutenção de terapias dietéticas e suplementação vitamínica contínua CIRURGIAS RESTRITIVAS: GASTRECTOMIA VERTICAL (SLEEVE) • Técnica unicamente restritiva • Redução do volume gástrico • Além do mecanismo restritivo, diminui os níveis de grelina pela ressecção do fundo gástrico (organismo sinaliza menos fome) • Indicado para pacientes hiperfágicos, porém não indicado para pacientes “beliscadores” por ansidade (ingere pequenas porções de carboidrato ao longo do dia) • Vantagem: não há tanta disabsorção de nutrientes (apenas B12 devido ao fator intrínseco) CIRURGIA MISTA • By-pass gástrico em Y de Roux (DGYR): técnica com componente restritivo + disabsortivo • Há uma restrição à ingesta alimentar e uma redução da absorção através do desvio intestinal • Geralmente, o paciente precisa repor nutrientes continuamente ENDOCRINOLOGIA | Victória Ribeiro de Medeiros ANOREXIA NERVOSA • Síndrome que a ingestão calórica é insuficiente para manter o peso e está associada a uma obsessão por ser magro • A anorexia só ocorre nas fases avançadas da doença • No início os pacientes ignoram a fome devido à obsessão pela magreza • Duas apresentações clínicas (o paciente pode apresentar ambas) o Restritivo: restrição ao consumo alimentar o Purgativo: o paciente pode apresentar episódios compulsivos e compensam com uso de vômitos autoinduzidos e laxativos • Sintomas – sintomas de caquexia o Intolerância ao frio o Letargia o Anorexia o Amenorreia o Dificuldade de concentração • Alterações endócrinas o Hipogonadismo hipogonatrófico: inibição da resposta pituitária GnRH com inibição do eixo privação estrogênica e amenorreia; acontece em ambos os sexos, porém anorexia é mais prevalente em mulheres o Síndrome do eutireoide doente: redução do T3, aumento do T3 e T4 reverso com TSH normal, paciente pode apresentar hipotermia, bradicardia, lentificação o Alterações dos níveis de GH e IGF-1 o Aumento do cortisol • Alterações laboratoriais o Elevação do colesterol LDL o Redução da glicemia (redução de estoques glocogênio) o Elevação das transaminases o Leucopenia e trombocitopenia o Hiponatremia e hipocalemia • Recusa em manter o peso acima do mínimo considerado para idade e altura • Medo intenso de ganhar peso • Perturbação na forma de vivenciar o baixo peso, influência indevida do peso sobre a autoavaliação e negação do baixo peso • Amenorreia por 3 ciclos consecutivos especificar os tipos: 1. Restritivo (dieta e exercícios apenas); diuréticos podem estar presentes 2. Compulsão periódica/purgativo: presença de episódios de compulsão e/ou purgação além da dieta e exercícios • Deve ser multidisciplinar com presença de clínico geral ou endocrinologista, psiquiatra, psicólogo e nutricionista • Medicamentos o Antidepressivos (ISRS: fluoxetina, sertralina) o Ansiolíticos o Antipsicóticos (atípicos, como a olanzapina) • Descompensação psicológica • Temperatura corporal < 36°C • Pulso < 45 bpm • Status mental alterado, fraqueza ou outros sinais de desnutrição significativa • Perda de peso rápido (> 10% em 2 meses) ou excessiva perda de peso (> 15%) que não pode ser compensada ambulatorialmente • Distúrbio hidroeletrolítico