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EXECUÇÃO DAS 
AUDITORIAS
Programa de Pós-Graduação EAD
UNIASSELVI-PÓS
Autoria: Fernando Eduardo Cardoso
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Hermínio Kloch
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: 
Carlos Fabiano Fistarol
Ilana Gunilda Gerber Cavichioli
Cristiane Lisandra Danna
Norberto Siegel
Camila Roczanski
Julia dos Santos
Ariana Monique Dalri
Bárbara Pricila Franz
Marcelo Bucci
Revisão de Conteúdo: Jorge Roberto Krening
Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2018
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
C268e
 Cardoso, Fernando Eduardo
 Execução das auditorias. / Fernando Eduardo Cardoso – 
Indaial: UNIASSELVI, 2018.
 128 p.; il.
 ISBN 978-85-53158-55-3
1.Auditoria – Brasil. 2.Contabilidade – Brasil. II. Centro 
Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 657.45
Fernando Eduardo Cardoso
Doutorado em Administração e Turismo 
pela Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), 
Biguaçu/ SC. Mestrado em Administração: Gestão de 
Organizações pela Fundação Universidade Regional 
de Blumenau (FURB), SC (2010), Especialização em 
Administração Tributária pela Universidade Castelo 
Branco (UCB), RJ (2008), Especialização em Educação 
a Distância: Gestão e Tutoria, UNIASSELVI, SC (2014) e 
Graduação em Administração: Gestão Empresarial pela 
Fundação Universidade Regional de Blumenau (FURB), SC 
(2006). Experiência de oito anos na área de Produção e dez 
anos na Inteligência de Mercado/ Informações Gerenciais 
da área Comercial/ Vendas. Participante na elaboração 
de projetos e estratégias da Cia. Hering. Experiência na 
área de Administração, com ênfase em Administração 
Estratégica, atuando, principalmente, nos seguintes temas: 
Gestão Comercial, Processo de Formação da Estratégia, 
Strategizing, Strategy-as-Practice, Estratégia-como-Prática, 
Middle Manager e Ensino a Distância - EAD. Consultor e 
Palestrante da NOTÓRIA consultoria Business Inteligente. 
Palestrante do Instituto de Desenvolvimento Pessoal 
e Profissional - IDEPP. Atuou como professor do 
Departamento de Administração na Universidade 
Regional de Blumenau (FURB) e da Faculdade de 
Administração e Economia (FAE). Atualmente, é 
professor Tutor-Externo da UNIASSELVI no ensino 
a distância; e Supervisor de disciplina na mesma 
instituição. É, também, membro do grupo de 
pesquisa PROFORME.
Sumário
APRESENTAÇÃO ..........................................................................07
CAPÍTULO 1
Execução das Auditorias das Demonstrações Contábeis ....09
CAPÍTULO 2
Auditoria das Disponibilidades ..................................................29
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
Auditoria das Contas a Receber ...............................................39
Auditoria dos Estoques .............................................................51
Auditoria das Despesas Antecipadas ........................................63
Auditoria do Realizável a Longo Prazo ...................................71
Auditoria dos Investimentos ......................................................77
Auditoria do Imobilizado .............................................................85
Auditoria dos Passivos ...............................................................95
Auditoria do Patrimônio Líquido .............................................107
Auditoria do Resultado ............................................................ 119
APRESENTAÇÃO
A área contábil vem sofrendo muitas mudanças nos últimos anos devido 
às alterações na legislação e suas adequações às normas internacionais, e 
isso exige uma atualização constante em termos de conhecimento, não só por 
parte dos profissionais da área contábil, mas do auditor, que, aliás, precisa estar 
ainda mais bem instruído, para assim poder criticar questões relevantes sobre as 
demonstrações contábeis apresentadas pelas empresas.
O objetivo principal dos trabalhos de auditoria é o de validar as informações 
apresentadas pela empresa, determinar se refletem a realidade desta, para, ao fim, 
formar sua opinião a respeito e expressá-la por meio de um relatório de auditoria.
Com isso, o caminho até que o auditor possa formar sua opinião a respeito 
das demonstrações financeiras e contábeis da empresa é longo e precedido de 
muitas etapas.
Esta apostila foi elaborada com o objetivo de apresentar ao aluno as etapas 
que antecedem os trabalhos de auditoria, os conceitos básicos e procedimentos 
usuais, inerentes aos processos de autoria das demonstrações contábeis, além 
de sugestões de revisões quanto à auditoria interna das empresas.
O primeiro capítulo trata do planejamento dos trabalhos de auditoria e fases 
que ele compreende, como levantamento de orçamento de horas, definição da 
equipe de trabalho e principais procedimentos, e apresenta ao aluno as principais 
demonstrações contábeis auditadas.
Os capítulos seguintes tratam de forma mais detalhada dos exames 
usuais aos trabalhos de auditoria das demonstrações contábeis, destacando 
seus aspectos mais importantes, como os objetivos, procedimentos, pontos de 
análise, exemplos práticos e particularidades inerentes a cada conta patrimonial 
e de resultado. Buscando desse modo, por meio das atividades práticas, fixar o 
conhecimento sobre o assunto abordado.
Assim, desejo um bom estudo!
CAPÍTULO 1
Execução das Auditorias das 
Demonstrações Contábeis
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 3 Conhecer as etapas de execução das auditorias das demonstrações contábeis.
 3 Aprender a aplicar os procedimentos de auditoria das demonstrações 
contábeis.
10
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
11
Execução das Auditorias das 
Demonstrações Contábeis
 Capítulo 1 
1 Contextualização
As demonstrações contábeis, segundo Attie (2010), são o meio pelo qual 
as informações que foram processadas pela contabilidade são comunicadas 
aos seus usuários, bem como a prestação de contas da administração a seus 
acionistas e a terceiros.
A auditoria das demonstrações contábeis tem como objetivo principal 
fornecer evidências, fatos e informações precisas ao auditor, para que este 
possa emitir uma opinião ou parecer a respeito das demonstrações contábeis da 
empresa auditada, bem como determinar se elas refletem a posição patrimonial e 
financeira da entidade. 
Além disso, o auditor precisa confirmar se as demonstrações se encontram 
devidamente adequadas às normas contábeis e demais legislações pertinentes.
O trabalho do auditor divide-se em etapas, e neste capítulo iremos explicá-las, 
além de apresentar as demonstrações contábeis exigidas pela legislação brasileira.
2 Planejamento do Trabalho de 
Auditoria
O planejamento é a fase mais importante dos trabalhos de auditoria, 
pois nela são definidos, de forma antecipada, quais procedimentos 
serão aplicados, a extensão dos trabalhos, a distribuição das tarefas 
em relação ao tempo e às pessoas da equipe e os objetivos a serem 
alcançados com sua execução.
O planejamento necessita de certo grau de conhecimento, por parte do 
auditor, da empresa a ser auditada, por exemplo: ramo de atividade no qual a 
empresa está inserida; fatores econômicos, como inflação, taxa de juros, variação 
cambial; legislação aplicável ao ramo; práticas operacionais da empresa, como 
política de compras ou vendas, e nível geral de competência da administração, 
como grau de independência para tomada de decisões.
Com isso, entendemos que o primeiro passo para um bom planejamento é 
obter um entendimento dos negócios da empresaa ser auditada, a fim de reunir 
informações para organização dos trabalhos a serem realizados.
O planejamento é a 
fase mais importante 
dos trabalhos de 
auditoria.
12
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
O planejamento dos trabalhos de auditoria, também chamado de programa de 
auditoria, compreende o detalhamento dos procedimentos que serão adotados para 
a empresa a ser auditada, que além de servir como instrumento de controle para a 
sua execução, deve abranger todas as áreas a serem analisadas pelo auditor.
3 Objetivos do Planejamento dos 
Trabalhos de Auditoria
Como já mencionado, devido à importância do planejamento dos trabalhos 
de auditoria, ele precisa ser minunciosamente elaborado e detalhado para que 
não haja problemas relevantes durante a sua execução. Assim, os objetivos do 
planejamento do trabalho de auditoria são: 
• Obter conhecimento das operações da empresa a ser auditada.
• Permitir que o auditor realize exames adequados e eficientes, que facilitem 
o atingimento dos seus objetivos em um prazo razoável de tempo.
• Assegurar que os valores mais relevantes das demonstrações contábeis 
estejam livres de distorções relevantes.
• Definir potenciais problemas na execução dos trabalhos.
• Estabelecer a extensão dos procedimentos de auditoria.
• Definir a divisão das tarefas entre os membros da equipe.
• Facilitar o controle sobre o desenvolvimento dos trabalhos, bem como 
sua supervisão em relação ao tempo gasto.
Um planejamento é efetivo quando seguido nos termos em que foi 
definido, a fim de evitar retrabalhos ou distribuições de tarefas incompatíveis 
com a capacidade ou a experiência dos auditores, porém deve adequar-se aos 
imprevistos que possam surgir no decorrer do processo.
4 Assistência e Colaboração da 
Equipe Interna da Empresa
Outro fator muito importante no planejamento dos trabalhos de auditoria é a 
colaboração da empresa a ser auditada, através dos seus auditores internos, pois 
grande parte do trabalho do auditor interno pode ser útil ao auditor externo. 
Crepaldi e Crepaldi (2016) exemplificam atividades em que a equipe interna 
pode auxiliar, como a busca de documentação nos arquivos da empresa, a 
13
Execução das Auditorias das 
Demonstrações Contábeis
 Capítulo 1 
elaboração de planilhas compondo saldos das contas do balanço patrimonial, o 
preparo de conciliações, entre outros. Claro que estes trabalhos serão validados 
pelo auditor, porém facilitam os processos de auditoria, permitindo que este possa 
se aprofundar em tarefas que exijam maior poder de julgamento e análise.
5 Orçamento de Horas
 
Um orçamento de horas é fundamental para o planejamento dos trabalhos, 
pois ele nos dá uma estimativa de volume de tempo que poderá ser despendido 
na realização das tarefas estabelecidas, possibilitando seu controle e 
acompanhamento. 
Além disso, o orçamento de horas deve ser elaborado o mais detalhado 
possível, pois assim podemos detectar, durante a execução dos trabalhos, 
possíveis ineficiências ou tarefas que demandem mais tempo que o previsto, 
tornando possível a comunicação em tempo oportuno ao cliente de que o custo da 
auditoria será mais elevado do que o previsto inicialmente.
 
6 Equipe de Auditoria
Para determinação da equipe de trabalho é necessário conhecer as 
complexidades do processo a ser desenvolvido, bem como as necessidades da 
empresa a ser auditada, a fim de definir a experiência necessária do pessoal que 
irá realizar o trabalho.
 
Normalmente há uma mescla de profissionais em treinamento e profissionais 
experientes, para que sempre haja treinamento continuado nas empresas de 
auditoria.
7 Procedimentos de Auditoria
Para desempenhar a atividade de auditor é preciso utilizar ferramentas de 
trabalho que permitam formar sua opinião, que é o objetivo da auditoria. Para isso, 
ele precisa se cercar de fatos, evidências e informações, que obtém por meio da 
aplicação dos procedimentos de auditoria comumente utilizados. Seguem alguns 
procedimentos para os trabalhos de auditoria:
14
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
• Exame físico, é a verificação ‘in loco’.
• Confirmação, na qual o auditor obtém uma declaração formal da 
veracidade das informações.
• Exame de documentos originais, em que o auditor examina os documentos 
que comprovem as operações da empresa.
• Conferência dos cálculos, quando o auditor realiza testes dos cálculos 
apresentados pela empresa. 
• Exame da escrituração, no qual o auditor realiza análises, faz conciliações, 
levanta saldos.
• Investigação, que é um exame realizado com mais profundidade.
• Inquérito, com a formulação de perguntas e obtenção de respostas 
satisfatórias.
• Correlação das informações obtidas, que é a análise do relacionamento 
entre as contas, ou seja, conferência das partidas dobradas.
• Observação, a qual exige senso crítico e experiência do auditor, para 
identificar problemas ou deficiências. 
8 Trabalho de Campo
O trabalho de campo é o momento em que se aplicam os procedimentos 
de auditoria e são feitos exames e análises planejados anteriormente, com base 
nos documentos fornecidos, reunindo informações para definição da opinião do 
auditor a respeito do estado patrimonial e financeiro da empresa em análise.
 
9 Papéis de Trabalho
Para Attie (2010) os papéis de trabalho são um conjunto de formulários e 
documentos que contém as informações e apontamentos obtidos pelo auditor 
durante a execução de seus trabalhos; além disso, constituem evidência do 
trabalho executado e o fundamento para sua opinião.
O Conselho Federal de Contabilidade estabelece que o conteúdo do papel 
de trabalho deve ater-se ao registro do planejamento da auditoria, à natureza, à 
oportunidade, à extensão dos procedimentos aplicados, aos resultados obtidos 
e às conclusões da evidência da auditoria, devendo ainda incluir a opinião do 
auditor sobre todas as questões significativas, juntamente com a conclusão a que 
chegou, inclusive nas áreas que envolvem questões de difícil julgamento.
15
Execução das Auditorias das 
Demonstrações Contábeis
 Capítulo 1 
10 Demonstrações Contábeis 
Básicas
Ao final de cada exercício social, as empresas devem elaborar as 
demonstrações contábeis, evidenciando com clareza a situação patrimonial e 
financeira das entidades.
As demonstrações contábeis básicas exigidas pela Lei das Sociedades 
por Ações são: Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, 
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL), Demonstração de 
Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) e Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC).
As demonstrações contábeis devem ser complementadas por notas 
explicativas, que têm a finalidade de esclarecer critérios contábeis adotados pela 
empresa e a natureza das contas específicas de cada negócio. 
Adicionalmente, as empresas publicam o relatório da administração, 
explicando as principais características do seu desempenho financeiro, além dos 
principais riscos e incertezas que enfrentam.
10.1 Balanço Patrimonial
 O balanço patrimonial é a demonstração que visa representar a situação 
financeira e patrimonial da empresa em determinada data. Divide-se em 
Ativo – compreende bens e direitos; Passivo – compreende as exigibilidades e 
obrigações; e Patrimônio Líquido – representa a diferença entre o ativo e passivo, 
ou seja, o valor líquido da empresa.
 As contas contábeis que compõem o balanço são classificadas de forma 
decrescente pelo seu grau de liquidez. E por isso os grupos do balanço são 
segregados da seguinte forma:
16
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
FIGURA 1 – MODELO DE BALANÇO PATRIMONIAL
Companhia Brasileira 
DEMONSTRAÇÕES EM 31-12-X2
BALANÇO PATRIMONIAL EM 31 DE DEZEMBRO
 (Em milhares de $)
X2 X1
ATIVO
CIRCULANTE X X
Disponível X X
Clientes (líquido da PDD) X X
Créditos com partes relacionadas X X
Estoques (líquido) X X
Outros créditos (inclusive despesas antecipadas) X X
NÃO CIRCULANTEREALIZÁVEL A LONGO PRAZO X X
Créditos com partes relacionadas X X
Outros créditos X X
PERMANENTE X X
Investimentos X X
Imobilizado X X
Intangível X X
Diferido X X
TOTAL DO ATIVO XX XX
PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
CIRCULANTE
Empréstimos e financiamentos X X
Fornecedores X X
Impostos e contribuições a recolher X X
Obrigações com partes relacionadas X X
Dividendos e JSCP a pagar X X
Outras obrigações X X
NÃO CIRCULANTE
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO X X
Empréstimos e financiamentos X X
Debêntures X X
Obrigações com partes relacionadas X X
Outras obrigações X X
 
RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS X X
PATRIMÔNIO LÍQUIDO X X
Capital X X
Reservas de capital X X
Reservas de reavaliação X X
Reservas de lucros e lucros acumulados X X
TOTAL DO PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO
XX XX
FONTE: Iudícibus; Martins; Gelbcke (2008, p. 499)
17
Execução das Auditorias das 
Demonstrações Contábeis
 Capítulo 1 
10.2 Demonstração do Resultado do 
Exercício
A demonstração do resultado do exercício deve ser apresentada de 
forma dedutiva, com detalhes necessários das receitas despesas e custos, 
definindo claramente o lucro do exercício, pois este é o objetivo principal dessa 
demonstração.
As receitas e despesas devem ser registradas pelo regime de competência, 
ou seja, devem ser apropriadas ao período em que foram incorridas, 
independentemente de seus reflexos no caixa. 
As principais divisões da demonstração do resultado são: lucro bruto, lucro 
operacional, resultados não operacionais, impostos e participações e contribuições 
e resultado líquido. 
A figura a seguir apresenta o modelo de Demonstração de Resultado do 
Exercício.
18
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
Companhia Brasileira
DEMONSTRAÇÕES DO RESULTADO PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS 
em 31 de dezembro de X2 e X1
 (em milhares de $) 
31-12-X2 31-12-X1
RECEITA OPERACIONAL BRUTA
Venda de produtos X X
Serviços prestados X X
XX XX
DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA
Imposto incidente sobre vendas (X) (X)
Devoluções e abatimentos (X) (X)
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA XX XX
CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS E 
DOS SERVIÇOS PRESTADOS (X) (X)
XX XX
LUCRO BRUTO
DESPESAS OPERACIONAIS
Com vendas (X) (X)
Gerais e administrativas (X) (X)
Despesas financeiras (deduzidas das 
receitas de $ X, X2, $ Y e X1) (X) (X)
OUTRAS RECEITAS E DESPESAS OPERACIONAIS* (XX) (XX)
Resultados de participações em outras sociedades*
Participações nos resultados de coligadas e controladas 
pelo método de equivalência patrimonial X X
Dividendos e rendimentos de outros investimentos X X
Outras (indicar natureza) (X) (X)
LUCRO OPERACIONAL XX XX
RESULTADOS NÃO OPERACIONAIS
Ganhos de capital (indicar natureza) X X
Perdas de capital (indicar natureza) (X) (X)
RESULTADO DO EXERCÍCIO ANTES DOS IMPOSTOS, 
CONTRIBUIÇÕES E PARTICIPAÇÕES XX XX
IMPOSTO DE RENDA (X) (X)
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL (X) (X)
PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES
Debêntures (X) (X)
Empregados (X) (X)
Administradores (X) (X)
Partes beneficiárias (X) (X)
Fundos de assistência a empregados (X) (X)
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO XX XX
LUCRO POR AÇÃO (Em $) X X
FIGURA 2 – MODELO DE DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO
FONTE: Iudícibus; Martins; Gelbcke (2008, p. 492)
19
Execução das Auditorias das 
Demonstrações Contábeis
 Capítulo 1 
10.3 Demonstração dos Lucros ou 
Prejuízos Acumulados (DLPA)
A Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados demonstra as variações 
ocorridas na conta Lucros ou Prejuízos acumulados, do Patrimônio Líquido da 
empresa. De acordo com a Lei das Sociedades por Ações, esta demonstração é de 
apresentação obrigatória para as sociedades limitadas e outros tipos de empresas, 
e pode ser incluída na Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.
A Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados apresenta 
basicamente as seguintes informações: saldo do início do período e os ajustes de 
exercícios anteriores, as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício e as 
transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao 
capital e o saldo ao fim do período.
Segue modelo de DLPA.
FIGURA 3 – DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS
FONTE: Jund (2007, p. 519)
DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS
Período:_____ / _____ / _____ a _____ / _____ / _____. R$
SALDO INICIAL DO EXERCÍCIO EM 01/01/ – 
(Saldo final do exercício anterior)
(+/-) Ajustes credores/devedores de exercícios anteriores
• Efeitos de mudança de critério contábil – art. 177 – § 1° – Nota Explicativa
• Retificação de erros de cálculo de exercícios anteriores.
( = ) SALDO AJUSTADO
( + ) Reversão de Reservas
(+/-) Lucro líquido ou prejuízo do Período
( = ) SALDO À DISPOSIÇÃO DOS ACIONISTAS
( - ) Destinação do Lucro:
• Reserva Legal – art. 193 – 5% L.L. até 20% do capital
• Reserva estatuária – art. 194 – critérios nos estatutos
• Reserva para contigências – art. 195
• Reserva de Lucros a Realizar – art. 197
• Lucros Retidos – art. 196 – para aumento de capital
• Dividendos obrigatórios – art. 202
( = ) SALDO FINAL
Dividendos por ação do capital social – art. 186, § 2°
20
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
FIGURA 4 – MODELO DE DMPL
FONTE: Iudícibus; Martins; Gelbcke (2008, p. 493)
10.4 Demonstração das Mutações do 
Patrimônio Líquido (DMPL)
A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido é facultativa, porém, 
como pode compreender os dados da DLPA, além de outras informações, como 
a movimentação de todo o patrimônio líquido durante o exercício, inclusive a 
constituição e utilização de reservas não derivadas do lucro, acaba sendo mais 
utilizada, devido a sua abrangência mais completa. A figura a seguir mostra o 
modelo de DMPL.
Companhia Brasileira
DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO PARA OS 
EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE X2 E X1
(Em milhares $)
31-12-X2
Capital 
Realizado 
Atualizado
Reservas 
de Capital
Reservas de 
Reavaliação
Reservas 
de Lucros
(1)
Lucros 
(Prejuízos) 
Acumulados
Total
X2
Total
X1
SALDOS INICIAIS
Ajustes de anos anteriores:
Efeitos da mudança 
de critérios contábeis
Retificação de erros
de exerc. anteriores
Saldo conforme 
esta publicação
Aumento de capital 
com lucros e reservas 
e em espécie
Aquisição de ações próprias
Realização de reserva de 
reavaliação
Lucro líquido do exercício
Distribuição proposta à 
assembleia de acionistas:
Reservas (1)
Dividendos a distribuir 
(x por ação)
SALDOS FINAIS
X
–
–
X
X
–
–
–
–
 – 
 X 
(X)
–
–
(X)
X
–
–
–
–
 – 
 – 
X
–
–
X
X
–
–
–
–
 – 
 X 
X
–
–
X
(X)
–
–
–
–
 – 
 X 
(X)
–
–
(X)
–
–
–
–
–
 – 
 X 
X
–
–
X
–
–
(X)
–
–
 – 
 X 
X
–
–
X
–
–
(X)
–
–
 – 
 X 
X
–
–
X
(X)
–
–
–
X
 – 
 X 
(X)
(X)
(X)
(X)
–
X
X
(X)
 (X) 
 – 
XX
(X)
(X)
(X)
X
–
–
X
–
 (X) 
 XX 
XX
–
X
X
X
–
–
X
–
 (X) 
 XX
(1) RESERVA DE LUCROS
Legal Estatutária Lucros a Realizar Expansão Total X2
Saldos iniciais
Incorporação ao capital
Destinação do lucro líquido
Saldos finais
 X
 (X) 
 X 
 X 
 X
 (X) 
 X 
 X 
 –
 – 
 X 
 X 
 X
 (X) 
 X 
 X 
 XX
 (X) 
 X 
 X 
21
Execução das Auditorias das 
Demonstrações Contábeis
 Capítulo 1 
10.5 Demonstração do Fluxo de Caixa
A DFC indica as movimentações que envolvem a conta caixa durante o 
exercício social e o resultado desse fluxo. Essa demonstração tem obrigatoriedade 
de apresentação desde 01/01/2008, por força da Lei nº 11.638, de 2007.
As figuras 5 e 6 mostram o modelo de Demonstração de Fluxo de Caixa 
pelos Métodos Direto e Indireto, respectivamente.
FIGURA 5 – MODELO DE DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO 
DE CAIXA PELO MÉTODO DIRETO
FONTE: Iudícibus; Martins; Gelbcke (2008, p. 496)
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA (MÉTODO DIRETO) 
PARA EXERCÍCIOS FINDOS em 31 de dezembro de X2 e X1
(Em milhares $)
Atividades operacionais X2 X1
Recebimento de clientes X X
Pagamentos de fornecedores (X) (X)
Recebimento de outros ativos circulantes(X) (X)
Pagamento de salários (X) (X)
Pagamento de despesas a pagar (X) (X)
Pagamento de despesas antecipadas (X) (X)
Recebimento de juros X X
Pagamento de juros (X) (X)
Recebimento de dividendos X X
Outros recebimentos X X
Outros pagamentos (X) (X)
CAIXA LÍQUIDO GERADO (CONSUMIDO) pelas ATIVIDADES OPERACIONAIS X X
Atividades de Investimentos
Investimentos no Realizável a Longo Prazo (X) (X)
Outros investimentos de Longo Prazo (X) (X)
Investimentos no Imobilizado (X) (X)
Investimentos no Diferido (X) (X)
Investimentos em participações Societárias (X) (X)
Outros investimentos de Permantes (X) (X)
CAIXA LÍQUIDO GERADO (CONSUMIDO) pelas ATIVIDADES de INVESTIMENTOS (X) (X)
Atividades Financeiras
Aumento de Capital X X
Captações de Longo Prazo X X
Pagamentos de Empréstimos (X) (X)
Pagamento de Dividendos e outros s/ o Capital Próprio (X) (X)
CAIXA LÍQUIDO GERADO (CONSUMIDO) pelas ATIVIDADES de FINANCIAMENTO X X
VARIAÇÃO LÍQUIDA DO CAIXA XX XX
CAIXA mais EQUIVALENTES DE CAIXAS INICIAIS XX XX
CAIXA mais EQUIVALENTES DE CAIXAS FINAIS XX XX
22
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
FIGURA 6 – MODELO DE DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO 
DE CAIXA PELO MÉTODO INDIRETO
FONTE: Iudícibus; Martins; Gelbcke (2008, p. 495)
10.6 Demonstração do Valor Adicionado
 A Demonstração do Valor Adicionado deve abordar o valor da riqueza 
gerada pela companhia, a sua distribuição entre os elementos que contribuíram 
para esta riqueza, tais como: empregados, financiadores, acionistas, governo e 
outros, assim como a parcela de riqueza não distribuída. Essa demonstração é 
obrigatória somente para as companhias abertas.
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA (MÉTODO INDIRETO) 
PARA EXERCÍCIOS FINDOS em 31 de dezembro de X2 e X1
(Em milhares $)
Atividades operacionais X2 X1
Lucro Líquido X X
Ajustes ao lucro X X
Depreciação (X) (X)
Lucro na venda de Imobilizado (X) (X)
Despesas Financeiras de Longo Prazo (X) (X)
Resultado de Equivalência Patrimonial (X) (X)
Investimentos de curto prazo (X) (X)
Variação das contas a receber (X) (X)
Variação da PCLD (X) (X)
Variação dos estoques (X) (X)
Variação das despesas antecipadas (X) (X)
Variação de outros ativos circulantes (X) (X)
Variação de salários a pagar X X
Variação de fornecedores X X
Variação de despesas a pagar X X
Variação da provisão para IR e CS X X
Variação de outros passivos circulantes X X
CAIXA LÍQUIDO GERADO (CONSUMIDO) pelas ATIVIDADES OPERACIONAIS X X
Atividades de Investimento
Investimentos no Realizável a Longo Prazo (X) (X)
Outros investimentos de Longo Prazo (X) (X)
Investimentos no Imobilizado (X) (X)
Investimentos no Diferido (X) (X)
Investimentos em participações Societárias (X) (X)
Outros investimentos de Permanentes (X) (X)
CAIXA LÍQUIDO GERADO (CONSUMIDO) pelas ATIVIDADES de INVESTIMENTOS X X
Atividades de Financiamento
Aumento de Capital X X
Captações de Longo Prazo X X
Pagamentos de Empréstimos (X) (X)
Pagamento de Dividendos e outros s/ o Capital Próprio (X) (X)
CAIXA LÍQUIDO GERADO (CONSUMIDO) pelas ATIVIDADES de FINANCIAMENTO X X
VARIAÇÃO LÍQUIDA DO CAIXA XX XX
CAIXA mais EQUIVALENTES DE CAIXAS INICIAIS XX XX
CAIXA mais EQUIVALENTES DE CAIXAS FINAIS XX XX
23
Execução das Auditorias das 
Demonstrações Contábeis
 Capítulo 1 
FIGURA 7 – MODELO DE DEMONSTRATIVO DO VALOR ADICIONADO – DVA
20X1 % 20X0 %
1. Receitas
1.1 Vendas de mercadorias, produtos e serviços XXX XXX
1.2 Provisão para devedores duvidosos XXX XXX
1.3 Resultados não operacionais XXX XXX
2. Insumos adquiridos de terceiros
2.1 Materiais consumidos (XXX) (XXX)
2.2 Outros custos de produtos e serviços vendidos (XXX) (XXX)
2.3 Energia, serviço de terceiros e outras despesas (XXX) (XXX)
2.4 Perda na realização de ativos (XXX) (XXX)
3. Retenções
3.1 Depreciação, amortização e exaustão (XXX) (XXX)
4. Valor adicionado líquido produzido pela entidade XXX XXX
5. Valor adicionado recebido em transferência
5.1 Resultado de equivalência patrimonial e 
dividendos de investimentos avaliados ao custo XXX XXX
5.2 Receitas financeiras XXX XXX
5.3 Aluguéis e Royalties XXX XXX
6. Valor adicionado a distribuir (6+7) XXX 100% XXX 100%
7. Distribuição do valor adicionado
7.1 Empregados
- Salários e encargos XXX Y% XXX Y%
- Comissões sobre vendas XXX Y% XXX Y%
- Honorários de diretoria XXX Y% XXX Y%
- Participação dos empregados no lucro XXX Y% XXX Y%
- Planos de aposentadoria e pensão XXX Y% XXX Y%
7.2 Tributos
- Federais XXX Y% XXX Y%
- Estaduais XXX Y% XXX Y%
- Municipais XXX Y% XXX Y%
- Menos incentivos fiscais (XXX) Y% (XXX) Y%
7.3 Financiadores
- Juros XXX Y% XXX Y%
- Aluguéis XXX Y% XXX Y%
7.4 Juros sobre o capital próprio e dividendos XXX Y% XXX Y%
7.5 Lucros retidos/prejuízo do exercício XXX Y% XXX Y%
DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO DOS EXERCÍCIOS 
FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO, EM MILHARES DE REAIS
FONTE: Iudícibus; Martins; Gelbcke (2008, p.504)
24
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
11 Auditoria das Contas 
Patrimoniais
Para a devida análise das demonstrações contábeis faz-se necessária a 
auditoria das contas patrimoniais da empresa.
Dentre as demonstrações contábeis, o Balanço Patrimonial é a demonstração 
que representa uma variedade de contas de controle que abrange bens, direitos 
e obrigações decorrentes das operações da empresa. Cada conta patrimonial 
possui natureza própria e pode refletir variações em diversas outras contas, 
inclusive de resultado.
O balanço patrimonial possui um grande número de informações que o 
auditor precisa comprovar e atestar sua exatidão, por meio de exames minuciosos 
que são feitos com o intuito de atestar ou não sua validade.
A profundidade e extensão das análises de cada trabalho podem variar de 
acordo com o tipo de empresa, os riscos envolvidos e os reflexos que cada conta 
tenha em relação aos demonstrativos da empresa.
12 Auditoria das Contas de 
Resultado
As contas de resultado devem evidenciar todas as operações de receitas, 
custos e despesas inerentes à atividade da empresa. 
A demonstração do resultado se dá por meio da confrontação das receitas 
obtidas ao longo do período, que devem ser demonstradas de forma cumulativa 
e amparadas por documentação hábil, com os custos e despesas incorridos para 
obtenção daquelas receitas, de maneira que o resultado final demonstre o lucro 
ou o prejuízo auferido.
 
O objetivo dos trabalhos de auditoria nessas contas é atestar sua 
autenticidade por meio de testes, análises, exames de documentação e de 
controles internos, entre outros procedimentos, a fim de validar o resultado 
apurado no período. 
25
Execução das Auditorias das 
Demonstrações Contábeis
 Capítulo 1 
13 Observância das Normas 
Brasileiras de Contabilidade (NBC)
Os trabalhos de auditoria são regidos pelos princípios fundamentais de 
contabilidade, que representam a essência das doutrinas e teorias da contabilidade, 
e as Normas Brasileiras de Contabilidade, que compõem um conjunto de regras de 
conduta dos profissionais contábeis no exercício de suas funções. 
Os princípios fundamentais de contabilidade são o da entidade, da 
continuidade, da oportunidade, do registro pelo valor original, da competência e 
da prudência, e constituem os parâmetros utilizados para trazer a essência e a 
forma correta de contabilização das operações da empresa.
As normas brasileiras de contabilidade são editadas pelo Conselho Federal de 
Contabilidade e devem seguir os mesmos padrões internacionais e compreendem 
as normas propriamente ditas, interpretações técnicas e comunicados técnicos. 
As normas classificam-se em profissionais e técnicas.
As empresas utilizam as normas de contabilidade para elaborar as suas 
demonstrações contábeis e os auditores utilizam as normas de auditoria para 
conduzir seus trabalhos sobre essas demonstrações.
As interpretações técnicas têm por objetivo esclarecer dúvidas sobre a aplicação 
das Normas Brasileiras de Contabilidade, definindo regras e procedimentos a serem 
aplicados em situações específicas, mas sem alterar a norma. 
Já os comunicados técnicostêm por objetivo esclarecer dúvidas de natureza 
contábil, como os procedimentos a serem utilizados, considerando os interesses 
da profissão e as demandas da sociedade.
26
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
Atividade de Estudos:
1) Quais as demonstrações contábeis que são analisadas nos 
trabalhos de auditoria?
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
2) Qual é a finalidade do balanço patrimonial?
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
3) Qual é o objetivo principal da demonstração do resultado do 
exercício?
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
4) Cite alguns procedimentos de auditoria.
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
27
Execução das Auditorias das 
Demonstrações Contábeis
 Capítulo 1 
14 Algumas Considerações
O estudo deste capítulo teve como objetivo demonstrar as etapas 
preliminares à execução das auditorias das demonstrações contábeis, bem como 
sua importância e apresentar as principais demonstrações contábeis que são 
exigidas pela legislação.
Cada demonstração contábil possui aspectos próprios, que evidenciam 
informações específicas a seus usuários, por isso a importância de sua adequada 
elaboração, bem como publicação, a fim de demonstrar informações confiáveis a 
quem fizer uso delas. 
Diante disso, a validação do auditor é primordial na segurança que as 
demonstrações contábeis podem expressar para a sociedade em geral. 
As demonstrações contábeis refletem os resultados apurados nas contas 
patrimoniais e de resultado das empresas, por isso se faz necessária a auditoria 
de cada grupo de contas, patrimoniais e de resultado, para, ao fim, formar sua 
opinião sobre as informações que elas geraram nas devidas demonstrações. 
Os procedimentos para cada grupo de contas serão estudados de forma 
mais aprofundada nos próximos capítulos.
Referências
ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: um curso moderno e completo. São 
Paulo: Atlas, 2016.
ARAÚJO, Inaldo da Paixão Santos; ARRUDA, Daniel Gomes. Fundamentos da 
auditoria: a auditoria das demonstrações financeiras em um contexto global. São 
Paulo: Saraiva, 2012. 
ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. São Paulo: Atlas, 2010.
BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Oficial da União. 
Brasília, DF, 17 de dezembro de 1976.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Normas e procedimentos de 
auditoria. Rio de Janeiro: CFC, 1991.
28
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria contábil: teoria e prática. São Paulo: 
Atlas, 2011.
CREPALDI, Silvio Aparecido; CREPALDI, Guilherme Simões. Auditoria contábil: 
teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2016.
IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual 
de contabilidade das sociedades por ações: aplicável às demais sociedades. 
São Paulo: Atlas, 2008.
JUND, Sergio. Auditoria: conceitos, normas, técnicas e procedimentos – Teoria e 
950 questões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
PEREZ JÚNIOR, José Hernandez. Auditoria de demonstrações contábeis: 
normas e procedimentos. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2012. 
RIBEIRO, Osni Moura; RIBEIRO, Juliana Moura. Auditoria fácil. São Paulo: 
Saraiva, 2011. 
SOUZA, Benedito Felipe de; PEREIRA, Anísio Candido. Auditoria contábil. São 
Paulo: Atlas, 2004. 
CAPÍTULO 2
Auditoria das Disponibilidades
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 3 Analisar as normas e processos da auditoria das disponibilidades.
 3 Executar as normas e procedimentos da auditoria das disponibilidades.
30
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
31
Auditoria das Disponibilidades Capítulo 2 
1 Contextualização
As contas do ativo são classificadas de forma decrescente pelo seu grau de 
liquidez, por isso, pode-se dizer que as disponibilidades, que são representadas 
pelas contas Caixa e Equivalentes de caixa, são recursos financeiros à disposição 
imediata da empresa.
Quando falamos de caixa ou equivalente de caixa, não nos referimos somente a 
saldo em moeda corrente e depósitos em conta bancária, mas a outros tipos de contas 
com as mesmas características de liquidez, por exemplo, aplicações financeiras com 
características de liquidez imediata, aplicações em ouro, entre outros.
O disponível, devido a sua característica e liquidez, segundo Jund (2007), é 
o mais sujeito a utilização indevida, por isso, mesmo que haja um bom controle 
interno, o auditor costuma fazer um maior número de testes, já que o risco de 
desvios e manipulações é maior. 
2 Objetivo de Auditoria
Normalmente, os procedimentos que envolvem caixa e equivalentes de caixa 
tendem a ser mais extensos e mais detalhados, devido à complexidade de controle 
deste ativo. Entre os objetivos específicos da auditoria do disponível, podemos citar:
• Apurar sua real existência e assegurar que existem todas as contas que 
deveriam existir.
• Estabelecer segurança dos controles internos mantidos sobre o disponível.
• Determinar se foram utilizados os princípios fundamentais de contabilidade.
• Verificar sua correta classificação no balanço patrimonial e se as demais 
informações necessárias foram expostas por notas explicativas.
3 Revisão de Controle Interno
A revisão do controle interno tem o objetivo de verificar a confiabilidade das 
informações prestadas nesses controles, para que o auditor possa definir quais 
procedimentos serão necessários e qual sua extensão.
Cada empresa possui controles próprios e estes podem variar de acordo 
com o volume de transações e contas envolvidas, porém, conforme Attie (2010), 
entre os diversos controles internos que podem ser utilizados, existem práticas 
32
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
que podem ser executadas para evitar problemas nesta área, como: segregação 
de funções entre quem faz recebimentos e a contabilização dos valores; sistema 
de aprovação e autorização de pagamentos; conciliações bancárias periódicas e 
revisadas por pessoa independente da sua preparação; utilização de duas pessoas 
independentes para a assinatura de cheques; controle diário dos recebimentos e 
acompanhamento entre o valor depositado e o efetivamente recebido, entre outros.
Cabe ao auditor avaliar se os controles internos existentes realmente 
funcionam e medir possíveis deficiências para determinar os riscos envolvidos, 
para assim formar sua opinião adequadamente.
4 Procedimentos de Auditoria 
Os procedimentos de auditoria, de acordo com Crepaldi (2011), são um conjunto 
de técnicas que permite ao auditor obter evidências e provas suficientes e adequadas 
para fundamentar sua opinião a respeito do trabalho que está sendo realizado. 
Em relação às disponibilidades,podemos citar alguns procedimentos que 
normalmente são utilizados nos trabalhos de auditoria:
• Contagem física dos fundos de caixa e fundo fixo.
• Confirmação junto às instituições bancárias dos saldos existentes e as 
pessoas autorizadas a movimentar as contas.
• Exame documental dos cheques pagos, dos avisos bancários, das 
aplicações financeiras e contratos.
• Efetuar reconciliação bancária.
• Efetuar Cut off dos cheques.
• Verificar detalhadamente a documentação de pagamentos e recebimentos.
• Examinar as contas razão de caixa e bancos.
• Observar a classificação adequada das contas de acordo com os 
princípios contábeis.
5 Verificação das Disponibilidades
 
Primeiramente, o auditor realiza um levantamento das disponibilidades, para 
averiguar a extensão dos seus trabalhos. Para isso, ele verifica a existência de 
vários caixas, a de várias contas bancárias ou contas já encerradas. Após esse 
levantamento, podemos definir os procedimentos que serão seguidos quanto à 
devida análise dessas informações.
33
Auditoria das Disponibilidades Capítulo 2 
6 Contagem de Caixa
A contagem de caixa ocorre normalmente em empresas que possuem 
quantias significativas no seu caixa na data do balanço, devido a recebimentos de 
clientes que ainda não foram depositados e, para realizar a contagem, o auditor 
precisa tomar alguns cuidados para que tenha validade, por exemplo:
• Realizar contagem surpresa de caixa, para evitar possíveis manipulações.
• Executar contagem simultânea de todos os caixas e valores mobiliários, 
para evitar transferência de fundos entre eles.
• Fazer a contagem com presença do responsável.
• Ficar atento a situações anormais, como cheques antigos, cheques 
pessoais do responsável pelo caixa etc.
De acordo com Almeida (2016, p. 159), o preenchimento dos papéis de 
trabalho deve ser feito a caneta, constando as seguintes informações:
• Nome da empresa.
• Título do papel de trabalho (contagem de caixa).
• Data e hora da contagem.
• Nome do responsável pelo caixa.
• Composição do caixa (notas, moeda, cheques, comprovantes etc.). 
Ainda de acordo com Almeida (2016, p. 160), o papel de trabalho deve ser 
assinado pelo responsável pelo caixa, sobre a seguinte observação: “Esse caixa 
foi contado em minha presença por representante da auditoria externa e a mim 
devolvido intacto”.
A figura a seguir apresenta o modelo de papel de trabalho para “contagem 
de caixa”.
34
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
FIGURA 1 – PAPEL DE TRABALHO PARA CONTAGEM DE CAIXA
FONTE: Almeida (2016, p. 167)
35
Auditoria das Disponibilidades Capítulo 2 
Se durante a contagem o auditor observar que há outros documentos 
que não numerários, por exemplo: vales, cheques com datas antigas, cheques 
pessoais de indivíduos encarregados do caixa e despesas, ele deve efetuar 
uma listagem dos itens observados, obter explicações de imediato e proceder 
ao acompanhamento da resolução desses itens, pois podem envolver possíveis 
dissimulações de numerário. 
7 Contas Bancárias
Em relação às contas bancárias, o auditor precisa ficar atento aos seguintes 
aspectos: conciliações bancárias, confirmação e extratos bancários.
Conciliações bancárias: solicitar as conciliações bancárias e se certificar de que 
as pendências sejam decorrentes de operações normais, e não de ativos, passivos 
ou despesas que não foram contabilizadas no período de competência correto.
Confirmação: obter confirmação independentemente dos saldos bancários.
Extratos bancários: análise do extrato bancário de um período anterior e posterior 
à data base analisada, para certificar-se de que todos os débitos e créditos sejam 
inerentes às operações da empresa e tenham sido contabilizados em tempo hábil.
Outro procedimento importante nos trabalhos de auditoria das contas 
bancárias é a realização de Cut-off de cheques, para certificar-se de que os 
cheques foram registrados no período de sua competência e que as conciliações 
bancárias estão corretas. 
Para isso deve-se obter o último cheque emitido e os cheques em branco, e 
confrontar os contabilizados com os compensados constantes dos extratos bancários.
8 Aplicações Financeiras
As aplicações financeiras do disponível são aplicações temporárias de 
numerários com prazo curto de resgate.
A verificação pelo auditor pode ser feita tomando por base os extratos obtidos 
junto às instituições bancárias, se atentando para os resgates e aplicações, bem 
como a correta contabilização da receita apurada pertinente ao período auditado.
36
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
Atividade de Estudos:
1) Cite algumas práticas que identificam um bom controle interno do 
disponível. 
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____________________________________________________
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2) Indique alguns cuidados que o auditor precisa ter ao realizar a 
contagem de caixa.
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3) Qual é o objetivo da realização do Cut-off de cheques?
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Auditoria das Disponibilidades Capítulo 2 
9 Algumas Considerações
As disponibilidades são um grupo relevante de ativo circulante, pois é o 
mais vulnerável e suscetível a desfalques ou desvios, porém de difícil detecção. 
Por isso, destaca-se a importância de controles internos eficientes, que possam 
assegurar as operações da empresa, de forma a inibir possíveis tentativas de 
fraudes, além de auxiliar a administração em suas estratégias operacionais, 
já que frequentemente fornecem análises estatísticas, estudos de tempo e 
movimentos, relatórios de desempenho, programas de treinamento e controle 
da qualidade.
Referências
ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: um curso moderno e completo. São 
Paulo: Atlas, 2016.
ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. São Paulo: Atlas, 2010.
BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Oficial da União. 
Brasília, DF, 17 de dezembro de 1976.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Normas e procedimentos de 
auditoria. Rio de Janeiro: CFC, 1991.
CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria Contábil: teoria e prática. São Paulo: 
Atlas, 2011.
CREPALDI, Silvio Aparecido; CREPALDI, Guilherme Simões. Auditoria 
contábil: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2016.
IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual 
de contabilidade das sociedades por ações: aplicável às demais sociedades. 
São Paulo: Atlas, 2008.
JUND, Sergio. Auditoria: conceitos, normas, técnicas e procedimentos – Teoria 
e 950 questões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
PEREZ JÚNIOR, José Hernandez. Auditoria de demonstrações contábeis: 
normas e procedimentos. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2012. 
38
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
RIBEIRO, Osni Moura; RIBEIRO, Juliana Moura. Auditoria fácil. São Paulo: 
Saraiva, 2011. 
SOUZA, Benedito Felipe de; PEREIRA, Anísio Candido. Auditoria contábil.São Paulo: Atlas, 2004.
CAPÍTULO 3
Auditoria das Contas a Receber
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 3 Analisar os procedimentos da auditoria das contas a receber. 
 3 Executar procedimentos da auditoria das contas a receber.
40
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
41
Auditoria das Contas a Receber Capítulo 3 
1 Contextualização
Os valores registrados no Contas a receber representam direitos adquiridos 
pelas vendas realizadas a prazo, relacionadas ao objeto social da entidade 
(JUND, 2007).
A nomenclatura “contas a receber” é utilizada em sentido mais amplo, pois 
abrange todos os valores a receber da companhia, que podem ser duplicatas a 
receber pelas vendas, adiantamentos concedidos a terceiros ou a empregados, 
impostos a recuperar etc. 
Classificam-se no ativo circulante as contas a receber de valores vencíveis em 
até um ano, após este prazo, devem ser registradas no realizável a longo prazo. 
2 Objetivo de Auditoria
O objetivo principal dos trabalhos de auditoria é certificar-se da veracidade 
das informações contidas nas demonstrações contábeis. Porém, devido à 
complexidade de cada grupo de contas, o auditor precisa especificar seus 
objetivos com o intuito de aprofundar suas análises para assim formar sua opinião 
de forma mais adequada. 
Assim, o objetivo da auditoria do Contas a receber é o de apurar:
• Sua existência real, exatidão dos valores e se refletem a realidade da 
empresa.
• Sua representatividade em relação aos devedores envolvidos.
• Se é de propriedade da empresa.
• Se há devoluções, descontos ou abatimentos, ou quaisquer ônus a serem 
considerados.
• Se foram utilizados os princípios fundamentais da contabilidade.
• Sua correta classificação no balanço patrimonial, bem como se as 
divulgações aplicáveis foram expostas nas notas explicativas.
42
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
3 Revisão do Controle Interno
A revisão do controle interno tem por finalidade avaliar o grau de confiabilidade 
dos controles internos utilizados pela empresa. Ao verificar se os controles internos 
são adequados, o auditor pode determinar quais procedimentos a serem utilizados 
na realização de seus trabalhos, bem como a extensão de suas análises.
Assim como nos controles internos do disponível, Attie (2010) sugere 
procedimentos em relação ao Contas a receber que considera ser indicativo de 
bom controle interno, como: segregação de funções entre quem controla o Contas 
a receber e que realiza a contabilização, conciliação periódica entre financeiro 
e contabilidade; autorização para descontos por pessoa independente de sua 
guarda, análise permanente das contas a receber atrasadas e esforço para seu 
recebimento, prioridade por recebimentos por via bancária, entre outros.
4 Procedimentos de Auditoria 
Os procedimentos de auditoria do Contas a receber são diferentes dos praticados 
na conta Caixa e bancos, por representarem compromissos assumidos pelos clientes. 
De acordo com Crepaldi (2011) são um conjunto de técnicas que permitem 
ao auditor obter evidências e provas suficientes e adequadas para fundamentar 
sua opinião a respeito do trabalho que está sendo realizado. 
Os procedimentos de auditoria relacionados ao Contas a receber dependem dos 
controles internos adotados pela empresa e da confiabilidade que estes transmitem.
Podemos citar alguns procedimentos que podem ser utilizados:
• Obter junto à empresa listagem do Contas a receber por data de 
vencimento e analisar clientes em atraso.
• Efetuar testes de contagem física das duplicatas a receber e confrontá-la 
com o livro-razão.
• Confirmar os valores a receber junto a clientes, emitindo carta de 
circularização.
• Examinar a conta razão das contas a receber.
• Fazer o relacionamento entre duplicatas a receber com vendas, disponível 
e provisões constituídas.
• Examinar a correta classificação das contas, bem como a observância 
aos princípios de contabilidade.
43
Auditoria das Contas a Receber Capítulo 3 
5 Procedimento de Confirmação
Um dos principais procedimentos da auditoria no que se refere a contas 
a receber é a confirmação direta ou circularização do débito junto ao devedor. 
De acordo com Crepaldi e Crepaldi. (2016), o auditor pode usar um pedido de 
confirmação positivo ou negativo.
Pedido de Confirmação Positivo pede ao devedor que responda se a 
informação constante do pedido é correta ou incorreta. Se for incorreta, ele, o 
devedor, deverá apontar o erro.
Pedido de Confirmação Negativo é para solicitar ao devedor que responda 
apenas se a informação está errada.
Cabe ao auditor definir qual pedido de confirmação solicitar. Normalmente os 
pedidos de confirmação positivos são utilizados para clientes com valores mais 
expressivos; para os demais são utilizados os pedidos negativos. 
Em relação aos pedidos de confirmação positivos, se já houver decorrido um 
prazo razoável e o auditor não obtiver uma resposta, ele pode enviar um segundo 
pedido, e até um terceiro pedido. De acordo com Attie (2010), só após esgotados 
todos os recursos e dependendo das respostas recebidas, o auditor pode proceder 
um exame alternativo, que engloba diferentes tipos de exames documentais.
O exame documental que comprova a existência da conta a receber, por 
exemplo, nota fiscal de venda; o exame documental que comprova por parte do 
devedor sua dívida junto à companhia, por exemplo, canhoto de entrega; e, por 
fim, o exame documental de realização da conta a receber, por exemplo, o aviso 
bancário de recebimento.
Em relação às respostas recebidas quanto à confirmação pelos devedores, 
o auditor deve realizar uma análise minuciosa, pois podem revelar desvios, 
apropriações indébitas, contas a receber irreais ou incorreções.
44
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
FIGURA 1 – MODELO DE PEDIDO DE CONFIRMAÇÃO POSITIVA
 _____________ de _____________ de _____________.
Prezados senhores:
Para fins de simples conferência, favor confirmar diretamente com os nossos auditores 
(colocar nome e endereço dos auditores externos ou independentes) o saldo que 
mantemos com V.Sas., conforme abaixo discriminado, em _____ de __________ de 
______. Adicionalmente, caso haja alguma divergência com os registros de V.Sas., 
solicitamos indicar na coluna de “OBSERVAÇÕES” a natureza dessa divergência.
Antecipadamente gratos, subscrevemo-nos,
Atenciosamente,
______________________________
Assinatura, e carimbo
Confirmamos o saldo a pagar a (nome da empresa auditada), abaixo discriminado, 
em _____ de __________ de ______. 
N° DA DUPLICATA VALOR OBSERVAÇÕES
_____________ de _____________ de _____________ 
______________________________
Assinatura, e carimbo
FONTE: Almeida (2016, p. 191)
45
Auditoria das Contas a Receber Capítulo 3 
FIGURA 2 – MODELO DE PEDIDO DE CONFIRMAÇÃO NEGATIVA
 _____________ de _____________ de _____________.
Prezados senhores:
Para fins de simples conferência, favor examinar a demonstração abaixo relatada do 
saldo que mantemos com V.Sas., em _____ de __________ de ______. Adicionalmente, 
caso haja alguma divergência com os registros de V.Sas., solicitamos confirmar 
diretamente com os nossos auditores (colocar nome e endereço dos auditores externos 
ou independentes) e indicar na coluna de “OBSERVAÇÕES” a natureza da divergência.
Antecipadamente gratos, subscrevemo-nos,
Atenciosamente,
______________________________
Assinatura, e carimbo
Confirmamos o saldo a pagar a (nome da empresa auditada), abaixo discriminado, 
em _____ de __________ de ______. 
N° DA DUPLICATA VALOR OBSERVAÇÕES
_____________ de _____________ de _____________ 
______________________________
Assinatura e carimbo
FONTE: Almeida (2016, p. 192)
46
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
6 Realização
De acordo com os princípios contábeis, as contas a receber devem ser 
demonstradas pelo seu valor líquido realizável, ou seja, pelo valor que se esperareceber. 
Diante disso, além de avaliar se os valores que constam no Contas a 
receber são reais, o auditor precisa avaliar se serão realmente recebidos, a fim de 
determinar a constituição da provisão para devedores duvidosos.
A provisão para devedores duvidosos é formada com base em estimativa de 
valores que deixarão de ser recebidos e deve conter um montante suficiente para 
cobrir as possíveis perdas que venham a ocorrer. 
Para Franco e Marra (2001), um dos principais elementos para auxiliar na 
determinação dessa provisão é a listagem de contas a receber por idade (aging 
list), pois lista os valores a receber por data de vencimento, apresentando os 
clientes em atraso e de difícil realização dos recebimentos. 
É claro que outras fontes de informação são utilizadas, como posição dos 
advogados quanto a processos de cobrança, histórico de perdas, comparação 
com outras empresas do mesmo ramo e discussão com a gerência encarregada, 
mas o objetivo final é determinar a razoabilidade da provisão a ser constituída.
FIGURA 3 – MODELO DE AGING LIST
FONTE: Attie (2010, p. 340)
Aging da Duplicatas a Receber
31-12-X2_____________________________________________________________________________________________
Vencidas A Vencer
___________________________________________
__________________________________________________________________ _________________________
Cálculo dos 
juros devidos
José da Silva Ltda.
Zebedeu e Cia. Ltda.
Fulano e Sicrano S.A.
Campos Metalurgia S.A.
Máquinas Pesadas S.A.
Pedro e Fonseca e Cia.
Antônio Marechal Ltda.
Suprema S.A
Até 30 dias
Até 60 dias
Até 90 dias
Vide ajuste n°4 no wp 1-B
_______
Até 30 
dias
_______ _______
61 a 90 
dias + 91 dias
_______
Até 30 
dias
_______
Total
_______
_______
_______
______________________________________________________
360
2.280
2.000
4.6400
18.000 x 2%
38.000 x 6%
20.000 x 10%
10.000 3
12.400 3
18.000 
40.400
31 a 60 
dias
20.000
18.000
38.000
20.000
20.000
35.000
35.000
200.000 3
240.000 3
107.600 3
85.000 3
81.300 3
713.900
200.000 3
250.000 3
120.000 3
85.000 3
81.300 3
40.000 3
36.000 3
35.000 3
847.300 3
47
Auditoria das Contas a Receber Capítulo 3 
Atividades de Estudos:
1) Cite os principais procedimentos de auditoria do Contas a receber.
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
2) Qual atitude o auditor deve tomar quando não recebe resposta à 
carta de circularização enviada aos clientes?
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
3) O Contas a receber de valores vencíveis no exercício seguinte 
deve ser classificado em qual grupo de contas no balanço 
patrimonial:
( ) Ativo Circulante.
( ) Ativo Realizável a Longo Prazo.
( ) Investimentos.
( ) Imobilizado.
4) Quais transações são classificadas no grupo de Contas a 
receber? 
( ) Adiantamentos recebidos.
( ) Adiantamentos a empregados.
( ) Adiantamentos Concedidos.
( ) Impostos a recolher.
48
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
7 Algumas Considerações
 As contas a receber normalmente representam um dos ativos mais 
importantes para as empresas, pois são valores decorrentes de vendas a prazo, 
inerentes às atividades da empresa ou outras transações e guardam grande 
expectativa de recebimento.
Este capítulo demonstrou os procedimentos mais usuais para validação do 
Contas a receber, porém os procedimentos podem variar de acordo com volume 
de transações e das pessoas envolvidas. 
Referências
ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: um curso moderno e completo. São 
Paulo: Atlas, 2016.
ARAÚJO, Inaldo da Paixão Santos; ARRUDA, Daniel Gomes. Fundamentos da 
auditoria: a auditoria das demonstrações financeiras em um contexto global. São 
Paulo: Saraiva, 2012. 
ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. São Paulo: Atlas, 2010.
BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Oficial da União. 
Brasília, DF, 17 de dezembro de 1976.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Normas e procedimentos de 
auditoria. Rio de Janeiro: CFC, 1991.
CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria Contábil: teoria e prática. São Paulo: 
Atlas, 2011.
CREPALDI, Silvio Aparecido; CREPALDI, Guilherme Simões. Auditoria 
Contábil: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2016.
FRANCO, Hilário; MARRA, Ernesto. Auditoria Contábil. São Paulo: Atlas, 2001.
IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual 
de Contabilidade das Sociedades por Ações: aplicável às demais sociedades. 
São Paulo: Atlas, 2008.
49
Auditoria das Contas a Receber Capítulo 3 
JUND, Sergio. Auditoria: conceitos, normas, técnicas e procedimentos – Teoria e 
950 questões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
PEREZ JÚNIOR, José Hernandez. Auditoria de demonstrações contábeis: 
normas e procedimentos. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2012. 
RIBEIRO, Osni Moura; RIBEIRO, Juliana Moura. Auditoria fácil. São Paulo: 
Saraiva, 2011. 
SOUZA, Benedito Felipe de; PEREIRA, Anísio Candido. Auditoria contábil. São 
Paulo: Atlas, 2004. 
50
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
CAPÍTULO 4
Auditoria dos Estoques
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 3 Conhecer as normas e processos da auditoria dos estoques.
 3 Seguir as normas e procedimentos da auditoria dos estoques.
52
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
53
Auditoria dos Estoques Capítulo 4 
1 Contextualização
Os estoques são bens destinados à venda ou fabricação de 
produtos ligados ao objeto social da empresa. São classificados no ativo 
circulante, porém, se existirem bens com prazo de realização superior a 
um ano, eles deverão ser registrados no ativo não circulante. 
A Lei das Sociedades Anônimas (Lei n°6.404/76) determina que os ativos 
sejam classificados pelo seu grau de liquidez, por este motivo, os estoques devem 
ser classificados na seguinte ordem: produtos acabados, produtos em processo e 
matérias-primas.
As principais classes de estoques, segundo Almeida (2016), são: matérias-
primas, produtos em processo, produtos acabados e mercadorias.
As matérias-primas são insumos comprados para produção de bens. Os 
produtos em processo são insumos que estão em processo de fabricação de 
bens. Os produtos acabados são os bens produzidos e destinados a venda. Por 
fim, as mercadorias são bens comprados prontos e destinados a venda.
Para Crepaldi e Crepaldi (2016, p. 704), pode-se definir estoque como sendo 
ativos:
• Mantidos para venda no curso normal dos negócios.
• Em processo de produção para venda.
• Na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos ou 
transformados no processo de produção ou na prestação de 
serviços.
A área de estoques representa um grande desafio para o auditor, 
pois normalmente envolve o ativo de maior importância e qualquer erro 
influencia diretamente no resultado da empresa.
Os estoques são 
bens destinados à 
venda ou fabricação 
de produtos ligados 
ao objeto social da 
empresa.
A área de estoques 
representa um 
grande desafio 
para o auditor, 
pois normalmente 
envolve o ativo de 
maior importância 
e qualquer erro 
influencia diretamente 
no resultado da 
empresa.
54
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
2 Objetivo de Auditoria
O objetivo principal dos trabalhos de auditoria é certificar-se da veracidade 
das informaçõescontidas nas demonstrações contábeis. Porém, devido à 
complexidade de cada grupo de contas, o auditor precisa especificar seus 
objetivos com o intuito de aprofundar suas análises para assim formar sua opinião 
de forma mais adequada. Assim, os objetivos da auditoria de estoques são:
• Determinar sua existência e localização, pois este poderá estar na 
empresa, com terceiros ou em trânsito.
• Determinar se os estoques são de propriedade da empresa.
• Determinar se foram aplicados os princípios fundamentais de 
contabilidade.
• Verificar a existência de estoques penhorados ou dados em garantia.
• Verificar se estão corretamente classificados no balanço patrimonial e se 
as divulgações cabíveis foram indicadas em notas explicativas.
3 Revisão do Controle Interno
Cada empresa realiza seu controle interno do estoque de acordo com as suas 
necessidades, conforme quantidade de itens em estoque, pessoal envolvido e giro. 
Para Crepaldi e Crepaldi (2015) o controle interno dos estoques envolve 
controles contábeis e físicos. E estes controles precisam atuar num sistema em 
que haja segregação de funções das tarefas dos empregados, para não permitir 
que o encarregado em controlar o estoque seja o mesmo responsável pelo 
faturamento de vendas ou lançamento das compras. 
O fluxo de informações do sistema contábil deve ser feito paralelamente ao 
fluxo físico do estoque e não devem ocorrer vendas sem serem aprovadas, assim 
como seu embarque. Deve haver contagens frequentes do estoque e conferência das 
compras por ocasião de seus recebimentos em confrontação com as notas fiscais.
4 Procedimentos de Auditoria 
Os procedimentos de auditoria, de acordo com Crepaldi (2011), são um 
conjunto de técnicas que permitem ao auditor obter evidências e provas suficientes 
e adequadas para fundamentar sua opinião a respeito do trabalho que está sendo 
realizado. 
55
Auditoria dos Estoques Capítulo 4 
Seguem alguns procedimentos de auditoria que podem ser utilizados durante 
os trabalhos de auditoria de estoques:
• Revisão dos controles internos.
• Acompanhamento da contagem dos estoques.
• Confirmar estoques da empresa em poder de terceiros e estoques de 
terceiros em poder da empresa.
• Examinar o livro-razão das contas de estoques.
• Verificar a existência de estoques obsoletos.
• Verificar os critérios de avaliação dos estoques.
• Efetuar o Cut-off das operações.
• Solicitar confirmação de estoques em poder de terceiros.
5 Contagem Física dos Estoques
A contagem física dos estoques é o meio pelo qual o auditor obtém 
a confirmação do real saldo dos estoques existentes na empresa, pois 
independentemente da eficiência do controle interno de que a companhia dispõe, 
cabe ao auditor acompanhar a contagem física dos estoques realizada pelos 
funcionários da empresa, a fim de comprovar que os registros físicos refletem 
suas demonstrações contábeis.
Para Attie (2010), o auditor deve acompanhar a contagem dos estoques 
pelas seguintes razões: determinar a efetiva existência física destes, observar 
os métodos seguidos na contagem do inventário e realizar testes de contagens 
paralelos aos da empresa, para verificação de que os estoques estejam sendo 
corretamente levantados.
O auditor deve ficar atento a diferenças anormais no inventário físico de 
produtos acabados, pois podem identificar vendas não contabilizadas.
6 Sistemas de Custeio
As indústrias precisam valorizar os seus estoques de produtos acabados e 
em processo de fabricação, e para isso é necessária a definição de um sistema 
de custeio. Entre os mais usuais temos: custeio por absorção e custo padrão.
 
Pelo custeio por absorção, conforme Almeida (2016), todos os gastos 
inerentes ao processo de fabricação são alocados aos produtos fabricados. 
56
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
Esses custos abrangem matéria-prima, mão de obra direta e despesas gerais de 
fabricação (mão de obra indireta, energia elétrica, depreciação das máquinas etc.).
O exame do auditor para esse método será por meio de testes na apropriação 
dos custos inerentes, de acordo com os apontamentos de mão de obra direta e 
critérios de alocação dos gastos gerais de fabricação definidos pela empresa.
Pelo método de custo padrão, valores dos custos são estimados e sua 
alocação aos produtos fabricados. E conforme Almeida (2016, p. 211), “são 
utilizadas contas de variação para os principais elementos de custos [...], as quais 
são debitadas pelos valores efetivamente incorridos e creditadas pelos custos 
predeterminados [...]”.
O exame do auditor para esse método será analisar as contas de variação, 
pois, caso as variações sejam expressivas, pode significar erros na utilização dos 
padrões ou falta de alocação correta dos custos.
7 Avaliação dos Estoques
Segundo os princípios contábeis, os estoques devem ser avaliados pelo seu 
valor de custo ou mercado, dos dois, o menor. Com isso, o auditor precisa apurar 
se o modo que a empresa definiu para avaliar seus estoques está sendo aplicado.
Existem vários critérios de avaliação do estoque, os métodos mais 
conhecidos são: 
• UEPS (último que entra, primeiro que sai) – em que os estoques são 
avaliados pelo valor do último item a compor o estoque, este método não 
é aceito para fins fiscais. 
• PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai) – em que os estoques são 
avaliados pelo valor do primeiro produto a entrar no estoque.
• Custo Médio – em que é aplicada uma média dos produtos que se 
encontram em estoque, este método normalmente é o mais utilizado.
A figura a seguir mostra exemplo dos critérios de avaliação dos estoques 
mais utilizados:
57
Auditoria dos Estoques Capítulo 4 
FIGURA 1 – CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DOS ESTOQUES
A empresa Alfa S.A vendeu trinta mercadorias em 20 de fevereiro de 20X0. As 
compras foram realizadas da seguinte forma:
Pelo método PEPS
Estoques = 10 unidades x R$ 400
Custo de Vendas=
Pelo custo médio
R$ 14.000 ÷ 40 unidades
Estoques = 10 unidades x R$ 350
Custo de vendas = 30 unidades x R$ 350
= R$ 4.000
= R$ 6.000
= R$ 4.000
= R$ 10.000
= R$ 350
= R$ 3.500
= R$ 10.500
20 unidades x R$ 300
10 unidades x R$ 400
Data
20-1-20X0
18-2-20X0
Unidade
20
20
40
Preço Unitário
R$ 300
R$ 400
Preço Total
6.000
8.000
14.000
FONTE: Almeida (2016, p. 212)
Atualmente, no Brasil, a maioria das empresas utiliza o custo médio 
na valorização dos seus estoques. Cabe lembrar que o custo médio pode ser 
calculado em base diária ou base mensal.
8 Realização dos Estoques
Durante a contagem física, o auditor deve observar aspectos ligados à 
quantidade e qualidade dos estoques existentes, pois segundo Attie (2010), a 
observação é um dos procedimentos utilizados para identificação de materiais 
em condições invendáveis, em quantidades excessivas, obsoletos, morosos ou 
deteriorados, e diante de tais situações, o auditor deve questionar o pessoal 
responsável sobre as condições dos materiais que lhe parecerem anormais. 
Outra forma de verificar problemas nos estoques é através de exame nos 
registros perpétuos analíticos, onde são encontradas as datas de movimentação 
dos estoques.
58
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
9 Cut-off Contabilização
Segundo Franco e Marra (2001, p. 403), Cut-off, ou corte das operações, 
“consiste em determinar o momento em que os registros contábeis auxiliares, bem 
como os documentos com eles relacionados, refletem o levantamento do inventário”.
O Cut-off tem por objetivo contabilizar em períodos corretos as transações 
relacionadas aos estoques, pois podem ocorrer casos em que materiais foram 
incluídos no inventário físico, mas não foram devidamente contabilizados no 
mesmo período, ou vendas realizadas, cujos produtos ainda não foram entregues. 
Ao longo do período, os efeitos se compensam, mas o exercício social fica 
incorreto, influenciando no resultado do exercício encerrado. Por isso, o auditor 
deve estar atento às últimas entradas e saídas, para certificar-se de que serão 
registradas em seus períodoscorretos de competência. A figura a seguir mostra 
exemplo de contabilização de Cut-off.
FIGURA 2 – EXEMPLO DE CONTABILIZAÇÃO DE CUT OFF
a) Compras recebidas em um exercício e contabilizadas em outro
$
Estoque físico (inclui as compras recebidas e não contabilizadas
Estoque contábil (não inclui as compras recebidas)
Diferença
Como o estoque contábil deve ser ajustado ao estoque 
físico, a companhia efetua o lançamento contábil:
D. Estoques
C. Custos de vendas 100
No exercício subsequente, ocorrerá o inverso da situação ora demonstrada.
b) Vendas realizadas em um exercício e contabilizadas em outro
$
Vendas
Custo de vendas 
Efeito no lucro bruto
c) Vendas e custos das vendas realizadas em um exercício 
e contabilizadas em exercícios diferentes
Vendas
Custo de vendas
Efeito no lucro bruto
3.000
2.900
100
Exercício 1
200
 - 
200
Exercício 2
-
(180)
(180)
200
(180)
20
FONTE: Attie (2010, p. 354)
59
Auditoria dos Estoques Capítulo 4 
Atividades de Estudos:
1) A Lei das Sociedades Anônimas determina que os ativos sejam 
classificados pelo seu grau de liquidez. Diante dessa afirmação, 
qual é a ordem de classificação dos estoques?
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____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
2) Cite as razões pelas quais o auditor deve acompanhar a 
contagem de estoques realizada pela empresa em auditoria.
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
3) Explique como funcionam os métodos de Custeio dos produtos 
acabados e em fabricação?
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
4) Quais são os critérios de avaliação dos estoques mais utilizados 
no Brasil?
 _______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
60
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
10 Algumas Considerações
Os trabalhos de auditoria que envolvem a área de estoques proporcionam ao 
auditor a oportunidade de fazer sugestões quanto ao aprimoramento dos controles 
internos, redução de custos ou procedimentos para tratamento das transações que 
não fazem parte do objeto social da empresa auditada, como venda de sucata. 
Outras questões relevantes que precisam ser observadas quanto à auditoria 
do estoque são as inerentes à armazenagem dos estoques, que precisa ser 
de acordo com o produto vendido, por exemplo, em uma empresa de gêneros 
alimentícios, o auditor precisa avaliar se o local é adequado, se estão no prazo de 
validade, entre outros aspectos.
Referências
ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: um curso moderno e completo. São 
Paulo: Atlas, 2016.
ARAÚJO, Inaldo da Paixão Santos; ARRUDA, Daniel Gomes. Fundamentos da 
auditoria: a auditoria das demonstrações financeiras em um contexto global. São 
Paulo: Saraiva, 2012. 
ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. São Paulo: Atlas, 2010.
BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Oficial da União. 
Brasília, DF, 17 de dezembro de 1976.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Normas e procedimentos de 
auditoria. Rio de Janeiro: CFC, 1991.
CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria contábil: teoria e prática. São Paulo: 
Atlas, 2011.
CREPALDI, Silvio Aparecido; CREPALDI, Guilherme Simões. Auditoria fiscal e 
tributária. São Paulo: Saraiva, 2015.
______. Auditoria Contábil: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2016.
FRANCO, Hilário; MARRA, Ernesto. Auditoria contábil. São Paulo, Atlas, 2001.
61
Auditoria dos Estoques Capítulo 4 
IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual 
de contabilidade das sociedades por ações: aplicável às demais sociedades. 
São Paulo: Atlas, 2008.
JUND, Sergio. Auditoria: conceitos, normas, técnicas e procedimentos – Teoria e 
950 questões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
PEREZ JÚNIOR, José Hernandez. Auditoria de demonstrações contábeis: 
normas e procedimentos. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2012. 
RIBEIRO, Osni Moura; RIBEIRO, Juliana Moura. Auditoria fácil. São Paulo: 
Saraiva, 2011. 
SOUZA, Benedito Felipe de; PEREIRA, Anísio Candido. Auditoria contábil. São 
Paulo: Atlas, 2004. 
62
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
CAPÍTULO 5
Auditoria das Despesas Antecipadas
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 3 Usar as normas e processos da auditoria das despesas antecipadas.
 3 Executar as normas e procedimentos da auditoria das despesas antecipadas.
64
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
65
Auditoria das Despesas Antecipadas Capítulo 5 
1 Contextualização
Despesas antecipadas são valores pagos com antecedência, cujas 
despesas ainda não foram incorridas, a apropriação delas deve ocorrer ao 
longo dos períodos subsequentes. São classificadas no ativo circulante, 
caso sejam realizadas no exercício social seguinte, por exemplo: prêmios 
de seguro, agenciamento de propaganda e publicidade, juros sobre 
empréstimos pagos antecipadamente, aluguéis, entre outros.
Um exemplo dessa situação é o valor de seguros, em que, por 
ocasião da aquisição, é lançado o pagamento contra despesas antecipadas; e 
por ocasião da apropriação mensal será lançado na conta de despesa contra 
despesas antecipadas. A figura a seguir mostra um exemplo de contabilização 
das despesas antecipadas.
FIGURA 1 – CONTABILIZAÇÃO DAS DESPESAS ANTECIPADAS
BANCO
50.000 1
ATIVO CIRCULANTE
DESPESAS ANTECIPADAS
12.500 250.0001
DESPESAS DO ANO
12.5002
Pelo Pagamento
Pela Amortização da parcela de competência do exercício social findo em 20X0
(R$ 50.000 ÷ 12 meses ÷ 3 meses de 20X0.
1
2
A forma de apropriação de algumas dessas despesas aos resultados deve 
ser em quotas iguais, durante o prazo do evento, normalmente com a utilização 
de controles auxiliares que contêm informações quanto ao valor do pagamento 
antecipado e às parcelas mensais a apropriar. 
2 Objetivo de Auditoria
O objetivo principal dos trabalhos de auditoria é certificar-se da veracidade 
das informações contidas nas demonstrações contábeis, porém, devido à 
complexidade de cada grupo de contas, o auditor precisa especificar seus objetivos 
com o intuito de aprofundar suas análises para assim formar sua opinião de forma 
mais adequada. Assim, os objetivos da auditoria das despesas antecipadas são:
Despesas 
antecipadas são 
valores pagos com 
antecedência, cujas 
despesas ainda não 
foram incorridas, a 
apropriação delas 
deve ocorrer ao 
longo dos períodos 
subsequentes. 
Saldo = 37.5000
FONTE: Almeida (2016, p. 238)
66
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
• Determinar se os gastos lançados nesta conta realmente irão beneficiar 
um ou mais exercícios.
• Verificar se foram classificadas dentro dos princípios contábeis.
• Verificar se estão devidamente classificadas no balanço patrimonial e se 
foram incluídas as informações necessárias nas notas explicativas.
3 Revisão do Controle Interno
Com a revisão do controle interno, o auditor busca averiguar se os controles 
utilizados pela empresa são confiáveis e atendem assuas necessidades. Cada 
companhia possui controles internos próprios, que são adequados a cada tipo de 
movimentação. Attie (2010, p. 383) cita, entre os vários tipos de controles internos, 
os que considera importantes:
• Mapa de apropriação mensal das despesas antecipadas.
• Sistema de autorização e aprovação para pagamentos.
• Estabelecimento de política e critérios contábeis definidos para as 
despesas antecipadas. 
• Estabelecimento de política definida para contratação de seguro para 
seus ativos.
4 Procedimentos de Auditoria 
Os procedimentos de auditoria, de acordo com Crepaldi (2011), são 
um conjunto de técnicas que permitem ao auditor obter evidências e provas 
suficientes e adequadas para fundamentar sua opinião a respeito do trabalho que 
está sendo realizado. Seguem alguns procedimentos de auditoria para as contas 
de despesas antecipadas:
• Exame da documentação: notas fiscais, comprovantes, apólices de 
seguro.
• Comprovação com as seguradoras quanto à vigência das apólices.
• Conferência dos cálculos das amortizações mensais.
• Análise do livro-razão das contas de despesas antecipadas.
67
Auditoria das Despesas Antecipadas Capítulo 5 
5 Revisão da Cobertura de Seguros
Um dos principais itens classificados no grupo de despesas antecipadas é a 
conta de seguros, que as empresas contratam para assegurar seus ativos.
Um auditor, apesar de não ser um especialista em seguros, deve ter o 
conhecimento necessário para avaliar o seguro adequado a cada tipo de empresa, 
a fim de realizar contribuições valiosas quanto à necessidade dos seguros 
adicionais ou que abrangem lucros cessantes.
Atividades de Estudos:
1) O que são despesas antecipadas?
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____________________________________________________
____________________________________________________
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2) Quais são os objetivos da auditoria das despesas antecipadas?
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3) As despesas antecipadas podem ser classificadas em quais 
grupos de contas?
( ) Ativo Circulante e Investimentos.
( ) Ativo Circulante e Ativo Realizável a Longo Prazo.
( ) Ativo Realizável a Longo Prazo e Investimentos. 
( ) Ativo Circulante e Imobilizado.
68
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
4) Cite exemplos de despesas antecipadas?
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
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____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
6 Algumas Considerações
O grupo de despesas antecipadas normalmente representa pagamentos 
antecipados de despesas cujos benefícios serão reconhecidos posteriormente, 
porém há casos especiais em que as despesas não significam desembolso 
imediato de recursos, e sim valores ainda a pagar a curto prazo. Os prêmios de 
seguros, quando parcelados, são um exemplo prático dessa situação.
Referências
ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: um curso moderno e completo. São 
Paulo: Atlas, 2016.
ARAÚJO, Inaldo da Paixão Santos; ARRUDA, Daniel Gomes. Fundamentos da 
auditoria: a auditoria das demonstrações financeiras em um contexto global. São 
Paulo: Saraiva, 2012. 
ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. São Paulo: Atlas, 2010.
BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Oficial da União. 
Brasília, DF, 17 de dezembro de 1976.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Normas e procedimentos de 
auditoria. Rio de Janeiro: CFC, 1991.
CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria contábil: teoria e prática. São Paulo: 
Atlas, 2011.
69
Auditoria das Despesas Antecipadas Capítulo 5 
IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual 
de Contabilidade das Sociedades por Ações: aplicável às demais sociedades. 
São Paulo: Atlas, 2008.
PEREZ JÚNIOR, José Hernandez. Auditoria de demonstrações contábeis: 
normas e procedimentos. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2012. 
RIBEIRO, Osni Moura; RIBEIRO, Juliana Moura. Auditoria fácil. São Paulo: 
Saraiva, 2011. 
SOUZA, Benedito Felipe de; PEREIRA, Anísio Candido. Auditoria contábil. São 
Paulo: Atlas, 2004. 
70
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
CAPÍTULO 6
Auditoria do Realizável a Longo 
Prazo
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 3 Conhecer as orientações gerais para auditoria do realizável a longo prazo.
 3 Aplicar as normas da auditoria do realizável a longo prazo.
72
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
73
Auditoria do Realizável a Longo Prazo Capítulo 6 
1 Contextualização
O realizável a longo prazo enquadra-se como Ativo não circulante, e de 
forma geral, são classificadas, neste grupo, as mesmas contas do ativo circulante, 
quando sua realização for após o término do exercício social seguinte, ou seja, 
acima de um ano. 
Com isso, as companhias poderão ter valores de contas a receber, estoques, 
despesas antecipadas, tanto no ativo circulante quanto no realizável a longo 
prazo: a questão é definida pelo prazo de sua realização.
Segundo a Lei das Sociedades por Ações, Lei nº 6.404/76, em seu artigo 179, 
as contas no Ativo Realizável a Longo Prazo serão classificadas do seguinte modo:
Os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, 
assim como os derivados de vendas, adiantamentos 
ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas 
(artigo 243), diretores, acionistas ou participantes no lucro 
da companhia, que não constituírem negócios usuais na 
exploração do objeto da companhia.
Diante do exposto, verifica-se que a auditoria do realizável a longo prazo 
pode ser realizada juntamente com os trabalhos realizados nas contas do ativo 
circulante, cabendo uma análise dos prazos de sua realização para que sejam 
classificadas adequadamente.
Iudícibus (2008) considera importante classificar esse grupo em três 
subgrupos: crédito de valores; investimentos temporários a longo prazo; e 
despesas antecipadas.
2 Crédito de Acionistas, Diretores 
e Sociedades Coligadas ou 
Controladas
A Lei das Sociedades por Ações determina que os valores de créditos de 
acionistas, diretores e sociedades coligadas ou controladas sejam classificados 
no realizável a longo prazo, independentemente de seu vencimento. 
Com isso, uma possibilidade de trabalho nesta área seria uma análise dos 
contratos existentes e da movimentação ocorrida nesses ativos, destacando inclusive 
a necessidade de informação em notas explicativas, caso sejam valores significativos.
74
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
Atividades de Estudos:
1) Cite exemplos de grupos de contas podem ser classificados no 
realizável a longo prazo.
 _________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
________________________________
2) Qual critério define se uma conta contábil deve ser classificada 
no ativo circulante ou realizávela longo prazo?
 _________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
________________________________
3 Algumas Considerações
Normalmente, o realizável a longo prazo não representa um ativo muito 
significativo comparado aos demais grupos de contas, porém, se houver valores 
de maior relevância, estes deverão ser destacados no Balanço Patrimonial; se 
os valores forem irrelevantes, podem ser demonstrados por seu valor total nessa 
demonstração.
75
Auditoria do Realizável a Longo Prazo Capítulo 6 
Referências
ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. São Paulo: Atlas, 2010.
BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Oficial da União. 
Brasília, DF, 17 de dezembro de 1976.
 
IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual 
de contabilidade das sociedades por ações: aplicável às demais sociedades. 
São Paulo: Atlas, 2008.
76
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
CAPÍTULO 7
Auditoria dos Investimentos
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 3 Compreender as normas e processos da auditoria dos investimentos.
 3 Aplicar as normas e procedimentos da auditoria dos investimentos.
78
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
79
Auditoria dos Investimentos Capítulo 7 
1 Contextualização
São classificadas como investimentos as participações permanentes em 
outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, que não são classificados 
no ativo circulante e não se destinam a manutenção das atividades da empresa.
Segundo Iudícibus (2008), quando a lei menciona direitos de qualquer 
natureza, refere-se a outros tipos de investimentos permanentes, por exemplo, um 
terreno ou outros imóveis, que não são utilizados para as atividades da empresa, 
mas que esta não pretende vendê-los, pois aguarda uma futura expansão ou 
outras oportunidades.
Outros exemplos podem ser as obras de arte, não utilizadas nas atividades 
da empresa e que não se desvalorizam.
 
2 Objetivos de Auditoria
O objetivo principal dos trabalhos de auditoria é certificar-se da veracidade 
das informações contidas nas demonstrações contábeis. Porém, devido à 
complexidade de cada grupo de contas, o auditor precisa especificar seus 
objetivos, com o intuito de aprofundar suas análises para assim formar sua opinião 
de forma mais adequada. 
Assim, os objetivos do auditor na auditoria dos investimentos podem ser:
• Determinar se os investimentos apresentados são reais e de propriedade 
da empresa.
• Analisar se a avaliação dos investimentos está adequada.
• Conferir o registro de resultados e receitas com os investimentos.
• Verificar a existência de vinculações em garantia.
• Observar se estão classificados corretamente no balanço patrimonial e se 
as divulgações aplicáveis estão em nota explicativas.
3 Critérios de Avaliação
Conforme estabelece a legislação, os investimentos permanentes em 
controladas e coligadas serão avaliados pelo método de equivalência patrimonial. 
80
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
Equivalência patrimonial é um método contábil que consiste em 
atualizar o valor contábil do investimento ao valor equivalente à participação 
societária da investidora no patrimônio líquido da sociedade investida.
A Lei da Sociedade por Ações (Lei nº 6.404/76), em seu art. 243, 
atualizado pela Lei nº 11.941 de 2009, define o que são sociedades 
coligadas e sociedades controladas: 
• Sociedades coligadas são as sociedades nas quais a investidora tenha 
influência significativa, ou seja, detém ou exerce o poder de participar das 
decisões das políticas financeira ou operacional da investida, sem controlá-la. 
• Sociedades controladas são aquelas nas quais a controladora, 
diretamente ou por meio de outras controladas, é titular de diretos de sócio 
que lhe assegure, de modo permanente, preponderância nas deliberações 
sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores. Neste caso, a 
controladora deve possuir ações com direito a voto.
A figura a seguir mostra exemplo de contabilização da equivalência patrimonial.
FIGURA 1 – CONTABILIZAÇÃO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL
A Farp S.A. comprou, em 31 de dezembro de 20X0, 70% do capital social da Suíte 
S.A. no valor total de R$ 900.000. O patrimônio líquido da Suíte S.A. na mesma época 
a valor justo era de R$ 1.000.000. A Suíte S.A. incorreu em um lucro líquido de R$ 
250.000 em 20X1 e pagou dividendos de R$ 100.000.
– Segregação do custo de aquisição em equivalência patrimonial e ágio:
• R$ 1.000.000 (patrimônio líquido) x 70%
(percentual de participação) = 
• valor da aquisição
• ágio
R$ (700.000)
900.000
R$ 200.000
INVESTIMENTOS EQUIVALÊNCIA 
PATRIMONIAL
70.000 3700.0001
75.0002
RECEITA EQUIVALÊNCIA 
PATRIMONIAL
175.000 3 900.000 1
INVESTIMENTOS 
ÁGIO
200.0001
DISPONÍVEL 
BANCO
70.0003
Registro da aquisição do investimento
Registro do ajuste de equivalência patrimonial (R$ 250.000 x 70% = R$ 175.000)
Registro dos dividendos recebidos (R$ 100.000 x 70% = R$ 70.000)
1
2
3
FONTE: Almeida (2016, p. 257)
Equivalência 
patrimonial é um 
método contábil que 
consiste em atualizar 
o valor contábil do 
investimento ao 
valor equivalente à 
participação societária 
da investidora no 
patrimônio líquido da 
sociedade investida.
81
Auditoria dos Investimentos Capítulo 7 
Os demais investimentos, ou seja, aqueles que não forem avaliados pelo 
método de equivalência patrimonial, serão avaliados por seu custo de aquisição, 
deduzidos dos valores de provisão para prováveis perdas na realização de seu 
valor, quando comprovadas.
Diante do exposto, cabe ao auditor validar os cálculos inerentes às 
participações em outras empresas e certificar-se de sua correta contabilização.
4 Revisão de Controle Interno
A revisão do controle interno em relação às contas de investimentos tem 
a finalidade de verificar a confiabilidade das informações, a fim de determinar 
quais procedimentos de auditoria serão adotados. 
Os controles internos variam de acordo com o volume de investimentos e 
as pessoas envolvidas, porém, é recomendável que a administração determine 
controles mínimos, para dar segurança às informações. 
Attie (2010, p. 412) dispõe de exemplos que considera indispensável para 
um bom controle interno dos investimentos:
• Segregação de função entre a custódia dos investimentos e a 
escrituração.
• Utilização de cofres de aluguel acessíveis a duas pessoas independentes 
entre si.
• Sistema de autorização para aquisição e baixas de investimentos.
• Planilha de acompanhamento da situação das companhias investidas. 
• Contagens periódicas por pessoa independente à das cautelas de 
investimentos da guarda física.
5 Procedimentos de Auditoria
Os procedimentos de auditoria, de acordo com Crepaldi (2011), são 
um conjunto de técnicas que permitem ao auditor obter evidências e provas 
suficientes e adequadas para fundamentar sua opinião a respeito do trabalho 
que está sendo realizado. Os procedimentos de auditoria que podem ser 
utilizados nas contas de investimentos são:
82
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
• Verificação física dos títulos de investimentos.
• Conferência da compra e venda de investimentos.
• Verificação de resultado na alienação de investimentos.
• Validação dos cálculos das participações acionárias, equivalências 
patrimoniais e provisão de perdas.
• Verificação do livro-razão das contas de investimentos.
• Verificação do valor de mercado dos investimentos, na data do balanço.
Atividades de Estudos:
1) Quais são os objetivos da auditoria de investimentos? 
 ____________________________________________________
____________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
2) Quais são os critérios de avaliação dos investimentos?
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
3) Conceitue sociedades coligadas e sociedades controladas.
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
83
Auditoria dos Investimentos Capítulo 7 
6 Algumas Considerações
As empresas controladoras devem ficar atentas às publicações de suas 
demonstrações contábeis e financeiras, pois devem ser publicadas de forma 
consolidada, ou seja, publicadas juntamente com as informações das empresas 
controladas como se fossem uma única entidade.
Referências
ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: um curso moderno e completo. São 
Paulo: Atlas, 2016.
ARAÚJO, Inaldo da Paixão Santos; ARRUDA, Daniel Gomes. Fundamentos da 
auditoria: a auditoria das demonstrações financeiras em um contexto global. São 
Paulo: Saraiva, 2012. 
ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. São Paulo: Atlas, 2010.
BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Oficial da União. 
Brasília, DF, 17 de dezembro de 1976.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Normas e procedimentos de 
auditoria. Rio de Janeiro: CFC, 1991.
CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria contábil: teoria e prática. São Paulo: 
Atlas, 2011.
CREPALDI, Silvio Aparecido; CREPALDI, Guilherme Simões. Auditoria contábil: 
teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2016.
IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual 
de contabilidade das sociedades por ações: aplicável às demais sociedades. 
São Paulo: Atlas, 2008.
JUND, Sergio. Auditoria: conceitos, normas, técnicas e procedimentos – Teoria e 
950 questões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
PEREZ JÚNIOR, José Hernandez. Auditoria de demonstrações contábeis: 
normas e procedimentos. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2012. 
84
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
RIBEIRO, Osni Moura; RIBEIRO, Juliana Moura. Auditoria fácil. São Paulo: 
Saraiva, 2011. 
SOUZA, Benedito Felipe de; PEREIRA, Anísio Candido. Auditoria contábil. São 
Paulo: Atlas, 2004.
CAPÍTULO 8
Auditoria do Imobilizado
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 3 Identificar as normas e processos da auditoria do imobilizado.
 3 Executar as normas e procedimentos da auditoria do imobilizado.
86
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
87
Auditoria do Imobilizado Capítulo 8 
1 Contextualização
O imobilizado compreende bens destinados à manutenção das 
atividades da empresa, ou exercidos com esta finalidade. Dessa 
forma, de acordo com Iudícibus, Martins e Gelbcke (2008), entende-se 
que nesse grupo enquadram-se os bens de permanência duradoura, 
destinados ao funcionamento normal da sociedade.
O imobilizado é apresentado no balanço patrimonial no grupo do ativo não 
circulante e pode ser representado por: terrenos, instalações, máquinas, veículos, 
móveis e utensílios, computadores, construções em andamento, entre outros. 
Compõem também este grupo as contas retificadoras do ativo imobilizado (Contas 
credoras), como depreciação e exaustão.
2 Objetivo de Auditoria
O objetivo principal dos trabalhos de auditoria é certificar-se da veracidade 
das informações contidas nas demonstrações contábeis, porém, devido à 
complexidade de cada grupo de contas, o auditor precisa especificar seus 
objetivos, com o intuito de aprofundar suas análises para assim formar sua opinião 
de forma mais adequada. Assim, os objetivos da auditoria do imobilizado são:
• Constatar sua existência física e a permanência em uso.
• Determinar se pertence à empresa.
• Verificar se os métodos de avaliação empregados são adequados.
• Julgar a adequação do programa de depreciação em relação à vida útil do 
bem.
• Determinar se os cálculos de depreciação do período estão adequados e 
são razoáveis em relação ao período anterior.
• Avaliar o sistema de controle interno da empresa.
• Conferir se as adições do período estão classificadas corretamente.
• Verificar se as baixas foram devidamente contabilizadas e aprovadas por 
pessoal interno.
• Averiguar a existência de imobilizado penhorado, dado em garantia ou 
com alguma restrição de uso.
• Determinar se o imobilizado está devidamente classificado no balanço 
patrimonial e se as divulgações cabíveis estão descritas em notas 
explicativas.
O imobilizado 
compreende 
bens destinados 
à manutenção 
das atividades da 
empresa.
88
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
3 Revisão do Controle Interno
 
A revisão do controle interno tem por finalidade avaliar sua eficiência 
diante das necessidades da empresa e seu grau de confiabilidade, para definir 
a extensão dos trabalhos a serem realizados. Crepaldi e Crepaldi (2016, p. 
714) citam exemplos de itens do controle interno que podem ser aplicados ao 
imobilizado:
• Contagens físicas periódicas.
• Balancete periódico entre as fichas individuais do imobilizado com os 
registros contábeis.
• Sistema de autorização para aquisições e vendas de bens do imobilizado.
• Sistema de comunicação para os casos de transferências, obsolescência 
ou baixas de bens do imobilizado.
• Limites de capitalização quanto a valores e tempo de vida útil.
• Segregação de funções entre o setor de compras e recepção dos bens do 
imobilizado.
Para Almeida (2016) outro exemplo de bom controle interno do imobilizado 
é o seu controle físico por meio da utilização de plaquetas numeradas de 
identificação, que devem ser acompanhadas de registros individuais contendo 
as seguintes informações: classificação, descrição, forma de compra, custo de 
aquisição, baixa e demais informações.
• Classificação: código e nome da conta-razão geral, número da plaqueta 
de identificação, localização etc.
• Descrição: nome do bem, tamanho etc.
• Forma de compra: fornecedor, endereço, nota fiscal etc.
• Custo de aquisição: valor da nota fiscal, frete, seguro de transporte, fatura 
do exportador em moeda estrangeira, em reais e a taxa de conversão, 
despesas alfandegárias, despesa com despachante etc.
• Outras informações: quebra de bens, a duração e os custos de 
manutenção e reparos.
• Baixa: comprador, valor da venda, apuração do lucro ou prejuízo.
Os controles mencionados são exemplos e podem variar de acordo com as 
necessidades de cada empresa, por isso quando o auditor avaliar os controles 
internos existentes, ele deverá considerar possíveis deficiências a fim de avaliar 
os riscos envolvidos antes de formar sua opinião. 
89
Auditoria do Imobilizado Capítulo 8 
4 Procedimento de Auditoria 
Os procedimentos de auditoria, de acordo com Crepaldi (2011), são um 
conjunto de técnicas que permitem ao auditor obter evidências e provas suficientes 
e adequadas para fundamentar sua opinião a respeito do trabalho que está sendo 
realizado. 
Seguem procedimentos de auditoria que poderão ser utilizados para os 
imobilizados:
• Comprovação física da existência dos bens do imobilizado.
• Verificação da documentação da comprovação de posse dos bens, como 
escrituras, certificados de propriedade, notas fiscais, entre outros.
• Inspeção física dasadições do período por amostragem.
• Conferência das baixas do período.
• Averiguação dos cálculos das contas de depreciação, amortização e 
exaustão, bem como os métodos utilizados.
• Exame do livro-razão das contas do imobilizado e das contas de 
consertos, reparos e manutenções, para avaliar se foram devidamente 
classificadas.
5 Critérios de Avaliação
 Os bens do imobilizado, de acordo com a Lei n° 6.404/76, devem ser 
avaliados pelo seu custo de aquisição, deduzidos os valores dos saldos das 
respectivas contas de depreciação, amortização ou exaustão.
Considera-se como custo de aquisição todo o valor para torná-lo operacional, 
ou seja, todos os gastos inerentes a obtenção ou instalação dos bens devem ser 
considerados para composição de seu valor contábil. Isso pode, inclusive, incluir 
os encargos financeiros relativos ao seu financiamento, deduzidos os impostos 
que forem recuperáveis.
6 Impairment Test
Os imobilizados têm como finalidade trazer benefícios futuros à empresa por meio 
de seu uso. Por isso, sua avaliação no balanço deve levar em consideração o valor de 
mercado em comparação aos benefícios futuros e a geração de fluxo de caixa que 
este bem pode trazer à empresa. A Lei n° 6.404/76, em seu artigo 183 § 3°, determina:
90
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
§ 3o A companhia deverá efetuar, periodicamente, análise 
sobre a recuperação dos valores registrados no imobilizado e 
no intangível, a fim de que sejam: 
I – registradas as perdas de valor do capital aplicado quando 
houver decisão de interromper os empreendimentos ou 
atividades a que se destinavam ou quando comprovado que 
não poderão produzir resultados suficientes para recuperação 
desse valor; ou 
II – revisados e ajustados os critérios utilizados para 
determinação da vida útil econômica estimada e para cálculo 
da depreciação, exaustão e amortização. 
Dessa forma, o valor de custo com o qual o bem foi registrado deve 
periodicamente ser avaliado, para que seu valor contábil represente o de sua 
realização futura, pois caso esteja avaliado a um valor maior, esta diferença 
precisa ser ajustada como perda, lembrando que o custo, neste caso, se refere ao 
valor do bem líquido da respectiva depreciação, amortização ou exaustão.
O lançamento contábil desse ajuste poderia ser:
D – Perdas por desvalorização de Ativos (Conta de Resultado).
C – ( - ) Perdas por Desvalorização (conta redutora do ativo).
Este procedimento da redução do valor recuperável do ativo imobilizado é 
internacionalmente conhecido como impairment test ou teste de recuperabilidade 
do custo.
7 Depreciação
Os bens do imobilizado, com exceção de terrenos, possuem vida útil limitada, 
ou seja, o tempo que a empresa poderá se beneficiar do bem é restrito, devido ao 
seu desgaste por uso, ação da natureza ou obsolescência e, para mensurar esse 
desgaste, deve-se aplicar o método de depreciação dos itens do imobilizado.
As normas contábeis determinam que esse desgaste seja contabilizado 
mensalmente em contas de custo ou despesa, nos exercícios contábeis 
relacionados a sua utilização. 
É importante mencionar que a depreciação está relacionada ao desgaste e 
obsolescência do imobilizado e por isso, estima-se uma vida útil média para o 
bem, mesmo que este continue funcionando por mais tempo na empresa.
91
Auditoria do Imobilizado Capítulo 8 
Há vários métodos para cálculo da depreciação, porém o mais utilizado 
no Brasil é o método linear ou linha reta, por ser o método mais bem visto pelo 
fisco. Esse método define taxas anuais de depreciação, que são apropriadas 
mensalmente. A figura a seguir mostra exemplos das taxas aplicadas a alguns 
bens, lembrando que a taxa pode ser duplicada em caso de a empresa possuir 
mais de um turno de trabalho.
FIGURA 1 – EXEMPLOS DAS TAXAS APLICADAS
Taxa Anual Anos de Vida Útil
Edifícios 
Máquinas e Equipamentos
Instalações
Móveis e Utensílios
Veículos
4%
10%
10%
10%
20%
25
10
10
10
5
Sistema de proc. Dados 20% 5
FONTE: Iudícibus, Martins e Gelbcke (2008, p. 222)
A figura a seguir mostra exemplo de cálculo de depreciação.
FIGURA 2 – CÁLCULO DE DEPRECIAÇÃO
_ Cálculo da depreciação:
5.000.000 x 10% (taxa anual de depreciação) ÷ (meses) = R$ 41.666 por mês
JUL.:
AGO.:
SET.:
OUT.:
NOV.:
DEZ.:
_ contabilização da depreciação:
41.666
41.666
41.666
41.666
 41.666
 249.996
DESPESA DE
DEPRECIAÇÃO
249.996 249.996
DEPRECIAÇÃO
ACUMULADA
FONTE: Almeida (2016, p. 278)
8 Exaustão
A exaustão tem por objetivo a redução do valor dos investimentos em 
recursos naturais, ou seja, conforme os recursos naturais vão sendo exauridos, 
deve-se registrar sua diminuição por meio do cálculo da exaustão. São exemplos 
de recursos naturais: minas de ferro, ouro, florestas etc.
92
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
Atividades de Estudos:
1) Quais são os procedimentos de auditoria para o Imobilizado?
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
2) Qual é o método de depreciação mais utilizado no Brasil? 
Explique como funciona seu cálculo.
 ____________________________________________________
____________________________________________________
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3) Qual é o critério de avaliação dos bens do Imobilizado?
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4) Uma empresa comprou uma máquina para uso em seu processo 
fabril pelo valor de R$ 560.000,00 em 05/04/20x1. Qual o valor 
da depreciação ao fim do exercício, sabendo-se que a empresa 
utiliza o método linear.
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
93
Auditoria do Imobilizado Capítulo 8 
9 Algumas Considerações
O imobilizado, muitas vezes, concentra os valores mais relevantes da 
empresa, principalmente nos casos de indústria. Estes bens possuem um tempo 
de vida útil prolongado. Por isso, o auditor deve ficar atento às manutenções 
desses bens, se estão contabilizados adequadamente, pois, se a manutenção 
é apenas corretiva, considera-se como despesa, porém se com a manutenção 
houver a troca de algumas peças que aumente a vida útil do bem, deve-se 
acrescentar o valor ao imobilizado.
Além disso, a vida útil dos bens deve ser revisada anualmente pela empresa, 
por meio da aplicação do impairment, que visa assegurar que os ativos estejam 
registrados por valor que não exceda seus valores de recuperação.
Referências
ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: um curso moderno e completo. São 
Paulo: Atlas, 2016.
ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. São Paulo: Atlas, 2010.
BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Oficial da União. 
Brasília, DF, 17 de dezembro de 1976.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Normas e procedimentos de 
auditoria. Rio de Janeiro: CFC, 1991.
CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria contábil: teoria e prática. São Paulo: 
Atlas, 2011.
CREPALDI, Silvio Aparecido; CREPALDI, Guilherme Simões. Auditoria contábil: 
teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2016.
IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual 
decontabilidade das sociedades por ações: aplicável às demais sociedades. 
São Paulo: Atlas, 2008.
JUND, Sergio. Auditoria: conceitos, normas, técnicas e procedimentos – 
Teoria e 950 questões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
94
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
CAPÍTULO 9
Auditoria dos Passivos
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 3 Usar as normas e processos da auditoria dos passivos.
 3 Analisar as normas e procedimentos da auditoria dos passivos.
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 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
97
 Capítulo 9 Auditoria dos Passivos
1 Contextualização
O passivo de uma empresa consiste nas obrigações que deverão 
ser pagas a curto ou longo prazo, dependendo dos seus vencimentos. 
As obrigações são decorrentes normalmente de ativos, empréstimos 
obtidos ou despesas incorridas que ainda não foram pagas. 
Os principais grupos de contas que fazem parte dos passivos são: 
fornecedores a pagar, empréstimos a pagar, impostos a pagar, salários e encargos 
sociais a recolher e provisões. 
As obrigações são classificadas no passivo circulante quando seu vencimento 
se der no exercício social seguinte ou em até um ano; e no passivo exigível a longo 
prazo, quando seu vencimento for após o término do exercício social seguinte ou 
depois de um ano. 
2 Objetivo de Auditoria
O objetivo principal dos trabalhos de auditoria é certificar-se da veracidade 
das informações contidas nas demonstrações contábeis, porém, devido à 
complexidade de cada grupo de contas, o auditor precisa especificar seus 
objetivos com o intuito de aprofundar suas análises, para assim formar sua opinião 
de forma mais adequada. 
Assim, os objetivos da auditoria dos passivos são:
• Verificar se todas as exigibilidades devidas foram contabilizadas até a 
data de encerramento do exercício.
• Avaliar se os controles internos são eficientes. 
• Averiguar se foram utilizados os princípios fundamentais de contabilidade.
• Observar se todas as exigibilidades estão corretamente descritas e 
classificadas no balanço patrimonial e se as divulgações cabíveis foram 
apresentadas nas notas explicativas.
3 Revisão do Controle Interno
A revisão do controle interno tem o objetivo de determinar a confiabilidade 
que o auditor pode ter em relação às exigibilidades apresentadas pela empresa.
O passivo de uma 
empresa consiste 
nas obrigações que 
deverão ser pagas a 
curto ou longo prazo.
98
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
 Para Franco e Marra (2001) um problema relevante é a omissão de 
passivos, por isso o auditor precisa estar atento aos controles internos, pois caso 
apresentem fraquezas, ele precisará aprofundar seus procedimentos para obter 
os resultados desejados.
Attie (2010, p. 455) lista alguns procedimentos de controle interno das 
contas do passivo que considera importantes para aumentar a segurança nas 
informações:
• Segregação de funções entre setor de contas a pagar e tesouraria.
• Segregação de funções entre o setor de contas a pagar e o setor de 
compras.
• Sistema de autorização para compras e pagamentos.
• Balanceamento periódico entre o setor de contas a pagar e a contabilidade.
• Utilização de duas pessoas independentes para a assinatura de cheques.
• Cancelamento da documentação comprobatória após o pagamento.
• Atualização constante dos passivos a pagar sujeitos a variação do poder 
aquisitivo da moeda.
• Controle de pagamentos para evitar atrasos e consequente multa e juros 
de mora.
Os controles internos podem variar de empresa para empresa, mas o 
importante é que expressem a realidade das exigibilidades da empresa.
4 Procedimento de Auditoria 
Os procedimentos de auditoria, de acordo com Crepaldi (2011), são um 
conjunto de técnicas que permitem ao auditor obter evidências e provas suficientes 
e adequadas para fundamentar sua opinião a respeito do trabalho que está sendo 
realizado. Os procedimentos de auditoria mais usuais dos passivos são:
• Realizar a verificação física dos documentos que comprovem as contas a 
pagar, como notas fiscais, contratos, guias de recolhimento de impostos etc.
• Confirmar os valores em aberto através de cartas de circularização.
• Examinar o livro-razão das contas do passivo.
• Verificar a existência de passivos não registrados.
• Averiguar os livros de apuração dos impostos.
• Fazer a correlação entre estoques e fornecedores.
• Examinar as planilhas de amortização dos empréstimos.
• Observar a correta classificação das contas e se atendem aos princípios 
fundamentais de contabilidade.
99
 Capítulo 9 Auditoria dos Passivos
5 Procedimento de Confirmação
O procedimento de confirmação ou circularização é o mais indicado na 
determinação de que os saldos dos passivos são reais e pertencem à companhia, 
e normalmente, segundo Franco e Marra (2001), se mostra mais eficiente, pois o 
credor tem mais interesse em confirmar seu crédito ou apontar irregularidades, 
quando for o caso.
A extensão da amostragem dependerá dos controles internos da empresa 
e deve abranger os fornecedores com quem a empresa possui maior volume de 
operações.
As cartas de confirmação ou circularização devem ser enviadas levando-
se em consideração a data-base de confirmação e a amplitude do teste de 
confirmação. Para cartas não respondidas, decorridos uns 15 dias, deve-se enviar 
um segundo pedido e, caso este também não seja atendido, deve-se realizar 
procedimentos alternativos, que, de acordo com Attie (2010, p. 458), devem 
englobar:
• Exame documental que comprove a existência de conta a 
pagar. Exemplo: nota fiscal de compra.
• Exame documental que comprove por parte do credor seu 
crédito junto à companhia. Exemplo: fatura/duplicata.
• Exame documental de realização da conta a pagar. Exemplo: 
aviso bancário de pagamento, duplicata quitada.
Para as cartas de confirmação recebidas, o auditor deve estar atento a 
qualquer informação aposta pelos credores, principalmente se recebida com 
divergências em relação aos registros contábeis da companhia. 
Nesses casos, Almeida (2016, p. 316) recomenda que o auditor realize os 
seguintes procedimentos:
• Prepare uma conciliação demonstrando o saldo da carta do 
fornecedor, menos notas fiscais apresentadas por este e não 
pela empresa, mais notas fiscais apresentadas por esta e 
não pelo fornecedor, mais ou menos outros itens e o saldo 
pelo registro contábil da empresa.
◦ Analise e inspecione a documentação comprobatória 
dos itens pendentes na conciliação.
◦ Considere a necessidade de visitar o fornecedor a fim 
de esclarecer eventuais divergências.
100
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
Após realização de todas as análises em relação às cartas recebidas ou não, 
finalmente o auditor expressará sua opinião sobre a adequação do montante que 
deverá figurar no balanço patrimonial da empresa.
A figura a seguir mostra modelo de carta de confirmação de fornecedores.
FIGURA 1 – CARTA DE CONFIRMAÇÃO DE FORNECEDORES
FONTE: Almeida (2016, p. 317)
6 Contas a Pagar
O procedimento de confirmação se aplica com mais ênfase a fornecedores. 
Em relação às demais contas a pagar do passivo, os procedimentos são mais 
específicos e restritos, pois baseiam-se em informações internas da empresa. 
Seguem exemplos de contas do grupo de contas a pagar:
6.1 Impostos
Neste grupo de contas a pagar são registrados os impostos que incidem 
sobre as operações na empresa e impostos cuja obrigação é por substituição 
tributária, ou seja, são impostos retidos nas notas fiscais de serviços tomados, 
 _____________, ____ de _____________ de _____________.
Prezados senhores:
A título de simples conferência, solicitamos remeterem diretamente aos nossos 
auditores (colocar nome e endereço dos auditores externos ou independentes) a 
posição detalhada de nossas contas a pagar com essa empresa em _____________ de 
_____________ de _____________.
Antecipadamente gratos, subscrevemo-nos, 
Atenciosamente,
______________________________Assinatura e carimbo
101
 Capítulo 9 Auditoria dos Passivos
cuja obrigação recai sobre a empresa tomadora. São exemplos de impostos 
constantes dos passivos: ICMS a Recolher, PIS a Recolher, Cofins a Recolher, 
IRRF a Recolher, entre outros.
Deve-se verificar se os pagamentos estão sendo realizados em dia e, em 
caso de atrasos, pesquisar suas razões. Os impostos são obrigações com datas 
certas e são declarados à fiscalização, de formal geral mensalmente. Por isso 
o auditor pode solicitar à empresa extratos dos valores em aberto junto a estes 
órgãos para confirmação dos saldos em aberto e eventuais autos de infração 
lavrados pela fiscalização. 
Outra forma de verificar débitos existentes é a carta a advogados, na qual 
informam a eventual existência de autos de infração cuja defesa está sob sua 
responsabilidade.
Ainda em relação aos impostos, a verificação da existência de parcelamentos 
e a devida contabilização dos valores de juros e multas inerentes a eles também é 
ponto de atenção da auditoria.
6.2 Salários a Pagar e Descontos e 
Encargos Sociais a Recolher
No grupo de salários são registrados os rendimentos líquidos a pagar aos 
empregados. Já no grupo de descontos a recolher são registrados os valores que 
são deduzidos dos salários dos funcionários, como INSS (parte empregados) e 
IRRF – Imposto de Renda retido na fonte.
Em relação aos encargos sociais a recolher, são registradas as obrigações 
trabalhistas por parte da empresa, por exemplo: FGTS e INSS (parte empresa).
Os procedimentos em relação a esse grupo, segundo Franco e Marra 
(2001), são orientados sobre a razoabilidade do saldo final a pagar e por meio de 
pesquisas sobre o movimento das contas durante o exercício, a fim de verificar 
possíveis lançamentos extraordinários.
102
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
7 Provisões 
As provisões podem representar tanto obrigações quanto riscos, e conforme 
determina a Lei das Sociedades por ações, devem ser contabilizadas até a data 
do Balanço. 
Segundo Almeida (2016, p. 314), elas se diferenciam das demais transações 
do passivo em função das seguintes características:
• Determinação com base em estimativa.
• Sem data certa para vencimento.
• Sem nome exato do credor (provisão para garantias, por exemplo).
São exemplos de provisão: provisão para férias, provisão para 13° salário e 
provisão para contingências.
8 Eventos Subsequentes
A revisão dos eventos subsequentes consiste em analisar as operações 
ocorridas em datas subsequentes ao encerramento do balanço, até o fim dos 
trabalhos de auditoria, a fim de validar as informações existentes no balanço.
Para Attie (2010, p. 541) a análise dos eventos subsequentes pode abranger 
os seguintes aspectos:
• Exame de pagamentos realizados.
• Exame de compras realizadas.
• Revisão de lançamentos contábeis.
• Exame dos recebimentos realizados.
• Exame das devoluções de vendas e abatimentos concedidos.
• Discussão com os membros da administração quanto a:
◦ Vendas e tendências dos negócios da empresa.
◦ Condições e tendências de mercado.
◦ Aumentos ou diminuições nos preços de venda.
◦ Aumentos ou diminuições nos preços de compra de 
matérias-primas.
◦ Existência de compromissos materiais assumidos de 
compras e vendas.
◦ Perdas de clientes significativos.
◦ Cancelamentos de pedidos de vendas colocados.
◦ Processos judiciais, legais e fiscais em andamento.
◦ Descontinuação de produtos fabricados pela empresa.
◦ Revisão das atas de reunião da diretoria, conselho de 
Administração e de assembleias.
103
 Capítulo 9 Auditoria dos Passivos
◦ Confirmação de advogados sobre processos em 
andamento. 
◦ Obtenção de carta de representação.
Após aplicação dos testes necessários, o auditor pode determinar se os 
eventos subsequentes foram adequadamente considerados nas demonstrações 
financeiras, sob a forma de ajuste ou divulgação em nota explicativa.
9 Contigências
O auditor deve estar atento a questões que não estão espelhadas nas 
demonstrações contábeis, mas que podem vir a tornar-se contingências, como 
passivos não registrados, pendências trabalhistas, que possam causar uma 
possível ação contra a empresa, ou questões tributárias, cuja fiscalização 
possa resultar em autuações. É claro que estas questões podem ser discutidas 
judicialmente, mas sua existência indica que esses valores precisam ser 
provisionados nas demonstrações contábeis.
De acordo com Crepaldi e Crepaldi (2016, p. 790), há evidências de que o 
auditor possa obter a execução dos procedimentos de auditoria, desde que sejam 
relevantes, para identificar possíveis passivos não registrados ou contingências:
• Existência de uma condição ou uma situação circunstancial 
ocorrida, indicando uma incerteza com possibilidade de 
perdas ou ganhos para a entidade.
• O período em que foram gerados.
• O grau de probabilidade de um resultado favorável ou 
desfavorável.
• O valor ou extensão de perda ou ganho potencial.
A administração da empresa é fonte primária de informações sobre eventos que 
possam gerar possíveis contingências, pois em geral são questões de conhecimento 
direto por parte da empresa, por isso o auditor deve obter junto à assessoria jurídica 
da empresa todas as contingências potenciais ou ainda não formalizadas, relevantes 
e verificar se foram divulgadas nas demonstrações contábeis.
104
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
Atividades de Estudos:
1) Comente o procedimento de confirmação utilizado na auditoria 
dos passivos. 
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2) Conceitue a revisão dos eventos subsequentes.
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3) Quais são os principais grupos de contas que compõem o 
passivo?
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4) Conceitue revisão dos eventos subsequentes.
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105
 Capítulo 9 Auditoria dos Passivos
10 Algumas Considerações
O maior ponto de atenção quanto à auditoria dos passivos é para a 
descoberta de passivos omitidos, por isso a importância da revisão dos eventos 
subsequentes e máximo cuidado na realização dos trabalhos de auditoria.
Ainda assim, pode ocorrer de não se detectar irregularidades, embora elas 
possam existir. O importante é aplicar todos os procedimentos possíveis e realizar 
os trabalhos dentro das normas exigidas, aprofundar seus levantamentos onde 
achar necessário, para assim formar sua opinião sobre a razoabilidade dos 
passivos da empresa em auditoria.
Referências
ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: um curso moderno e completo. São 
Paulo: Atlas, 2016.
ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. São Paulo: Atlas, 2010.
BRASIL.Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Oficial da União. 
Brasília, DF, 17 de dezembro de 1976.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Normas e procedimentos de 
auditoria. Rio de Janeiro: CFC, 1991.
CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria contábil: teoria e prática. São Paulo: 
Atlas, 2011.
CREPALDI, Silvio Aparecido; CREPALDI, Guilherme Simões. Auditoria contábil: 
teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2016.
IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual 
de contabilidade das sociedades por ações: aplicável às demais sociedades. 
São Paulo: Atlas, 2008.
FRANCO, Hilário; MARRA, Ernesto. Auditoria contábil. São Paulo: Atlas, 2001.
IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual 
de contabilidade das sociedades por ações: aplicável às demais sociedades. 
São Paulo: Atlas, 2008.
106
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
JUND, Sergio. Auditoria: conceitos, normas, técnicas e procedimentos – Teoria e 
950 questões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
PEREZ JÚNIOR, José Hernandez. Auditoria de demonstrações contábeis: 
normas e procedimentos. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2012. 
RIBEIRO, Osni Moura; RIBEIRO, Juliana Moura. Auditoria fácil. São Paulo: 
Saraiva, 2011. 
SOUZA, Benedito Felipe de; PEREIRA, Anísio Candido. Auditoria contábil. São 
Paulo: Atlas, 2004. 
CAPÍTULO 10
Auditoria do Patrimônio Líquido
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 3 Analisar as normas e processos da auditoria do Patrimônio Líquido.
 3 Aplicar as normas e procedimentos da auditoria do Patrimônio Líquido.
108
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
109
 Capítulo 10 Auditoria do Patrimônio Líquido
1 Contextualização
O Patrimônio Líquido corresponde ao capital próprio da empresa, é 
formado pelas obrigações com os seus sócios, acionistas e titulares. De 
acordo com a Lei das Sociedades por Ações (art. 178 § 2), o patrimônio 
líquido é “dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de 
avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e 
prejuízos acumulados”. 
 A auditoria das contas do patrimônio líquido consiste em o auditor validar 
as transações que ocorreram durante o período auditado, observando se foram 
atendidas as disposições societárias e estatutárias. 
2 Objetivo de Auditoria
O objetivo principal dos trabalhos de auditoria é certificar-se da veracidade 
das informações contidas nas demonstrações contábeis, porém, devido à 
complexidade de cada grupo de contas, o auditor precisa especificar seus 
objetivos, com o intuito de aprofundar suas análises, para assim formar sua 
opinião de forma mais adequada. Assim, os principais objetivos da auditoria do 
patrimônio líquido são:
• Determinar a quantidade de ações ou títulos de propriedade do capital, 
bem como se tais foram adequadamente autorizados ou emitidos.
• Verificar se os controles internos são satisfatórios.
• Determinar se os dividendos foram pagos de acordo com os estatutos e 
com a aprovação da assembleia dos acionistas.
• Verificar se as apropriações de reservas e dos lucros foram efetuadas ou 
liberadas com a devida autorização.
• Averiguar se foram utilizados os princípios fundamentais de contabilidade.
• Determinar a existência de restrições de uso das contas patrimoniais.
• Determinar se o patrimônio líquido está corretamente classificado 
no balanço e se as divulgações cabíveis estão expressas nas notas 
explicativas.
O Patrimônio Líquido 
corresponde ao 
capital próprio da 
empresa, é formado 
pelas obrigações 
com os seus sócios, 
acionistas e titulares. 
110
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
3 Revisão do Controle Interno
A revisão do controle interno tem por finalidade validar se os controles 
internos são organizados, razoáveis e adequados para esta área.
Esses controles devem abranger a tempestividade das publicações 
obrigatórias, arquivamentos dos atos legais na Junta Comercial e a regularidade 
da escrituração dos livros societários.
4 Procedimentos de Auditoria
Os principais procedimentos de auditoria que podem ser adotadas ao 
patrimônio líquido são:
• Exame das atas de assembleias e reuniões.
• Exame dos controles internos sobre emissão de ações e certificados.
• Exame das ações subscritas e não integralizadas.
• Determinação de que os direitos e privilégios de cada classe de acionistas 
foram observados pela empresa.
• Exame do livro-razão das contas que compõem o Patrimônio líquido.
• Examinar a adequada classificação das contas, bem como a observância 
aos princípios contábeis.
5 Reservas de Capital
Segundo Attie (2010), as reservas de capital são recursos obtidos pela 
companhia, mas que não transitaram pelo resultado, como receitas da atividade 
da empresa, como ágio na emissão de ações, Alienação de Partes Beneficiárias e 
de bônus de subscrição.
6 Alienação de Partes Beneficiárias 
Conforme estabelecido pelas Lei das Sociedades por Ações, em seu art. 46, 
partes beneficiárias são títulos negociáveis, sem valor nominal e estranhos ao 
capital social, que conferem aos seus titulares direitos de crédito eventual contra a 
companhia, consistente na participação nos lucros anuais.
111
 Capítulo 10 Auditoria do Patrimônio Líquido
A alienação das partes beneficiárias deve ser de acordo com o estatuto da 
companhia, e seu valor deve ser contabilizado no grupo de reservas de capital.
7 Ágio na Emissão de Ações
 
O ágio na emissão de ações ocorre quando a empresa resolve aumentar o 
seu capital emitindo novas ações que podem ser vendidas ao público, a um preço 
maior do que seu valor nominal, ou seja, com lucro. Os valores excedentes na 
emissão de ações são destinados à formação do capital de ágio.
8 Destinação das Reservas de 
Capital
Conforme estabelecida no art. 200, da Lei nº 6.404/76, as reservas de capital 
somente podem ser utilizadas para: absorção de prejuízos que ultrapassarem os 
lucros acumulados e as reservas de lucros; resgate, reembolso ou compra de 
ações; resgate de partes beneficiárias; incorporação ao capital social e pagamento 
de dividendo a ações preferenciais, quando essa vantagem lhes for assegurada.
9 Ajustes de Avaliação Patrimonial
Os ajustes da avaliação patrimonial são os resultados dos valores 
das avaliações dos elementos do ativo e do passivo, em decorrência de sua 
avaliação a valor justo. O valor justo é a quantia pela qual um ativo pode ser trocado, 
ou um passivo liquidado, por duas partes dispostas a isso e independentes entre si.
 
10 Reservas de Lucro
As reservas de lucros são aquelas constituídas a partir do lucro. A Lei das 
Sociedades Anônimas estabelece as seguintes reservas de lucros:
Reserva legal – destinação obrigatória de 5% do lucro líquido do exercício, 
até que esta atinja 20% do capital realizado. Seu objetivo é assegurar a 
integridade do capital social e só poderá ser utilizada para aumentar capital 
social ou compensar prejuízos.
112
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
Reservas estatutárias – são estabelecidas de acordo com o estatuto da 
companhia, devendo constar sua finalidade e critérios de cálculo e limite máximo 
da reserva.
Reservas para contingências – são estabelecidas por proposta dos 
administradores e têm por objetivo compensar em exercícios futuros possíveis 
perdas cujo valor possa ser estimado. Para sua constituição, deve ser informada 
a causa da perda e as razões que a justifiquem.
Reservas de lucros a realizar – sua constituição fica a critério da companhia 
e tem por objetivo evidenciar a parcela de lucro não realizada financeiramente. A 
Lei das Sociedades Anônimas (Lei nº 6.404/76) estabelece as seguintes regras 
para constituição dessa reserva:
Art. 197 No exercício em que o montante do dividendo 
obrigatório, calculado nos termos do estatuto ou do art. 202, 
ultrapassar a parcela realizada do lucro líquido do exercício, 
a assembleia-geral poderá, por proposta dos órgãos de 
administração, destinar o excesso à constituiçãode reserva de 
lucros a realizar. 
§ 1o Para os efeitos deste artigo, considera-se realizada a 
parcela do lucro líquido do exercício que exceder da soma dos 
seguintes valores: I - o resultado líquido positivo da equivalência 
patrimonial (art. 248); e 
II – o lucro, rendimento ou ganho líquidos em operações ou 
contabilização de ativo e passivo pelo valor de mercado, 
cujo prazo de realização financeira ocorra após o término do 
exercício social seguinte. 
§ 2o A reserva de lucros a realizar somente poderá ser utilizada 
para pagamento do dividendo obrigatório e, para efeito do 
inciso III do art. 202, serão considerados como integrantes da 
reserva os lucros a realizar de cada exercício que forem os 
primeiros a serem realizados em dinheiro.
11 Lucro ou Prejuízo Acumulado
A conta de lucro ou prejuízo acumulado compreende os saldos apurados no 
exercício social. As principais transações registradas nesta conta são: 
• Reversão de reservas.
• Lucro líquido do exercício.
• Transferência dos lucros para as devidas reservas de capital e de lucros.
• Dividendos distribuídos.
• Ajustes de exercícios anteriores.
113
 Capítulo 10 Auditoria do Patrimônio Líquido
12 Dividendos
Os dividendos distribuídos são valores pagos aos acionistas para remunerá-
los pelo capital investido na companhia. Os critérios para sua distribuição devem 
estar estabelecidos no estatuto da companhia.
Os acionistas têm direito de receber, a cada ano, um dividendo obrigatório. 
Se o estatuto for omisso, os acionistas deverão receber 50% do lucro líquido do 
exercício, ajustado como segue:
Lucro Líquido do exercício
( - ) Reserva Legal
( - ) Reserva de Contingências 
( + ) Reversão de Valores da Reserva de Contingências
( = ) Lucro ajustado para distribuição de dividendos
Ao examinar os dividendos, o auditor pode conferir os cálculos e confrontar 
com as atas de assembleia dos acionistas. Os pagamentos também podem ser 
verificados por meio da obtenção de uma listagem de acionistas, individualizada, 
constando os cheques pagos.
13 Ajustes de Exercícios 
Anteriores
A Lei das Sociedades Anônimas (Lei nº 6.404/76, art. 186) estabelece que o 
lucro líquido do ano não deve ser influenciado por atos que não façam parte do 
exercício social e define que somente serão considerados ajustes de exercícios 
anteriores os “decorrentes de mudança de critério contábil ou retificação de erro 
imputável a determinado exercício anterior e que não possam ser atribuídos a 
fatos subsequentes”.
14 Ações em Tesouraria
Representa uma conta devedora, classificada no patrimônio líquido, na qual 
são registradas as aquisições de ações de emissão da própria companhia.
A Lei das Sociedades por Ações define os critérios para aquisição de ações 
próprias, em seu art. 30:
114
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
a) as operações de resgate, reembolso ou amortização 
previstas em lei;
b) a aquisição, para permanência em tesouraria ou cancelamento, 
desde que até o valor do saldo de lucros ou reservas, exceto a 
legal, e sem diminuição do capital social, ou por doação;
c) a alienação das ações adquiridas nos termos da alínea b e 
mantidas em tesouraria;
d) a compra quando, resolvida a redução do capital mediante 
restituição, em dinheiro, de parte do valor das ações, o preço 
destas em bolsa for inferior ou igual à importância que deve ser 
restituída.
As ações em tesouraria não dispõem de direitos a dividendos e de votos, e 
devem ser destacadas no balanço como dedução do patrimônio líquido, em que é 
registrada a origem dos recursos aplicados em suas aquisições.
Atividades de Estudos:
1) De acordo com a Lei das Sociedades por Ações, qual é a divisão 
do patrimônio líquido:
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2) Quais são os principais procedimentos de auditoria para as 
contas do patrimônio líquido?
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115
 Capítulo 10 Auditoria do Patrimônio Líquido
3) Defina ágio na emissão de ações?
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4) Qual percentual obrigatório para a constituição da reserva legal e 
qual o seu limite máximo?
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5) Em caso de omissão do estatuto social, qual é o percentual do 
dividendo obrigatório ao qual o sócio tem direito?
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116
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
15 Algumas Considerações
Na auditoria do Patrimônio Líquido, um dos principais aspectos a serem 
checados são as suas formalidades legais e estatutárias. 
Mas outros pontos relevantes são as checagens para as devidas constituições 
das reservas obrigatórias, assim como das reservas de interesse da entidade. Os 
dividendos também são ponto de atenção.
Referências
ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: um curso moderno e completo. São 
Paulo: Atlas, 2016.
ARAÚJO, Inaldo da Paixão Santos; ARRUDA, Daniel Gomes. Fundamentos da 
auditoria: a auditoria das demonstrações financeiras em um contexto global. São 
Paulo: Saraiva, 2012. 
ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. São Paulo: Atlas, 2010.
BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Oficial da União. 
Brasília, DF, 17 de dezembro de 1976.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Normas e procedimentos de 
auditoria. Rio de Janeiro: CFC, 1991.
CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria contábil: teoria e prática. São Paulo: 
Atlas, 2011.
CREPALDI, Silvio Aparecido; CREPALDI, Guilherme Simões. Auditoria contábil: 
teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2016.
FRANCO, Hilário; MARRA, Ernesto. Auditoria Contábil. São Paulo, Atlas, 2001.
IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual 
de contabilidade das sociedades por ações: aplicável às demais sociedades. 
São Paulo: Atlas, 2008.
JUND, Sergio. Auditoria: conceitos, normas, técnicas e procedimentos – Teoria e 
950 questões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
117
 Capítulo 10 Auditoria do Patrimônio Líquido
PEREZ JÚNIOR, José Hernandez. Auditoria de demonstrações contábeis: 
normas e procedimentos. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2012. 
RIBEIRO,Osni Moura; RIBEIRO, Juliana Moura. Auditoria fácil. São Paulo: 
Saraiva, 2011. 
SOUZA, Benedito Felipe de; PEREIRA, Anísio Candido. Auditoria contábil. São 
Paulo: Atlas, 2004. 
118
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
CAPÍTULO 11
Auditoria do Resultado
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 3 Compreender as normas e processos da auditoria do resultado.
 3 Executar as normas e procedimentos da auditoria do resultado.
120
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
121
 Capítulo 11 Auditoria do Resultado
1 Contextualização
A auditoria de resultado compreende as contas de receitas, custos 
e despesas que correspondem a valores da demonstração de resultado 
do exercício. Os testes das contas de resultado consistem em verificar 
se os valores foram registrados dentro do regime de competência, se 
foram aprovados, se estão de acordo com a natureza dos negócios da 
empresa e se existe documentação amparando as operações realizadas.
2 Objetivo de Auditoria
O objetivo principal dos trabalhos de auditoria é certificar-se da veracidade 
das informações contidas nas demonstrações contábeis, porém, devido à 
complexidade de cada grupo de contas, o auditor precisa especificar seus 
objetivos, com o intuito de aprofundar suas análises, para assim formar sua 
opinião de forma mais adequada. Assim, os objetivos da auditoria das contas de 
resultado são:
• Determinar se todas as receitas, custos e despesas atribuídas ao período 
estão devidamente comprovadas, contabilizadas e se aplicam ao período 
sob exame.
• Averiguar se os custos e despesas estão relacionados às receitas.
• Verificar se as receitas, custos e despesas, estão classificadas e 
discriminadas de maneira adequada na demonstração de resultado.
• Conferir se os controles internos conservam segurança às contas de 
resultado.
• Observar se todas as receitas foram devidamente tributadas e suas 
contrapartidas registradas em contas do ativo.
• Verificar se a demonstração de resultado apresenta claramente o 
resultado apurado no período, e se foi elaborada segundo os princípios 
fundamentais de contabilidade.
Para Crepaldi e Crepaldi (2016, p. 840), o maior objetivo do exame nestas 
contas: 
é a busca de indícios, ou a própria detecção de fraudes, 
desvios, sonegação, apropriação, ou outros tipos de delitos 
praticados contra o patrimônio da empresa, intencionalmente 
ou por falhas no controle, praticados pelos administradores ou 
por empregados desleais.
A auditoria 
de resultado 
compreende as 
contas de receitas, 
custos e despesas 
que correspondem 
a valores da 
demonstração 
de resultado do 
exercício. 
122
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
3 Revisão do Controle Interno
A revisão do controle interno para as contas de resultado tem como finalidade 
validar os procedimentos internos em relação às contas de resultado, a fim de 
encontrar subsídios para determinar a extensão dos trabalhos de auditoria.
O controle deve ter por base a devida autorização para a despesa ou custo e 
o acompanhamento de seu registro final, a fim de evitar duplicidades, isto é, que a 
mesma despesa seja paga duas vezes. Em relação às vendas à vista, o controle 
interno deve ter a preocupação de evitar o subfaturamento, além de se certificar 
que as notas fiscais emitidas foram registradas no caixa.
O auditor precisa avaliar o controle interno, atentando para seus pontos mais 
vulneráveis, para então ampliar e aprofundar seus exames.
4 Procedimentos de Auditoria
Os procedimentos de auditoria, de acordo com Crepaldi (2011), são um conjunto 
de técnicas que permite ao auditor obter evidências e provas suficientes e adequadas 
para fundamentar sua opinião a respeito do trabalho que está sendo realizado. 
Para Jund (2007) um programa genérico para auditoria das contas de 
resultado poderia se resumir em: auditar, onde for possível, as contas de resultado, 
quando do exame das contas patrimoniais; preparar uma análise comparativa de 
cada mês, dos dois últimos anos, e determinar a sua normalidade, em vista do 
volume de negócios; e investigar a legitimidade e exatidão dos valores, dentro de 
um período selecionado, ou selecionar contas em períodos alternados.
Para confirmação das receitas, o auditor precisará confrontar os saldos 
contábeis com os valores dos livros de saídas ou prestação de serviços, 
dependendo do ramo de atividade da empresa auditada. Adicionalmente o auditor 
pode fazer seleção de notas fiscais de venda, por amostragem, para comparação 
com o pedido realizado pelo cliente, bem como com a tabela de preço e inspeção 
dos cálculos dos impostos inerentes à operação.
Em relação às deduções da receita, devem ser verificados os livros de 
entradas para conferência das devoluções.
Segundo Franco e Marra (2001), algumas contas devem ser analisadas com 
mais profundidade, outras podem ser por meio de testes e amostragens.
123
 Capítulo 11 Auditoria do Resultado
Entre as contas a serem analisadas com mais profundidade estão as referentes 
à movimentação de valores com o pessoal interno, como: diretores, gerentes, 
encarregados de serviços de contabilidade etc.; outras contas relevantes são de 
descontos concedidos, abatimentos, juros recebidos e outras da mesma natureza.
As amostragens são feitas com base na seleção de várias despesas, de 
diversos meses, em que o auditor irá verificar a documentação, comprovantes, 
sua autenticidade e autorização, adequação e necessidade em relação às 
operações da empresa.
 Em relação às contas de custos e despesas que são analisadas por meio de 
amostragem, podemos citar as contas aquisição de matérias-primas e de custos 
das vendas. As contas de salários, honorários e encargos inerentes a estas contas 
também são validadas por amostragem, assim como os impostos.
5 Reconhecimento das Receitas
 As receitas devem ser reconhecidas no resultado do exercício por ocasião 
da passagem de propriedade do bem ou produto para terceiros, ou quando da 
prestação dos serviços, mas há exceções para esta regra, como no caso das 
operações de construção civil.
6 Custos dos Produtos e 
Mercadorias Vendidas 
 Neste grupo são classificados os custos efetivamente incorridos para a 
realização da receita bruta da empresa, ou seja, estes são os chamados custos 
operacionais, que normalmente são compostos pelas seguintes contas: mão de 
obra, matérias-primas, gastos indiretos, valor de aquisição das mercadorias para 
revenda, impostos incidentes (não recuperáveis), fretes, seguros, entre outros.
Para o auditor averiguar se os custos vêm se mantendo com equilíbrio e 
coerência em relação às receitas, deve-se proceder a seguinte análise, de 
acordo com Crepaldi e Crepaldi (2015): somar mês a mês o custo do produto 
vendido (CPV) e o custo da mercadoria vendida (CMV); somar mensalmente as 
receitas; somar mensalmente os impostos incidentes sobre as receitas apuradas 
e as devoluções de vendas e aplicar a seguinte fórmula:
124
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
FIGURA 1 – EXEMPLO DE CÁLCULO
Receitas
Receitas de Produtos 3.500.000,00
Receita de Mercadorias 500.000,00
Receita de Exportações Produtos 1.000.000,00
Total das Receitas 5.000.000,00
Deduções da Receita
( - ) IPI 400.000,00
( - ) ICMS 500.000,00
( - ) PIS 26.000,00
( - ) Cofins 110.000,00
( - ) Devoluções 100.000,00
( - ) Vendas Canceladas 15.000,00
Total de Deduções 1.151.000,00
Custos
Custo do Produto Vendido 1.735.000,00
Custo de Mercadoria Vendida 245.000,00
Total 1.980.000,00
FONTE: Crepaldi e Crepaldi (2015, p. 146)
FIGURA 2 – EXEMPLO DE CÁLCULO
Índice = 
(CPV + CMV)
(Receita – Deduções)
Fórmula:
Índice = 
(CPV + CMV)
(Receita - Deduções)
Calculando:
Índice = 
(1.735.00,00 + 245.000,00)
(5.000.000,00 - 1.151.000,00)
Índice = 
1.980.000,00
3.849.000,00
Índice = 51,44%
FONTE: Crepaldi e Crepaldi (2015, p. 146)
125
 Capítulo 11 Auditoria do Resultado
Com o auxílio deste índice, o auditor podecomparar mês a mês a variação 
dos custos em relação às receitas e, caso haja divergências significativas, pode 
questionar o setor de custos da empresa. Essa análise também pode auxiliar o 
auditor na detecção de erro ou manipulação relevante realizada na contabilidade.
7 Impostos
Esta conta destina-se ao lançamento de despesas com impostos, não 
inerentes às receitas operacionais da empresa, por exemplo: Imposto sobre 
Propriedade Territorial Rural (ITR), Imposto sobre a Propriedade Predial e 
Territorial Urbana (IPTU), Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores 
(IPVA), Contribuição Sindical, entre outras.
8 Despesas com Pessoal
As despesas com pessoal devem ser contabilizadas no próprio mês em que 
ocorrem, mesmo sendo pagas posteriormente. Dividem-se nas seguintes contas: 
salários e ordenados, gratificações, férias, décimo terceiro salário, INSS, FGTS e 
assistência médica e social.
Para os trabalhos de auditoria relacionados a despesas com pessoal, 
inicialmente o auditor seleciona no livro-razão contábil despesas com o pessoal e 
confronta estes valores com o valor do resumo da folha de pagamento, observando 
se estão classificadas nas contas corretas, validando valores, testando somas, 
entre outros procedimentos.
Além disso, outras conferências são realizadas em relação às despesas com 
pessoal, como confrontação da folha de pagamento com o registro do empregado. 
Neste sentido já se atenta para o preenchimento das informações pessoais do 
empregado, assim como outros documentos, como: declaração por escrito dos 
respectivos dependentes, para fins de imposto de renda.
Outro ponto importante é a análise dos salários dos empregados do 
departamento pessoal, quando o auditor analisa se não houve excesso de salário 
pago indevidamente e o auditor busca informações sobre os salários desses 
empregados juntamente à administração.
126
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
Atividades de Estudos:
1) Quais as principais contas que a auditoria do resultado tem como 
foco?
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2) Cite exemplos de contas que devem ser verificadas com mais 
profundidade pelo auditor.
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3) Cite os objetivos da Auditoria das Contas de Resultado.
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4) Qual é o momento do reconhecimento das receitas?
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127
 Capítulo 11 Auditoria do Resultado
9 Algumas Considerações
 O relatório do auditor sobre as contas de resultado normalmente desperta 
muito interesse por parte da administração da empresa em auditoria, devido à 
repercussão que as informações podem ter, tanto positivas quanto negativas, nos 
métodos de direção e administração.
 
Com a conclusão das análises das contas de resultado, o auditor tem uma 
visão geral da situação financeira da empresa e, assim, embasamento para formar 
sua opinião sobre a adequação ou não ao que as demonstrações contábeis 
expressam.
Referências
ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: um curso moderno e completo. São 
Paulo: Atlas, 2016.
ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. São Paulo: Atlas, 2010.
BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Oficial da União. 
Brasília, DF, 17 de dezembro de 1976.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Normas e procedimentos de 
auditoria. Rio de Janeiro: CFC, 1991.
CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria Contábil: teoria e prática. São Paulo: 
Atlas, 2011.
CREPALDI, Silvio Aparecido; CREPALDI, Guilherme Simões. Auditoria contábil: 
teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2016.
CREPALDI, Silvio Aparecido; CREPALDI, Guilherme Simões. Auditoria fiscal e 
tributária. São Paulo: Saraiva, 2015.
FRANCO, Hilário; MARRA, Ernesto. Auditoria contábil. São Paulo, Atlas, 2001.
IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual 
de contabilidade das sociedades por ações: aplicável às demais sociedades. 
São Paulo: Atlas, 2008.
128
 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS
JUND, Sergio. Auditoria: conceitos, normas, técnicas e procedimentos – Teoria e 
950 questões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
PEREZ JÚNIOR, José Hernandez. Auditoria de demonstrações contábeis: 
normas e procedimentos.5. ed. São Paulo: Atlas, 2012. 
RIBEIRO, Osni Moura; RIBEIRO, Juliana Moura. Auditoria fácil. São Paulo: 
Saraiva, 2011. 
SOUZA, Benedito Felipe de; PEREIRA, Anísio Candido. Auditoria contábil. São 
Paulo: Atlas, 2004.
	Execução das Auditorias das Demonstrações Contábeis
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