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EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS Programa de Pós-Graduação EAD UNIASSELVI-PÓS Autoria: Fernando Eduardo Cardoso CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090 Reitor: Prof. Hermínio Kloch Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: Carlos Fabiano Fistarol Ilana Gunilda Gerber Cavichioli Cristiane Lisandra Danna Norberto Siegel Camila Roczanski Julia dos Santos Ariana Monique Dalri Bárbara Pricila Franz Marcelo Bucci Revisão de Conteúdo: Jorge Roberto Krening Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Copyright © UNIASSELVI 2018 Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. C268e Cardoso, Fernando Eduardo Execução das auditorias. / Fernando Eduardo Cardoso – Indaial: UNIASSELVI, 2018. 128 p.; il. ISBN 978-85-53158-55-3 1.Auditoria – Brasil. 2.Contabilidade – Brasil. II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. CDD 657.45 Fernando Eduardo Cardoso Doutorado em Administração e Turismo pela Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), Biguaçu/ SC. Mestrado em Administração: Gestão de Organizações pela Fundação Universidade Regional de Blumenau (FURB), SC (2010), Especialização em Administração Tributária pela Universidade Castelo Branco (UCB), RJ (2008), Especialização em Educação a Distância: Gestão e Tutoria, UNIASSELVI, SC (2014) e Graduação em Administração: Gestão Empresarial pela Fundação Universidade Regional de Blumenau (FURB), SC (2006). Experiência de oito anos na área de Produção e dez anos na Inteligência de Mercado/ Informações Gerenciais da área Comercial/ Vendas. Participante na elaboração de projetos e estratégias da Cia. Hering. Experiência na área de Administração, com ênfase em Administração Estratégica, atuando, principalmente, nos seguintes temas: Gestão Comercial, Processo de Formação da Estratégia, Strategizing, Strategy-as-Practice, Estratégia-como-Prática, Middle Manager e Ensino a Distância - EAD. Consultor e Palestrante da NOTÓRIA consultoria Business Inteligente. Palestrante do Instituto de Desenvolvimento Pessoal e Profissional - IDEPP. Atuou como professor do Departamento de Administração na Universidade Regional de Blumenau (FURB) e da Faculdade de Administração e Economia (FAE). Atualmente, é professor Tutor-Externo da UNIASSELVI no ensino a distância; e Supervisor de disciplina na mesma instituição. É, também, membro do grupo de pesquisa PROFORME. Sumário APRESENTAÇÃO ..........................................................................07 CAPÍTULO 1 Execução das Auditorias das Demonstrações Contábeis ....09 CAPÍTULO 2 Auditoria das Disponibilidades ..................................................29 CAPÍTULO 3 CAPÍTULO 4 CAPÍTULO 5 CAPÍTULO 6 CAPÍTULO 7 CAPÍTULO 8 CAPÍTULO 9 CAPÍTULO 10 CAPÍTULO 11 Auditoria das Contas a Receber ...............................................39 Auditoria dos Estoques .............................................................51 Auditoria das Despesas Antecipadas ........................................63 Auditoria do Realizável a Longo Prazo ...................................71 Auditoria dos Investimentos ......................................................77 Auditoria do Imobilizado .............................................................85 Auditoria dos Passivos ...............................................................95 Auditoria do Patrimônio Líquido .............................................107 Auditoria do Resultado ............................................................ 119 APRESENTAÇÃO A área contábil vem sofrendo muitas mudanças nos últimos anos devido às alterações na legislação e suas adequações às normas internacionais, e isso exige uma atualização constante em termos de conhecimento, não só por parte dos profissionais da área contábil, mas do auditor, que, aliás, precisa estar ainda mais bem instruído, para assim poder criticar questões relevantes sobre as demonstrações contábeis apresentadas pelas empresas. O objetivo principal dos trabalhos de auditoria é o de validar as informações apresentadas pela empresa, determinar se refletem a realidade desta, para, ao fim, formar sua opinião a respeito e expressá-la por meio de um relatório de auditoria. Com isso, o caminho até que o auditor possa formar sua opinião a respeito das demonstrações financeiras e contábeis da empresa é longo e precedido de muitas etapas. Esta apostila foi elaborada com o objetivo de apresentar ao aluno as etapas que antecedem os trabalhos de auditoria, os conceitos básicos e procedimentos usuais, inerentes aos processos de autoria das demonstrações contábeis, além de sugestões de revisões quanto à auditoria interna das empresas. O primeiro capítulo trata do planejamento dos trabalhos de auditoria e fases que ele compreende, como levantamento de orçamento de horas, definição da equipe de trabalho e principais procedimentos, e apresenta ao aluno as principais demonstrações contábeis auditadas. Os capítulos seguintes tratam de forma mais detalhada dos exames usuais aos trabalhos de auditoria das demonstrações contábeis, destacando seus aspectos mais importantes, como os objetivos, procedimentos, pontos de análise, exemplos práticos e particularidades inerentes a cada conta patrimonial e de resultado. Buscando desse modo, por meio das atividades práticas, fixar o conhecimento sobre o assunto abordado. Assim, desejo um bom estudo! CAPÍTULO 1 Execução das Auditorias das Demonstrações Contábeis A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: 3 Conhecer as etapas de execução das auditorias das demonstrações contábeis. 3 Aprender a aplicar os procedimentos de auditoria das demonstrações contábeis. 10 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS 11 Execução das Auditorias das Demonstrações Contábeis Capítulo 1 1 Contextualização As demonstrações contábeis, segundo Attie (2010), são o meio pelo qual as informações que foram processadas pela contabilidade são comunicadas aos seus usuários, bem como a prestação de contas da administração a seus acionistas e a terceiros. A auditoria das demonstrações contábeis tem como objetivo principal fornecer evidências, fatos e informações precisas ao auditor, para que este possa emitir uma opinião ou parecer a respeito das demonstrações contábeis da empresa auditada, bem como determinar se elas refletem a posição patrimonial e financeira da entidade. Além disso, o auditor precisa confirmar se as demonstrações se encontram devidamente adequadas às normas contábeis e demais legislações pertinentes. O trabalho do auditor divide-se em etapas, e neste capítulo iremos explicá-las, além de apresentar as demonstrações contábeis exigidas pela legislação brasileira. 2 Planejamento do Trabalho de Auditoria O planejamento é a fase mais importante dos trabalhos de auditoria, pois nela são definidos, de forma antecipada, quais procedimentos serão aplicados, a extensão dos trabalhos, a distribuição das tarefas em relação ao tempo e às pessoas da equipe e os objetivos a serem alcançados com sua execução. O planejamento necessita de certo grau de conhecimento, por parte do auditor, da empresa a ser auditada, por exemplo: ramo de atividade no qual a empresa está inserida; fatores econômicos, como inflação, taxa de juros, variação cambial; legislação aplicável ao ramo; práticas operacionais da empresa, como política de compras ou vendas, e nível geral de competência da administração, como grau de independência para tomada de decisões. Com isso, entendemos que o primeiro passo para um bom planejamento é obter um entendimento dos negócios da empresaa ser auditada, a fim de reunir informações para organização dos trabalhos a serem realizados. O planejamento é a fase mais importante dos trabalhos de auditoria. 12 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS O planejamento dos trabalhos de auditoria, também chamado de programa de auditoria, compreende o detalhamento dos procedimentos que serão adotados para a empresa a ser auditada, que além de servir como instrumento de controle para a sua execução, deve abranger todas as áreas a serem analisadas pelo auditor. 3 Objetivos do Planejamento dos Trabalhos de Auditoria Como já mencionado, devido à importância do planejamento dos trabalhos de auditoria, ele precisa ser minunciosamente elaborado e detalhado para que não haja problemas relevantes durante a sua execução. Assim, os objetivos do planejamento do trabalho de auditoria são: • Obter conhecimento das operações da empresa a ser auditada. • Permitir que o auditor realize exames adequados e eficientes, que facilitem o atingimento dos seus objetivos em um prazo razoável de tempo. • Assegurar que os valores mais relevantes das demonstrações contábeis estejam livres de distorções relevantes. • Definir potenciais problemas na execução dos trabalhos. • Estabelecer a extensão dos procedimentos de auditoria. • Definir a divisão das tarefas entre os membros da equipe. • Facilitar o controle sobre o desenvolvimento dos trabalhos, bem como sua supervisão em relação ao tempo gasto. Um planejamento é efetivo quando seguido nos termos em que foi definido, a fim de evitar retrabalhos ou distribuições de tarefas incompatíveis com a capacidade ou a experiência dos auditores, porém deve adequar-se aos imprevistos que possam surgir no decorrer do processo. 4 Assistência e Colaboração da Equipe Interna da Empresa Outro fator muito importante no planejamento dos trabalhos de auditoria é a colaboração da empresa a ser auditada, através dos seus auditores internos, pois grande parte do trabalho do auditor interno pode ser útil ao auditor externo. Crepaldi e Crepaldi (2016) exemplificam atividades em que a equipe interna pode auxiliar, como a busca de documentação nos arquivos da empresa, a 13 Execução das Auditorias das Demonstrações Contábeis Capítulo 1 elaboração de planilhas compondo saldos das contas do balanço patrimonial, o preparo de conciliações, entre outros. Claro que estes trabalhos serão validados pelo auditor, porém facilitam os processos de auditoria, permitindo que este possa se aprofundar em tarefas que exijam maior poder de julgamento e análise. 5 Orçamento de Horas Um orçamento de horas é fundamental para o planejamento dos trabalhos, pois ele nos dá uma estimativa de volume de tempo que poderá ser despendido na realização das tarefas estabelecidas, possibilitando seu controle e acompanhamento. Além disso, o orçamento de horas deve ser elaborado o mais detalhado possível, pois assim podemos detectar, durante a execução dos trabalhos, possíveis ineficiências ou tarefas que demandem mais tempo que o previsto, tornando possível a comunicação em tempo oportuno ao cliente de que o custo da auditoria será mais elevado do que o previsto inicialmente. 6 Equipe de Auditoria Para determinação da equipe de trabalho é necessário conhecer as complexidades do processo a ser desenvolvido, bem como as necessidades da empresa a ser auditada, a fim de definir a experiência necessária do pessoal que irá realizar o trabalho. Normalmente há uma mescla de profissionais em treinamento e profissionais experientes, para que sempre haja treinamento continuado nas empresas de auditoria. 7 Procedimentos de Auditoria Para desempenhar a atividade de auditor é preciso utilizar ferramentas de trabalho que permitam formar sua opinião, que é o objetivo da auditoria. Para isso, ele precisa se cercar de fatos, evidências e informações, que obtém por meio da aplicação dos procedimentos de auditoria comumente utilizados. Seguem alguns procedimentos para os trabalhos de auditoria: 14 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS • Exame físico, é a verificação ‘in loco’. • Confirmação, na qual o auditor obtém uma declaração formal da veracidade das informações. • Exame de documentos originais, em que o auditor examina os documentos que comprovem as operações da empresa. • Conferência dos cálculos, quando o auditor realiza testes dos cálculos apresentados pela empresa. • Exame da escrituração, no qual o auditor realiza análises, faz conciliações, levanta saldos. • Investigação, que é um exame realizado com mais profundidade. • Inquérito, com a formulação de perguntas e obtenção de respostas satisfatórias. • Correlação das informações obtidas, que é a análise do relacionamento entre as contas, ou seja, conferência das partidas dobradas. • Observação, a qual exige senso crítico e experiência do auditor, para identificar problemas ou deficiências. 8 Trabalho de Campo O trabalho de campo é o momento em que se aplicam os procedimentos de auditoria e são feitos exames e análises planejados anteriormente, com base nos documentos fornecidos, reunindo informações para definição da opinião do auditor a respeito do estado patrimonial e financeiro da empresa em análise. 9 Papéis de Trabalho Para Attie (2010) os papéis de trabalho são um conjunto de formulários e documentos que contém as informações e apontamentos obtidos pelo auditor durante a execução de seus trabalhos; além disso, constituem evidência do trabalho executado e o fundamento para sua opinião. O Conselho Federal de Contabilidade estabelece que o conteúdo do papel de trabalho deve ater-se ao registro do planejamento da auditoria, à natureza, à oportunidade, à extensão dos procedimentos aplicados, aos resultados obtidos e às conclusões da evidência da auditoria, devendo ainda incluir a opinião do auditor sobre todas as questões significativas, juntamente com a conclusão a que chegou, inclusive nas áreas que envolvem questões de difícil julgamento. 15 Execução das Auditorias das Demonstrações Contábeis Capítulo 1 10 Demonstrações Contábeis Básicas Ao final de cada exercício social, as empresas devem elaborar as demonstrações contábeis, evidenciando com clareza a situação patrimonial e financeira das entidades. As demonstrações contábeis básicas exigidas pela Lei das Sociedades por Ações são: Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL), Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) e Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC). As demonstrações contábeis devem ser complementadas por notas explicativas, que têm a finalidade de esclarecer critérios contábeis adotados pela empresa e a natureza das contas específicas de cada negócio. Adicionalmente, as empresas publicam o relatório da administração, explicando as principais características do seu desempenho financeiro, além dos principais riscos e incertezas que enfrentam. 10.1 Balanço Patrimonial O balanço patrimonial é a demonstração que visa representar a situação financeira e patrimonial da empresa em determinada data. Divide-se em Ativo – compreende bens e direitos; Passivo – compreende as exigibilidades e obrigações; e Patrimônio Líquido – representa a diferença entre o ativo e passivo, ou seja, o valor líquido da empresa. As contas contábeis que compõem o balanço são classificadas de forma decrescente pelo seu grau de liquidez. E por isso os grupos do balanço são segregados da seguinte forma: 16 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS FIGURA 1 – MODELO DE BALANÇO PATRIMONIAL Companhia Brasileira DEMONSTRAÇÕES EM 31-12-X2 BALANÇO PATRIMONIAL EM 31 DE DEZEMBRO (Em milhares de $) X2 X1 ATIVO CIRCULANTE X X Disponível X X Clientes (líquido da PDD) X X Créditos com partes relacionadas X X Estoques (líquido) X X Outros créditos (inclusive despesas antecipadas) X X NÃO CIRCULANTEREALIZÁVEL A LONGO PRAZO X X Créditos com partes relacionadas X X Outros créditos X X PERMANENTE X X Investimentos X X Imobilizado X X Intangível X X Diferido X X TOTAL DO ATIVO XX XX PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO CIRCULANTE Empréstimos e financiamentos X X Fornecedores X X Impostos e contribuições a recolher X X Obrigações com partes relacionadas X X Dividendos e JSCP a pagar X X Outras obrigações X X NÃO CIRCULANTE EXIGÍVEL A LONGO PRAZO X X Empréstimos e financiamentos X X Debêntures X X Obrigações com partes relacionadas X X Outras obrigações X X RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS X X PATRIMÔNIO LÍQUIDO X X Capital X X Reservas de capital X X Reservas de reavaliação X X Reservas de lucros e lucros acumulados X X TOTAL DO PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO XX XX FONTE: Iudícibus; Martins; Gelbcke (2008, p. 499) 17 Execução das Auditorias das Demonstrações Contábeis Capítulo 1 10.2 Demonstração do Resultado do Exercício A demonstração do resultado do exercício deve ser apresentada de forma dedutiva, com detalhes necessários das receitas despesas e custos, definindo claramente o lucro do exercício, pois este é o objetivo principal dessa demonstração. As receitas e despesas devem ser registradas pelo regime de competência, ou seja, devem ser apropriadas ao período em que foram incorridas, independentemente de seus reflexos no caixa. As principais divisões da demonstração do resultado são: lucro bruto, lucro operacional, resultados não operacionais, impostos e participações e contribuições e resultado líquido. A figura a seguir apresenta o modelo de Demonstração de Resultado do Exercício. 18 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS Companhia Brasileira DEMONSTRAÇÕES DO RESULTADO PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS em 31 de dezembro de X2 e X1 (em milhares de $) 31-12-X2 31-12-X1 RECEITA OPERACIONAL BRUTA Venda de produtos X X Serviços prestados X X XX XX DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA Imposto incidente sobre vendas (X) (X) Devoluções e abatimentos (X) (X) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA XX XX CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS E DOS SERVIÇOS PRESTADOS (X) (X) XX XX LUCRO BRUTO DESPESAS OPERACIONAIS Com vendas (X) (X) Gerais e administrativas (X) (X) Despesas financeiras (deduzidas das receitas de $ X, X2, $ Y e X1) (X) (X) OUTRAS RECEITAS E DESPESAS OPERACIONAIS* (XX) (XX) Resultados de participações em outras sociedades* Participações nos resultados de coligadas e controladas pelo método de equivalência patrimonial X X Dividendos e rendimentos de outros investimentos X X Outras (indicar natureza) (X) (X) LUCRO OPERACIONAL XX XX RESULTADOS NÃO OPERACIONAIS Ganhos de capital (indicar natureza) X X Perdas de capital (indicar natureza) (X) (X) RESULTADO DO EXERCÍCIO ANTES DOS IMPOSTOS, CONTRIBUIÇÕES E PARTICIPAÇÕES XX XX IMPOSTO DE RENDA (X) (X) CONTRIBUIÇÃO SOCIAL (X) (X) PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES Debêntures (X) (X) Empregados (X) (X) Administradores (X) (X) Partes beneficiárias (X) (X) Fundos de assistência a empregados (X) (X) LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO XX XX LUCRO POR AÇÃO (Em $) X X FIGURA 2 – MODELO DE DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO FONTE: Iudícibus; Martins; Gelbcke (2008, p. 492) 19 Execução das Auditorias das Demonstrações Contábeis Capítulo 1 10.3 Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) A Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados demonstra as variações ocorridas na conta Lucros ou Prejuízos acumulados, do Patrimônio Líquido da empresa. De acordo com a Lei das Sociedades por Ações, esta demonstração é de apresentação obrigatória para as sociedades limitadas e outros tipos de empresas, e pode ser incluída na Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido. A Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados apresenta basicamente as seguintes informações: saldo do início do período e os ajustes de exercícios anteriores, as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício e as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao capital e o saldo ao fim do período. Segue modelo de DLPA. FIGURA 3 – DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS FONTE: Jund (2007, p. 519) DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS Período:_____ / _____ / _____ a _____ / _____ / _____. R$ SALDO INICIAL DO EXERCÍCIO EM 01/01/ – (Saldo final do exercício anterior) (+/-) Ajustes credores/devedores de exercícios anteriores • Efeitos de mudança de critério contábil – art. 177 – § 1° – Nota Explicativa • Retificação de erros de cálculo de exercícios anteriores. ( = ) SALDO AJUSTADO ( + ) Reversão de Reservas (+/-) Lucro líquido ou prejuízo do Período ( = ) SALDO À DISPOSIÇÃO DOS ACIONISTAS ( - ) Destinação do Lucro: • Reserva Legal – art. 193 – 5% L.L. até 20% do capital • Reserva estatuária – art. 194 – critérios nos estatutos • Reserva para contigências – art. 195 • Reserva de Lucros a Realizar – art. 197 • Lucros Retidos – art. 196 – para aumento de capital • Dividendos obrigatórios – art. 202 ( = ) SALDO FINAL Dividendos por ação do capital social – art. 186, § 2° 20 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS FIGURA 4 – MODELO DE DMPL FONTE: Iudícibus; Martins; Gelbcke (2008, p. 493) 10.4 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido é facultativa, porém, como pode compreender os dados da DLPA, além de outras informações, como a movimentação de todo o patrimônio líquido durante o exercício, inclusive a constituição e utilização de reservas não derivadas do lucro, acaba sendo mais utilizada, devido a sua abrangência mais completa. A figura a seguir mostra o modelo de DMPL. Companhia Brasileira DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE X2 E X1 (Em milhares $) 31-12-X2 Capital Realizado Atualizado Reservas de Capital Reservas de Reavaliação Reservas de Lucros (1) Lucros (Prejuízos) Acumulados Total X2 Total X1 SALDOS INICIAIS Ajustes de anos anteriores: Efeitos da mudança de critérios contábeis Retificação de erros de exerc. anteriores Saldo conforme esta publicação Aumento de capital com lucros e reservas e em espécie Aquisição de ações próprias Realização de reserva de reavaliação Lucro líquido do exercício Distribuição proposta à assembleia de acionistas: Reservas (1) Dividendos a distribuir (x por ação) SALDOS FINAIS X – – X X – – – – – X (X) – – (X) X – – – – – – X – – X X – – – – – X X – – X (X) – – – – – X (X) – – (X) – – – – – – X X – – X – – (X) – – – X X – – X – – (X) – – – X X – – X (X) – – – X – X (X) (X) (X) (X) – X X (X) (X) – XX (X) (X) (X) X – – X – (X) XX XX – X X X – – X – (X) XX (1) RESERVA DE LUCROS Legal Estatutária Lucros a Realizar Expansão Total X2 Saldos iniciais Incorporação ao capital Destinação do lucro líquido Saldos finais X (X) X X X (X) X X – – X X X (X) X X XX (X) X X 21 Execução das Auditorias das Demonstrações Contábeis Capítulo 1 10.5 Demonstração do Fluxo de Caixa A DFC indica as movimentações que envolvem a conta caixa durante o exercício social e o resultado desse fluxo. Essa demonstração tem obrigatoriedade de apresentação desde 01/01/2008, por força da Lei nº 11.638, de 2007. As figuras 5 e 6 mostram o modelo de Demonstração de Fluxo de Caixa pelos Métodos Direto e Indireto, respectivamente. FIGURA 5 – MODELO DE DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA PELO MÉTODO DIRETO FONTE: Iudícibus; Martins; Gelbcke (2008, p. 496) DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA (MÉTODO DIRETO) PARA EXERCÍCIOS FINDOS em 31 de dezembro de X2 e X1 (Em milhares $) Atividades operacionais X2 X1 Recebimento de clientes X X Pagamentos de fornecedores (X) (X) Recebimento de outros ativos circulantes(X) (X) Pagamento de salários (X) (X) Pagamento de despesas a pagar (X) (X) Pagamento de despesas antecipadas (X) (X) Recebimento de juros X X Pagamento de juros (X) (X) Recebimento de dividendos X X Outros recebimentos X X Outros pagamentos (X) (X) CAIXA LÍQUIDO GERADO (CONSUMIDO) pelas ATIVIDADES OPERACIONAIS X X Atividades de Investimentos Investimentos no Realizável a Longo Prazo (X) (X) Outros investimentos de Longo Prazo (X) (X) Investimentos no Imobilizado (X) (X) Investimentos no Diferido (X) (X) Investimentos em participações Societárias (X) (X) Outros investimentos de Permantes (X) (X) CAIXA LÍQUIDO GERADO (CONSUMIDO) pelas ATIVIDADES de INVESTIMENTOS (X) (X) Atividades Financeiras Aumento de Capital X X Captações de Longo Prazo X X Pagamentos de Empréstimos (X) (X) Pagamento de Dividendos e outros s/ o Capital Próprio (X) (X) CAIXA LÍQUIDO GERADO (CONSUMIDO) pelas ATIVIDADES de FINANCIAMENTO X X VARIAÇÃO LÍQUIDA DO CAIXA XX XX CAIXA mais EQUIVALENTES DE CAIXAS INICIAIS XX XX CAIXA mais EQUIVALENTES DE CAIXAS FINAIS XX XX 22 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS FIGURA 6 – MODELO DE DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA PELO MÉTODO INDIRETO FONTE: Iudícibus; Martins; Gelbcke (2008, p. 495) 10.6 Demonstração do Valor Adicionado A Demonstração do Valor Adicionado deve abordar o valor da riqueza gerada pela companhia, a sua distribuição entre os elementos que contribuíram para esta riqueza, tais como: empregados, financiadores, acionistas, governo e outros, assim como a parcela de riqueza não distribuída. Essa demonstração é obrigatória somente para as companhias abertas. DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA (MÉTODO INDIRETO) PARA EXERCÍCIOS FINDOS em 31 de dezembro de X2 e X1 (Em milhares $) Atividades operacionais X2 X1 Lucro Líquido X X Ajustes ao lucro X X Depreciação (X) (X) Lucro na venda de Imobilizado (X) (X) Despesas Financeiras de Longo Prazo (X) (X) Resultado de Equivalência Patrimonial (X) (X) Investimentos de curto prazo (X) (X) Variação das contas a receber (X) (X) Variação da PCLD (X) (X) Variação dos estoques (X) (X) Variação das despesas antecipadas (X) (X) Variação de outros ativos circulantes (X) (X) Variação de salários a pagar X X Variação de fornecedores X X Variação de despesas a pagar X X Variação da provisão para IR e CS X X Variação de outros passivos circulantes X X CAIXA LÍQUIDO GERADO (CONSUMIDO) pelas ATIVIDADES OPERACIONAIS X X Atividades de Investimento Investimentos no Realizável a Longo Prazo (X) (X) Outros investimentos de Longo Prazo (X) (X) Investimentos no Imobilizado (X) (X) Investimentos no Diferido (X) (X) Investimentos em participações Societárias (X) (X) Outros investimentos de Permanentes (X) (X) CAIXA LÍQUIDO GERADO (CONSUMIDO) pelas ATIVIDADES de INVESTIMENTOS X X Atividades de Financiamento Aumento de Capital X X Captações de Longo Prazo X X Pagamentos de Empréstimos (X) (X) Pagamento de Dividendos e outros s/ o Capital Próprio (X) (X) CAIXA LÍQUIDO GERADO (CONSUMIDO) pelas ATIVIDADES de FINANCIAMENTO X X VARIAÇÃO LÍQUIDA DO CAIXA XX XX CAIXA mais EQUIVALENTES DE CAIXAS INICIAIS XX XX CAIXA mais EQUIVALENTES DE CAIXAS FINAIS XX XX 23 Execução das Auditorias das Demonstrações Contábeis Capítulo 1 FIGURA 7 – MODELO DE DEMONSTRATIVO DO VALOR ADICIONADO – DVA 20X1 % 20X0 % 1. Receitas 1.1 Vendas de mercadorias, produtos e serviços XXX XXX 1.2 Provisão para devedores duvidosos XXX XXX 1.3 Resultados não operacionais XXX XXX 2. Insumos adquiridos de terceiros 2.1 Materiais consumidos (XXX) (XXX) 2.2 Outros custos de produtos e serviços vendidos (XXX) (XXX) 2.3 Energia, serviço de terceiros e outras despesas (XXX) (XXX) 2.4 Perda na realização de ativos (XXX) (XXX) 3. Retenções 3.1 Depreciação, amortização e exaustão (XXX) (XXX) 4. Valor adicionado líquido produzido pela entidade XXX XXX 5. Valor adicionado recebido em transferência 5.1 Resultado de equivalência patrimonial e dividendos de investimentos avaliados ao custo XXX XXX 5.2 Receitas financeiras XXX XXX 5.3 Aluguéis e Royalties XXX XXX 6. Valor adicionado a distribuir (6+7) XXX 100% XXX 100% 7. Distribuição do valor adicionado 7.1 Empregados - Salários e encargos XXX Y% XXX Y% - Comissões sobre vendas XXX Y% XXX Y% - Honorários de diretoria XXX Y% XXX Y% - Participação dos empregados no lucro XXX Y% XXX Y% - Planos de aposentadoria e pensão XXX Y% XXX Y% 7.2 Tributos - Federais XXX Y% XXX Y% - Estaduais XXX Y% XXX Y% - Municipais XXX Y% XXX Y% - Menos incentivos fiscais (XXX) Y% (XXX) Y% 7.3 Financiadores - Juros XXX Y% XXX Y% - Aluguéis XXX Y% XXX Y% 7.4 Juros sobre o capital próprio e dividendos XXX Y% XXX Y% 7.5 Lucros retidos/prejuízo do exercício XXX Y% XXX Y% DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO DOS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO, EM MILHARES DE REAIS FONTE: Iudícibus; Martins; Gelbcke (2008, p.504) 24 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS 11 Auditoria das Contas Patrimoniais Para a devida análise das demonstrações contábeis faz-se necessária a auditoria das contas patrimoniais da empresa. Dentre as demonstrações contábeis, o Balanço Patrimonial é a demonstração que representa uma variedade de contas de controle que abrange bens, direitos e obrigações decorrentes das operações da empresa. Cada conta patrimonial possui natureza própria e pode refletir variações em diversas outras contas, inclusive de resultado. O balanço patrimonial possui um grande número de informações que o auditor precisa comprovar e atestar sua exatidão, por meio de exames minuciosos que são feitos com o intuito de atestar ou não sua validade. A profundidade e extensão das análises de cada trabalho podem variar de acordo com o tipo de empresa, os riscos envolvidos e os reflexos que cada conta tenha em relação aos demonstrativos da empresa. 12 Auditoria das Contas de Resultado As contas de resultado devem evidenciar todas as operações de receitas, custos e despesas inerentes à atividade da empresa. A demonstração do resultado se dá por meio da confrontação das receitas obtidas ao longo do período, que devem ser demonstradas de forma cumulativa e amparadas por documentação hábil, com os custos e despesas incorridos para obtenção daquelas receitas, de maneira que o resultado final demonstre o lucro ou o prejuízo auferido. O objetivo dos trabalhos de auditoria nessas contas é atestar sua autenticidade por meio de testes, análises, exames de documentação e de controles internos, entre outros procedimentos, a fim de validar o resultado apurado no período. 25 Execução das Auditorias das Demonstrações Contábeis Capítulo 1 13 Observância das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) Os trabalhos de auditoria são regidos pelos princípios fundamentais de contabilidade, que representam a essência das doutrinas e teorias da contabilidade, e as Normas Brasileiras de Contabilidade, que compõem um conjunto de regras de conduta dos profissionais contábeis no exercício de suas funções. Os princípios fundamentais de contabilidade são o da entidade, da continuidade, da oportunidade, do registro pelo valor original, da competência e da prudência, e constituem os parâmetros utilizados para trazer a essência e a forma correta de contabilização das operações da empresa. As normas brasileiras de contabilidade são editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade e devem seguir os mesmos padrões internacionais e compreendem as normas propriamente ditas, interpretações técnicas e comunicados técnicos. As normas classificam-se em profissionais e técnicas. As empresas utilizam as normas de contabilidade para elaborar as suas demonstrações contábeis e os auditores utilizam as normas de auditoria para conduzir seus trabalhos sobre essas demonstrações. As interpretações técnicas têm por objetivo esclarecer dúvidas sobre a aplicação das Normas Brasileiras de Contabilidade, definindo regras e procedimentos a serem aplicados em situações específicas, mas sem alterar a norma. Já os comunicados técnicostêm por objetivo esclarecer dúvidas de natureza contábil, como os procedimentos a serem utilizados, considerando os interesses da profissão e as demandas da sociedade. 26 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS Atividade de Estudos: 1) Quais as demonstrações contábeis que são analisadas nos trabalhos de auditoria? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 2) Qual é a finalidade do balanço patrimonial? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 3) Qual é o objetivo principal da demonstração do resultado do exercício? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 4) Cite alguns procedimentos de auditoria. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 27 Execução das Auditorias das Demonstrações Contábeis Capítulo 1 14 Algumas Considerações O estudo deste capítulo teve como objetivo demonstrar as etapas preliminares à execução das auditorias das demonstrações contábeis, bem como sua importância e apresentar as principais demonstrações contábeis que são exigidas pela legislação. Cada demonstração contábil possui aspectos próprios, que evidenciam informações específicas a seus usuários, por isso a importância de sua adequada elaboração, bem como publicação, a fim de demonstrar informações confiáveis a quem fizer uso delas. Diante disso, a validação do auditor é primordial na segurança que as demonstrações contábeis podem expressar para a sociedade em geral. As demonstrações contábeis refletem os resultados apurados nas contas patrimoniais e de resultado das empresas, por isso se faz necessária a auditoria de cada grupo de contas, patrimoniais e de resultado, para, ao fim, formar sua opinião sobre as informações que elas geraram nas devidas demonstrações. Os procedimentos para cada grupo de contas serão estudados de forma mais aprofundada nos próximos capítulos. Referências ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: um curso moderno e completo. São Paulo: Atlas, 2016. ARAÚJO, Inaldo da Paixão Santos; ARRUDA, Daniel Gomes. Fundamentos da auditoria: a auditoria das demonstrações financeiras em um contexto global. São Paulo: Saraiva, 2012. ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. São Paulo: Atlas, 2010. BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 17 de dezembro de 1976. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Normas e procedimentos de auditoria. Rio de Janeiro: CFC, 1991. 28 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria contábil: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2011. CREPALDI, Silvio Aparecido; CREPALDI, Guilherme Simões. Auditoria contábil: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2016. IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual de contabilidade das sociedades por ações: aplicável às demais sociedades. São Paulo: Atlas, 2008. JUND, Sergio. Auditoria: conceitos, normas, técnicas e procedimentos – Teoria e 950 questões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. PEREZ JÚNIOR, José Hernandez. Auditoria de demonstrações contábeis: normas e procedimentos. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2012. RIBEIRO, Osni Moura; RIBEIRO, Juliana Moura. Auditoria fácil. São Paulo: Saraiva, 2011. SOUZA, Benedito Felipe de; PEREIRA, Anísio Candido. Auditoria contábil. São Paulo: Atlas, 2004. CAPÍTULO 2 Auditoria das Disponibilidades A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: 3 Analisar as normas e processos da auditoria das disponibilidades. 3 Executar as normas e procedimentos da auditoria das disponibilidades. 30 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS 31 Auditoria das Disponibilidades Capítulo 2 1 Contextualização As contas do ativo são classificadas de forma decrescente pelo seu grau de liquidez, por isso, pode-se dizer que as disponibilidades, que são representadas pelas contas Caixa e Equivalentes de caixa, são recursos financeiros à disposição imediata da empresa. Quando falamos de caixa ou equivalente de caixa, não nos referimos somente a saldo em moeda corrente e depósitos em conta bancária, mas a outros tipos de contas com as mesmas características de liquidez, por exemplo, aplicações financeiras com características de liquidez imediata, aplicações em ouro, entre outros. O disponível, devido a sua característica e liquidez, segundo Jund (2007), é o mais sujeito a utilização indevida, por isso, mesmo que haja um bom controle interno, o auditor costuma fazer um maior número de testes, já que o risco de desvios e manipulações é maior. 2 Objetivo de Auditoria Normalmente, os procedimentos que envolvem caixa e equivalentes de caixa tendem a ser mais extensos e mais detalhados, devido à complexidade de controle deste ativo. Entre os objetivos específicos da auditoria do disponível, podemos citar: • Apurar sua real existência e assegurar que existem todas as contas que deveriam existir. • Estabelecer segurança dos controles internos mantidos sobre o disponível. • Determinar se foram utilizados os princípios fundamentais de contabilidade. • Verificar sua correta classificação no balanço patrimonial e se as demais informações necessárias foram expostas por notas explicativas. 3 Revisão de Controle Interno A revisão do controle interno tem o objetivo de verificar a confiabilidade das informações prestadas nesses controles, para que o auditor possa definir quais procedimentos serão necessários e qual sua extensão. Cada empresa possui controles próprios e estes podem variar de acordo com o volume de transações e contas envolvidas, porém, conforme Attie (2010), entre os diversos controles internos que podem ser utilizados, existem práticas 32 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS que podem ser executadas para evitar problemas nesta área, como: segregação de funções entre quem faz recebimentos e a contabilização dos valores; sistema de aprovação e autorização de pagamentos; conciliações bancárias periódicas e revisadas por pessoa independente da sua preparação; utilização de duas pessoas independentes para a assinatura de cheques; controle diário dos recebimentos e acompanhamento entre o valor depositado e o efetivamente recebido, entre outros. Cabe ao auditor avaliar se os controles internos existentes realmente funcionam e medir possíveis deficiências para determinar os riscos envolvidos, para assim formar sua opinião adequadamente. 4 Procedimentos de Auditoria Os procedimentos de auditoria, de acordo com Crepaldi (2011), são um conjunto de técnicas que permite ao auditor obter evidências e provas suficientes e adequadas para fundamentar sua opinião a respeito do trabalho que está sendo realizado. Em relação às disponibilidades,podemos citar alguns procedimentos que normalmente são utilizados nos trabalhos de auditoria: • Contagem física dos fundos de caixa e fundo fixo. • Confirmação junto às instituições bancárias dos saldos existentes e as pessoas autorizadas a movimentar as contas. • Exame documental dos cheques pagos, dos avisos bancários, das aplicações financeiras e contratos. • Efetuar reconciliação bancária. • Efetuar Cut off dos cheques. • Verificar detalhadamente a documentação de pagamentos e recebimentos. • Examinar as contas razão de caixa e bancos. • Observar a classificação adequada das contas de acordo com os princípios contábeis. 5 Verificação das Disponibilidades Primeiramente, o auditor realiza um levantamento das disponibilidades, para averiguar a extensão dos seus trabalhos. Para isso, ele verifica a existência de vários caixas, a de várias contas bancárias ou contas já encerradas. Após esse levantamento, podemos definir os procedimentos que serão seguidos quanto à devida análise dessas informações. 33 Auditoria das Disponibilidades Capítulo 2 6 Contagem de Caixa A contagem de caixa ocorre normalmente em empresas que possuem quantias significativas no seu caixa na data do balanço, devido a recebimentos de clientes que ainda não foram depositados e, para realizar a contagem, o auditor precisa tomar alguns cuidados para que tenha validade, por exemplo: • Realizar contagem surpresa de caixa, para evitar possíveis manipulações. • Executar contagem simultânea de todos os caixas e valores mobiliários, para evitar transferência de fundos entre eles. • Fazer a contagem com presença do responsável. • Ficar atento a situações anormais, como cheques antigos, cheques pessoais do responsável pelo caixa etc. De acordo com Almeida (2016, p. 159), o preenchimento dos papéis de trabalho deve ser feito a caneta, constando as seguintes informações: • Nome da empresa. • Título do papel de trabalho (contagem de caixa). • Data e hora da contagem. • Nome do responsável pelo caixa. • Composição do caixa (notas, moeda, cheques, comprovantes etc.). Ainda de acordo com Almeida (2016, p. 160), o papel de trabalho deve ser assinado pelo responsável pelo caixa, sobre a seguinte observação: “Esse caixa foi contado em minha presença por representante da auditoria externa e a mim devolvido intacto”. A figura a seguir apresenta o modelo de papel de trabalho para “contagem de caixa”. 34 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS FIGURA 1 – PAPEL DE TRABALHO PARA CONTAGEM DE CAIXA FONTE: Almeida (2016, p. 167) 35 Auditoria das Disponibilidades Capítulo 2 Se durante a contagem o auditor observar que há outros documentos que não numerários, por exemplo: vales, cheques com datas antigas, cheques pessoais de indivíduos encarregados do caixa e despesas, ele deve efetuar uma listagem dos itens observados, obter explicações de imediato e proceder ao acompanhamento da resolução desses itens, pois podem envolver possíveis dissimulações de numerário. 7 Contas Bancárias Em relação às contas bancárias, o auditor precisa ficar atento aos seguintes aspectos: conciliações bancárias, confirmação e extratos bancários. Conciliações bancárias: solicitar as conciliações bancárias e se certificar de que as pendências sejam decorrentes de operações normais, e não de ativos, passivos ou despesas que não foram contabilizadas no período de competência correto. Confirmação: obter confirmação independentemente dos saldos bancários. Extratos bancários: análise do extrato bancário de um período anterior e posterior à data base analisada, para certificar-se de que todos os débitos e créditos sejam inerentes às operações da empresa e tenham sido contabilizados em tempo hábil. Outro procedimento importante nos trabalhos de auditoria das contas bancárias é a realização de Cut-off de cheques, para certificar-se de que os cheques foram registrados no período de sua competência e que as conciliações bancárias estão corretas. Para isso deve-se obter o último cheque emitido e os cheques em branco, e confrontar os contabilizados com os compensados constantes dos extratos bancários. 8 Aplicações Financeiras As aplicações financeiras do disponível são aplicações temporárias de numerários com prazo curto de resgate. A verificação pelo auditor pode ser feita tomando por base os extratos obtidos junto às instituições bancárias, se atentando para os resgates e aplicações, bem como a correta contabilização da receita apurada pertinente ao período auditado. 36 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS Atividade de Estudos: 1) Cite algumas práticas que identificam um bom controle interno do disponível. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 2) Indique alguns cuidados que o auditor precisa ter ao realizar a contagem de caixa. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 3) Qual é o objetivo da realização do Cut-off de cheques? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 37 Auditoria das Disponibilidades Capítulo 2 9 Algumas Considerações As disponibilidades são um grupo relevante de ativo circulante, pois é o mais vulnerável e suscetível a desfalques ou desvios, porém de difícil detecção. Por isso, destaca-se a importância de controles internos eficientes, que possam assegurar as operações da empresa, de forma a inibir possíveis tentativas de fraudes, além de auxiliar a administração em suas estratégias operacionais, já que frequentemente fornecem análises estatísticas, estudos de tempo e movimentos, relatórios de desempenho, programas de treinamento e controle da qualidade. Referências ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: um curso moderno e completo. São Paulo: Atlas, 2016. ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. São Paulo: Atlas, 2010. BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 17 de dezembro de 1976. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Normas e procedimentos de auditoria. Rio de Janeiro: CFC, 1991. CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria Contábil: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2011. CREPALDI, Silvio Aparecido; CREPALDI, Guilherme Simões. Auditoria contábil: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2016. IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual de contabilidade das sociedades por ações: aplicável às demais sociedades. São Paulo: Atlas, 2008. JUND, Sergio. Auditoria: conceitos, normas, técnicas e procedimentos – Teoria e 950 questões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. PEREZ JÚNIOR, José Hernandez. Auditoria de demonstrações contábeis: normas e procedimentos. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2012. 38 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS RIBEIRO, Osni Moura; RIBEIRO, Juliana Moura. Auditoria fácil. São Paulo: Saraiva, 2011. SOUZA, Benedito Felipe de; PEREIRA, Anísio Candido. Auditoria contábil.São Paulo: Atlas, 2004. CAPÍTULO 3 Auditoria das Contas a Receber A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: 3 Analisar os procedimentos da auditoria das contas a receber. 3 Executar procedimentos da auditoria das contas a receber. 40 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS 41 Auditoria das Contas a Receber Capítulo 3 1 Contextualização Os valores registrados no Contas a receber representam direitos adquiridos pelas vendas realizadas a prazo, relacionadas ao objeto social da entidade (JUND, 2007). A nomenclatura “contas a receber” é utilizada em sentido mais amplo, pois abrange todos os valores a receber da companhia, que podem ser duplicatas a receber pelas vendas, adiantamentos concedidos a terceiros ou a empregados, impostos a recuperar etc. Classificam-se no ativo circulante as contas a receber de valores vencíveis em até um ano, após este prazo, devem ser registradas no realizável a longo prazo. 2 Objetivo de Auditoria O objetivo principal dos trabalhos de auditoria é certificar-se da veracidade das informações contidas nas demonstrações contábeis. Porém, devido à complexidade de cada grupo de contas, o auditor precisa especificar seus objetivos com o intuito de aprofundar suas análises para assim formar sua opinião de forma mais adequada. Assim, o objetivo da auditoria do Contas a receber é o de apurar: • Sua existência real, exatidão dos valores e se refletem a realidade da empresa. • Sua representatividade em relação aos devedores envolvidos. • Se é de propriedade da empresa. • Se há devoluções, descontos ou abatimentos, ou quaisquer ônus a serem considerados. • Se foram utilizados os princípios fundamentais da contabilidade. • Sua correta classificação no balanço patrimonial, bem como se as divulgações aplicáveis foram expostas nas notas explicativas. 42 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS 3 Revisão do Controle Interno A revisão do controle interno tem por finalidade avaliar o grau de confiabilidade dos controles internos utilizados pela empresa. Ao verificar se os controles internos são adequados, o auditor pode determinar quais procedimentos a serem utilizados na realização de seus trabalhos, bem como a extensão de suas análises. Assim como nos controles internos do disponível, Attie (2010) sugere procedimentos em relação ao Contas a receber que considera ser indicativo de bom controle interno, como: segregação de funções entre quem controla o Contas a receber e que realiza a contabilização, conciliação periódica entre financeiro e contabilidade; autorização para descontos por pessoa independente de sua guarda, análise permanente das contas a receber atrasadas e esforço para seu recebimento, prioridade por recebimentos por via bancária, entre outros. 4 Procedimentos de Auditoria Os procedimentos de auditoria do Contas a receber são diferentes dos praticados na conta Caixa e bancos, por representarem compromissos assumidos pelos clientes. De acordo com Crepaldi (2011) são um conjunto de técnicas que permitem ao auditor obter evidências e provas suficientes e adequadas para fundamentar sua opinião a respeito do trabalho que está sendo realizado. Os procedimentos de auditoria relacionados ao Contas a receber dependem dos controles internos adotados pela empresa e da confiabilidade que estes transmitem. Podemos citar alguns procedimentos que podem ser utilizados: • Obter junto à empresa listagem do Contas a receber por data de vencimento e analisar clientes em atraso. • Efetuar testes de contagem física das duplicatas a receber e confrontá-la com o livro-razão. • Confirmar os valores a receber junto a clientes, emitindo carta de circularização. • Examinar a conta razão das contas a receber. • Fazer o relacionamento entre duplicatas a receber com vendas, disponível e provisões constituídas. • Examinar a correta classificação das contas, bem como a observância aos princípios de contabilidade. 43 Auditoria das Contas a Receber Capítulo 3 5 Procedimento de Confirmação Um dos principais procedimentos da auditoria no que se refere a contas a receber é a confirmação direta ou circularização do débito junto ao devedor. De acordo com Crepaldi e Crepaldi. (2016), o auditor pode usar um pedido de confirmação positivo ou negativo. Pedido de Confirmação Positivo pede ao devedor que responda se a informação constante do pedido é correta ou incorreta. Se for incorreta, ele, o devedor, deverá apontar o erro. Pedido de Confirmação Negativo é para solicitar ao devedor que responda apenas se a informação está errada. Cabe ao auditor definir qual pedido de confirmação solicitar. Normalmente os pedidos de confirmação positivos são utilizados para clientes com valores mais expressivos; para os demais são utilizados os pedidos negativos. Em relação aos pedidos de confirmação positivos, se já houver decorrido um prazo razoável e o auditor não obtiver uma resposta, ele pode enviar um segundo pedido, e até um terceiro pedido. De acordo com Attie (2010), só após esgotados todos os recursos e dependendo das respostas recebidas, o auditor pode proceder um exame alternativo, que engloba diferentes tipos de exames documentais. O exame documental que comprova a existência da conta a receber, por exemplo, nota fiscal de venda; o exame documental que comprova por parte do devedor sua dívida junto à companhia, por exemplo, canhoto de entrega; e, por fim, o exame documental de realização da conta a receber, por exemplo, o aviso bancário de recebimento. Em relação às respostas recebidas quanto à confirmação pelos devedores, o auditor deve realizar uma análise minuciosa, pois podem revelar desvios, apropriações indébitas, contas a receber irreais ou incorreções. 44 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS FIGURA 1 – MODELO DE PEDIDO DE CONFIRMAÇÃO POSITIVA _____________ de _____________ de _____________. Prezados senhores: Para fins de simples conferência, favor confirmar diretamente com os nossos auditores (colocar nome e endereço dos auditores externos ou independentes) o saldo que mantemos com V.Sas., conforme abaixo discriminado, em _____ de __________ de ______. Adicionalmente, caso haja alguma divergência com os registros de V.Sas., solicitamos indicar na coluna de “OBSERVAÇÕES” a natureza dessa divergência. Antecipadamente gratos, subscrevemo-nos, Atenciosamente, ______________________________ Assinatura, e carimbo Confirmamos o saldo a pagar a (nome da empresa auditada), abaixo discriminado, em _____ de __________ de ______. N° DA DUPLICATA VALOR OBSERVAÇÕES _____________ de _____________ de _____________ ______________________________ Assinatura, e carimbo FONTE: Almeida (2016, p. 191) 45 Auditoria das Contas a Receber Capítulo 3 FIGURA 2 – MODELO DE PEDIDO DE CONFIRMAÇÃO NEGATIVA _____________ de _____________ de _____________. Prezados senhores: Para fins de simples conferência, favor examinar a demonstração abaixo relatada do saldo que mantemos com V.Sas., em _____ de __________ de ______. Adicionalmente, caso haja alguma divergência com os registros de V.Sas., solicitamos confirmar diretamente com os nossos auditores (colocar nome e endereço dos auditores externos ou independentes) e indicar na coluna de “OBSERVAÇÕES” a natureza da divergência. Antecipadamente gratos, subscrevemo-nos, Atenciosamente, ______________________________ Assinatura, e carimbo Confirmamos o saldo a pagar a (nome da empresa auditada), abaixo discriminado, em _____ de __________ de ______. N° DA DUPLICATA VALOR OBSERVAÇÕES _____________ de _____________ de _____________ ______________________________ Assinatura e carimbo FONTE: Almeida (2016, p. 192) 46 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS 6 Realização De acordo com os princípios contábeis, as contas a receber devem ser demonstradas pelo seu valor líquido realizável, ou seja, pelo valor que se esperareceber. Diante disso, além de avaliar se os valores que constam no Contas a receber são reais, o auditor precisa avaliar se serão realmente recebidos, a fim de determinar a constituição da provisão para devedores duvidosos. A provisão para devedores duvidosos é formada com base em estimativa de valores que deixarão de ser recebidos e deve conter um montante suficiente para cobrir as possíveis perdas que venham a ocorrer. Para Franco e Marra (2001), um dos principais elementos para auxiliar na determinação dessa provisão é a listagem de contas a receber por idade (aging list), pois lista os valores a receber por data de vencimento, apresentando os clientes em atraso e de difícil realização dos recebimentos. É claro que outras fontes de informação são utilizadas, como posição dos advogados quanto a processos de cobrança, histórico de perdas, comparação com outras empresas do mesmo ramo e discussão com a gerência encarregada, mas o objetivo final é determinar a razoabilidade da provisão a ser constituída. FIGURA 3 – MODELO DE AGING LIST FONTE: Attie (2010, p. 340) Aging da Duplicatas a Receber 31-12-X2_____________________________________________________________________________________________ Vencidas A Vencer ___________________________________________ __________________________________________________________________ _________________________ Cálculo dos juros devidos José da Silva Ltda. Zebedeu e Cia. Ltda. Fulano e Sicrano S.A. Campos Metalurgia S.A. Máquinas Pesadas S.A. Pedro e Fonseca e Cia. Antônio Marechal Ltda. Suprema S.A Até 30 dias Até 60 dias Até 90 dias Vide ajuste n°4 no wp 1-B _______ Até 30 dias _______ _______ 61 a 90 dias + 91 dias _______ Até 30 dias _______ Total _______ _______ _______ ______________________________________________________ 360 2.280 2.000 4.6400 18.000 x 2% 38.000 x 6% 20.000 x 10% 10.000 3 12.400 3 18.000 40.400 31 a 60 dias 20.000 18.000 38.000 20.000 20.000 35.000 35.000 200.000 3 240.000 3 107.600 3 85.000 3 81.300 3 713.900 200.000 3 250.000 3 120.000 3 85.000 3 81.300 3 40.000 3 36.000 3 35.000 3 847.300 3 47 Auditoria das Contas a Receber Capítulo 3 Atividades de Estudos: 1) Cite os principais procedimentos de auditoria do Contas a receber. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 2) Qual atitude o auditor deve tomar quando não recebe resposta à carta de circularização enviada aos clientes? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 3) O Contas a receber de valores vencíveis no exercício seguinte deve ser classificado em qual grupo de contas no balanço patrimonial: ( ) Ativo Circulante. ( ) Ativo Realizável a Longo Prazo. ( ) Investimentos. ( ) Imobilizado. 4) Quais transações são classificadas no grupo de Contas a receber? ( ) Adiantamentos recebidos. ( ) Adiantamentos a empregados. ( ) Adiantamentos Concedidos. ( ) Impostos a recolher. 48 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS 7 Algumas Considerações As contas a receber normalmente representam um dos ativos mais importantes para as empresas, pois são valores decorrentes de vendas a prazo, inerentes às atividades da empresa ou outras transações e guardam grande expectativa de recebimento. Este capítulo demonstrou os procedimentos mais usuais para validação do Contas a receber, porém os procedimentos podem variar de acordo com volume de transações e das pessoas envolvidas. Referências ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: um curso moderno e completo. São Paulo: Atlas, 2016. ARAÚJO, Inaldo da Paixão Santos; ARRUDA, Daniel Gomes. Fundamentos da auditoria: a auditoria das demonstrações financeiras em um contexto global. São Paulo: Saraiva, 2012. ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. São Paulo: Atlas, 2010. BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 17 de dezembro de 1976. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Normas e procedimentos de auditoria. Rio de Janeiro: CFC, 1991. CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria Contábil: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2011. CREPALDI, Silvio Aparecido; CREPALDI, Guilherme Simões. Auditoria Contábil: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2016. FRANCO, Hilário; MARRA, Ernesto. Auditoria Contábil. São Paulo: Atlas, 2001. IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações: aplicável às demais sociedades. São Paulo: Atlas, 2008. 49 Auditoria das Contas a Receber Capítulo 3 JUND, Sergio. Auditoria: conceitos, normas, técnicas e procedimentos – Teoria e 950 questões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. PEREZ JÚNIOR, José Hernandez. Auditoria de demonstrações contábeis: normas e procedimentos. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2012. RIBEIRO, Osni Moura; RIBEIRO, Juliana Moura. Auditoria fácil. São Paulo: Saraiva, 2011. SOUZA, Benedito Felipe de; PEREIRA, Anísio Candido. Auditoria contábil. São Paulo: Atlas, 2004. 50 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS CAPÍTULO 4 Auditoria dos Estoques A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: 3 Conhecer as normas e processos da auditoria dos estoques. 3 Seguir as normas e procedimentos da auditoria dos estoques. 52 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS 53 Auditoria dos Estoques Capítulo 4 1 Contextualização Os estoques são bens destinados à venda ou fabricação de produtos ligados ao objeto social da empresa. São classificados no ativo circulante, porém, se existirem bens com prazo de realização superior a um ano, eles deverão ser registrados no ativo não circulante. A Lei das Sociedades Anônimas (Lei n°6.404/76) determina que os ativos sejam classificados pelo seu grau de liquidez, por este motivo, os estoques devem ser classificados na seguinte ordem: produtos acabados, produtos em processo e matérias-primas. As principais classes de estoques, segundo Almeida (2016), são: matérias- primas, produtos em processo, produtos acabados e mercadorias. As matérias-primas são insumos comprados para produção de bens. Os produtos em processo são insumos que estão em processo de fabricação de bens. Os produtos acabados são os bens produzidos e destinados a venda. Por fim, as mercadorias são bens comprados prontos e destinados a venda. Para Crepaldi e Crepaldi (2016, p. 704), pode-se definir estoque como sendo ativos: • Mantidos para venda no curso normal dos negócios. • Em processo de produção para venda. • Na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos ou transformados no processo de produção ou na prestação de serviços. A área de estoques representa um grande desafio para o auditor, pois normalmente envolve o ativo de maior importância e qualquer erro influencia diretamente no resultado da empresa. Os estoques são bens destinados à venda ou fabricação de produtos ligados ao objeto social da empresa. A área de estoques representa um grande desafio para o auditor, pois normalmente envolve o ativo de maior importância e qualquer erro influencia diretamente no resultado da empresa. 54 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS 2 Objetivo de Auditoria O objetivo principal dos trabalhos de auditoria é certificar-se da veracidade das informaçõescontidas nas demonstrações contábeis. Porém, devido à complexidade de cada grupo de contas, o auditor precisa especificar seus objetivos com o intuito de aprofundar suas análises para assim formar sua opinião de forma mais adequada. Assim, os objetivos da auditoria de estoques são: • Determinar sua existência e localização, pois este poderá estar na empresa, com terceiros ou em trânsito. • Determinar se os estoques são de propriedade da empresa. • Determinar se foram aplicados os princípios fundamentais de contabilidade. • Verificar a existência de estoques penhorados ou dados em garantia. • Verificar se estão corretamente classificados no balanço patrimonial e se as divulgações cabíveis foram indicadas em notas explicativas. 3 Revisão do Controle Interno Cada empresa realiza seu controle interno do estoque de acordo com as suas necessidades, conforme quantidade de itens em estoque, pessoal envolvido e giro. Para Crepaldi e Crepaldi (2015) o controle interno dos estoques envolve controles contábeis e físicos. E estes controles precisam atuar num sistema em que haja segregação de funções das tarefas dos empregados, para não permitir que o encarregado em controlar o estoque seja o mesmo responsável pelo faturamento de vendas ou lançamento das compras. O fluxo de informações do sistema contábil deve ser feito paralelamente ao fluxo físico do estoque e não devem ocorrer vendas sem serem aprovadas, assim como seu embarque. Deve haver contagens frequentes do estoque e conferência das compras por ocasião de seus recebimentos em confrontação com as notas fiscais. 4 Procedimentos de Auditoria Os procedimentos de auditoria, de acordo com Crepaldi (2011), são um conjunto de técnicas que permitem ao auditor obter evidências e provas suficientes e adequadas para fundamentar sua opinião a respeito do trabalho que está sendo realizado. 55 Auditoria dos Estoques Capítulo 4 Seguem alguns procedimentos de auditoria que podem ser utilizados durante os trabalhos de auditoria de estoques: • Revisão dos controles internos. • Acompanhamento da contagem dos estoques. • Confirmar estoques da empresa em poder de terceiros e estoques de terceiros em poder da empresa. • Examinar o livro-razão das contas de estoques. • Verificar a existência de estoques obsoletos. • Verificar os critérios de avaliação dos estoques. • Efetuar o Cut-off das operações. • Solicitar confirmação de estoques em poder de terceiros. 5 Contagem Física dos Estoques A contagem física dos estoques é o meio pelo qual o auditor obtém a confirmação do real saldo dos estoques existentes na empresa, pois independentemente da eficiência do controle interno de que a companhia dispõe, cabe ao auditor acompanhar a contagem física dos estoques realizada pelos funcionários da empresa, a fim de comprovar que os registros físicos refletem suas demonstrações contábeis. Para Attie (2010), o auditor deve acompanhar a contagem dos estoques pelas seguintes razões: determinar a efetiva existência física destes, observar os métodos seguidos na contagem do inventário e realizar testes de contagens paralelos aos da empresa, para verificação de que os estoques estejam sendo corretamente levantados. O auditor deve ficar atento a diferenças anormais no inventário físico de produtos acabados, pois podem identificar vendas não contabilizadas. 6 Sistemas de Custeio As indústrias precisam valorizar os seus estoques de produtos acabados e em processo de fabricação, e para isso é necessária a definição de um sistema de custeio. Entre os mais usuais temos: custeio por absorção e custo padrão. Pelo custeio por absorção, conforme Almeida (2016), todos os gastos inerentes ao processo de fabricação são alocados aos produtos fabricados. 56 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS Esses custos abrangem matéria-prima, mão de obra direta e despesas gerais de fabricação (mão de obra indireta, energia elétrica, depreciação das máquinas etc.). O exame do auditor para esse método será por meio de testes na apropriação dos custos inerentes, de acordo com os apontamentos de mão de obra direta e critérios de alocação dos gastos gerais de fabricação definidos pela empresa. Pelo método de custo padrão, valores dos custos são estimados e sua alocação aos produtos fabricados. E conforme Almeida (2016, p. 211), “são utilizadas contas de variação para os principais elementos de custos [...], as quais são debitadas pelos valores efetivamente incorridos e creditadas pelos custos predeterminados [...]”. O exame do auditor para esse método será analisar as contas de variação, pois, caso as variações sejam expressivas, pode significar erros na utilização dos padrões ou falta de alocação correta dos custos. 7 Avaliação dos Estoques Segundo os princípios contábeis, os estoques devem ser avaliados pelo seu valor de custo ou mercado, dos dois, o menor. Com isso, o auditor precisa apurar se o modo que a empresa definiu para avaliar seus estoques está sendo aplicado. Existem vários critérios de avaliação do estoque, os métodos mais conhecidos são: • UEPS (último que entra, primeiro que sai) – em que os estoques são avaliados pelo valor do último item a compor o estoque, este método não é aceito para fins fiscais. • PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai) – em que os estoques são avaliados pelo valor do primeiro produto a entrar no estoque. • Custo Médio – em que é aplicada uma média dos produtos que se encontram em estoque, este método normalmente é o mais utilizado. A figura a seguir mostra exemplo dos critérios de avaliação dos estoques mais utilizados: 57 Auditoria dos Estoques Capítulo 4 FIGURA 1 – CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DOS ESTOQUES A empresa Alfa S.A vendeu trinta mercadorias em 20 de fevereiro de 20X0. As compras foram realizadas da seguinte forma: Pelo método PEPS Estoques = 10 unidades x R$ 400 Custo de Vendas= Pelo custo médio R$ 14.000 ÷ 40 unidades Estoques = 10 unidades x R$ 350 Custo de vendas = 30 unidades x R$ 350 = R$ 4.000 = R$ 6.000 = R$ 4.000 = R$ 10.000 = R$ 350 = R$ 3.500 = R$ 10.500 20 unidades x R$ 300 10 unidades x R$ 400 Data 20-1-20X0 18-2-20X0 Unidade 20 20 40 Preço Unitário R$ 300 R$ 400 Preço Total 6.000 8.000 14.000 FONTE: Almeida (2016, p. 212) Atualmente, no Brasil, a maioria das empresas utiliza o custo médio na valorização dos seus estoques. Cabe lembrar que o custo médio pode ser calculado em base diária ou base mensal. 8 Realização dos Estoques Durante a contagem física, o auditor deve observar aspectos ligados à quantidade e qualidade dos estoques existentes, pois segundo Attie (2010), a observação é um dos procedimentos utilizados para identificação de materiais em condições invendáveis, em quantidades excessivas, obsoletos, morosos ou deteriorados, e diante de tais situações, o auditor deve questionar o pessoal responsável sobre as condições dos materiais que lhe parecerem anormais. Outra forma de verificar problemas nos estoques é através de exame nos registros perpétuos analíticos, onde são encontradas as datas de movimentação dos estoques. 58 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS 9 Cut-off Contabilização Segundo Franco e Marra (2001, p. 403), Cut-off, ou corte das operações, “consiste em determinar o momento em que os registros contábeis auxiliares, bem como os documentos com eles relacionados, refletem o levantamento do inventário”. O Cut-off tem por objetivo contabilizar em períodos corretos as transações relacionadas aos estoques, pois podem ocorrer casos em que materiais foram incluídos no inventário físico, mas não foram devidamente contabilizados no mesmo período, ou vendas realizadas, cujos produtos ainda não foram entregues. Ao longo do período, os efeitos se compensam, mas o exercício social fica incorreto, influenciando no resultado do exercício encerrado. Por isso, o auditor deve estar atento às últimas entradas e saídas, para certificar-se de que serão registradas em seus períodoscorretos de competência. A figura a seguir mostra exemplo de contabilização de Cut-off. FIGURA 2 – EXEMPLO DE CONTABILIZAÇÃO DE CUT OFF a) Compras recebidas em um exercício e contabilizadas em outro $ Estoque físico (inclui as compras recebidas e não contabilizadas Estoque contábil (não inclui as compras recebidas) Diferença Como o estoque contábil deve ser ajustado ao estoque físico, a companhia efetua o lançamento contábil: D. Estoques C. Custos de vendas 100 No exercício subsequente, ocorrerá o inverso da situação ora demonstrada. b) Vendas realizadas em um exercício e contabilizadas em outro $ Vendas Custo de vendas Efeito no lucro bruto c) Vendas e custos das vendas realizadas em um exercício e contabilizadas em exercícios diferentes Vendas Custo de vendas Efeito no lucro bruto 3.000 2.900 100 Exercício 1 200 - 200 Exercício 2 - (180) (180) 200 (180) 20 FONTE: Attie (2010, p. 354) 59 Auditoria dos Estoques Capítulo 4 Atividades de Estudos: 1) A Lei das Sociedades Anônimas determina que os ativos sejam classificados pelo seu grau de liquidez. Diante dessa afirmação, qual é a ordem de classificação dos estoques? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 2) Cite as razões pelas quais o auditor deve acompanhar a contagem de estoques realizada pela empresa em auditoria. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 3) Explique como funcionam os métodos de Custeio dos produtos acabados e em fabricação? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 4) Quais são os critérios de avaliação dos estoques mais utilizados no Brasil? _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ 60 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS 10 Algumas Considerações Os trabalhos de auditoria que envolvem a área de estoques proporcionam ao auditor a oportunidade de fazer sugestões quanto ao aprimoramento dos controles internos, redução de custos ou procedimentos para tratamento das transações que não fazem parte do objeto social da empresa auditada, como venda de sucata. Outras questões relevantes que precisam ser observadas quanto à auditoria do estoque são as inerentes à armazenagem dos estoques, que precisa ser de acordo com o produto vendido, por exemplo, em uma empresa de gêneros alimentícios, o auditor precisa avaliar se o local é adequado, se estão no prazo de validade, entre outros aspectos. Referências ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: um curso moderno e completo. São Paulo: Atlas, 2016. ARAÚJO, Inaldo da Paixão Santos; ARRUDA, Daniel Gomes. Fundamentos da auditoria: a auditoria das demonstrações financeiras em um contexto global. São Paulo: Saraiva, 2012. ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. São Paulo: Atlas, 2010. BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 17 de dezembro de 1976. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Normas e procedimentos de auditoria. Rio de Janeiro: CFC, 1991. CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria contábil: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2011. CREPALDI, Silvio Aparecido; CREPALDI, Guilherme Simões. Auditoria fiscal e tributária. São Paulo: Saraiva, 2015. ______. Auditoria Contábil: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2016. FRANCO, Hilário; MARRA, Ernesto. Auditoria contábil. São Paulo, Atlas, 2001. 61 Auditoria dos Estoques Capítulo 4 IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual de contabilidade das sociedades por ações: aplicável às demais sociedades. São Paulo: Atlas, 2008. JUND, Sergio. Auditoria: conceitos, normas, técnicas e procedimentos – Teoria e 950 questões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. PEREZ JÚNIOR, José Hernandez. Auditoria de demonstrações contábeis: normas e procedimentos. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2012. RIBEIRO, Osni Moura; RIBEIRO, Juliana Moura. Auditoria fácil. São Paulo: Saraiva, 2011. SOUZA, Benedito Felipe de; PEREIRA, Anísio Candido. Auditoria contábil. São Paulo: Atlas, 2004. 62 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS CAPÍTULO 5 Auditoria das Despesas Antecipadas A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: 3 Usar as normas e processos da auditoria das despesas antecipadas. 3 Executar as normas e procedimentos da auditoria das despesas antecipadas. 64 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS 65 Auditoria das Despesas Antecipadas Capítulo 5 1 Contextualização Despesas antecipadas são valores pagos com antecedência, cujas despesas ainda não foram incorridas, a apropriação delas deve ocorrer ao longo dos períodos subsequentes. São classificadas no ativo circulante, caso sejam realizadas no exercício social seguinte, por exemplo: prêmios de seguro, agenciamento de propaganda e publicidade, juros sobre empréstimos pagos antecipadamente, aluguéis, entre outros. Um exemplo dessa situação é o valor de seguros, em que, por ocasião da aquisição, é lançado o pagamento contra despesas antecipadas; e por ocasião da apropriação mensal será lançado na conta de despesa contra despesas antecipadas. A figura a seguir mostra um exemplo de contabilização das despesas antecipadas. FIGURA 1 – CONTABILIZAÇÃO DAS DESPESAS ANTECIPADAS BANCO 50.000 1 ATIVO CIRCULANTE DESPESAS ANTECIPADAS 12.500 250.0001 DESPESAS DO ANO 12.5002 Pelo Pagamento Pela Amortização da parcela de competência do exercício social findo em 20X0 (R$ 50.000 ÷ 12 meses ÷ 3 meses de 20X0. 1 2 A forma de apropriação de algumas dessas despesas aos resultados deve ser em quotas iguais, durante o prazo do evento, normalmente com a utilização de controles auxiliares que contêm informações quanto ao valor do pagamento antecipado e às parcelas mensais a apropriar. 2 Objetivo de Auditoria O objetivo principal dos trabalhos de auditoria é certificar-se da veracidade das informações contidas nas demonstrações contábeis, porém, devido à complexidade de cada grupo de contas, o auditor precisa especificar seus objetivos com o intuito de aprofundar suas análises para assim formar sua opinião de forma mais adequada. Assim, os objetivos da auditoria das despesas antecipadas são: Despesas antecipadas são valores pagos com antecedência, cujas despesas ainda não foram incorridas, a apropriação delas deve ocorrer ao longo dos períodos subsequentes. Saldo = 37.5000 FONTE: Almeida (2016, p. 238) 66 EXECUÇÃO DAS AUDITORIAS • Determinar se os gastos lançados nesta conta realmente irão beneficiar um ou mais exercícios. • Verificar se foram classificadas dentro dos princípios contábeis. • Verificar se estão devidamente classificadas no balanço patrimonial e se foram incluídas as informações necessárias nas notas explicativas. 3 Revisão do Controle Interno Com a revisão do controle interno, o auditor busca averiguar se os controles utilizados pela empresa são confiáveis e atendem as
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