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NORMAS E TECNICAS DE AUDITORIA CAP 3

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CAPÍTULO 2
Procedimentos de Auditoria
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
� Compreender o que são os procedimentos de auditoria e como são 
fundamentados.
� Conhecer os tipos de procedimentos de auditoria que existem.
� Aprender a aplicar os procedimentos de auditoria.
� Selecionar informações para os procedimentos de auditoria.
� Recolher evidências para procedimentos de auditoria.
�	Realizar a aplicação de procedimentos de auditoria.
36
 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA
37
Procedimentos de Auditoria Capítulo 2 
Contextualização
A auditoria independente analisa as demonstrações contábeis e outros 
registros com a finalidade de emitir uma opinião sobre eles. Para atingir seu 
objetivo é preciso planejar seu trabalho, avaliar o sistema de controles internos, 
realizar revisões, colher e avaliar evidências. A forma pela qual a auditoria 
perpassa todos esses caminhos é através dos procedimentos de auditoria. 
Neste capítulo, portanto, trabalharemos os conceitos, características, 
finalidades e tipos de procedimentos de auditoria, com vistas a entender como 
realizá-los e utilizá-los, conseguindo ter um panorama sobre o que avaliar no 
momento de definir extensão e profundidade dos métodos de auditoria em cada 
caso específico.
Procedimentos de Auditoria: 
Definições, Características e 
Finalidade 
Os procedimentos de auditoria são o conjunto de técnicas 
que permitem ao auditor obter evidências ou provas suficientes ou 
adequadas para fundamentar sua opinião sobre as demonstrações 
contábeis. Eles abrangem procedimentos de observância e 
procedimentos substantivos.
Os procedimentos de observância, também chamados de testes 
de controle, visam obter uma razoável segurança de que os métodos 
de controles internos, estabelecidos pela administração de uma 
entidade, estão em funcionamento e cumprimento efetivo. Attie (2010) 
determina que esses processos se destinam a provar a credibilidade 
dos procedimentos e controles internos adotados pela empresa.
Os procedimentos substantivos, por sua vez, buscam obter evidências quanto à 
suficiência, exatidão e validade dos dados produzidos pelo sistema contábil da entidade.
Conforme a Norma Brasileira de Contabilidade Técnica de Auditoria n. 500 – 
NBC TA 500 (R1) (CFC, 2016), o auditor deve definir e executar procedimentos de 
auditoria que permitam a ele a obtenção de evidências apropriadas e suficientes, 
possibilitando obter conclusões razoáveis para fundamentar sua opinião. 
Portanto, antes de analisarmos os tipos de procedimentos existentes é preciso 
que saibamos o que são evidências.
Os procedimentos 
de auditoria são o 
conjunto de técnicas 
que permitem 
ao auditor obter 
evidências ou 
provas suficientes 
ou adequadas para 
fundamentar sua 
opinião sobre as 
demonstrações 
contábeis.
38
 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA
Evidência de auditoria é toda informação utilizada pelo auditor para chegar 
às conclusões em que se fundamentam a sua opinião, incluindo as informações 
contidas nos registros contábeis e em outras fontes. Para uma evidência ser 
apropriada, ela precisa ter relevância e confiabilidade para o auditor, enquanto 
que, para ser suficiente, ela precisa ter tamanho satisfatório para auxiliá-lo a 
atingir o objetivo da auditoria.
Evidência que possui relevância é aquela que apresenta ligação 
lógica ou de influência para a finalidade do processo. Para ter 
confiabilidade, precisa-se analisar a fonte, natureza e circunstâncias 
sob as quais as evidências foram obtidas.
Tipos de Procedimentos de Auditoria
 Consoante a NBC TA 500 (CFC, 2016), são tipos de procedimentos de 
auditoria:
• inspeção;
• observação;
• confirmação externa;
• recálculo;
• reexecução;
• procedimentos analíticos;
• indagação. 
A seguir, estudaremos cada um desses procedimentos, sendo importante 
destacar que, ainda que por si só sejam relevantes, eles devem ser utilizados em 
combinação, a fim de produzir evidência de auditoria suficiente.
a) Inspeção
 
A inspeção consiste no exame de registros, documentos e ativos 
tangíveis, fornecendo evidência de auditoria confiável no que diz 
respeito à existência desses itens. Segundo a NBC TA 500 (CFC, 
2016), a inspeção envolve o exame físico de um ativo e o exame de 
registros ou documentos, sejam eles internos ou externos, que podem 
se encontrar em meio físico, eletrônico ou em outras mídias.
A inspeção 
consiste no exame 
de registros, 
documentos e ativos 
tangíveis, fornecendo 
evidência de auditoria 
confiável no que diz 
respeito à existência 
desses itens.
39
Procedimentos de Auditoria Capítulo 2 
• Exame físico
 
O exame físico é utilizado para a análise de contas do ativo e 
versa sobre a identificação física do item informado nas demonstrações 
contábeis. Portanto, compreende-se que a limitação desse tipo de 
procedimento está na tangibilidade do item observado. Pode-se citar 
como exemplo a análise do estoque.
Consoante Crepaldi (2009), um exame físico adequado deve conter 
cinco características principais: identificação, existência física, quantidade, 
qualidade e autenticidade. A identificação e a existência física consistem na 
comprovação visual do ativo examinado. Posteriormente são analisadas 
a quantidade existente e a qualidade na qual se mantém o item, para 
validar seu uso e benefício trazido/esperado. Por fim, cabe o julgamento 
do auditor ao verificar se o item é ou não fidedigno.
• Exame de escrituração, de documentos originais e exame dos 
registros auxiliares
 O exame de escrituração baseia-se na constatação da 
veracidade das informações contábeis. Com base nisso, o auditor deve 
analisar registros contábeis realizados, como por exemplo, registros 
bancários para realizar a conciliação bancária.
Os documentos originais consistem em itens que corroboram registros 
realizados pela empresa, sendo utilizados para confirmar e/ou comprovar transações. 
Cita-se, por exemplo, a utilização de apólices de seguros para corroborar os registros 
referentes ao seguro de determinado item realizado pela empresa.
Ao realizar o exame de documentos originais, o auditor deve atentar-se a 
quatro características importantes, conforme destaca Crepaldi (2009): I- verificar 
a autenticidade do documento; II- verificar se a transação sobre a qual analisa-
se o documento ocorre sob circunstâncias habituais da entidade; III- verificar 
se a transação, bem como seu respectivo comprovante, foram aprovadas e/ou 
realizadas por pessoal com competência; IV- verificar se o registro realizado é 
condizente com a documentação apresentada.
Os registros auxiliares, por sua vez, são o suporte dos registros principais 
analisados. São técnicas utilizadas em conjunto para dar autenticidade às 
informações coletadas pelo auditor.
O exame físico é 
utilizado para a 
análise de contas do 
ativo e versa sobre 
a identificação física 
do item informado 
nas demonstrações 
contábeis.
Um exame físico 
adequado deve conter 
cinco características 
principais: 
identificação, 
existência física, 
quantidade, qualidade 
e autenticidade.
O exame de 
escrituração baseia-
se na constatação 
da veracidade das 
informações contábeis.
40
 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA
b) Observação
A observação é um procedimento que analisa processos ou 
procedimentos executados por terceiros. Assim, fornece evidência 
de auditoria a respeito da execução de processos ou procedimentos. 
Contudo, limita-se à questão temporal do evento e ao questionamento 
subjetivo de que os terceiros, por saberem que estão sendo observados, 
podem executar os processos diferentemente da forma habitual. Um 
exemplo desse procedimento pode ser um auditor ao fazer o controle 
de estoque de uma empresa.
A observação é um 
procedimento que 
analisa processos 
ou procedimentos 
executados por 
terceiros. Assim, 
fornece evidência de 
auditoria a respeito 
da execução de 
processosou 
procedimentos.
Esse é um procedimento que demanda julgamento por 
parte do auditor e, portanto, uma maior habilidade em visualizar e 
compreender as rotinas habituais de diferentes empresas. Nesse 
sentido, auditores independentes em início de carreira podem ter 
um pouco mais de dificuldade na aplicação dos procedimentos de 
observação, tendo em vista que a experiência é importante para 
saber quais itens e o que deve ser observado.
c) Confirmação externa
O procedimento de confirmação externa consiste, segundo a 
NBC TA 500 (CFC, 2016, p. 6), em uma “resposta escrita de terceiro 
(a parte que confirma) ao auditor, em forma escrita, eletrônica ou 
em outra mídia”. Com base nisso, o auditor pode verificar relações e 
registros e validá-los mediante essa confirmação, como por exemplo, 
na verificação de saldos bancários.
d) Recálculo (ou conferência dos cálculos)
 
O recálculo é a conferência dos cálculos outrora realizados pela 
entidade. Desse modo, há a verificação da exatidão matemática de 
documentos ou registros. O recálculo pode ser realizado de forma 
manual ou eletronicamente.
“resposta escrita de 
terceiro (a parte que 
confirma) ao auditor, 
em forma escrita, 
eletrônica ou em 
outra mídia”.
O recálculo é a 
conferência dos 
cálculos outrora 
realizados pela 
entidade.
41
Procedimentos de Auditoria Capítulo 2 
e) Reexecução
Segundo a NBC TA 500 (CFC, 2016), a reexecução diz respeito 
à nova execução, concluída pelo auditor de forma independente, de 
procedimentos ou controles que foram originalmente realizados como 
parte do controle interno da entidade. Esse procedimento ocorre para 
que o auditor tenha evidências suficientes da adequação dos registros 
e/ou procedimentos da entidade.
f) Procedimentos analíticos
De acordo com a NBC TA 520 (CFC, 2009a, p. 4), os procedimentos 
analíticos são “avaliações de informações contábeis por meio de análise 
das relações plausíveis entre dados financeiros e não financeiros”. Ainda, 
conforme a norma supracitada, os procedimentos analíticos compreendem 
também “o exame necessário de flutuações ou relações identificadas que 
são inconsistentes com outras informações relevantes ou que diferem 
significativamente dos valores esperados” (CFC, 2009a, p. 4). 
Os métodos utilizados para a execução desses procedimentos são diversos, 
podendo ser utilizadas simples comparações e até análises estatísticas mais 
rebuscadas, sendo que tudo vai depender do tipo de informação analisada e 
qual relação deseja se estabelecer. Portanto, ao planejar o uso de procedimentos 
analíticos, o auditor deve determinar a adequação destes, levando em consideração 
detalhes importantes, como por exemplo, os riscos avaliados de distorção relevante, 
a confiabilidade dos dados e a natureza e relevância das informações disponíveis.
Assim, faz-se a correlação das informações obtidas, observando as 
informações de períodos anteriores para compará-las com as atuais, verifica-se 
os resultados previstos pela entidade para averiguar se estão de acordo e/ou 
informações de entidades do mesmo segmento para comparar índices e valores.
Além disso, por meio desses procedimentos são estabelecidas relações entre 
elementos das informações contábeis, dos quais espera-se que correspondam às 
previsões da entidade, e também entre informações contábeis relevantes e informações 
não contábeis relevantes, como por exemplo, estabelecer uma relação entre o custo da 
folha de pagamento e o número de empregados dessa mesma entidade.
Caso o auditor identifique, por meio dos procedimentos analíticos, que há 
flutuações ou relações inconsistentes com outras informações relevantes, ou que 
diferem significativamente dos valores previstos, deve analisar essas diferenças 
por meio de indagação à administração e obtenção de evidência de auditoria 
apropriada e relevante para as respostas da administração, e/ou aplicar outros 
procedimentos de auditoria que as circunstâncias demandem.
A reexecução diz 
respeito à nova 
execução, concluída 
pelo auditor de 
forma independente, 
de procedimentos 
ou controles que 
foram originalmente 
realizados como parte 
do controle interno da 
entidade.
Os procedimentos 
analíticos são 
“avaliações de 
informações 
contábeis por meio de 
análise das relações 
plausíveis entre dados 
financeiros e não 
financeiros”.
42
 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA
g) Indagação
Este é um procedimento extensivamente utilizado em auditorias. 
Trata-se da investigação minuciosa de informações por meio de 
inquérito. Consoante a NBC TA 500 (CFC, 2016, p. 7), “a indagação 
consiste na busca de informações junto a pessoas com conhecimento, 
financeiro e não financeiro, dentro ou fora da entidade”, podendo incluir 
indagações formais escritas e/ou informais orais. 
Para um processo completo de indagação é preciso também 
avaliar as respostas das indagações realizadas, pois estas podem 
fornecer informações até então desconhecidas pelo auditor ou confrontar ou 
corroborar evidências já existentes.
“a indagação 
consiste na busca 
de informações 
junto a pessoas 
com conhecimento, 
financeiro e não 
financeiro, dentro ou 
fora da entidade”, 
podendo incluir 
indagações formais 
escritas e/ou 
informais orais.
Extensão e Profundidade dos 
Procedimentos de Auditoria 
A extensão dos procedimentos de auditoria será determinada em 
razão da forma de auditoria que será aplicada: se auditoria geral, se 
auditoria parcial ou se revisão limitada (FRANCO; MARRA, 2009). 
A auditoria geral é aquela que abrange todos os elementos do 
patrimônio e todas as operações realizadas em um exercício, podendo 
variar em relação a sua:
 
a) profundidade: se integral ou por amostragem, conforme julgamento 
do auditor;
b) natureza: pode ser permanente ou eventual, conforme contratado entre 
entidade e auditoria.
A auditoria geral é, portanto, dentre os tipos de auditoria, a mais extensa 
e completa, destacando sua importância principalmente no que diz respeito 
a acautelar interesses de acionistas e investidores, possibilitar maior controle 
administrativo, respeitando as exigências legais para além de avaliar a 
confiabilidade das demonstrações contábeis (FRANCO; MARRA, 2009).
A partir desse tipo de auditoria, o auditor emite um parecer (relatório) sobre os 
registros efetuados num dado exercício, bem como as demonstrações contábeis 
deles procedentes.
A extensão dos 
procedimentos 
de auditoria será 
determinada em 
razão da forma de 
auditoria que será 
aplicada: se auditoria 
geral, se auditoria 
parcial ou se revisão 
limitada (FRANCO; 
MARRA, 2009).
43
Procedimentos de Auditoria Capítulo 2 
A auditoria parcial, também chamada de específica, é limitada a um objetivo 
específico. Dessa forma, abrange um conjunto menor de demonstrações contábeis 
(ou apenas uma), de atos, fatos e registros contábeis. Na figura a seguir, vemos 
alguns exemplos de auditoria parcial:
Figura 1 – Auditoria parcial
Fonte: A autora.
No primeiro exemplo, o auditor pretende verificar se os impostos foram 
apurados e recolhidos adequadamente. Portanto, limitará sua auditoria à análise 
dos registros de compras e vendas de mercadorias, apurando se os valores 
recolhidos e pagos estão corretos. Ele pode utilizar como procedimentos de 
auditoria, por exemplo, o recálculo para verificação dos valores e a inspeção, 
buscando documentos físicos que comprovem o pagamento dos valores devidos.
 
No segundo exemplo, um auditor independente verifica nas demonstrações 
contábeis registros de operações com vultosos valores, que não se relacionam 
com as atividades comuns da empresa e decide investigá-las. Portanto, define 
como objetivo específico a saída de recursos da empresa com valores superiores 
a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais). Todas as saídas – que envolverem 
montantes como esse – serão analisadas pelo auditor para verificar se os dados 
publicados estão de acordo com a realidade financeira da empresa.
Quais procedimentosde auditoria você utilizaria no caso do 
segundo exemplo?
Existem diferentes respostas para essa pergunta, mas todas devem envolver 
procedimentos de auditoria. Os procedimentos mais indicados em relação à 
situação exposta são: inspeção, recálculo e confirmação externa. A inspeção deve 
ocorrer tanto por meio do exame físico quanto por meio do exame de escrituração, 
nos quais o auditor busca a evidência física que embasa a saída de recursos 
e seu respectivo registro contábil. No recálculo, o auditor refaz os cálculos já 
44
 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA
realizados pela empresa para verificar se os valores apurados estão corretos. Por 
fim, na confirmação externa o auditor terá a indicação, por meio de terceiros, de 
que os desembolsos realmente ocorreram.
Assim, seja qual for o objeto auditado, deverá ser elaborado um parecer 
(relatório) sobre o conteúdo verificado, apresentando qual o parâmetro e 
procedimentos utilizados pelo auditor para a análise, além, é claro, da opinião do 
auditor sobre o item observado.
Uma empresa, ao perceber indicações de que há erros ou 
fraudes em suas rotinas e/ou registros, pode contratar uma auditoria 
para apuração dessas informações. 
O Banco Nacional do Desenvolvimento – BNDES –, o maior 
banco brasileiro de apoio ao crescimento de empresas, teve seu 
nome relacionado às investigações da operação Bullish, realizada pela 
Polícia Federal do Brasil em 2017, que investiga possíveis fraudes e 
irregularidades em aportes (empréstimos) concedidos pelo BNDES.
Para dirimir quaisquer dúvidas acerca das atividades da 
empresa, o BNDES contratou, no primeiro quadrimestre de 2018, 
uma empresa de auditoria para apurar especificamente seus 
processos internos, com o intuito de dar mais transparência às 
atividades realizadas pela entidade. 
Esse é um exemplo atual de auditoria parcial ou específica!
A revisão limitada é o exame do conjunto de demonstrações contábeis de um 
período, sem que sejam aplicados todos os procedimentos de auditoria requeridos 
em uma auditoria geral. Com base nisso, a extensão desse tipo de auditoria 
será determinada pelo conhecimento prévio do auditor acerca da empresa, suas 
atividades e do contexto em análise.
Esse tipo de revisão suscita um parecer (relatório) de auditoria cujo conteúdo 
consiste na apresentação do escopo, dos procedimentos, dos limites e de sua 
declaração acerca da existência ou não de desvios relevantes existentes nas 
análises efetuadas (FRANCO; MARRA, 2009).
45
Procedimentos de Auditoria Capítulo 2 
Dessa forma, vimos todos os tipos de auditoria que podem ser realizados 
no que diz respeito à extensão, ou seja, à quantidade de informações que serão 
analisadas em uma dada auditoria. Podemos perceber, também, que o auditor 
é figura soberana na auditoria e seu conhecimento profissional fará com que ele 
decida qual a forma de auditoria será utilizada, com base no objetivo dos trabalhos.
Quanto ao tipo de auditoria em relação à profundidade, temos dois 
tipos de trabalhos, conforme o escopo analisado: auditoria integral ou 
por amostragem (FRANCO; MARRA, 2009).
A revisão integral, como o próprio nome remete, abrange o exame 
dos registros contábeis e documentos em sua íntegra, com o intuito de 
averiguar indícios de erros e/ou fraudes. Analisam-se, portanto, todos 
os dados publicados pela empresa em suas demonstrações contábeis 
e todos os registros relacionados a essas informações.
Quanto ao tipo de 
auditoria em relação 
à profundidade, 
temos dois tipos de 
trabalhos, conforme 
o escopo analisado: 
auditoria integral 
ou por amostragem 
(FRANCO; MARRA, 
2009).
No Capítulo 1, estudamos os conceitos de erro e fraude. Vamos 
relembrar?
O erro é o ato não intencional de omissão, desatenção, 
desconhecimento ou má interpretação de fatos na elaboração de 
registros, informações e demonstrações contábeis, bem como de 
transações e operações da entidade, tanto em termos físicos quanto 
monetários (CFC, 2009b).
A fraude é, por sua vez, o ato intencional de omissão e/
ou manipulação de transações e operações, adulteração de 
documentos, registros, relatórios, informações e demonstrações 
contábeis, tanto em termos físicos quanto monetários (CFC, 2009b).
A amostragem, no entanto, compreende o exame de uma parte dos registros 
e documentos contábeis. Essa parte é definida pelo auditor com base em seu 
conhecimento sobre a entidade e processos contábeis, e deve ser suficiente para 
que o auditor seja capaz de depreender, com base naquelas informações, as 
informações acerca da auditoria realizada. 
Na amostragem, o auditor deve observar a relevância do ato ou fato 
examinador e o risco que a utilização ou não utilização desse fato, como item de 
auditoria, pode gerar.
46
 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA
Aplicação dos Procedimentos de 
Auditoria
De acordo com Crepaldi (2009), os procedimentos de auditoria devem ser 
aplicados conforme a complexidade e o volume de operações da entidade. Assim, 
o Conselho Federal de Contabilidade, em sua norma NBC TA 200 – R1 (CFC, 
2009b), orienta o auditor a planejar a auditoria para que seja realizada de maneira 
eficaz e que seus esforços devem estar direcionados às áreas que possuem 
maior expectativa de distorções relevantes.
Com base nisso, a aplicação dos procedimentos de auditoria deve verificar 
áreas que revelam maior importância dentro da empresa, analisando se o 
componente patrimonial existe na data especificada nas demonstrações e se os 
direitos e obrigações efetivamente existiam na data especificada pela empresa. 
Deve ser analisado, também, se a transação mencionada pela empresa de 
fato ocorreu e verificar a abrangência das atividades registradas pela empresa, 
apurando se todas as transações foram evidenciadas. A partir disso, aplicará os 
procedimentos para verificar se os itens estão avaliados, mensurados e divulgados 
conforme a legislação vigente aplicável.
Além disso, na aplicação dos procedimentos de auditoria, o auditor deve 
considerar o grau de confiabilidade dos resultados alcançáveis, a natureza 
da entidade, o conhecimento adquirido nas auditorias anteriores, bem como a 
disponibilidade de informações, sua relevância, confiabilidade e comparabilidade.
Por fim, destaca-se que a aplicação dos procedimentos de auditoria é uma 
forma segura e eficiente para munir o auditor com informações suficientes para 
fundamentar sua opinião, sendo essencial para o processo de auditoria. 
Atividades de Estudos:
1) O que são procedimentos de auditoria?
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
47
Procedimentos de Auditoria Capítulo 2 
2) Quais são os tipos de procedimentos de auditoria existentes?
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
3) Se você fosse auditor, o que observaria ao realizar a inspeção, 
através do meio de exame físico, do estoque de mercadorias 
para revenda de uma entidade?
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
4) No que se refere à extensão, quais os tipos de auditoria 
existentes?
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
5) No que se refere à profundidade, quaisos tipos de auditoria 
existentes?
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
Algumas Considerações
Neste capítulo, abordamos os procedimentos de auditoria, os quais consistem 
em um conjunto de técnicas aplicadas pelo auditor para obter evidências ou 
provas para fundamentar a sua opinião. Vimos que os procedimentos podem 
ser: inspeção, observação, confirmação externa, recálculo, reexecução, 
procedimentos analíticos e indagação.
48
 NORMAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA
Além disso, pudemos entender que os procedimentos adotados têm relação 
com a extensão e profundidade da auditoria, as quais estão ligadas ao tipo e 
escopo de verificações realizadas.
A aplicação de procedimentos de auditoria possibilita que o auditor tenha 
informações confiáveis e suficientes para subsidiar sua opinião, que será emitida 
no parecer (relatório) de auditoria.
No próximo capítulo, abordaremos os papéis de trabalho de auditoria.
Referências
ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. 5. ed. São Paulo: Editora 
Atlas, 2010.
CFC – Conselho Federal de Contabilidade. Norma Brasileira de Contabilidade 
Técnica de Auditoria nº 500. Altera a NBC TA 500 que dispõe sobre a 
evidência de auditoria. Brasília, 5 set. 2016. Disponível em: <http://www2.cfc.
org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/NBCTA500(R1)>. Acesso em: 
7 jun. 2018. 
______. Norma Brasileira de Contabilidade Técnica de Auditoria nº 520. 
Aprova a NBC TA 520 – Procedimentos Analíticos. Brasília, 4 dez. 
2009a. Disponível em: <http://www1.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.
aspx?Codigo=2009/001221>. Acesso em: 7 jun. 2018. 
______. Norma Brasileira de Contabilidade Técnica de Auditoria Independente nº 
200 (R1). Normas de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis. 
Brasília, 3 dez. 2009b. Disponível em: <http://www1.cfc.org.br/sisweb/sre/
detalhes_sre.aspx?codigo=2009/001203>. Acesso em: 7 jun. 2018. 
CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria contábil: teoria e prática. 5. ed. São 
Paulo: Atlas, 2009.
FRANCO, Hilário; MARRA, Ernesto. Auditoria contábil. Normas de auditoria, 
procedimentos e papéis de trabalho, programas de auditoria, relatórios de 
auditoria. 4. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2009.

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