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Fisiologia do Sistema Nervoso Autônomo

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Sistema Nervoso Autônomo
PARTE 1 – REVISÃO DE ANATOMIA E NEUROTRANSMISSÃO.
- Além do Simpático e Parassimpático, também temos o Entérico (correlacionado com o Sistema Digestório).
- O Sistema Nervoso Autônomo faz o controle neural das funções viscerais.
· Comparação Somático e Autônomo:
- No somático a conexão entre o SNC e a periferia ocorre através de um único neurônio – a Fibra Motora. 
- Na conexão autonômica existem dois neurônios: o que se origina no SNC, e o neurônio que se origina fora da medula. Ocorre sinapse entre esses dois neurônios para que a informação seja passada. A maioria dos órgãos tem dupla inervação antagônica (não todos, pois em alguns a ação simpática e parassimpática desencadeia a mesma reação).
OBS: O neurônio pré-ganglionar simpático fica mais próximo de sua origem. Já o parassimpático se estende mais até fazer a sinapse.
· Anatomia do Sistema Nervoso Autônomo: 
· Divisão Simpática: toracolombar. A sinapse é feita por gânglios localizados, em sua maioria, numa região chama “Paraefemeral”. 
- Temos também a inervação visceral, onde temos a junção de alguns neurônios para fazer sinapse com o gânglio fora da região vertebral.
- Os gânglios que estão fora da zona paravertebral são divididos em 3 plexos: celíaco, mesentérico superior e mesentérico inferior.
- Temos uma exceção, onde uma fibra pré-ganglionar vai até a medula adrenal (a medula adrenal funciona como gânglio simpático diferenciado).
· Divisão Parassimpática: saem inervações da parte cranial (tronco encefálico, nervos encefálicos), e a outra parte da divisão é sacral (S1, S2, S3 e S4). (Imagens – Guyton e Hall)
 Tabelinha da Saída Parassimpática.
· Neurotransmissores do SNA:
- São Acetilcolina (Ach) e Noradrenalina (NA).
· Simpático: Ach (sinapse ganglionar) e NA (sinapse periférica).
· Parassimpático: Ach (sinapse ganglionar e periférica).
* A medula Adrenal é um gânglio especializado na divisão simpática. Quando estimulada, libera catecolaminas (noradrenalina/norepinefrina e adrenalina/epinefrina).
· Receptores Colinérgicos (Acetilcolina):
· Nicotínicos (sempre excitatórios): placa motora (motor somático – contração muscular), neurônio ganglionar do SNP e neurônio ganglionar do SNS (noradrenérgico).
· Muscarínicos (inibitórios ou excitatórios): células alvo inervadas pelo 2º neurônio do SNP.
Sinapse Colinérgica: a fibra nervosa sintetiza acetilcolina (a partir de Acetil CoA + Colina). Ocorre todo o processo sináptico e a acetilcolina é liberada na fenda sináptica. Na membrana pré-sináptica (nicotínicos ou muscarínicos) acoplam os neurotransmissores, gerando assim (no caso de excitação), abertura dos canais de sódio, despolarização...
- A regulação sináptica ocorre através da degradação de neurotransmissores na fenda sináptica por uma proteína chamada “colinesterase”, que interrompe o fluxo da transmissão. Há também um receptor na membrana pré-sináptica (M2 – muscarínico tipo 2) que capta acetilcolina e faz uma retroalimentação que inibe a exocitose de mais neurotransmissores.
· Receptores Adrenérgicos (Noradrenalina ou Adrenalina):
· Alfa:
· α1: excitatórios, ativam proteína Gq, aumentam via de fosfinositol, aumenta Ca2+. Estimulam vasos, fígado, esfíncter da bexiga, trato gastrointestinal.
· α2: inibitórios, ativam proteína Gi, diminuem AMPcíclico. Estimulam SNC, trato gastrointestinal, vasos (musculatura esquelética). Pré-sinápticos.
· Beta: excitatórios, ativam proteína Gs, aumentam AMPcíclico.
· β1: estimulam coração e rins.
· β3: estimulam pulmões, fígado e musculatura esquelética.
· β3: estimulam tecido adiposo marrom.
* A Noradrenalina pode vir da sinapse periférica ou secretada pela medula adrenal. A adrenalina vem da medula adrenal.
Sinapse Adrenérgica: o neurônio noradrenérgico secreta noradrenalina (deriva do aminoácido tirosina). É liberada na fenda sináptica (após todo o processo da sinapse), através de exocitose. Na membrana pós-sináptica, os neurotransmissores encontrados são α1, β1, β2 ou/e β3. Na célula pré-sináptica temos receptores α2 (autorreceptor – se autorregulam) – esses bloqueiam a exocitose de mais neurotransmissores. A noradrenalina, após liberada é recaptada e degradada dentro da célula.
PARTE II: ASPECTOS FUNCIONAIS
- As divisões do SNA agem de modo coordenado através de ações recíprocas (cooperam entre si) e, algumas vezes, através de ações sinérgicas para regular as funções viscerais no sentido de manter a homeostase no meio interno. Há equilíbrio entre simpático ou parassimpático.
· Interações:
- A maioria dos órgãos recebe dupla inervação, o que possibilita ações coordenadas entre as divisões do SNA.
· Exceções: 
- Medula Adrenal: apenas inervação simpática (recebe sinapse diretamente do neurônio pré-ganglionar.
- Vasos Sanguíneos: a maioria tem inervação simpática. O parassimpático só inerva vasos no TGI e glândulas anexas.
- Pele e Anexos: inervação apenas simpática.
- Rins: inervação simpática (nervo Vago não inerva).
· Ações do SNA nos Órgãos Alvos: 
· Sistema Nervoso Autônomo Simpático: 
- Pele e Anexos: estimula a produção de suor pelas glândulas sudoríparas. Aumenta a contração dos músculos piloeretores/pilomotores. Vasoconstricção. 
- Olhos: contrai o músculo radial da íris (causa midríase – aumento da pupila). Relaxa o músculo ciliar, alongando o cristalino (acomodação visual para longe). Contrai o músculo elevador da pálpebra superior (tipo no olho arregalado).
- Glândulas Salivares: aumento intenso da secreção enzimática. Aumento discreto da secreção hidroeletrolítica (saliva mais espessa).
- Sistema Cardiovascular: aumento da frequência de disparo do Nó SA. Aumento da condução no Nó AV. Aumento da contratilidade atrial e ventricular. Vasodilatação coronariana. Vasoconstricção da maioria do leito vascular. Venoconstricção. Aumento do Débito Cardíaco.
- Sistema Respiratório: relaxa o músculo liso dos brônquios (broncodilatação).
- Trato Gastrointestinal: diminui a motilidade e o tônus e contrai esfíncteres do esôfago, estômago e intestinos. 
- Rins e Vias Urinárias: aumenta a secreção de renina (ativa Sistema Renina Angiotensina-Aldosterona). Aumenta a reabsorção tubular proximal de sódio. Diminui a filtração glomerular. Contrai dos ureteres e promove o enchimento da bexiga.
- Genitálias: ejaculação e orgasmo.
- Efeitos no Metabolismo: 
 Fígado: aumenta a produção de glicose (glicogenólise e gliconeogênese).
 Tecido Adiposo: lipólise (glicerol para a gliconeogênese).
 Pâncreas: células Beta – diminui secreção de insulina.
· Sistema Nervoso Autônomo Parassimpático:
- Olhos: contrai o músculo circular da íris (miose – diminui a pupila). Contrai o músculo ciliar, abaulando o cristalino (acomodação visual para perto).
- Glândulas Lacrimais e Rinofaríngeos: estimulação da secreção lacrimal e rinofaríngea (faringe e orofaringe).
- Glândulas Salivares: aumento intenso na secreção enzimática e hidroeletrolítica (maior volume de saliva). Efeitos trópicos.
- Sistema Cardiovascular: diminuição da frequência de disparo no Nó SA. Diminuição da condução no Nó AV. Diminuição da contratilidade atrial. Leve diminuição da contratilidade ventricular. Vasodilatação (TGI e Glândulas Anexas). Reajusta o Débito Cardíaco para o repouso.
- Sistema Respiratório: contrai o músculo liso dos brônquios (broncoconstricção). Estimula as glândulas brônquicas (secreção).
- Trato Gastrointestinal: aumenta a motilidade e o tônus, e relaxa os esfíncteres do esôfago, estômago e intestinos. Aumenta as secreções gástrica, pancreática exócrina e intestinal. Contrai a vesícula biliar e elimina bile para o duodeno.
- Rins e Vias Urinárias: não faz inervação renal. Promove relaxamento dos ureteres e esvaziamento da bexiga.
- Genitália: ereção e excitação sexual.
- Efeitos no Metabolismo:
 Fígado: aumenta a síntese de glicogênio. 
* Não há inervação funcional nas ilhotas pancreáticas e tecido adiposo.
· Controle da Função Autônoma:
- A atividade de neurônios pré-ganglionares do SNS e SNP são controladas pelo SNC através de reflexos medulares, do tronco cerebral e outroscentros superiores, como o hipotálamo.
OBS: O hipotálamo é o centro mais superior das regulações autonômicas. É associado à outros sistemas superiores, como o límbico.

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