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Fernanda Carvalho, 4º semestre - TUT 04 1 Genética Fluxo da informação genética OBJETIVOS DA AULA: - Apresentar os mecanismos que consistem no fluxo da passagem de informação genética na sua ordem cronológica molecular; - Elucidar os principais componentes moleculares envolvidos nos processos de transcrição e tradução; - Proporcionar ao estudante o conhecimento básico de mecanismos que são fundamentais no aprendizado de genética molecular. É importante entender o fluxo da informação genética (também conhecido como dogma central da biologia celular e molecular – mecanismos de transcrição e tradução), pois o paciente que será atendido, terá uma genômica, proteômica e transcriptômica próprias. De modo que ele vai responder a um determinado tratamento não só de acordo com a patologia que ele apresenta, mas, também, de acordo com a sua carga genética, imunogenética. DNA: o Fosfato e pentose são ligados por ligação fosfodiéster (ligações que a polimerase catalisa. Ligações que une nucleotídeos); o Possui nucleotídeos formados por um fosfato, uma pentose (desoxirribose) e uma base nitrogenada; o Bases nitrogenadas: ligadas por pontes de hidrogênio; o São moléculas polarizadas: 5’ termina com fosfato e 3’, pentose. A outra fita é antiparalela. DO DNA AO RNA: Pergunta para iniciar o assunto: o Para que fim acontece a transcrição? A necessidade de a célula transcrever ou formar o material genético, tem que levar em consideração dois critérios: 1. A função da célula: as células têm o mesmo genoma, mas não produzem as mesmas proteínas, uma vez que as células estão em tecidos diferentes e, sendo assim, vão ter funções diferentes e vão apresentar atividade específica. O que acontece é que existe um programa genético que vai ser diferenciado para cada tipo celular que a pessoa possui. (Ex.: um hepatócito vai ter ativação de determinados genes, um condrócito vai ter ativação de outros genes. E assim sucessivamente); 2. Necessidade do organismo naquele momento: ocorre para genes específicos, respeitando a programação genética da célula, pois nem todos os genes são transcritos. Só será transcrito aquilo que for necessário para determinada célula. (Ex.: uma hemácia dentro da célula não tem necessidade de ficar produzindo melanina nem queratina, mas sim hemoglobina. Um queratinócito não tem que produzir hemoglobina, mas sim queratina. E assim sucessivamente. Outro exemplo é uma hemácia que, nesse momento, está precisando produzir muito mais hemoglobina, pois houve uma perda ou porque a pessoa está altitude, etc. sendo assim, irá ter um estímulo maior para a produção de hemoglobina naquele momento. Então aquele gene de hemoglobina na hemácia vai ser superativado). Fernanda Carvalho, 4º semestre - TUT 04 2 Genética A transcrição, diferentemente da replicação, é um processo muito específico e vai acontecer para aquele grupo de genes que está lá. O que motiva a transcrição é a função e a necessidade da célula naquele momento. A molécula que leva a informação para a síntese de proteínas é o RNAm. Portanto, quando estiver falando de transcrição levar sempre em consideração o RNAm. A FUNÇÃO DO DNA E DO RNA DURANTE A TRANSCRIÇÃO TEM POR BASE DOIS PRINCÍPIOS: 1. A complementaridade de bases é responsável pela determinação da sequência do transcrito de RNA na transcrição. Por meio do pareamento das bases complementares, a informação codificada no DNA passa para o RNA, e os complexos proteicos associados aos ncRNA (RNA não codificante) são guiados até regiões específicas no RNA para regular a sua expressão; 2. Determinadas proteínas reconhecem sequências de bases específicas no DNA e no RNA. Essas proteínas de ligação a ácidos nucleicos se ligam a essas sequências e atuam nelas. CONCEITO-CHAVE: As interações do DNA e do RNA ocorrem por meio do pareamento de bases complementares e da ligação de diversas proteínas a sítios específicos no DNA ou no RNA. A ESTRUTURA QUÍMICA DO RNA: Possui uma estrutura química diferente da do DNA. É uma molécula de fita simples, o açúcar que faz parte de seus nucleotídeos é uma ribose com hidroxila no carbono 3 e não possui a base nitrogenada timina, mas sim a uracila. Logo, nota-se 3 diferenças muito significativas entre as estruturas do DNA e do RNA: 1. O DNA possui uma fita dupla, helicoidal, enquanto que o RNA possui uma fita simples; 2. O açúcar do DNA é uma desoxirribose com hidrogênio no carbono 3, sendo, portanto desoxigenada. Já o RNA possui como açúcar a ribose com uma hidroxila no carbono 3. Essa diferença muda bastante a característica do material genético, inclusive isso é importante, também, para lembrar que na replicação precisa da extremidade 3’ com a OH livre, o que só terá nos açúcares de RNA; 3. No DNA encontra-se adenina, timina, guanina e citosina. Já no RNA, também há todas essas bases nitrogenadas, exceto a timina, que vai estar substituída pela uracila. A uracila é própria do RNA. O DNA É TRANSCRITO PELA ENZIMA RNA POLIMERASE: A RNA polimerase é a protagonista no processo de transcrição. É ela que faz o RNAm. Na replicação existe a DNA polimerase que faz a molécula de DNA. Já na transcrição, a RNA polimerase vai produzir o RNAm, utilizando o DNA como molde. A grande diferença é que na replicação todo o DNA era replicado, pois precisava mandar a mesma quantidade de cromossomos para as duas filhas que iam ser formadas. Já no processo de transcrição, apenas uma parte do DNA é transcrita (será transcrita apenas aquela parte que será necessária para a célula formar determinada proteína). o As RNA-polimerases catalisam a formação de ligações fosfodiéster (entre o açúcar e o fosfato), que conectam os nucleotídeos Fernanda Carvalho, 4º semestre - TUT 04 3 Genética entre si, formando uma cadeia linear na direção 5’ para 3’; o Os substratos que a RNA polimerase utiliza são os trifosfatos de nucleosídeos (ATP, CTP, GTP e UTP); o Taxa de um erro a cada 104 nucleotídeos copiados – taxa pequena de erro; o Possuem um pequeno mecanismo de correção. Volta de 3 para 5 corrigindo esses erros, prevenindo, assim, mutações no material genético. AS CÉLULAS POSSUEM DIVERSOS TIPOS DE RNAs: Importante focar no RNAm: é ele quem vai levar mensagem para continuar o fluxo com a qualificação da informação e tradução dessa informação em uma proteína. OS SINAIS CODIFICADOS NO DNA INDICAM À RNA-POLIMERASE ONDE INICIAR E ONDE TERMINAR: o A RNA-polimerase bacteriana é um complexo de múltiplas subunidades; o A subunidade chamada fator sigma indica onde iniciar a transcrição, pois reconhece o promotor. Esse local de início vai ter um recrutamento de moléculas que vão auxiliar a polimerase nesse processo. Essa região é chamada de região promotora; o O sinal de terminação consiste de uma sequência de nucleotídeos A-T, precedida com uma sequência de DNA duplamente simétrica a qual, quando transcrita, dobra-se em uma estrutura em “grampo de cabelo”. Quando a estrutura do RNA faz essa estrutura do “grampo de cabelo”, a enzima solta, não tendo mais capacidade de realizar leitura e acaba liberando RNA para o meio. SEMELHANÇA COM A REPLICAÇÃO: O processo de replicação se assemelha com a transcrição porque tem um determinado momento, como já citado, que as moléculas de RNA e de DNA estão conectadas. A polimerase vai sintetizando o RNA a partir da leitura que ela faz do DNA. A polimerase usa umas das fitasde DNA como molde. A INICIAÇÃO DA TRANSCRIÇÃO EM EUCARIOTOS NECESSITA DE VÁRIAS PROTEÍNAS: Fernanda Carvalho, 4º semestre - TUT 04 4 Genética o Os eucariotos possuem 3 RNA-polimerase: RNA-polimerase I, RNA-polimerase II (responsável pela transcrição da maior parte dos nossos genes) e RNA-polimerase III; o Além da região promotora, existem outras regiões no DNA que são estimuladoras, que intensificam a capacidade de transcrição dos genes. São regiões normalmente não codificantes, mas se ligam a proteínas que tem o papel de ativação dos fatores de transcrição no momento da montagem do complexo de iniciação; o Essas proteínas ajudam a posicionar corretamente a RNA-polimerase no promotor e auxiliam na separação das duas fitas de DNA; o São necessárias em praticamente todos os promotores que utilizam a RNA polimerase II; o São designados a TFII (Fator de transcrição a polimerase II) e recebem nomes arbitrários de TFIIB, TFIID, etc. Explicando a imagem: antes do início da transcrição, existe um local conhecido como região promotora (é uma região que está associada à estimulação da transcrição. Então a transcrição só vai ocorrer quando essa região for reconhecida pelas proteínas transcricionais). Esse promotor recebe um nome específico: TATA-box – esse nome se dá porque existe uma sequência nucleotídica que possui muitas adeninas (A) e timinas (T). Essa região promotora serve como ponto de encontro de ancoragem para essas proteínas, que são os fatores de transcrição. Nesse caso, a TFIID reconheceu o TATA-box e, nesse momento, outros fatores transcricionais são recrutados para o mesmo local, inclusive a polimerase-II. Logo depois forma-se o complexo de pré iniciação. A polimerase, então, vai se dissociar dessas proteínas uma vez que ela já foi auxiliada. E, ao ser ativada/fosforilada, a polimerade irá dar início à produção de RNAm. Além dos promotores tem-se, ainda, regiões que são estimuladoras do processo transcricional e que estão mais distantes do gene. Essas regiões se ligam com proteínas específicas; e essa ligação de regiões estimuladoras com proteínas estimuladoras específicas pode aumentar o índice de Fernanda Carvalho, 4º semestre - TUT 04 5 Genética transcrição. Então, entende-se que além das regiões promotoras existem regiões que também estimulam a produção de um RNAm a partir de um gene e quando houver necessidade da célula. CONCEITO-CHAVE: Os promotores eucarióticos são reconhecidos primeiramente pelos fatores gerais de transcrição (GTF). A função dos GTF é atrair o cerne da RNA polimerase II, de modo que ela seja posicionada para iniciar a síntese de RNA no sítio de início da transcrição. VISÃO GERAL – O DNA COMO MODELO DA TRANSCRIÇÃO: Como a informação codificada na molécula de DNA é transferida para o transcrito de RNA? Primeiramente, os dois filamentos da dupla-hélice de DNA são separados localmente e um dos filamentos separados atua como molde para a síntese de RNA. No cromossomo em geral, ambos os filamentos de DNA são utilizados como moldes, mas, em qualquer gene, apenas um filamento é utilizado e, naquele gene, é sempre o mesmo filamento, com início na extremidade 3′ do gene molde. Em seguida, os ribonucleotídeos que foram sintetizados quimicamente em outro local na célula formam pares estáveis com suas bases complementares no molde. O ribonucleotídeo A pareia com T no DNA, G com C, C com G e U com A. Cada ribonucleotídeo é posicionado oposto à sua base complementar pela enzima RNA polimerase. Essa enzima se liga ao DNA e se movimenta ao longo dele, ligando os ribonucleotídeos alinhados para produzir uma molécula crescente de RNA. Tendo em vista que os filamentos complementares de ácido nucleico estão orientados de modo oposto, o fato de o RNA ser sintetizado de 5′ para 3′ significa que o filamento-molde deve estar orientado de 3′ para 5′. À medida que a molécula de RNA polimerase se movimenta ao longo do gene, ela desenrola a dupla-hélice de DNA à sua frente e enrola novamente o DNA que já foi transcrito. Conforme a molécula de RNA é progressivamente alongada, a extremidade 5′ do RNA é deslocada do molde e a bolha de transcrição se fecha atrás da polimerase. Sucessões ou moléculas sucessivas de RNA polimerases, cada uma sintetizando uma molécula de RNA, movimentam-se ao longo do gene. As bases no transcrito e no molde são complementares, consequentemente, a sequência de nucleotídeos no RNA deve ser a mesma daquela no filamento não molde do DNA, exceto pelo fato de que as T são substituídas por U. CONCEITO-CHAVE: A transcrição é assimétrica: apenas um filamento do DNA de um gene é utilizado como um molde para a transcrição. Esse filamento está na orientação de 3′ para 5′ e o RNA é sintetizado no sentido 5′ para 3′. EUCARIOTO X PROCARIOTO: o No eucarioto, a transcrição ocorre no núcleo e a tradução no citosol, enquanto que no procarioto, como não tem compartimentalização, tanto a transcrição como a tradução acontecem no citosol; o Nos procariotos os processos são concomitantes, acontecem todos ao mesmo tempo, não existe separação de tempo e nem de espaço; por isso que as bactérias se reproduzem tão rápido. Já os eucariotos precisam primeiro processar o RNAm -inicialmente é formado o RNAm imaturo e, só depois, são retirados os íntrons, ficando apenas os éxons e, dessa forma, a molécula diminui de tamanho, tornando-se madura e pronta para sintetizar proteínas. Fernanda Carvalho, 4º semestre - TUT 04 6 Genética A EXTENSÃO DA TRANSCRIÇÃO EM EUCARIOTOS ESTÁ FORTEMENTE ASSOCIADA AO PROCESSAMENTO DE RNA: O RNA dos eucariotos deve ser submetido a um processamento adicional antes que ele possa ser traduzido. Esse processamento inclui: 1. A adição de um revestimento (cap) na extremidade 5′; 2. A recomposição (splicing) para eliminar os íntrons; 3. A adição de uma cauda de nucleotídeos adenina (poliadenilação) em 3′. o As modificações nas extremidades permitem que a célula verifique se ambas as extremidades de uma molécula de RNAm estão presentes; O RNA da espécie humana tem íntrons e éxons que precisam ser processados; e o que acontece é o seguinte: na extremidade 5’ vai ter um processo de capeamento, que nada mais é do que a adição de um CAP (estrutura formada por guanosina). Esse CAP serve para que o RNAm que foi formado tenha proteção da informação que ele carrega. Essa proteção é necessária porque, ao sair do núcleo, onde estava protegido, o RNA encontra no citosol enzimas chamadas RNAases, as quais degradam RNA. Logo, para evitar essa degradação, é preciso proteger as extremidades da informação genética. Na extremidade 3’, vai ser adicionada a cauda de “poli A” - grupo de aproximadamente 150 a 200 nucleotídeos adenina que são adicionadas na extremidade 3’ do RNAm a ser formado. Isso acontece também com o objetivo de proteger a informação nessa extremidade das fitas do RNA. O CAP e a poli A servem, também, para sinalizar qual é a extremidade que tem que ser traduzida primeiro. A tradução sempre vai se dar no sentido 5’ para 3’, logo, a extremidade 5’ será a primeira a se encaixar no ribossomo e, a partir disso, irá haver a tradução. o Os segmentos que codificam partes das proteínas são os éxons e os segmentos que separam os éxons e que não são codificantes são os íntrons; o Os íntrons são removidosdo transcrito primário enquanto o RNA ainda está sendo transcrito e após o cap ter sido adicionado, mas antes de o transcrito ser transportado para o citoplasma. A remoção dos íntrons e a união dos éxons é denominada recomposição (splicing); o A maquinaria de splicing do RNA é composta por 5 moléculas de RNA e cerca de 200 proteínas; o Cada evento de splicing remove um íntron por meio de duas reações sequenciais de transferência de fosforil, conhecidas como trasesterificações, as quais unem dois éxons, enquanto removem um íntron sob a forma de um “laço”; o No splicing ainda há a existência de um pré-RNAm. Apenas no momento em que houver a retirada dos íntrons e união dos éxons é que o pré-RNAm se torna um RNAm maduro. Essa transição de RNAm imaturo para maduro ocorre no splicing. O SPLICING DO RNA É REALIZADO PELO SPLICIEOSSOMO: o As etapas- chave do splicing do RNA são realizadas por moléculas de RNA e não proteínas; o Pequenas moléculas especializadas de RNA (snRNAs – pequenos RNAs nucleares) Fernanda Carvalho, 4º semestre - TUT 04 7 Genética reconhecem as sequências nucleotídicas que especificam onde o splicing deve ocorrer e também participam da química do splicing (U1, U2, U4, U5 e U6); o Cada uma snRNA é complexado com pelo menos 7 subunidades proteicas para formar uma snRNP; o As snRNPs formam o cerne do spliceossomo; o Quem faz a retirada dos íntrons no processo de splicing é o spliceossomo (complexo de uma série de protéinas que se unem no local em que precisa acontecer a clivagem – como se fosse uma tesoura cortando e separando os íntrons dos éxons. Depois vai haver a união dos éxons e o pré-RNAm vira RNAm. OUTRAS PROPRIEDADES DO PRÉ-RNA E SUA SÍNTESE AUXILIAM A EXPLICAR A ESCOLHA DOS SÍTIOS ADEQUADOS DE SPLICING: Na verdade, temos muito mais íntrons do que éxons, ou seja, as partes codificantes (éxons), as quais irão gerar proteínas, estão em menor quantidade. Hoje sabe-se que cerca de 97% do nosso material genético é de região não codificante (íntron) e apenas 3% é de éxon. E o motivo de termos muito mais regiões não codificantes é a proteção genética pois, se houver uma mutação aleatoriamente, é mais provável que ela caia nos íntrons (já que estão em maior quantidade); e caindo nessa região, então, não haverá um grande problema, uma vez que essas regiões são retiradas no momento da transcrição no momento do processamento do RNAm. Mas mesmo assim, pode ser que, mesmo nas regiões não codificantes, haja algum problema se existir mutações, pois essas regiões são regulatórias e nelas podem se ligar proteínas que podem deixar de se ligar caso haja uma mutação ali e aí vai haver uma perda de estimulação para a síntese de RNAm e, consequentemente, a transcrição de um gene. O SPLICING DO RNA CATALISADO PELO SPLICEOSSOMO PROVAVELMENTE EVOLUIU A PARTIR DE MECANISMOS DE AUTO-SPLICING: Alguns íntrons são autorremovíveis; nesses casos, o próprio íntron catalisa a sua própria remoção. SPLICING ALTERNATIVO - Retirada alternativa de éxons: Esse tipo de splicing pode acontecer ou não, a depender da célula e da necessidade de formação de proteínas específicas; Há proteínas que estão presentes em diferentes células. Como, por exemplo, a mesma proteína presente na célula muscular lisa e na célula muscular estriada esquelética. Pensando nesse tipo de proteína, temos o exemplo da miosina: existem diversos tipos de miosina, que são feitas a partir de um mesmo gene, apenas com rearranjos diferentes dos éxons. Fernanda Carvalho, 4º semestre - TUT 04 8 Genética Note na imagem que apenas a primeira proteína contém todos os genes. A segunda, não tem o rosa e a terceira não tem o amarelo. Essas proteínas são moléculas funcionais, porém com características específicas adaptadas para aquele tipo celular o qual elas fazem parte. CONCEITO-CHAVE: O pré-mRNA eucariótico é extensivamente processado antes de ser transportado como mRNA até o citoplasma para a tradução em proteína. São adicionados um cap em 5′ e uma cauda poli(A) em 3′; os íntrons são removidos e os éxons são unidos. Um gene pode codificar mais de um polipeptídio quando o seu pré- mRA é submetido à recomposição alternativa (splicing alternativo). OS mRNAs MADUROS SÃO SELETIVAMENTE EXPORTADOS DO NÚCLEO: Isso acontece através do complexo de poros do núcleo da membrana nuclear que é extremamente porosa. Esse RNAm vai ser exportado para realizar a síntese de proteínas. SÍNTESE PROTÉICA: TRADUÇÃO: É um processo de síntese de proteínas a partir de uma sequência de bases nitrogenadas, que ocorrerá no citoplasma. Nesse processo, irá haver uma mudança de linguagem, passando de nucleotídica para pepitídica. É feita através de várias estruturas moleculares: o RNA mensageiro: Contém a sequência desejada. Atua como intermediário na síntese do produto gênico final, a proteína; o RNA ribossômico: Será o leitor do código genético e quem sintetizará a proteína; o RNA transportador: Coletará aminoácidos para que o ribossomo monte a nova proteína. O processo pode ser dividido em 3 estágios: iniciação, alongamento e terminação; Metionil-RNAt (RNA transportador iniciador – só transporta a metionina no início) reconhece o códon inicial AUG (trinca de nucleotídeos que codifica para o aminoácido metionina; Existem dois tipos de RNAt metionina: o que carrega a metionina apenas no início (iniciador) e o que carrega ao longo do percurso. Logo, a metionina é inserida não pelo tRNAMet, mas por um tRNA especial denominado iniciador, simbolizado por tRNAMeti ; O códon AUG para metionina funciona como códon inicial na grande maioria dos RNAm; A mesma aminoacil- tRNA sintetase adiciona ambos tRNAs com metionina, mas somente o RNA transportador inicial de metionina pode se ligar ao sítio apropriado na subunidade ribossomal pequena (sítio P) para iniciar a síntese de uma cadeia polipeptídica; O aminoacil – tRNAMet e todos os outros tRNAs carregadores são capazes de ligar- se somente ao outro síto ribossomal (sítio A); Fernanda Carvalho, 4º semestre - TUT 04 9 Genética O primeiro RNA transportador que chega se encaixa no sítio P, os outros que forem chegando, vai se encaixar no sítio A e, há medida que forem chegando no sítio A, quem está no P passa pro E, e assim por diante; A molécula de tRNA unifilamentar apresenta uma forma de folha de trevo, composto por quatro hastes de duplahélice e três alças unifilamentares. A alça intermediária de cada tRNA é denominada alça do anticódon, tendo em vista que ela transporta uma trinca de nucleotídeos denominada anticódon. Essa sequência é complementar ao códon para o aminoácido transportado pelo tRNA. O anticódon no tRNA e o códon no mRNA se ligam por pareamento específico de bases entre os RNA. Tendo em vista que os códons no mRNA são lidos na direção 5′→ 3′, os anticódons estão orientados e escritos na direção 3′→ 5′; A leitura é feita de 5’ para 3’, ou seja, o ribossomo vai se deslocando para a direita, enquanto que os aminoácidos, para a esquerda; O código genético é degenerado, pois mais de uma trinca de bases pode codificar o mesmo aminoácido: ex.: glicina (GLY) é codificada por GGG, GGC, GGA e GGU. O fato de ser degenerado é importante para evitar mutações, podendo acontecer uma mutação silenciosa. Para que ocódigo seja degenerado, alguns dos aminoácidos devem ser especificados por no mínimo dois ou mais trincas diferentes; O código genético é lido em trincas/códons – a cada 3 nucleotídeos tem um aminoácido sendo codificado. Existem 64 códons e cada um contém uma combinação de 3 bases nitrogenadas: 4 bases nitrogenadas de cada trinca - 43=64. Nesse total tem-se: 1 iniciador (AUG - metionina), 3 finalizadores (de parada) - UAA, UAG e UGA e 60 que codificam aminoácidos. Os códons de parada com frequência são denominados códons sem sentido, tendo em vista que não designam aminoácidos. O início da tradução ocorre no códon AUG mais próximo da região 5’ de uma molécula de RNAm; No primeiro estágio da tradução ocorre a montagem do ribossomo complexado com uma molécula de RNAm e um RNAt iniciador ativado corretamente posicionado no códon de início; As subunidades ribossomais grande e pequena são mantidas separadas devido á ligação de dois fatores de iniciação, chamados eIF3 e eIF6, em eucariotos; As correspondentes eucarióticas são denominadas 40S e 60S, e o ribossomo completo é denominado 80S; O complexo de pré-iniciação da tradução formado quando o complexo subunidade 40S – eIF3 liga-se por meio de eIF1A a um complexo ternário (aminoacil- tRNAiMet, eIF2 e GTP); As células podem regular a síntese de proteínas por meio de fosforilação de um resíduo de serina no eIF2 ligado ao GDP; O complexo fosforilado é incapaz de trocar o GDP por GTP (que é o que provoca ativação) e não pode ligar ao aminoacil- tRNAiMet, inibindo, assim, a síntese proteica; Para a iniciação da tradução, o complexo eIF4 associa-se com o complexo de pré- iniciação formando, então, o complexo de iniciação; Depois vai haver o deslizamento desse complexo ao longo do RNAm devido à atividade de helicase do eIF4A, que usa a energia da hidrólise do ATP para desenrolar a estrutura secundária de RNA; O reconhecimento do códon de início conduz à hidrólise do GTP associado ao eIF2; A seleção do códon AUG de iniciação é facilitada por nucleotídeos específicos Fernanda Carvalho, 4º semestre - TUT 04 10 Genética chamados de sequência de kozac (Marily Kozak): (5) ACCAUGG (3); Uma vez que a subunidade ribossomal pequena com seu aminoacil- tRNAiMet ligado esteja corretamente posicionada no códon de iniciação, a união com a unidade ribossomal grande (60S) completa a formação do ribossomo 80S; A formação do ribossomo 80S requer a ação de um outro fator (eIF5) e a hidrólise de um GTP associado a ele. Isso permite com que as unidades ribossomais não se dissociem até que a molécula de mRNA inteira seja traduzida e a síntese proteica seja terminada; Quando ocorre o correto posicionamento do complexo ribossomo 80S – Met - tRNAiMet, pode ser dado início a tradução do mRNA; O complexo de iniciação se forma na extremidade 5′ do mRNA e em seguida realiza a varredura no sentido da extremidade 3′ à procura de um códon de início. O reconhecimento do códon de início aciona a montagem do ribossomo completo e a dissociação dos fatores de iniciação (não demonstrados). A hidrólise de ATP fornece energia para direcionar o processo de varredura; Durante a etapa de alongamento, a cadeia polipeptídica permanece ligada ao tRNA no sítio P do ribossomo; Fatores de alongamento importantes: EF1, EF2, EFTu, EFg, os quais vão participar justamente da extensão da cadeia polipeptídica; Os passos-chave do processo de alongamento são a entrada de aminoacil- tRNAs sucessivos, formação de pontes peptídicas e o movimento (translocação) do ribossomo um códon a frente do RNAm; O passo de translocação ao longo do RNAm é promovido pela hidrólise do GTP; Em eucariotos, sabe-se que fatores de liberação atuam no final da tradução; O fator eRF1, cujo formato é similar ao de tRNAs, aparentemente age por meio da ligação ao sítio ribossomal A e reconhecimento do códon de parada; O fator de liberação eRF3, que é uma proteína que se liga à GTP, age conjuntamente eRF1 para promover a clivagem do polipeptídeo tRNA, liberando, assim, a cadeia polipeptídica; A proteína recém-sintetizada enovela-se na sua conformação tridimensional nativa por meio da ajuda de chaperonas (fazem o dobramento das proteínas para que elas consigam ser funcionais – pois sabemos que as proteínas só têm funcionalidade na sua conformação terciária ou quaternária); Fatores de liberação adicionais promovem a dissociação dos ribossomos, liberação das subunidades, do RNAm e do RNAt terminal. Ciclo de alongamento pelo livro – Griffiths: o Dois fatores proteicos, denominados fator de alongamento Tu (EF-Tu) e fator de alongamento G (EF-G), auxiliam no processo de alongamento; o O ciclo de alongamento começa com um tRNA iniciador (e sua metionina unida) no sítio P e com o sítio A pronto para aceitar um complexo ternário; o Quando há correspondência correta, o ribossomo altera sua forma, EF-Tu deixa o complexo ternário e as duas extremidades aminoacil são justapostas no centro peptidiltransferase da subunidade maior; o Ali, uma ligação peptídica é formada com a transferência da metionina no sítio P para o aminoácido no sítio A; o Nesse ponto, o segundo fator proteico, EFG, desempenha a sua parte. O fator EF Fernanda Carvalho, 4º semestre - TUT 04 11 Genética G aparenta se encaixar no sítio A. A sua entrada nesse sítio altera os tRNA nos sítios A e P para os sítios P e E, respectivamente, e o mRNA se movimenta pelo ribossomo, de modo que o próximo códon é posicionado no sítio A. Quando o EF-G deixa o ribossomo, o sítio A é aberto para aceitar o próximo complexo ternário; o Nos ciclos subsequentes, o sítio A é preenchido com um novo complexo ternário na medida em que o tRNA desacilado deixa o sítio E. Na medida em que o alongamento progride, o número de aminoácidos no peptidil-tRNA (no sítio P) aumenta; o Finalmente, a extremidade amino- terminal do polipeptídio em crescimento emerge do túnel na subunidade 60S e sai do ribossomo; o O ciclo continua até que o códon no sítio A seja um dos três códons de parada: UGA, UAA ou UAG; o As subunidades ribossômicas se separam, e a subunidade 40S agora está pronta para formar um novo complexo de iniciação. QUESTÕES: 1. Qual a finalidade da transcrição? Explique; 2. Em qual local da célula ocorre: o A replicação; o A transcrição; o A tradução. 3. Cite diferenças entre a transcrição do eucarioto e a do procarioto; 4. Cite diferenças entre a estruturas do DNA e a do RNA; 5. Antes do RNA eucarioto ser traduzido, ele passará por algumas alterações. Fale sobre essas alterações; 6. Qual a função da RNA polimerase na transcrição? 7. Qual a relação entre fator sigma e região promotora? O que eles fazem? 8. Quais os tipos de RNAs presentes na tradução? 9. Qual o códon iniciador? A qual aminoácido ele pertence? 10. O que significa o código genético ser degenerado?
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