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AULA 6 - ULCERA GASTRODUODENAL E ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS EM EQUINOS PARTE 1

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Lilian Ferrari 
Aula 6 – Clínica Médica (19/03) 
ULCERAÇÃO GASTRODUEDENAL 
ETIOLOGIA 
Problema significativo em potros e particular 
preocupação em potros com diarréia. 
50% dos potros em menos de 90 dias de idade 
tem alguma ulceração gástrica (até 4 meses 
é comum o alto índice de ulceração gástrica 
em potros, que é a fase da desmama, 
quando ele é separado da mãe, e esse 
estresse da separação e a imunidade cai, 
aumenta o influxo de ácido clorídrico, 
formando ulceras); 
Geralmente na porção glândular do 
estômago – recidivas de ulceras são comuns, 
pois elas não são percebidas. O problema da 
recidiva é que se ela cicatrizou o tecido de 
reparação vai ter uma certa fibrose. Se tiver o 
estimulo causal várias vezes no piloro e 
formação de cicatriz, após diversos episodios 
de ulcera ocorre fibrose, perde contratilidade 
e diminui passagem/ luz de passagem, ou 
seja, estenose e dificuldade de esvaziamento 
gástrico. 
Fracionar a alimentação do animal; 
Porção glandular – responsável pela 
digestão; cheia de reentrâncias e saliências; 
Ulceração na margem pregueada 
geralmente é subclínica e pode ser 
observada tanto em potros acometidos 
como em saudáveis 
Maior suscetibilidade – maior acidez gástrica 
(ph+ 1,0) – se o animal estiver estressado, ou 
tomando antinflamatorio em doses altas; 
SINAIS CLÍNICOS 
 4 formas clinicas comuns: 
1ª forma: ulceração assintomática (+- 3% dos 
potros normais) – margem pregueada 
associada aos sinais clínicos. 
Relatos de morte por exanguinação 
secundária. 
2ª forma: ulceras sintomáticas ativas, 
manifestadas por cólicas no potro (branda 
até severa). Bruxismo, ptialismo e rolamento. 
SINDROME CLÍNICA CLÁSSICA. 
× Ainda pode ter ocasionalmente refluxo 
espontâneo gastroduodenal (mais 
comum em ulceração duodenal) 
× Do estômago para o esôfago não 
ocorre por conta do cardia; 
× Diarréia 
× Diminui mamadas, períodos 
intermitentes de cólica 
× Pressão na região paracostal e xifóide 
causa DOR; 
3ª forma: úlceras perfuradas – peritonite grave 
e morte 
4ª forma: Obstrução pilórica – cicatrização: 
substituição da mucosa, submucosa e 
camada muscular por tecido fibroso. 
Sequelas das ulceras – constricções, 
duodenite ulcerativa, espessamento do 
duodeno, esvaziamento gástrico anormal. 
DIAGNÓSTICO: 
Bruxismo, ptialismo e decúbito dorsal (fazer 
boa anamnese, verificar pontos chaves, 
motivos, fazer bom exame clinico); 
Diagnóstico diferencial – cólica devido a 
outros motivos 
Hemograma, sangue oculto, laparocentese 
(alimentos na cavidade) – migração de 
leucócitos, fibrinogênio, proteínas – 
leucopenia por sequestro de leucócitos para 
o foco infeccioso ou leucócitos normais; 
fibrinogênio sérico diminuído; desidratado 
proteína alta; 
Sangue oculto nas fezes ou refluxo gástrico 
Diagnóstico definitivo: gastroendoscopia 
TRATAMENTO: 
Diminuição da acidez gástrica e melhora na 
proteção da mucosa; 
Antagonistas do receptor de histamina H2 ou 
protetores diretos da mucosa (sucralfato); 
 Lilian Ferrari 
Ranitidina (2,2 mg/kg VO 12/12 horas) 
Cimetidina (dose+ elevada e administração 
mais vezes ao dia). Vantagem: formulação 
parenteral – refluxo?? 
Sucralfato (20mg/kg VO 6/6 horas) 
Manter até 4 dias após melhora dos sintomas 
para a mucosa se restabelecer; 
Gel aderente que recobre a mucosa, 
estimula a liberação de PGE2 – efeito 
citoprotetor; 
Subsalicilato de bismuto, antiácidos, 
omeprazol, ácidos graxos, ômega 3, etc 
(recobre a úlcera); 
Úlceras gástricas perfuradas – cirúrgico 
Peritonite grave 
Esvaziamento gástrico retardado decorrente 
da fibrose do piloro está associado a mau 
prognóstico. Cirúrgico – desvio pilórico – 
Bypass (comunicar estômago a nova área do 
duodeno); 
ALGUMAS OCORRÊNCIAS EM NEONATOS/ 
POTROS QUE SÃO RARAS: 
 
Essas alterações inviabilizam a vida do potro, 
visto que eles vão crescer e o peso vai ficar 
incompatível e a movimentação com o 
apoio do tórax. Lembrando que 70% do peso 
de um equino fica sob os membros torácicos. 
 
Vemos contratura, flacidez, desvio valgo 
(p/dentro) e varo (p/ fora); 
 
Até 15 dias de vida é normal, se persistir tem 
que intervir. 
 Lilian Ferrari 
 
Lassidão – além de colapso de carpo tem 
flacidez de tendão flexor; 
 
Valgo – desvio angular é medial; 
Varo – desvio angular é lateral; 
Dependendo do grau, conforme o animal vai 
crescendo e abrindo a musculatura do peito 
pode ser que se corrija sozinho; 
Se no teste, os tecidos dessa articulação 
permitir movimentação, é possível colocar 
uma tala para correção. Se não permitir 
movimentar, é caso cirúrgico. 
E a cirurgia deve ser feita até no máximo 3 
meses, pois depois disso há fechamento da 
epífise e não é mais possível fazer a correção 
deste tipo de desvio; 
 
Podemos ver que um dos membros é varo e o 
outro é valgo; 
Estes desvios as vezes vem acompanhados de 
ruptura do tendão extensor do carpo, 
derramando liquido e formando uma 
depressão. 
 Lilian Ferrari 
 
Lembrar que no Rx são traçadas linhas e tenta 
encontrar o ponto pivô que provavelmente é 
onde esta localizado o foco do problema e 
medir o ângulo de desvio, no qual é ele vai 
indicar qual será o melhor tratamento e 
melhor técnica operatória para o animal; 
Na região concava se faz o T invertido; 
No lado convexo pode fazer cerclagem com 
fio de aço ou grampo; 
 
Não tem formação correta da articulação 
femuro-tibio-patelar; 
 
____________________________parte 2 
PRINCIPAIS AFECÇÕES DO SISTEMA 
RESPIRATÓRIO DOS EQUINOS 
Para a performance do cavalo estar 100%, 
seu sistema cardiorrespiratório deve estar 
bem também; 
REVISÃO ANATÔMICA 
Vias aéreas superiores (anteriores): narinas, 
fossas nasais, septo nasal, conchas nasais, 
seios paranasais, nasofaringe, laringe e bolsas 
guturais. 
Vias aéreas inferiores (posteriores): traquéia, 
brônquios, (pulmões) bronquíolos, alvéolos e 
cavidade pleural. 
SINTOMAS MAIS COMUNS – AFECÇÕES 
RESPIRATÓRIAS 
Queda de rendimento – trabalho e/ou 
esporte comprometido, não esta 
desempenhando de maneira adequada, 
cansaço fácil; 
- Fazer uma boa anamnese: qual o início dos 
sintomas, como foi a evolução começou 
grave e esta melhorando, se esta piorando ou 
esta igual, perguntar se é animal atleta, se 
viaja muito; 
Corrimento nasal – podendo ser liquido 
seroso, fluido limpo, seromucoso, purulento, 
com cheiro ou sem cheiro forte, observar se 
tem corrimento em uma narina ou em ambas 
narinas; 
- Fazer uma inspeção, olhar, sentir odores, 
coletar material; 
Tosse – produtiva ou improdutiva; 
- Testar o reflexo da tossa, estimulando a 
garganta do animal, se tiver com vias aéreas 
irritadas vai ter reflexo positivo; 
Febre – acontece geralmente quando há 
comprometimento de vias aéreas posteriores; 
Sons pulmonares alterados – som normal é o 
murmúrio vesicular – limpo/claro; sons 
anormais são chamados de estertores; 
 Lilian Ferrari 
-Fazer auscultação através da varredura 
pulmonar; 
ANAMNESE E HISTÓRICO (Exame do 
ambiente) 
Saber se o animal vive no cocho, confinado 
na baia, que tipo de cama, se o feno esta 
muito seco, se fica no chão, se esta no cocho; 
se o feno esta sendo umedecido antes de 
oferecer ao animal (diminui índice de doença 
respiratória além de favorecer a 
digestibilidade); se o local onde eles ficam 
tem circulação de ar, se o local é limpo, se há 
exaustores; 
Ainda importante saber se são animais que 
viajam muito, se tem muita convivência com 
outros equinos (densidade populacional 
adequada); 
EXAME FÍSICO DETALHADO 
Teste da percussão digito digital nos seios 
nasais contralaterais; deve ter som claro 
reberverando o ar; se tiver secreção não 
haverá clareza – terá som submaciço a 
maciço; 
Teste do reflexo de tosse, palpação dos 
linfonodos (na doença garrotilho eles infartam 
e são facilmente perceptíveis a palpação); 
Auscultar a traqueia e aferir a FR; e contar os 
movimentos respiratórios; animal atleta FR 
baixa e ocioso FR alta; auscultar murmúrios 
vesiculares ou estertores; cavalo tem 18 
costelase a cúpula diafragmática fica entre 
13/14 EIC, então ausculta nessa localização 
em sentido cranial (dorsal/médio/ventral); 
auscultar os dos lados do pulmão. 
EXAMES COMPLEMENTARES 
× Endoscopia 
× Lavado (aspirado) traqueal e lavado 
(aspirado) broncoalveolar 
× Radiografia (limitações técnicas) 
× Ultra-sonografia 
× Toracocentese - 3/5 EIC perto do 
codilho

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