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_____________________ 1Estudante de graduação do curso de Engenharia Civil, e-mail: clesiorodrigues@outlook.com. 2Estudante de graduação do curso de Engenharia Civil, e-mail: raphaelcivil98@gmail.com. 3Estudante de graduação do curso de Engenharia Civil, e-mail: helde_silva@hotmail.com. 4Estudante de graduação do curso de Engenharia Civil, e-mail: vitor.j7@hotmail.com. 5Estudante de graduação do curso de Engenharia Civil, e-mail: witor_c3@hotmail.com. 6Professor Adjunto da UEMASUL, e-mail: alexiocardozo@hotmail.com. INTEGRAIS DÚPLAS E SUAS APLICAÇÕES Clésio de Oliveira Rodrigues1 Francisco Raphael Lima Duarte2 Helde Costa Silva3 Vitor de Sousa Machado4 Witor Carvalho Bomjardim5 Luis Alexandro V. Cardozo6 RESUMO Via de regra, o conceito de integração é feito a partir da definição de soma de Riemann, modo que, o entendimento é enunciado tratando-se de uma soma entre infinitas parcelas infinitesimais. Fundamentado neste pensar, o cálculo integral pode proporcionar ao acadêmico de engenharia ter uma interpretação abrangedora, fazendo-o útil no cotidiano de maneira inteligível e bastante ligada à prática de ofício. Tal modo que, uma abordagem didática com a fundamentação de retratar o estudo do cálculo, tratando-se de um certo ideal de juízo aos mais variados problemas estruturais. Para tal, ao analisarmos os esforços aos quais estão sujeitos os corpos rígidos, nos deparamos com as mais variadas conjunturas. Uma vez que, um corpo pode estar sujeito a carregamentos assíduos, isto é, que atuam em um ponto específico, como também em carregamentos distribuídos ao longo de sua superfície. Para tanto, o entendimento técnico- científico requer o uso de ferramentas didáticas exploradas pelo cálculo integral que produzem resultados surpreendentes no estudo de dimensionamento de sistemas construtivos, como aplicações em áreas, momento de inércia, centro de massa e volume. Por fim, conforme observado a grande importância da matemática para a construção civil, torna-se possível elaborar um objeto de estudo didático do cálculo integral correlacionado à análise de estruturas para que o acadêmico de Engenharia Civil tenha uma visão mais abrangente do tema, posto que, torna útil na vida profissional de modo prático, ligado ao exercício da função. Palavras-chave: Integração. Construção civil. Estruturas. 1 INTRODUÇÃO Por todo o decurso da humanidade, buscamos suscitar a expansão do progresso técnico-científico, logo, as questões matemáticas associadas às concepções de volume deriva- se aos tempos dos egípcios centenas de anos atrás, no qual problemas como cálculo de volumes de grãos começaram a ter grande relevância. Ao longo do progresso científico da humanidade e com isso, da matemática, inúmeras insuficiências foram sendo ultrapassadas e com elas muitos conceitos novos contemplados, um dos maiores feitos é o cálculo integral elaborado por Leibniz e Newton. Por meio deste descobrimento várias ferramentas surgiram solucionando problemas que até então não possuíam respostas. Via de regra, o conceito de integração é feito a partir da definição de soma de Riemann, modo que, o entendimento é enunciado tratando-se de uma soma entre infinitas parcelas infinitesimais. Fundamentado neste pensar, o cálculo integral pode proporcionar ao 2 acadêmico de engenharia ter uma interpretação abrangedora, assim, fazendo-o útil no cotidiano de maneira inteligível e bastante ligada à prática de ofício. Podemos evidenciar dentre esses instrumentos a integral dupla que surge a partir da extensão dos teoremas e propriedades de integral simples, através dela várias questões geométricas foram desvendadas, por exemplo, problemas de áreas e volumes, tendo também grande contribuição na física, propiciando a solução de problemas envolvendo centro de massa, momentos de inércia, entre outros. Essa pesquisa tem por objetivo geral desmitificar os empasses sobre conceitos fundamentais de integrais duplas, trazendo um entendimento de modo geral qual o melhor meio para produzir interpretações geométricas e algébricas no tocante aos volumes, caracterizando situações cotidianas em que as integrais duplas podem ser utilizadas de modo prático e funcional. 2 CÁLCULO O cálculo é a linguagem usada pelos engenheiros, cientistas e economistas, para impactar no seu dia a dia, de forma direta. Ou seja, “[...] desde o seu micro-ondas, telefone celular, TV, e carro até os remédios que você toma, os mecanismos da economia, e a sua segurança nacional. Neste exato momento, algo ao seu alcance ou à sua vista foi impactado pelo cálculo.” (RYAN, 2011, p. 10). 2.1 LIMITE A definição de reto ou curvo, vai depender de sua perspectiva em relação ao que está sendo observado, segundo RYAN, “A matemática dos limites é o microscópio que amplia uma curva.” (RYAN, 2011, p. 23). Ou seja, o limite pode ser definido como o processo de ampliar uma curva até que ela se torne reta. A matemática dos limites é toda baseada nesse processo de aproximação, e ele funciona, novamente, porque quanto mais você aproxima, mais reta a curva fica. 2.2 O CÁLCULO SEGUNDO A IDEIA DE DIFERENCIAÇÃO E INTEGRAÇÃO O conceito de limite é um conceito importante na definição de derivada e integral. No cálculo diferencial, você estuda a diferenciação, que é o processo de derivar – isto é, encontrar – derivadas. Essas são grandes palavras para uma simples ideia: Encontrar a inclinação de uma reta ou de uma curva. E a integração, nada mais é que achar a área ou o volume de determinada forma dividindo-a em pequenas partes, tantas partes quanto for possível, para depois soma-las. 3 2.3 DERIVADA A derivada de uma curva é apenas um termo sofisticado do cálculo para a inclinação da reta, a inclinação de uma reta é também uma simples razão como quilômetros por hora ou lucro por item. O coeficiente angular da reta (inclinação da reta), que pode ser denominado como a taxa de variação da função, que por sua vez é a inclinação relativa ao eixo “𝑥”, medido a partir do ângulo “𝛼”, partindo sempre de “𝑥” no sentido horário. 𝑑 𝑑𝑥 = lim ∆𝑥→0 ∆𝑦 ∆𝑥 = 𝐷𝑒𝑟𝑖𝑣𝑎𝑑𝑎. Ou seja, a derivada nada mais é que o limite da variação de y dividido pela variação de x, quando a variação de x tender a zero (0). 2.4 INTEGRAL Integração é a segunda grande ideia em cálculo, e é basicamente apenas uma adição mais sofisticada. Integração é o processo de dividir uma área em pequenas seções, descobrir as áreas dessas seções menores, e depois somar os pequenos pedaços da área para achar a área total. Na matemática tudo possui o seu inverso, como por exemplo, a subtração como inverso da adição, divisão como inverso da multiplicação, entre outros, e a integral como inverso da derivada denominada de antiderivação e tem como fórmula geral: ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 𝑏 𝑎 . 3 INTEGRAL DUPLA De acordo com Howard Anton “a integral definida de uma função variável originou-se do problema da determinação de áreas sob curvas.” E é matematicamente representada pela expressão abaixo: ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = lim 𝑚𝑎𝑥∆𝑥𝑘→0 ∑ 𝑓(𝑥𝑘 ∗)∆𝑥𝑘 = 𝑛 𝑘=𝑙 𝑏 𝑎 lim 𝑛→+∞ ∑ 𝑓(𝑥𝑘 ∗)∆𝑥𝑘 𝑛 𝑘=𝑙 Semelhantemente a motivação para a concepção das integrais duplas originou-se do problema da determinação do volume. Levando em consideração que alguns volumes são calculados multiplicando a área da base pela sua altura, vamos calcular o volume de uma figura irregular e com isso chegar à definição de integral dupla. Figura 01 4 Para determinar o volume da figura 01 abaixo a região R deve ser subdividida em pequenos retângulos de área ∆𝐴𝑘 e ponto médio (𝑥𝑘 ∗, 𝑦𝑘 ∗), depois a área destes vários retângulos devem ser somadas para determinar a área total R. Figura 02 Já a altura do sólido representado na figura 02 é determinada por 𝑧, sendo 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦). Figura 03 Sendo assim temos vários paralelepípedos retangulares com área dabase ∆𝐴𝑘 e altura 𝑓(𝑥𝑘 ∗, 𝑦𝑘 ∗) e de volume ∆𝐴𝑘. 𝑓(𝑥𝑘 ∗, 𝑦𝑘 ∗). Logo, o volume da figura da figura 03 será determinado pelo somatório dos volumes destes vários retângulos denominados de somas de Riemann, expressado matematicamente por: 𝑉 = lim 𝑛→+∞ ∑ 𝑓(𝑥𝑘 ∗ , 𝑦𝑘 ∗)∆𝐴𝑘 𝑛 𝑘=𝑙 Onde 𝑛 → +∞ indica que o número de sub-retângulos que preenchem a área R serão tantos que o comprimento e a largura deles tenderão a zero. O limite das somas de Riemann pode ser escrito como: ∬ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝐴 𝑅 = lim 𝑛→+∞ ∑ 𝑓(𝑥𝑘 ∗ , 𝑦𝑘 ∗)∆𝐴𝑘 𝑛 𝑘=𝑙 3.1 CALCULO DE INTEGRAIS DUPLAS O método utilizado para encontrar o valor da integral dupla será por meio do cálculo de duas integrais simples sucessivas. O processo para calcular as derivadas parciais de uma função 𝑓(𝑥, 𝑦) é manter uma das variáveis fixa e derivando em relação à outra variável. Levando em consideração que a integral é o inverso deste processo temos a seguinte simbologia matemática ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥 𝑏 𝑎 e ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑦 𝑑 𝑐 que Howard Anton denomina de “integrais definidas parciais”, onde a primeira chama-se integral definida parcial em relação a x e é calculada mantendo-se y fixo e integrando x. A segunda é denomina-se integral definida parcial em relação à y, é calculada mantendo-se x fixo e integrando y. 5 Quanto calcula-se uma integral definida parcial em relação a x, a resposta é uma função de y, sendo assim ela pode ser integrada em relação a y. Similarmente, uma integral definida parcial em relação a y pode ser integrada em relação a x. Esse procedimento chama-se integração iterada (ou repetida) cuja representação matemática é ∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥 𝑑𝑦 = 𝑏 𝑎 𝑑 𝑐 ∫ [∫ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥 𝑏 𝑎 ] 𝑑 𝑐 𝑑𝑦 ou ∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑦 𝑑𝑥 = ∫ [∫ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑦 𝑑 𝑐 ] 𝑏 𝑎 𝑑 𝑐 𝑏 𝑎 𝑑𝑥. 4 APLICAÇÕES DE INTEGRAIS DUPLAS As integrais duplas tornaram-se uma forte ferramenta matemática que possibilitou a solução de problemas que até então não possuíam respostas, gerando um grande avanço e contribuição para várias ciências que careciam de uma ferramenta para o seu desenvolvimento. Neste capítulo trataremos das aplicações das integrais duplas em diversas áreas do conhecimento. “Se aproximarmos um sólido por colunas retangulares e aumentarmos o número de colunas, o limite da soma dos volumes das colunas será o volume do sólido” (STEWART,2007, p. 978,2007). Como vimos anteriormente a soma de Riemann nas integrais duplas é a soma dos volumes dos paralelepípedos cujas bases são os sub-retângulos e cujas alturas correspondentes são os valores de f(ξi, γi), considerando f(x,y) maior ou igual a zero numa região D do 𝑅2, temos que ∬ 𝑓 𝐷 (x,y)dydx D é uma aproximação do volume da porção de espaço compreendido entre f(x,y) e a região D do plano xy. “Quando ∆x → 0 e ∆y → 0, essa soma vai se aproximando mais e mais do que podemos chamar o volume do sólido delimitado pelo domínio D, pelo gráfico f e pelas retas que passam pela fronteira de D e são paralelas ao eixo Oz.” (ÁVILA, 1995, p.136). Sendo assim podemos expressar o volume V de uma função f(x,y) não-negativa, contínua e integrável sobre uma região D, como V = ∬ f(x, y)dydx D . Através desta aplicação podemos calcular o volume de vários sólidos geométricos que até então representavam um grande problema para a geometria comum. Ela nos permite calcular o volume de qualquer espaço compreendido entre f(x,y) e o plano xy. 4.1 CÁLCULO DE ÁREA A área de uma figura plana D, com fronteira regular, é definida como sendo a integral da função f(x,y) = 1 em D, isto é, A = ∬ 𝑑𝑥𝑑𝑦 𝐷 . 6 É fácil perceber que quando fazemos f(x,y) = 1, a soma de Riemann somará somente a área dos polígonos que vão se aproximando gradativamente da área da região D do plano xy, à medida que ∆x e ∆y tendem a zero. Através desta aplicação podemos calcular a área de várias figuras planas, desde as mais simples até as mais complexas que as vezes se tornam um grande desafio para a geometria comum. 4.2 MASSA Seja uma lâmina colocada numa região D do plano xy e cuja densidade (em unidades de massa por área) no ponto (x,y) em D é dada por δ(x, y), onde δ é uma função contínua e integrável sobre a região D, então δ(x, y)dxdy é a massa do elemento de área dxdy, e a massa total da lâmina é 𝑚 = ∬ δ𝑑𝑥𝑑𝑦 𝐷 . Através desta aplicação podemos calcular a massa de qualquer lâmina numa região D do plano xy, basta termos a função densidade para obter a massa total de uma lâmina qualquer. 4.3 CARGA ELÉTRICA Se uma carga elétrica está distribuída sobre uma região D e a densidade de carga (em unidades de carga por unidade de área) é dada por δ (x, y) num ponto x, y em D, então a carga total q é: 𝑞 = ∬ δ(x, y)𝑑𝑥𝑑𝑦 𝐷 4.4 CENTRO DE MASSA É o ponto (�̅� ,�̅�) cujas coordenadas são definidas por: �̅� = 𝑀𝑦 𝑚 = ∬ xδ(x,y)𝑑𝑥𝑑𝑦𝐷 ∬ δ(x,y)𝑑𝑥𝑑𝑦𝐷 e �̅� = 𝑀𝑥 𝑚 = ∬ yδ(x,y)𝑑𝑥𝑑𝑦𝐷 ∬ δ(x,y)𝑑𝑥𝑑𝑦𝐷 Onde m é a massa, Mx e My são os momentos da lâmina em torno do eixo, ou seja, o produto de sua massa pela distância (na perpendicular) ao eixo. “O momento total de toda a massa da lâmina é obtido pela soma: isto é, pela integração de todos os momentos “infinitesimais”.” (NUNEM; FOULIS, 1982, p.958) Nesse ponto temos o chamado ponto de equilíbrio da lâmina que é chamado de centro de massa. O significado físico disso é que a lâmina se comporta como se toda sua massa estivesse concentrada no ponto (x, y). Quando a distribuição da massa é uniforme, temos que a densidade δ é constante, neste caso o centro de massa é o centro geométrico da região, por essa razão, é usualmente chamado de centróide. “O centróide de uma região plana é uma noção puramente geométrica e é independente da concepção física de massa” (NUNEM; FOULIS, 1982, p.958). 7 4.5 MOMENTO DE INÉRCIA O momento de inércia de uma partícula cuja a massa é m em torno de um eixo é definido como 𝑚𝑟2, onde r é a distância da partícula ao eixo. Estendendo este conceito para uma lâmina com função densidade δ (x,y) contínua numa região D do plano xy e aplicando o conceito de integral dupla, temos então, o que chamamos de momento de inércia de uma distribuição contínua de massa. Logo temos que o momento de inércia em torno do eixo x e do eixo y será respectivamente determinado por: 𝐼𝑥 = ∬ 𝑦 2δ(x, y)𝑑𝑥𝑑𝑦 𝐷 e Iy = ∬ x2δ(x, y)dxdy D . Podemos também determinar o momento de inércia em torno da origem, também chamado de momento polar de inércia ou momento de inércia em torno do eixo z: 𝐼0 = ∬ (𝑥2 + 𝑦2)δ(x, y)𝑑𝑥𝑑𝑦 𝐷 . 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Portanto, com este estudo, conseguimos desmistificar a integral dupla, que para muitos representa um maior grau de complexidade e para testar o quanto é importante para várias áreas do conhecimento, isso permitiu o avanço e desenvolvimento de várias ciências que careciam de uma poderosa ferramenta para encontrar soluções. problemas que ainda permaneciam sem resposta. REFERÊNCIAS ANTON, Howard. Cálculo, volume 2. Porto Alegre: Bookman, 2007. (Howard Anton; tradução: Claus Ivo Doering. – 8.ed.) ÁVILA, Geraldo Severo de Sousa. Cálculo 3: funções de várias variáveis. 5aed.Rio de Janeiro: LTC, 1995. FOULIS, David J.; NUNEM, Mustafa A. Cálculo volume 2. Rio de Janeiro: LTC,1982. RYAN, Mark. Cálculos para leigos. tradutora Marcia Danielle. 2ª ed. Rio de Janeiro. Alta Books, 2011. STEWART, James. Cálculo volume 1. 5° Ed. São Paulo-SP: Thomson Learning,2007.
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