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Política Externa Brasileira
· Características
· Traço de continuidade da Política Externa;
· Política de Estado, não de governo;
· Prevalência da Continuidade e previsibilidade da ação externa.
· Tradições da PEB
Primeira República
Rápido reconhecimento da República. Estados Unidos tardam mais do que a Argentina. Acordo Bleine-Mendonça.
· Conferência Pan-Americana [1789].
Cumplicidade entre o Brasil e os Estados Unidos. Americanismo ideológico. Debateu-se sobre a possível criação de um tribunal permanente. O Brasil foi a favor.
· A questão de Palmas [1895]
Quintino Bocaiúva propõe divisão da região de Palmas em duas partes iguais. Congresso Nacional não aprova. Em 1895, arbitragem de Grover Cleveland outorga a região ao Brasil em detrimento da Argentina. Primeiro confronto entre Rio Branco e Zeballos.
A questão do Amapá e a questão do Pirara
· Questão do Amapá [1900]: 
Brasil contra França. Presidente do Conselho Nacional da Suíça foi árbitro. Barão do Rio Branco vs Vidal de la Blache. Brasil sai vencedor.
· Questão do Pirara [1904]:
Arbitramento de Victor Emmanuel III. Joaquim Nabuco foi o advogado brasileiro. Resultados desfavoráveis para o Brasil. Princípio do watershed.
· A questão do Acre [1903]
Brasileiros ocupam Acre com vistas a explorar a borracha. Bolívia não consegue ocupar o território; arrenda terra para o Bolivian Syndicate. Barão do Rio Branco negociou Tratado de 1903: promessa de construção da ferrovia Madeira-Mamoré em troca da incorporação do Acre ao Brasil.
· Chancelaria Rio Branco
· Não ingerência no Uruguai e no Paraguai.
· Relações difíceis com a Argentina até a ascensão de Roque Saénz Peña [1910] à presidência argentina. Em 1908 Zeballos intimou o Brasil a entregar um de seus encouraçados, em um episódio com cartas falsas. Planejava invadir o Brasil, mas a informação veio a público. Renunciou.
· Lançadas bases do Pacto ABC.
· O americanismo pragmático do Barão
· III Conferência Pan-Americana do Rio de Janeiro [1906]: visita de Elihu Root. Aproximação Pragmática com os Estados Unidos.
· Conferência de Paz de Haia [1907]: distanciamento entre o Brasil e os Estados Unidos.
Os sucessores do Barão
· Primeira Guerra Mundial: declara neutralidade inicial. Com entrada dos Estados Unidos na guerra, pressões crescentes pela entrada do Brasil no conflito. Nilo Peçanha declara guerra ao Eixo.
Era Vargas
Havia duas vertentes dentro do Itamaraty:
· Europeia – defendia aproximação à Itália e à Alemanha.
· Americanista – defendia a aproximação com os EUA. Oswaldo Aranha se enquadrava aqui.
Vargas adotou a Equidistância Pragmática, conseguindo junto aos EUA financiamento para a construção de indústria de base com o Export-Import Bank (EXIM Bank).
· As relações com o hemisfério sul
· Reconhecimento rápido do golpe de 1930.
· Guerra do Chaco. Entre Paraguai e Bolívia. Neutralidade brasileira, mas participação na Conferência de Paz.
· Questão de Letícia. Entre Colômbia e Peru. Preservação dos limites previamente acordados com o Peru.
· As relações com o hemisfério norte
· Aproximação com os Estados Unidos: política da Boa Vizinhança promovida por F. D. Roosevelt, mas manutenção de uma equidistância pragmática entre 1937 e 1941. Discurso do encouraçado Minas Gerais.
· Alinhamento com os Estados Unidos: cessão das bases militares do Nordeste em troca do financiamento para a constituição da Companhia Siderúrgica Nacional.
· Rompimento das relações diplomáticas com o Eixo em janeiro de 1942. Conferência de chanceleres, no Rio de Janeiro, em 1942. México também rompe com Alemanha. A Argentina e o Chile mantêm-se neutros.
· Declaração de guerra, em 1942: reação ao afundamento de navios brasileiros por submarinos alemães. Pressão popular.
· Envio de tropas, em 1944. Buscava-se desviar a atenção, no âmbito interno, dos militares dissidentes. No âmbito externo, a participação no conflito tornaria o Brasil o sexto membro permanente do vindouro CSN. Roosevelt parecia apoiar o Brasil. Ainda, participar na Segunda Guerra Mundial seria feito em base a promessas para o reequipamento das Forças Armadas nacionais. Conferência de Bretton Woods delinearia o vindouro sistema financeiro internacional.
República Liberal
De 1946 a 1980, o desenvolvimento foi o vetor da Política Externa brasileira. Pode-se dividir em: desenvolvimento liberal associado e modelo nacional-desenvolvimentista.
Governo Dutra [1946-1950]
	Ministros
	· João Neves da Fontoura
	· Raul Fernandes
Acreditava-se em uma relação especial com os EUA na política multilateral, segurança e doutrina ideológica. Americanismo ideológico – alinhamento incondicional aos EUA, ambicionava-se um “Plano Marshall sul-americano”. Mas, para aquele país, a América Latina não passava de um “flanco estável, seguro e amigável”. Período também conhecido como “alinhamento sem recompensas”.
Sob a justificativa de que o caso grego seria um reflexo da guerra política desenvolvida pelo comunismo internacional nos diversos países, com o objetivo de dominar o mundo, o Brasil apoiou a intervenção de potências ocidentais na guerra civil grega.
1946
· O Brasil é o primeiro orador na AGNU.
· José Philadelpho de Barros Azevedo – CIJ
1947
· Oswaldo Aranha é o presidente da AGNU, na ocasião da divisão da Palestina. Resolução 181.
· [TIAR, 1947] – a I Conferência Interamericana cria o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca.
· Rompimento de Relações Diplomáticas com a URSS, sob pretexto do jornalismo soviético.
· Comissão Técnica Brasil-EUA – Missão Abbink – buscava analisar os fatores que tendiam a promover ou a retardar o desenvolvimento econômico brasileiro.
· Sistema de Controle de Importações – consequência do liberalismo e do déficit no Balanço de Pagamentos.
1948
· Carta da OEA pelo Tratado de Bogotá.
· Criação da CEPAL, que desenvolveria a teoria da deterioração dos termos de troca e pregava a Substituição de Importações.
1949
· Reconhecimento de Taiwan em detrimento da RPC.
1950
· Resolução Unidos Pela Paz.
· CMBEU [1950-1953] – Comissão Mista Brasil-Estados Unidos.
· Houve também um pedido de empréstimo de um bilhão de dólares ao FMI, que foi negado. Memorando de frustração (1950)
Getúlio Vargas [1951-1954]
	Ministros
	· João Neves da Fontoura
	· Vicente Rao
Período de confronto entre nacionalistas e entreguistas. Alinhamento político e militar com o Ocidente, mas simbiose nas relações econômicas externas e o desenvolvimento econômico nacional. Vargas adota uma tática de barganha – barganha nacionalista –, mas Eisenhower seguia as mesmas linhas que seu antecessor. 
Na IV Reunião de Consulta dos Ministros das Relações Exteriores das Américas, em 1951, o chanceler brasileiro defendeu a necessidade de promoção do desenvolvimento como melhor forma de impedir o avanço da ideologia comunista na América Latina. Antecipa, assim, princípios da OPA. No período, o Brasil recebia 53% dos investimentos privados destinados à América Latina. Porém, os recursos públicos eram escassos.
· Acordo Militar Brasil-EUA [1952]
· Fim da CMBEU, em 1953, unilateralmente, pelos EUA, com a eleição de Dwight Einsenhower.
· Contribuiu para a criação do BNDE [1952].
· Novo Pacto ABC, proposto por Perón, em 1953. Não foi aceito, pois o argentino não era bem-visto pelos conservadores brasileiros por adotar a terceira via. Medo de uma “República Sindicalista”.
· Criação da Petrobrás, em 1953.
Interregno Café Filho [1954-1955]
	Ministros
	· Raul Fernandes
Café Filho adotou uma postura de abertura econômica e aproximação com os EUA. Liberalismo econômico ortodoxo. A Instrução 113 da SUMOC facilitou o influxo de capital estrangeiro e a remessa de lucros, Conferência de Bandung [1955] – Adolpho Justo Bezerra de Menezes representou o Brasil como observador.
Jucelino Kubitscheck [1956-1961]
	Ministros
	· Macedo Soares
	· Negrão de Lima
	· Horácio Lafer
Período de desenvolvimento associado. Combinação de investimentos públicos e privados. Contexto internacional marcado pela Revolução Cubana e Guerra do Vietnã. Momento de transição entre o americanismo e o universalismo. No governo JK,o Brasil passou a olhar mais para o mundo, o que inclui o Leste Europeu, a Ásia e a África.
· Plano de Metas – energia, transporte, alimentação, indústrias de base e educação. Brasília – Meta síntese
· [OPA, 1958] – Operação Pan-Americana – reativas a barganha nacionalista. Defendia o combate à pobreza e a promoção do desenvolvimento como forma de afastar a proliferação de ideologias exógenas como o comunismo. Possíveis resultados:
· Banco Interamericano de Desenvolvimento [BID].
· Aliança Para o Progresso – boas intenções, mas resultados aquém do esperado.
· Comitê dos 21, na OEA, para negociar com os EUA.
· Acordos de Roboré [1958] junto à Bolívia.
· Missão comercial à URRS.
· Financiamentos com a Europa Ocidental e o Japão.
· Rompimento com o FMI, em 1959.
· Em 1960, o Brasil recebe visita do presidente Eisenhower e o Brasil consegue empréstimo de U$ 50 milhões junto ao FMI.
· O Brasil apoia, na ONU, a independência africana, embora o mesmo não seja verdade para as “posses ultramarinas” de Portugal. O país baseava-se no lusotropicalismo de Gilberto Freyre.
· [ALALC, 1960] – Associação Latino-Americana de Livre Comércio.
· Operação Brasil-Ásia [1959] e missão Hugo Gouthier estabelece relações diplomáticas com vários países asiáticos.
· O Brasil recebe a primeira visita de um Chefe de Estado asiático, em 1959, o presidente da Indonésia, Sukarno.
Jânio Quadros [1961]
	Ministros
	· Afonso Arinos de Melo Franco
Apesar de ser conservador internamente, Jânio era universalista nas relações internacionais. Elaboração da Política Externa Independente [PEI]. Prevê uma maior relação Sul-Sul e Sul-Leste sem abandonar o Norte-Sul.
· Mudança em relação à África.
· Segundo Jânio Quadros, o Brasil seria a ponte entre a África e o Ocidente. Cria-se uma Divisão para a África no Itamaraty e a abertura de diversas embaixadas. Raimundo de Sousa Dantas – primeiro embaixador negro, em Gana. Teve dificuldades para exercer suas funções.
· Missão Dantas à Europa Oriental [desagrada a Alemanha Ocidental, que seguia a Doutrina Hallstein].
· Condecoração de Iuri Gagarin e de Che Guevara com a Grã-Cruz da Ordem do Cruzeiro do Sul.
· Espírito de Uruguaiaana – Encontro de Uruguaiana com Arturo Frondizi. Assinatura de convênio de amizade e consulta entre Jânio e Frondizi.
· Aliança para o Progresso – 20 bilhões para a América Latina. Poucos efeitos práticos.
João Goulart [1961]
	Ministros
	· San Tiago Dantas
	· Afonso Arinos de Melo Franco
	· Hermes Lima
	· Evandro Lins e Silva
	· Araújo Castro
Tensões com os EUA, devido à nacionalização (encampamento) de empresas, vide Brizola no Rio Grande do Sul. Para amenizar tal situação, Jango faz uma visita aos EUA.
· VIII Reunião de Consultas [1961] – reestabelecimento de relações diplomáticas com a Rússia. Acordo comercial com a URSS: oferecimento de commodities em troca de máquinas e equipamentos.
· Abstenção na expulsão de Cuba da OEA, em 1962.
· Acordo comercial com a China comunista [1962];
· COLESTE – Grupo de Coordernação de Comércio com os países socialistas da Europa Oriental.
· Observador na I Conferência de Países Não Alinhados [Araújo Castro];
· Discurso dos 3 Ds. Por Araújo Castro: Desarmamento, Descolonização, Desenvolvimento.
· Golpe de 1964 – um conjunto de articulações da ordem internacional e das forças conservadoras.
· [ESG] – Escola Superior de Guerra.
· [IPES] – Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais.
· [IBAD] – Instituto Brasileiro de Ação Democrática.
· A Operação Brother Sam – com participação do embaixador Lincoln Gordon – visava a assistência dos EUA caso houvesse Guerra Civil.
Castello Branco [1964-1967]
	Ministros
	· Vasco Leitão da Cunha
	· Juraci Magalhães
Castello Branco defendia uma “correção de rumos” da PEB, defendendo a identidade do Brasil como um país ocidental, cristão e capitalista dentro de um contexto Leste-Oeste. “O que é bom para os Estados Unidos, é bom para o Brasil”. Juraci Magalhães.
Castello Branco adota a teoria dos círculos concêntricos – níveis de prioridade geopolítica a serem dadas por um Estado: Brasil > Bacia do Rio da Prata > Continente Americano > Hemisfério Ocidental > Mundo.
O alinhamento automático com a diplomacia norte-americana, nas palavras de Amado Cervo, em História da Política Externa Brasileira, foi “um passo fora da cadência” do governo Castello Branco. Os demais governos militares retomaram os princípios que nortearam a Política Externa Independente, buscando o desenvolvimento nacional de forma autônoma.
Roberto Campos – Ministro do Planejamento
Otávio Bulhões – Ministro da Fazenda
Ambos os ministros buscavam retomar a credibilidade da economia brasileira no cenário internacional.
Recusa em enviar tropas ao Vietnã e recusa de assinar o acordo sobre têxteis no GATT – protecionismo.
· 1964
· Rompimento das relações diplomáticas com Cuba (exportadora de revoluções).
· A Venezuela rompe relações diplomáticas com o Brasil, posto que no período o país “não se relacionava com ditaduras”. Reatou, porém, por iniciativa própria em 1966.
· [UNCTAD, 1964] – Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento. Como resultado, surge o G-77, que reivindica uma Nova Ordem Econômica Internacional e inclui o Ponto IV no GATT, abrindo uma exceção para a cláusula da NMF, em 1968.
· 1965
· O Brasil participa da FIP [Forças Interamericanas de Paz] na República Dominicana, em 1965. Castelo Branco defende uma força interamericana permanente.
· 1966
· Ata das Cataratas [1966] – O Brasil e o Paraguai firmam, em Foz do Iguaçu, a Ata das Cataratas (ou Ata de Iguaçu), relativa às pretensões territoriais recíprocas no Salto das Sete Quedas e ao aproveitamento comum dos recursos hidrelétricos do Rio Paraná. A Ata é o ponto de partida da chamada “diplomacia das cachoeiras” na Bacia do Prata”. Primeiro documento afirmando o desejo do aproveitamento hidrelétrico do Rio Paraná.
· Reconhecimento do regime militar argentino.
· 1967
· [OPANAL, 1967] – Organização para a Proscrição de Armas Nucleares na América Latina, estabelecida pelo Tratado de Tlateloco, que não foi ratificado de imediato pelo Brasil.
Costa e Silva [1967-1969]
	Ministros
	· José de Magalhães Pinto
Diplomacia da prosperidade
Retorno da política externa independente (universalismo) e do nacional-desenvolvimentismo. Contexto da détente e da lógica Norte-Sul globais. O Brasil se afirma como país subdesenvolvido e do terceiro mundo global, a procura de prosperidade por meio do desenvolvimento. Início de rivalidade com os EUA.
Hélio Beltrão – Ministro do Planejamento
Delfim Neto – Ministro da Fazenda
Delfim Neto ficou famoso por ter dito que primeiro era necessário fazer o bolo crescer para depois reparti-lo.
· 1967
Tratado de Tlatelolco. Cria-se a OPANAL – Organização para a Proscrição de Armas Nucleares na América Latina e no Caribe.
· 1968
· II UNCTAD [1968] – o Brasil se declara como país de terceiro mundo – denuncia a divisão internacional do trabalho desigual e hierárquica. Abandono da bipolaridade, interdependência, segurança coletiva e ocidentalismo.
· TNP – Tratado de Não Proliferação Nuclerar. O Brasil recusa-se a assiná-lo, reclamando de um “congelamento de poder”. Autonomia pela distância.
· Relações com a Europa Ocidental e o Japão se intensificam.
· CECLA – Comissão Especial de Coordenação Latino-Americana. > Consenso de Viña del Mar. Reivindicações aos EUA.
· Comissão de Coordenação do Comércio com os Países Árabes (Coarabe).
· 1969
· Tratado da Bacia do Prata – Soluções para navegação e transporte. “Argentina, Brasil, Bolívia, Paraguai e Uruguai assinam, em Brasília, o Tratado da Bacia do Prata, destinado a promover a integração física da região platina por meio de programas concretos de cooperação”.
Médici [1968-1974]
	Ministros
	· Gibson Barbosa
Diplomacia do Interesse Nacional
Médici fazia parte da chamada linha-dura dos militares. De forma geral, há continuidade do universalismo, mas com alguns pontos de divergência. Diferentemente de Costa e Silva, Médici tenta promover a imagem do Brasil como a de uma potência em ascensão. Nãohavia áreas prioritárias, mas a defesa dos interesses nacionais (desenvolvimento). Nesse contexto, as relações com os EUA apresentaram perda relativa em sua importância, enquanto que as relações com a América Latina passam por momento de aproximação, mas não de privilégio. Várias questões estratégicas foram tratadas nesse período, especialmente em relação a questões fronteiriças e de aproveitamento energético. “Para onde for o Brasil, irá o resto da América Latina”. Nixon
· Périplo de Gibson à África – visita a 9 países com o objetivo de abrir mercados.
· Geisel estendeu, unilateralmente, o mar territorial brasileiro em 200 milhas marítimas. Não houve protesto dos países da América Latina, mas dos EUA.
· Recusa em assinar o TNP, junto à Índia.
· Votou contra o ingresso da China na ONU, em 1971.
· Tratado de Itaipu [1973] – junto ao Paraguai. Acirra a rivalidade entre Argentina e Brasil, que visava a construção da Usina de Corpus. Como resultado, a Argentina acusou o Brasil na ONU de ter violado o princípio da consulta prévia.
· Operação Condor – apoio aos regimes militares no Cone Sul.
· Malogra em receber tecnologia nuclear com a norte-americana Westinghouse.
· Convenção sobre Igualdade de Direitos e Deveres entre Brasileiros e Portugueses.
· Turning poing na política lusotropicalista [Gilberto Freyre], em especial após o Primeiro Choque do Petróleo, em [1973].
· O Brasil ausentou-se do CSNU para não se comprometer com os não alinhados e com o G-77, apesar de ter participado do ECOSOC. “Autonomia pela distância”.
· Missão Empresarial Horácio Coimbra (1972) à China e de cunho exclusivamente comercial.
Ernesto Geisel
	Ministros
	· Azeredo da Silveira
Pragmatismo Ecumênico e Responsável
Geisel faz parte da denominada linha-dura do exército. Dá continuidade ao universalismo. A diplomacia tem ênfase nos interesses comerciais. Pode-se dizer que o governo Geisel marcou um período de distanciamento em relação aos EUA.
· Permitiu a instalação de um escritório da OLP no Brasil – Organização para a Libertação da Palestina.
· O Brasil reconhece a China continental e rompe relações com Taiwan. Princípio de “Uma Só China”, 1974.
· O Brasil é o primeiro país a reconhecer a independência da Angola, sob o governo socialista do MPLA – Movimento Pela Libertação da Angola.
· Voto antissionismo na ONU. 1975. Além de ser contra o apartheid.
· Aproximação com o Japão.
· Albrás – alumínio
· Prodecer – Programa de Desenvolvimento do Cerrado, participação da EMBRAPA-JICA.
· Acordo Nuclear Brasil-Alemanha [1975]
· Queixas do presidente Jimmy Carter levam à denúncia do Acordo Militar [1952] em 1977.
· O Brasil candidatou-se à presidência da Comissão de Direitos Humanos da Onu – e venceu.
· Visita de Henry Kissinger. O Brasil é um key-country.
· O Brasil e a Argentina fecham suas fronteiras, em 1977.
· [TCA, 1978] – Tratado de Cooperação Amazônica.
Figueiredo
	Ministros
	· Ramiro Guerreiro Saraiva
Diplomacia do Universalismo
Retomada da identidade terceiro-mundista. Seu governo foi marcado por uma crise avassaladora, fortemente relacionada ao Segundo Choque de Petróleo, com fuga de capitais para os EUA e inflação galopante. O aumento dos juros americanos mais a crise do México (1982) contribuem para a crise da dívida.
· Recusa do Brasil da criação da OTAS – Organização do Tratado do Atlântico Sul.
· 1983 – Grupo de Apoio a Contadora. Grupo contra a influência dos EUA na América Latina. Embrião do Grupo do Rio.
· Não aderiu ao embargo à URSS.
· Embate com os EUA. Reagan pressionou o Brasil pela abertura econômica e respeito da propriedade intelectual.
· Questão das Malvinas [1982] – neutralidade imperfeita.
· Visita de Ronald Reagan ao Brasil [1982] – memorando sobre cooperação industrial militar.
· Lei de Informática [1984] – acusação dos EUA de protecionismo.
· Acordo Tripartite Brasil-Argentina-Paraguai [1979] – sobre o aproveitamento hidrelétrico de Itaipu e Corpus.
· Em 1983, Figueiredo realiza a primeira visita de um presidente brasileiro à África.
· Visita oficial de Figueiredo à República oficial da China.
· [ALADI, 1980] – Associação Latino-Americana de Desenvolvimento e Integração.
· Consenso de Cartagena – reunião de países latino-americanos com vistas a renegociar suas dívidas públicas conjuntamente.
Sarney
	Ministros
	· Olavo Setubal
	· Abreu Sodré
Diplomacia para resultados
Embora tenha mudado o regime político, houve continuidade na política externa. Continuidade do universalismo com fim de autonomia pela distância e início da maior participação nos fóruns multilaterais.
Olavo Setubal defendia o ocidentalismo. Abreu Sodré promove o reatamento das relações diplomáticas com Cuba. Segundo o ministro, a democracia dava legitimidade e autoridade moral. Continuidade da PEI.
· American Trade Act – retaliações por patentes farmacêuticas e pela Lei de Informática.
· Em 1987, Sarney decreta a moratória da dívida externa.
· Rodada do Uruguai, o Grupo de Cairns é estabelecido, formado por países exportadores agrícolas. Divergência entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos no GATT.
· Sarney realiza a primeira visita de um presidente brasileiro à URSS.
· [CBERS, 1987] – China-Brazil Earth Resources Satellites.
· O Brasil reconheceu a declaração de independência da Palestina, mas não do Estado.
· O CSNU promove sanção à África do Sul.
· Declaração do Iguaçu [1985] – fins pacíficos da Energia Nuclear.
· [AIBA, 1986] – Ata de Integração Brasileiro-Argentina.
· [PICE, 1986] – Programa de Integração e Cooperação Econômica.
· [TICD, 1988] – Tratado de Integração, Cooperação e Desenvolvimento. Previa a construção de um espaço econômico comum na América do Sul dentro de dez anos. Fundamentos que lançaram as bases do Mercosul.
· Convenção contra a Tortura da ONU [1985] e Convenção Interamericana para prevenir e punir a tortura.
· Discurso de Sarnei na AGNU, em 1985. O presidente promove o embargo cultural à África do Sul – uma medida simbólica.
· [ZOPACAS, 1986] – Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul. Desenvolvimento econômico, cooperação militar e proscrição de armas nucleares.
· 1989 – Primeira Cúpula dos Países de Língua Portuguesa. Dá origem ao IILP – Instituto Internacional da Língua Portuguesa. Precedente do CPLP.
Fernando Collor de Melo
	Ministros
	· Francisco Rezek
	· Celso Lafer
Período conhecido como credibilismo – autonomia pela participação. Tem como base a adoção do Consenso de Washington. Abertura econômica do Brasil. O Brasil buscava se inserir no primeiro mundo sem relegar o terceiro. Hipoteca brasileira – Direitos humanos, meio ambiente e não proliferação. Instabilidade na política externa. Cinco ministros em um curto período de tempo.
· O Plano Brady (1989) e negociado em 1992-1994 visava a renegociação da dívida externa dos países em desenvolvimento.
· Continuidade da Rodada do Uruguai.
· ALCA – Área de Livre Comércio das Américas.
· Ata de Buenos Aires [1990]
· [MERCOSUL, 1991] – estabelecido pelo Tratado de Assunção.
· Acordo do Jardim das Rosas (4+1) junto aos EUA, sobre comércio e investimentos.
· Fim das reservas de mercado para os produtos de informática.
· 1992 – Ano em que o Brasil assina diversos tratados sobre Direitos Humanos.
· [ABACC, 1991] – Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares.
· Compromisso de Mendoza, entre Argentina, Brasil e Chile renunciando a armas químicas e biológicas.
· [CNUMAD, 1992] – ou Rio-92, ou Eco-92.
Itamar Franco
	Ministros
	· Fernando Henrique Cardoso
· Celso Amorim
· Reaproximação com a África do Sul pós-Apartheid.
· Continuidade do Consenso de Washington
· Conferência Mundial sobre Direitos Humanos em Viena [1993] – universalidade, interdependência, indivisibilidade.
· O ministro Celso Amorim atualiza o discurso dos 3 Ds: “Democracia, Desenvolvimento, Desarmamento”.
· [OPAQ, 1993] – Organização para a Proibição de Armas Químicas.
· Ratificação do Tratado de Tlaetlolco (1994).
· Protocolo de Ouro Preto [1994] – confere personalidade jurídica internacional ao MERCOSUL.
· Sugestão da ALCSA (1993) – Área deLivre Comércio Sul-Americana em 10 anos, como alternativa ao NAFTA. Optou-se, porém, por ampliar o Mercosul.
Fernando Henrique Cardoso
	Ministros
	· Celso Lafer
Diplomacia presidencial
Almejou apresentar ao exterior a imagem de um país economicamente estável. Continuação do Consenso de Washington e do credibilismo.
· Brasil e Índia na OMS, em 2001 – licenciamento compulsivo para certos medicamentos. Ex: coquetel HIV/AIDS.
· CPLP [1996]. Dentre seus objetivos, temos: concentração político-diplomática, cooperação, promoção do português.
	Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Precedentes: IILP – Instituto Internacional de Língua Portuguesa – 1989.
· PNAC – Project for the New American Century – missão de promover a liberdade política em todo o mundo.
· Adesão ao TNP [1998].
· Arbitragem entre Equador e Peru [1998]
· CTBT (1996) – Tratado para a Proibição Completa de Armas Nucleares.
· Cúpula de Brasília [2000] – estabelece a IIRSA – Integração de Infraestrutura Regional Sul-Americana.
· Ataque ao WTC, em 2001 pela Al Qaeda tem como consequência a Guerra ao Terror de Bush e a mudança do sistema internacional. Passa-se a perceber a influência dos indivíduos de agirem no sistema. A Doutrina Bush baseia-se no unilateralismo. Noção de Eixo do Mal e Rogue States. Ataques preventivos. Afeganistão (2001) e Iraque (2003). O TIAR foi acionado na ocasião do 11 de setembro.
Lula
	Ministros
	· Celso Amorim
Houve certa continuidade na política de FHC, isto é, de credibilidade, mas acrescenta-se o universalismo.
· Substituição do multilateralismo utópico pelo multilateralismo da reciprocidade.
· Princípio da reciprocidade de benefícios.
· Período marcado pela solidariedade e universalismo, como corroboram as doações ao PNUD e ao FAO.
· Cooperação Sul-Sul, por meio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) na América Latina, no Caribe e na África (Cotton 4).
· MINUSTAH [2004] – United Nations Mission on Haiti.
· MAC – Mecanismo de Adaptação Competitiva é utilizado com a Argentina, no âmbito do MERCOSUL.
· [FOCEM, 2005] – Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul.
· [CASA, 2004] – Comunidade Sul-Americana de Nações.
· [UNASUL, 2008] – União Sul-Americana de Nações.
· [CELAC, 2010] – Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos.
· BASIC – responsabilidades comuns, porém diferenciadas.
· G-4 – (Brasil, Índia, Alemanha e Japão) – defendem a reforma do CSONU, com novos membros permanentes e não permanentes.
· Declaração de Teerã [2010].
· No âmbito da Rodada de Doha, o Brasil apoia a criação do G-20 Comercial.
Dilma Rousseff
	Ministros
	· Antônio Patriota
· O Brasil se abstém na Resolução 1973, no contexto da Primavera Árabe.
· Ciência sem fronteiras.
· Comissão Brasil-EUA para Relações Econômicas e Comerciais, na ocasião da visita do presidente Obama.
· Em 2013, a visita de Dilma aos EUA é cancelada, por ocasião do escândalo de espionagem norte-americana.
· O MERCOSUL continua sendo uma zona aduaneira imperfeita, com perfurações na TEC.
· O BRICS, iniciado em 2006, busca a promoção de setores econômicos e maior influência na ordem econômica.
Michel Temer
	Ministros
	· José Serra
· Aloisio Nunes
Retomada do perfil credibilista como solução para amenizar a crise. Utilização do MERCOSUL como busca de credibilidade. Retorno do paradigma dos anos 1990 com foco no comércio.
· 2017
· O Grupo de Lima formou-se em 2017, após a convocação de uma assembleia constituinte na Venezuela, considerada ilegítima por todos os membros do grupo.
· O Brasil assinou o Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares (TPAN, 2017), tendo sido o primeiro país a fazê-lo.
· Solicitação para entrar na OCDE [2017] – clube dos ricos. [O Brasil fora convidado pela França, no governo Lula, para integrar a OCDE].
· Associação do Brasil à Agência Internacional de Energia (AIE) ligada à OCDE.
· Fim da MINUSTAH e início da Missão das Nações Unidas para o apoio à Justiça no Haiti (MINUJUSTH). A MINUJUSTH não possui componente militar e tem como objetivo apoiar o diálogo político e o fortalecimento da Polícia Nacional do Haiti, as instituições judiciais e penais e a situação de direitos humanos no país.
· Em dezembro, a Venezuela declarou o embaixador brasileiro e o encarregado dos negócios como persona non grata. Brasil e Canadá fazem o mesmo.
· 2018
· Brasil solicita acesso à Agência de Energia Renovável (IRENA, criada em 2009).
· Senado aprova adesão ao Tratado de Comércio de Armas (TCA), assinado em 2013 e em vigor desde 2014.
· O Brasil anuncia sua candidatura a um assento não permanente no CSNU para o biênio 2022-2023 após acordo com Honduras.
· Em março, Brasil e Chile iniciam negociação de acordo de livre comércio. Iniciativa que visa a aproximação dos países do Mercosul com a Aliança do Pacífico. Em novembro, firmou-se o acordo.
· O Brasil reconheceu, pela primeira, a condição de apátrida de duas pessoas.
· 73ª AG da ONU. Reunião dos países do G-4. Fórum de Diálogo IBAS à margem da reunião.
· O Brasil assina o Acordo de Escazú. Busca a Aplicação dos princípios da declaração sobre meio ambiente e desenvolvimento sustentável na América Latina e Caribe.
Jair Bolsonaro
	Ministros
	Ernesto Araújo
· Aproximação de Israel. Promessa, antes de ser eleito, de transferir a embaixada para Jerusalém, o que ainda não ocorreu. Abertura de escritório.
· A primeira visita oficial foi feita ao Chile. A PEB atual visa a reforma do Mercosul para uma pauta comercial, aos moldes da década de 1990. Saída da UNASUL. Constitui-se o Prosul.
· 2019
· Em janeiro, o presidente participa do Fórum Econômico Mundial, em Davos (reconhecido como organização internacional desde 2015).
· Em janeiro, Cesare Batista Preso na Bolívia.
· O Brasil informa à ONU sua retirada do Pacto Global Pela Migração.
Fevereiro
· O Brasil apresenta consulta à Índia no âmbito do OSC da OMC por subsídios ao açúcar.
· Juan Guaidó se encontra com Bolsonaro.
Março
· Bosonaro se reúne no Chile com outros países e anuncia a criação do PROSUL.
Abril
· O Brasil denuncia o tratado constitutivo da UNASUL.
· Abertura de escritório em Jerusalém.
· O Brasil circula na OMC proposta para aprimoramento do órgão de apelação.
Maio
· EUA declara apoio oficial à entrada do Brasil na OCDE.
· Viagem do vice-presidente à China por ocasião da V Sessão do COSBAN.
Junho
· Cúpula do G-20 em Osaka, Japão.
Julho
· O Brasil é aceito como aliado dos EUA extra-OTAN.
· 54ª Cúpula do Mercosul. Tratados sobre roaming e sobre atendimento em embaixada dos países do MERCOSUL.
· O Brasil entrou com painel na OMC contra a Índia.
· 2020
Visita aos Estados Unidos:
· Pleito brasileiro de ingresso à OCDE.
O Brasil anunciou que começará a abrir mão de tratamento especial e diferenciado (TED) nas negociações da OMC. Isso não implica qualquer alteração ou redução da flexibilidade já existente no que respeita a certas regras dos acordos da OMC vigentes. 
· Questão espacial
Base de Alcântara. Posicionada para o lançamento de satélites. Salvaguarda tecnológica.
· OTAN.
A Argentina é um Major non Nato Ally dos EUA. Enquanto que a Colômbia é parceiro global da OTAN. O Brasil almeja se tornar um aliado dos EUA extra-Otan.
· Estabilidade nas fronteiras e diálogo amplo.
· A Cúpula BRICS ocorrerá em novembro, em Curitiba.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS
Antecedentes 
· Carta do Atlântico (1941). EUA e Reino Unido discutiram alguns princípios que apareceriam na ONU.
· Declaração das Nações Unidas (1942). 26 Estados se comprometeram a combater o Eixo.
· Conferência de Moscou (1943). Estados Unidos, Reino Unido, União Soviética e China se comprometeram a criar uma organização para substituir a Liga das Nações.
· Conferência de Dumbarton Oaks (1944). EUA, URSS e China discutiram, entre outros temas, a inclusão do Brasil no Conselho de Segurança.
· Conferência de Yalta (1945). EUA, URSS e Reino Unido discutiram, entre outros temas, o poder de veto no Conselho de Segurança.
· Conferência de São Francisco (1945). Criou a Organização das Nações Unidas (ONU) por meio da Carta de São Francisco.
· Liga das Nações
A Liga das Nações,ou Sociedade das Nações (SDN) foi estabelecida ao término da Primeira Guerra Mundial, pelo Tratado de Versalhes, como uma organização internacional com três objetivos básicos: garantir a segurança coletiva, a cooperação internacional e a execução dos tratados de paz. Com sede em Geneva, foi fundada em um contexto de caráter punitivo. Apesar de o presidente norte-americano, Woodrow Wilson ter sido um entusiasta proponente da SDN, com seus 14 Pontos os Estados Unidos nunca integraram a Liga oficialmente, devido a isolacionistas no Congresso, que consideravam a participação na organização uma invasão à soberania do país.
· Problemas estruturais
Falta de Universalismo: – Apenas 50 Estados-membros, dentre os quais não estavam EUA e URSS. Eurocentrismo exacerbado: – Principais países da América e da Ásia simplesmente não estavam presentes. A Liga das Nações, portanto, não tinha representatividade mundial.
· Contribuições
A SDN resolveu alguns conflitos de modo efetivo. Destaca-se o caso de Letícia, entre Peru e Colômbia, em 1933, contou com a presença de um oficial da Marinha na Comissão da Liga das Nações que administrou a região de Letícia. Os Tratados de Locarno [1925] resolveram o conflito entre França e Alemanha e preparou o terreno para a entrada desta na Liga. A Alemanha deixaria a liga em 1933. O norueguês Fridtjof Nansen teve grande participação na solução de refugiados do período. O passaporte de Nansen ganhou o nome em sua homenagem. O “Nansen Office” continuou como ACNUR, na ONU. Os primeiros planos para uma “Estados Unidos da Europa” foram propostas originalmente por Briand, nos anos 1920.
· Brasil na Liga
Ao contrário do que ocorre na ONU – onde somente os membros permanentes do Conselho de Segurança possuem poder de veto – na Liga das Nações, todos tinham poder de veto, inclusive o Brasil. Se valendo dessa brecha, o Brasil vetou a entrada da Alemanha, um país que estava nitidamente indo para caminhos antidemocráticos. O problema é que mesmo com o veto brasileiro, a Alemanha foi admitida. Isso significa que os demais membros passaram por cima da vontade brasileira, indo contra as regras da própria organização e provocando a legítima ira do Itamaraty. Logo em seguida, ainda em 1926, em protesto, o Brasil saiu da Liga das Nações e nunca mais retornou.
· Extinção
A invasão a Manchúria [1932] resultou com a criação do Estado-satélite Manchuoko. A Liga das Nações não reconheceu o Estado, e o Japão saiu da liga em 1935. A SDN falhou também na anexação da Etiópia pela Itália, da Áustria, pela Alemanha e o rompimento da Segunda Guerra Mundial. A SDN funcionou até 1946, quando foi oficialmente liquidada e substituída pela ONU. O Brasil retirou-se da organização em 1926, após a entrada da Alemanha.
Criação da ONU
Organização das Nações Unidos, instituída pela Carta das Nações Unidas, redigida na Conferência de São Francisco e assinada por 51 Estados, em 1945. Iniciativa do espírito inglês e americano que teve início, em 1941, com a Carta do Atlântico, e a Declaração das Nações Unidas, em 1942. A ONU nasceu da Guerra – ius ad bellum – e será construída para combater a guerra, tendo como seus princípios que a força armada não será usada a não ser no interesse comum. Não fundamentou-se em caráter punitivo. Novidades a sua predecessora: maior universalismo, abrangência de temas e órgãos visando ao desenvolvimento.
Dag Hammarskjöld [Segundo Secretário onusiano] “[A ONU] não foi criada para conduzir a Humanidade ao paraíso mas para evitar que ela tombasse no inferno”.
O Brasil é um dos membros-fundadores da ONU. O número de estados-membros quase quadruplicou desde sua fundação. A maior crítica, ao fundar-se a ONU (em especial por latino-americanos) foi o direito ao veto, não foi possível fazer com que as grandes potências aceitassem, de forma clara e indiscutível, que nos conflitos em que elas eram parte, deveriam abster-se de utilizar o direito de veto. Este foi o ponto crucial que paralisou o Conselho de Segurança por décadas.
· Objetivos [art. 1]. Peace-keeping. Desenvolver relações amistosas entre as nações. Igualdade. Cooperação Internacional.
· Como novos membros são admitidos. Recomendação do Conselho de Segurança da ONU. Decisão da Assembleia Geral. Admissão na ONU na aprovação de ambos.
A Carta da ONU pode ser modificada por emendas, com a condição de serem adotadas pelo voto de 2/3 dos membros da AG, inclusive com a aprovação do P-5. A Indonésia foi o único país a retirar-se da ONU como forma de protesto à entrada da Malásia no CSNU em 1965. Mas já no ano seguinte ela retornou à organização. Microestados podem fazer parte da ONU. Para um novo Estado ser admitido na ONU, faz-se necessária a “recomendação” do CSNU. Durante a Guerra Fria, a Rússia vetou o ingresso de vários Estados.
· ONU hoje
Boutros-Ghali (1992 – 1997) inicia o debate sobre reformas, que culminou na Agenda para a Paz. – Cinco pilares: diplomacia preventiva, peacemaking, peacekeeping, peace enforcement e peacebuilding. Contexto de pós-Guerra Fria – Grande otimismo. – Temas até então secundários, passaram a ganhar destaque (Década das Conferências). – Preocupação com unilateralidade norte-americana.
Kofi Annan (1997 – 2007) continua as tentativas de reforma de Boutros Ghali. Documento “Renovar as Nações Unidas: um programa para a Reforma”. Painel de Alto Nível e Relatório Cardoso. Conselho de Segurança ainda ficou intacto, provocando o descontentamento do Brasil.
Década das conferências
1990 Conferência sobre o Direito das Crianças Nova York, EUA.
1992 Conferência sobre o Meio Ambiente Rio de Janeiro, Brasil.
1993 Conferência sobre Direitos Humanos Viena, Áustria.
1994 Conferência sobre Populações Cairo, Egito.
1995 Conferência sobre Desenvolvimento Copenhague, Dinamarca
1996 Conferência sobre Assentamentos Humanos Istambul, Turquia.
Reflexos dos ataques de 11 de setembro de 2001: – Kofi Annan estabelece um grupo de trabalho sobre terrorismo para examinar como a ONU deveria lidar com o fenômeno
Unidos pela Reforma: As “mudanças radicais” de António Gutierrez (2017 – 2021)
Órgãos
· Assembleia Geral
Cada país tem direito a um voto. Reúne-se uma vez por ano, em setembro, com duração de 2 meses, podendo o CSNU convocar assembleias extraordinárias. Debate e formula resoluções e recomendações sobre cooperação internacional. Elege os 10 membros rotativos do CSNU e os 54 do ECOSOC. Nomeia o Secretário-Geral por recomendação do CSNU e com este os membros do CIJ. Resolução Unidos pela Paz, de 1950, no caso de falta de consenso dos membros do CSNU. Suas decisões são tomadas, em caso ordinário, por maioria simples, em especiais, 2/3. Prerrogativas extremamente amplas escassamente eficiente. Resoluções. Caráter recomendatório, não impositivo.
· Conselho de Segurança
15 membros. P-5 (EUA, Rússia, França, Grã-Bretanha, China), 10 rotativos, eleitos pela AG, por dois anos. Recomendar Secretário-Geral à AG. Regra da unanimidade das grandes potências, conferida ao P-5, o direito ao veto. A abstenção não implica veto. A Guerra Fria “paralisou o CSNU”. Após esse período, as resoluções triplicaram. Os Estados-membros da ONU se obrigam a cumprir as decisões tomadas pelo CSNU [art. 25]. O Conselho aplica tais sanções através de forças armadas colocadas à sua disposição pelos Estados-Membros. Votação. Questões processuais 9/15 (sem veto). Demais questões (9/15 com veto). Categorias de operações de paz da ONU:
· Peace-making (promoção da paz). Fazer acontecer a paz. Ocorre durante o conflito e não há o consentimento das partes. Como visa interferir no conflito, armamentos pesados são necessários. O Brasil é contra essa intervenção.
· Peacekeeping (manutenção). Ocorre após o conflito com o consentimento das partes. Como visa apenas manter a paz já existentes, há apenas armas leves. O Brasil não é contra essa intervenção, mas prefere o peacebuilding.
· Peacebuilding (Construção). Construção da paz. Possui caráter militar e social. Além de militares, há demais profissionais – médicos, cientistas etc. O Brasil apoia com veemência esse tipo deintervenção. 
Reforma do CSNU
· Emenda de 1963: membros do CSNU, de 11 para 15.
O grupo Unidos pelo Consenso, também chamado de coffee-club, criado na década de 1990, opõe-se à expansão do número de membros permanentes do CSNU. Incluem: Argentina, México, Coreia do Sul, Canadá e outros.
Plano Kofi Annan, 2005, 24 membros.
Argumento contra a reforma: o poder do veto de 5 membros já tornam o conselho ineficaz em muitas questões. Um conselho ampliado não agravaria esse quadro?
· Conselho Social e Econômico
Órgão coordenador do trabalho econômico e social da ONU, das Agências Especializadas e das demais instituições integrantes do Sistema das Nações Unidas. 54 membros com mandato de 3 anos. Formula recomendações e inicia atividades relacionadas com o desenvolvimento, comércio internacional, industrialização, recursos naturais, direitos humanos, condição da mulher, população, ciência e tecnologia, prevenção do crime, bem-estar social e muitas outras questões econômicas e sociais. Emenda 1965: ECOSOC, 18 para 27 membros. 1973: Para 54 membros.
· Corte Internacional de Justiça
Somente países – nunca indivíduos – podem recorrer à CIJ. Jurisdição eminentemente facultativa. Superveniente: Estados em litígio acordam em levar a matéria para apreciação da Corte. Antecipação: em tratado ou ato unilateral do Estado. Aos que consentem, a sentença é definitiva e inapelável. A CIJ se compõe de quinze juízes chamados “membros” da Corte. Mandato de 9 anos. É possível reeleição. Não pode haver dois do mesmo Estado.
· Conselho de Tutela
Supervisão da administração dos territórios sob regime de tutela internacional. Suspendeu suas atividades em 1994, com a independência do Palau. Existem discussões sobre o que fazer com o Conselho de Tutela, desativado desde 1994 com a independência de Palau, um pequeno território na Oceania – a última área tutelada pela ONU.
· Secretariado
O Secretariado presta serviço a outros órgãos das Nações Unidas e administra os programas e políticas que elaboram. Seu chefe é o Secretário-Geral, que é nomeado pela AG, seguindo recomendação do CSNU. “Poderá chamar a atenção do CSNU para qualquer assunto que em sua opinião possa ameaçar a manutenção da paz e da segurança internacionais”.
Orçamento
As contribuições dos Estados constituem a principal fonte de recursos do orçamento e são revisadas a cada três anos. Fundos e programas da ONU, como por exemplo, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) possuem orçamentos próprios e grande parte de seus recursos são provenientes de doações voluntárias dos governos e também de indivíduos, como é o caso do UNICEF. 
OIGS ou agências especializadas
São organizações a parte, autônomas, vinculadas à ONU mediante acordos especiais. Trabalham com a ONU e entre si através do mecanismo coordenador que é o (ECOSOC). Seus secretariados, integrados por pessoal internacional, trabalham sob a direção dos chefes-executivos desses organismos.
Nomenclatura onusiana: O termo Terceiro Mundo ou mesmo país subdesenvolvido torna-se impróprio. Países desenvolvidos e países em desenvolvimento (PED), dentre os quais, países de menor desenvolvimento relativo (LDC).
UNCTAD – 1964 e o regime de preferências, exceptuando a cláusula de nação mais favorecida. Reuniões a cada quatro anos.
PNUD – foi criado em 1965. O PNUD não executa seus programas de assistência técnica. Ele simplesmente financia, coordena e avalia os projetos que são executados por terceiros. Portanto, o PNUD aplica a chamada doutrina da institucionalização programática e da terceirização. Durante as décadas de 1960-70 buscou-se fazer com que os países industrializados disponibilizassem anualmente 1% de seu PNB para a ajuda ao desenvolvimento.
Missões de paz
	Histórico
	Na SDN, a França propusera forças permanentes para a realização de missões de paz, que foram atenuadas pelo Congresso norte-americano, que considerava a proposta original (art. 10) uma invasão a soberania. Carta alterada e menos ambiciosa. Membros não poderiam declarar guerra se um membro aceitara uma solução pacífica. Nas negociações da ONU, FDR recusou forças militares permanentes.
	Fundamento
	Não estavam previstas na Carta da ONU. Base jurídica construída de forma consuetudinária com cada caso. O CSNU pode convidar as partes a negociarem e pode impor a paz. Capítulo VI – soluções pacíficas. Capítulo VII – missões de paz. Dag Hammarskjöld teria respondido que a base fundamental está no Capítulo VI e meio.
	Evolução dos princípios
	· O consentimento das partes em conflito
· O não uso da força
· O não uso da força nas missões de observação
· O não uso da força nas forças de paz
· A imparcialidade
	Demais características
	As considerações financeiras são elementos importantes no processo de tomada de decisões quanto ao lançamento de PKO. Os resultados das intervenções da ONU refletiram, mormente, o nível de engajamento das grandes potências nos diferentes cenários e a vontade das partes de alcançarem uma solução para os conflitos: bem-sucedidas e questionáveis. Os encargos mais pesados do planejamento e execução das operações de manutenção da paz recaem sobre o Secretário-Geral da Organização, que dispõe de um Secretariado e de pessoal qualificado nos países anfitriões para o ajudar na administração das diferentes tarefas atribuídas às missões de paz. Com efeito, o CSNU, ao criar uma nova operação, determina as incumbências do Secretário-Geral. ACNUR E PNUD tem grande papel, assim como as ONGs, com destaque para a Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Anistia Internacional e Human Rights Watch.
	Guerra Fria
	Durante a guerra fria houve poucas operações de paz. O poder de veto congelava o CSNU.
Resultado unidos pela Paz
· [UNEF I, 1957-1967] – Força de Emergência das Nações Unidas. No Sinai e na Faixa de Gaza. O Brasil participou com o Batalhão de Suez. 
· UNEF II, 1973
· UNAVEM III, Angola, 1991
	Interregno pós-guerra fria
	Aumento das operações de paz: Nos anos 1990 houve o “descongelamento” do CSNU, com o término da Guerra Fria. O afloramento de antagonismos étnicos e religiosos; e a crescente universalização dos valores da democracia e do respeito aos direitos humanos. A ONU estabeleceu seis operações de manutenção da paz e três forças multinacionais desde 1992 nos Balcãs.
	11 de setembro
	Os ataques às Torres Gêmeas, em 2001, e seus desdobramentos não interromperam as PKOs, mas as enfraqueceram.
	Participação brasileira
	O Brasil participa de operações de paz desde os anos 30 e, no âmbito da ONU, desde 1957. Envolvimento do País em duas missões de paz realizadas fora do âmbito das Nações Unidas — na República Dominicana em 1965-66, no âmbito da OEA. [FAIBRÁS] e na fronteira entre o Equador e o Peru em 1995-99 – MOMEP Missão de Observadores Militares na Cordilheira do Condor. Com um Tratado Global e Definitivo em 1998.
O Brasil seguiu, durante a Guerra Fria, tendências americanistas e globalistas. Ausentou-se do CSNU durante 20 anos [1968-1987], desconfiança dos órgãos multilaterais. “Autonomia pela distância”. Retorna em 1988. “Autonomia pela participação”. Na década de 1990, retorna seu pleito por um assento permanente no CSNU. O Brasil participou da missão no Timor Leste, em 1999, uma ruptura em sua política não coercitiva. Uma das características do Brasil é sua predominância em missões na América Latina e nos PALOPs.
O Governo brasileiro opõe-se às propostas de criação de uma força permanente ou semipermanente que ficaria sob o controle operacional e político das Nações Unidas, como foi proposto, em linhas gerais, pelo então Secretário-Geral Boutros-Ghali, em 1991, no relatório “Uma Agenda para a Paz”. O secretário não foi reconduzido ao posto. Mais importante documento da ONU referentes as PKOs..
· MINUSTAH [2004-2017]
Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti. Teve debate contra no processo devido aos custos envolvidos. Como argumento, utilizou-se a solidariedade. Na realidade, tem-seque foi um ato para mostrar a capacidade do país como possível membro do CSNU.
Força Interina das Nações Unidas no Líbano – UNIFIL. O Brasil lidera a força Naval desde 2011.
MONUSCO. Missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo.
Não Proliferação
O regime internacional de não proliferação nuclear teve início com o temor de sua utilização para fins militares. Os EUA foram os primeiros a desenvolverem a bomba atômica, com o Projeto Manhattan, testado em 1945, no Novo México, arma posteriormente utilizada em Hiroshima e Nagasaki “Little Boy”. Em 1949, a União Soviética testa sua primeira bomba atômica. Iniciou-se uma corrida armamentista que gerou um novo temor internacional, a MAD – Mutual Assured Destruction. A situação se complicou com a criação da bomba de hidrogênio.
· Início do Regime
Surge o longo debate sobre não proliferação, em especial com a criação da UNAEC – United Nations Atomic Energy Comission, em 1946, pela AGNU. Presidente: Bernard Baruch propõe o Plano Baruch para a criação de organismos que permitissem apenas o uso pacífico da energia nuclear [consagração da hegemonia dos EUA]. O plano não foi aceito e a UNAEC foi suspensa. 
· Programa Atoms for Peace e a criação da AIEA
Dwight Eisenhower [1953-1961] lançou o Programa Átomos para a Paz, em 1953, que, além de propor a criação da AIEA, previa a transferência e desenvolvimento de tecnologia nuclear civil aos países que colaborassem com a fiscalização por meio de salvaguardas. A colaboração da URSS tornou-se possível com a morte de Stálin. A AIEA entrou em funcionamento em 1957.
· O Tratado de Não-Proliferação Nuclear
Na década de 1960, cinco países detinham armas nucleares, URSS, EUA, UK, França e China. A agência não era suficiente para impedir a proliferação, por não possuir obrigações específicas. O TNP, assinado em 1968, consistia em uma proibição de transferência de armas nucleares de NWS – Nuclear Weapon States – Estados que possuíam armas atômicas – para NNWS – Non-nocuear Weapon States. A criação do TNP conferiu à AIEA a função de fiscalizar seu cumprimento. Todo e qualquer programa nuclear deve ser submetido ao escrutínio da agência, sendo permitido o desenvolvimento de energia nuclear para fins pacíficos. Considera-se que a agência não possuía ferramentas para fiscalizar possíveis programas secretos.
Com o choque de petróleo, muitos Estados se interessaram pelo desenvolvimento de energia nuclear. A Índia e o Paquistão, não signatários, realizam testes nucleares nessa década. O governo norte-americano de Jimmy Carter [1977-1981] atuou na AIEA, defendendo que a agência mudasse de foco, deixando de lado a transferência de tecnologia e fiscalizando mais.
A conferência de revisão do TNP ocorria a cada cinco anos. A desintegração da URSS gerou preocupações, uma vez que surgiram quinze Estados detendo armamento nuclear. Firmou-se acordo para que os Estados transferissem todo o material nuclear para a Rússia, em troca de assistência norte-americana.
· ONU e o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP)
Países que não se aderiram: Índia, Paquistão e Israel.
2003: Retirada da Coreia do Norte
CTBT – Esses pequenos Estados conseguiram levantar esse debate na ONU e barrar – ou pelo menos diminuir significativamente – a realização desses testes.
· Repensando
Um debate iniciou-se, quando, nos anos 1990, descobriu-se que o Iraque, signatário, mantinha programa clandestino. Ressaltou-se ainda mais a dificuldade de fiscalização da AIEA. Em 1992, iniciou-se estudo do Programa 93+2, ou Protocolo Adicional [1997], passou a dar mais poder de fiscalização a AIEA, sobre instalações não declaradas.
Tratado sobre o Comércio de Armas em 2013. O Brasil assinou. EUA denunciou em 2019.
· Tratado de Proibição de Armas Nucleares. [TPAN]. Foi assinado pelo Brasil em 2017. Visa a proibição total de armamento nuclear.
PEB e Defesa Nacional
Diplomacia e segurança são temas diretamente ligados. Barão de Rio Branco (1902 – 1912) dizia que “Não é possível ser pacífico sem ser forte” e que “não é possível afirmar que a cooperação sempre prevalecerá sobre o conflito”. Assim, a força não serve para atacar, mas para dissuadir uma agressão.
Política Nacional de Defesa – contra ameaças externas, é o documento condicionante de mais alto nível do planejamento de defesa.
Estratégia Nacional de Defesa – diretrizes para a adequada preparação e capacitação das Forças Armadas.
Livro Branco de Defesa Nacional – visa esclarecer a sociedade brasileira e a comunidade
internacional sobre as políticas e ações que norteiam os procedimentos de segurança e proteção à soberania brasileira.
Política Nacional de Inteligência (PNI).
Migração
2017. Novembro. Entra em vigor a Nova Lei de Migração, que substitui o Estatuto do Estrangeiro.
2018. Cerca de 34 mil pessoas solicitam o reconhecimento de refugiado no Brasil. Mais da metade da Venezuela. Depois cubanos, hatinianos, angolanos.
Julho. Estados da ONU firmam o Pacto Global por uma Migração Ordenada, Regular e Segura.
Setembro. Declaração de Quito sobre Mobilidade Humana dos Cidadãos Venezuelano na Região.
Outubro. Reconhecimento de apátrida pela primeira vez, graças a Lei da Migração.
2019. Janeiro. Governo informa oficialmente à ONU sua retirada do Pacto Global para migrações.
Março. Brasil despensa visto de visita para Austrália, Canadá, EUA e Japão.
Junho. 70 milhões de pessoas.
Word Population Prospects. O Brasil é ultrapassado pelo Paquistão, tornando-se o sexto país mais populoso do mundo.
Terrorismo e Narcotráfico
Os conflitos armados envolvendo entes não estatais tendem, hodiernamente, a ocorrer com elevada frequência, em detrimento das guerras tradicionais. Estas mínguam, dentre outras razões, por haver poucas disputas de fronteiras e em função da possibilidade de escalada nuclear. 
· 11 se setembro
Os atentados de 11 de setembro aumentaram a relevância do terrorismo na pauta internacional, além de acabar com a perspectiva otimista do “Fim da História” e de levar a crença de um mundo hobbesiano. Assim, temas como economia e desenvolvimento são postos à margem em benefício da segurança. Verificam-se ações contrárias ao DIP em “nome da segurança”. É lícito dizer que se forma uma institucionalização do tema em regime internacional. O caráter transnacional do terrorismo demanda políticas públicas de âmbito mundial contra o fenômeno. Compartilha-se a premissa básica de que é necessário combater o terrorismo, mas há discordância a respeito de aspectos centrais da tarefa.
· Características gerais do regime internacional antiterrorista
Em 1972, incluiu-se a temática do terrorismo internacional, pela primeira vez, na agenda da AGNU. Passou-se de uma visão jurídico-política [condescendente] ao repúdio inequívoco ao terrorismo.
Com o avanço tecnológico, o Estado tem perdido o monopólio da violência em favor dos indivíduos, que encontram facilidade em adquirir e manusear as armas. Assim, o terrorismo mata mais que guerra. A globalização também alterou a forma como o terrorismo funciona. Antigamente, altamente hierarquizado e com grupos militares, no meio informacional funciona em pequenas e inúmeras células descentralizadas, o que torna a detecção e infiltração praticamente impossível. O sensacionalismo da mídia amplifica os efeitos imateriais do ato, conferindo-lhe mais atentado. A crescente participação do CSNU contra o terrorismo é perceptível desde a década de 1990, sob o Capítulo VII. O acontecimento imediato pós-2001 foi a invasão ao Afeganistão, unilateralmente. Os EUA alegaram autodefesa, o que depois foi confirmado pelo CSNU, apesar de haver controvérsias jurídicas. Resoluções posteriores classificam o terrorismo como uma ameaça à paz e à segurança.
A Resolução 1373 de 2001 estabelece um conjunto de deveres aos Estados, de modo que não cooperem de modo ativo ou passivo com o terrorismo, além de instigarem a criação de leis antiterroristas. Criou também o CAT – Comitê antiterrorismo, que fiscaliza o cumprimento da Resolução, As obrigações do Estado dividem-se em preventivas e repressivas, sendo,certamente o state-sponsored terrorism banido.
· O cumprimento das normas estabelecidas
De acordo com Nye, a segurança interna tem ascendência internacional. As relações internacionais do Brasil tem como princípio repúdio ao terrorismo (art. 4º, VIII). Há várias normas internas, que, no conjunto, são consideradas apropriadas. O governo brasileiro tem-se esforçado para que o País vincule-se a todos os tratados internacionais sobre terrorismo e os internalize. No âmbito hemisférico, o Brasil é signatário das três convenções da (OEA) relacionadas ao terrorismo. O Brasil é signatário da Convenção de Palermo. A ABIN e a PF detém papel fundamental entre as instituições brasileiros. A cooperação internacional antiterrorista gira em torno de três aspectos principais: (a) a geração e a disseminação de informações; (b) a aplicação de medidas de controle e supervisão dos fluxos financeiros e de pessoas; e (c) a cooperação judicial.
Regionalmente, até mesmo o Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM). O Mercosul tem sido particularmente instrumental em questões de segurança.
Temor de ADM – Armas de Destruição em Massa. O Brasil tem importantes instrumentos de controle. Convenção sobre a Proibição de Armas Químicas (CPAQ) e da Convenção sobre a Proibição de Armas Biológicas (CPAB). O País tem advogado, conforme sua tradição diplomática e na contramão do discurso das grandes potências, que o desarmamento é mais importante que a não proliferação como forma de evitar o terrorismo maciço.
É evidente a cooperação antiterrorista entre os países da Tríplice Fronteira. A região cresceu exponencialmente desde a construção de Itaipu. Em decorrência de ataques terroristas à Argentina, na década de 1990, certa atenção voltou-se à região, fato atenuado pela presença de comunidade árabe. O Brasil tem sido pressionado sobre negligência. Em sua defesa, alega não haver comprovação de atividades terroristas na região. Mecanismo 3+1 entre os três países e os EUA.
· O regime em construção
Salvo a França, os demais membros do P-5 defendem a flexibilização dos direitos humanos em sua luta contra o terrorismo.
· EUA
Patriot Act, reduzir as liberdades civis, com intrusão na intimidade, prisões arbitrárias e ameaças, sobretudo contra estrangeiros. Externamente: atos unilaterais. “Guerra Mundial ao Terror”. Justificativa: a guerra não era mais contra exércitos poderosos, mas com terroristas e Estados Bandidos – Rogue states – que poderiam usar ADMs. Tal doutrina tem um caráter messiânico e reforça a contenção de combate ao armamento nuclear, justificativa utilizada para a invasão ao Iraque em 2003.
Faceta econômica: países cooperativos como Turquia e Paquistão passaram a ter preferência em OIGs como FMI e Clube de Paris. Maior aproximação com a América Latina é abandonada.
· Reino Unido
O país considera a Al-Qaeda a maior ameaça para sua paz. Em 2005, o país foi alvo de atentados. Aliança especial com os EUA. Apoio total à guerra ao terror. A percepção de abusos no antiterrorismo reforçou-se quando, em julho de 2005, a polícia britânica executou o brasileiro Jean Charles Menezes, como resultado da doutrina de “atirar para matar” terroristas.
· França
A França sofreu atentatos no período de descolonização. Apoiou os EUA na guerra ao terror, mas rechaça os ataques preventivos.
· China
A China apresenta problemas internos de separatismo violento que a inclinam a apoiar o regime internacional antiterrorista. Xinjiang, Desde o 11 de Setembro, o governo chinês insiste em equiparar os separatistas uigur aos terroristas islâmicos que estão no foco da “guerra ao terrorismo”. Entretanto, os EUA têm rejeitado as tentativas de igualar os uigur aos talibãs.
· Rússia
Com o fim do socialismo real, a Rússia entrou em grave crise, contexto em que Putin assume, em 1999. O país defende o combate ao terrorismo, usando o fenômeno para combater movimentos separatistas na Chechenia. Os russos temem que a guerra ao terror dos EUA prejudique suas relações com o “eixo do mal”.
· Posições brasileiras
O terrorismo é considerado tema de baixa prioridade na agenda externa – o país não sofre ameaças terroristas nem casos notórios de atentados, devido, em parte, a sua política de não intervenção. De maior risco para a segurança nacional do país são possíveis conexões entre o crime organizado brasileiro e grupos guerrilheiros em países vizinhos, como as FARC, na Colômbia. A proteção da Amazônia é considerada a maior prioridade em termos de defesa.
O Brasil foca sua atenção, também, ao combate ao crime organizado, o que enxerga como meio de combate ao terrorismo. Em âmbito externo, a prioridade absoluta do país é o desenvolvimento social e econômico, agenda que vê como fundamental para o combate ao terrorismo.
Os EUA adotam a visão de Estado fracassado [failed states] como possível causa do terrorismo. Surge noção de intervenção militar e econômica para amenizar a situação.
TIAR – Resolução “Ameaça Terrorista nas Américas” em 2001.
· Colômbia
Considera-se um risco o transbordamento de conflitos transfronteira na Amazônia. Os EUA iniciaram o Plano Colômbia em 1999. O governo da Colômbia, no contexto da guerra ao terror, convenceu a relação dos narcotraficantes com o terrorismo, uma vez que aquele financiaria este. Assim, em 2002, as FARC passaram a constar na lista norte-americana e europeia de grupos terroristas. Os recursos do Plano Colômbia foram reorientados para o combate terrorista. A presença militar no país vizinho tem sido um motivo de preocupação para o governo brasileiro. O Brasil tem participado por meio de intercâmbio de inteligência do SIVAM.
	As FARC foram estabelecidas em 1964 e atuaram até a conclusão do acordo de paz com o governo colombiano em 2016, como uma guerrilha paramilitar. Ainda em 2016, houve o estabelecimento de uma mesa de negociações entre o governo colombiano e o Exército de Libertação Nacional (ELN). Contudo, após muitos reveses nas negociações, não houve acordo concreto. Recentemente, em janeiro de 2019, o Presidente colombiano, Iván Duque, deu as negociações por encerradas, após um atentado. Uma das cláusulas do acordo de paz com as FARC prevê cadeiras obrigatórias para o partido das FARC no Parlamento, como forma de integração gradual dos ex-guerrilheiros à população.
O Brasil não cedeu e seguiu firme em sua política de não elaborar lista de grupos terroristas. Com efeito, o Brasil – a exemplo das Nações Unidas – tem-se afirmado contrário à elaboração de listas de terroristas.
· Conclusão
Muitos visualizam o unilateralismo do EUA um dos fatores para a corrida para a reforma do CSNU e, inclusive, do FMI. O país defende o fortalecimento do multilateralismo e a defesa dos direitos humanos, privilegiando o diálogo antes da beligerância. Há discussão sobre o que é terrorismo – dependendo do ponto de vista, é confundido com heroísmo – e sobre a inclusão nessa categoria de grupos de libertação e forças estatais.
Convenção das Nações Unidas Contra o Tráfico de Narcóticos e Substâncias Psicotrópicas (1988) e pela Convenção das Nações Unidas Contra o Crime Organizado Transnacional (Convenção de Palermo, 2000).
Direitos Humanos
Carta da ONU [1945] – milestone para os direitos humanos.
	International Bill of Human Rights
	
	
	DUDH – 1948
	· Declaração Universal dos Direitos Humanos.
	TDCP – 1966
	· Tratado de Direitos Civis e Políticos.
	TDESC – 1966
	· Tratado de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais.
O Regime Militar [1964-1985] foi marcado pelo conservadorismo sobre o tema, enquanto que a década de 1990 foi considerada a “Década das conferências sociais”. Em 1992, o Brasil assina o Pacto de São José da Costa Rica [1969] e os Acordos de [1966].
Conferência de Teerã (1968) – Prevalência do relativismo cultural e do soberanismo.
Conferência de Viena [1993] sobre Direitos Humanos institui os seguintes princípios. Além disso, criou o Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos. O universalismo se sobresai no debate universalismo x multiculturalismo.
– É reconhecido o caráter universal e indivisível dos direitos humanos,que não serão relativizados e
configuram-se como tema global, não cabendo questões de soberania para sua violação.
· Universalismo.
· Indivisibilidade.
· Interdependência.
1977: entrada do Brasil na Comissão de Direitos Humanos. Atuação tímida, apenas como meio de se proteger.
Em 2002, o Brasil ratificou a Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra a Mulher [CEDAW, 1979].
· 2006: a Comissão dá lugar ao Conselho de Direitos Humanos Passa de 53 membros para 47 membros. O Conselho reporta se à AGNU, não ao ECOSOC. Os membros do mesmo são escolhidos pelo plenário da AG, por meio do quórum de maioria simples, não com base no critério geográfico.
· Todos os estados-membros das Nações Unidas são periodicamente submetidos a Revisão Periódia Universal (RPU) do CDH. 
Experiência brasileira com os Palops, no Timor Leste e no Haiti. Minustah [2004].
Hoje, diversos países repudiam as ações unilaterais dos EUA no contexto da GWT.
Na OEA, em 2013: Convenção Interamericana Contra o Racismo, a Descriminação Racial e Formas Correlatas de Intolerância. Primeira convenção sobre o tema firmada no âmbito da OEA.
· 2015 – Agenda 2030. ODS. Compreende 17 objetivos e 169 metas.
· 2017
· O Burundi torna-se o primeiro Estado-membro a abandonar o TPI.
· TPI adota resolução que permite que crime de agressão possa ser julgado pelo tribunal.
· Setembro. CDH da ONU. Resolução Pleno exercício dos direitos humanos por todas as mulheres e meninas na trasverdalização sistêmica da perspectiva de gênero na implementação da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável. Texto de iniciativa do Brasil com países da CPLP.
· 2018.
· CIJ. Bolívia entra contra o Chile para reivindicar territórios perdidos na Guerra do Pacífico.
· A CIDH emitiu parecer que determina o reconhecimento de plenos direitos aos casais do mesmo sexo.
· Fevereiro. A Procuradoria do TPI deu início a análises preliminares de denúncias de crimes contra a humanidade na Venezuela e nas Filipinas.
· Os EUA anunciam saída do CDH da ONU, sob o argumento de que o órgão seria enviesado contra Israel.
· Agosto. Michelle Bachelet é aprovada pela AGNU como próxima Alta Comissária da ONU para Direitos Humanos.
· Outubro de 2018. Pela primeira vez, o Brasil reconhece a condição de apátrida. Tal reconhecimento passou a existir no Brasil com a nova Lei de Migração.
· 2019. Alta Comissária DH. Relatório sobre Venezuela. Denuncia o uso generalizado de força excessiva e torturas.
· EUA e Israel deixam a UNESCO oficialmente
Meio Ambiente
1949 – Conferência de Lake Success. Durante a UNSCCUR (1949), foram feitos apenas debates acadêmicos sobre meio ambiente; discussões que envolviam apenas cientistas e poucos atores relevantes. Nada de concreto foi decidido.
1968 – Conferência de Paris. Na Conferência da Biosfera (1968) ficou entendido que o homem era indissociável do meio ambiente; e, por conta disso, foram criadas as Reservas da Biosfera determinadas por cada país.
1971 – Conferência de Ramsar. Em Ramsar, no Irã, os Estados compreenderam a importância das áreas úmidas.
1985 – Convenção de Viena. Na Convenção de Viena (1985), discutiu-se medidas para a proteção da camada de ozônio, mas não houve resultados práticos.
1987 – Protocolo de Montreal. Influenciados pela Conferência de Viena, os Estados assinaram o Protocolo de Montreal (1987), um acordo concreto para a redução dos gases que prejudicam a camada de ozônio.
CNUMAH, 1972
· [CNUMAH, 1972] – Conferência de Estocolmo.
Os anos 1960 marcaram extrema insatisfação com o status quo. Várias publicações ambientalistas abordam o tema. O Clube de Roma lança, em 1972, Limites para o crescimento criticando os países em desenvolvimento, especial o Brasil. Neomalthusianismo.
O CNUMAH foi um turning point. Início de debates polarizados em nível internacional entre o Sul Subdesenvolvido e o Norte Desenvolvido. Crescimento zero versus desenvolvimento limitou os avanços de Estocolmo. Internacionalização da Amazônia em discussão. Comportamento defensivo do Brasil. Princípio da soberania nacional.
· Conquistas
Inserção da temática ambiental no âmbito internacional. Maior participação da sociedade civil. No Brasil, a criação da Sema [1974] – Secretaria Especial do Meio Ambiente.
· A partir do governo Sarney, o Brasil adota paulatinamente posição conciliatória e negociadora. Na AGNU, em 1989, Sarney defende as “Responsabilidades comuns, porém diferenciadas”.
· Relatório Brundtland [1987] – “Nosso Futuro Comum” traz o conceito de desenvolvimento sustentável.
· Convenção de Basileia [1989-1992] – sobre resíduos perigosos.
· [CNUMAD, 1992]
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. ECO-92. Rio-92. Governança global ambiental. O Brasil adota uma postura proativa.
· Agenda 21
· Declaração de princípios sobre florestas. Convenção sobre diversidade biológica. Comissão para o desenvolvimento sustentável.
· Declaração de princípios sobre meio ambiente e desenvolvimento. 27 princípios. Declaração do Rio de Janeiro. Desenvolvimento Econômico. Desenvolvimento Social. Proteção Ambiental.
· Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática.
· Conferência de Joanesburgo [2002]. Rio +10. Postura propositiva do Brasil. Sem avanços notáveis.
· 2008 Fundo Amazônia. Captação de recursos para projetos em ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento do bioma.
· [CNUDS, 2012]
Rio +20. “O Futuro que Queremos”. Fórum intergovernamental de alto nível. O Brasil evita a criação de uma OIG para o meio ambiente, defende o fortalecimento do PNUMA.
2018.
· Convenção Internacional da Baleia. Declaração de Florianópolis.
· Brasil assina o Acordo de Escazú às margens da AGNU.
· Japão anuncia sua retirada da Comissão Internacional da Baleia, para retomar a caça a esses animais a partir de julho de 2019, juntando-se à Islândia e Noruega.
· Itamaraty comunica a retirada da candidatura brasileira para sediar a COP 2015 de 2019.
2019.
· Entra em vigor a Emenda Kigali ao Protocolo de Montreal. Compromisso de redução do consumo e da produção de HFCs para todos os países.
Mudanças Climáticas
· Painel Intergovernamental sobre Mudança de Clima, vinculado a ONU.
Sob a Convenção-Quadro sobre Mudanças Climáticas, celebrou-se o Protocolo de Kyoto [1997]. Passou a vigorar em 2005 e expirou em 2012. Visava a redução de emissões em pelo menos 5,2% aos níveis de 1990.
· MDL – Mecanismo de Desenvolvimento Limpo. Proposta brasileira.
· Países do Anexo 1.
· Por ocasião do COP-15, o Brasil anunciou redução voluntária.
COP 13 (2007) – Bali. Substituição do Protocolo de Quioto. – Qual será o teor do documento? – Qual será o alcance do documento?
COP 15 (2009) – Copenhague. Impasse: – Nasce o BASIC – Fundo verde – Mecanismo de Adaptação. Os países do BASIC defendiam que em caso de novo acordo, a responsabilidade deveria recair sobre os países desenvolvidos
COP 17 (2011) – Durban – Plataforma de Durban – Prorrogação do Protocolo de Quioto até 2017/2020 – Prazo limite até 2014 para a consolidação das metas – Metas, com força de lei, para todos os signatários – Brasil e BASIC aceitam pela primeira vez.
· Acordo de Paris.
Na 21ª COP. Para entrar em vigor, países responsáveis por 55% dos gases deveriam assinar. Foi assinado em 2015, entrou em vigor em 2016. Manter o aumento da temperatura abaixo dos 2º C comparado ao período pré-industrial.j
Em 2017, o presidente Donald Trump decidiu sair do acordo. EUA segundo maior emissor.
O Brasil compromete-se a reduzir suas emissões em 37% até 2025 aos níveis de 2005 e em 43% em 2030. Zerar o desmatamento ilegal até 2030 e reflorestamento de 12 milhões de hectares até 2030.
Sistema Financeiro Internacional
1870-1914. Padrão libra-ouro. Do crescimento do Reino Unido como potência até o início da Primeira Guerra Mundial.
1914-1944. Não havia padrão-ouro. Da Primeira Guerra Mundial até o Sistema de Bretton Woods.
1944-1971. Padrão dólar-ouro. Do sistema de Bretton Woods até o fim decretado por Richard Nixon.
1971-atualmente. Não há padrão-ouro. Após 1971, o padrão-ouro nunca mais foi adotado.· Principais resultados do Acordo de Bretton Woods.
· Criação do Fundo Monetário Internacional (FMI).
· Funções do FMI. Monitoramento do sistema monetário internacional. Empréstimos aos países-membros. Capacitação.
· Criação do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) que integra o Grupo Banco Mundial.
· Política monetária: economia indexada ao dólar e dólar indexado ao ouro
1973: Choque do Petróleo. A OPEP impõe embargo aos aliados de Israel. Isso gera aumento dos preços de petróleo e inflação. Turbulências e mudanças importantes na economia mundial: Países centrais em crise. Crescimento dos terceiro-mundistas: Em meio à crise, Estados Unidos relativizam Bretton Woods e abandonam o padrão-ouro. Há explosão de liquidez internacional e transferência de riqueza para os países subdesenvolvidos. Com isso, a classificação das cinco etapas e das seis fases passou a não dar conta da realidade.
Os países desenvolvidos responderam às dificuldades por meio do G-8. Já os subdesenvolvidos, se agruparam no G-24 e propuseram uma Nova Ordem Econômica Internacional (NOEI) como alternativa à Bretton Woods..
Em meio à crise do petróleo, o que fazer? Países desenvolvidos propõem o G4 (atual G8) – para discutir soluções para a crise e contornar a falta de acesso ao petróleo. Países subdesenvolvidos propõem o G24 e o Blue Books, visando reformar a ordem econômica internacional e garantir maior simetria. Baseada na reforma profunda de Bretton Woods, especialmente do FMI e do Banco Mundial.
1945: decidiu-se que o comércio seria tratado posteriormente. 1946: surgiram as primeiras propostas estruturadas para o tema. 1947: Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT). Genebra (1947): criação do GATT. Havana (1948): aprovada a Carta da OIC. Mas os EUA não aderem.
Nos anos 1970, enquanto os países desenvolvidos estavam em crise, os subdesenvolvidos estavam crescendo. Nos anos 1980, os desenvolvidos voltaram a crescer e os subdesenvolvidos entraram em crise.
Visando a reformar Bretton Woods, os países subdesenvolvidos pediam mais regulação do sistema financeiro. Reagan e Thatcher, no entanto, acreditavam que para reduzir a pobreza, o sistema financeiro deveria ter menos regulação.
Blue Book – a reforma do FMI – especialmente do sistema de cotas; a maior participação dos países em desenvolvimento no sistema financeiro internacional; e, maior regulamentação do mesmo. Nova Ordem Econômica Internacional (NOEI).
Os anos 1990 presenciam o avanço do neoliberalismo e a desregulamentação do sistema financeiro – medidas que não somente refletiram nas finanças, mas na política internacional em geral.
Em 1998, o G-7 expandiu para incluir a Rússia, que nesse momento já estava se recuperando das graves crises econômicas após a falência da União Soviética.
A crise financeira de 2008, ocorreu uma situação semelhante à dos anos 1970: países desenvolvidos sendo mais afetados do que os emergentes. Nessa esteira, ressurge o debate acerca da reforma do sistema financeiro internacional.
Direito do Comércio Internacional
· Histórico
As Grandes Navegações deram início à globalização, no século XVI, “costurando as bordas da Pangeia”. Período marcado pelo mercantilismo, com destaque para o Tratado de Methuen [1703] entre Portugal e UK.
O comércio internacional moderno surge com a Nova Lex Mercatoria, ao final da Segunda Guerra Mundial. Destacam-se a OMC e as Cortes Internacionais de Arbitragem.
GATT-1947
Em 1944, a Conferência de Bretton Woods deu origem ao BIRD e ao FMI. A Organização Internacional do Comércio (OIC), prevista na Carta de Havana (1948), nunca entrou em vigor, porquanto os EUA não a ratificaram. Findou-se a adoção de um acordo temporário, o General Agreement on Tariffs and Trade (GATT), que apesar de não ser uma OIG de jure, pode assim ser considerada de facto. Embasada na cláusula da nação mais favorecida, no artigo 1 (apenas sobre bens, exclui-se os serviços).
O GATT-1947 funcionava com um sistema de rodadas para tomadas de decisões. Ao todo, ocorreram oito.
	Denominação
	Período
	Tema
	1ª Rodada: Genebra
	1947 
23 países
	– Tarifas
	2ª Rodada: Annecy
	1949
13 países
	– Tarifas
	3ª Rodada: Torquay
	1950-1951
38 países
	– Tarifas
	4ª Rodada: Genebra
	1955-1956
26 países
	– Tarifas
	5ª Rodada: Dillon
	1960-1961
26 países
	– Tarifas
	6ª Rodada: Kennedy
	1964-1967
62 países
	– Tarifas
– Dumping
	7ª Rodada: Tóquio
	1973-1979
102 países
	– Tarifas
– Cláusulas de habilitação
	8ª Rodada: Uruguai
	1986-1994
123 países
	– Tarifas
– Agricultura
– Serviços
– Propriedade intelectual
– Medidas de investimento
– OMC
Com efeito, as rodadas no GATT-47 foram tornando-se mais complexas e com mais membros. Havia particular insatisfação dos países do chamado “Terceiro Mundo” pelas barreiras impostas às suas indústrias agrícola e têxtil. Essa insatisfação revela-se no UNCTAD [1964] com a formação do G-77 e a introdução da Parte IV ao GATT, que coloca como objetivo a redução das barreiras pelos PDs sem esperar reciprocidade dos PEDs. Na segunda UNCTAD [1968], adotou-se o SGP – Sistema Geral de Preferência – primeira medida concreta de flexibilização da NMF, em favor dos PEDs.
· Observação sobre as rodadas
As negociações se davam por listas de produtos, com pedidos e ofertas de cada país. As rodadas concentravam as negociações entre os maiores ofertantes.
Rodada Uruguai [1986-1994].
· Pleito dos EUA sobre serviços e propriedade intelectual.
· Fortalecimento dos blocos comerciais.
· Meio ambiente e propriedade intelectual.
· Fim do panorama bipolar.
· Expansão do liberalismo.
· Grupo de Cairns. [chega ao Acordo de Blair House, 1993]. Serviria de base para o resultado das negociações agrícolas.
A Rodada do Uruguai. Deu origem à OMC (Conferência de Marrakesh – Marrocos), entrando em vigor em 1 de janeiro de 1995. O GATT continuou a existir como tratado na OMC, chamado Gatt-1994. Outra novidade: medidas de salvaguarda, que são basicamente medidas compensatórias para países que se sentem prejudicados
· O acordo alcançado na Rodada compreende três elementos:
· GATS – Acordo Geral sobre Comércio e Serviços.
· TRIPS – Acordo sobre propriedade intelectual relacionada ao comércio.
· TPRM – Mecanismo de Exame de Políticas Comerciais.
Objetivos, princípios e estrutura
Acordo Constitutivo da OMC estipula os seguintes princípios.
· Single undertaking. – Para entrar na OMC, os Estados-parte adotam os Anexos 1, 2 e 3, obrigatoriamente. Acordos multilaterais.
· Anexos 1A, 1B, 1C – comércio de bens, comércio de serviços, propriedade intelectual [Trips].
· Anexo 2 – Sistema de Soluções Comerciais.
· Anexo 3 – Revisão de políticas comerciais periódicas.
· O Anexo 4 versa sobre acordos plurilaterais. Adesão facultativa. Acordos firmados: Acordos sobre compras governamentais; Acordo sobre comércio de aeronaves civis. O Brasil faz parte do Pacto Comercial sobre Carne Bovina – único acordo comercial de que faz parte.
· Não discriminação. Estabelece a cláusula da nação mais favorecida (NMF).
· Princípio da Excepcionalidade.
Ocasiões em que se permitem barreiras comerciais. A mais significativa exceção ao princípio da nação mais favorecida é a que possibilita o estabelecimento de áreas de livre-comércio ou uniões aduaneiras, desde que elas abranjam “substancialmente todo o comércio”, o que tem sido interpretado como pelo menos 85% dos bens.
· Proteção da moralidade pública.
· Proteção da vida e da saúde das pessoas e dos animais e a preservação dos animais.
· Exportação e importação de ouro e prata.
· Regulamentos que dizem respeito a aplicação de medidas alfandegárias, manutenção dos monopólios administrativos, proteção das patentes, marcas de fábricas e direitos de autoria e de reprodução, e medidas próprias a impedir as práticas de natureza a induzir em erro.
· Artigos fabricados nas prisões.
· Proteção de tesouros nacionais de valor artístico, histórico e arqueológico.
· Conservação dos recursos naturais esgotáveis.
· Impliquem em restrições à exportação de matérias-primas produzidas no interior do país e necessárias para asseguraruma indústria nacional de transformação as quantidades essenciais das referidas matérias-primas durante os períodos nos quais o preço nacional seja mantido abaixo do preço mundial. 
· Princípio da transparência.
· Princípio da não reciprocidade. Exceção a NMF. Sistema Geral de Preferências [SGP].
· Princípio in dubio pro mitius. Interpretação literal e restritiva. Menos onerosa.
· Estrutura institucional.
· Conferência ministerial.
· Conselho Geral.
· Órgão de Revisão de Política Comercial [ORPC].
· Órgão de Solução de Controvérsias [OSC].
Solução de controvérsias
· Sistema de Solução de Controvérsias [SSC] definido no Anexo 2. Fases.
· Consultas
· Painel
· Apelação
· Implementação 
· Retaliação (se cabível).
· Pode-se, também, a qualquer tempo, constituir bons ofícios, conciliação e mediação (fase voluntária).
· Consultas. Devem ser concluídas em até 60 dias desde a solicitação.
· Painel ad hoc. Cria-se um grupo especial ad hoc que deve trazer uma recomendação em até seis meses (casos comuns) e até três meses (casos de urgência). Tal relatório não pode exceder 9 meses.
· Apelação. (Órgão de Apelação). Deve ocorrer em 60 dias, máximo 90. Poderá confirmar, revogar ou modificar a decisão do painel ad hoc. 
· Implementação. Um prazo razoável será estipulado, a pedido do interessado (se razoável), por acordo ou ainda por arbitragem, levando-se em consideração os PEDs.
· Retaliação. Compensação e suspensão de concessões. Ocorre por ocasião do não cumprimento do relatório em tempo razoável. Observação especial para PMDRs.
Atualidades
· A China entrou nesse órgão em 2001, e a Rússia em 2011.
2001: acessão chinesa à OMC Como a China não é um país 100% capitalista, a entrada na OMC foi diferenciada. Problema: – Como a China não possui um sistema de precificação convencional, a OMC não saberia quando o país praticaria dumping. Solução: – Se a China vendesse um produto cujo preço estivesse abaixo da média internacional, seria configurado dumping. Mesmo com as medidas antidumping as exportações chinesas cresceram exponencialmente.
· Rodada de Doha [2001~].
Países emergentes e a temática agrícola formam coalizações a exemplo do Grupo de Cairns na Rodada Uruguai [GATT-47].
· G-20 Comercial.
Criado por liderança brasileira e indiana na Rodada de Doha, em 2003, integrado por países da América Latina, da África e da Ásia. Pilares: acesso a mercados, eliminação dos subsídios à exportação, redução dos subsídios à produção interna.
Em 2008, verifica-se oposição de propostas. A Índia e a China queriam tratamento especial e diferenciado que protegesse a agricultura de subsistência presente em seus países. O Brasil e a Argentina querem a abertura ampla e geral do setor agrícola. Verifica-se que as negociações de Doha não se resumem a uma simples oposição entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.
· Conferência Ministerial de Bali.
O Acordo de Facilitação do Comércio, concluído na IX Conferência Ministerial de Bali, em 2013, foi o primeiro acordo multilateral celebrado pela OMC desde sua criação, em 1995, e entrou em vigor, em 2017, após alcançar-se o número mínimo de ratificações estabelecidas. O AFC simplifica a burocracia e agiliza os procedimentos para o comércio internacional de bens, com medidas de reforço de transparência na elaboração de normas e a cooperação entre as autoridades aduaneiras 
Pacote de Bali [2013]. Acordo provisório. Primeiro acordo multilateral celebrado no âmbito de Doha. Roberto de Azevedo, brasileiro – Secretário-Geral da OMC (2013-2017). O Pacote também é chamado de Doha Light.
· X Conferência Ministerial [2015] em Nairóibi.
A 10ª Conferência Ministerial, realizada em 2015, em Nairóbi, possibilitou a obtenção de pacote de resultados que incluiu decisão histórica de proibição de subsídios para as exportações agrícolas, quase seis décadas após a eliminação do mesmo tipo de subvenção a produtos industriais.
Controvérsias
O Caso Embraer-Bombardier, iniciado em 1998, foi emblemático na OMC.
Contudo, em dezembro de 2018, o governo brasileiro apresentou a primeira petição escrita de um contencioso iniciado em 2017 sobre subsídios concedidos pelo governo canadense ao setor aeronáutico 
2018. China inicia processo de solução de controvérsias na OMC sobre as tarifas dos EUA sobre o aço e o alumínio.
China aplica medidas antidumping provisórias às exportações de frango brasileiro.
Julho. Acordo de livre comércio entre UE e Japão.
MERCOSUL
A década de 1970 marcada pela rivalidade Argentina-Brasil. Vários blocos econômicos surgiram nos anos 1990. No contexto de pós-Guerra Fria, a formação de blocos econômicos se tornou uma estratégia de inserção internacional.
	1978
	TCA – Tratado de Cooperação Amazônica. Resposta a correntes internacionalistas.
	1979
	Acordo Tripartite para o aproveitamento hidroelétrico das usinas de Itaipu e Corpus
	1980s
	Crise da dívida. Aumento da taxa de juros internacional. Com Sarney, verifica-se continuidade das grandes linhas de política externa bilateral desenvolvida pelos governos militares do Brasil e da Argentina desde 1979.
	1980
	Brasil e Argentina. Acordo de Cooperação para o Desenvolvimento e a Aplicação dos Usos Pacíficos da Energia Nuclear.
	1982
	Guerra das Malvinas – Neutralidade imperfeita.
	1985
	Declaração de Iguaçu.
Sobre Cooperação Pacífica no Campo de Energia Nuclear.
	1986
	ZOPACAS.
Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul.
	
	(PICE).
Pacto de Integração e Cooperação Econômica.
	1988
	TICD.
Tratado de Integração, Cooperação e Desenvolvimento entre Brasil e Argentina. Visa a formação do mercado comum, de modo gradual, com flexibilidade, equilíbrio e simetria, no prazo de 10 anos.
	1990
	Ata de Buenos Aires, 1990.
Decidiu-se pela antecipação do estabelecimento do mercado comum até 1994. Entre Brasil e Argentina.
· [Tratado de Assunção, 1991]
Cria-se o Mercosul, com “obrigações comuns, porém diferenciadas”. O MERCOSUL não é somente um bloco comercial, mas, ao contrário, constitui um espaço catalisador de vetores, tradições e futuro compartilhado. A integração é uma opção estratégica para fortalecer a inserção dos países sul-americanos no mundo.
	[ALCA] – Área de Livre Comércio das Américas. Plano norte-americano baseado no NAFTA.
· Protocolo de Ouro Preto [1994]. O Protocolo de Ouro Preto, assinado em 1994, estabeleceu a estrutura institucional básica e conferiu personalidade jurídica de direito internacional ao MERCOSUL. O Protocolo consagrou, também, a regra do consenso no processo decisório, listou as fontes jurídicas do MERCOSUL e instituiu o princípio da vigência simultânea das normas adotadas. 
	Já existiam
	CMC
	Conselho do Mercado Comum – órgão máximo.
	
	
	
	
	GMC
	Grupo Mercado Comum – instância executiva.
	
	
	
	
	Secretaria
	
	
	
	
	Passaram a existir
	CCM
	Comissão de Comércio – funcionamento da região aduaneira e da TEC.
	
	
	
	
	FCES
	Fórum Consultivo e Econômico-Social – pareceres consultivos.
	
	CPC
	Comissão Parlamentar Conjunta.
	
	
	
Em 2005, criou-se o Parlamento do Mercosul (Parlasul), entrando em vigor em 2007 e substituindo o CPC. Objetivo de acelerar os correspondentes procedimentos internos para a entrada em vigor das normas nos Estados-partes.
Se o projeto de norma do MERCOSUL for aprovado pelo órgão decisório, de acordo com os termos do parecer do Parlamento, a norma deverá ser enviada pelo Poder Executivo nacional ao seu respectivo parlamentar, dentro do prazo de 45 dias, contados a partir de sua aprovação.
Os parlamentos nacionais, segundo os procedimentos internos correspondentes, deverão adotar as medidas necessárias para a instrumentalização ou criação de um procedimento preferencial para a consideração das normas do MERCOSUL que tenham sido adotadas de acordo com os termos do parecer do Parlamento.
· Critérios: representação cidadã mediante sufrágio universal.
· Paraguai foi o único país que de fato realizou eleições.
Cooperação jurídica
Protocolo de Las Leñas. Protocolo de Cooperação e Assistência Jurisdicional em Matéria Civil, Comercial, Trabalhista e Administrativa. 
Protocolode Brasília [1991] – Institui o sistema de solução de controvérsias (tribunais, ad hoc, sem órgão de apelação). Substituído pelo Protocolo de Olivos [2002] para a Solução de Controvérsias no Mercosul.
· Instituiu o TPR – Tribunal Permanente de Revisão – órgão jurisdicional de segunda instância. Os laudos do TPR têm efeito de coisa julgada. O TPR também atende a particulares.
Protocolo de Ushuaia [1998] – versa sobre compromisso democrático no Mercosul, a Cláusula Democrática. Complementado pelo Protocolo de Montevidéu, de 2011.
As medidas do protocolo compreendem desde a suspensão do direito de participar nos diferentes órgãos dos respectivos processos de integração até a suspensão dos direitos e obrigações resultantes destes processos.
No decorrer do processo de integração, e em grande medida em razão do êxito da integração econômico-comercial, a agenda do MERCOSUL foi paulatinamente ampliada, passando a incluir temas políticos, sociais e de cidadania. Os dois marcos na área social e cidadã do MERCOSUL são, respectivamente, o Plano Estratégico de Ação Social (2011) e o Plano para a Conformação de um Estatuto da Cidadania do MERCOSUL (2010). 
História e atualidade
· [FOCEM, 2004].
· Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul. Atuação do Brasil como paymaster. O Brasil é o maior contribuinte, aportando 70% dos recursos. A Argentina, 27%. Uruguai, 2%; e Paraguai, 1%.
Fundos Sociais (Educação, Agricultura, Familiar, Empreendedorismo).
Em 2006, criar-se-ia o MAC (Mecanismo de Adaptação Competitiva) pelo ACE 14. Contribuiu para amenizar crise argentina.
SML. 2008 (Sistema de Moeda Local). Pagamento realizado em moeda local entre o quatro membros do Mercosul.
2006: Protocolo de adesão da República Bolivariana da Venezuela ao Mercosul.
· Uruguai e Argentina o ratificaram em 2007. O parlamento brasileiro o ratificou em 2009.
· Em 2012, impeachment de Fernando Lugo, resulta na suspensão do Paraguai do Mercosul, com base nos artigos 4 e 5 do Protocolo de Ushuaia. (Não foram adotadas medidas de suspensão dos direitos do Paraguai em relação aos acordos firmados no âmbito do Mercosul.
· Julho de 2012 – reunião extraordinária na qual a Venezuela foi oficialmente integrada ao bloco.
· Em 2013, o Congresso paraguaio aprovou o Protocolo de Adesão da Venezuela ao Mercosul.
A partir de 2011, o Mercosul passou a contar com o cargo de Alto Representante do Mercosul. Entrada em vigor, em 2012, do Banco do Sul.
2011: Protocolo de Montevidéu sobre Compromisso com a Democracia no MERCOSUL (Ushuaia II).
2012: Suspensão do Paraguai e entrada da Venezuela. Os membros consideraram que o impeachment não atendeu às obrigações e nem os deveres do estado democrático de direito. E por isso, o Paraguai foi suspenso do bloco. 70% da população da América do Sul, 72% da área e 83% do PIB.
2015: Assinatura do Protocolo de Adesão do Estado Plurinacional da Bolívia ao Mercosul.
2013/2015: Guiana e Suriname tornam– se membros associados. Participação consultiva e ao acompanhamento das discussões.
Decisão CMC no 22/15: renovação do FOCEM por 10 anos.
Criação SGT n18, sobre Integração Fronteiriça, oficializada no começo de 2016.
Criação de mecanismo para negociação conjunta do preço dos medicamentos que dará acesso a remédios contra doenças como a HIV– Aids e Hepatite C a preços mais justos.
Contexto de 2015/2016: Todos os países do Mercosul estavam em crise, exceto Paraguai.
"Declaração Relativa ao Funcionamento do MERCOSUL e ao Protocolo de Adesão da República Bolivariana da Venezuela". Presidência coordenada.
Em 2016, a Venezuela foi suspensa do Mercosul, por quebras de compromissos assumidos no Protocolo de Adesão ao Mercosul; sendo em 2017 a suspensão sendo justificada em conformidade com o Protocolo de Ushuaia I e II.
2018. Lançamento oficial de negociações para um acordo de comércio entre o Mercosul e o Canadá e Singapura.
Conclusão de acordo de livre-comércio entre Brasil e Chile. Complementa o ACE-35.
2019. Junho. Concluídas as negociações entre Mercosul e União Europeia.
· Relacionamento externo
· Decisão CMC 32/00: compromisso dos Estados Partes de se negociar de forma conjunta acordos de natureza comercial.
· México (54/55 – vigor desde 2003 – alíquotas no setor automotivo).
· Peru (58/2006 – desgravação progressiva – ZLC para 2019).
· Em 2006, Mercosul e Peru começaram a negociar uma zona de livre comércio a ser implantada até 2019. Até hoje, porém, o acordo não foi assinado.
· Bolívia (36 – 1997 – progressiva até 2014).
· MERCOSUL + SACU desde 2016. Acordo de Comércio Preferencial (ACP).
· MERCOSUL + Índia desde 2003 (ACP, assinado em 2004, vigor 2009).
· TLC com Israel (2007 – em vigor), Egito (2010 – em vigor desde 2017) e Palestina (2011 – não está em vigor).
Demais acordos do Mercosul. O Mercosul costurou Acordos-Quadro com Paquistão (2006), Jordânia (2008), Síria (2010), Tunísia e Líbano (2014). Em 2010, foi firmado o Mecanismo de Diálogo Político entre o Mercosul e a Turquia. Além disso, o Mercosul possui diálogos com Coreia do Sul, China, Canadá, Japão e organizações como a Associação Europeia de Comércio Livre (EFTA).
OEA
No contexto da Guerra Fria, se antes a prioridade de segurança era pensada em termos de contenção do comunismo soviético, a partir dos anos 1990 havia necessidade de pensar em outras causas, como o narcotráfico, a imigração ilegal e o terrorismo.
· Cinco características da atuação dos EUA no sistema interamericano do pós-Guerra Fria
· I – Alcança temas políticos, econômicos e de segurança simultaneamente.
· II – Redefinição de agendas de organismos regionais, como a Organização dos Estados Americanos (OEA).
· III – Formulação de novas propostas, particularmente no campo econômico-cultural.
· IV – Criação de espaços alternativos de diálogo, particularmente no caso de segurança e defesa.
· V – Intensa diplomacia presidencial e ministerial que plasmaram uma agenda propositiva.
· Questões comerciais: propostas e iniciativas comerciais dos EUA ao resto do continente
· Iniciativa para as Américas. Propunha o perdão da dívida dos países subdesenvolvidos. Em troca de terem suas dívidas perdoadas, os países subdesenvolvidos deveriam reinvestir o dinheiro para o combate de questões climáticas.
· Área de Livre Comércio das Américas. Por conta das disparidades econômicas com os Estados Unidos, grande parte dos países foi contra a ALCA, incluindo o Brasil.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) possui dois eixos principais: segurança e economia.
O TIAR possui como princípio a assistência mútua em caso de agressão. Se um desses países fosse, por exemplo, agredido pela União Soviética, todos estariam envolvidos.
· Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR) – aplicações e tentativas.
· Aplicação em 1960. República Dominicana.
· Tentativa de aplicação em 1982. Guerra das Malvinas.
· Aplicação em 2001. 11 de setembro.
OEA: Principais áreas de atuação. Fortalecimento da democracia. Segurança hemisférica. Construção da paz. Promoção e defesa dos direitos humanos. Estímulo ao comércio entre as nações. Combate às drogas. Preservação do meio ambiente. Combate ao terrorismo. Incentivo à probidade administrativa. Cooperação para o desenvolvimento
Membros
Os membros da OEA consistem, basicamente, no continente americano inteiro – com exceção da Guiana Francesa, território ultramarino francês que participa apenas como observador. Suspensa em 1962 por conta da Crise dos Mísseis, Cuba foi readmitida na OEA em 2009. Além disso, em 2017, Venezuela retirou-se do grupo porque considera que a OEA está interferindo excessivamente em seus assuntos domésticos.
Histórico
· Congresso do Panamá (1826) convocado por Simón Bolívar.
· I Conferência Internacional Americana (1889) – União Pan-Americana.
· Criação da OEA pelo "Pacto de Bogotá" (Tratado Americano sobre Soluções Pacíficas).
· Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem.
Os princípios da OEA são constituídos em três eixos: segurança coletiva, solução pacífica de controvérsias e proteção dos direitos humanos.
Estrutura
A AssembleiaGeral se reúne uma vez por ano com diferentes arranjos, cuja maioria ocorre por maioria simples – apenas metade dos membros mais um para aprovar a maioria das medidas. A exceção fica por conta do Conselho Permanente, cuja aprovação é condicionada a dois terços. Fora das reuniões anuais já previstas no calendário da OEA, o Conselho Permanente pode convocar sessões especiais, normalmente para resolver situações de emergência.
Questionamentos
Contexto de surgimento da OEA – Guerra Fria. Fim da Guerra Fria – Mudanças no cenário internacional nos anos 1990 causaram perda de aceitação e legitimidade da OEA. OEA como instrumento de domínio dos EUA sobre a América Latina.
2012: Carta Social das Américas Atuação em programas para combater a pobreza e promover desenvolvimento e igualdade social, influenciando positivamente a consolidação da democracia.
2002: Venezuela Quando da retirada do presidente Hugo Chavez do poder. A OEA defendeu o retorno do presidente ao poder.
2004: Haiti Crise social e interrupção do mandato do presidente Aristide. Além disso, a OEA promoveu uma série de programas para doações humanitárias e auxílios diversos para o Haiti.
2009: Honduras. Suspensão das atividades da OEA. Deposição e deportação do presidente Manuel Zelaya.
2017: Venezuela Anuncia retirada da organização. Assim, fica imune a retaliações ou sanções
1959: Comissão Intermericana de Direitos Humanos é criada
1959: Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) é criado
1961: A Carta de Punta del Este é assinada, lançando a Aliança para o Progresso
1962: Cuba é suspensa da OEA
1969: A Convenção Americana de Direitos Humanos é assinada (entra em vigor em 1978)
1979: Criação da Corte Interamericana de Direitos Humanos.
1982: Tentativa fracassada de utilizar o TIAR na Guerra das Malvinas
1994: Primeira Cúpula das Américas (Miami), que decidiu pelo estabelecimento de uma Área de Livre Comércio até 2005.
2001: Carta Democrática Intermaericana é adotada
2009: OEA revoga suspensão de Cuba
2009: OEA suspende Honduras devido ao “golpe” que removeu Manuel Zelaya.
2011: OEA reverte a suspensão de Honduras com o retorno de Manuel Zelaya do exílio
2017: Venezuela anuncia que dará início à retirada da OEA
Sucessora das Conferências Pan-americanas e da União Pan-americana (1910), O Brasil foi um dos 21 fundadores da OEA, assinando a Carta de 1948. Entre outras iniciativas, a Delegação do Brasil junto à OEA, estabelecida em Washington, participa, atualmente, de dois exercícios coletivos no âmbito dos esforços brasileiros em favor da democracia, dos direitos humanos e do estado de direito no hemisfério: i) o “G14+”, grupo informal com vistas à discussão de saídas para a crise na Venezuela; e ii) o “Grupo de Trabalho do Conselho Permanente para a Nicarágua”, composto por 12 Estados-membros. 
Destaque-se que o Brasil é membro do “Grupo de Amigos do Haiti” e mantém com a OEA projeto de cooperação em apoio aos processos eleitorais e ao fortalecimento institucional daquele país. Outra parceria exitosa é aquela existente entre o Grupo Coimbra de Universidades Brasileiras (GCUB) e a OEA. O GCUB é composto por mais de 50 instituições brasileiras de ensino superior que, em coordenação com a OEA, oferece bolsas de estudo para mestrado e doutorado em universidades brasileiras para estudantes de todo o continente.
OTCA
 As origens da organização remontam a 1978, quando, por iniciativa brasileira, os oito países amazônicos assinaram, em Brasília, o Tratado de Cooperação Amazônica (TCA), com o objetivo de promover o desenvolvimento integral da região e o bem-estar de suas populações, além de reforçar a soberania dos países sobre seus territórios amazônicos.
Vinte anos depois, em Caracas, os países firmaram Protocolo de Emenda ao Tratado de Cooperação Amazônica, criando a OTCA, organização internacional dotada de secretaria permanente e orçamento próprio. Em dezembro de 2002 foi assinado, no Palácio do Planalto, Acordo de Sede entre o Governo brasileiro e a OTCA, que estabeleceu em Brasília a sede da Secretaria Permanente da Organização. Vale notar que, até hoje, a OTCA é a única organização internacional multilateral sediada no Brasil.
 
Relações bilaterais – Argentina
	Relações Brasil-Argentina – Marcos Conceituais
	“A integração Brasil-Argentina: história de uma ideia na visão do outro” – Embaixador Alessandro Candeas
	1º Momento (1811 – 1898)
	Instabilidade estrutural com tendência à rivalidade 
	2º Momento (1898 – 1962)
	Instabilidade conjuntural com busca pela amizade e momentos de rivalidade 
	3º Momento (1962 – 1979)
	Instabilidade conjuntural com predomínio de rivalidade 
	4º Momento (1979 – 1991)
	Construção da estabilidade estrutural pela cooperação 
	5º Momento (1991 – hoje)
	Construção da estabilidade estrutural pela integração
· Império
· A Argentina se torna independente em 1810; o Brasil, em 1822. O início das relações bilaterais dos dois países é pontuado pela disputa do Rio da Prata, conflito geopolítico herdado de Portugal e Espanha.
· Guerra da Cisplatina (1825-1828) – Tentativa de anexação da Cisplatina. Criação do Uruguai, “Estado-tampão”. O Reino Unido conseguiu seu objetivo na região: manter as águas do Bacia do Prata abertas à navegação internacional. Tese da mutilação do território da Argentina, que ambicionava recriar o Vice-Reino da Prata.
· Ascensão de Rosas como governador de Buenos Aires (1829) – Busca pelo fortalecimento da Argentina.
· Guerra contra Oribe e Rosas (1851 – 1852). O Brasil invadiu os dois territórios, obtendo êxito em ambas as incursões e acarretando na queda dos presidentes uruguaio e argentino. Uma das tensões dizia respeito ao roubo de gado, praticado pelos blancos, a fazendas brasileiras. Se aproveitando da porosidade das fronteiras, os blancos uruguaios, os aliados argentinos, invadiam território brasileiro e saqueavam as fazendas, levando embora o gado ali presente. Evidentemente, isso gerava um incômodo muito grande no governo brasileiro. No lugar de Rosas, assumiu o presidente Justo José de Urquiza (1854 – 1860), federalista radical, aliado ao Brasil e a partir daí, as relações Brasil-Argentina melhoraram.
· Assinatura do Acordo de Amizade, Comércio e Navegação (1856) – período de aproximação.
· Em 1860, Urquiza cai, após Batalha de Pavon, e sobre Bartolomeu Mitre, que mantém diálogo com o Brasil.
· A Guerra do Paraguai (1864 – 1870) em detrimento do projeto expansionista de Francisco Solano Lopez (1862 – 1870) – “Grande Paraguai” –, projeto que gerava preocupação nos demais países da região. Temendo o expansionismo paraguaio, formou-se uma Tríplice Aliança para vencer o Paraguai.
· Brasil manteve tropas no território paraguaio para que não houvesse anexação por parte da Argentina No entanto, o conflito havia ocorrido justamente na transição dos governos Mitre (1862 – 1868) e Sarmiento (1868 – 1874).
· Sarmiento – Investimentos na educação, cultura e formação de uma elite intelectual, formaria a posterior “Generación del 80”. A Argentina via o Brasil com olhar de superioridade. Fim da Guerra do Paraguai marca uma volta às rivalidades.
· Primeira República
· Conferência Pan-Americana de 1889 a 1890. Diferença de posições entre Brasil e Argentina. Chanceler Saens Peña - “América para a Humanidade” se choca com Doutrina Monroe. Argentina não aceitaria ingerência estrangeira em seu território. 
· Questão de Palmas (1895). Em 1890, Quintino Bocaiúva, o primeiro chanceler da República, propõe a divisão do território, mas o Congresso brasileiro recusa. Arbitragem do presidente norte-americano Grover Cleveland é favorável ao Brasil. Rio Branco lidera a defesa brasileira e Zeballos, a Argentina.
· General Roca (1898 - 1904) Primeiro presidente estrangeiro a visitar a República brasileira (1899) – Campos Salles retribui em 1900. Barão do Rio Branco (1902 -1912) – “Aliança não escrita” com os EUA.
· Argentina propõe plano de resistência à cobrança de dívidas por meio da força política das cantoneiras (Doutrina Drago).
· O Barão propõe o estabelecimento do Pacto ABC (1909), mas o projeto nãoavançou.
· Zeballos elaborou um telegrama falso dizendo que o Brasil, apoiado pelos Estados Unidos, pretendia anexar territórios na Argentina. Zeballos foi afastado. Com a presidência de Roque Saeans Peña (1910 – 1914) as relações melhoram.
· Os Estados Unidos compraram 13 encouraçados do Reino Unido e os revenderam para o Brasil, o que provocou desconfiança dos demais países.
· Era Vargas
· Década de 1930, a “década infame”, um período de crises políticas e econômicas no país. 
· Presidente Justo na Argentina. Troca de visitas presidenciais. Os países mediam conjuntamente a Guerra do Chaco. Por conta dessa mediação, o chanceler argentino Carlos Saavedra Lamas ganhou o Nobel da Paz.
· 2a Guerra mundial: Brasil se alinha aos EUA. Argentina se mantém neutra até o último momento.
· República Populista
· Dutra: alinhamento automático. Perón: terceira posição (“antecedente” do não-alinhamento, autonomia heterodoxa). Um exemplo do soberanismo de Perón foi a não aderência argentina ao FMI.
· III Reunião de Consultas dos Ministros das Relações Exteriores, no Rio de Janeiro, em 1942. Oswaldo Aranha apoiou a criação da JID – Junta Interamericana de Defesa.
· Em 1943, a Argentina sofreu um golpe de Estado pelo GOU – Grupo de Oficiais Unidos. Neutralidade no conflito mundial e contra alinhamento aos EUA.
· Eleição de Domingo Perón, em 1946. João Neves da Fontoura e Raul Fernandes, seguidores do “alinhamento automático” viam no peronismo risco de desestabilização pan-americana. Oficialmente, o Brasil adotou cordialidade frente ao governo peronista.
· Perón adotava a “Terceira Via”, equidistância entre o capitalismo e o comunismo, considerando este um resultado dos abusos daquele. Doutrina Justicialista.
· Alinhado aos Estados Unidos, o Brasil apoiava o TIAR de forma entusiasmada. No entanto, por conta do antiamericanismo de Perón, a Argentina assinou o TIAR de forma desconfiada.
· Perón sugere retomada do Pacto ABC (1953), mas negociações não avançam. O Pacto ABC foi rejeitado pelo Brasil por conta de problemas internos de Vargas e também por causa dos riscos com a aproximação de Perón. Perón apoiou o governo de Vargas, mas a política interna do Brasil não permitia uma maior aproximação. Em 1952, o Brasil assina o Tratado Militar Brasil-EUA. Em 1955, Perón renunciou e exilou-se.
· 1955: militares argentinos depõem Perón.
· Eleição de Arturo Frondizi. No Brasil, JK anunciava a OPA. Ambos os países buscavam o desenvolvimento. “O Brasil podia contar com o decidido apoio de Buenos Aires para a concretização da OPA. A criação do Comitê dos 21 contou com o apoio argentino. Frondizi referiu-se à OPA de forma elogiosa, reafirmando o apoio argentino à proposta.
· Convergência. Reconhecimento conjunto do regime do general René Barrientas, na Bolívia, em 1964. Em 1965, a X Reunião de Consulta dos Chanceleres Americanos objetivando a criação da FIP.
· A questão cubana, em 1961, resultou na Aliança para o Progresso. O Brasil opôs-se a qualquer intervenção estrangeira, direta ou indireta, para impor à Cuba determinada forma de governo e considerando-se intervenção indevida a militar, econômica ou ideológica. VIII Reunião de Ministros das Relações Exteriores das Repúblicas Americanas, em 1962, na OEA, o Brasil e a Argentina convergem sobre a não expulsão de Cuba da OEA, formando os Outer Six.
· Jânio Quadros – Arturo Frondizi – aprofundamento da coordenação Assinatura do Convênio de Amizade e Consulta entre os países (1961) “Espírito de Uruguaiana”. Teve lugar na cidade de Uruguaiana (RS), em abril de 1961, encontro entre os presidentes Frondizi e Quadros. Assinou-se o Convênio de Amizade e Consulta entre Brasil e Argentina e a Declaração de Uruguaiana. 
· Queda de Frondizi (1962). Governos de transição indicados por militares. A Argentina passou por período conturbado e instável, internamente. O país se alinhou profundamente aos EUA, enquanto as relações com o Brasil foram relevadas ao segundo plano. 
Em 1962, Frondizi é deposto. Findava-se o Espírito de Uruguaiana. Governo Militar pauta-se pela aproximação, desconfiança, ruptura e reencontro. Seria, portanto, errôneo, afirmar que os governos militares do Brasil e Argentina convergiam em seus princípios de política externa, ou mesmo quanto à forma de relacionamento com os EUA ao longo daqueles anos.
· Golpes militares no Brasil (1964) e na Argentina (1966) não ajudaram a aproximar os dois países. 
· Convergências entre Castello Branco e General Ongonía – americanismo e preocupação com segurança. O governo de Ongonía representou um momento de americanismo na política externa argentina.
· Novo período de afastamento. Situações de rivalidade. Tratado da Bacia do Prata, 1969. A Argentina exigia ser consultada sobre Itaipu. Possuía intenção de construir as hidrelétricas de Corpus e Yaciretá. O Brasil a ignorou. Em 1971, Nixon considerou o Brasil um país emergente e disse que para onde fosse o Brasil, iria a América Latina.
· 1973: eleição de Héctor Cámpora. A campanha de Cámpora se baseou na promessa de trazer Perón novamente ao poder. 1973: ocorre nova eleição. Juan Domingo Perón é eleito presidente, após 18 anos de sua derrubada pelos militares. Logo após a vitória na eleição, Perón morre, em 1974, deixando sua vice-presidente e esposa, Isabelita Perón no poder. Entre 1974 e 1976, Isabelita Perón governa a Argentina. 
· Acordo de Itaipu Os militares argentinos denunciaram o Brasil na ONU dizendo que haviam violado o princípio de consulta prévia. A Argentina visava a construção das usinas de Corpus e Yaciretá. 
Tratado de Itaipu [1973] Tratado de aproveitamento hidrelétrico do Rio Paraná entre o Brasil e o Paraguai para a construção da usina de Itaipu e o Estatuto do Itaipu binacional. Governo Perón [1973-1974]. Maria Estela até 1976, deposta por golpe militar de Jorge Rafael Videla. Processo de reorganização nacional. Crise econômica. Tentativa de aproximação com os EUA. A “Política de Direitos Humanas de Jimmy Carter” manteve no MNA. Nova fase de relacionamento argentino-brasileiro.
· Fechamento das fronteiras, em 1977. No mesmo ano, Argentina e Chile disputam o Canal de Beagle.
· Acordo Tripartite (1979). Superação da crise das hidrelétricas. 
· Argentina passa por dificuldades econômicas, em 1979. Buscando consolidar mercados para seus produtos.
· [ALADI, 1980] – Tratado de Montevidéu.
· A história argentina na década de 1980 confunde-se com a história da integração regional.
· Guerra das Malvinas (1982) – Neutralidade imperfeita do Brasil.
· O TIAR não foi acionado. Argumento dos EUA (aliados da OTAN): de a Argentina ter sido a agressora do Reino Unido e, portanto, ter perdido o direito à utilização do TIAR. 
· Declaração de Iguaçu [1985] sobre cooperação pacífica no campo de energia nuclear.
· AIBA (Ata de Integração Brasil-Argentina) e PICE (Programa de Integração e Cooperação Econômica), em 1986.
· 1988: Tratado de Integração, Cooperação e Desenvolvimento. TICD, em 1988. ficou acordado que Brasil e Argentina criariam um espaço econômico comum em um prazo de dez anos; estabelecendo, portanto, as bases do que viria ser o Mercosul.
· Presidência de Carlos Menem [1989-1999]. Ministro Domingos Cavallo.
· Meném (1989 - 1999) promoveu o “Realismo Periférico” que dava enorme prioridade às relações com os EUA. Participação argentina na Guerra do Golfo e tentativa de ingresso na OTAN. Plano Cavallo: promovia a dolarização da economia argentina. 1999: profunda crise econômica na Argentina. Crise nas relações Brasil-Argentina motivadas pela acusação argentina de que o Brasil desvalorizara sua moeda. Por isso, Argentina adota medidas protecionistas em relação ao Brasil. Brasil recorre à OMC em 1999: reclamação contra a Argentina por conta de seu protecionismo. Solução em 2003: ascensão de Lula e Nestor Kirchner, que compartilhavam visões de governo 
Reaprofundamento das relações bilaterais: diversificação das relações, deixam de ser centradas apenas em comércio e temática nuclear e passam a ter inclusive políticas sociais similares 
	No governo de Carlos Menem (1989-1999), a Argentinaimplementou a doutrina de política externa do realismo periférico. Formulada por intelectuais próximos ao presidente, ela se baseava numa crítica liberal da diplomacia do país após a Segunda Guerra Mundial, contestando o modelo de desenvolvimento da ISI e as relações conflituosas com os Estados Unidos e o Brasil. Preconizava que, no pós-Guerra Fria, a Argentina deveria adotar o alinhamento com Washington como pré-condição para a retomada do crescimento econômico e usar a integração com o Brasil como modo de contrabalancear essa influência. 
O Brasil é o principal destino das exportações e das importações argentinas. Os dois lados do comércio estão concentrados em produtos manufaturados, como automóveis e peças. 
· 1991: Agência Brasileira-Argentina para Controle de Contabilidade de Materiais Nucleares (ABACC)
· Acordo Quadripartite (1991) entre Brasil, Argentina, ABAAC e AIEA.
· 1997: Aliança Estratégica. 
Em 1997, Bill Clinton concede à Argentina o título de país aliado não membro da OTAN. Major Non NATO Ally. Tal alinhamento não era excludente. “Realismo periférico”. Memorando de entendimento sobre consulta e coordenação em matéria de defesa e segurança internacional.
· Protocolo de Ushuaia (1998) - Cláusula democrática. 
· Em 2000, Fernando de la Rúa chegou à presidência. Quatro outros presidentes entre 2001 e 2002. Eduardo Duhalde. Eleições, em 2003, entre Nestor Kirchner (a favor da aproximação Mercosul) e Menem (favorável a ALCA). No governo Kirchner observou-se grande crescimento econômico.
· FOCEM, 2004. Atuação de paymaster do Brasil.
· [MAC, 2006] – Mecanismo de Adaptação Competitiva. Bom nível de interação e convergência política entre os presidentes Kirchner e Lula: modelo de desenvolvimento no qual se aliam o crescimento, a justiça social e a dignidade dos cidadãos. Consultas frequentes e permanente coordenação política entre os dois governos. Compromisso de seus países com a democracia e a inclusão social.
· 2007: criada a MICBA (Mecanismo de Integração e Cooperação Brasil-Argentina). – 2016: MICBA é substituída pelo Mecanismo de Coordenação Política. – É errado dizer que o MICBA foi extinto. Ele simplesmente parou de ser utilizado, mas não consta que tenha sido encerrado. 
· 2008: criada a COBEN (Comissão Binacional de Energia Nuclear). 
· 2008 – SML – Sistema de Pagamentos em moeda local. Inicialmente, abrangia apenas Brasil e Argentina, depois englobou outros países.
No geral, o governo Nestor Kirchner desenvolveu importante relação com o governo de Caracas. Relação ampliada por Cristina Kirchner, eleita em 2007 e reeleita em 2011.
Tema sensível. Falta de apoio do vizinho para a candidatura brasileira a um assento permanente no CSNU. A Argentina é membro do coffee club.
Renovação do acordo automotivo até 2020, com perspectiva de liberalização posterior do comércio (2016). 
Relações bilaterais – EUA
Os EUA sempre foram grandes parceiros do Brasil. Durante boa parte do século XX, inclusive, a PEB adotou o americanismo, iniciado pelo Barão do Rio Branco, no momento, “pragmático”. Mônica Hirst divide a relação bilateral dos dois países em cinco momentos.
	Os 5 As nas relações entre Brasil e EUA (Mônica Hirst)
	1902-1945
	Aliança de fato
	1945-1960
	Alinhamento
	1961-1989
	Autonomia
	1989-2002
	Ajustamento
	2002-atualmente
	Afirmação
Império
· Os EUA foram um dos primeiros países a reconhecer a Independência brasileira (1824), ato de acordo com a Doutrina Monroe (1823) – “América para os americanos”.
· Durante o primeiro reinado e a regência as relações não foram aprofundadas. O Brasil voltava-se para a Europa.
· Durante o Segundo Reinado, apesar de o Brasil ainda estar muito voltado para a Inglaterra, as relações com os EUA se aprofundam.
· Com a Marcha para o Oeste concluída, os EUA voltaram sua atenção para três territórios: Cuba, Panamá e Amazônia. William Trusdale (1853) – Ministro dos EUA para o Brasil – tentou convencer o imperador a enviar colonos norte-americanos para a Amazônia, abri-la para navegação e a firmar acordo comercial. O Brasil achava preferível negociar a navegação com países interessados. Postura de autonomia do Brasil.
· Questão Webb (1869). Embaixador James Webb acusa o Brasil de ter roubado cargas norte-americanas e pedia indenização. Webb foi substituído.
· Visita de Dom Pedro aos EUA, em 1876. Exposição Universal da Filadélfia, causa boa impressão. Amizade de Dom Pedro com Graham Bell e a instalação do telefone no Brasil.
· Conferência Pan-Americana de Washington. Postura brasileira muda de autônoma para aquiescente. Antes representado por Lafayettes Rodrigues, no Império. Depois, por Salvador de Mendonça.
· 1888. Escolha dos EUA como árbitro para a disputa de Palmas (1895) pelo presidente Grover Cleveland. Decisão favorável ao Brasil.
· 1891 Acordo Bleine-Mendonça. Tentava estabelecer vantagens comerciais recíprocas. EUA abre seu mercado para café, açúcar e outros produtos brasileiros. Todavia, estende as mesmas vantagens às Antilhas. Não surtiu os efeitos esperados.
· 1893 Apoio dos EUA ao Governo Floriano durante a Revolta da Armada.
· Visita do Secretário norte-americano Elihu Root, em 1906. Primeira visita de um chanceler dos EUA ao Brasil.
· Aliança não escrita. Americanismo pragmático lançado pelo Rio Branco (1902-1912). Um instrumento da PEB que perduraria durante boa parte do século XX.
Na Conferência do Rio de Janeiro, em 1942, os EUA defenderam a harmonia pan-americana. Os argentinos opuseram-se à recomendação de rompimento automático com o Eixo.
De 1942 até o final do governo Médici [1969-1974], houve um período de maior alinhamento com alguns momentos de autonomia, como a PEI, a Diplomacia do Interesse Nacional, a OPA, o Governo Costa e Silva, e o Pragmatismo Responsável e Ecumênico.
No Governo Médici, o Brasil ampliou a extensão de seu mar territorial de 12 para 200 milhas, o que causou desentendimento com os EUA.
No Governo Geisel, houve várias críticas ao Acordo Nuclear celebrado pela Alemanha com o Brasil e quanto a política direitos humanos no Brasil. Como consequência, Geisel rompeu o acordo militar de 1952.
De Geisel até o governo Sarney, observa-se uma tendência ao universalismo, como evidenciam-se o Acordo Nuclear Brasil-Alemanha [1975]; Denúncia do Acordo Militar Brasil-EUA, em 1977; Recusa ao embargo econômico à URSS em 1979.
Crítica à intervenção no Panamá, no governo Sarney.
Na década de 1990, houve uma flexibilização nas relações Brasil-EUA. O Brasil adotou a chamada “autonomia pela participação” e aderiu ao Consenso de Washington (1989). 
I Cúpula das Américas (1994). Iniciativa para as Américas e ALCA (Área de Livre Comércio das Américas) visava criar uma zona de livre comércio “do Alasca à Terra do Fogo”. Em contraposição, o Brasil propõe a ALCSA.
No governo Itamar Franco, dá-se início ao SIVAM.
· Lei de propriedade intelectual diminuiu obstáculos.
FHC – alinhamento pragmático. Globalização assimétrica. Contendas no OSC da OMC. Integração sul-americana. Com o atentado as Torres Gêmeas (11 de setembro), os EUA implementam a Doutrina Bush – ações unilaterais tomadas pelo governo norte-americano no contexto da Guerra Mundial ao Terror. O Brasil expressou condolências pelo atentado, mas não expressou apoio às intervenções. O TIAR foi acionado.
1998, Segunda Cúpula das Américas.
Em 1999, é lançado pelos EUA, o Plano Colômbia. Visava o repasse de verbas e o combate do narcotráfico. Plano que seria criticado em 2000 por outros países sul-americanos, em especial pela presença de forças militares norte-americanas em território sul-americano. Em 2016, o Plano Colômbia foi substituído pelo programa Paz Colômbia, logo após o acordo de paz entre o governo colombiano e as FARC. Na ocasião, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou a concessão de um apoio econômico de mais de 450 milhões de dólares. 
Carta Democrática Interamericana. Assinada em 11 de setembro de 2001.
O governo Lula inaugura uma diplomacia pragmática. Em seu governo, o relacionamento com os EUA é pontuado por convergências e divergências.Contenciosos na OMC referente ao algodão. Rodada Doha e liderança Brasileira no G-20 agrícola.
Convergência no âmbito do G-20 Financeiro. Substituição do G-7 pelo grupo ampliado. Cúpula de Pittsburgh.
ALCA (2004). Inicialmente propôs-se a ALCA Heavy – abertura e integração comercial de toda a América, conforme inicialmente proposto. Depois, ALCA Light – abertura gradual com reconhecimento de vantagens para os países em desenvolvimento. IV Cúpula das Américas, em 2004. Hugo Chavez foi fortemente contra e outros países sul-americanos também. O projeto da ALCA chegou definitivamente ao fim.
BASIC (2009). A finalidade do grupo era atuar de forma coordenada em conferências climáticas. A criação do grupo se opunha aos EUA.
No período Lula, cabe destacar, ainda, que o Brasil foi contra o unilateralismo norte-americano no Oriente Médio. O Presidente Bush visitou o Brasil em 2007.
Durante o Governo Dilma, o Brasil demanda dos EUA a reforma das instituições de governança global, a redução das tarifas agrícolas e o acesso à tecnologia. Em troca, o Brasil oferece oportunidade para o capital norte-americano nos eventos de 2014 e de 2016, no Pré-Sal e nos projetos do PAC.
Em 2011, visita do presidente Barack Obama. Enaltece o apoio do Brasil na proposta dos EUA no CDH da ONU, que criou a comissão de investigação sobre a Líbia. A Diplomacia do Etanol dá lugar a Diplomacia do Pré-Sal. O governo norte-americano ainda não apoia formalmente a candidatura do Brasil ao CSNU.
· Em 2012, visita de Dilma aos EUA. Parceria Brasil-EUA para o Século XXI.
· Comissão Mista em Ciência e Tecnologia.
· Diálogo de Parceria Global.
· Diálogo de Cooperação em Defesa.
· Ciência Sem Fronteiras – EUA, um dos principais destinos.
· Parceria em aviação.
Em 2013, espionagem da Agência Nacional de Segurança dos EUA: Dilma e Merkel. Violação ao Tratado de Viena. Na AGNU, em 2013, Dilma propõe um marco civil internacional para a governança e o uso da internet. Postegamento da visita de Dilma.
	A Índia, que não é signatária do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), e os EUA assinaram um acordo em que foi reconhecido o status da Índia de Estado detentor de armas nucleares. Em 2010, o presidente Barack Obama anunciou o apoio norte-americano ao pleito indiano de assento permanente no CSNU, apoio reiterado pelo presidente Donald Trump em 201.
Parceria Trans-Pacífico (TPP). Trata-se de uma tentativa de isolar a China tornando esses países parceiros prioritários dos Estados Unidos. Após a eleição de Trumpe, os EUA se retiraram do TPP. Em vez de atrair os parceiros da Ásia para os Estados Unidos, Trump vem colocando a China contra a parede, questionando a legalidade de suas atividades, tais como a prática de dumping e as políticas de trabalho escravo.
2017
EUA estabelecem veto migratório para oito países. A maioria do Oriente Médio, mais Venezuela e Coreia do Norte. Risco à segurança nacional.
Outubro. Retirada da UNESCO (OIG tendenciosamente anti-Israel e pró-Palestina. Israel acompanhou os EUA na decisão.
Novembro. Os EUA incluem a Coreia do Norte entre Estados patrocinadores do terrorismo, junto ao Irã, Sudão e Síria. O país já estivera na lista entre 1988-2008.
Dezembro. Nova Estratégia de Segurança Nacional dos EUA. Afirma que Moscou e Pequim estão determinados a tornar as economias menos livres e justas.. Anuncia pretensão de mudar a embaixada para Jerusalém.
2018
Junho Inauguração de nova embaixada “de facto” em Taiwan. Queixa formal da China da violação ao princípio de “uma só China”.
Setembro. O governo norte-americano confirma o fechamento da missão palestina – OLP.
Nobembro. USMCA ou T-MEC para substituir o NAFTA.
Crise sobre gastos nos EUA. Governo fechado. Trump solicita verba para o muro.
2019.
Governo reaberto após acordo.
General brasileiro é anunciado para integrar Comando Sul, unidade que coordena interesses militares dos EUA.
Março. Trump reconhece a soberania israelense sobre as Colinas de Golã;
Abril. Trump retira os EUA do Tratado sobre o Comércio de Armas, de 2013.
Trump classifica a Guarda Revolucionária do Irã como uma organização terrorista.
Junho. Trump anuncia a conclusão de um acordo migratório com o México.
Julho. EUA bloqueiam a Turquia de participar do programa de caças norte-anericanos F-35 da OTAN, após a compra de mísseis russos. O Brasil é aceito pelos EUA como aliado extra-OTAN. 
Departamento aprova potencial venda de armas a Taiwan. A China pede que “anule imediatamente” o projeto.
EUA e Rússia retiram-se do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF), de 1987.
Cuba
2015. Restabelecimento recíproco de relações diplomáticas entre EUA e Cuba e abertura de embaixadas.
2017. EUA reduzem em mais de ½ o corpo diplomático em Cuba, em razão de um suposto “ataque sônico”. Expulsam diplomatas de Washington.
Votação na AGNU que condena o embargo de 1962 a Cuba (2016, Obama absteve-se pela primeira vez).
2018. Abril. Raúl Castro renuncia ao poder, transmitindo-o ao seu sucessor, Miguel Díaz-Canel. Julho. Projeto de nova Constituição aprovada. Dezembro. Cuba anuncia completo acesso à internet.
2019. Cuba proclama nova Constituição, reconhecendo a propriedade privada e liberdade de imprensa, mas mantendo o regime comunista. Junho. EUA classifica Cuba lista de tráfico humano devido ao Programa Mais Médicos. EUA amplia sanções econômicas.
Relações bilaterais – União Europeia
Durante todo o Império, a energia diplomática do Brasil esteve voltada para a Europa. Com Rio Branco na Chancelaria (1902-1912), os EUA passaram a ser o foco da diplomacia brasileira – paradigma americanista. Relações voltariam a ganhar impulso após o universalismo. Com a criação da CEE, em 1957, houve preocupação do governo brasileiro de possível desvio comercial.
· Década de 1940
· Europa em reconstrução no pós-Guerra; poucas relações com o Brasil. Para os governos Dutra, Vargas e JK, as relações Brasil-Europa não eram prioridade (paradigma americanista).
· Década de 1950
· A América Latina era a maior parceira comercial da Europa, alimentando a reconstrução europeia com commodities; as relações diplomáticas, porém, eram baixas. A CEE adotou uma série de medidas protecionistas que afetavam o Brasil diretamente.
· Década de 1960
· 1962 – COLESTE – Grupo de Coordenação do Comércio com os Países Socialistas da Europa Oriental.
· Guerra das Lagostas (1961-1963) – pesca irregular de lagosta por navios franceses na costa de Pernambuco – tensão diplomática.
· PAC (1961) – Política Agrícola Comum – Sistema de subsídios à agricultura e políticas protecionistas que afetam exportações brasileiras. O Brasil prefere focar na Europa Oriental.
· Década de 1970
· Convenção de Lomé (1975) – vantagens para o acesso de produtos das ex-colônias europeias no mercado europeu para os países ACP (África, Caraíbas e Pacífico). O Brasil reagiu negativamente ao acordo.
· Nessa época, a Europa enfrentou estagflação – euroesclerose.
· EUA e Europa criticam política de Direitos Humanos do Brasil (autonomia pela distância). O Brasil se candidata e vence a presidência de CDH da ONU.
· O Clube de Roma tece comentários sobre o meio ambiente.
· Acordo Nuclear (1975) celebrado entre Brasil e Alemanha Ocidental (RFA).
· Década de 1980
· Em 1986, Portugal e Espanha entraram na CEE, mas benefícios da convenção de Lomé não são estendidos ao Brasil.
· Década de 1990
· Período de forte regionalismo, Criação do Mercosul e da União Europeia.
· Em 1992, Acordo de Cooperação Interinstitucional Mercosul-Comunidade Europeia.
· Acordo-Quadro Mercosul-União Europeia (1995) – serviria de base normativa para futuros acordos de livre comércio entre Mercosul-União Europeia. 
· 
Século XXI
· Os principais entraves são o protecionismo agrícola europeu e o protecionismo industrial dos países do Mercosul. A França é a grande defensora da PAC (em 2013, houve tentativa de reformar a PAC, mas a França foi contra sua flexibilização).
Acordo de Cooperação Científica e Tecnológica entre o Brasil e a UE, em 2004.
1995. Acordo-Quadro de Cooperação Inter-regional entre Mercosul e UniãoEuropeia. Após vários anos de reunião, em 2019, firmou-se um acordo de livre-comércio. 
· Cúpula Brasil-UE, 2007: Key partner.
· Apoio da UE ao Programa Ciência Sem Fronteiras. A Europa era a maior receptora de alunos.
· VI Cúpula Brasil-UE, 2013. Encontro empresarial Brasil-UE.
· Acordo de Cooperação Brasil-EURATOM.
· 2011, abstenção do Brasil e da Alemanha na intervenção militar do Líbano.
Após o acordo firmado entre a União Europeia e a Turquia, em março de 2016, o fluxo de refugiados que entrou em território europeu reduziu drasticamente. O acordo firmado entre a União Europeia (UE) e a Turquia, permite à Grécia enviar todas as pessoas recém-chegadas a suas ilhas de volta à Turquia, incluindo os sírios que estão a fugir da guerra civil em seu país. A medida também propõe um sistema em que um refugiado sírio será admitido na Europa a cada sírio que chegar à Grécia e for deportado para a Turquia. Em troca, a UE prometeu destinar 6 bilhões de euros em ajuda humanitária e de desenvolvimento para o país turco 
2017. Governo regional da Catalunha conduziu um plebiscito para a independência da região da Espanha. Repressão do governo central.
2019. Entra em vigor o Acordo de Prespa entre Grécia e Macedônia sobre a mudança de nome desta, encerrando uma disputa de quase 30 anos.
Julho. Primeira vez, uma mulher na presidência na Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Julho. Concluídas as negociações do LC entre Mercosul e UE.
Alemanha
A Alemanha é o quarto maior parceiro econômico do Brasil. Também é a relação mais tipicamente Norte-Sul do país (assimétrica), o Brasil exporta commodities e importa produtos de alto valor agregado. Déficit crônico para o Brasil. 
· A partir dos anos 1930, as relações se intensificam (comércio compensado). Equidistância pragmática de Vargas.
· 1942 – o Brasil rompe com o Eixo e se alia aos EUA.
· 1944 – Ingresso da FEB na II Guerra Mundial.
· 1975 – Acordo Nuclear Brasil-Alemanha resulta em Angra I e II, apesar de protestos dos EUA e da CEE.
· Década de 1980 – década perdida. Afastamento.
· 1990. A Alemanha se torna o maior parceiro do Brasil na UE.
· 2008 – Parceria Estratégia Brasil-Alemanha.
· 2013 – Escândalo de espionagem. Snowden. EUA estaria espionando Dilma e Merkel. Proposta de resolução na AGNU de privacidade reconhecida como um direito humano na era digital.
· 2015 – Mecanismo de Consulta de Alto Nível.
· Articulação dentro do G-4 pela reforma do CSNU.
França
· 1962 – Guerra da Lagosta. A Marinha brasileira apreendeu embarcações francesas que estavam pescando lagostas irregularmente. Questão levada à ONU.
· Governo Lula e Jacques Chirac.
· Atualmente, a França é uma grande investidora no Brasil em varejo, automóveis, cosméticos e farmácia.
· A França é parceiro estratégico do Brasil.
· Central Internacional para a compra de medicamentos – UNITAID.
· PROSUB – Programa de Desenvolvimento de Submarinos.
Reino Unido
· 14º parceiro comercial.
· Apoio à Reforma do CSNU. Cadeira permanente para o Brasil.
· Neutralidade imperfeita do Brasil na Guerra das Malvinas (1982).
· Enquanto o Brasil foi contra a Doutrina Bush, o Reino Unido foi a favor. Morte do brasileiro Jean Charles gera imbróglio diplomático.
	· BREXIT – Aprovado em referendo em 2016. Causas:
· Imigração;
· Falta de autonomia econômica;
· Perda de poder.
O conservador James Cameron renuncia, abrindo espaço para Theresa May. Potencial de acordo de livre-comércio com o Brasil.
Dificuldades para o acordo:
Pagamento
Fronteira das Irlandas
Gilbatrar
O UK deveria ter deixado a UE em 20 de março, mas o prazo foi ampliado.
Março de 2019. Parlamento britânico rejeita, pela segunda vez, acordo sobre o Brexit.
Abril de 2019. Parlamento britânico rejeitou pela terceira vez propostas sobre o Brexit de May.
Maio. A PM anuncia sua renúncia ao cargo e à liderança do Partido Conservador.
Junho. Boris Johnson, do Partido Conservador, assume como PM.
	
Holanda
· 5º Maior parceiro comercial no mundo e segundo na União Europeia. O porto de Roterdã é a porta de entrada para os produtos brasileiros. O Brasil é superavitário.
América Latina e Caribe
Integração latino-americana
· Primeiras Iniciativas. O fim do século XIX e início do século XX é pontuado por rivalidades entre Brasil e Argentina.
· Questão de Palmas [1895].
· Corrida armamentista. Carta falsa comprometendo o Brasil com o Chile e plano de invasão do Rio de Janeiro.
· Reconhecimento conjunto do Panamá por Argentina, Brasil e Chile.
· Doutrina Corolário Roosevelt, ou Big Stick, busca ordem e estabilidade.
· [Pacto ABC, 1915] – Tencionava diminuir a rivalidade no Cone Sul. Não foi ratificado pelo Congresso brasileiro.
· Origens de Integração do Cone Sul
Criação da Cepal [1948] (Comissão Econômica para a América Latina). Estuda os principais desafios econômicos e sociais da América Latina, além de analisar a conjuntura contemporânea desses países.
· Teoria da deterioração dos termos de troca.
· Percepção de que a ação estatal seria fundamental para o verdadeiro desenvolvimento da América Latina.
· [ALALC, 1960] – Associação Latino-Americana de Livre Comércio. Pacto de Montevidéu. Sob o princípio da NMF. A experiência serviu de lição para iniciativas futuras, em um processo de learning by doing. À luz das análises de Celso Furtado, é possível inferir que a ALALC possuía deficiências institucionais que justificam o malogro de seus objetivos iniciais (sem mecanismo de solução de controvérsias).
· Acordo de Cartagena [1969] que cria o Pacto Andino, em resposta a ALALC que seria renomeado em 1996 para Comunidade Andina – CAN.
· Acordo de Cartagena (1969), formado por Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru, enfraqueceu a ideia da ALALC. Fatos importantes. Integração não envolve só área econômica, mas também educação, justiça, trabalho e saúde. Área de livre comércio em 1993. Comunidade Andina em 1997. Protocolo de Trujillo: TEC e mercado comum até 2005.
· Venezuela (participação de 1973 a 2006). Venezuela entrou em 1973, mas saiu em 2006. Crítica aos tratados de livre comércio de Colômbia e Peru com EUA em 2006 (Chile também assinou, em 2004). No mesmo ano, a Venezuela pediu para entrar no Mercosul.
· Chile (participação de 1973 a 1976). Foi um dos membros-fundadores, mas saiu em 1976. Liberalismo econômico de Pinochet era incompatível com o grupo.
ALADI
Surgiu como crítica da Cepal do modelo de desenvolvimento por endividamento. A tradição analítica cepalina, ao privilegiar resultados de médio e longo prazo, defendia a diversificação das exportações dos países da região como forma de contornar a estagnação do comércio internacional dos anos 1970. Contexto da détente e vislumbre do fim da bipolaridade.
· [ALADI, 1980] – Associação Latino-Americana de Integração. Tratado de Montevidéu. Mais flexível que a ALALC, busca diminuir as salvaguardas. Tem como objetivo a longo prazo o estabelecimento, de forma gradual e progressiva, de um mercado comum latino-americano. Seus Estados-membros estabelecem uma área de preferências econômicas.
· Inovação: tratamento diferenciado. Mitigação na NMF.
· Acordos de Alcance Parcial com destaque para os ACEs – Acordo de Complementação Econômica e Regulamentações Técnicas. Destaca-se o ACE com o Mercosul e CAN.
· E Acordos de Alcance Regional. Todos os membros da ALADI participam.
· PMDR – Países de menor desenvolvimento econômico relativo.
· PDI – Países de Desenvolvimento Intermediário.
· OPM – Outros países-membros.
O comércio regional destaca-se por seus produtos possuírem maior valor agregado do que os bens comercializados por esses países fora do bloco. A produção diversificada do Brasil lhe confere vantagem. A diplomacia brasileira tem se esforçado para expandir suas relações com a AL e o Caribe, além de países da Ásia e da África. O Brasil é superavitário e destaca-se pelos produtos de alto valor agregado e média-alta intensidade tecnológica. Há muitas áreas a serem exploradas, como a de serviços.
· Aliança do Pacífico (2011).
Aliança do Pacífico. Peru, Chile, Colômbia e México fazem parte da aliança. Ano de criação: 2011.Objetivos: eliminar tarifas, integrar mercados financeiros via bolsas de valores (Mercado Integrado Latino–Americano) e promover integração física e alfandegária. Possui muitos países desenvolvidos como observadores. Todos os membros do Mercosul são observadores, menos o Brasil.
IIRSA
Iniciativa para a Integração Regional Sul-Americana. Discurso de redução de assimetrias no país. Visa a criação de infraestrutura necessária. Financiamento do BID, CAF e dos próprios países. No caso do Brasil, por meio do BNDES. 
· [2000] – I Reunião de Presidentes da América do Sul. Iniciativa brasileira. IIRSA – Energia, transporte e comunicações – setores prioritários.
· Destinação integrada dos recursos.
· Redes multimodais – escoamento de produção.
· Sistemas Logísticos e Energéticos.
· Princípios orientadores:
· Coordenação público-privada.
· Regionalismo aberto.
· Aumento de valor agregado na produção.
· Plano de Ação [2000-2010]
· O plano adotou um perfil de baixa institucionalização e de estímulo à coordenação das diferentes instâncias nacionais.
· 2004 – Agenda de implementação consensuada 2005-2010. 31 projetos.
	UNASUL
	União das Nações Sul-Americanas. Enquanto o Mercosul buscava, inicialmente, a integração pelo comércio, a UNASUL almeja, desde o princípio, a integração política. Exemplo de neofuncionalismo. Constitui-se como quebra da desconfiança mútua e das relações político-econômicas tipo arquipélago.
Integração entre países da América do Sul. Meio de convergência entre MERCOSUL e Comunidade Andina, além de experiências de Chile, Suriname e Guyana – integração econômica, física, energética, social e institucional – não é para desconstituir os outros. Concertação política: convergência regional. Fortalecimento do diálogo político entre os Estados–membros que assegure um espaço de concertação para reforçar a integração sul–americana e a participação da UNASUL no cenário internacional. CASA: não tinha estatuto, não era institucionalizada e os pilares eram: concertação política, integração comercial e infraestrutura.
	Constituição
	[2004] III Cúpula Sul-Americana. Declaração de Cuzco cria a CASA – Comunidade Sul-Americana de Nações.
Aprofundamento do MERCOSUL, da Comunidade Andina de Nações (CAN) e do Chile.
[2007] – passa a se denominar UNASUL.
[2008] – Tratado Constitutivo da UNASUL. Confere à organização personalidade jurídica internacional e define quadro de ação.
	Objetivos
	· Integração energética.
· Infraestrutura para a interconexão da região.
· Integração financeira mediante adoção de mecanismos.
· A proteção da biodiversidade, dos recursos hídricos e dos ecossistemas.
· A consolidação de uma identidade sul-americana.
· O acesso universal à seguridade social.
· Cooperação econômica e comercial – promovendo o crescimento e o desenvolvimento econômico que supere as assimetrias mediante a complementação das economias dos países da América do Sul.
· A participação cidadã – formulação da política de integração.
	Estrutura (4)
	· Conselho de Chefas e Chefes de Estado e de Governo.
· Conselho de Ministras e Ministros das Relações Exteriores.
· Conselho de Delegados e Delegadas.
· Secretaria-Geral (em Quito), designada pelo Conselho de Chefas e Chefes de Estado e de Governo, por um período de dois anos, renovável apenas uma vez.
	Desenvolvimento
	· [2008] – Conselho de Defesa Sul-Americano.
· Declaração de Bariloche [2009] – repúdio às tratativas Colômbia-EUA.
· [2010] – Protocolo Adicional ao Tratado Constitutivo da Unasul. Institui a Cláusula Democrática. Métodos:
· Fechamento parcial ou total das fronteiras terrestres; suspensão e/ou limitação do comércio, transporte aéreo e marítimo, comunicações, fornecimento de energia, serviços e abastecimento.
· Suspensão do Estado afetado no âmbito de outras organizações regionais e internacionais.
· Ameaça de ruptura ou alteração da ordem democrática que afete o Estado severamente, este poderá recorrer ao Conselho de Chefes de Estado e de Governo ou ao Conselho de Ministros das Relações Exteriores, por intermédio da presidência Pro Tempore e/ou da Secretaria-Geral.
· COSIPLAN [2009] – Conselho Sul-Americano de Integração e Planejamento. Substitui a IIRSA.
A verdade é que o grupo estava paralisado desde o início de 2017 por conta de impasses na escolha do Secretário-Geral. Na época, Venezuela, Suriname e Equador vetaram o nome do embaixador argentino José Octávio Bordón ao posto, mas não indicaram nenhum substituto.
· Em 2019, o presidente do Brasil, da Argentina e outros denunciaram o tratado da Unasul.
· Principais intervenções da UNASUL em conflitos regionais
· Crise separatista na Bolívia (2008). As regiões produtoras de gás, que são as mais ricas do país, ameaçaram se separar do restante da Bolívia. A UNASUL decretou apoio a Evo Morales.
· Crise entre Colômbia e Venezuela (2010). A Colômbia acusou a Venezuela de abrigar terroristas das FARC em seu território, ato que foi negado por Hugo Chavez, A UNASUL mediou as rodadas de negociações, chegando a um acordo de paz.
· Crise política no Equador (2010). O presidente Rafael Correa acusou os policiais de tentativa de golpe de estado. A UNASUL foi radicalmente contra a revolta dos policias.
· Crise política no Paraguai (2012). Fernando Lugo foi deposto do cargo em menos de dois dias, um “impeachment relâmpago”. A UNASUL suspendeu as relações com Paraguai.
PROSUL
Em 2019, oito países (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai e Peru) indicaram sua vontade de construir e consolidar um espaço regional de coordenação e cooperação, estabelecendo as bases para o lançamento do Foro para o Progresso da América do Sul (PROSUL). A iniciativa substituirá, para esses países, o papel inicialmente conferido à UNASUL.
Em 25 de setembro de 2019, realizou-se em Nova York, às margens da Assembleia Geral das Nações Unidas, reunião dos Ministros das Relações Exteriores de Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Peru e Paraguai, bem como de representante da Guiana, para dar seguimento à implementação do Foro para o Progresso e Integração da América do Sul (PROSUL), iniciativa lançada na reunião de presidentes sul-americanos, realizada, em 22 de março de 2019, em Santiago, Chile. O PROSUL será constituído em torno do compromisso com valores fundamentais, como a defesa da democracia, do Estado de direito e dos direitos humanos.
· Anos 1990 e século XXI
· Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA);
· Negociação da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA);
· Itamar Franco propôs a criação da Área de Livre Comércio Sul-Americana (ALCSA);
· Fernando Henrique Cardoso persistiu na ideia de América do Sul e convocou a Primeira Cúpula SulAmericana que se iniciou em Brasília, no ano 2000.
· Aliança Bolivariana para as Américas (ALBA) – ideia da Venezuela para contrapor-se à ALCA 
· Onda Rosa na América do Sul
· A Argentina de Nestor Kirchner (2003 – 2007) promoveu a transferência de renda do setor agrícola para o urbano, promovendo a industrialização das cidades.
· A Venezuela de Hugo Chavez (1999 – 2013) apostou na nacionalização de empresas de comunicação, infraestrutura, energia, petróleo e demais setores produtivos.
· O Paraguai de Fernando Lugo (2008 – 2012) tentou obter maiores receitas com a Usina binacional de Itaipu, revendo o preço da energia vendida ao Brasil. 
2017
Colômbia
Após a vitória do “não” no plebiscito de outubro de 2016, foi elaborada uma segunda versão do Acordo de Paz entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
Novembro de 2017 – Acordo Colômbia-Nações Unidas para erradicar o cultivo da coca no país (US$ 315 milhões).
Grupo de Lima
· O Grupo de Lima formou-se em 2017, após a convocação de uma assembleia constituinte na Venezuela, considerada ilegítima por todos os membros do grupo.
· Grupo Internacional de Contato (GIC) é composto por alguns países europeus e latino-americanos (Uruguai). Único grupo verdadeiramente neutro segundo o governo venezuelano.
2018
· Maduro anuncia o lançamento do Pedro – criptomoeda lastreada no petróleo.Trata-se da primeira criptomoeda oficialmente lançada por um governo.
· Abril de 2018, o Brasil e outros países decidem suspender sua participação na UNASUL. A organização encontrava-se paralisada há cerca de um ano e meio. Impasse com o governo venezuelano em relação à escolha do Secretário-Geral.
· Maio. Colômbia é aceita como nova integrante da OCDE e ingresso na OTAN como parceiro global (único país latino-americano). Eleições na Venezuela: vitória de Maduro.
· Agosto. Declaração de Quito sobre Mobilidade Humana dos Cidadãos Venezuelanos na Região.
· Novembro. Trump assina o Nica Act. – uma lei que limita o acesso da Nicarágua a empréstimos de organismos multilaterais. Desde abril de 2018, após tentativa de reforma previdenciária, diversas manifestações têm acontecido na Nicarágua, com repressão policial. Milhares de manifestantes pedem a renúncia do presidente Daniel Ortega e de sua mulher. O presidente ordena a expulsão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).
2019
· O governo brasileiro reconhece a presidência de Guaidó.
· Paraguai rompe com a Venezuela.
· OEA decide não reconhecer a legitimidade do segundo mandato de Maduro.
· Venezuela abre processo na OMC contra os EUA por sanções norte-americanas.
· Junho. Conclusão das negociações do Acordo entre MERCOSUL e União Europeia.
· Lançamento oficial das negociações: 1995. 1999 Cúpula Mercosul-UE – início efetivo das negociações. Última troca de ofertas em 2004.
· Relançamento das negociações em 2010, na Cúpula Mercosul-UE. Nove reuniões sem troca de ofertas.
· Nova troca de ofertas. Em maio de 2016.
· Conclusão das Negociações, em junho de 2019.
· Presidência “pro tempore” do Mercosul. Assinados dois acordos. Um dos acordos deverá permitir a brasileiros, argentinos, uruguaios e paraguaios ter assistência consular diplomática em embaixadas de quaisquer dos países que compõem o bloco. O segundo eliminaria a cobrança do roaming nos países do bloco.
· Julho. Argentina, Brasil, Paraguai e Estados Unidos criam grupo de coordenação antiterrorista para vigiar a Tríplice Fronteira. 
Desenvolvimento
Alfred Sauvy surge com a termo Terceiro Mundo, com base no termo Terceiro Estado, desenvolvido pelo Abade Sieyès.
[CEPAL, 1948] – Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe. “Deterioração dos Termos de Troca”. Raúl Prebisch – regras diferenciadas.
· 1955 – Conferência de Bandung.
[UNCTAD, 1964] – Conferência das Nações Unidas Para Comércio e Desenvolvimento.
· Debate sobre divergências Norte-Sul.
· Criação do grupo G-77.
· [II UNCTAD, 1968] – SGP – Sistema Geral de Preferências.
· Crise de Bretton Woods e NOEI.
· Movimento dos Países Não Alinhados – do qual o Brasil não é membro efetivo – em 1974, Programa de Ação Sobre o Estabelecimento da NOEI.
· Em 1970, Conferência da ONU sobre Cooperação Técnica entre países em desenvolvimento.
Fim da Guerra Fria
Nos anos 1980, o Brasil inicia busca pragmática por novas parcerias que se abriam em face do fim da Guerra Fria.
Grupo de Apoio a Contadora (1983-1990) foi criado como resposta à política intervencionista dos EUA na América Central. Daria origem ao mecanismo permanente de consulta e concentração Política, em 1986 (Grupo do Rio) – fórum exclusivamente latino-americano. Em 2010, surgiria o CELAC. Em desenvolvimento. Provável substituto da OEA?
Anos 1990 – Consenso de Washignton. O Brasil procurou estreitar relações com países desenvolvidos.
Governo Lula. Modelo de credibilidade e estratégia autonomista. Diplomacia “ativa e altiva”. Celso Amorim. Arranjo de geometria variável.
Declaração do Milênio das Nações Unidas, 2000. Planos para atenuar a pobreza até 2015. Substituído em 2015 pelo ODS.
· Consenso de Monterrey, 2002, México. Financiamento para o desenvolvimento.
· Os anos 2000 são marcados pelas parcerias estratégicas desenvolvidas pelo Brasil com parcerias do Sul e do Norte.
· Importante diferença entre conceito de aliança e parcerias estratégicas.
Economias emergentes
Brasil, Rússia, China e Índia. Correspondem a 45% do PIB mundial e têm aumentado. Economias emergentes não se confundem com países em desenvolvimento (PED). Infraestrutura obsoleta e precária. Desigualdades regionais e sociais. Presença massiva de capitais especulativos. Com a crise financeira de 1999, percebeu-se a marginalidade dos emergentes nos fóruns.
IBAS
Fórum de Diálogo Índia, Brasil, África do Sul, 2003. Proposto do presidente sul-africano Tabo Mbeki. 
· Declaração de Brasília:
· IBSAMAR – exercício militar conjunto da marinha. 2008.
· Fundo IBAS para o alívio da fome e da pobreza. Seus recursos são administrados pelo Escritório das Nações Unidas para a Cooperação Sul-Sul (ECSS) e repassados aos projetos selecionados.
· U$D 1 milhão anual por membro, aberto a doação de não membros.
· Visa a cooperação com PEDs e países de menor desenvolvimento relativo (LDCs).
· Conseguiu, por exemplo, construir hospitais na Palestina e colaborar com a situação humanitária delicada no Haiti
BRICS
Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Jim O’Neill. Goldman Sachs. 2001. BRIC – Building Better Global Economic destaca os principais países emergentes e prevê que, juntos, terão o maior PIB mundial até 2050. Brasil e Rússia terão papel relevante como exportadores de produtos primários; enquanto China e Índia de produtos manufaturados.
A coordenação entre Brasil, Rússia, Índia e China (BRIC) iniciou-se de maneira informal em 2006, com reunião de trabalho entre os chanceleres dos quatro países à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas. Desde então, o acrônimo, criado alguns anos antes pelo mercado financeiro, não mais se limitou a identificar quatro economias emergentes. O BRIC passou a constituir mecanismo de cooperação em áreas que tenham o potencial de gerar resultados concretos aos brasileiros e aos povos dos demais membros.
Desde 2009, os Chefes de Estado e de governo do agrupamento se encontram anualmente. Em 2011, na Cúpula de Sanya, a África do Sul passou a fazer parte do agrupamento, acrescentando o "S" ao acrônimo, agora BRICS.
Em 2006, ocorre encontro informal de ministros na AGNU. Em 2008, em Ecaterimburgo, encontro de ministros. Estratégia global contra o terrorismo da ONU. Primeira Cúpula de Líderes dos BRICS, em 2009, em Ecaterimburgo. Em 2011, a África do Sul integrou o grupo.
Os então quatro países-membros passaram a atuar de forma concertada, a partir da crise de 2008, no âmbito do G20, FMI e Banco Mundial, com propostas concretas de reforma das estruturas de governança financeira global, em linha com o aumento do peso relativo dos países emergentes na economia mundial. O papel desempenhado pelo BRICS foi fundamental para a reforma das quotas do FMI, aprovada em Seul, em 2010. Em dezembro de 2015, entrou em vigor a 14ª Revisão Geral de Quotas do FMI, acordada pelos membros em 2010. O número de cotas brasileiras no capital da instituição passou de 1,78% para 2,32%. A posição do Brasil como acionista do Fundo passou da 14ª para a 10ª. O poder de voto dos países em desenvolvimento passou de cerca de 39,4% para 44,7% 
· 2014 – VI Cúpula do BRICS, em Fortaleza, Brasil.
Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) do BRICS, com U$ 100 bilhões subscritos. O Acordo que criou o NDB foi assinado na Cúpula de Fortaleza, em 15 de julho de 2014, e entrou em vigor no dia 3 de julho de 2015. A sede do Banco é em Xangai, na China, e o primeiro escritório regional, em Johanesburgo, na África do Sul, se encontra em fase final de instalação. Atualmente, um dos principais temas na agenda do NDB diz respeito à política de admissão de novos membros a partir de 2017. O acordo constitutivo do NDB estabelece diretrizes gerais para tal processo: qualquer país membro das Nações Unidas poderá tornar-se membro do Banco; os países fundadores manterão conjuntamente poder de voto de pelo menos 55%; nenhum outro país poderá individualmente deter poder de voto acima de 7% do poder de voto total; e países desenvolvidos somente poderão aceder ao Banco na condição de membros não tomadores de empréstimos, como é prática em bancos dedesenvolvimento, e sua participação conjunta não poderá exceder 20 % do poder de voto total 
Arranjo de Contingente de Reservas (ACR) – com 100 bilhões subscritos para liquidez em curto prazo.
O Banco terá capital inicial autorizado de US$ 100 bilhões. O capital inicial subscrito será de US$ 50 bilhões, dividido igualmente entre os membros fundadores. O primeiro presidente do Conselho de Governadores será da Rússia. O primeiro presidente do Conselho de Administração será do Brasil. O primeiro Presidente do Banco será da Índia. A sede do Banco será localizada em Xangai. O Centro Regional Africano do Novo Banco de Desenvolvimento será estabelecido na África do Sul concomitantemente com sua sede”.
· 2018
O Brasil assina Acordo de Sede de Escritório Regional para as Américas do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), que será localizado no Brasil, em SP, e com representação em Brasília.
· 2019
O Brasil assume a presidência de turno do BRICS.
G-20 Agrícola
· Origem:
Insatisfação dos PEDs. Já na Rodada do Uruguai, no GATT, o Grupo de Cairns defendia o princípio do tratamento diferenciado para os países em desenvolvimento. Cairns x EUA x CEE.
Em 1992, chega-se ao Acordo de Blair House, um meio-termo. Sua cláusula da Paz impede o OSC da OMC de agir em caso de dumping agrícola.
2001, inicia-se a Rodada de Doha, na OMC. Em 2003, surge o G-20 Agrícola, mais ambicioso que o Grupo de Cairns. Concebido pelos países do IBAS. EUA, UE, Japão e Brasil formam o QUAD 4. O G-20 mudou a geografia comercial do mundo. O grupo não é coeso.
· Aliança para o Pacífico, em 2012, entre os países do Pacífico. [Chile, Colômbia, México e Peru].???????
G-20 (financeiro)
Década de 1970 – criação do G-24 (países periféricos), com proposta de maior regulamentação econômica e o G-7 (países desenvolvidos), propondo o liberalismo, austeridade. Em 1997, a Rússia foi convidada, passando a se chamar G-8. A Rússia deixa de participar, em 2014, com a invasão à Crimeia.
O Grupo dos 20 foi criado em 1999, em resposta às crises financeiras no México (1994), Ásia (1997) e Rússia (1998).
É integrado por ministros e chefes de bancos centrais de 20 países + União Europeia. Correspondem a 85% do PNB.
Em 2008, os Chefes de Estado participaram, o que acarretou uma mudança significativa do G-20, que passou a assumir a centralidade como fórum de discussão de governança global.
Desde então, a agenda do G20 tem se expandido para além da esfera econômico-financeira e inclui atualmente temas como desenvolvimento sustentável, combate à corrupção, economia digital, energia, infraestrutura, mudança do clima, emprego, saúde e educação. 
Fórum de Estabilidade Financeira: Em fevereiro de 1999, os ministros das finanças e os presidentes dos bancos centrais do G7 decidiram instituir o Fórum de Estabilidade Financeira com os objetivos de avaliar a vulnerabilidade do sistema financeiro internacional. O Brasil faz parte do Fórum desde 2009.
Convenção da Basileia II: foi o segundo Acordo da Basileia, que institui recomendações sobre leis bancárias e regulações. A Convenção da Basileia II foi publicada em 2004 e tinha como objetivo criar um sistema regulatório para os Bancos Centrais dos Estados Partes, e veio para substituir o Acordo da Basileia I, instituído em 1988. O acordo possui três pilares: 1. requerimento de capitais; 2. supervisão; 3. transparência e disciplina de mercado. O Brasil aderiu à Convenção. Basileia III veio depois da Crise de 2007/08.
África
	Houve um distanciamento do continente desde a Primeira República até meados do século XX. As relações só voltariam a se adensar com a PEI, havendo um “redescobrimento” da África. Em 1963, na AGNU, Araújo Castro realiza o Discurso dos 3 Ds: “Descolonização, desarmamento e desenvolvimento”. O desenvolvimento de uma relação mais estreita foi dificultado pelos laços luso-brasileiros. Durante a Guerra Fria, a África se viu cercada entre os interesses da influência bipolar. No mundo contemporâneo, está sob influência da China, que investe grandes aportes na infraestrutura do país, interessada em seus minérios. O continente vive o que se chama “Renascer Africano”. Os maiores parceiros comerciais do Brasil na África são: Nigéria (31%), Argélia (16%), Egito (13%) e África do Sul (12%).
· Oficialmente, as relações Brasil-África são consideradas horizontais e simétricas. A África do Norte predomina o islamismo como religião principal, enquanto que na África Subsaariana, predomina maioria cristã e de religiões tradicionais (nessa área encontram-se a África do Sul e a maioria dos países da CPLP).
· Importantes relações comerciais com a Nigéria. Apesar de a Nigéria ser atualmente mais expressivo, durante grande parte do século XX, a África do Sul foi o principal parceiro comercial do Brasil na África.
· Importantes relações políticas com a África do Sul: BRICS, IBAS, BASIC.
· Forte aproximação cultural e articulações exclusivas com países africanos de língua portuguesa (PALOP)
· Período Colonial (1500 – 1822) e Período Imperial (1822 – 1889)
As relações do Brasil com os países africanos são enfraquecidas após a redução e posterior abolição do tráfico negreiro. Após o século XIX, as relações do Brasil com a África praticamente desaparecem. Com a República, o Brasil se volta, predominantemente, para os EUA, e a África quase não aparece na pauta de relações exteriores do Brasil. O contato só começa a ser retomado após o final da Segunda Guerra Mundial, no contexto da ONU
· 1955: Conferência de Bandung. O Brasil foi representado por Adolpho Justho Bezerra de Menezes.
A partir do JK, o Brasil passou a apoiar a descolonização. Este discurso criava atritos com Portugal, um país colonialista e parceiro do Brasil. Tratado de Amizade e Consulta entre Brasil e Portugal (1953). Portugal se defendia dizendo que não possuía colônias, mas sim, territórios ultramarinos que faziam parte do Império Português. Havia um lobby considerável para que o Brasil desistisse do discurso de descolonização. O Brasil defendia o lusotropicalismo, conforme expressão de Gilberto Freyre.
O Brasil precisava da África para diversificação comercial e suprimento de petróleo. Comércio com a África do Sul expande a outros países.
· Governo Jânio Quadros. Início do paradigma universalista (1961) que as relações Brasil-África começaram a ser costuradas, de forma lenta e gradual. Criação da divisão da África no MRE. Viagem inédita do chanceler Afonso Arinos e nomeação do diplomata Raimundo de Souza Dantas – primeiro embaixador negro do Brasil. Boa vontade do Brasil em aumentar relações com a África.
· Com medo de represálias, tanto no caso do colonialismo quanto no caso do Apartheid, o Brasil apenas promovia críticas retóricas, sem medidas efetivas.
· Durante o mandato de Castello Branco, as relações Brasil-África foram praticamente nulas. Durante o governo Castelo Branco, há a primeira visita de um Chefe de Estado africano [Senegal].
· Retomada das relações com a África II UNCTAD (1968). Aproximação com os não-alinhados. Aproximação com o G-77.
· O Choque do Petróleo (1973) obrigou o Brasil a se aproximar dos países árabes e africanos – o processo de descolonização avançou bastante nos anos 1970, abrindo vastas janelas de oportunidades para o Brasil. Mário Gibson Barbosa realiza viagem a 9 países africanos.
· Com a Revolução dos Cravos (25/04/1974), o Brasil ficou mais livre para defender abertamente a descolonização. 1975: Brasil é o primeiro país no mundo a reconhecer a independência de Angola. Aproximação com o terceiro mundo. Aproximação facilitada devido à perda de mercado na Europa por conta da Convenção de Lomé (1975) e da priorização do sistema ACP.
· 1985: discurso de Sarney na AGNU Elevação das críticas à África do Sul e embargo cultural.
· 1986: Zona de Paz e Cooperação do Atlântico-Sul (ZOPACAS);
· 1989: Primeira Cúpula dos Países de Língua Portuguesa (São Luis, MA).
· Década de 1990. “Hiato e longa sonolência”. Porém, o Brasil participou ativamente dos conflitos em Angola e em Moçambique em missões de paz.
· Primeira Missão de Verificaçãodas Nações Unidas em Angola (UNAVEM) (participação brasileira de 1989 a 1990)
· Segunda Missão de Verificação das Nações Unidas em Angola (II UNAVEM) (participação brasileira de 1991 a 1995);
· Terceira Missão de Verificação das Nações Unidas em Angola (III UNAVEM) (participação brasileira de 1995 a 1997).
· Operação das Nações Unidas em Moçambique (ONUMOZ) (participação brasileira entre 1992 e 1993)
· Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) 1996.
· Acordo de Pretória (1996), demonstrando o compromisso de estabilizar as relações entre Brasil e África do Sul.
· No Governo Lula [2003-2010] ocorre um resgate da África. Cooperação Sul-Sul. Não indiferença e solidariedade. Abertura de novas embaixadas 18 para 37. Disputa Brasil x China na África: Vitória chinesa. Houve uma intensa cooperação técnica com a África coordenada pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores. Alguns exemplos de cooperação técnica incluem a atuação da EMBRAPA em Acra (Gana), o programa Pró-Savana (Moçambique) e as pesquisas da Fiocruz, também em Moçambique. Empresas como Vale, Petrobrás, Marcopolo, Odebrecht se instalam em países africanos. Estado Logístico, o Brasil, via BNDES, investia nestas empresas para construírem infraestrutura. Projeto Cotton 4 coordenado pela ABC e implementado pela EMBRAPA. Apoio ao desenvolvimento do setor algodoeiro.
· Saúde.
· Destaque para combate a AIDS e a malária.
· Instalação de fábrica da Fiocruz em Moçambique, em 2003.
· Educação
· [Unilab, 2010] – Universidade de Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira.
· Universidade Aberta do Brasil – com polo em Moçambique. Ensino a distância.
[ASA, 2006] – Diplomacia das cúpulas. Cúpula América do Sul-África.
O Brasil é ator proativo nas missões de paz coordenadas pelo DPKO (Department of Peace-Keeping Operations) da ONU.
Em 2013, Carlos Alberto dos Santos Cruz é nomeado comandante da “Brigada de Intervenção” da ONU, no Congo. Monusco.
Na presidência Dilma Rousseff, o princípio “responsabilidade de proteger” combina-se com “responsabilidade ao proteger”.
· ÁFRICA DO SUL
· 1918: Abertura de consulado na Cidade do Cabo
· 1975: Resolução da AGNU que tipifica Sionismo e Apartheid como formas de racismo
· 1985: Brasil impõe embargo cultural a África do Sul
· Anos 1990
· Fim do Apartheid e normalização de relações Frederik de Klerk (1989 – 1994)
· Nelson Mandela (1994 – 1999)
· Visitas de 1992 (Mandela no Brasil) e 1996 (FHC na África do Sul)
· Acordo de Pretória (1996)
· 2001: Brasil e África do Sul defendem juntos o licenciamento compulsório de fármacos (quebra de patentes).
· Embora o fluxo comercial com a África do Sul seja pequeno, girando em torno de dois bilhões de dólares, o país possui grande importância política para o Brasil.
· IBAS – Cooperação entre Índia, Brasil e África do Sul.
· BASIC – Cooperação entre Brasil, África do Sul, Índia e China.
· BRICS – Cooperação entre Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
· MERCOSUL-SACU (South African Costums Union)
· MERCOSUL-SADC (Sourthern African Development Community)
Relações bilaterais – China
	A China adota a política de “Uma Só China” – para se estabelecer relações diplomáticas com esse país, é preciso reconhecer sua soberania sobre Taiwan. O país também reivindica o Tibete. Em 2011, a China ultrapassa o Japão e se torna a 2ª maior economia do mundo. Teóricos preveem que em breve também ultrapassará os EUA.
· Marcos históricas
· 1839 – 1949: Guerras do Ópio e “Século da Vergonha”. Subjugação do Reino Unido e do Japão e crimes de guerra. Humilhações pretéritas influenciam a política externa chinesa até hoje. Aumento da desconfiança com potências estrangeiras. Estados Unidos entram nessa lógica de desconfiança.
· 1911: Derrubada da dinastia Qing e proclamação da República da China (Sun Yat-Sun).
· 1937 – 1945: Guerra da resistência contra o Japão.
· 1949: Revolução Chinesa. Partido comunista assume o poder – Mao Tsé Tung. Partido nacionalista e Chiang Kai-shek fogem para a Ilha Formosa (Taiwan). China se divide em dois: comunista e nacionalista.
· Entre 1949 e 1971, a China nacionalista foi a legítima representante no Conselho de Segurança da ONU.
· 1971: República Popular da China substitui República da China na ONU (resolução AGNU/2758). Brasil votou contra a substituição.
· 1972: visita do Presidente Nixon à China. Afastamento da China e da União Soviética. Aproximação da China com os Estados Unidos.
· 1979: normalização das relações diplomáticas China-EUA (Carter).
· 1978: Deng Xiaoping promoveu reformas e abertura. Socialismo de mercado: Poder – comunista; Economia – capitalista. Modernização de diversos setores da sociedade. Porém, manutenção do autoritarismo. Expansão da indústria Produtos “xing-ling”DITA
· As Quatro Modernizações de Deng Xiaoping. Quatro modernizações – agricultura, indústria, tecnologia e defesa. Modernização na Agricultura. Agricultura de Mao Tsé-Tung era pouco produtiva. Deng Xiaoping: Modernização do maquinário. Importação de alimentos, inclusive do Brasil. Modernização na Indústria. Aumento da produtividade. Produtos “xing-ling”. Ausência de leis trabalhistas e ambientais. Mão de obra barata. Modernização na Tecnologia. Investimentos em pesquisa e ciência. Modernização na Defesa.
· Ingresso da China na OMC
· 2001: acessão chinesa à OMC.
· Como a China não é um país 100% capitalista, a entrada na OMC foi diferenciada. Problema: Como a China não possui um sistema de precificação convencional, a OMC não saberia quando o país praticaria dumping. Solução: Se a China vendesse um produto cujo preço estivesse abaixo da média internacional, seria configurado dumping.
· Mesmo com as medidas antidumping as exportações chinesas cresceram exponencialmente.
· Condições Geopolíticas
· Segunda maior economia do mundo (US$ 11 trilhões de PIB). Reservas internacionais avaliadas em US$ 3,3 trilhões. Maior potência comercial do mundo (superou os EUA em 2014. Baixo PIB per capita. Maior parceiro comercial de aproximadamente 130 países, incluindo o Brasil. Grandes disparidades de renda, regionais, campo x cidade, etc. Superávit comercial de US$ 600 bilhões (2015). Momento de transição do modelo econômico: de investimentos e exportações para consumo e serviços.
· A política externa chinesa é baseada em quatro círculos concêntricos que partem do local ao global: o primeiro é o território interno; o segundo, a vizinhança; o terceiro, a Ásia e o Pacífico; e o quarto, o mundo inteiro.
· Taiwan.
· 1949: O Partido Nacionalista Chinês (Kuonmitang), liderado por Chiang Kai-shek, foge para a Ilha de Formosa. Governo de Pequim considera Taiwan uma das províncias da China continental. “É dever de todo o povo chinês, incluindo os compatriotas de Taiwan, cumprir a grande missão de reunificar o território da nação”.
· Lei de 2005 sobre Taiwan determina uso da força caso a ilha declare independência. Consenso de 1992: ambas as partes concordam com o princípio de “uma só China”. Relações de altos e baixos – Kuonmitang (Partido Nacionalista), de Ma Ying-jeou (2008 – 2016). Partido Progressista Democrático, de Tsai Ing-wen (2016 – 2020). O Partido Progressista Democrático que atualmente está no poder, possui maiores reivindicações de independência, o que pode reacender o atrito entre as duas Chinas. Taiwan participa da OMC com o status de território alfandegário.
· Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB). Banco multilateral de fomento ao desenvolvimento, com capital de US$ 100 bilhões. Foco é o financiamento de projetos de infraestrutura na Ásia. Iniciativa chinesa, foi criado em 2015 por 57 países. Brasil é o único membro fundador da América do Sul, com 3% do poder de voto. Há quem considere um “Plano Marshall” da China para a região, mas há diferenças: Contexto histórico totalmente diferente. Não é um instrumento unilateral, mas multilateral. Não tem contornos ideológicos, mas pragmáticos. Com o projeto, a China fará maior uso de suas gigantescas reservas internacionais.
China e Rússia – Principais pontos em comum. Complementariedadeeconômica: venda de energia da Rússia para a China. Antiamericanismo: resistência à hegemonia dos EUA Complementariedade militar: ambos pretendem aumentar sua influência no Pacífico.
O Mar do Sul da China é um dos principais focos das tensões geopolíticas atuais. Apesar dos Estados Unidos estarem interessados na sua livre navegação, a China cada vez mais tenta expandir seu mar territorial. O problema é que para aumentar seu mar territorial, a China vem construindo ilhas artificiais no mar ao sul do país, Via bilateral. Construção de plataformas de petróleo, ilhas artificiais e bases militares nos arquipélagos de Parecel e Spratly.
· Organização para a Cooperação de Xangai – Aliança Eurasiana ou Eurasiática Combate às “três forças do mal” (separatismo, extremismo e terrorismo). Participam China, Cazaquistão, Quirguistão, Rússia, Tadjiquistão e Uzbequistão. Índia e Paquistão – ingresso em 2016. Temor do Ocidente de que venha a rivalizar com a OTAN.
· “Nova Rota da Seda” (The Belt and Road Iniciative). Iniciativa lançada pelo presidente Xi Jinping em 2013, com foco em melhorar a conexão com países da Eurásia e também da África e abrir mercados com “benefícios mútuos”. Na visão do Governo chinês, a Rota da Seda é o símbolo da comunicação e da cooperação entre o Oriente e o Ocidente. Com a Nova Rota da Seda a China deverá: Ampliar seu mercado consumidor. Investir em infraestrutura e conectividade. Garantir melhor acesso a recursos estratégicos, como alimentos e energia. Trazer desenvolvimento às províncias do Oeste chinês como Xipiang.
· O Mundo: Modelo “China + X”. A China tem privilegiado o modelo “China + Região” para institucionalizar suas relações com África, Oriente Médio e América Latina e Caribe. Exemplo: China – África: Fórum de Cooperação China-África (FOCAC) é o marco institucional da relação com o continente. Criado em 2000, prevê reuniões tri-anuais. Dos aproximadamente US$ 90 bilhões de empréstimos chineses à África, o foco tem sido nos setores de transportes, energia e mineração. Abertura de base naval em Djibuti – primeira base naval chinesa fora de seu território.
· China e América do Sul. Foro CELAC-China A última e definitiva fronteira a ser explorada para o avanço chinês no mundo. Proposta chinesa, aprovada na Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) em Havana (2014). Relações marcadas pelo avanço chinês na área de commodities. Nível de chanceleres, com periodicidade tri-anual. Assimetria na pauta comercial, mas superávit de países da região. Primeira reunião em janeiro de 2015 (Pequim). Novo vínculo associativo ou novo esquema colonial. Fundo de US$ 20 bilhões para financiar projetos de infraestrutura.
· Século XIX
Migração chinesa para o Brasil. Cotados para a produção de chá. Abertura de consulado em Pequim. Migração continuou no século XX. Apesar disso, relações eram pouco expressivas.
· Década de 1940
Aproximação por conta da Segunda Guerra Mundial. China luta do mesmo lado do Brasil (aliados). Relação não aprofunda (Brasil vivia americanismo). Revolução Comunista (1949). Divisão da China em duas – nacionalista e comunista.
· Década de 1950
Governo Dutra reconhece China nacionalista (Taiwan).
· Década de 1960
PEI – tentativa de aproximação, mas não avança. Acordo comercial sem sucesso. Castello Branco – “correção de rumos” e afastamento.
· Década de 1970
· Em 1970, a RPC rompe com a URSS.
· Em 1971, na AGNU, o Brasil votou contra a substituição de Taiwan no CSNU. Em 1974, o Brasil retoma relações diplomáticas com a China e rompe com Taiwan.
· Década de 1980
Avanços no Governo Figueiredo são ainda maiores. Visita de Figueiredo à China. Parcerias nuclear, espacial, tecnológica. Tendência mantida por Sarney.
· Século XXI
· Em 2001, a China é admitida na OMC.
O comércio Brasil-China era residual até o início dos anos 1990. Em 2000, a exportação para a China correspondia a U$ 1,085 bilhão. Em 2011, essa cifra superava U$ 44 bilhões.
Em 2009, a China ultrapassou os EUA como principal parceiro comercial do Brasil. O Brasil importa produtos manufaturados e exporta produtos primários como soja e minérios.
Com o fim da bipolaridade, os EUA reduzem sua participação na China, que se aproxima da América Latina e da África.
Em 1993, a China considera o Brasil um key partner. Primeira parceria estratégica do país.
Em 1995, FHC realizou sua primeira visita à China. Em 1995, a China posicionou-se contra o quick fix de 1995, que incluiria a Alemanha e o Japão no CSNU.
[CBERS, 1988] – China-Brazil Earth Resources Sattelite. (1999, 2003, 2007, 2013 e 2014).
Em 2002, joint venture entre a Embraer e a China Aviation Industry Corporation II (AVIC II) cria a Harbin Embraer Aircraft Industry Co. Ltd. (HEAI).
O presidente Lula realizou sua primeira visita à Pequim no início de 2004. 30 anos de relação. A China era a terceira maior economia do mundo. Estabelecimento de Conselho Empresarial Brasil-China [CEBC].
COSBAN – Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Coordenação e Concertação. Parado desde 2015.
Expectativa de apoio chinês à adesão do Brasil a uma das cadeiras permanentes no CSNU. Itamaraty questionado sobre possível concessão de status de economia de mercado à China. Sem resultado.
Em novembro de 2004, o presidente Hu Jintao visitou o Brasil. Na ocasião, o Brasil reconheceu a China como economia de Estado. A China declara simpatia ao pleito brasileiro, mas definitivamente posiciona-se contra a adesão do Japão devido a este ser pró-EUA e de mágoas da Segunda Guerra Mundial.
· 2012. Parceria Estratégica Global. Plano Decenal de Cooperação [2012-2021]. Plano de ação conjunta Brasil-China. Eleição de Xi Jiping. 1 – Ciência, tecnologia e inovação e cooperação espacial. 2 – Energia, mineração, infraestrutura e transporte. 3 – Investimentos e cooperação industrial e financeira. 4 – Cooperação econômico-comercial. 5 – Cooperação cultural e intercâmbio entre as duas sociedades.
Em 2013, III Reunião do COSBAN. Fórum para a Cooperação Econômica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa.
· 2013 – Iniciativa da Nova Rota da Seda.
· 2017
· Visita de Temer à China Reunião do COSBAN.
· Xi Jinping tem seu mandato como Secretário-Geral do PCC renovado por mais cinco anos.
· 2018
· A China lança a Política da China para o Ártico. Objetivo de construir o Ártico como um espaço global. Desenvolvimento da “Rota do Norte”.
· Reforma constitucional que permitirá a permanência de Xi Jinping na presidência por tempo indeterminado.
· China lança o Livro branco, priorizando o desenvolvimento econômico e cooperação.
· A China anuncia a imposição de novas tarifas a produtos norte-americanos no valor de 50 bilhões. China aplica medidas provisórias antidumping ao frango brasileiro.
· Primeira Edição da Feira de Importações de Xangai (CIEE). O Brasil foi um dos doze países homenageados.
· Dezembro. Meng Wanzhou, chefe de operações financeiras da Huawei, é presa em Vancouver, no Canadá. Possível violação de sanções contra o Irã.
· 2019
· Abril. Mais de 20 mil pessoas em Hong Kong. Manifestação contra proposta de extradição para a China continental.
· Maio. Vice-Presidente da República. Visita. COSBAN. Entendimento sobre consultas referente a salvaguardas no açúcar. Reivindicações brasileiras atendidas sem necessidade de painel.
· Junho. Milhares de pessoas protestam em Hong Kong sobre projeto de lei de extradição. Trump e Xi concordam em retomar negociações após reunião do G-20.
· Julho. Departamento de Estado dos EUA potencial venda de armas a Taiwan. China pediu “anulação imediata”.
· Comércio. O Brasil e a China – Marcos institucionais nas relações – Relações comerciais. A china é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009. Marcante expansão na corrente de comércio entre 2000 e 2015. Vultosos superávits brasileiros (US$ 45 bilhões desde 2009). Pauta desequilibrada. 
– 80% das exportações brasileiras foi de produtos básicos em 2015.
– 95% das importações brasileiras foi de manufaturados em 2015.
– Desafio de reprimarização da pauta de exportações
– Investimentosconcentrados nos setores de infraestrutura e energia.
– Acordo de “swap cambial” – comércio em moeda local.
– Lula reconhece China como economia de mercado.
Oriente Médio
	O Oriente Médio foi derivado do antigo Império Otomano (1299-1922). A partir do século XIX, o Império Otomano começou a enfraquecer. A França e o Reino Unido firmaram o Acordo de Sykes-Picot (1916), para partilhar as áreas de influência no Oriente Médio deixadas pelo vácuo de poder do Império Otomano.
As origens das práticas do terrorismo islamita devem ser procuradas, em grande parte, na fundação da Irmandade Muçulmana (1924), com a queda do império Turco-Otomano, que, por séculos, uniu o mundo árabe. Contra o ocidentalismo e a favor da Sharia. Essa tentativa de recuperação do Islã deu origem a novos grupos como Talibã, Hamas, Al Qaeda, Hezbollah.
Sunitas (menos radicais) são maioria e xiitas, minoria. Xiitas e sunitas divergem na sucessão do profeta Maomé. Os xiitas se concentram especificamente no Iraque e no Irã. Há também, países divididos, como é o caso do Iêmen; ou ainda, “outros grupos” do Islã, como é o caso da Somália.
Os curdos compõem uma etnia; estão espalhados em diversos países, com destaque para Iraque, Síria e Turquia. São a maior nação sem Estado do mundo e visam a criação do Cursdistão. PKK – Partido dos Trabalhadores Curdos.
· Historicamente, é uma região de baixa prioridade para a PEB. Tradicionalmente, não houve grande interesse econômico–comercial. Importância: processos desafiadores à segurança e à paz internacional. Momento de incremento nas relações: Pleito brasileiro para um assento permanente no CSNU. Até os anos 2000, a relação se dava majoritariamente pela questão israelo-palestina, apesar de não exclusivamente.
· Visitas oficiais:
· Visita turística D. Pedro II no século XIX. Próximo estadista brasileiro a visitar o Oriente Médio foi Lula da Silva.
· Países do Oriente Médio. O Oriente Médio é uma região geográfica que abrange parte de dois continentes: África e Ásia. Não confundir com:
1 – Mundo árabe: Grupo de países de maioria árabe, relativo ao povo árabe. Turquia (maioria turca), Irã (maioria persa) e Israel (maioria judia) NÃO fazem parte do mundo árabe – ainda que Turquia e Irã façam parte do Mundo Islâmico.
2 – Mundo islâmico: Israel e minorias de outras religiões não são islâmicas.
· Ponto de vista geográfico: 2 regiões
· Magreb (parte ocidental, oeste da Líbia):
· Mashreq (parque oriental, leste da Líbia):
· A Liga Árabe abrange 22 países árabes
· União do Magreb Árabe abrange apenas países do Magreb.
· Elementos aglutinadores do mundo árabe: Independência em relação aos países europeus; Rejeição ao Estado de Israel criado em 1948.
· Um dos primeiros países da região a ter relações estabelecidas com o Brasil foi a Turquia; na verdade, o Império Turco-Otomano, ainda em 1858, na época do Brasil-Império. O governo Geisel, nos anos 1970, estabelecera um escritório da Organização para a Libertação Palestina (OLP) no Brasil.
Liga dos Estados Árabes (Liga Árabe). Fundada em 1945. Um grupo de coordenação e concertação política entre os Estados árabes, a fim de aumentar a integração regional e o poder de barganha no sistema internacional.
Revolução Iraniana [1979] teve como consequência o Segundo choque do Petróleo. De caráter anti-americano, derrubou o Xá Rheza Pahlevi, aliado do Ocidente, que pretendia modernizar o país com medidas seculares. Sob liderança religiosa do Aiatolá Khomeini, instaura uma teocracia xiita, influenciando os xiitas do Oriente Médio.
Guerra Irã-Iraque. [1980-1988]. Após a abertura de um vácuo de poder deixado pelo Egito, o Iraque tentou assumir o posto de líder regional. O Iraque tinha 60% da população xiita, 20% da população sunita curda. E apenas 20% sunita árabe. Hussein era árabe sunita e invadiu o Irã, que encontrava-se fragilizado pela eclosão da Revolução Iraniana. Nesse momento, o terrorismo é consagrado como prática legítima de guerra.
Guerra do Afeganistão [1979-89]. Influenciada pela Revolução Iraniana, a população sunita se volta contra o governo pró-URSS. Os EUA financiam os sunitas e prestigiam a figura de Osama Bin Laden, como bastião da liberdade. Surgem em 1988 o Talibã e Al-Qaeda.
Al-Qaeda foi um grupo que se formou contra a intervenção da URSS no Afeganistão. Inicialmente apoiado pelos EUA, o grupo voltou-se contra este no contexto da Guerra do Golfo, na qual os EUA enfrentaram o Iraque. Consequência: 11 de Setembro.
Guerra Civil Libanesa. [1975-1990]. Surge o grupo terrorista Hezbollah.[1982] defende os xiitas. Aliado irã. Proliferação de milícias religiosas.
· Impacto da região nas relações internacionais
· Impacto econômico. Crescimento médio de 2,6% ao ano. Cerca de 50% das reservas globais de petróleo. Cerca de 40% das reservais globais de gás natural.
· Impacto cultural. Conflitos identitários e envolvimento de grandes potências. Berço de religiões abrâmicas.
· Impacto geográfico. Histórica rota comercial terrestre e marítima. Região estrategicamente situada entre a Europa, África e Ásia. Canal de Suez.
Irã vs Arábia Saudita
Ambições geopolíticas de se tornarem a potência hegemônica regional. Há, nesse caso, uma espécie de “Guerra Fria do Oriente Médio”, com ambos disputando o controle da região. A “Guerra Fria” do Oriente Médio não envolve o enfrentamento direto entre Arábia Saudita e Irã. Ao invés disso, ambos financiam, promovem, equipam e fomentam a atuação de grupos rivais. Embora cada caso seja específico, normalmente, o Irã, de maioria xiita, tende a apoiar as minorias xiitas dos países da região. A Arábia Saudita, de maioria sunita, tende a apoiar os governos ou grupos sunitas que disputam o poder. Normalmente o Irã costuma ser apoiado pela Rússia e a Arábia Saudita, apoiada pelos Estados Unidos.
Na década de 1930, logo após a formação do reino saudita, foi descoberto petróleo no país. A partir de então, Arábia Saudita e Estados Unidos têm costurado importantes alianças.
No Irã, o Reza Pahlavi filho manteve boas relações com os Estados Unidos e promoveu a ocidentalização e a modernização do país. Com a Revolução Iraniana (1979), o governo combateu a cultura ocidental e instalou a sharia (lei islâmica) como sinônimo da lei do país. os Estados Unidos perderam um aliado estratégico no Oriente Médio.
Sunita Saddam Hussein – inclusive, apoiou a invasão iraquiana do Irã. Já o Irã, declaradamente xiita, historicamente apoiou os grupos xiitas iraquianos. Irã atua diretamente na desestabilização de Estados sunitas. Sem Saddam, Grupos crescem e são apoiados tanto por Irã quanto por Arábia Saudita
Com o 11 de setembro, Estados Unidos listaram países que financiavam atividades terroristas, porém, por razões geopolíticas, a Arábia Saudita não foi incluída. Com a derrubada de Saddam, os grupos iraquianos se voltaram contra os Estados Unidos.
· Estado Islâmico. Grupo terrorista sunita, nasce em 2004 como brado da Al-Qaeda no Iraque. Ganha força a partir de 2012, com operações na Síria (vinculadas à “Frente A-Nusra”. Se destaca a partir de 2014, com o controle de Raqqa (Síria) e Mosul (Iraque). Em 2017, o EI perde o controle de Mosul e Raqqa. Desde então, só tem perdido territórios.
Primavera Árabe
A Primavera Árabe iniciou-se na Tunísia, em 2010, espalhando-se por outros países da África Branca. Teve como consequência a queda de Ben Ali [Tunísia], Mubarak [Egito] e Ghadafi [Líbia].
Líbia, Iêmen e Síria estão passando por guerras revolucionárias apoiadas ou pelo Irã ou pela Arábia Saudita. Os três são vistos como Estados falidos.
· Tunísia 2010
2010. Mohamed Bouazizi se suicida. Suicídio é precedido por críticas ao regime tunisiano e às dificuldades do país. Suicídio gera uma grande comoção, iniciando a Revolução de Jasmim. Primavera Árabe se inicia, oficialmente. Manifestações similares se alastram pela região.
2011. Presidente tunisiano Ben Ali renuncia e se exila na Arábia Saudita. Nesse momento, as rivalidades Arábia Saudita versus Irã se tornam mais nítidas.
2011-2013. Instabilidade política. Quarteto para o Diálogo Nacional da Tunísia.Em 2015, o Quarteto ganhou o Nobel da Paz.
2014. Aprovação de nova constituição e realização de eleições gerais.
· Egito
2011. A população egípcia realiza manifestações contra o presidente Hosni Mubarak, que renuncia. São convocadas eleições gerais e a Irmandade Muçulmana tenta chegar ao poder.
2012. Mohamed Morsi, da Irmandade Muçulmana, é eleito. A população voltou às ruas, pois não queria outro conservador religioso no poder. Embora tivesse instrumentalizado as manifestações contra Mubarak, a Irmandade Muçulmana reprimiu as novas manifestações contra Morsi.
2013. Diante de novos protestos, as Forças Armadas depõem o presidente.
2014. Em novas eleições, o general Abdul-Sisi é eleito. Sisi se mantém até hoje no poder. O governo de Morsi se aproximou do Irã, mas Sisi se reaproximou da Arábia Saudita e dos EUA, revertendo o cenário existente antes da Primavera Árabe.
· Líbia
2011. Manifestações contra o presidente Muammar al- Khaddafi, onde a população civil é violentamente atacada. O CSNU autoriza (Res. 1970) embargo econômico. O Brasil também apoiou a resolução. O CSNU autoriza (Res. 1973) a criação de uma zona de exclusão aérea e o uso de “todos os meios necessários”. Na prática, o governo líbio ficou impedido de usar seu espaço aéreo. Além disso, essa resolução subsidiou a intervenção da OTAN no país. O Conselho Nacional de Transição da Líbia é reconhecido pela comunidade internacional. Morte de Khaddafi. Desestabilizada, a Líbia se torna um paraíso para terroristas. No mais, a Líbia se tornou um ponto de passagem para emigrantes com destino à Europa.
2012-2018. Instabilidade política e ascensão do Estado Islâmico e de outros movimentos extremistas. Trípoli, a capital oficial da Líbia, não é mais reconhecida por todos os grupos. Não existe mais o monopólio legítimo do uso da força, por parte do Estado líbio.
· Iêmen
Os protestos e conflitos no Iêmen estiveram em torno da busca pelo fim da ditadura de Ali Abdullah Saleh, que durou 33 anos. O fim da ditadura foi anunciado em Novembro de 2011, em processo marcado para ocorrer de forma transitória e pacífica, através de eleições diretas. Apesar do anúncio de uma transição pacífica, houve conflitos e repressão por parte do governo. Foram registrados também alguns acordos realizados pelos rebeldes com a organização terrorista Al-Qaeda durante alguns momentos da revolução iemenita. Assumiu seu vice, Hadi. Em meio à fragilidade, o movimento xiita houthi tomou o controle do norte do país.
2011. Ali Abdullah Saleh entrega o cargo para Abdrabbuh Mansour Al- Hadi.
2011-2015. Diante da instabilidade do novo governo, o grupo xiita Houthi ocupa Sanaa e obriga o presidente Hadi a deixar o país. Os Houthis são apoiados pelo Irã. Hadi é apoiado pela Arábia Saudita.
2015-2017. Com a ascensão dos xiitas, o governo saudita inicia uma campanha de ataques aéreos no país. Saleh se aproxima do grupo Houthi.
2017. Saleh é morto, dois dias após anunciar seu rompimento com o grupo xiita Houthi e a disposição de iniciar diálogos com a coalização liderada pelos sauditas.
2018-2019. Hadi governa de Aden e busca retomar o território.
Síria
No contexto da Primavera Árabe, eclode uma guerra civil na Síria. A luta, liderada pelos sunitas, que se sentem prejudicados por uma minoria alauíta, busca a deposição do ditador Bashar al-Assad, cuja família encontra-se no poder há 46 anos. Há a estimativa de quase 20 mil mortos desde que o governo ditatorial decidiu reprimir os rebeldes com violência.
Em 2011, manifestantes pacíficos protestavam contra o governo de Bashar Al-Assad (2000 presente) e foram duramente reprimidos. A reação violenta do governo desencadeou novos protestos que desta vez, não foram mais pacíficos, transformando-se em uma guerra civil. na Guerra da Síria, foi a Arábia Saudita que apoiou/apoia os grupos antigoverno.
O presidente tem apoio da Rússia, do Irã e do Hezbollah. OS EUA apoiam o Exército Livre da Síria. Enquanto os curdos, que ocupam parte razoável do território sírio, visam a criação de seu próprio Estado.
O poder do Irã aumentou ainda mais quando o Hezbollah passou a apoiar o governo de Assad. O Hezbollah é um grupo xiita sediado no Líbano, criado nos anos 1980, cujo objetivo é combater Israel.
Em 2012, cria-se o Grupo de Ação sobre a Síria. Kofi Annan, ex-secretário da ONU e representante especial propôs os Seis Pontos do Plano Annan.
· Não se chegou a consenso no CSNU. O Brasil adotou o princípio da não interferência. “A AGNU não pode se esquivar de afirmar claramente que não pode haver solução militar para a crise”. Defesa da contenção à proliferação e fornecimento de armas e indicasse suas fontes. Não caberia à AGNU, naquele momento, mesmo que indiretamente, conferir legitimidade ou decidir quem deveria ser o representante da oposição síria e muito menos do povo sírio.
Desde 2013, o Brasil decidiu facilitar vistos de entrada para os nacionais sírios.
Há que se notar que, em 2015, o Boko Haram jurou lealdade ao grupo Estado Islâmico e, inclusive, atuou juntamente ao grupo na Síria.
· Personagens
· Assad, Rúsia, Irã e Hezbollah.
· Estado Islâmico – busca estabelecer um califado. Todos os atores estão contra o grupo.
· Curdos – habitam a Turquia, Irã, Iraque e Síria. Pretendem formar o Curdistão. Os únicos que apoiam os curdos são os EUA. Mas os EUA também apoiam os rebeldes que são contra os curdos.
· Rebeldes anti-Assad, Estados do Golfo, Jordânia e Turquia.
· Histórico
2011. O presidente Bashar al Assad reprime violentamente as manifestações. A violência governamental é excessiva, maior do que nos outros países.
Contexto religioso: O Estado sírio é controlado por minoria religiosa alauíta (12%) ligada aos xiitas. A maior parte da população é sunita (cerca de 60%).
Contexto internacional. A Arábia Saudita e o Irã se posicionam em relação ao conflito. Barack Obama se pronuncia em agosto de 2011, pedindo que Assad saia do poder. Alemanha, França e Reino Unido realizam pronunciamentos semelhantes. Ampliação do regime de sanções econômicas da UE e dos EUA contra o regime. Porém, a Rússia, aliada histórica da família Assad, reforça seu apoio ao governo. Interesses chineses na Síria – Interesse econômico: suprir o vácuo deixado pelas sanções. Interesses russos na Síria – Rússia e Síria possuem relações históricas. – Assad possui dívidas com o governo russo. – A Síria possui localização estratégica. – A Rússia quer voltar a ser um player importante. – A Rússia quer combater o terrorismo.
2012. Diante da posse de armas químicas pelo governo sírio, Obama anuncia uma “linha vermelha”.
2013. Utilização de gás sarin, matando 26 pessoas (incluindo alguns soldados do governo).O governo dos EUA atribui a autoria da maior parte dos ataques químicos ao governo sírio. Obama assinala intenções de intervir no conflito. Diante da negativa do congresso americano, os Estados Unidos passam a intervir de forma indireta. Diante da pressão internacional, o governo sírio assina a Convenção para a Proibição de Armas Químicas e ingressa na Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ).Compromete-se a concluir a remoção de todo o arsenal químico até julho de 2014.
2014. Os EUA e uma coalização de 50 países iniciam ataques aéreos contra o Estado Islâmico e outros grupos terroristas no Iraque e na Síria.
2015. A Rússia inicia ataques aéreos contra o Estado Islâmico e demais grupos rebeldes.
2016. Início da retomada de poder e território pelo governo Assad. Enfraquecimento do Estado Islâmico Trump chega ao poder, mudando a política intervencionista dos EUA e deixando o governo sírio mais livre.
Relações com o Oriente Médio
· Década de 1940 – Criação de Israel – participação ativa do Brasil.
Osvaldo Aranha, em 1947, presidiu a 2ª sessão na AGNU, liderou o processo negociador que levou à aprovação do Plano de Partilha em dois estados autônomos e independentes e com Jerusalém sob domínio internacional (Resolução 181). Ocorreu durante o Governo Dutra, pautado pelo americanismo. Equidistância do conflito árabe-israelense.
Guerra da Independência (1948).A posição do Brasil foi pautada, na maioria das vezes, pela equidistância entre os interesses de Israel e da Liga Árabe.
Abstenção sobre entrada de Israel na ONU, em 1949. Favorável à condenação do Egito, na crise de Suez, em 1951.
· Década de 1950 – Nacionalização do Canal de Suez
· Protagonismo da AGNU, mediante a “Resolução Unidos para a Paz”, de 1950. A Resolução 377 reforçou a competência residual da AGNU em questões de Paz e Segurança.
· Em 1956, Gamal Abdel Nasser promove nacionalização do Canal de Suez. A ação de Nasser também foi reprovada pelas grandes potências, sendo um dos raros momentos de convergência entre Estados Unidos e União Soviética.
· [UNEF I, 1957-1967] – Força Internacional de Emergência das Nações Unidas. O Brasil participou com o Batalhão de Suez.
· Década de 1960 – Guerra dos Seis Dias – neutralidade brasileira
· No principal conflito, a Guerra dos Seis Dias (1967), o Brasil deixou claro sua posição de neutralidade. Evento no qual Israel anexou a Faixa de Gaza (Cisjordânia), a Península do Sinai (Egito) e as Colinas do Golã (Síria), representando uma derrota significativa para os países árabes.
· Década de 1970 – Choque do Petróleo – aproximação aos países árabes
· A Síria e o Egito atacam Israel no dia do Yom Kippur – Dia do Perdão, em 1973. Primeiro Choque do Petróleo. Efeito: triplicação do preço do barril pela OPEP.
· O Brasil busca diversificar a fonte de financiamentos. Por conta da crise no mundo desenvolvido provocada pelo Choque do Petróleo. Por conta do milagre brasileiro e da consequente necessidade de escoar os produtos brasileiros.
· Governo Geisel. II PND. Azeredo da Silveira: “A melhor tradição do Brasil é saber reinventar-se”. Abertura de embaixadas em países árabes, na tentativa de melhorar a balança comercial. Tal política, em linhas gerais, foi seguida por Figueiredo.
· Em 1974, o Brasil reconheceu a OLP.
· Em 1975, o Brasil vota a favor no projeto de resolução nº 3.379 da AGNU, que declara o sionismo forma de racismo e discriminação racial.
· Necessidade de investimentos dos países árabes no Brasil. Necessidade de garantir votos na ONU – são mais de vinte países árabes contra um judeu. O Brasil começa a vender alimentos para os países árabes. Iniciamos a produção de alimentos halal.
· Década de 1980 – Aprofundamento das relações, mas crise dificulta
· Década de 1980: Por um lado, o aprofundamento. Por outro, as dificuldades da crise brasileira.
· Década de 1990 – congelamento de relações
· Recuperação econômica. Foco no regionalismo e na multilateralidade. Inserção nas cadeias globais de produção. Por causa disso, havia pouco espaço para o Oriente Médio.
· Guerra do Kuwait [1991] – Hussein invadiu e anexou o Kuwait, e os EUA invadiram o Iraque. Sem a ameaça soviética, as potências locais acreditavam que os Estados Unidos não interfeririam mais em questões regionais. O Brasil votou, na ONU, a favor do projeto de resolução que condenava a ação iraquiana e impunha sanções econômicas ao governo daquele país. Opôs-se a integrar a coalização multinacional liderada pelos EUA. Operação Tempestade no Deserto.
· Durante a guerra, 500 brasileiros foram feitos reféns no Iraque. Missão Flecha de Lima resgata os brasileiros que moravam no Iraque.
· O Iraque sofre embargo e ficou proibido de comprar armas. Afeta a posição comercial e diplomática do Brasil na região.
· O Brasil tem participação mínima nas duas questões cruciais dos anos 1990: Conferência de Madri (1991) e Acordo de Oslo (1993).
· No Acordo de Oslo, a ANP abre escritórios de representação no Brasil.
· Segundo Governo FHC: redescoberta do mundo árabe com ênfase nas relações comerciais. Diante da crise no Mercosul, era fundamental que o Brasil procurasse novas parcerias, como, por exemplo, retomando as relações com o Oriente Médio.
· Em 1997, o Brasil consente com o uso da força, por parte dos EUA, no Iraque. Até então, a ameaça militar não era admitida pelo Brasil. Claro indício de afastamento político brasileiro em relação ao mundo árabe.
· Século XXI
· Em 2000, o Itamaraty organiza a Conferência Brasil–Países Árabes.
· Governo Lula: crítica à Guerra do Iraque. Em 2003, no contexto da GWT, a Guerra do Iraque foi justificada porque Saddam Hussein estaria produzindo armas de destruição em massa. No entanto, após a invasão, as armas não foram encontradas. A invasão do Iraque havia sido feita sem o aval da ONU. Desgaste progressivo dos EUA após a Guerra do Iraque, em 2003. Isso deu abertura à maior aproximação política do Brasil. Ênfase na cooperação Sul–Sul.
· Apoio do Brasil ao candidato árabe (egípcio) na UNESCO.
· Visita do presidente Lula a países árabes (Síria, Líbia, Emirados Árabes Unidos, Egito) entre 3 e 10 de dezembro de 2003. Primeira visita de um Chefe de Estado brasileiro ao Oriente Médio. Criação de laços de comércio sólidos. O governo brasileiro visava ressaltar a postura universalista de sua política externa. O Brasil logrou se associar à Liga Árabe na condição de país observador. Importância do intercâmbio sociocultural com os países árabes. Em menos de dez anos, as exportações para o Oriente Médio praticamente quintuplicaram.
· Acordos de livre comércio do Mercosul com Israel e Palestina. Recentemente, em 2017, já no Governo Temer, o Mercosul firmou um acordo de livre comércio com o Egito – acordo que já está em vigência.
· 2004: Brasil abre escritório de representação junto à ANP (Ramalá).
· [Cúpula ASPA, 2005] – Cúpula América do Sul-Países Árabes. Declaração de Brasília:
· Solução de Conflito israelo-palestino.
· Rejeição às medidas unilaterais dos EUA.
· Combate ao terrorismo.
· Biblioteca Árabe-Sul-Americana. Bibliaspa, 2010, SP. Centro de Pesquisas América do Sul-Países Árabes.
· Convergência na OMC.
· Acordo-Quadro Mercosul Conselho de Cooperação do Golfo.
Dilma: deterioração das relações do Brasil com a região: Primavera Árabe (2011). Críticas aos direitos humanos. Exemplo: Caso Sakineh. Crise econômica e política no Brasil.
· Crise na Líbia: Brasil lança o conceito de responsabilidade ao proteger.
Questão israelo-palestina
· Primeira metade do século XX
· A Declaração de Balfour [1917] previa a criação de um lar judeu na Palestina. Tal ideia tem origem no século XIX, com Theodore Herzl. Aos judeus, os ingleses prometeram um território próprio, o que atenderia às antigas reivindicações sionistas.
· Resolução nº 181 [1947] da AGNU. Recomenda a criação de dois Estados, um árabe e um judeu, com mandato internacional sobre Jerusalém.
· Como resultado, ocorreu a Guerra de Independência Árabe-Israelense, em 1948. Dois fatores foram decisivos para a vitória israelense: o auxílio externo e a experiência de combate na Segunda Guerra Mundial.
Os países do Oriente Médio não reconhecem Israel. Uma das poucas exceções é o Egito, que reconheceu Israel nos Acordos de Camp David, em 1978, em troca da devolução da Península do Sinai.
Fatah, movimento criado em 1959 para a liberação nacional da Palestina.
· Década de 1960 e 1970
O FATAH é um partido político secular de inspiração socialista, fundado em 1959 com o objetivo de resistir à ocupação israelense. Fundado por Yasser Arafat.
A OLP foi criada em 1964, para fortalecer os grupos palestinos.
· Guerra dos Seis Dias [1967]. Após o Mossad descobrir que os países árabes iam promover um ataque, Israel organizou um ataque preventivo contra os países árabes, iniciando a Guerra dos Seis Dias (1967).
· Tem como consequência a ocupação, por Israel] das Colinas de Gholam [território da Siria] e da Península do Sinai [do Egito], além dos territórios da Faixa de Gaza e da Cisjordânia.
· Os territórios conquistados na Guerra dos Seis Dias são praticamente os mesmos territórios que Israel controla atualmente.
· Guerra do Yom Kippur [1973].
Ataque surpresa dos árabes. Árabes tentam recuperar territórios perdidos em 1967. Os judeus são pegos desprevenidos, em pleno feriado. Com o apoio do Ocidente, Israel consegue virar o jogo e vencer os árabes.
Como punição ao Ocidente, aumentam preço do petróleo, desencadeando a Crise do Petróleo.
Ademais, formou-seo G-7 e o G-24 – entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, respectivamente.
Acordo de Camp David (1979). Paz entre Israel e Egito. Israel devolveu a Península do Sinai, ocupada na Guerra dos Seis Dias. O Egito reconheceu o Estado de Israel. O Egito fica malvisto na região e seu presidente é assassinado em 1981.
· Décadas de 1980 e 1990
· Primeira intifada 1987-93. Revolta de palestinos contra Israel. A população civil palestina ataca soldados de Israel com paus e pedras. Soldados israelenses revidam, tentando ser “proporcionais”. Israel passa a ser criticado por entidades de direitos humanos, por atacar os palestinos. Durou até 1993, quando foi assinado o Acordo de Oslo.
Desgaste do Fatah. Surgimento do Hamas, em 1987, que se considerou como Parte da Irmandade Muçulmana até 2017. O Hamas, criado em 1987, no início da Primeira Intifada, defendia a destruição de Israel. Em 2017, os grupos se reconciliaram em um acordo de paz.
· 1993: Acordo de Paz de Oslo I
· Rabin (Istrael), Arafat (Palestina), por intermédio de Bill Clinton (EUA). Rabin foi assassinado por um judeu extremista que não achava certo Israel reconhecer os árabes. Após o assassinato de Rabin, o clima de tensão voltou à região e assim se mantém. A paz durou pouco.
Mediados por Bill Clinton. Previu-se a retirada das Forças Armadas israelenses da Faixa de Gaza e da Cisjordânia, além da criação de um autogoverno interino palestino na Faixa de Gaza e na Cisjordânia por cinco anos, com a criação da Autoridade Palestina como órgão de autogoverno provisório. Ao final, o status do autogoverno seria renegociado. Não se previu, entretanto, a condição de Estado para a Palestina. Posteriormente aos Acordos de Oslo, o governo palestino acrescentou o qualificativo “Nacional” ao órgão, que passou a denominar-se Autoridade Nacional Palestina (ANP). Diversos países – entre os quais, o Brasil – adotaram a denominação ANP em gesto de apoio político à Palestina. Reconhecimento mútuo.
· 1995: Acordo de Oslo II.
Assinado em Taba (Egito), tratou de diversos temas, como a estrutura e o funcionamento do Conselho Palestino e o papel da polícia e das forças armadas para garantia da segurança. Tema pendente assentamentos judeus e status de Jerusalém.
· Segunda Intifada (2000-2005)
Em 2002, Israel construiu um muro de proteção. A CIJ, em 2004, reconhece as consequências jurídicas da construção de um muro no território palestino ocupado. Crítica ao bloqueio israelense a Gaza.
· O comando da Autoridade Palestina está em mãos do Fatah, que controla politicamente a Cisjordânia. O ano de 2006, ocorreram as eleições, nas quais o Hamas ganhou. Os EUA e o Fatag consideraram as eleições fraudulentas. Foi o momento de rompimento entre o Hamas e o Fatah, quando o último saiu da Faixa de Gaza. Desde então, Hamas passa a controlar a Faixa de Gaza, enquanto o segundo, a Cisjordânia.
Em 2007, Israel bloqueou Gaza.
Em 2010, o Brasil reconheceu o Estado da Palestina, com a Jerusalém Oriental sendo a capital, de acordo com a Resolução 242 [1967].
Em 2012, a Palestina, passa a ser, na ONU, de entidade observadora, para Estado observador não membro, sem direito a voto na AG, mas em condições de participar das discussões da instituição. A tentativa de a Palestina ser membro permanente da ONU foi barrada pelos EUA, no ano anterior.
No governo OBAMA, no CSNU, não se utilizou o veto nas resoluções que condenavam os assentamentos de Israel em território palestino.
Com a eleição de Trump, a embaixada dos EUA é transferida para Jerusalém. Havia expectativa de uma terceira intifada, o que não ocorreu.
2017, Hamas abre caminho para uma reconciliação com o Fatah (partido da Autoridade Nacional Palestina – ANP). Assinatura de reconciliação. A ANP assumirá o controle da Faixa de Gaza até o fim de 2017. Em Troca, retiradas as sanções financeiras ao Hamas, que cede o controle das fronteiras da Faixa de Gaza à ANP.
Dezembro de 2017. AGNU considera nula e vazia a decisão dos EUA de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.
2018. UE assegura a ANP que apoia o plano de Jerusalém Oriental como capital de um Estado Palestino. 
Maio de 2018. EUA inauguram sua embaixada em Jerusalém. [Para os EUA, desde 1995, previa-se a transferência da embaixada para Jerusalém, mas foi constantemente adiada até dezembro de 2017. 
O Paraguai seguiu a decisão norte-americana e transferiu sua embaixada para Jerusalém em maio de 2018.
Em 2018, os EUA reconhecem as colinas de Gholã como território oficial de Israel.
Dezembro de 2018. Organização para Cooperação Islâmica emite memorando pedindo que Jair Bolsonaro tenha máxima consideração com as nações muçulmanas.
Em 2019, o presidente Bolsonaro aproxima-se de Israel. Visita a Israel, anuncia a abertura de escritório comercial em Jerusalém dizendo que ainda mantinha o compromisso de transferência da missão diplomática. ANP condenou “nos termos mais fortes”.
Irã e Questão Nuclear
O desenvolvimento de tecnologia no Irã preocupa a UE, os EUA e Israel. A finalidade energética poderia ser convertida em finalidade hostil.
O Irã assinou o Protocolo Adicional ao TNP, em 2003, mas não o ratificou. Em 2006, o CSNU autoriza sanções econômicas. Em 2010, em NY, ocorre a Conferência de Revisão ao TNP.
· Declaração de Teerã [2010] – entre Brasil, Irã e Turquia. Propõem a troca de combustíveis. O urânio do Irã ficaria depositado na Turquia.
· No mesmo período, a Resolução nº 1929, que foi aprovada em 9 de julho de 2010 com o voto favorável de 12 países do CSNU, uma abstenção e 2 votos contra (Brasil e Turquia) previa novas e maiores sanções. Ao votar contra as sanções, o Brasil tomou decisão lógica e consistente com suas convicções e com os propósitos de sua iniciativa. 
· Em 2015, firmou-se o Acordo de Viena entre o Irã e o P5+1. Enriquecimento de urânio até o nível de 3,67%.
· A Resolução nº 2.231 (2015) do CSNU, após a verificação da AIEA quanto ao início do cumprimento por parte do Irã, dos termos do acordo, revogar-se-iam as antigas resoluções.
· Setembro de 2017. AIEA declara que “os compromissos nucleares adotados pelo Irã sob o JCPOA (Plano de Ação Conjunta Global estão sendo implementados”.
· 2018: o presidente Donald Trump retomou as sanções ao Irã, alegando a necessidade de uma reforma ao acordo que inclua mísseis balísticos. Os países europeus tentam negociam manutenção do acordo e os EUA ameaçam sanções contra empresas europeias.
· CIJ determina que os EUA retirem as sanções interpostas contra o Irã com relação a produtos de natureza humanitária.
· 2019 Irã ameaça descumprir o acordo nuclear de 2015, dando um ultimato. EUA intensificam as sanções.
· Junho. O Irã anuncia que derrubou um avião não tripulado dos EUA. AIEA afirma que o Irã aumentou sua produção de urânio enriquecido.
· Irã anuncia que começou a enriquecer urânio acima do nível de 3,67%.
Rússia
	Apesar da distância geográfica, Brasil e Rússia apresentam desafios comuns. Ambos são emergentes, com problemas de infraestrutura e integração territorial. Vladimir Putin é um dos grandes responsáveis pelo resgate do orgulho russo, após anos de fraco desempenho econômico, crises, e desorganização político-institucional. Em 2014, a Rússia anexou a Crimeia, território da Ucrânia, conforme plebiscito realizado. O evento auxiliou a Rússia em sua procura pelo “mar quente”. A Rússia é responsável por cerca de 40% do gás fornecido à Europa, fato que usa estrategicamente como soft power. Recursos energéticos do cáucaso e Ásia Central, OCX.
· Século XIX
· 1828: estabelecimento de relações diplomáticas;
· Rompimento das relações por parte da Rússia. 1892: reconhecimento da República. Demora por conta do prestígio de D. Pedro II.
· Primeira metade do século XX
· 1917: rompimento devido à Revolução Bolchevique.
· Década de 1940
· Logo após a Conferência de Yalta [1945], o Secretário de Estado norte-americano aconselha Vargas a retomar as relações diplomáticas com a URSS. Em abril, o chanceler Leão Veloso estabelece, em Washington, relações com o governo soviético de Moscou.
· Em 1947, sob a alegação de incidentediplomático com a imprensa soviética, o Brasil rompe relações diplomáticas com a URSS. Delega a representação de seus interesses aos EUA. Apenas dois anos de reconhecimento, de 1945 a 1947.
· Década de 1950
Estabelecimento de relações comerciais com a URSS. Esgotamento do americanismo. Protecionismo na Europa (CEE). Única saída era diversificar parcerias.
· Década de 1960
Decepção com o relacionamento com os EUA, o Brasil retoma suas relações comerciais com a URSS, no ano de 1959. Em novembro de 1961, já no contexto da PEI, durante a gestão do chanceler San Tiago Dantas à frente do Itamaraty, o Brasil e a URSS reatam suas relações diplomáticas. Diferentemente do que houve com Cuba (exportadora de revolução), as relações com a URSS foram mantidas durante o Regime Militar.
COLESTE
· Década de 1970
Reforço na relação bilateral e ampliação significativa nos fluxos de comércio. Brasil passa a importar petróleo soviético
· Década de 1980
Nos anos 1980, parceria tecnológica com a URSS na África. Em 1988, sob a “Diplomacia para Resultados”, Sarney faz visita oficial à URSS, sendo o primeiro presidente a fazê-lo. Acordos na área da tecnologia espacial e militar.
· Relações com Rússia e URSS atingem o ápice O fluxo de comércio bilateral ultrapassa US$ 800 milhões em 1983.
· Figueiredo não apoia boicote às Olimpíadas de Moscou de 1980. Figueiredo também rejeita o embargo econômico à URSS. São duas medidas impostas pelos EUA que o Brasil rejeita.
· Estabelecimento de acordo de cooperação científica.
· Visita oficial de Sarney à URSS. Lançamento de um programa de longo prazo de cooperação científica, tecnológica, econômica e comercial.
· Década de 1990
Nos anos 1990, há retraimento diplomático. O Brasil segue o “Consenso de Washington”. A Rússia se esforça para manter a esfera de influência sobre os países da Ex-URSS.
· Crise política, institucional e econômica na Rússia. Boris Iéltsin (1991 – 1999) promoveu maciças aberturas econômicas e privatizações.
· Perda de prestígio internacional
Recuo nas relações bilaterais por conta da crise. Em 1991, o comércio entre Brasil e Rússia é de apenas US$ 200 milhões. Entre 1995-1997, há crescimento da economia. Com o rublo valorizado, exportações mais competitivas. Em 1997, o fluxo de comércio chega à marca histórica de US$ 1 bilhão e o chanceler russo Primakov visita o Brasil. Importante acordo técnico-científico na área espacial: fabricação, utilização e lançamento de veículos lançadores de satélites (VLS).
O chanceler destaca a importância que seja criada uma Comissão de Alto Nível Brasil-Rússia. Transição para o século XXI. 1998: crise na Rússia, falência econômica. 1999: renúncia de Yeltsin.
· Século XXI
· 2000: início do Governo Putin, com o slogan “colocar a Rússia de pé”. Com exceção de um pequeno intervalo no qual a Rússia foi governada por Dmitri Medvedev (2008 – 2012), Vladmir Putin (2000 – 2008 e 2012 – atual) está há quase vinte anos no poder. Fortalecimento do Estado russo, enfrentamento de separatismos. Apoio à Guerra ao Terror dos EUA – situação “similar” por conta do separatismo.
· Inauguração da Comissão Mista Brasil-Rússia Chefiada pelo vice-presidente chanceler russo.
· 2002: consagra-se a lógica da parceria estratégica – compartilhamento de princípios, ideias, rumos e valores. Combate ao terrorismo e ao narcotráfico. Democratização dos foros multilaterais. Primado do direito.
· A Rússia apoia explicitamente a adesão do Brasil no CSNU.
· Aumento de prestígio da Rússia – venda de armas e petróleo.
· Aprofundamento da relação Brasil-Rússia 2008: visita de Medvedev ao Brasil – 180 anos de relações bilaterais.
· 2008: comércio bilateral de US$ 8 bilhões.
· Cooperação técnico-espacial-militar.
· Ampliação das relações: Reforço do acordo espacial sobre VLS. Acordo nas área da defesa e turística (dispensa de visto). Cooperação Petrobras-Gazprom (maior empresa de prospecção de petróleo do mundo).
· Brasil compra helicópteros MI-35 e Plataformas de Defesa Antiaérea - Cooperação no âmbito espacial: modernização do veículo lançador de satélites brasileiros - GLONASS: é o GPS russo - Uso da Estação Espacial Internacional (astronauta brasileiro Marcos Pontes).
· Desde os anos 1990 entre a Agência Espacial Brasileira [AEB] e a Roscosmos, no desenvolvimento de Veículos Lançadores de Satélite [VLS] e de foguetes. Viagem de Marcos César Pontes, em 2006.
· Cooperação cultural
· Filial da escola do Teatro Bolshoi em Joinville. Escolas de futebol e novelas do Brasil na Rússia.
· Comércio
· O Brasil é superavitário. Exporta carne, açúcar, veículos, fumo e motores. Importa matérias-primas da Rússia. Em 2008, o comércio atingiu US$ 8 bilhões, mas caiu para US$ 4 bilhões em 2009. Em 2014, voltou a crescer devido à Crise da Crimeia. O produto que mais exportamos para a Rússia é carne; não importamos quase nada. Em 2017, o comércio ficou em torno de US$ 5 bilhões. Gazprom atua no Brasil e Marcopolo na Rússia. Possibilidade de negociação de Acordo entre Mercosul e União Eurasiática. O Brasil possui relação superavitária com a Rússia.
Japão
Atualmente, o Brasil tem representações diplomáticas oficial em todos os países da Ásia. Com o Japão, as relações iniciaram-se em 1908, com a vinda de imigrantes japoneses para as lavouras de São Paulo. O Japão e a China possuem um litígio geopolítico pela soberania sobre o arquipélago Senkaku, que data de 1895. Os chineses alegam que as ilhas foram tomadas pelo Japão, e os japoneses alegam que as ilhas foram cedidas.
· Século XIX
· Início do relacionamento com Tratado de Amizade, Comércio e Navegação (1895). Intenção de atração de mão de obra, no contexto do fim da escravidão.
· Primeira metade do século XX
Primeira chegada ocorre em 1908, a bordo do navio Kasato Maru. Importante presença de japoneses no Brasil e de brasileiros no Japão. Ainda é uma das principais condicionantes do relacionamento bilateral. 300 a 400 mil brasileiros vivendo no Japão. Japoneses concentram-se, posteriormente, na lavoura de pequena escala, nos chamados cinturões verdes urbanos (principalmente em São Paulo).
· Década de 1940
Manutenção de nível de contato diplomático baixo até a Segunda Guerra Mundial, período no qual as relações diplomáticas são rompidas. Recuperação econômica japonesa baseada no Plano Colombo (Pós-Guerra), de 1951. Em 1942, o Brasil rompeu relações diplomáticas com o Eixo.
· Década de 1950
· Retomada das relações diplomáticas em 1952.
· A Operação Brasil-Ásia [1959] liderada por Hugo Gothier estabeleceu relações diplomáticas com vários países nesse continente.
· Visita do PM Japonês ao Brasil (1959).
· Década de 1960 e 1970
· Fortalecimento da presença de grandes companhias japonesas no Brasil a partir dos anos 1960 a 1970 (minério de ferro, agricultura, celulose). O relacionamento Brasil-Japão ganha importância em relação ao tema “investimentos”.
· Programa de Cooperação Nipo-Brasileiro para o Desenvolvimento dos Cerrados (PRODECER – 1974) Desenvolvimento de tecnologia para plantar no Cerrado. Investimento japonês e garantia de compra de safra. Adaptação do solo para a cultura de grãos, em especial a soja. Importante para o desenvolvimento da EMBRAPA
· Milagre econômico: Geisel visita o Japão (1976).
· Presença da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) no Brasil, com foco na área de tecnologia, montadoras de veículos e peças. Joint ventures.
· Albras [Alumínio Brasileiro S. A.]
· Zona Franca de Manaus [1967] – os investimentos nipônicos, antes voltados à extração mineral, passam a abranger produtos eletrônicos. Japão, terceiro maior investidor no Brasil.
· Década de 1980
Nos anos 1980, o desenvolvimento dos NICs diminui os investimentos no Brasil. Início de migração de brasileiros descendentes de japoneses (decasséguis). Anos 1980: diminuição do ritmo das parcerias entre Brasil e Japão. Inversão dos fluxos migratórios (Decasségui). Transferências unilaterais: é o maior fluxo de transferências unilaterais, maior até do que os EUA. Brasil possui maior colônia de japoneses fora do Japão.
· Anos 1990 e 2000
· Nos anos 1990,houve relativo distanciamento. Os dois países possuíam desafios distintos.
· Quick fix [1995] – Japão e Alemanha nos assentos permanentes do CSNU, apoiado pelos Estados Unidos. Recusado pela China. Considera-se uma humilhação.
· Em 1995, o Japão era o quarto maior investidor do Brasil. Em 2001, ocupava a oitava posição e o capital japonês não representava mais de 2,7% no investimento direto no país.
· 1999: FOCALAL (Fórum de Cooperação América Latina-Ásia do Leste). Iniciativa do Chile e de Cingapura. Interação maior entre as regiões, com a criação de grupos de trabalho.
· Década de 2000. Contínuo crescimento comercial.
· Desenvolvimento de tecnologia. Modelo Nipo-brasileiro de Televisão Digital (ISDB-TB), em 2003, com expressivo apoio da ABC.
Relações políticas. Reforma do CSNU por meio da participação no G-4. Oposição da China e dos EUA. Os países do G-4 reiteram seus compromissos como aspirantes a novos assentos permanentes do CSNU, assim como seu apoio a suas respectivas candidaturas. Reforma do CSNU G4 (Brasil, Índia, Alemanha e Japão). Veto dos Estados Unidos e da China. Oposição do Coffee Club. Situação delicada do Brasil com China e Japão, dois rivais.
· Cooperação técnica. Brasil e Japão. ODA. Oficial Development Aid.
· Anos 2000. Cooperação trilateral. JBPP. Japan-Brazil Partnership Program para a América Latina e a África.
· Cooperação entre Brasil e Japão. Agência Brasileira de Cooperação (ABC) x Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA).
· Exemplos de cooperação: - TV digital modelo nipo-brasileiro. Tecnologia espacial (lançamento de satélites). Nanotecnologia. Biotecnologia.
· Padrão de TV digital nipo-brasileiro ganhou adeptos em diversos países do mundo.
· Japão tem histórico imperialista e beligerante. Foi somente a partir da derrota na Segunda Guerra Mundial que o Japão barrou seu expansionismo. Os Estados Unidos impuseram ao Japão que o país somente poderia investir 1% do PIB nas Forças Armadas – Art 9º da Constituição.
· Doutrina Yoshida (cânone da inserção japonesa no mundo). Pós-II Guerra Mundial: aliado aos EUA, país investiu em comércio e tecnologia, abrindo mão de ser potência militar, visando apenas uma supremacia econômica.
· A soberania e a segurança japonesas são asseguradas pela parceria nipo-americana.
Península coreana: sérias tensões em região extremamente volátil. Japão passa a mudar sua percepção em relação à sua segurança na região.
China: passa a aumentar imposição na região Ressentimento China/Japão desde a Segunda Guerra Mundial. Desconfiança entre ambos.
Exemplos de disputa China/Japão - Questão sobre as Ilha Senkaku/Diaoyu - Questão sobre a construção de ilhas artificiais, por parte da China. A China defende a soberania afirmando que a ilha está mais próxima de seu território; já o Japão, afirma que ocupa a região desde o século XIX.
Doutrina Yoshida vem sendo relativizada Novo Primeiro-Ministro, Shinzo Abe, quer modificação no artigo 9. da Constituição Japonesa Com Trump, mudanças ficam mais fáceis. Postura de Shinzo Abe em relação a homenagens aos combatentes japoneses da 2a Guerra Mundial enfurece vizinhos.
· Comércio
– Comércio Brasil-Japão - US$ 9 bilhões (Brasil é superavitário)
– Comércio Brasil-Coréia do Sul - US$ 8 bilhões (Brasil é deficitário em US$ 2 bilhões)
– China é o grande parceiro comercial do Brasil na região.
Coreia do Sul 
Relações estabelecidas em 1959, na Operação Brasil-Ásia. A Coreia do Sul é um Tigre Asiático. Desde os anos 1980 seu PIB per capita ultrapassa o do Brasil.
Em 1996, visita do presidente sul-coreano ao Brasil. Comissão Brasil-Coreia para o século XXI. Instalação de fábricas no Brasil dos principais chaebols (conglomerado de empresas). Instalação de plantas industriais na Zona Franca de Manaus.
Em 2001, FHC realiza a primeira visita de um mandatário brasileiro à Coreia do Sul.
Visita recíproca de Lula. A Coreia do Sul era, dentre os países da Ásia, o principal provedor de oportunidades para estudantes bolsistas brasileiros beneficiários do Programa Ciência Sem Fronteiras.
FOCALAL
As relações entre os países do Leste Asiático e da América Latina foram escassas até a crise de 1997. Em 1999, os países do ASEAN, mais Japão, China e Coreia do Sul aproximam-se da América Latina, constituindo o FOCALAL – Fórum de Cooperação América Latina-Ásia do Leste.
Não visa a um mercado comum, mas a promover diálogo político, econômico e cultural. O relacionamento com a Ásia do Leste integra esse esforço de diversificação. Existem oportunidades em setores tão diversos como infraestrutura, construção naval, bioenergia e televisão digital.
Até o momento, o FOCALAL realizou oito reuniões de Ministros das Relações Exteriores – uma delas em Brasília, em 2007– e dezenove reuniões de Altos Funcionários, além de reuniões dos Grupos de Trabalho.
A 9ª reunião do Comitê de Ministros de Relações Exteriores do FOCALAL está prevista para realizar-se no segundo semestre de 2019, na República Dominicana.
CPLP
· Histórico
· Primeiro encontro de Chefes de Estado e de Governo de Língua Portuguesa (São Luis, Brasil, 1989).
· Criação do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), com sede em Praia, Cabo Verde.
· CPLP é criada em julho de 1996. Três objetivos centrais. 1 - Concertação político diplomática. 2 - Cooperação em todos os domínios. 3 - Promoção e difusão da língua portuguesa.
· 2005: o IILP foi integrado formalmente à CPLP como principal foro de coordenação comunitária para a promoção e a difusão da língua portuguesa.
· Há também Guiné Equatorial, país de maioria hispanófona que tornou o Português idioma oficial para entrar na CPLP. O único membro asiático é Timor-Leste, um pequeno território lusófono ao lado da Indonésia.
· Observador associado. O observador associado acompanha as discussões e seus desdobramentos, mas não pode fazer consultas. O observador associado apenas assiste às discussões.
· Observador consultivo. O observador consultivo possui maior margem de manobra, podendo fazer consultas a serem discutidas pela CPLP. O observador consultivo, além de assistir às discussões, pode propor pautas.
· Brasil na CPLP.
· A assinatura, em 1990, do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (AOLP) antecede a criação da CPLP, mas seus desdobramentos mais recentes foram incorporados à agenda da organização.
· Junto com Portugal, o maior contribuinte ao orçamento regular da organização.
· Desde 2013, tornou-se o maior contribuinte isolado, com uma contribuição anual da ordem de 768 mil euros.
· Nas contribuições voluntárias ao Fundo Especial da CPLP, o Brasil tem sido também um dos países que mais aportou recursos, ao lado de Portugal.
· As contribuições totais do Brasil ao Fundo Especial desde sua regulamentação, em 2000, são da ordem de 22 milhões de dólares.
· O Brasil contribuiu com recursos financeiros e humanos para todas as Missões de Observação Eleitoral realizadas no âmbito da CPLP.
· O Brasil exerceu a presidência rotativa da CPLP no período de 2002 a 2004 e exerceu novamente entre 2016 e 2018.
· Estrutura da CPLP
· Órgãos deliberativos
· Conferência de Chefes de Estado e de Governo. Presidentes e Primeiros-Ministros.
· Conselho de Ministros. Ministros das Relações Exteriores.
· Comitê de Concertação Permanente (CCP). Pessoas de perfil técnico e político em setores específicos.
· Reuniões dos Pontos Focais de Cooperação. Ministérios.
· Órgão executivo
· Secretariado Executivo. Órgão operacional da CPLP. Tem como funções principais implementar as decisões emanadas dos órgãos deliberativos e assegurar a execução dos programas de cooperação. A nomeação do Secretariado Executivo é objeto de decisão política, em bases rotativas entre os Estados-membros (por ordem alfabética de pais), para mandatos de dois anos renováveis por mais dois anos.
· Órgãos paralelos
· Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP). O IILP luta para que o português seja uma das línguas oficiais da ONU. Para o Brasil, todas essas reformas são interessantes, pois ampliam seu soft power;
· Reuniões Ministeriais
· Assembleia Parlamentar
ÍndiaA Índia tornou-se independente em 1947. País de população rural. Jawarharlal Nehru como primeiro-ministro [1947-64]. Adotou o modelo de industrialização por substituição de importação. E teve papel importante no MNA – Movimento dos Não Alinhados. O país tem relacionamento cordial com a maioria das nações, mas relações tensas com o Paquistão, com quem já entrou em guerra quatro vezes. Conflito da Caxemira entre Índia e Paquistão e entre China e Índia pela soberania sobre a Caxemira.
· Primeira metade do século XX
· Independência da Índia: 1947.
· Estabelecimento de relações diplomáticas: 1948. Nomeação e constituição de embaixada indiana no Brasil.
· Relações tímidas: - Falta de complementariedade econômica. Grande distância. Guerra Fria: Brasil/EUA e Índia/URSS. Protecionismo e nacionalismo.
· Década de 1950
O Tratado de Amizade e Consulta com Portugal [1953] do Brasil fez este apoiar os “territórios ultramarinos portugueses na Índia”. Em 1955, a Índia rompeu relações diplomáticas com Portugal. O Brasil representou os interesses deste até 1961.
· Década de 1960
Brasil e Índia convergiram em muitos aspectos durante a Cold War, princípios da autonomia e não ingerência. A Índia apoiou o Processo Negociador de Contadora. Brasil e Índia recusaram-se a assinar o TNP [1968].
1968: marco da aproximação: Visita de Indira Gandhi ao Brasil. Retribuição de Magalhães Pinto. II UNCTAD (Nova Délhi). Brasil e Índia se colocam como líderes do mundo periférico. G-77. Rejeição de ambos ao TNP devido ao seu caráter injusto e desigual. “Desarmar os desarmados”.
· Década de 1970
· 1970: Acordo Nuclear Brasil-Índia. 
· 1974: Índia realiza explosões nucleares e o Brasil renuncia ao acordo de 1970.
· Comércio bilateral é limitado devido à distância geográfica, ao modelo econômico e à falta de complementariedade.
· Brasil, Índia e Nova Ordem Econômica Internacional. Exigência de maior participação, ajuda econômica, comércio justo, autonomia econômica.
· Década 1980
Crise econômica no Brasil e nos demais países do terceiro mundo. Isso levou ao declínio do movimento terceiro-mundista. Recuo nas relações bilaterais. Tentativa de aproximação com etanol.
· Década de 1990
O comércio entre os dois países era escasso. Com o fim da URSS, a Índia passa dificuldades, uma vez que fazia permutas com aquele bloco. Adota, então, política de diversificação de parceiros. Países passam por profundas reformas econômicas – abertura, diminuição da máquina estatal e controle da inflação.
· 1996: visita de FHC à Índia. Indira Gandhi havia visitado o Brasil na década de 1960. Perspectiva de um acordo de cooperação nuclear. Frustração do acordo após realização de teste nuclear indiano, em 1998. Memorando de entendimento de uso pacífico de energia nuclear.
· O Brasil o denunciou em 1998. A Índia realizara testes nucleares e sofreu sanções da comunidade internacional. Na condição de país que renunciou à opção nuclear, o Brasil deplorou os testes conduzidos por Índia e Paquistão.
· Brasil, membro rotatório [1998-1999] – assinou o TNP em 1998 e o CTBT [Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares].
· Século XXI
Importante notar a inflexão dos EUA-Índia, que por muito tempo foi aliado do Afeganistão frente à Índia, e que passaria a mudar após o 11 de setembro. 2006: parceria estratégica. A parceria é justificada por conta dos arranjos de geometria variável. IBAS, BASIC, G4, G20-, BRICS.
· 2001: Brasil e Índia defendem juntos os licenciamentos compulsórios de fármacos na Rodada da OMC
· Acordo sobre Cooperação em Defesa Brasil-Índia [2003].
· Fórum de Diálogo Índia, Brasil, África do Sul (IBAS) (2003). Declaração de Brasília (2003): mecanismo de concertação política dos membros nos fóruns internacionais. Democratização dos foros internacionais. Cooperação em diversas esferas. Globalização justa e inclusiva.
· Primeira visita do presidente Lula (2004). Reflexos da visita do presidente Lula (2004). Aproximação empresarial G4 e reforma no CSNU. Biocombustíveis e utilização da cana-de-açúcar. Energia nuclear. Medicamentos genéricos
· Em 2004, Agência Espacial Brasileira: Acordo-Quadro sobre Cooperação nos Usos Pacíficos do Espaço Exterior. Ajuste complementar, em 2007. Recebimento de dados do satélite Resource SAT-2.
· Em 2006, visita de primeiro-ministro indiano. Reconhecimento de parceria estratégica. Lula e Siagh expressam a visão de que o FMI deve ser reformado para refletir a realidade contemporânea da economia global. Continuarão a trabalhar conjuntamente no âmbito do G-4, com vistas a concretizar sua aspiração comum de atuarem como membros permanentes do CSNU. Parceria estratégica – compartilhamento de valores, princípios, visões de mundo e desafios. Na prática, a parceria estratégica: – Amplia o poder de reforma dos mecanismos de segurança. – Amplia o poder na Rodada Doha e no G20. Brasil e Índia são os dois únicos países em desenvolvimento a participarem do Projeto Genoma (1990-2003 – EUA e UK).
· 2006. Comitê conjunto de biocombustíveis.
· Em 2009, entra em vigor um acordo de preferências comerciais entre o Mercosul e a Índia.
· Visita de Dilma à Índia, em 2011. Ciência Sem Fronteiras. Explícita adesão da Índia à proposta de discussão, no âmbito do CSNU, do conceito de responsabilidade ao proteger. Diálogo da parceria Brasil-Índia no BASIC.
Sobre a propriedade industrial na proteção de fármacos e outros itens da indústria química. Acordo TRIPS (propriedade intelectual) em 1995, na OMC. O Brasil aderiu de imediato. A Índia levou dez anos.
Desenvolvimento e Cooperação Sul-Sul
Cooperação Sul-Sul. Cooperação Técnica entre Países em Desenvolvimento [CTPD]. Não se deve confundir Cooperação Sul-Sul e CTPD. A Diplomacia da Solidariedade se fundamenta sobre o princípio da não indiferença.
Durante a Guerra Fria, a insatisfação dos países do Terceiro Mundo pode ser verificada em vários movimentos, como o MNA, o G-77, a UNCTAD.
Em 1978, ONU, em Buenos Aires, ocorreu a Conferência sobre Cooperação Técnica entre Países em Desenvolvimento. Plano de Ação de Buenos Aires prevê que a CTPD não é um fim em si mesma, nem substituta da cooperação com os países desenvolvidos.
Histórico
· Décadas de 1930 e 1940. Primeira metade do século XX. Dependência dos Estados Unidos.
· Estado Novo. Segunda Guerra Mundial.
· Companhia Siderúrgica Nacional (Eximbank).
· Anteriormente: Barão de Rio Branco – aliança não escrita Vargas – alinhamento negociado Dutra e Vargas (democrático) não conseguiram êxito no alinhamento negociado.
· Criação da CEPAL - Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (1948).
· Criação do BIRD - Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento Reconstrução da Europa dos anos 1940 aos 1950
· Década de 1950
· Desenvolvimento associado. Juscelino Kubitcheck. 1958: Operação Pan-Americana (OPA). Binômio Segurança- Desenvolvimento.
· BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento
ALALC – Associação Latino-Americana de Livre Comércio Proposta dos EUA Não agradou os países da região.
· Década de 1960. Regime militar. Distância dos regimes internacionais
· Década do Desenvolvimento. Política Externa Independente (PEI). Universalismo. Desenvolvimento doméstico para desenvolvimento sistêmico. Brasil, em contexto de PEI, passa a se identificar com as demandas do Sul global.
· Discurso dos 3D – Desenvolvimento, Desarmamento, Descolonização.
· Engajamento multilateral
· 1964: UNCTAD – Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento – Vínculo entre comércio e desenvolvimento – Princípio da não reciprocidade.
· 1965 - PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.
· 1968 - II UNCTAD – G77. – Sistema geral de preferências; lista de países, inicialmente, depois na década de 70 da SGC.
· Década de 1970
· Crescimento dos periféricos. G-24. Blue Books e Nova Ordem Econômica Internacional (NOEI).
· Substituição de importações. Cooperações técnicas entre desenvolvidos e subdesenvolvidos.
· Aumento da cooperação entre desenvolvidos e subdesenvolvidos.
· Década de 1980 e 1990. Redemocratização. Participação dos regimes internacionais· Década de 1980. Década perdida. Declínio do terceiro-mundismo.
· Década de 1990. Autonomismo para credibilismo.
· Prioridade: inserção competitiva. Políticas econômicas: – Abertura comercial – Controle da inflação – Privatização – MERCOSUL.
· Década social da ONU: “Agenda Social” - origina a década das conferências.
· 1992: Agenda para a Paz (Secretário-Geral da ONU Boutros Ghali). Para Ghali, o foco da ONU não deveria ser os Estados e sim os indivíduos. Os conflitos mudaram de interestatal para intraestatal.
· 1995: Conferência da ONU sobre desenvolvimento humano (Copenhague)
· Agenda para desenvolvimento com a inclusão de grupos sociais marginalizados
· 1997: BIRD – World Development Report – Estado: indutor do desenvolvimento – Estados têm que aprender a gastar.
· Kofi Annan: paz e desenvolvimetno e direitos humanos são indissociáveis.
· ONU propõe uma nova abordagem do desenvolvimento – Desenvolvimento, direitos humanos e temas sociais. – Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
Desenvolvimento Sustentável (1987) – Meio ambiente – Economia – Social.
· Século XXI. Diversificação e adensamento de parcerias.
· 2000 – Cúpula de Nova York: Metas do Milênio – 2015 Grande aceitação: – Metas mensuráveis, possíveis e com prazo definido.
· 2005: “In larger freedom” – Kofi Annan – Liberdade de viver sem medo – Liberdade de viver sem miséria – Liberdade de viver com dignidade.
· PNAE (o Brasil é retirado do Mapa da fome da FAO).
Agenda 2030
· O PNUD é o órgão responsável por coordenar a Cooperação Sul-Sul. No pós-guerra, o Brasil foi um grande recebedor de cooperação 
No Governo Médici, visava-se a usar o poder nacional decorrente do crescimento em favor dos povos que aspiravam ao progresso. Manter ativa a solidariedade com os povos em via de desenvolvimento. Universalismo da política externa. Na década de 1970, vários acordos de cooperação técnica, científica e tecnológica foram celebrados.
· [ABC, 1987] – Agência Brasileira de Cooperação. Parte da estrutura do Itamaraty.
· CF/1988. Princípios que regem as RI do Brasil. Artigo 4º. “IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade.”
· Princípios da CTPD do Brasil.
· Orientação por meio das demandas dos países parceiros. Ex: agricultura, saúde, educação e desenvolvimento social.
· Valorização dos conhecimentos locais e disponibilidade para adequação das técnicas brasileiras às diferentes realidades (sustentabilidade, intercâmbio de conhecimento).
· Não imposição de condicionalidades.
· Desvinculação de interesses comerciais (treinamento de recursos humanos e na prestação de assessoria técnica especializada).
· Na década de 1990, em face da falta de recursos, o Itamaraty se utilizou da cooperação trilateral. Isto é, o auxílio de países desenvolvidos em benefício de outros países na AL e nos Palops.
· Nos anos 2000, destacam-se as missões de paz na ONU. Minustah, no Haiti e Unamet no Timor Leste. Monusco, no Congo.
· Cobradi – Cooperação Brasileira para o Desenvolvimento Internacional.
· Assistência humanitária.
· Cooperação educacional.
· Cooperação técnica, científica e tecnológica.
· Contribuição para OIGs.
Desenvolvimento integral dos países e mudanças estruturais. Projetos estruturantes. Sustentabilidade. Efeito multiplicador. Centros de formação profissional. De acordo com as necessidades locais.
Cotton 4 – ABC e EMBRAPA.
FOCEM
Fundo IBAS
Na América do Sul utiliza-se o discurso da redução de assimetrias. Com a África, o discurso da dívida histórica.
Teorias das RI
Tradição Realista
· Antecedentes
· Tucídides (balança de poder);
· Hobbes (anarquia);
· Maquiavel (moral à própria política);
· Tragédia grega (ambição, medo e húbris – antropomorfização do Estado).
· Sistematização
· Edward Carr – propõe uma abordagem realista das relações internacionais, com prevalência nos resultados sobre os ideais. Autor de “20 Anos de Guerra” e crítico dos liberais, a quem chama “idealistas”. Perspectiva histórica.
· Hans Morgenthau – Autor de “Política entre as nações”, discorre sobre os princípios, comportamentos e padrões que regem o sistema internacional. Perspectiva teórica. Elabora seis princípios:
· Estados soberanos são os atores essenciais;
· Busca permanente pela sobrevivência, pelo poder e pela hegemonia;
· Moral, valores e ideologias são irrelevantes;
· Jogo de soma zero;
· Distinção entre política interna e externa;
· Dilema de segurança.
· Realismo Científico e Neorrealismo (Realismo Estrutural)
Tendo Kenneth Waltz como principal teórico. Enfraquecimento da base humanista e adoção de métodos matemáticas, estatísticos e comportamentais – behaviorismo. Subvertentes:
· Postura defensiva – (o próprio Waltz) os Estados devem procurar poder suficiente para garantir sua sobrevivência.
· Postura ofensiva – (John Mersheimer) os Estados devem expandir seu poder o máximo possível.
Tradição Liberal
Dá ênfase aos princípios morais, éticos e filosóficos. Também chamada de tradição idealista. Teve como principais idealizadores Woodrow Wilson (14 Pontos) e Normal Angell (os conflitos internacionais são sempre prejudiciais). Antecedentes:
· Rousseau – a natureza humana é essencialmente boa, mas o humano é corrompido pelas instituições;
· Immanuel Kant – Racionalismo e cosmopolitismo;
· Adam Smith – o livre comércio concede autonomia ao indivíduo;
· John Locke – contratualismo e propriedade privada;
· Hugo Grotius – Direito Internacional.
· Conceitos centrais:
· Valorização de atores não estatais (OIGs, ONGs, multinacionais etc.);
· Interdependência complexa entre atores e agendas;
· Busca de ganhos compartilhados/cooperação internacional;
· Hard power e soft power/a política interna afeta a política externa;
· Principais pressupostos:
· Livre-comércio;
· Democracia;
· Fortalecimento das instituições;
· Foco no indivíduo.
· Vertentes:
· Neoliberalismo
O contexto internacional dos anos 1970 foi responsável por trazer algumas mudanças sistemáticas ao sistema internacional. Faz-se importante citar também a teoria da paz democrática. Pressupostos:
· Intensificação da interdependência;
· Proeminência dos regimes e organizações internacionais;
· A anarquia pode ser superada.
· Funcionalismo – (David Miltrany) aborda a integração regional e o spill-over effect.
· Neofuncionalismo – (Ernest Haas) aborda a cooperação internacional (ONU, OMC OEA).
· Interdependência complexa – Joseph Nye.
· Hard power e soft power – Robert Keohane.
Principais debates
A liga das nações – erigida no pós-Primeira Guerra Mundial com base nos 14 Pontos de Wilson – fracassou, fazendo o liberalismo ser questionado quanto a sua eficácia.
· Primeiro Grande Debate – Idealismo Versus Realismo
· Pauta: Quem era o culpado pelas duas guerras mundiais?
· Resultado: de caráter ontológico, o Realismo se consagrou como o grande vencedor desse debate, fortalecendo-se, enquanto o liberalismo perdeu relevância acadêmica.
· Segundo Grande Debate – Realismo Clássico versus Realismo Behaviorista
· Pauta: Qual epistemologia (método) a ser seguida pelo Realismo? A Humanística ou a Matemática?
· Resultado: os behavioristas ganharam. Com a matematização das Relações Internacionais, fez-se possível realizar estudos mais objetivos. O realismo ganhou mais qualidade e credibilidade científica.
· Terceiro Grande Debate – Debate interparadigmático (Debate entre neoliberalismo e neorrealimo, ou debate neo-neo).
· Pauta: No período, novas teorias despontavam, como as marxistas, a escola inglesa, a escola francesa. O debate diversificou-se com o ressurgimento do liberalismo, debatendo-se qual teoria tinha razão.
· Resultado: Não houve um vencedor em si, mas uma síntese que compartilha premissas epistemológicas e ontológicas entre liberalismo e realismo. Síntese neo-neo.
· Quarto Grande Debate – Positivismo versus Pós-positivismo (Racionalismo versus Reflexismo).
· Pauta: Tanto o Liberalismo quanto o Realismo são teorias racionalistas (perspectiva de atores racionais tomadores de ações racionais). Em um contexto de recrudescimento da Guerra Fria, surgem novas teorias questionando as bases epistemológicas e filosóficasdo racionalismo: as teorias reflexistas: representadas pela Tradição Construtivista e pelas Teorias Críticas.
· Resultado: Não houve um ganhador. Ambas as vertentes continuam a ser utilizadas.
A Tradição Construtivista
· Antecedentes:
· Piaget (Conhecimento pedagógico);
· Sartre (Ciências sociais);
· Wittgenstein (filosofia da linguagem).
O Construtivismo argumenta que as premissas do Liberalismo e do Realismo são socialmente construídas e aceitadas pelos agentes. O conhecimento, porém, não se encontra na natureza, mas é socialmente construído. O Construtivismo busca, portanto, questionar a própria existência do anarquismo e defender que o Sistema Internacional pode ser ordenado.
· Variações:
· Corrente sociológica (Alexander Wendt) – A anarquia é aquilo o que os Estados fazem dela (pode ser superada), inclusive, por um governo mundial.
· Corrente linguística (Nicholas Onuf) – propõe uma análise dos discursos para descobrir o que eles verdadeiramente significam.
Escola Inglesa
· Martin Wright observou três tendências nas Relações Internacionais:
· Hobbes
· Grotius
· Kant
Hedley Bull, seu discípulo, propõe que o sistema internacional é, de fato, anárquico. Todavia, a anarquia pode ser domada e uma sociedade internacional pode ser criada. Há, portanto, uma tendência aos postulados de Grotius, com a predominância do Direito Internacional, pautando-se na cooperação e a guerra apenas quando for justa.
Escola Francesa
· Renouvin e Durasselle
Abordagem histórica com a finalidade de encontrar padrões. As forças profundas moldam o rumo da história, afetando os círculos históricos, e, por fim, os estadistas.
Escola de Copenhague
· Ole Waever e Barry Buzan
Estudo da securitização. Analisa como em certos momentos, temas ordinários ganham relevância no cenário internacional.
Marxismo
· Sistema-mundo – organização da sociedade em aspecto mundial. Existe uma série de estados com diferentes hierarquias.
· Imperialismo – Estados mais fortes exploram os mais fracos. Tal exploração se dá em diferentes níveis. Dentro e fora do país.
· Noções de centro-periferia – conceito de Norte e Sul global.
A teoria da dependência analisa com os Estados mais fortes subjugam os mais fortes em um sistema hierárquico.

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