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Habeas Corpus

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Habeas Corpus 
• Parte Histórica 
Primeiro remédio a integrar as conquistas liberais. Denota – se sua presença na Inglaterra 
antes mesmo da Magna Carta de 1215. Mas foi esta que lhe deu a primeira formulação 
escrita. O writ of “habeas corpus” evolui. No inicio não era vinculado á ideia de liberdade de 
locomoção, mas ao conceito de “due process of law”. 
Era então meio de levar alguém perante o tribunal. O “Habeas corpus Amendment Act” 
de 1679 é que o configurou, com mais precisão, como um remédio destinado a assegurar 
a liberdade dos súditos e prevenir os encarceramentos em ultramar. 
O habeas corpus foi assegurado constitucionalmente pela primeira vez em 1891, 1891 a 1926 
o habeas corpus servia para tutela de todo e qualquer direito, para dar efetividade a todo 
e qualquer direito não só a liberdade de locomoção. 
Disso decorria que as violações de direitos civis estavam sujeitas á correção pelo habeas 
corpus. A emenda constitucional de 1926, limitou o seu cabimento á proteção da liberdade 
de locomoção, com um enunciado essencialmente idêntico ao que consta, hoje do art.5° 
LXVIII Então sé em 1926 que foi instituído no Brasil um mandado de segurança que 
passou o habeas corpus a destinasse a tutela apenas de locomoção. 
• O que é Habeas corpus? 
É um remédio destinado a tutelar o direito de liberdade de locomoção, liberdade de ir, vir, 
parar e ficar. Tem natureza de ação constitucional penal. 
• Respaldo Legal 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se 
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado 
de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso 
de poder; 
 
 
 
 
• Quem impetra o habeas corpus (impetrante) 
Não precisa ser a pessoa beneficiária do habeas corpus, posso impetrar o habeas corpus 
em beneficio próprio ou alheio ainda que não tenho autorização desta pessoa. 
O Habeas Corpus pode ser impetrado o habeas corpus por qualquer pessoa. Em 
benefício próprio ou alheio. 
 
Paciente = a pessoa que se beneficia 
• Autoridade coatora 
O sujeito passivo do habeas corpus, autoridade coatora pode ser público ou particular 
Exemplo: (público) juiz, delegado, policia militar, promotor, ministro stj, desembargador etc. 
 (particular) hospital particular prender paciente para que ele pague os custos. 
 
OBS: Qualquer pessoa pode ter seu direito de ir e vir limitado, porém tem que ser algo 
onde efetivamente exista um risco, perigo a sua liberdade de ir e vir, pois, eu posso ser 
processado criminalmente, porém sem risco de prisão. Exemplo: Estou respondendo, 
assinei um termo circunstanciado e foi instaurado no âmbito do juizado especial criminal, 
um procedimento para apurar um crime do artigo 28 da lei de drogas porte para 
consumo que é um delito que não tem pena para privativa de liberdade não pode ser 
preso em nenhum caso, neste caso não cabe impetração de habeas corpus. 
 
Tipos Habeas Corpus 
• Repressivo 
O sujeito que já está preso vai usar o habeas corpus repressivo, pois ser um habeas 
corpus que vai precisar reprimir aquela ordem ilegal de prisão 
 
 
OBS: Eu estou solto e foragido, há um mandado de prisão ilegal, vou usar o habeas 
corpus repressivo pois já há uma ordem, já uma medida concreta que está violando o 
meu direito de ir e vir. 
 
• Preventivo 
Há meros riscos de prisão, há uma presunção que lá na frente posso ser preso, é muito 
utilizados na CPIS, comissão parlamentar de inquérito, quando acontece uma investigação 
no âmbito do supremo e um parlamentar é chamado como testemunha ele sabe se ele 
não contar tudo ele comete crime de falso testemunho, porém se contar tudo ele vai se 
incriminar visto que ele esta no meio do esquema, então eles impetram um habeas 
corpus preventivo e ganha um salvo conduto criado pelo STF, vão e ficam sem falar, 
como desdobramento do direito ao silêncio. 
 
 
 
 Habeas Corpus e punição disciplinar militar 
Art. 5°, LXI “Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e 
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar 
ou crime propriamente militar, definidos em lei” 
 
- Os militares se subordinam a um regime diferenciado 
- Art. 142 § 2° Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares 
• O que o juiz não pode: 
- Os juízes não devem analisar habeas corpus que estão questionando punição disciplinar, 
sob pena da hierarquia militar ser jogada fora, pois caso todo militar tiver uma segurança 
de que quando não quiser obedecer uma ordem do seu superior hierárquico basta entrar 
com habeas corpus, a hierarquia militar acaba indo por ´”água abaixo” 
- O juiz não pode adentrar no mérito da punição disciplinar, ele não pode achar certo, 
errado ou justo e injusto aquele tipo de regime militar ao qual aqueles estão submetidos 
• O juiz pode analisar quatro aspectos de legalidade no habeas corpus que envolva 
punição disciplinar militar. 
- Hierarquia 
. Quem está mandando prender é competente pra tanto? 
- Poder disciplinar 
Existe previsão para esse tipo de conduta? Essa conduta é ilícita? 
- Ato praticado 
O ato praticado está ligado a função dele? Se ele não estava fora de seus atributos 
normais de trabalho ele não poderia ser vir a ser penalizado por aquele fato 
- Legalidade da punição 
Está previsto em lei? Exemplo: Na lei está estabelecido que o soldado que é pego está 
dormindo vai passar 10 dias na cadeia. O soldado que estiver preso há 15 dias pode entrar 
com o habeas corpus pois há uma ilegalidade nessa prisão

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