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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Biomedicina Karla Karoline Santos Ramos REPRODUÇÃO HUMANA ASSISTIDA: “Exercícios” Betim 2021 1) Nos processos de gametogênese masculina e feminina o início dá-se no período fetal embora a formação efetiva de gametas ocorra a partir da puberdade. Nos dois processos as células precursoras dos gametas têm a mesma origem. Descreva. As células percussoras dos gametas são as células germinativas primordiais, elas tem origem na fase pré-gonadal por volta da 2ª semana de gestação. São formadas a partir das células somáticas. Como o embrião ainda não apresenta gônadas, essas células germinativas primordiais aguardam do lado extra embrionário, na região das cristas gonadais. Quando as gônadas (tanto feminina quanto masculina) começa a se formar e darem origem ao gameta feminino (ovogônia) ou masculino (espermatogônia). 2) Diferencie espermatogônias A e B. Espermatogônias A são as primeiras as primeiras células formadas por mitose, podem se dividir em tipo AD ou AP. Tem capacidade proliferativa muito grande. Espermatogônias B são formadas devido a mitose que ocorre nas espermatogônias A. Essas células vão sofrer divisões e diferenciação e formar o espermatozoide. 3) Qual a localização e principais funções das células de Sertoli? Células multifuncionais que estão presentes ao longo de todo túbulo seminífero, dando todo o comando para as células germinativas de desenvolverem. Tem núcleo evidente. Função: nutrição da célula espermatogênica; suporte; proteção; fagocitose; secreção (ABN e inibina); produção hormonal; barreira hematotesticular. 4) Identifique os estágios da espermatogênese na figura abaixo: Período germinativo: surgimento das espermatogônias (surgem das CGP ou da própria mitose). Alta proliferação celular. Período de crescimento: células ficam paradas para conseguir passar pela sua fase de divisão celular e aumentar de tamanho. Período de maturação: começa a especificação, reduzindo o número de cromossomo das células Período de diferenciação: espermiogênese, modificação das características morfológicas do gameta. 5) Descreva as principais modificações que ocorrem na espermiogênese: Formação do acrossomo – estrutura capaz de fertilizar. Condensação e alongamento do núcleo – proteção do material genético; Desenvolvimento do flagelo – estrutura de deslocamento; Perda da maior parte do citoplasma – aumenta a capacidade de sobrevivência e diminui o tamanho da célula. Protaminação do DNA: o espermatozoide no intuito de proteger o material genético de mutações condensa o seu DNA e substitui as histonas por protaminas. 6) Descreva a estrutura de espermatozoide normal. Cabeça: contém o material genético, acrossomo e receptores para resposta fisiológica no momento da fecundação. Cauda: dividida em colo, peça intermediária e peça terminal... Tem a função de gerar forças que auxiliam no deslocamento do gameta. 7) Após ficar morfologicamente formado, o espermatozoide é enviado para o epidídimo. Quais as funções deste órgão? O epidídimo tem a função de maturar os espermatozoides. 8) Quais glândulas compõem a secreção do sêmen? As vesículas seminais e a glândula prostática. 9) Cite a importância do sêmen para o gameta masculino. O sêmen contém os espermatozoides, gametas masculinos que carregam todo a sua herança genética. O sêmen tem grande importância reprodutiva pois é quem levará 23 cromossomos ao encontro do ovócito para perpetuar a cadeia reprodutiva. 10) Descreva, se preferir em esquema, o controle hormonal da espermatogênese A espermatogênese é controlada pelo eixo Hipófise-Hipotálamo-Gonadal e pelas células somáticas encontradas no testículo. Hormônios envolvidos: testosterona; inibina, LH e FSH. Sertoli e Leydig são responsáveis pelo controle hormonal no testículo, ambas são estimuladas pela hipófise que por consequência é estimulada pelo hipotálamo. A hipófise controla Sertoli e Leydig por meio dos hormônios: LH e FSH. Hipófise libera LH (estimulada pelo GNRH do hipotálamo) que cai na corrente sanguínea e chega no testículo e vai direto no seu alvo: as células de Leydig. Quando LH chega em Leydig ela começa a secretar e a liberar testosterona. Uma parte da testosterona vai para dentro do túbulo seminífero (Sertoli) e a outra parte cai na corrente e vai circular pelo nosso corpo. Quando Sertoli metaboliza a testosterona ela manda para as células germinativas e secreta a dihidro testosterona e estrógeno. Quando a testosterona está muito elevada no sangue, o hipotálamo faz a hipófise parar de secretar LH, assim ela começa a secretar FSH. Esse FSH vai para o testículo ele age nas células de Sertoli para que elas metabolizem a testosterona. (que está em excesso). Sertoli libera proteínas ABP (proteína de ligação andrógena) que se liga na testosterona. Quando tem muito ABP na corrente sanguínea, Sertoli é sensibilizado a liberar o hormônio inibina., que faz a hipófise parar de sintetizar FSH. O controle hormonal é um ciclo interminável. A produção de testosterona por Leydig pode sofrer influências externas, variando durante o dia. 11) Cite os tipos de folículos ovarianos e os componentes de cada um. Folículos primordiais: ovócitos envoltos por uma camada de célula folicular achatada Enquanto esse folículo está em crescimento ele pode se diferenciar em: folículo primário unilaminar (começam a produção da zona pelúcida) e em folículo secundário multilâminar (várias camadas de células foliculares, zona pelúcida, começa a formação da teca). Folículo Secundário: ovócito com zona pelúcida, várias camadas de células foliculares cúbicas. Presença de uma cavidade cheia de líquido entre as células foliculares: antro folicular. Início de cavitação interna. Folículo madura/Graff: folículo ovulatório, poucas modificações morfologicas, mas muitas funcionais. 12) Como ocorre a ovocitação Rompimento da parede interna do ovário para o ovócito que está dentro conseguir sair. Estigma: área que a degradação é maior (furinho por onde está saindo a bolinha na imagem). Essa secreção vai ser capturada pela tuba que vai levar para dentro dela esse ovócito. (ovocitação). 13) Qual o destino das céls da granulosa e tecais que permanecem no ovário após a ovocitação? Formarem o corpo lúteo. 14) Descreva as etapas da gametogênese feminina, indicando a fase do gameta e ciclo de divisão (pode fazer esquema se preferir). Começa com as células germinativas primordiais migrando para os ovários a partir de 4º semana de gestação, lá elas se associam com as células foliculares, se associam e formam as células tronco da ninhagem: as ovogônias. Se inicia nos ovários quando surgem as ovogônias (iniciam no desenvolvimento fetal). Todas as ovogônias fazem o mesmo caminho. Ainda no período fetal todos os ovócitos primários iniciam a divisão meiótica. Após essa meiose 1 acontece um bloqueio pelas células foliculares (organiza tudo e para na prófase da meiose 1) Esses ovócitos ficam parados até sofrerem estímulos no início da puberdade. Quando ele é estimulado esse ovócito é desbloqueado e continua seu processo terminando assim a meiose 1. As divisões meióticas no gameta feminino não são iguais, a célula menor recebe o nome de corpúsculo polar, glóbulos polares ou polócitos. Polócitos: Células pequenas, pouco citoplasma e não funciona. São formados para que o único ovócito formado tenha o máximo de organelas possíveis. Ovócito secundário: célula maior que se forma junto com os polócitos. Esse ovócito ainda está dentro do folículo e realiza a meiose 2. (prófase e metáfase 2 ), porém antes finalizar a meiose 2 ele é bloqueado novamente pelas células do cumulo. Esse ovócito vai ficar bloqueado na meiose 2, o folículovai romper e esse ovócito vai ser liberado dentro do ovário. Quando esse ovócito secundário chega na tuba uterina ele fica na espera de um espermatozoide, caso ele não chegue o ovócito será degradado. 15) Descreva o controle hormonal HIPOFISÁRIO nos ovários. Ciclo de hormônios que comanda os ovários, que consequentemente joga comandos para o endométrio. Esses órgãos estão conectados por processos hormonais e são dependentes um do outro. Controlado pelo hipotálamo e pela hipófise. A hipófise sintetiza os hormônios FSH (hormônio folículo estimulante) e LH (hormônio luteinizante). FSH e LH– agem nas células foliculares e tecais. O alvo dos dois hormônios é o mesmo, porém a ação de cada célula é diferente. Para que ocorra a liberação de FSH é necessário um momento de “silêncio ovariano”, o ovário não está fazendo nada (folículos parados, ausência de corpo lúteo ativo) nesse momento não tem progesterona nem estrógeno sendo liberado na corrente sanguínea. Progesterona e estrógeno baixo a hipófise é ativada e libera FSH na corrente sanguínea até ele chegar no ovário e começa a: estimular o desenvolvimento dos folículos, amadurecer o ovócito e a secretar estrógeno. Esse estrógeno alta na corrente sanguínea faz a hipófise parar de produzir FSH e começar a produzir LH que chega no ovário e promove a ovocitação, formação do corpo lúteo e secreção de progesterona. Nesse momento progesterona e estrógeno estão altos no sangue para que ocorra a fertilização, caso não ocorra o corpo lúteo vai morrer e o ovário vai ter a sua atividade cessada, abaixando assim os níveis de estrógeno e progesterona vão abaixar recomeçando todo o ciclo novamente. 16) Descreva o controle hormonal OVARIANO no útero. Controlado pelos ovários por meio da secreção de estrógeno e de progesterona. Quando o útero está sem receber estrógeno ou progesterona ele fica “em silêncio”, sem nenhuma atividade fisiológica acontecendo. Quando os folículos começam a liberar estrógeno o útero entra na fase proliferativa (crescimento da camada basal e formação da funcional). Quando ocorre uma alta secreção de progesterona ela já encontra o endométrio totalmente espeço, assim a progesterona induz a função secretora do útero (atividade funcional da camada funcional). Tudo isso visando a implantação do embrião. Caso não ocorra a fecundação o corpo lúteo morre e essa camada que se formou no endométrio é descamada ocorrendo assim a menstruação. Em seguida o útero fica “em silêncio” novamente recomeçando o ciclo. 17) O ovócito ao ser liberado pelo ovário possui revestimentos. Cite e caracterize funcionalmente esses revestimentos. Corona radiata: estão circulando o ovócito (tem fortes interações íntima que comanda a maturação ovocitária. Corpo lúteo: deixar a parede do útero preparada para uma implantação – evitar descamação. 18) Como é feita a coleta de ovócitos para os procedimentos de RHA? Por meio da aspiração folicular. Os ovócitos tem de ser coletos diretamente do ovário. Incialmente era realizado por laparoscopia. A partir de 1981 começou a ser utilizado agulha de punção, própria para esse procedimento. Os ovócitos são coletados no interior dos folículos ovarianos 34-36h depois da estimulação ovariana com HCG. 19) Observe as imagens, indique o estágio de maturação e as características que permitiram a identificação: Análise na respectiva ordem: Imagem 01: Folículo maduro → Cúmulos grande e disperso, corona expandida com espaços entre as células – forma de raio. Limite de ovócitos observados. Imagem 02: Folículo pós-maduro → Cúmulos muito disperso, corona inexistente, ovócito nítido. Imagem 03: Folículo intermediário → Cúmulos grande e disperso. Corona escura e compacta ao redor do ovócito iniciando a sua expansão. Imagem 04: Folículo imaturo → O cúmulos não está expandido e apresenta uma densa corona, formando uma camada compacta de células aderidas ao redor do ovócito. 20) O que significa o desaparecimento da vesícula germinativa em ovócitos em maturação (em termos de processos celulares)? Significa que a prófase I da metáfase I chegou ao fim e foi bem sucedida. 21) Quais as características gerais de um ovócito maturado e viável? Ovócito maduro, presença de corpo polar 1 no espaço perivitelino. Inseminação ou injeção em 4h após a coleta. Citoplasma homogêneo sem vesículas 22) Qual a implicação do aumento de espessura da ZP nos procedimentos de FIV e ICSI? Implica que houve alguma alteração extra citoplasmática. 23) Qual a importância do REL para metabolismo ovocitária? Porque a agregação desta organela compromete o desenvolvimento da fertilização? Pois o retículo endoplasmático liso funciona como armazenador de íons cálcio. O cálcio é extremamente importante para o desenvolvimento embrionário, ele quem fornece energia para ativar o metabolismo, interagir com espermatozoide enquanto bloqueia e entrada de outros. 24) Diferencie infertilidade e esterilidade. Infertilidade é uma condição reversível, enquanto a esterilidade não. Um estéril nunca poderá ter um filho biológico, nem por práticas de inseminação e fertilização in vitro. 25) O que é infertilidade primária e secundária. infertilidade: primária, quando não há gestação anterior; e secundária, se já houve alguma gravidez 26) Como a afetação da fisiologia normal do eixo hipotálamo hipófise pode gerar infertilidade? Pois é o eixo hipotálamo-hipófise que produz os hormônios FSH e LH, que são essenciais para a espermatogênese e ovocitação. 27) Como a hiperprolactinemia pode afetar a produção de gametas? Tendo uma ação direta no eixo hipotálamo-hipófise ou perifericamente nos ovários; compressão direta da hipófise por tumoração levando à secreção anormal das gonadotrofinas; diminuindo as concentrações de LH e FSH; aumento das secreções hipotalâmicas. 28) Como a SOP descontrola a ovocitogênese? Acontece que esses folículos nunca amadurecem o suficiente para que ocorra a ovulação e a falta da ovulação altera os níveis de estrogênio, progesterona, FSH e LH. Com isso acontecendo, os níveis de estrogênio e progesterona caem a um nível muito abaixo do normal. 29) O que é endometriose? Como ela impede a fertilização? Distúrbio em que o tecido que normalmente reveste o útero cresce fora do útero. Na endometriose, o tecido pode estar presente nos ovários, nas tubas uterinas ou no intestino. A endometriose pode interferir nas diversas etapas do processo de fecundação. Além de afetar a qualidade de óvulos, espermatozoide e embriões, pode inibir a liberação do óvulo pelo ovário ou a captação dele pelas tubas uterinas 30) Cite possibilidade de infertilidade por causa pós ovarianas. Comprometimento de estruturas da tuba e do útero. Causas obstrutivas, obstruções causadas por cirurgias, agenesias ou infecções nas tubas uterinas.