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Reforma Psiquiátrica

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@ENFALANA 
 @ENFALANA
REFORMA PSIQUIÁTRICA 
HISTÓRIA DA PSIQUIATRIA 
 Na Grécia Antiga, as pessoas que tinham 
transtornos mentais eram socialmente 
consideradas pessoas com poderes divinos, e 
suas falas eram tidas como sábias; Acreditava-
se que as frases incompreensíveis proferidas 
por estes, aproximavam os homens dos Deuses; 
 Na Idade Média a loucura deixa de ser vista 
como instrumento de forças naturais e começa 
a ser entendida como reverso de razão; 
 A loucura passa a ser vista como conjunto de 
vícios dos homens – preguiça, avareza – 
ganhando um caráter moral desqualificante; 
 No século XVII, ainda se acreditava que doença 
mental era causada por espíritos malignos e 
demônios, e tratamentos por magias e 
bruxarias eram realizados. No continente 
europeu, a Igreja Católica incitou perseguições 
aos doentes mentais, bruxos e mágicos. 
 No século XVIII Phillippe Pinel propõe uma nova 
forma de tratamento aos loucos libertando-os 
das correntes e transferindo-os aos 
manicômios, destinados somente aos doentes 
mentais, com o objetivo de afastar as pessoas 
do convívio social. 
 Jean-Étienne Esquirol é considerado o primeiro 
professor de psiquiatria da História. Final séc. 
XVIII / Inicio séc. XIX: surgimento da psiquiatria. 
 I Reforma ou Revolução Psiquiátrica: loucura 
passa a ser considerada doença, passível de 
tratamento médico sistemático; 
 Criação de hospitais psiquiátricos (Pinel na 
França; Tuke na Inglaterra) 
 SEC XX: Surge Sigmund Freud que descobriu o 
comportamento do indivíduo sadio e do doente; 
estudou o comportamento humano e criou a 
psicanálise, considerada tanto um modelo do 
aparelho psíquico como uma abordagem 
terapêutica. 
 Teorizou que os problemas emocionais 
moriginavam-se no psiquismo, com forças em 
atividade, provocando alterações 
comportamentais. Não descartou a possibilidade 
de causa orgânica, acreditando que o futuro 
responderia a questão. 
 Sua assistência baseou-se em três tipos: 
emocional, social e religiosa, completando-se com 
a física; 
 Nesta perspectiva surge a visão holística da 
assistência; 
 O cuidado deixa de ser apenas físico e passa a 
ser sócio-psicoespiritual; 
ANOS 50 
 Na década de 1950 foram lançados os 
medicamentos psicotrópicos que causaram 
revolução ao reduzirem o confinamento de 
pacientes em hospitais psiquiátricos e 
possibilitarem convívio social. 
 Ficavam internadas na unidade não só pessoas 
com problemas psicológicos, mas, também as 
pessoas com doenças sem curas e aquelas que 
desviavam dos ‘’conceitos’’ da sociedade; 
Os hospitais psiquiátricos tentam se reorganizar com 
quatro objetivos: 
 Terapêuticos – visando transformar as 
pessoas, retirando-as de um estado de doença 
ou de incapacidade; 
 Socializadores – persuadindo os pacientes a 
internalizarem as normas e valores desta micro 
sociedade; 
 Proteção Social – na medida em que os loucos 
eram apontados como perigo para sociedade; 
 Custódias – para ‘’tomarem conta’’ destes 
pacientes na impossibilidade de ser feito por 
familiares; 
 Conclusões deste modelo assistencial: 
 @ENFALANA 
 @ENFALANA
 Ineficácia; 
 Desconhecimento sobre as causas das doenças 
mentais; 
 Ausência de consenso sobre o entendimento da 
loucura levando pluralidade na assistência; 
 Peculiaridades da doença mental: não 
necessariamente cursa com dor e sofrimento; 
o doente não sabe que está doente, alguém lhe 
confere este status; internações asilares em 
manicômios transformam estes indivíduos em 
não-cidadãos; e vistos como pessoas 
desqualificadas por serem social e moralmente 
ilegítimas; 
NO BRASIL 
Reforma Psiquiátrica no Brasil 
 Consiste em uma proposta de reorganização 
dos modelos de assistência aos indivíduos em 
sofrimento mental; 
 Objetivo: propõe a construção de uma rede de 
serviços e estratégias territoriais e 
comunitárias, profundamente solidárias, 
inclusivas e libertárias; 
 Cenário: compreendida como um conjunto de 
transformações de práticas, saberes, valores 
culturais e sociais, é no cotidiano da vida das 
instituições, dos serviços e das relações 
interpessoais que o processo da Reforma 
Psiquiátrica avança, marcado por impasses, 
tensões, conflitos e desafios. 
 O modelo vigente, na época, era assistencialista, 
com os pacientes internados em hospitais 
distantes das cidades, especialmente em 
colônias agrícolas, que utilizavam o trabalho 
como instrumento terapêutico. 
 O Hospital Psiquiátrico de Juqueri, na cidade 
de Franco da Rocha (São Paulo), foi um 
exemplo. 
 Na década de 1970, ganhou força a crítica ao 
modelo hospitalocêntrico (o hospital como 
modelo assistencial hegemônico), com a 
internação, causando afastamento do convívio 
familiar e social, e a assistência centrada no 
modelo médico. Houve denúncias de maus tratos 
em instituições asilares, onde os pacientes 
eram privados de direitos de cidadania. 
 As Conferências Nacionais de Saúde debatem 
as políticas públicas de saúde com a 
participação de gestoras da saúde, prestadores 
e usuários dos serviços; 1986 – 8ª conferencia 
propõe a implantação do SUS o qual foi 
incorporado na constituição de 1988; 
 Redefine o atendimento à saúde com base nos 
princípios da universalidade, integralidade, e da 
hierarquização das ações em saúde; 
 1987 – I Conferência Nacional de Saúde Mental 
 Tema: Discussão da cidadania e da Doença 
Mental; 
 Propostas da Conferência: 
 Sistema extra-hospitalar e multiprofissional 
de assistência; 
 A redução dos leitos hospitalares 
psiquiátricos existentes; 
 Não credenciamento de mais leitos e a 
substituição destes por outros serviços 
assistenciais; 
 A proibição da construção de novos 
hospitais psiquiátricos; 
 Implantação de recursos assistenciais 
alternativos como hospitais dia, lares 
protegidos e núcleos de atenção; 
 A recuperação de pacientes crônicos em 
serviços extra-hospitalares; 
 A Constituição de 1988 enfatiza a importância 
da cidadania, criando o Sistema Único de Saúde 
(SUS) e dando força ao movimento 
antimanicomial (luta contra internação em 
instituição psiquiátrica asilar). 
 Emergências psiquiátricas funcionando em 
emergências de hospitais gerais; 
 Ainda em 1987 surge o 1º CAPS em SP; 
 1989 – Surge o 1º NAPS (não perdurou) com 
funcionamento 24h, residências terapêuticas 
(permanecem até os dias atuais); 
 1989 – Dá entrada no Congresso Nacional o 
Projeto de Lei do Dep. Paulo Delgado (PT/MG) 
propõe a regulamentação dos direitos das 
pessoas com transtornos mentais e extinção 
progressiva dos manicômios no país; 
 @ENFALANA 
 @ENFALANA
 Vários estados brasileiros aprovam as 
primeiras leis que determinam a 
substituição progressiva dos leitos 
psiquiátricos por uma rede integrada de 
atenção à saúde mental; 
 1990 – Assinada a ‘’Declaração de Caracas’’ 
 Pontos Criticados da assistência vigente: o 
Isolamento do paciente do meio social; o Afronta 
aos direitos civis e humanos; o Gastos indevido 
dos recursos financeiros públicos; 
 Pontos a serem assegurados: o Salvaguardar a 
dignidade e direito dos pacientes; o Respeitar os 
direitos humanos e civis; o Permitir a reinserção 
do indivíduo ao meio social; o Promover as 
internações se necessários em hospitais gerais; 
 Resultados de Caracas: o Incentivo financeiro 
aos hospitais gerais para assistir à população; o 
Hospitais-dia com tratamento ambulatorial; 
 1992-2000 – Começa a implantação da rede 
extrahospitalar; 
 II Conferência Nacional de Saúde Mental (1992): 
 Passam a entrar em vigor no país as primeiras 
normas federais regulamentando a implantação 
de serviços de atenção diária, fundadas nas 
experiênciasdos primeiros CAPS, NAPS e 
Hospitais-dia, e as primeiras normas para 
fiscalização e classificação dos hospitais 
psiquiátricos; 
 Problemas: 
 O processo de expansão dos CAPS e NAPS 
é descontínuo; 
 As novas normatizações do MS de 1992, 
embora regulamentassem os novos 
serviços de atenção diária, não instituíam 
uma linha especifica de financiamento para 
os CAPS e NAPS; 
 As normas para fiscalização e classificação 
dos hospitais psiquiátricos não previam 
mecanismos sistemáticos para a redução 
de leitos; 
 Ao final deste período, o país tem em 
funcionamento 208 CAPS, mas cerca de 93% 
dos recursos do MS para a saúde mental ainda 
são destinados aos hospitais psiquiátricos; 
 2001 – A lei de Paulo Delgado é sancionada Lei 
Nacional (10.216) porém com algumas 
modificações da original; 
 Lei Federal 10.216 
 Redireciona a assistência em saúde mental, 
privilegiando o oferecimento de tratamento em 
serviços de base comunitária; 
 Dispõe sobre a proteção e os direitos das 
pessoas com transtornos mentais, mas não 
institui mecanismos claros para a progressiva 
extinção dos manicômios, mesmo assim os 
avanços são notórios; 
 Mudanças na política de financiamento; 
 Criados mecanismos para a fiscalização, gestão 
e redução programada de leitos psiquiátricos 
no país; 
 Processo de Desinstitucionalização: 
 Redução dos leitos: 
 Programa Nacional de Avaliação do Sistema 
Hospitalar/Psiquiatria (PNASH/Psiquiatria); 
 O Programa Anual de Reestruturação da 
Assistência Hospitalar Psiquiátrica no SUS (PRH); 
 Programa de Volta para Casa; 
 Centros de Atenção Psicossocial e as 
Residências Terapêuticas, vem permitindo a 
redução de milhares de leitos psiquiátricos no 
país; 
 2011 – III Conferência Nacional de Saúde Mental 
 Confere ao CAPS valor estratégico na 
assistência à saúde mental; 
 Defende uma política nacional de saúde mental 
para usuários de álcool e drogas; 
 Estabelece controle social como garantia do 
avanço da política de Saúde Mental; 
 A rede de cuidados na comunidade (Serviços 
Substitutivos): o CAPS; o Serviços de Residência 
Terapêutica (SRT); 
 Centros de convivência; 
 Ambulatório de Saúde Mental; 
 Saúde Mental na Atenção Básica; 
 Hospitais Gerais; 
 Centros de convivência; 
 Ambulatório de Saúde Mental; 
 Saúde Mental na Atenção Básica; 
 Hospitais Gerais; 
 @ENFALANA 
 @ENFALANA
 
 
 
 
 
 
 
 
REDES E SERVIÇOS SUBSTITUTIVOS 
 CAPS 
 Funções: 
 Prestar atendimento clínico em regime de 
atenção diária evitando internações em 
hospitais psiquiátricos; 
 Promover a inserção social das pessoas com 
transtorno mental através de ações 
intersetoriais; 
 Regular a porta de entrada de saúde mental e 
dar suporte a rede básica; 
 Diferenciam-se pelo porte, capacidade e 
atendimento a pessoa atendida; 
 Características: clientela – pessoas com 
transtornos mentais severos e persistentes; 
 Tipos: 
 CAPS I – atende a população acima de 20.000 
habitantes; 
 CAPS II – serviço de médio porte, atende a 
partir de 70.000 habitantes; 
 CAPS III – serviço de grande complexidade para 
população de mais de 200.000 habitantes, 
funcionamento 24h com no máximo 5 leitos, 
com internações curtas de no máximo de 7 
dias; 
 CAPS IV – AD (álcool e drogas); 
 CAPS I – destinado a crianças e adolescentes 
com transtornos mentais, é indicado para 
municípios com mais de 200.000 habitantes; 
 CAPS AD: 
 Clientela: pessoas que fazem uso prejudicial de 
álcool e drogas; 
 Indicado para municípios com mais de 70.000 
hab.; 
 CAPS AD III – municípios com mais de 200.000 
hab. e acolhimento noturno; 
 CAPS AD IV – municípios com mais de 500.000 
hab. e capitais estaduais, atendimento 24h e 
em feriados e finais de semana. É lugar de 
referência de cuidado e proteção para usuários 
e familiares em situações de crise e maior 
gravidade, tem capacidade para atender 
urgências e emergências psiquiátricas (tanto 
em termos de estrutura física, como de equipe 
técnica). Acolhe e trata casos novos e já 
vinculados, sem agendamento prévio ou outra 
barreira de acesso, atendendo por PTS (plano 
terapêutico singular) promovendo a inserção, 
proteção e suporte de grupo para seus 
usuários, no processo de reabilitação 
psicossocial. O CAPS AD IV funciona de forma 
articulada com a Rede de Atenção às Urgências 
e Emergências, em especial junto ao SAMU, 
consultório de rua, unidades de acolhimento e 
comunidades terapêuticas onde está inserido; 
 Residências Terapêuticas 
 Devem acolher até 10 pessoas; 
 Foi criada para aqueles que não voltavam p/ 
casa; 
 Tem um cuidado para apoiar os moradores nas 
tarefas, dilema e conflitos cotidianos do morar; 
 Cada residência deve estar referenciada a um 
CAPS; 
 Devem ser capazes em primeiro lugar de 
garantir o direito à moradia das pessoas 
egressas de hospitais psiquiátricos, pacientes 
 @ENFALANA 
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com transtornos mentais graves moradores de 
rua e egressos de unidades prisionais comuns, e 
de auxiliar o morador em seu processo – às 
vezes difícil – de reintegração na comunidade; 
 O Programa de Volta para Casa (2003): 
 Deve contribuir para o processo de inserção 
social das pessoas com longa história de 
internações em hospitais psiquiátricos, através 
do pagamento mensal de um auxílio-reabilitação; 
 Para receber o auxílio do programa, a pessoa 
deve ser egressa de Hospital Psiquiátrico ou de 
Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, 
e ter indicação para inclusão em programa 
municipal de reintegração social; 
 
 Centros de Convivência e Cultura: 
 Experiências inovadoras e de novas tecnologias 
para responder ao desafio do cuidado e da 
inclusão social; 
 Oferecem às pessoas com transtornos 
mentais espaços de sociabilidade, produção 
cultural e intervenção na cidade; 
 Não realizam atendimento médico ou 
terapêutico. São espaços de articulação com a 
vida cotidiana e a cultura; 
 As oficinas e as atividades coletivas são o 
grande eixo do trabalho dos centros; 
 O Ministério da Saúde recomenda a 
implementação destes centros para os 
municípios com população de mais de 200.000 
habitantes; 
 Atenção Primária na Saúde Mental: 
 O PSF na ponta como porta de entrada e 
acolhimento das famílias e clientes com 
sofrimento mental; 
 Apoiada pelo NASF, atende e recebe os 
transtornos leves e moderados;

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