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ELETROCARDIOGRAMA EM PEDIATRIA César Augusto de Oliveira Souza Filho Cardiologia Pediátrica Hospital Pequeno Príncipe 17/03/2021 – 20:00h ELETROCARDIOGRAMA PARA O PEDIATRA • 4 aulas • Conceitos básicos / como definir eixos • Sobrecargas atriais e ventriculares / casos clínicos • Bloqueios atrioventriculares + bloqueios de ramos / casos clínicos • Abordagem inicial de taquicardias / casos clínicos ELETROCARDIOGRAMA • Frequência Cardíaca • Ritmo • Eixos P, QRS, T • Morfologia onda P • Intervalo PR • Duração QRS • Amplitude QRS • Segmento ST • Morfologia onda T • Intervalo QT ELETROCARDIOGRAMA • Derivações • Bipolares: é aquela em que os eletrodos positivo e negativo são colocados a uma mesma distância do coração (do ponto de vista elétrico), captando a DIFERENÇA DE POTENCIAL entre esses dois pontos; • Unipolares: é aquela que registra as variações de potencial obtidas pelo eletrodo positivo (também chamado de explorador), enquanto o eletrodo negativo (também chamado de indiferente) está a uma distância muito grande do coração (do ponto de vista elétrico). Isso é possível colocando-o, numa manobra técnica, no chamado "terminal central de Wilson". Estando o eletrodo indiferente "zerado" após essa manobra, o explorador passa a captar POTENCIAIS ABSOLUTOS do local onde é colocado, ao invés de diferença de potencial; Derivações Frontais Derivações Frontais COMO REALIZAR O ELETROCARDIOGRAMA • Colocação correta dos eletrodos é imprescindível para uma correta interpretação; • Calibração • Velocidade • Amplitude DERIVAÇÕES PRECORDIAIS • V1: eletrodo colocado no quarto espaço intercostal direito, rebordo esternal. • V2: eletrodo colocado no quarto espaço intercostal esquerdo, rebordo esternal. • V3: eletrodo colocado a meio caminho entre V2 e V4. • V4: eletrodo colocado no quinto espaço intercostal, linha médio-clavicular. • V5: eletrodo colocado no quinto espaço intercostal, linha axilar anterior. • V6: eletrodo colocado no quinto espaço intercostal, linha axilar média. ELETROCARDIOGRAMA • Velocidade do papel • Padrão: 25mm/s • Amplitude dos traçados • Padrão: 10mv • Na configuração padrão: 1 quadrado equivale a 1mm de amplitude e 40ms de duração (TABELA) FREQUÊNCIA CARDÍACA • Fórmula: 1500/número de quadrados • Fórmula: 60/ intervalo RR (segundos) • FC aumenta desde o nascimento até 2 meses de idade e então começa a diminuir 300 150 100 75 60 50 16 QUADRADOS = 93bpm ONDA P • O impulso elétrico se inicia no nó sinusal que não tem expressão no ECG • A despolarização atrial é representada pela onda P • Normalmente é simétrica em DI e DII em formato de bala • Com o aumento da FC pode aparecer um entalhamento na onda P (normal) • Em V1 ela é bifásica e podemos visualizar separadamente a despolarização atrial D (+) e a despolarização atrial E (-) ONDA P • Valores – iguais em todas as idades • Duração: em DII entre 30 e 90 ms, sendo máxima de 100ms (se maior, sobrecarga atrial E) • Amplitude: máxima de 2,5mm (se maior, sobrecarga atrial D) • Em V1: parte negativa não pode ter amplitude maior que 1mm e duração maior que 40ms (se maior, sobrecarga atrial E) – Índice de Morris • Eixo: entre 0 e 90º ONDA P • Identificação de ritmo sinusal • Todo QRS é precedido de P • Intervalo PR é constante • Onda P + em DI, DII e aVF • FC dentro da normalidade (TABELA) INTERVALO PR • Compreende o intervalo entre o início da onda P e o início do QRS • Pode variar entre as derivações (até 40ms de diferença) • Intervalo PR mais longo = DII • Aumenta com a idade e diminui com o aumento da FC (TABELA) • Intervalo PR curto + onda Delta = Pré-excitação • Intervalo PR curto – causa mais comum em coração saudável: ritmo ectópico atrial direito baixo • Intervalo PR longo – BAV SEGMENTO PR • Compreende o intervalo entre o FIM da onda P e o início do QRS • Linha de base do ECG COMPLEXO QRS • Despolarização Ventricular • Duração • Deve ser medido em uma derivação com onda Q (melhor em V5) • Aumenta com a idade • Até 4 anos – até 90ms • 5 anos ou mais (adulto) – até 120ms • Eixo – TABELA • 1º mês de vida: desvio do eixo para a D COMPLEXO QRS • Morfologia • Onda Q representa despolarização septal – está ausente em algumas derivações • Q deve estar ausente em V1 e presente em V6 • Patológica se duração maior que 30ms • Se presente em D1 e aVL: interrogar coronária anômala • R puro: em V1 até os 5 meses de idade e em V6 em qualquer idade • 7% das crianças: RSR’ em V1 (Distúrbio de condução de ramo direito) COMPLEXO QRS • Amplitude • Onda Q: aVL<2mm, DI<3mm, DII e aVF<4mm - Isquemia? • Onda Q: DIII e V6 variam com a idade (TABELA) • VD: R em V1 e S em V6 (TABELA) • VE: S em V1 e R em V6 (TABELA) COMPLEXO QRS • Amplitude – limite inferior • S+R<5mm em derivações periféricas • S+R<8mm em derivações precordiais • Se QRS abaixo do limite inferior, pensar em miocardite (edema), disfunção miocárdica (ICC, tumor) ou aumento na distância do coração ao tórax (obesidade, pneumotórax, pericardite, derrame pericárdico); SEGMENTO ST • Compreende o intervalo entre o fim da onda S e o começo da onda T; • Normalmente se inclina para a porção proximal da onda T e não é perfeitamente horizontal; • Sempre comparar com o segmento PR; • Não deve ter supra maior que 1mm ou infra maior que 0,5mm • Repolarização precoce: pode ter supra de até 4mm ONDA T • Corresponde a repolarização ventricular • Normalmente assimétrica com a parte ascendente mais gradual que a descendente; • Amplitude varia muito em crianças, mas uma baixa voltagem em algumas derivações pode indicar isquemia – DI, DII e V6 devem ser >2mm • T negativa: V1 a V3 até a adolescência (acima de 48h de vida) – se positiva, sinal de sobrecarga de VD • T positiva: DI, DII e V6 (acima de 48h de vida) INTERVALO QT • Compreende o intervalo entre o começo do QRS e o fim da onda T; • Deve ser usado o intervalo mais longo • Se onda P dentro da onda T – contar até início da porção descendente INTERVALO QT • Fórmula de Bazzet • QTc=QT/√RR • Sempre utilizar RR anterior • Deve ser maior que 440ms • Valor máximo: 470-490ms • Intervalo QoT: Início do QRS ao início da onda T • Em hipocalcemia, QoTc<250ms ELETROCARDIOGRAMA • Frequência Cardíaca • Ritmo • Eixos P, QRS, T • Morfologia onda P • Intervalo PR • Duração QRS • Amplitude QRS • Segmento ST • Morfologia onda T • Intervalo QT COMO DEFINIR EIXOS • Número / letra • REGRA DO “RAFAEL” • 1º passo – DI e aVF • Olhar derivação perpendicular • 1º passo – DI e aVF • Positivo em D1 • 1º passo – DI e aVF • Positivo em D1 • Positivo em aVF • 2º passo • 0 – 30º • 30 – 60º • 60 – 90º • 2º passo • 0 – 30º • 30 – 60º • 60 – 90º • Perpendicular de aVR DIII • 2º passo • 0 – 30º - excluído • 30 – 60º • 60 – 90º • Positivo em DIII • 2º passo • 0 – 30º - excluído • 30 – 60º • 60 – 90º • Perpendicular de DII aVL • 2º passo • 0 – 30º - excluído • 30 – 60º - excluído • 60 – 90º • Negativo em aVL • SÂQRS = +75º COMO DEFINIR EIXOS COMO DEFINIR EIXOS • “Atalho” • Eixo está localizado perpendicular à derivação que se encontra isoelétrica • Direção será definida pela polaridade da derivação perpendicular • Perpendicular de aVL DII • Positivo em DII • SÂQRS = +60º PRÓXIMA AULA • Tentar definir nos próximos eletros: • Ritmo • Frequência Cardíaca • Eixos P, QRS, T • Duração onda P, intervalo PR, complexo QRS • Calcular intervalo QTc • Próxima aula: sobrecargas atriais e ventriculares dia 24/03/2021
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