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Ana Carolina Casali Zanette – 2º período – 22/03/2021 O olho foca a luz sobre uma superfície sensível à luz (retina) utilizando uma lente e uma abertura (pupila), cujo tamanho pode ser ajustado para modificar a quantidade de luz que entra. A visão é o processo pelo qual a luz refletida pelos objetos em nosso meio externo é traduzida em uma imagem mental: 1. A luz entra no olho e a lente (cristalino) a focaliza na retina. 2. Os fotorreceptores da retina transduzem a energia luminosa em um sinal elétrico. 3. As vias neurais da retina para o cérebro processam os sinais elétricos em imagens visuais. Cílios - Sobrancelhas • São pelos grossos na pele dos arcos superiores (cristas frontais do crânio) que protegem os olhos da luz solar e evitam que a perspiração desça pela fonte e chegue aos olhos. • Os cílios, que se projetam a partir da margem de cada pálpebra, e as sobrancelhas, que atravessam transversamente e em formato de arco a parte superior das pálpebras, ajudam a proteger o bulbo do olho de objetos estranhos, da transpiração e da incidência direta dos raios solares. • Glândulas ciliares sebáceas: encontram-se nos folículos pilosos dos cílios e liberam um líquido lubrificante para os folículos Pálpebras • As pálpebras superiores e inferiores cobrem os olhos durante o sono, protegem os olhos da luz excessiva e de objetos estranhos e espalham as secreções lubrificantes pelos bulbos dos olhos. • A pálpebra superior é mais móvel do que a inferior e contém em sua região superior o músculo levantador da pálpebra superior. • Fissura palpebral: espaço entre as pálpebras superior e inferior e que expõe o bulbo do olho. • Seus ângulos são conhecidos como comissura lateral, que é mais estreita e próxima ao temporal, e comissura medial, que é mais larga e mais próxima ao osso nasal. • Carúncula lacrimal: na comissura medial encontra-se uma elevação pequena e avermelhada, que contém glândulas sebáceas (oleosas) e glândulas sudoríferas (de suor). • Cada pálpebra consiste em epiderme, derme, tela subcutânea, fibras do músculo orbicular do olho, tarso, glândulas tarsais e túnica conjuntiva • Tarso: é uma prega espessa de tecido conjuntivo que dá forma e sustentação às pálpebras. Em cada tarso encontra-se uma fileira de glândulas sebáceas alongadas modificadas, conhecidas como glândulas tarsais ou glândulas de Meibomio, que secretam um líquido que ajuda a manter as pálpebras aderidas uma à outra. • A túnica conjuntiva é uma túnica mucosa protetora fina composta por epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado sustentada por tecido conjuntivo areolar e com numerosas células caliciformes. • A túnica conjuntiva da pálpebra reveste a face interna das pálpebras e a túnica conjuntiva do bulbo passa das pálpebras para a superfície do bulbo do olho, onde ela cobre a esclera (a “parte branca” do olho), mas não a córnea, que é uma região transparente que forma a face anterior externa do bulbo do olho. Aparelho lacrimal • É um grupo de estruturas que produzem e drenam o líquido lacrimal ou as lágrimas em um processo chamado de lacrimação • Lacrimação: 1- As glândulas lacrimais, cada uma com o tamanho e o formato aproximados de uma amêndoa, secretam o líquido lacrimal, que é drenado em 6 a 12 dúctulos excretores, que removem as lágrimas para a superfície da conjuntiva da pálpebra superior Anatomia e fisiologia do olho Anatomia das estruturas acessórias Ana Carolina Casali Zanette – 2º período – 22/03/2021 2- A partir dali, as lágrimas passam medialmente sobre a face anterior do bulbo do olho e entram em duas aberturas pequenas chamadas de pontos lacrimais. 3- As lágrimas passam então em dois ductos, os canalículos lacrimais superior e inferior, que levam para o saco lacrimal (dentro da fossa lacrimal) e, então, para o ducto lacrimonasal. 4- Esse ducto conduz o líquido lacrimal para a cavidade nasal inferiormente à concha nasal inferior, onde ele se mistura com o muco. • As glândulas lacrimais são inervadas por fibras parassimpáticas dos nervos faciais (VII). • O líquido lacrimal produzido por essas glândulas é uma solução aquosa contendo sais, um pouco de muco e a lisozima, uma enzima bactericida protetora. • O líquido protege, limpa, lubrifica e umedece o bulbo do olho. • Após ser secretado pela glândula lacrimal, o líquido lacrimal é espalhado medialmente pela superfície do bulbo do olho pelo piscamento das pálpebras. Cada glândula produz cerca de 1 mℓ de líquido lacrimal por dia. Músculos extrínsecos do bulbo do olho • Os olhos se encontram em depressões ósseas do crânio chamadas de órbitas. • As órbitas ajudam a proteger os olhos, estabilizam nos no espaço tridimensional, ancorando-os aos músculos que produzem seus movimentos essenciais. • Os músculos extrínsecos do bulbo do olho se estendem das paredes da órbita até a esclera ocular e são circundados na órbita por volume significativo de gordura do corpo adiposo da órbita • Seis músculos extrínsecos do bulbo do olho movem cada olho: o reto superior, o reto inferior, o reto lateral, o reto medial, o oblíquo superior e o oblíquo inferior. Eles são inervados pelos nervos oculomotor (NC III), troclear (NC IV) ou abducente (NC VI). • Possuem unidades motoras pequenas, o qual fornecem agilidade, precisão e suavidade no movimento dos olhos • os músculos extrínsecos do bulbo do olho movem o bulbo do olho lateralmente, medialmente, superiormente e inferiormente. • Por exemplo: olhar para a direita requer a contração simultânea do músculo reto lateral direito e do músculo reto medial esquerdo do bulbo do olho e o relaxamento dos músculos reto lateral esquerdo e reto medial direito. Os músculos oblíquos preservam a estabilidade rotacional do bulbo do olho. Circuitos neurais no • tronco encefálico e no cerebelo coordenam e sincronizam os movimentos dos olhos. • O bulbo do olho adulto mede cerca de 2,5 cm de diâmetro. De sua área superficial total, apenas o sexto anterior encontra-se exposto; o restante está coberto e protegido pela órbita, onde ele se encaixa. • A parede do bulbo do olho consiste em três camadas: (1) túnica fibrosa (2) túnica vascular (3) retina (túnica interna) Anatomia do bulbo do olho Ana Carolina Casali Zanette – 2º período – 22/03/2021 Túnica fibrosa: • É a camada superficial do bulbo do olho e consiste na córnea anterior e na esclera posterior • A córnea é um revestimento transparente que cobre a íris colorida. Como ela é curva a córnea ajuda a focar a luz na retina. • Sua face externa é formada por epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado. • O revestimento médio da córnea é formado por fibras colágenas e fibroblastos e sua face interna é um epitélio pavimentoso simples • A esclera é uma camada de tecido conjuntivo denso, composto principalmente por fibras colágenas e fibroblastos. • A esclera cobre todo o bulbo do olho, exceto a córnea; ela dá formato ao bulbo do olho, torna-o mais rígido, protege suas partes internas e age como um local de fixação para os músculos extrínsecos do bulbo do olho. • Seio venoso da esclera: abertura na junção entre a esclera e a córnea. Drena o humor aquoso Túnica vascular • A túnica vascular ou úvea é a camada média do bulbo do olho • Ela é composta por três partes: a corioide, o corpo ciliar e a íris. • A corioide: altamente vascularizada, que é a parte posterior da túnica vascular, reveste a maior parte da face interna da esclera. Seus vasos sanguíneos numerosos fornecem nutrientes para a face posterior da retina. Contém melanócitos que produzem o pigmento melanina. A melanina na corioide absorve os raios solares dispersos, evitando a reflexão e a dispersão de luz dentro do bulbo do olho. • O corpo ciliar: Na parte anterior da túnica vascular. Ele se estende desde a ora serrata, a margem anterior denteada da retina, até um ponto imediatamente posteriorà junção da esclera com a córnea. É formado pelos processos ciliares e pelos músculos ciliares o corpo ciliar tem aparência marrom escura por conter melanócitos que produzem melanina Os processos ciliares são protrusões ou pregas na face interna do corpo ciliar. Eles contêm capilares sanguíneos que secretam o humor aquoso. Estendendo-se a partir dos processos ciliares encontram-se as fibras zonulares, ou ligamentos suspensores, que se ligam à lente O músculo ciliar é uma banda circular de músculo liso. A contração ou o relaxamento do músculo ciliar modifica a tensão das fibras zonulares, alterando o formato da lente e adaptando-a para a visão de perto ou de longe. • A íris, a parte colorida do bulbo do olho, tem um formato de rosca achatada. Ela está suspensa entre a córnea e a lente e se liga em sua margem externa aos processos ciliares. Os olhos são entre marrom e preto quando a íris contém grandes quantidades de melanina, azuis quando sua concentração de melanina é muito baixa e verdes quando a concentração de melanina é moderada. Ela é formada por melanócitos e por fibras musculares lisas circulares e radiais. A quantidade de melanina na íris determina a cor do olho. Principal função: regulação da quantidade de luz que entra no bulbo do olho através da pupila Retina • A terceira camada do bulbo do olho e a mais interna • Reveste os três quartos posteriores do bulbo do olho e é o início da via visual • O disco óptico é o local em que o nervo óptico (II) deixa o bulbo do olho. • Acompanhando o nervo óptico encontram-se a artéria central da retina, um ramo da artéria oftálmica, e a veia central da retina • A retina é formada por um estrato pigmentoso e por um estrato nervoso. • O estrato pigmentoso é uma lâmina de células epiteliais contendo melanina localizadas entre a corioide e a parte neural da retina. • O estrato nervoso (sensorial) da retina é uma parte do encéfalo com múltiplas camadas que processa substancialmente os dados visuais antes de enviar impulsos nervosos para os axônios que formam o nervo óptico. • Três camadas distintas de neurônios retinais – a camada fotorreceptora, a camada celular bipolar e a camada Ana Carolina Casali Zanette – 2º período – 22/03/2021 celular ganglionar – são separadas por duas zonas, as camadas sinápticas interna e externa, onde os contatos sinápticos são realizados • Os bastonetes nos permitem enxergar em ambientes de pouca luz, como à luz da lua. Como os bastonetes não fornecem visão colorida, em ambientes com pouca luz nós podemos enxergar apenas preto, branco e todos os tons de cinza intermediários. • A luz mais forte estimula os cones, que produzem a visão colorida. Três tipos de cones estão presentes na retina: (1) cones azuis, que são sensíveis à luz azul, (2) cones verdes, que são sensíveis à luz verde e (3) cones vermelhos, que são sensíveis à luz vermelha. A visão colorida é resultado do estímulo de várias combinações desses três tipos de cones. • A mácula lútea é o centro exato da parte posterior da retina, no eixo visual do olho • A fóvea central, uma pequena depressão no centro da mácula lútea, contém apenas cones. a fóvea central é a área de maior acuidade visual ou resolução. • Os bastonetes estão ausentes da fóvea central e são mais abundantes na periferia da retina. Como a visão dos bastonetes é mais sensível do que a visão dos cones, é possível observar um objeto com pouca luminosidade (como uma estrela distante) melhor se você virar levemente para um lado do que olhando diretamente para ele. Lente (cristalino) • Atrás da pupila e da íris, dentro da cavidade do bulbo do olho, encontra-se a lente • Nas células da lente, proteínas chamadas de cristalinas, organizadas como camadas de uma cebola, compõem o meio refrativo da lente, que normalmente é perfeitamente transparente e não possui vasos sanguíneos. • A lente ajuda a focar imagens na retina para facilitar a formação de uma visão nítida. Interior do bulbo do olho • A lente divide o bulbo do olho em duas cavidades: a cavidade do segmento anterior e a câmara vítrea • A cavidade do segmento anterior – o espaço anterior a lente – é formada por duas câmaras. A câmara anterior se encontra entre a córnea e à íris. A câmara posterior se encontra posteriormente à íris e anteriormente às fibras zonulares e a lente Ambas as câmaras da cavidade do segmento anterior são preenchidas por humor aquoso, um líquido aquoso transparente que nutre a lente e a córnea. • O humor aquoso é filtrado continuamente para fora dos capilares sanguíneos nos processos ciliares do corpo ciliar e entra na câmara posterior. Então, ele flui para frente entre a íris e a lente, através da pupila e para a câmara anterior. A partir da câmara anterior, o humor aquoso é drenado para o seio venoso da esclera (canal de Schlemm) e, A partir dos fotorreceptores, a informação flui através da camada sináptica externa até as células bipolares e dali para a camada sináptica interna e para as células ganglionares. Os axônios das células ganglionares se estendem posteriormente ao disco do nervo óptico e deixam o bulbo do olho como nervo óptico (II). O disco do nervo óptico também é chamado de ponto cego. Como ele não contém cones ou bastonetes, não é possível ver imagens que alcancem o ponto cego. Ana Carolina Casali Zanette – 2º período – 22/03/2021 então, para o sangue. Normalmente, o humor aquoso é completamente reposto a cada 90 min. • Câmara postrema: a cavidade posterior do bulbo do olho, que é maior e se encontra entre a lente e a retina. • Humor vítreo: dentro da câmara vítrea encontra-se uma substância transparente semelhante a uma geleia que mantém a retina pressionada contra a corioide, dando à retina uma superfície nivelada para a recepção de imagens claras. Ele é formado durante a vida embrionária e consiste principalmente em água, além de fibras colágenas e ácido hialurônico. O humor vítreo também contém células fagocíticas que removem fragmentos, mantendo essa parte do olho límpida para uma visão sem obstruções • O canal hialóideo é um canal estreito, imperceptível em adultos, que passa através do corpo vítreo desde o disco óptico até a face posterior da lente. Nos fetos, ele é ocupado pela artéria hialóidea. • Pressão intraocular: é produzida principalmente pelo humor aquoso e parcialmente pelo humor vítreo. A pressão intraocular mantém o formato do bulbo do olho e evita que ele colapse. • Seus elementos ópticos focam uma imagem de algum objeto em um “filme” sensível à luz – a retina – enquanto garante que a quantidade correta de luz faça a “exposição” adequada. Para entender como o olho forma imagens claras de objetos na retina, é preciso avaliar três processos: (1) a refração ou desvio de luz pela lente e pela córnea; (2) a acomodação, a mudança no formato da lente; e (3) a constrição ou estreitamento da pupila. Refração dos raios de luz • Conforme os raios de luz entram no olho, eles são refratados nas faces anterior e posterior da córnea. Ambas as faces da lente refratam ainda mais os raios de luz de modo que eles cheguem com o foco exato na retina. • As imagens focadas na retina são invertidas (de cabeça para baixo). Elas também sofrem uma inversão da direita para a esquerda; ou seja, a luz proveniente do lado direito de um objeto alcança o lado esquerdo da retina e vice- versa. • O encéfalo armazena as imagens invertidas e revertidas que são adquiridas quando nós, pela primeira vez, tocamos e alcançamos os objetos, e interpreta essas imagens visuais corrigidas pela sua orientação espacial. • Cerca de 75% da refração total da luz ocorre na córnea. A lente fornece os 25% restantes de capacidade de foco e também modula o foco para a observação de objetos próximos ou distantes Acomodação e o ponto próximo de visão • Uma superfície que forma uma curva parafora, como a superfície de uma bola, é chamada de convexa. Aquela lente refratará os raios de luz que chegam um em direção ao outro, de modo que, eventualmente, eles sofram uma interseção • Se a superfície de uma lente forma uma curva para dentro, como o interior de uma bola vazia, a lente é chamada de côncava e faz com que os raios de luz sejam refratados um para longe do outro. • Acomodação: Quando o olho está focando um objeto próximo, a lente fica mais curva, causando uma refração maior dos raios de luz. • ponto próximo de visão é a distância mínima do olho a partir da qual um objeto pode ser focalizado, com nitidez, com acomodação máxima. Essa distância é de cerca de 10 cm em um adulto jovem. • Em objetos distantes: músculo ciliar do corpo ciliar está relaxado e a lente se encontra mais achatada porque ela é alongada em todas as direções pelas fibras zonulares Formação da imagem Ana Carolina Casali Zanette – 2º período – 22/03/2021 • Em objeto próximo: o músculo ciliar se contrai, o que puxa o processo ciliar e a corioide na direção da lente. Essa ação libera a tensão sobre a lente e as fibras zonulares. Como é elástica, a lente fica mais esférica (mais convexa), aumentando sua capacidade de foco e causando maior convergência dos raios de luz • As fibras parassimpáticas do nervo oculomotor (III) inervam o músculo ciliar do corpo ciliar e, portanto, controlam o processo de acomodação. Constrição da pupila • As fibras musculares circulares da íris também desempenham um papel na formação de imagens claras na retina. • É uma diminuição no diâmetro da circunferência através da qual a luz entra no olho e que é causada pela contração dos músculos circulares da íris. • Esse reflexo autônomo ocorre simultaneamente com a acomodação e evita que os raios de luz entrem no olho através da periferia da lente. • Os raios de luz que entrariam pela periferia não seriam focados na retina, o que poderia resultar em uma visão borrada. • A pupila, como dito anteriormente, também sofre constrição em uma luz forte. Convergência • visão binocular: permite a percepção de profundidade e a apreciação da natureza tridimensional dos objetos. • A visão binocular ocorre quando os raios de luz provenientes de um objeto alcançam pontos correspondentes em ambas as retinas. • Quando nós olhamos para a frente e vemos um objeto distante, os raios de luz que chegam são direcionados diretamente em ambas as pupilas e são refratados para pontos comparáveis nas retinas de ambos os olhos. • O termo convergência se refere a esse movimento medial de ambos os bulbos dos olhos de modo que eles sejam direcionados para o objeto que está sendo observado, como por exemplo quando observamos um lápis que se move na direção dos olhos. • Quanto mais próximo o objeto estiver, maior será o grau de convergência necessário para manter a visão binocular. • As ações coordenadas dos músculos extrínsecos do bulbo do olho permitem a convergência. Fotorreceptores e fotopigmentos • Os bastonetes e os cones foram nomeados por causa da aparência de seus segmentos externos – a extremidade distal próxima ao estrato pigmentoso – de cada tipo de fotorreceptor. • Os segmentos externos dos bastonetes são cilíndricos ou com formato de bastão; os dos cones são achatados ou com formato de cone • A transdução da energia luminosa em um potencial receptor ocorre no segmento externo tanto de cones quanto de bastonetes. • Os fotopigmentos são proteínas integrais na membrana plasmática do segmento externo. • Nos cones, a membrana plasmática é dobrada para frente e para trás de modo plissado (pregueado); nos bastonetes, as pregas se destacam da membrana plasmática e formam discos. • O segmento externo de cada bastonete contém uma pilha com cerca de mil discos, empilhados como moedas dentro de um invólucro. • O primeiro passo na transdução visual é a absorção da luz por um fotopigmento, uma proteína colorida que sofre mudanças estruturais quando absorve luz, Fisiologia da visão Ana Carolina Casali Zanette – 2º período – 22/03/2021 localizada no segmento externo de um fotorreceptor. A absorção de luz inicia os eventos que levam à produção de um potencial receptor. O único tipo de fotopigmento nos bastonetes é a rodopsina. Três diferentes fotopigmentos dos cones estão presentes na retina, um em cada um dos três tipos de cones. A visão colorida é resultante das diferentes cores de luz que ativam seletivamente os diferentes tipos de fotopigmentos dos cones. • Todos os fotopigmentos associados à visão possuem duas partes: uma glicoproteína conhecida como opsina e um derivado da vitamina A chamado de retinal. • O retinal é a parte que absorve luz de todos os fotopigmentos visuais. Na retina humana, existem quatro tipos diferentes de opsinas, três nos cones e uma nos bastonetes (rodopsina). Pequenas variações nas sequências de aminoácidos das opsinas diferentes permitem que bastonetes e cones absorvam cores diferentes (comprimentos de onda) da luz incidente. Os fotopigmentos respondem à luz no seguinte processo cíclico 1. No escuro, o retinal apresenta um formato dobrado chamado de cisretinal, que se encaixa confortavelmente na parte opsina do fotopigmento. Quando o cisretinal absorve um fóton de luz, ele muda de conformação, ficando reto e passando para um estado chamado de transretinal. Essa conversão de cis para trans é chamada de isomerização e é o primeiro passo da transdução visual. Após a isomerização do retinal, vários intermediários químicos instáveis são formados e desaparecem. Essas mudanças químicas levam à produção de um potencial receptor 2. Em cerca de um minuto, o transretinal se separa completamente da opsina. O produto final é incolor, de modo que essa parte do ciclo é chamada de clareamento do fotopigmento. 3. Uma enzima chamada de retinal isomerase converte o transretinal em cisretinal. 4. O cisretinal então pode se ligar à opsina, restaurando o fotopigmento funcional. Essa parte do ciclo – a reposição de um fotopigmento – é chamada de regeneração Adaptações à luz e ao escuro • A diferença nas taxas de clareamento e de regeneração dos fotopigmentos nos bastonetes e nos cones contribuem para algumas (mas não todas) mudanças de sensibilidade que ocorrem nas adaptações à luz e ao escuro. • Conforme os níveis de luz aumentam, mais e mais fotopigmentos são clareados. Enquanto a luz está clareando algumas moléculas de fotopigmento, outras estão sendo regeneradas. • Na luz do dia, a regeneração da rodopsina não consegue acompanhar o processo de clareamento, de modo que os bastonetes contribuem muito pouco para a visão diurna. Ao contrário, os fotopigmentos dos cones se regeneram rápido o bastante para que alguma forma cis esteja sempre presente, mesmo em luzes muito fortes. • Se os níveis de luz diminuem abruptamente, a sensibilidade aumenta rapidamente no início e, em seguida, mais lentamente. Na escuridão completa, a regeneração total dos fotopigmentos dos cones ocorre durante os oito primeiros minutos da adaptação ao escuro. • Em níveis de luz muito baixos, como uma noite iluminada apenas pelas estrelas, os objetos parecem ter tons de cinza porque apenas os bastonetes estão funcionando. Liberação de neurotransmissor por fotorreceptores • A absorção de luz e a isomerização do retinal iniciam as mudanças químicas no segmento externo dos fotorreceptores que levam à produção de um potencial receptor • No escuro, os íons sódio (Na+) fluem para dentro do segmento externo do fotorreceptor através de canais de Na+ sensíveis a ligantes. O ligante que mantém esses canais abertos é o monofosfato cíclico de guanosina (GMP cíclico ou cGMP) • O influxo de Na+, chamado de “corrente escura”, despolariza parcialmente o fotorreceptor. Como resultado, no escuro, o potencial de membrana de um fotorreceptor é de cerca de –30 mV.. Ana CarolinaCasali Zanette – 2º período – 22/03/2021 • A despolarização parcial no escuro dispara a liberação contínua de neurotransmissor nos terminais sinápticos. O neurotransmissor nos bastonetes, e talvez nos cones, é o aminoácido glutamato (ácido glutâmico). Em sinapses entre bastonetes e algumas células bipolares, o glutamato é um neurotransmissor inibitório: ele dispara potenciais pós-sinápticos inibitórios (PPSI) que hiperpolarizam as células bipolares, evitando que elas transmitam sinais para as células ganglionares. • Quando a luz alcança a retina e o cisretinal sofre isomerização, são ativadas enzimas que clivam o cGMP. Como resultado, alguns canais de Na+ sensíveis a cGMP se fecham, o influxo de Na+ diminui e o potencial de membrana se torna mais negativo, chegando a –70 mV. • Essa sequência de eventos produz um potencial receptor hiperpolarizante que diminui a liberação de glutamato. Luzes fracas causam potenciais receptores pequenos e curtos que diminuem parcialmente a liberação de glutamato; luzes mais fortes disparam potenciais receptores maiores e mais longos que interrompem completamente a liberação de neurotransmissor. • Desse modo, a luz excita células bipolares que formam sinapses com os bastonetes por causa da diminuição da liberação de um neurotransmissor inibitório. As células bipolares excitadas estimulam subsequentemente as células ganglionares a formarem potenciais de ação em seus axônios. Os sinais visuais na retina passam por processamentos consideráveis em sinapses ao longo dos vários tipos de neurônios na retina. Então, os axônios das células ganglionares da retina fornecem informações da retina para o encéfalo, deixando o bulbo do olho como nervo óptico (II). Processamento das informações visuais na retina • Informações provenientes de várias células podem convergir para uma pequena quantidade de neurônios pós-sinápticos (convergência) ou divergir para uma grande quantidade (divergência) • Uma vez que os potenciais receptores surgem nos segmentos externos dos bastonetes e dos cones, eles se espalham através dos segmentos internos até os terminais sinápticos. As moléculas neurotransmissoras liberadas por bastonetes e cones induzem potenciais graduais locais tanto em células bipolares quanto em células horizontais. • Entre 6 e 600 bastonetes formam sinapses com uma única célula bipolar na camada sináptica externa da retina; um cone frequentemente forma sinapse com uma única célula bipolar. A convergência de muitos bastonetes em uma única célula bipolar aumenta a sensibilidade à luz da visão dos bastonetes, porém desfoca levemente a imagem que é percebida. A visão Via visual Ana Carolina Casali Zanette – 2º período – 22/03/2021 dos cones, embora menos sensível, é mais nítida por causa da proporção de um para uma das sinapses entre cones e células bipolares. A estimulação dos bastonetes pela luz excita as células bipolares; as células bipolares dos cones podem ser excitadas ou inibidas quando surge uma luz. • As células horizontais transmitem sinais inibitórios para as células bipolares nas áreas laterais aos cones e bastonetes excitados. Essa inibição lateral aumenta o contraste da cena visual entre áreas da retina que são estimuladas fortemente e áreas adjacentes que são estimuladas mais fracamente. As células horizontais também ajudam a diferenciar várias cores. As células amácrinas, que são excitadas pelas células bipolares, formam sinapses com células ganglionares e transmitem informações para elas, sinalizando uma modificação no nível de iluminação da retina. Quando células bipolares ou amácrinas transmitem sinais excitatórios para as células ganglionares, essas células ganglionares se despolarizam e disparam impulsos nervosos. Via encefálica e campos visuais • Os axônios do nervo óptico (II) passam através do quiasma óptico (um cruzamento, como na letra X), um ponto de cruzamento dos nervos ópticos. Alguns axônios atravessam para o lado oposto, enquanto outros permanecem do mesmo lado. • Após passarem pelo quiasma óptico, os axônios, agora parte do trato óptico, entram no encéfalo e a maior parte deles termina no núcleo do corpo geniculado lateral do tálamo. Ali, eles formam sinapses com neurônios cujos axônios formam as radiações ópticas, que se projetam para as áreas visuais primárias nos lobos occipitais do córtex cerebral e começa a percepção visual. • Uma parte das fibras do trato ópticotermina no colículo superior, que controla os músculos extrínsecos do bulbo do olho, e nos núcleos prétectais, que controlam os reflexos de acomodação e pupilar. • Tudo que pode ser visto por um olho compreende o campo visual daquele olho. • O campo visual de cada olho é dividido em duas regiões: a metade nasal ou central e a metade temporal ou periférica. • Para cada olho, os raios de luz provenientes de um objeto na metade nasal do campo visual são direcionados para a metade temporal da retina e os raios de luz provenientes de um objeto na metade temporal do campo visual são direcionados para a metade nasal da retina. • A informação visual proveniente da metade direita de cada campo visual é transmitida para o lado esquerdo do encéfalo e a informação visual proveniente da metade esquerda de cada campo visual é transmitida para o lado direito do encéfalo da seguinte maneira 1. Os axônios de todas as células ganglionares da retina em um olho deixam o bulbo do olho no disco do nervo óptico e formam o nervo óptico naquele lado 2. No quiasma óptico, os axônios da metade temporal de cada retina não cruzam e continuam diretamente para o núcleo do corpo geniculado lateral do tálamo naquele mesmo lado. 3. Ao contrário, os axônios da metade nasal de cada retina cruzam o quiasma óptico e continuam para o tálamo do lado oposto. 4. Cada trato óptico é formado por axônios cruzados e não cruzados que se projetam a partir do quiasma óptico para o tálamo de um dos lados. 5. Axônios colaterais (ramos) das células ganglionares retinais se projetam para o mesencéfalo, onde contribuem para os circuitos neurais que governam a constrição das pupilas em resposta à luz e para a coordenação dos movimentos da cabeça e do olho. Os axônios colaterais também se estendem para o núcleo supraquiasmático do hipotálamo, que estabelece os padrões de sono e outras atividades que ocorrem de modo circadiano ou diário em resposta aos intervalos entre a claridade e a escuridão 6. Os axônios dos neurônios talâmicos formam as radiações ópticas conforme eles se projetam do tálamo para a área visual primária do córtex no mesmo lado. TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia e fisiologia. 12ª. edição. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro, 2010. Ana Carolina Casali Zanette – 2º período – 22/03/2021
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