Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Natália Pinheiro, Medicina RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA: A radiação eletromagnética é a energia na forma de ondas que é irradiada pelo sol; Existem muitos tipos de radiação eletromagnética, incluindo raios gama, raios X, raios UV, luz visível, radiação infravermelha, microondas e ondas de rádio. Essa variação de radiação eletromagnética é conhecida como espectro eletromagnético; A distância entre dois picos consecutivos de uma onda eletromagnética é o comprimento de onda. Os comprimentos de onda variam de curtos a longos; por exemplo, os raios gama apresentam comprimentos de onda menores do que um nanômetro e a maior parte das ondas de rádio possuem comprimentos de onda maiores do que um metro. Os olhos são responsáveis pela detecção da luz visível, a parte do espectro eletromagnético com comprimentos de onda variando entre 400 e 700 nm; A luz visível exibe cores: a cor da luz visível depende de seu comprimento de onda. Por exemplo, a luz com o comprimento de onda de 400 nm é violeta e a luz com comprimento de onda de 700 nm é vermelha; Se um objeto consegue absorver determinados comprimentos de onda da luz visível e refletir outros, esse objeto parecerá ter a cor do comprimento de onda refletido. Por exemplo, uma maçã verde parece verde porque ela reflete principalmente a luz verde e absorve a maior parte dos outros comprimentos de onda da luz visível; Um objeto parece branco porque ele reflete todos os comprimentos de onda da luz visível. Um objeto parece preto porque ele absorve todos os comprimentos de onda da luz visível. Anatomia do olho e estruturas associadas; Histologia das células que fazem parte do sentido da visão (cones e bastonetes); Fisiologia dos nervos cranianos e relação com a formação da imagem (II, III, IV E VI e reflexo pupilar e via óptica). 1 Natália Pinheiro, Medicina OBJ. 1: ANATOMIA DAS ESTRUTURAS ACESSÓRIAS: As estruturas acessórias do olho incluem as pálpebras, os cílios, as sobrancelhas, o aparelho lacrimal (produtor de lágrimas) e os músculos extrínsecos do bulbo do olho. PALPEBRAS: As pálpebras superiores e inferiores cobrem os olhos durante o sono, protegem os olhos da luz excessiva e de objetos estranhos e espalham as secreções lubrificantes pelos bulbos dos olhos; A pálpebra superior é mais móvel do que a inferior e contém em sua região superior o músculo levantador da pálpebra superior Algumas vezes, uma pessoa pode experimentar uma contração incômoda na pálpebra, um tremor involuntário que são quase sempre inofensivas e em geral duram apenas alguns segundos. Elas estão associadas frequentemente ao estresse e a fadiga; O espaço entre as pálpebras superior e inferior e que expõe o bulbo do olho é a fissura palpebral (fig2); Seus ângulos são conhecidos como comissura lateral, que é mais estreita e próxima ao temporal, e comissura medial, que é mais larga próxima ao osso nasal (fig2); Na comissura medial encontrase uma elevação pequena e avermelhada, a carúncula lacrimal, que contém glândulas sebáceas (oleosas) e glândulas sudoríferas (de suor) (fig2). Desde sua parte mais superficial até a mais profunda, cada pálpebra consiste em epiderme, derme, tela subcutânea, fibras do músculo orbicular do olho, tarso, glândulas tarsais e túnica conjuntiva (fig 3); O tarso é uma prega espessa de tecido conjuntivo que dá forma e sustentação às pálpebras. Em cada tarso encontra- se uma fileira de glândula assebáceas alongadas modificadas, conhecidas como glândulas tarsais ou glândulas de Meibomio, que secretam um líquido que ajuda a manter as pálpebras aderidas uma à outra; A túnica conjuntiva é uma túnica mucosa protetora fina composta por epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado sustentada por tecido conjuntivo areolar e com numerosas células caliciformes; A túnica conjuntiva da pálpebra reveste a face interna das pálpebras e a túnica conjuntiva do bulbo passa das pálpebras para a superfície do bulbo do olho, onde ela cobre a esclera (a “parte branca” do olho), mas não a córnea, que é uma região transparente que forma a face anterior externa do bulbo do olho; Acima da esclera, a túnica conjuntiva é vascularizada. A dilatação e a congestão dos vasos sanguíneos da túnica conjuntiva do bulbo por causa de irritação ou infecção locais são a causa da vermelhidão ocular (“olhos injetados de sangue”). 2 3 Natália Pinheiro, Medicina CÍLIOS E SOMBRACELHA: Os cílios, que se projetam a partir da margem de cada pálpebra, e as sobrancelhas, que atravessam transversamente e em formato de arco a parte superior das pálpebras, ajudam a proteger o bulbo do olho de objetos estranhos, da transpiração e da incidência direta dos raios solares; Glândulas sebáceas na base dos folículos pilosos dos cílios, chamadas de glândulas ciliares sebáceas, liberam um líquido lubrificante para os folículos. Uma infecção nessas glândulas, em geral causada por bactéria, causa um inchaço doloroso e repleto de pus chamado de terçol. APARELHO LACRIMAL O aparelho lacrimal é um grupo de estruturas que produzem e drenam o líquido lacrimal ou as lágrimas em um processo chamado de lacrimação; As glândulas lacrimais, cada uma com o tamanho e o formato aproximados de uma amêndoa, secretam o líquido lacrimal, que é drenado em 6 a 12 dúctulos excretores, que removem as lágrimas para a superfície da conjuntiva da pálpebra superior (fig4) A partir dali, as lágrimas passam medialmente sobre a face anterior do bulbo do olho e entram em duas aberturas pequenas chamadas de pontos lacrimais. As lágrimas passam então em dois ductos, os canalículos lacrimais superior e inferior, que levam para o saco lacrimal (dentro da fossa lacrimal) e, então, para o ducto lacrimonasal. Esse ducto conduz o líquido lacrimal para a cavidade nasal inferiormente à concha nasal inferior, onde ele se mistura com o muco. Normalmente, as lágrimas são removidas tão rapidamente quanto são produzidas, seja por evaporação ou condução para os canais lacrimais e, dali, para a cavidade nasal. Entretanto, se uma substância irritante entra em contato com a conjuntiva, as glândulas lacrimais são estimuladas a secretarem excessivamente e as lágrimas se acumulam (olhos lacrimejantes). Esse mecanismo tem função protetora, uma vez que as lágrimas diluem e lavam a substância irritante. Os olhos lacrimejantes também ocorrem quando uma inflamação da túnica mucosa do nariz, como ocorre durante um resfriado, obstrui os ductos lacrimonasais e bloqueia a drenagem das lágrimas. Apenas seres humanos expressam emoções, tanto felicidade quanto tristeza, através do choro. Em resposta a um estímulo parassimpático, as glândulas lacrimais produzem líquido lacrimal excessivo que pode transbordar pelos limites das pálpebras e, até mesmo, preencher a cavidade nasal com líquido. É assim que o choro produz a coriza. 4 Natália Pinheiro, Medicina MÚSCULOS EXTRÍNSECOS DO BULBO DO OLHO: Os olhos se encontram em depressões ósseas do crânio chamadas de órbitas. As órbitas ajudam a proteger os olhos, estabilizam-nos no espaço tridimensional, ancorando-os aos músculos que produzem seus movimentos essenciais; Os músculos extrínsecos do bulbo do olho se estendem das paredes da órbita até a esclera ocular e são circundados na órbita por volume significativo de gordura do corpo adiposo da órbita. Esses músculos são capazes de mover os olhos em quase todas as direções; Seis músculos extrínsecos do bulbo do olho movem cada olho: o reto superior, o reto inferior, o reto lateral, o reto medial, o oblíquo superior e o oblíquo inferior (fig3 e 5); Eles são inervadospelos nervos oculomotor (NC III), troclear (NC IV) ou abducente (NC VI); Em geral, as unidades motoras desses músculos são pequenas. Alguns neurônios motores inervam apenas duas ou três fibras musculares – menos do que em qualquer outra parte do corpo, exceto a laringe. Essas unidades motoras tão pequenas permitem o movimento suave, preciso e rápido dos olhos. Os músculos extrínsecos do bulbo do olho movem o bulbo do olho lateralmente, medialmente, superiormente e inferiormente. Por exemplo, olhar para a direita requer a contração simultânea do músculo reto lateral direito e do músculo reto medial esquerdo do bulbo do olho e o relaxamento dos músculos reto lateral esquerdo e reto medial direito. Os músculos oblíquos preservam a estabilidade rotacional do bulbo do olho. Circuitos neurais no tronco encefálico e no cerebelo coordenam e sincronizam os movimentos dos olhos. OBJ.1 ANATOMIA DO OLHO (BULBO): O bulbo do olho adulto mede cerca de 2,5 cm de diâmetro; De sua área superficial total, apenas o sexto anterior encontrase exposto; o restante está coberto e protegido pela órbita, onde ele se encaixa; Anatomicamente, a parede do bulbo do olho consiste em três camadas: (1) túnica fibrosa, (2) túnica vascular e (3) retina (túnica interna). 1- TÚNICA FIBROSA: A túnica fibrosa é a camada superficial do bulbo do olho e consiste na córnea anterior e na esclera posterior (fig5); CÓRNEA: A córnea é um revestimento transparente que cobre a íris colorida. Como ela é curva, a córnea ajuda a focar a luz na retina. Sua face externa é formada por epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado. O revestimento médio da córnea é formado por fibras colágenas e fibroblastos e sua face interna é um epitélio pavimentoso simples. A parte central da córnea recebe oxigênio do ar atmosférico. 5 Natália Pinheiro, Medicina ESCLERA: A esclera é uma camada de tecido conjuntivo denso, composto principalmente por fibras colágenas e fibroblastos; A esclera cobre todo o bulbo do olho, exceto a córnea; ela dá formato ao bulbo do olho, tornao mais rígido, protege suas partes internas e age como um local de fixação para os músculos extrínsecos do bulbo do olho; Na junção entre a esclera e a córnea encontrase uma abertura conhecida como seio venoso da esclera (ou canal de Schlemm). Um líquido chamado de humor aquoso é drenado para este seio. 2- TUNICA VASCULAR: A túnica vascular ou úvea é a camada média do bulbo do olho; Ela é composta por três partes: a corioide, o corpo ciliar e a íris (fig5); CORIOIDE: A corioide altamente vascularizada, que é a parte posterior da túnica vascular, reveste a maior parte da face interna da esclera; Seus vasos sanguíneos numerosos fornecem nutrientes para a face posterior da retina; A corioide contém melanócitos que produzem o pigmento melanina. Isso faz com que essa camada tenha uma cor marromescura. A melanina na corioide absorve os raios solares dispersos, evitando a reflexão e a dispersão de luz dentro do bulbo do olho. Como resultado, a imagem que chega à retina pela córnea e pela lente permanece nítida e clara; CORPO CILIAR: Na parte anterior da túnica vascular, a corioide se torna o corpo ciliar. Ele se estende desde a ora serrata, a margem anterior denteada da retina, até um ponto imediatamente posterior à junção da esclera com a córnea.; Assim como a corioide, o corpo ciliar tem aparência marromescura por conter melanócitos que produzem melanina; Além disso, o corpo ciliar é formado pelos processos ciliares e pelos músculos ciliares (fig5); Os processos ciliares são protrusões ou pregas na face interna do corpo ciliar. Eles contêm capilares sanguíneos que secretam o humor aquoso; Estendendose a partir dos processos ciliares encontramse as fibras zonulares, ou ligamentos suspensores, que se ligam à lente. As fibras consistem em fibrilas finas e ocas que lembram fibras do tecido conjuntivo elástico (fig5); O músculo ciliar é uma banda circular de músculo liso. A contração ou o relaxamento do músculo ciliar modifica a tensão das fibras zonulares, alterando o formato da lente e adaptandoa para a visão de perto ou de longe. ÍRIS: A íris, a parte colorida do bulbo do olho, tem um formato de rosca achatada; Ela está suspensa entre a córnea e a lente e se liga em sua margem externa aos processos ciliares; Ela é formada por melanócitos e por fibras musculares lisas circulares e radiais. A quantidade de melanina na íris determina a cor do olho; Uma função principal da íris é a regulação da quantidade de luz que entra no bulbo do olho através da pupila, a abertura no centro da íris (fig5). A pupila parece preta porque, quando através da lente, vemos o fundo do olho altamente pigmentado (corioide e retina). Entretanto, se uma luz brilhante for direcionada para a pupila, a luz refletida é vermelha por causa dos vasos sanguíneos existentes na superfície da retina; Reflexos autônomos regulam o diâmetro da pupila em resposta aos níveis de luminosidade: Quando uma luz brilhante estimula os olhos, as fibras parassimpáticas do nervo oculomotor (NC III) estimulam a contração das fibras circulares do músculo esfíncter da pupila da íris, promovendo diminuição no tamanho da pupila (constrição). Na luz fraca, neurônios simpáticos estimulam as fibras radiais do músculo dilatador da pupila da íris a se contraírem, promovendo um aumento no tamanho da pupila (dilatação). 6 Natália Pinheiro, Medicina 3- RETINA (TUNICA INTERNA): A retina, reveste os três quartos posteriores do bulbo do olho e é o início da via visual; A superfície da retina é o único local do corpo em que os vasos sanguíneos podem ser observados diretamente e avaliados buscando mudanças patológicas, como as que ocorrem com hipertensão, diabetes melito, catarata ...; Vários pontos de referência são visíveis através de um oftalmoscópio; O disco óptico é o local em que o nervo óptico (II) deixa o bulbo do olho (fig5); Acompanhando o nervo óptico encontramse a artéria central da retina, um ramo da artéria oftálmica, e a veia central da retina (fig5); Ramos da artéria central da retina se espalham para nutrir a face anterior da retina; a veia central da retina drena o sangue da retina através do disco do nervo óptico. Também são visíveis a mácula lútea e a fóvea central (fig7); Três camadas distintas de neurônios retinais – a camada fotorreceptora, a camada celular bipolar e a camada celular ganglionar – são separadas por duas zonas, as camadas sinápticas interna e externa, onde os contatos sinápticos são realizados (fig8); Repare que a luz passa através das camadas ganglionar e celular bipolar e ambas as camadas sinápticas antes de chegar à camada fotorreceptora. Dois outros tipos celulares presentes na camada celular bipolar da retina são as células horizontais e as células amácrinas. Essas células formam circuitos neurais direcionados lateralmente que modificam os sinais transmitidos ao longo da via a partir dos fotorreceptores até as células bipolares e as células ganglionares; Os fotorreceptores são células especializadas na camada fotorreceptora que começam o processo pelo qual os raios de luz são convertidos em impulsos nervosos. Existem dois tipos de fotorreceptores: os bastonetes e os cones Cada retina possui cerca de 6 milhões de cones e de 120 milhões de bastonetes. A retina é formada por um estrato pigmentoso e por um estrato nervoso: O estrato pigmentoso é uma lâmina de células epiteliais contendo melaninalocalizadas entre a corioide e a parte neural da retina. A melanina no estrato pigmentoso da retina, assim como na corioide, também absorve os raios de luz dispersos; O estrato nervoso (sensorial) da retina é uma parte do encéfalo com múltiplas camadas que processa substancialmente os dados visuais antes de enviar impulsos nervosos para os axônios que formam o nervo óptico. (fig 8) Os fotorreceptores são células especializadas na camada fotorreceptora que começam o processo pelo qual os raios de luz são convertidos em impulsos nervosos. Existem dois tipos de fotorreceptores: os bastonetes e os cones Cada retina possui cerca de 6 milhões de cones e de 120 milhões de bastonetes. 8 7 Natália Pinheiro, Medicina A partir dos fotorreceptores, a informação flui através da camada sináptica externa até as células bipolares e dali para a camada sináptica interna e para as células ganglionares. Os axônios das células ganglionares se estendem posteriormente ao disco do nervo óptico e deixam o bulbo do olho como nervo óptico (II). O disco do nervo óptico também é chamado de ponto cego. Como ele não contém cones ou bastonetes, não é possível ver imagens que alcancem o ponto cego; LENTE (CRISTALINO): Atrás da pupila e da íris, dentro da cavidade do bulbo do olho, encontrase a lente (fig5); Nas células da lente, proteínas chamadas de cristalinas, organizadas como camadas de uma cebola, compõem o meio refrativo da lente, que normalmente é perfeitamente transparente e não possui vasos sanguíneos; Ele é envolvido por uma cápsula de tecido conjuntivo e mantido em posição pelas fibras zonulares que o cercam, que, por sua vez, se ligam aos processos ciliares; A lente ajuda a focar imagens na retina para facilitar a formação de uma visão nítida. INTERIOR DO BULBO DO OLHO: A lente divide o bulbo do olho em duas cavidades: a cavidade do segmento anterior e a câmara vítrea. A CAVIDADE DO SEGMENTO ANTERIOR: O espaço anterior a lente – é formada por duas câmaras: A câmara anterior se encontra entre a córnea e à íris; A câmara posterior se encontra posteriormente à íris e anteriormente às fibras zonulares e a lente; Ambas as câmaras da cavidade do segmento anterior são preenchidas por humor aquoso, um líquido aquoso transparente que nutre a lente e a córnea. O humor aquoso é filtrado continuamente para fora dos capilares sanguíneos nos processos ciliares do corpo ciliar e entra na câmara posterior. Então, ele flui para frente entre a íris e a lente, através da pupila e para a câmara anterior. A partir da câmara anterior, o humor aquoso é drenado para o seio venoso da esclera (canal de Schlemm) e, então, para o sangue. Normalmente, o humor aquoso é completamente reposto a cada 90 min. CÂMERA VÍTREA: A cavidade posterior do bulbo do olho é a câmara postrema, que é maior e se encontra entre a lente e a retina; Dentro da câmara vítrea, encontrase o humor vítreo, uma substância transparente semelhante a uma geleia que mantém a retina pressionada contra a corioide, dando à retina uma superfície nivelada para a recepção de imagens claras; Os bastonetes nos permitem enxergar em ambientes de pouca luz, como à luz da lua. Como os bastonetes não fornecem visão colorida, em ambientes com pouca luz nós podemos enxergar apenas preto, branco e todos os tons de cinza intermediários. A luz mais forte estimula os cones, que produzem a visão colorida; Três tipos de cones estão presentes na retina: (1) cones azuis, que são sensíveis à luz azul, (2) cones verdes, que são sensíveis à luz verde e (3) cones vermelhos, que são sensíveis à luz vermelha. A visão colorida é resultado do estímulo de várias combinações desses três tipos de cones; A maior parte de nossas experiências visuais é mediada pelo sistema de cones, cuja perda produz a cegueira legal. Um indivíduo que perde a visão dos bastonetes apresenta principalmente uma dificuldade em enxergar em ambientes com pouca luz e, portanto, não deve dirigir à noite A mácula lútea é o centro exato da parte posterior da retina, no eixo visual do olho (fig5 e 7); A fóvea central (fig5 e 7), uma pequena depressão no centro da mácula lútea, contém apenas cones. Além disso, as camadas de células bipolares e ganglionares, que espalham uma certa quantidade de luz, não recobrem os cones ali; essas camadas são deslocadas para a periferia da fóvea central. Como resultado, a fóvea central é a área de maior acuidade visual ou resolução. O principal motivo pelo qual você move sua cabeça e seu solhos enquanto vê algo é para colocar as imagens de interesse na fóvea central Os bastonetes estão ausentes da fóvea central e são mais abundantes na periferia da retina. Como a visão dos bastonetes é mais sensível do que a visão dos cones, é possível observar um objeto com pouca luminosidade (como uma estrela distante) melhor se você virar levemente para um lado do que olhando diretamente para ele Natália Pinheiro, Medicina Ela ocupa cerca de quatro quintos do bulbo do olho; Ao contrário do humor aquoso, o humor vítreo não é constantemente reposto. Ele é formado durante a vida embrionária e consiste principalmente em água, além de fibras colágenas e ácido hialurônico. O humor vítreo também contém células fagocíticas que removem fragmentos, mantendo essa parte do olho límpida para uma visão sem obstruções. O canal hialóideo é um canal estreito, imperceptível em adultos, que passa através do corpo vítreo desde o disco óptico até a face posterior da lente. Nos fetos, ele é ocupado pela artéria hialoidea A pressão no olho, chamada de pressão intraocular, é produzida principalmente pelo humor aquoso e parcialmente pelo humor vítreo; ela normalmente mede cerca de 16 mmHg (milímetros de mercúrio). A pressão intraocular mantém o formato do bulbo do olho e evita que ele colapse. Feridas perfurantes no bulbo do olho podem causar a perda de humor aquoso e de humor vítreo. Isso, por sua vez, causa uma diminuição na pressão intraocular, descolamento da retina e, em alguns casos, cegueira. 8 Natália Pinheiro, Medicina OBJ.3: FORMAÇÃO DA IMAGEM: De certo modo o olho é como uma câmera: seus elementos ópticos focam uma imagem de algum objeto em um “filme” sensível à luz – a retina – enquanto garante que a quantidade correta de luz faça a “exposição” adequada. Para entender como o olho forma imagens claras de objetos na retina, é preciso avaliar três processos: (1) a refração ou desvio de luz pela lente e pela córnea; (2) a acomodação, a mudança no formato da lente; e (3) a constrição ou estreitamento da pupila. 1) REFRAÇÃO DOS RAIOS DE LUZ: Quando os raios de luz passando através de uma substância transparente (como o ar) passam para uma segunda substância transparente com uma densidade diferente (como a água), sofrem um desvio na junção entre as duas substâncias. Esse desvio é chamado de refração; Conforme os raios de luz entram no olho, eles são refratados nas faces anterior e posterior da córnea. Ambas as faces da lente refratam ainda mais os raios de luz de modo que eles cheguem com o foco exato na retina. As imagens focadas na retina são invertidas (de cabeça para baixo). Elas também sofrem uma inversão da direita para a esquerda; ou seja, a luz proveniente do lado direito de um objeto alcança o lado esquerdo da retina e vice- versa. O motivo pelo qual o mundo não parece invertido é que o encéfalo “aprendeu” no início da vida a coordenar as imagens visuais com as orientações dos objetos. O encéfaloarmazena as imagens invertidas e revertidas que são adquiridas quando nós, pela primeira vez, tocamos e alcançamos os objetos, e interpreta essas imagens visuais corrigidas pela sua orientação espacial; Cerca de 75% da refração total da luz ocorre na córnea. A lente fornece os 25% restantes de capacidade de foco e também modula o foco para a observação de objetos próximos ou distantes; Quando um objeto está a 6 metros ou mais do observador, os raios de luz refletidos pelo objeto são praticamente paralelos uns aos outros (Fig10 A). A lente deve curvar esses raios paralelos apenas o bastante para que eles sejam focados exatamente sobre a fóvea central, onde a visão é mais nítida. Como os raios de luz que são refletidos a partir de distâncias menores do que 6 metros são divergentes e não paralelos (fig10 B), os raios devem ser refratados para que sejam focados na retina. Essa refração adicional é realizada através de um processo chamado de acomodação. ACOMODAÇÃO E O PONTO PRÓXIMO DE VISÃO: Uma superfície que forma uma curva para fora, como a superfície de uma bola, é chamada de convexa. Quando a superfície de uma lente é convexa, aquela lente refratará os raios de luz que chegam um em direção ao outro, de modo que, eventualmente, eles sofram uma interseção; Se a superfície de uma lente forma uma curva para dentro, como o interior de uma bola vazia, a lente é chamada de côncava e faz com que os raios de luz sejam refratados um para longe do outro; A lente é convexa em ambas as suas faces, a anterior e a posterior, e a sua capacidade de foco aumenta conforme sua curvatura aumenta. Quando o olho está focando um objeto próximo, a lente fica mais curva, causando uma refração maior dos raios de luz. Esse aumento na curvatura da lente para a visão próxima é chamado de acomodação; O ponto próximo de visão é a distância mínima do olho a partir da qual um objeto pode ser focalizado, com nitidez, com acomodação máxima. Essa distância é de cerca de 10 cm em um adulto jovem. 9 10 A 10 B Natália Pinheiro, Medicina Como ocorre essa acomodação? Quando você observa objetos distantes, o músculo ciliar do corpo ciliar está relaxado e a lente se encontra mais achatada porque ela é alongada em todas as direções pelas fibras zonulares; Quando você observa um objeto próximo, o músculo ciliar se contrai, o que puxa o processo ciliar e a corioide na direção da lente. Essa ação libera a tensão sobre a lente e as fibras zonulares. Como é elástica, a lente fica mais esférica (mais convexa), aumentando sua capacidade de foco e causando maior convergência dos raios de luz. As fibras parassimpáticas do nervo oculomotor (III) inervam o músculo ciliar do corpo ciliar e, portanto, controlam o processo de acomodação. CONSTRIÇÃO DA PUPILA: As fibras musculares circulares da íris também desempenham um papel na formação de imagens claras na retina; a constrição da pupila é uma diminuição no diâmetro da circunferência através da qual a luz entra no olho e que é causada pela contração dos músculos circulares da íris. Esse reflexo autônomo ocorre simultaneamente com a acomodação e evita que os raios de luz entrem no olho através da periferia da lente. Os raios de luz que entrariam pela periferia não seriam focados na retina, o que poderia resultar em uma visão borrada A pupila, como dito anteriormente, também sofre constrição em uma luz forte. Miopia, que ocorre quando o bulbo do olho é muito longo em relação à capacidade de foco da córnea e da lente ou quando a lente é mais espessa do que o normal, de modo que a imagem converge na frente da retina. Indivíduos míopes podem enxergar objetos próximos adequadamente, mas não os objetos distantes. Na hipermetropia, também conhecida como hiperopia, o comprimento do bulbo do olho é curto em relação à capacidade de foco da córnea e da lente ou a lente é mais fina do que o normal, de modo que a imagem converge atrás da retina. Indivíduos hipermetropes podem observar objetos distantes com clareza, mas não os objetos próximos. Astigmatismo: a córnea ou a lente possuem uma curvatura irregular. Como resultado, partes da imagem ficam fora de foco e a visão se apresenta distorcida ou “borrada” 11 Natália Pinheiro, Medicina OBJ. 3 NERVOS CRANIANOS: II NERVO ÓPTICO: Nervo sensorial que conduz impulsos dos fotorreceptores (bastonetes e cones) da retina do olho; Cada nervo óptico está composto de um número estimado de 125 milhões de fibras nervosas que convergem na parte de trás do bulbo do olho e entram na cavidade craniana pelo canal óptico; Os dois nervos ópticos se unem no soalho do diencéfalo para formar o quiasma óptico; As fibras nervosas que se originam da metade medial de cada retina cruzam no quiasma óptico para o lado oposto do encéfalo, enquanto as fibras que surgem da metade latteral permanecem no mesmo lado do encéfalo; As fibras do nervo óptico passam posteriormente do quiasma óptico ao tálamo pelos tratos ópticos; No tálamo, a maioria das fibras termina dentro de certos núcleos talâmicos. Alguns axônios de células ganglionares que alcançam os núcleos talâmicos têm colaterais que conduzem impulsos aos colículos superiores. Sinapses no interior dos núcleos talâmicos, contudo, permitem que os impulsos passem através de neurônios para o córtex visual no interior dos lobos occipitais; Outras sinapses permitem que os impulsos alcancem os núcleos dos nervos oculomotor, troclear e abducente, que regulam os músculos intrínsecos (internos) e extrínsecos (da órbita e do bulbo do olho); A via da visão no bulbo do olho funciona reflexivamente para produzir respostas motoras a fim de clarear os estímulos. Se um nervo óptico é lesado, o bulbo do olho servido por aquele nervo fica cego. III OCULOMOTOR: Os impulsos nervosos através do nervo oculomotor produzem certos movimentos intrínsecos e extrínsecos do bulbo do olho; O oculomotor é principalmente um nervo motor que se origina dos núcleos no interior do mesencéfalo. Divide-se em ramos superior e inferior quando atravessa a fissura orbital superior da órbita; O ramo superior inerva o músculo reto superior que move o bulbo do olho superiormente, e o músculo levantador da pálpebra superior, que eleva a pálpebra superior; O ramo inferior inerva os músculos reto medial, reto inferior e oblíquo inferior que movimentam o bulbo do olho, medial, inferior e superior e lateralmente, respectivamente; Fibras do ramo inferior do nervo oculomotor entram no bulbo do olho para propiciar inervação autônoma parassimpática aos músculos lisos intrínsecos da íris para contração pupilar e aos músculos no interior do corpo ciliar para acomodação da lente; Algumas fibras sensitivas do nervo oculomotor originam- se de proprioceptores do interior dos músculos intrínsecos do bulbo do olho. Essas fibras conduzem impulsos que se referem à posição e atividade dos músculos que eles servem. Uma pessoa cujo nervo oculomotor é lesado pode ter uma pálpebra superior pendente ou pupila dilatada, ou ficar impossibilitado de mover o bulbo do olho nas direções permitidas pelos quatro músculos extrínsecos inervados por este nervo. 12 13 Natália Pinheiro, Medicina IV TROCLEAR: O nervo troclear é um nervo misto muito pequeno que emerge de um núcleo no interior do mesencéfalo e passa pelo crânio através da fissura orbital superior da órbita; (fig13); O nervo troclear inerva o músculo oblíquo superior do bulbo do olho com fifbras motoras e fibras sensitivas; o músculo oblíquo superior causam a rotação do bulbo do olho para baixo e afasta-o da linha mediana. Impulsos sensitivos originam-se nos proprioceptores do músculo oblíquo superior e fornecem informações sobre sua posição e atividade; Lesão do nervo troclear prejudica o movimento na direção permitida pelo músculo oblíquo superior do olho. V I A BDUCENTE: O pequeno nervo abducente origina-se de um núcleo dentro da ponte e emerge pela porção inferior da ponte e margem anterior do bulbo; E um nervo misto que atravessa a fissura orbital superior da órbita para inervar o músculo reto lateral do olho (fig13); Impulsos através de fibras motoras do nervo abducente causam a contração do músculo reto lateral do olho e o bulbo do olho se move afastando-se da linha mediana, lateralmente; Impulsos sensitivos pelo nervo abducente originam-se em proprioceptores no músculo reto lateral e são conduzidos à ponte onde a contração do músculo é transmitida; Se o nervo abducente for lesado, não apenas deve o paciente ficar impossibilitado de mover o olho lateralmente, mas, por causa da falta de tônus muscular para o músculo reto lateral, o bulbo do olho deve se deslocar medialmente. VIA VISUAL: Os sinais visuais na retina passam por processamentos consideráveis em sinapses ao longo dos vários tipos de neurônios na retina (células horizontais, células bipolares e células amácrinas); Então, os axônios das células ganglionares da retina fornecem informações da retina para o encéfalo, deixando o bulbo do olho como nervo óptico (II). PROCESSAMENTO DAS INFORMAÇÕES VISUAIS NA RETINA: No estrato nervoso da retina, determinadas características da informação visual são potencializadas, enquanto outras características podem ser descartadas. Informações provenientes de várias células podem convergir para uma pequena quantidade de neurônios póssinápticos (convergência) ou divergir para uma grande quantidade (divergência). De modo geral, a convergência predomina: existem apenas um milhão de células ganglionares, porém existem 126 milhões de fotorreceptores no olho humano. Uma vez que os potenciais receptores surgem nos segmentos externos dos bastonetes e dos cones, eles se espalham através dos segmentos internos até os terminais sinápticos. As moléculas neurotransmissoras liberadas por bastonetes e cones induzem potenciais graduais locais tanto em células bipolares quanto em células horizontais. Entre 6 e 600 bastonetes formam sinapses com uma única célula bipolar na camada sináptica externa da retina; um cone frequentemente forma sinapse com uma única célula bipolar. A convergência de muitos bastonetes em uma única célula bipolar aumenta a sensibilidade à luz da visão dos bastonetes, porém desfoca levemente a imagem que é percebida. A visão dos cones, embora menos sensível, é mais nítida por causa da proporção de um para um das sinapses entre cones e células bipolares. A estimulação dos bastonetes pela luz excita as células bipolares; as células bipolares dos cones podem ser excitadas ou inibidas quando surge uma luz. As células horizontais transmitem sinais inibitórios para as células bipolares nas áreas laterais aos cones e bastonetes excitados. Essa inibição lateral aumenta o contraste da cena visual entre áreas da retina que são estimuladas fortemente e áreas adjacentes que são estimuladas mais fracamente. As células horizontais também ajudam a diferenciar várias cores Natália Pinheiro, Medicina As células amácrinas, que são excitadas pelas células bipolares, formam sinapses com células ganglionares e transmitem informações para elas, sinalizando uma modificação no nível de iluminação da retina. Quando células bipolares ou amácrinas transmitem sinais excitatórios para as células ganglionares, essas células ganglionares se despolarizam e disparam impulsos nervosos VIA ENCEFÁLICA E CAMPOS VISUAIS: Os axônios do nervo óptico (II) passam através do quiasma óptico (um cruzamento, como na letra X), um ponto de cruzamento dos nervos ópticos (fig14A); Alguns axônios atravessam para o lado oposto, enquanto outros permanecem do mesmo lado. Após passarem pelo quiasma óptico, os axônios, agora parte do trato óptico, entram no encéfalo e a maior parte deles termina no núcleo do corpo geniculado lateral do tálamo; Ali, eles formam sinapses com neurônios cujos axônios formam as radiações ópticas, que se projetam para as áreas visuais primárias nos lobos occipitais do córtex cerebral e começa a percepção visual. Uma parte das fibras do trato óptico termina no colículo superior, que controla os músculos extrínsecos do bulbo do olho, e nos núcleos prétectais, que controlam os reflexos de acomodação e pupilar. Tudo que pode ser visto por um olho compreende o campo visual daquele olho. Como dito anteriormente, como nossos olhos estão localizados anteriormente nas nossas cabeças, os campos visuais se sobrepõem consideravelmente; Nós possuímos visão binocular por causa da grande região em que os campos visuais dos dois olhos se sobrepõem – o campo de visão binocular; O campo visual de cada olho é dividido em duas regiões: a metade nasal ou central e a metade temporal ou periférica; Para cada olho, os raios de luz provenientes de um objeto na metade nasal do campo visual são direcionados para a metade temporal da retina e os raios de luz provenientes de um objeto na metade temporal do campo visual são direcionados para a metade nasal da retina. A informação visual proveniente da metade direita de cada campo visual é transmitida para o lado esquerdo do encéfalo e a informação visual proveniente da metade esquerda de cada campo visual é transmitida para o lado direito do encéfalo da seguinte maneira (fig15): 1) Os axônios de todas as células ganglionares da retina em um olho deixam o bulbo do olho no disco do nervo óptico e formam o nervo óptico naquele lado. 2) No quiasma óptico, os axônios da metade temporal de cada retina não cruzam e continuam diretamente para o núcleo do corpo geniculado lateral do tálamo naquele mesmo lado. 3) Ao contrário, os axônios da metade nasal de cada retina cruzam o quiasma óptico e continuam para o tálamo do lado oposto. 4) Cada trato óptico é formado por axônios cruzados e não cruzados que se projetam a partir do quiasma óptico para o tálamo de um dos lados. 5) Axônios colaterais (ramos) das células ganglionares retinais se projetam para o mesencéfalo, onde contribuem para os circuitos neurais que governam a constrição das pupilas em resposta à luz e para a coordenação dos movimentos da cabeça e do olho. Os axônios colaterais também se estendem para o núcleo supraquiasmático do hipotálamo, que estabelece os padrões de sono e outras atividades que ocorrem de modo circadiano ou diário em resposta aos intervalos entre a claridade e a escuridão. 6) Os axônios dos neurônios talâmicos formam as radiações ópticas conforme eles se projetam do tálamo para a área visual primária do córtex no mesmo lado. 14 Natália Pinheiro, Medicina Embora nós tenhamos descrito a via visual como uma via única, acreditase que os sinais visuais sejam processados por pelo menos três sistemas separados no córtex cerebral e cada um deles com sua função própria. Um sistema processa a informação relacionada com o formato dos objetos, outro sistema processa a informação a respeito da cor dos objetos e um terceiro sistema processa a informação a respeito do movimento, da localização e da organização espacial do objeto. FIM. Objetivo: O objetivo do presente estudo foi desenvolver uma metodologia que aproxime o discente doconteúdo abordado nas aulas de anatomia do globo ocular. Métodos: Foi realizada uma incisão circular na lâmina orbital do osso frontal de um cadáver humano de uma instituição em saúde e, para acessar as estruturas orbitárias, foram dissecadas as estruturas da área criando uma via para a injeção de uma solução de borracha de silicone branca entre o cristalino e a retina com posterior enucleação e dissecação final. Resultados: O emprego da técnica permitiu que os discentes do curso construíssem o conhecimento tátil do órgão em questão e transformando o saber teórico em prático, reconhecendo músculos, funcionalidade, vasos sanguíneos e estruturas oculares durante o procedimento de dissecação. Conclusão: A metodologia empregada no presente estudo é uma opção viável para o ensino da anatomia do olho.
Compartilhar