Aula 07 - Intervenção de terceiros I

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PROCESSO CIVIL
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
Assistência, denunciação da lide e chamamento ao processo
Definição de terceiro	
Todo aquele que não é parte no processo.
Pode haver terceiros com ou sem interesses vinculados ao processo.
A intervenção de terceiros exige expressa disposição legal.
Finalidades
Economia processual: resolve-se em um único processo o que seria decidido em dois ou mais.
Segurança jurídica: evita-se a contradição teórica entre os julgados.
Maior amplitude e qualidade ao contraditório: todos os interessados sobre um questão manifestam-se a seu respeito no curso do mesmo processo.
Espécies
Hipóteses taxativas previstas pelo CPC:
Assistência simples e litisconsorcial;
Denunciação da lide;
Chamamento ao processo;
Intervenção de amicus curiae;
Incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
Regras esparsas acerca de outras hipóteses.
Classificações
Intervenção espontânea: terceiro requer o ingresso na ação (assistência simples e litisconsorcial, e amicus curiae);
Intervenção provocada: juiz (de ofício ou a pedido das partes) a determina (denunciação da lide, chamamento ao processo, desconsideração da personalidade jurídica, e amicus curiae).
Posição jurídica assumida no processo: terceiro torna-se parte, ou não (nesta hipótese: assistente simples e amicus curiae. Naquela, as demais).
Assistência
Terceiro ingressa no processo com o objetivo de auxiliar uma das partes (assistido) a obter a vitória no processo (art. 119, CPC). Há um interesse jurídico do assistente na vitória do assistido. 
Assistência simples – art. 121-123, CPC
Assistente tem interesse jurídico que apesar de diverso do interesse jurídico da parte, tem com este relação de dependência. 
O resultado do processo poderá ser favorável ou contrário ao seu interesse.
Sentença não atinge diretamente o terceiro, mas produzirá reflexos em sua esfera.
Assistência litisconsorcial – art. 124, CPC
O interesse jurídico da lide também é de titularidade do assistente. O seu ingresso na ação se justifica pelo fato de que aquela demanda poderia ter sido formulada por ele mesmo. 
Pode ocorrer em qualquer tempo ou grau de jurisdição, mas assistente recebe o processo no estado em que se encontra.
Art. 124. Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente sempre que a sentença influir na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido.
Denunciação da lide – art. 125-129, CPC
Uma das partes (autor ou réu) formula demanda contra o terceiro, trazendo-o para dentro do processo. Nesta hipótese, o denunciante pretende um direito de regresso em face do denunciado, a fim de ressarcir-se de eventuais prejuízos naquela demanda. Provocando a denunciação, o denunciante pretende obter, no escopo da própria causa, um título executivo em face do denunciado. 
A denúncia oportuniza que uma eventual ação de regresso já seja decidida nos mesmos autos, evitando-se o risco de decisões contraditórias.
Denunciação da lide: posições processuais
Com relação à ação de regresso veiculada na denunciação, o denunciante é autor, e o denunciado, réu.
No que concerne à ação principal, denunciante e denunciado são litisconsortes – ambos têm o interesse comum em evitar a derrota do denunciante na ação principal.
Autor deve promover a denunciação na inicial; p réu, na contestação; ambos sob pena de preclusão, hipótese em que poderá ser ajuizada ação autônoma de regresso.
Denunciação da lide: hipóteses
Evicção: perda de um direito em função de uma decisão judicia, por um fundamento que é anterior à data de aquisição do bem.
Neste caso, a denunciação da lide permite que o adquirente de um bem, ante o risco de ser lesado por algo que ocorreu antes da aquisição, possa assegurar-se que será ressarcido por aquele que deu causa à perda.
Denunciação da lide: hipóteses
Direito de regresso: é possível ainda a denunciação da lide em todas as demais hipóteses, legais ou contratuais, em que o denunciado estiver obrigado a indenizar eventual sucumbente.
Chamamento ao processo – art. 130-132, CPC
Instrumento de formação de litisconsórcio passivo, por iniciativa do próprio réu.
O devedor solidário que foi demandado pode trazer para o processo, como demais litisconsortes, os demais devedores. Com isso evita-se que o réu original tenha de entrar com ação de regresso em face dos outros devedores solidários.
Réu deve fazer o chamamento na contestação, sob pena de preclusão, hipótese em que terá de ajuizar ação autônoma de regresso.
Caso prático – Plano de aula 07
Hugo, José e Armando assumiram uma dívida solidária no valor de R$200.000,00 (duzentos mil reais) com Carlos. Diante do inadimplemento o credor Carlos propõe ação objetivando reaver o dinheiro e indica apenas Hugo no polo passivo. Atuando como advogado (a) de Hugo o que pode ser feito no caso concreto? Cabe alguma modalidade de intervenção de terceiros? Fundamente.