Buscar

empirismo trabalho

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Unip- Universidade Paulista 
 
 
 
Vinicius Allan Santos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Empirismo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Brasília - DF 
2021 
Vinicius Allan Santos 
 
 
Empirismo 
 
 
 
 
Relatório final, apresentado a 
Universidade Paulista, como parte das 
exigências das práticas como 
componente curricular. 
 
 
 
Local, ____ de _____________ de _____. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
________________________________________ 
Vinicius Allan Santos 
 
 
 
 
1. Introdução 
 
 Sendo a Idade Moderna um período de grandes transformações, tanto nas 
áreas tecnológicas como em áreas sociais, com grandes revoluções nos 
pensamentos científicos e filosófico buscando a aquisição do conhecimento 
verdadeiro da realidade, agora em busca de respostas mais concretas e factuais 
sobre o conhecimento como um todo, sendo esta nova normativa em busca de 
respostas essenciais para a ciência, a ética e epistemologia. Para fazer-se valer 
como nova linha de estudo a grande ideia da era moderna era confrontar o 
pensamento de Aristóteles que tinha a supremacia dentro da doutrina da Igreja, na 
Idade Média, assim com essa ruptura houve um novo método de conceber e 
compreender o conhecimento. Durante o século XVII viu-se nascer também o 
método experimental com a possibilidade de explicação mecânica e matemática do 
Universo, dando origem à ciência moderna. A partir mudanças surgiram as duas 
vertentes do pensamento filosófico moderno o racionalismo e o empirismo. 
 Tendo como objeto de estudo deste trabalho o empirismo, vamos tentar 
compreender melhor como este pensamento se deu ao longo dos anos através de 
alguns de pensadores, como Francis Bacon e seus conceitos de ídolos, John Locke 
com conceito de tabula rasa e David Hume abordando seu ceticismo. O Empirismo 
tem como principal ideia que o conhecimento humano provém da nossa percepção 
do mundo aliada a nossa capacidade mental, sendo de grande valia a experiência 
sensível e concreta como forma de conhecimento e investigação, por tanto o 
conhecimento vem da razão, da verdade e das ideias racionais, mas sempre de 
forma que eles estejam de alguma forma aliado à experiência, pois ideias provem de 
conhecimentos adquiridos ao longo da vida mediante a experiência sensorial e sua 
reflexão sobre isto. 
 O método empirista então vai se basear em formulação de hipóteses previas 
baseadas em observação dos fenômenos e assim posteriormente fazendo a 
verificação de hipóteses com base nos experimentos que reproduzem os fenômenos 
observados. Por isso o empirismo é um marco na revolução cientifica, a partir da 
valorização da experimentação agora o conhecimento científico, que antes se 
contentava em contemplar a natureza apenas, a faz dominá-la, buscando reproduzir 
seus fenômenos e resultados práticos. 
2. O pensamento Empirista 
 
Se fosse para definir o empirismo com uma palavra, ela com absoluta certeza 
seria experiência, a base deste pensamento é que somente o experimentar através 
de percepções sensoriais é nos trará a luz respostas concretas sobre os 
conhecimentos e sobre a consciência da realidade como colocado por Hume. 
 
 
Assim como a ciência do homem é o único fundamento sólido para as 
outras ciências, assim também o único fundamento sólido que 
podemos dar a ela deve estar na experiência e observação. [...] 
Parece-me evidente que, a essência da mente sendo-nos tão 
desconhecida quanto a dos corpos externos, deve ser igualmente 
impossível formar qualquer noção de seus poderes e qualidades de 
outra forma que não seja por meio de experimentos cuidadosos e 
precisos, e da observação dos efeitos particulares resultantes de suas 
diferentes circunstâncias e situações. [...], ainda assim é certo que 
não podemos ir além da experiência. E qualquer hipótese que 
pretenda revelar as qualidades originais e últimas da natureza 
humana deve imediatamente ser rejeitada como presunçosa e 
quimérica. (T, Introdução, XVI, XVII, XIX). 
 
Esta ideia de experimentação se dá após o homem adquirir um considerável 
poder sobre a natureza e realidade podendo através da ciência reproduzir 
experimentos que antes só ocorriam de forma natural nascendo a ideia da 
experimentação como forma de produção de conhecimento construindo a ideia que 
agora o homem pode ter domínio técnico sobre tanto a natureza quanto a 
sociedade, surgindo assim um novo conceito de ciência já que agora a realidade 
pode ser inteiramente representada e reproduzida de certa forma pelos conceitos 
elaborados, havendo a possibilidade de intervir e alterar essa realidade. Sendo que 
ao longo do sec. XVII houve a separação entre ciência e filosofia, graças a este 
pensamento a temos a base da ciência que temos hoje, baseada em comprovações 
por métodos. 
O debate entre empirismo como antítese do racionalismo é antigo, colocando um 
pensamento em oposição direta ao outro dando a entender que apenas uma destas 
visões de mundo se faz possível, haja vista que o racionalismo tem como premissa 
apenas a razão como fonte de conhecimento, partindo de logicas dedutivas como 
pressuposto teórico para formulação de suas teses e já no empirismo temos a 
experiência como premissa básica do conhecimento e formulação teórica a partir 
destes fatores, mas que devem ser comprovadas e reproduzidas, sendo que ao se 
dar ênfase na experiência não indica um abandono total da razão, sendo muitas 
vezes com a pratica sendo complementada pelo raciocínio logico é o que nos faz 
gerar o conhecimento. Para tanto vamos analisar os fundamentos de alguns dos 
principais autores empiristas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. John Locke 
Nascido na Inglaterra em 1632, Locke era filho de um advogado e 
capitão da cavalaria, estudou e se formou-se em filosofia e 
medicina, pela Christ Church College, da Universidade de Oxford, 
sendo grande estudioso dos pensamentos de descartes, que o 
influenciou a estudar a teoria do conhecimento chegando a se tornar 
membro da academia cientifica da sociedade real de Londres. Tendo 
que se afastar de Londres alguns anos depois devido a divergências 
políticas contra o monarca Carlos II e Jaime II, Locke se refugia nos Países 
baixos retornando a seu país logo após a coroação do rei Guilherme III e a 
instauração de um regime de monarquia constitucional ao qual ajudou a redigir. 
Muito se atribui a Locke o conceito de que uma criança é como uma “tabula 
rasa”, mesmo não havendo nada em seus escritos diretos possuindo estes 
termos, sendo sua principal referência a este conceito encontrado em seu livro 
Alguns pensamentos sobre a Educação. 
Mas tendo aqui apenas algumas visões gerais tendo como 
alvo a educação, em referência ao fim principal, e estas tendo 
sido planejadas para o filho de um cavalheiro, o qual, sendo 
tão pequeno, eu considerei simplesmente como um papel em 
branco, ou cera, para ser moldado e arrumado como se 
preferir(Locke, 2000) 
 
 Este conceito está ligado ao contraponto colocado por ele em relação 
doutrina cartesiana de ideias inatas sendo colocado como base do conhecimento 
as experiências sensíveis, sendo as ideias complexas apenas fusões e 
combinações destas experiências em relação as suas percepções sensoriais, 
rejeitando os pontos de vista metafísicos anteriormente colocados pelos 
racionalistas Para Locke, existem dois tipos de conteúdo da nossa experiência e 
só um deles advém da interação com o mundo mas não somente deste exclusivo 
processo, deve-se entender que outra fonte de experiência é a reflexão, sendo o 
conhecimento só sendo efetivamente formado após a reflexão acerca do que foi 
experimentado, este processo não é unicamente externo à mente que pensa, a 
mente possui um conjunto de ideias estabelecidas em experimentações 
anteriores e assim sendo através desta fonte de ideias é que um novo conceito 
ou conhecimento éadquirido, como descrito por Locke. 
É sobre estas impressões, provocadas pelos objetos 
exteriores nos nossos sentidos, que a mente parece 
primeiramente aplicar-se, nesse tipo de operações que 
chamamos perceber, recordar, considerar, raciocinar 
(LOCKE, 2010, p. 125) 
Apesar do conceito de tábula rasa tradicional não estar presente em sua obra 
literalmente, observa-se que este conceito ainda está atrelado as ideias de Locke, 
mesmo que majoritariamente em seu sentido educacional e não diretamente a 
ordem lógica e epistemológica de suas ideias, sendo colocado que em nenhum 
momento há a presença de uma mente totalmente vazia em si, seja nos primeiros 
momentos da vida, haja vista, que havendo consciência todo ser recebe estímulos 
de seu meio externo(ainda que seja um feto) e sendo assim há influência de seu 
meio externo, não havendo uma presença de uma mente totalmente vazia. 
 Portanto o que podemos perceber é que para Locke estas concepções iniciais 
presente na mente em formação que antes eram colocadas como ideias inatas na 
mente, sendo inerentes a outros fatores, para ele eram na verdade uma percepção 
sensível e sua reflexão a certa daquilo, mesmo que de maneira indireta, assim 
sendo adquiridos os conhecimentos por parte do indivíduo. Essa tese então sobre 
uma mente totalmente branca, ou uma mente livre de conhecimento, não deve ser 
visto como verdadeira no sistema Lockeano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. Francis Bacon 
Francis Bacon nasceu, em 1561 em York House, Inglaterra filho de 
nobres pertencentes a realeza. Tendo uma formação acadêmica 
humanística, formou-se em direito, havendo estudado na 
Universidade de Cambridge, sendo político absolutista participou 
ativamente de cargos públicos em varia áreas do campo do direito 
e até mesmo participou do parlamento inglês. Sendo acusado de corrupção e 
suborno, foi condenado e perdeu seus direitos políticos e a partir daí dedicou-se 
inteiramente ao estudo da filosofia cientifica e as ciências políticas sendo principal 
obra foi uma coleção de 58 ensaios, publicada, na sua versão completa, em 1612. 
 Sendo um forte entusiasta da ciência a inspirado por grandes evoluções 
tecnológicas, para Bacon a ciência poderia e teria obrigação de transformar a vida 
da humanidade. Sendo assim fez uma grande revisão de conceitos e estudos sobre 
filosofia buscando compreender o motivo por que a filosofia não estava diretamente 
ligada e motivada em melhorar as condições da vida humana. Neste sentido que 
Bacon formula a teoria dos ídolos. Usando a ideia de ídolos para designar as ilusões 
ou as falsas noções que impedem e afastam o home do conhecimento real, sendo o 
caminho para este se libertar destes ídolos para alcançar o verdadeiro 
conhecimento. 
Os ídolos e noções falsas que ora ocupam o intelecto humano e nele 
se acham implantados não somente obstruem a ponto de ser difícil o 
acesso da verdade, como, mesmo depois de seu pórtico logrado e 
descerrado, poderão ressurgir como obstáculo à própria instauração 
das ciências, a não ser que os homens, já precavidos contra eles, se 
cuidem o mais que possam (Bacon, 1997, p. 39) 
 Dentro deste conceito de ídolos ele atribuiu quatro distinções entre eles, 
sendo Ídolos da tribo, Ídolos da caverna, Ídolos do fórum ou do mercado e Ídolos do 
teatro. Sendo estes a grande barreira entre o homem e o real conhecimento 
filosófico e científico sólido e seguro e sua remoção levaria a construção do 
verdadeiro saber. 
Sendo ídolo da tribo as noções intrínsecas relativas a natureza humana, 
surgindo ao se buscar a natureza das coisas pelos olhos do homem, e não pela 
própria natureza em si, criando-se assim paralelos que não existem, pois cria-se aí a 
uma teoria a luz de sua própria percepção e moldando suas concepções e fazendo 
com a natureza se ajuste a vontade do homem, e não o contrário como observado 
na fala de Bacon(1997, p. 40) “Os ídolos da tribo estão fundados na própria natureza 
humana, na própria tribo ou espécie humana. É falsa a asserção de que os sentidos 
do homem são a medida das coisas”. Se contrapondo ao pensamento filosófico de 
Protágoras. 
 
 Fazendo alusão ao mito da caverna de Platão, o Ídolo da caverna é 
diretamente ligado a noções falsas decorrente das características individuais de 
cada um, como sua constituição física e mental e até mesmo pelas influências do 
meio ao qual o indivíduo está inserido sócia e culturalmente. Sendo ilusões 
individuais que os fazem perceber o mundo através de crenças individuais e 
assumindo-as como a verdade observada no mundo buscando evitar ideias alheias 
que confrontem sua visão de mundo, assumindo assim sua interpretação da 
realidade como verdade real, ou seja “Os ídolos da caverna são os dos homens 
enquanto indivíduos”. (Bacon, 1997, p.40) 
 Uma vez que como seres sociais, ou seja, precisamos interagir de alguma 
forma com outros indivíduos como em mercado ou praça temos o conceito de Ídolos 
do fórum ou do mercado sendo este oriundo de falsas noções ligadas as relações 
entre os indivíduos através de interações de qualquer tipo, forçando o homem em a 
distorcer sua percepção da realidade e acreditando em suas “fantasias mentais”. Isto 
está ligado a imperfeições da comunicação humana ou até mesmo a má conduta em 
dialogo, causando assim uma interpretação errônea da natureza a sua volta, como 
dito por Bacon (1997, p. 41) “...as palavras forçam o intelecto e o perturbam por 
completo. E os homens são, assim, arrastados a inúmeras e inúteis controvérsias e 
fantasias”. 
 Ideias derivadas de doutrinas filosóficas e científicas que partem de 
premissas falsas, geralmente ligadas as tradições antigas geram uma sensação de 
autoridade sobre o indivíduo e assim nublando sua visão real sobre o mundo a sua 
volta em nome de uma fé ou tradição sendo asa impressões da realidade geradas 
por premissas falsas e criando um mundo de ficção teatral, sendo assim este é 
considerado o ídolo do teatro. Aqui devemos ressaltar que Bacon está relacionando 
aqui as tradições antigas a mitos ou até mesmo fabulas utilizadas como fonte 
primaria de explicação para acontecimentos da realidade, muitas vezes entrando em 
contradição com a própria ciência pragmática, como visto no trecho. 
Por parecer que as filosofias adotadas ou inventadas são outras 
tantas fábulas, produzidas e representadas, que figuram mundos 
fictícios ou teatrais. Não nos referimos apenas às que ora existem ou 
às filosofias e seitas dos antigos. Inúmeras fábulas do mesmo teor se 
podem reunir e compor, porque as causas dos erros mais diversos 
são quase sempre as mesmas. Ademais, não pensamos apenas nos 
sistemas filosóficos, na sua universalidade, mas também nos 
numerosos princípios e axiomas das ciências que entraram em vigor, 
mercê da tradição, da credulidade e da negligência (Bacon, 1997, p. 
41; grifos do autor) 
Este conceitos dos ídolos importante para a ciência como um todo, pois antes 
mesmo de promover uma teoria deve-se fazer uma auto reflexão e estar atento às 
reais e possíveis falhas humanas dentro dos processos e assim reduzi-las sempre 
buscando o verdadeiro conhecimento, assim sendo todo produtor de saber deve 
sempre estar ciente que ele está à mercê destes seus ídolos considerando sempre 
que aquilo que ele produz não representa o autêntico saber, sendo o conhecimento 
sistemático o melhor caminho para a aproximação entre o saber real e o saber 
produzido, deve ser partir de experiências particulares e a partir daí encontrar 
padrões universais, sendo este o método cientifico hoje mais utilizado conhecido 
como método indutivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. David Hume 
Nascido em 1711, David Hume era originário da Escócia filho de 
um prestigiado advogado. Hume era um grande prodígio tendo 
entrado na universidade com apenas 13 anos, estou direito na 
universidade de Edimburgo, mas abandonou o curso após 2 
anos, buscando o seu estudo individualmentee se voltando ao 
estudo da área da filosofia, matemática, história e ciências 
naturais. Em 1734, viaja a França, tendo como objetivo se aprofundar em seus 
estudos e depois ao retornar a Inglaterra inicia seu trabalho junto ao general S. Clair 
como secretário e em 1752 se torna bibliotecário na biblioteca de Edimburgo, onde 
escreveu a maioria de suas obras. 
 Sendo um dos principais expoentes da corrente filosófica empirista, Hume 
propõe que todo conhecimento se origina a partir dos sentidos, indo de encontro 
direto ao pensamento cartesiano presente nos racionalistas, que acreditavam que o 
conhecimento viria da razão, para ele as sensações despertam emoções assim 
sendo as ideias derivam-se desta combinação sensorial e emocional, ou seja, se 
tornam como impressões gravadas na memória, entendo que estas emoções são 
mais importantes na construção de conhecimento, colocando as ideias como uma 
forma fraca de conhecimento, já que elas são armazenadas na mente a partir de 
imagens ou imaginários pré-existentes, sendo assim são relembrados de forma mais 
branda e não possuem tanto impacto direto na nas reflexões especialmente quando 
se trata de temas não relacionados diretamente ao indivíduo em questão. 
 
podemos, pois, dividir aqui todas as percepções da mente em duas 
classes ou tipos, que se distinguiram pelos diferentes graus de força e 
vivacidade. As menos intensas e vivas são comumente designadas 
pensamentos ou idéias. O outro tipo carece de nome em nossa língua 
[…] usaremos, pois, de um pouco de liberdade e chamemo-lhes de 
impressões. (HUME, 1998, p. 24) 
 
 
Assim sendo, todo conhecimento para Hume é sempre baseado na 
experimentação e nos sentimentos, partindo e derivando das mesmas, havendo por 
tanto impacto direto na ciência moderna que muito se baseia nos ideais empiristas. 
A ciência gira em torno de experimentos e partir deles(experimentação) é que se 
formulam teorias, sendo estas comprovadas através de demais reproduções destes 
mesmos experimentos, concluindo assim a prova da teoria e consolidando a eficácia 
de seus pensamentos. 
 As ideias de Hume o classificam como um pensador extremamente cético, 
sendo ele mesmo que se autodenomina um cético no final do livro I do Tratado 
caracterizando seus preceitos filosóficos como céticos (cf. HUME, 2000, p.178 e 
413). Está ideia de ceticismo sobre a razão, se dá ao fato de que mesmo as regras 
sendo certas e infalíveis dentro das ciências demonstrativas, os indivíduos que as 
estudam são falíveis e incertos, muitas vezes cometendo erros. Precisamos, sempre 
de um segundo julgamento onde duvidamos da execução procedimental durante os 
experimentos, podendo este segundo julgamento ser feito junto com os colegas ou 
apenas um reflexão própria. Tanto quanto mais revisões feitas temos um aumento 
gradativo na segurança sobre que está sendo estudado. 
A inferência feita por Hume nesta constante revisão sobre os estudos, não o 
torna um cético em seu sentido total e literal daqueles colocam tudo como incerto e 
que toda medida humana é falha, não acreditando em nada. Se assim o fosse ele 
seria aquele que nunca age, sendo que, a natureza, nos força a agir, pois temos a 
capacidade de julgamento presente em nossa natureza humana, tanto quanto 
respirar e sentir, aproximando-se assim de ideias naturalistas e funcionando como 
alerta contra os dogmatismos fugindo de superstições religiosas tanto quanto contra 
os sistemas filosóficos abstratos e quiméricos. 
 Este Pensamento de Hume sobre revisão de dados, se tornou fundamenta 
para ciência experimental de galileu e ainda é utilizado até hoje em trabalhos 
científicos com orientadores e revisão em pares, fazendo assim que ela se torne 
cada vez mais distante de crenças e seja mais pautada em sistematizações e 
aplicações de experimentos com conclusões teóricas sólidas. 
 
6. Considerações finais 
O embate dos ideais racionalistas e empiristas sobre a origem do 
conhecimento si parte da diferenciação entre aqueles que creem que a razão 
(Racionalistas) é a fonte do conhecimento e outros já colocam que a fonte do 
conhecimento a experiência (Empiristas), mas o empirismo não se resume única 
e exclusivamente na experimentação e em suas sensações, como observado em 
3 diferentes pensadores temos formas distintas de refletir sobre esse conceito. 
 Trazendo a luz o real conceito atribuído a John Locke sobre tabula rasa, é 
visto o conceito de sensações para ele é anterior até o nascimento, sendo as 
percepções sensoriais formadoras de opinião presente até no feto, mas aqui 
compreende-se que o real aprendizado é feito através das reflexões sobre essas 
sensações experimentadas e não puramente delas em si, sendo assim segundo 
Locke só real aprendizado quando se faz essa autorreflexão a certa das 
vivencias. 
 Passando pelo crivo desta autorreflexão pode-se apontar o conceito de Bacon 
sobre os ídolos, aqui deve-se observar que ter ciências de suas “falhas” 
humanas é essencial para que a reflexão sobre os fenômenos naturais não seja 
maculadas pelos nossos ídolos, sempre fugindo deles e possuindo uma visão 
mais realista e menos humanista na hora de formar as teses após a observação 
de um experimento e formulação de teses, construindo assim um conhecimento 
mais puro e real sobre a realidade. 
Para tentar fugir destes ídolos e refinar o conhecimento pode-se compreender 
neste sentido o ceticismo proposto por Hume, ceticismo este, moderado que traz 
a ideia de revisões dos conhecimentos, várias vezes, tantas quantas forem 
necessárias, haja vista que em seu ideal Hume gostaria que as revisões fossem 
infinitas, na pratica isto se torna impossível, mas quanto mais revisões mais 
próximo se está de um conhecimento puro, sem maculação da medida humana. 
Pode-se entanto concluir que mesmo havendo conceitos distintos entre estes 
filósofos de alguma suas ideias se complementam muito, tornando assim o 
pensamento empírico mais crível e real, do que somente algo no campo das ideias, 
inclusive podendo-se utilizar em certe medida uma complementação entre o 
pensamento empirista e o pensamento realista. Assim a desqualificação epistêmica 
das teorias empiristas pode ser minimizada se for entendida de forma mais branda 
do que literalmente proposto por seus pensadores, assim não fazendo apenas um 
embate direto de ideias frente ao realismo, mas sim em alguma medida se 
complementando em seus nuances. Podendo ser o caminho da moderação o 
segredo para uma boa aplicação do pensamento empírico em outras áreas do 
conhecimento como posto na The Scientific Image (p. 88) 
Na medida em que forem além da consistência, da adequação 
empírica e da força empírica, elas [as virtudes] não dizem respeito a 
relação entre a teoria e o mundo, mas ao uso e a utilidade da teoria 
Fornecem razões para se preferir a teoria independentemente das 
questões sobre a verdade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7. Referências bibliográficas 
VAN FRAASSEN, B C 1980 The Scientific Image Oxford, Clarendon Press 
 
HUME, David. Investigação sobre o entendimento humano. Lisboa: Edições 70, 
1998. 
HUME, D. (2000) A Treatise of Human Nature. ed. David and Mary Norton. New 
York: Oxford University Press. 
BACON, F. Novum Organum ou Verdadeiras Indicações acerca da Interpretação da 
Natureza; Nova Atlântida. São Paulo: Nova Cultural, 1997. 255p. 
HUME, David. Investigações sobre o Entendimento Humano e sobre os princípios da 
Moral. Tradução de José Oscar de Almeida Marques. São Paulo: UNESP, 2004. 
HUME, David. Tratado da Natureza Humana. Incluindo o Apêndice e o 
Resumo. Trad. Déborah Danowski. 2. ed. São Paulo: UNESP/Imprensa Oficial do 
Estado, 2009. 
VÁRNAGY, Tomás. O pensamento político de John Locke e o surgimento do 
liberalismo. In: BORON, Atilio A. (Organizador). Filosofia política moderna: de 
Hobbes a Marx. Buenos Aires: Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales – 
CLACSO; São Paulo:Departamento de Ciência Política – FFLCH – Universidade de 
São Paulo, 2006. 
LOCKE, J. (2000). Some thoughts concerning education. New York: Oxford 
University Press.

Continue navegando