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Tratamentos Conservadores do Complexo Dentinopulpar Professora: Bruna Piccinin Professora Vanessa Batalha QUAL LIVRO POSSO ESTUDAR ESSA AULA? CAPÍTULO 09 O sucesso do tratamento restaurador depende, dentre outros fatores, do conhecimento integral das propriedades, estrutura e função do complexo dentinopulpar , o que constitui a base biológica necessária para a tomada de decisões clínicas. COMPLEXO DENTINOPULPAR Esmalte X Dentina Conjunto de estruturas que são responsáveis pela proteção biológica da polpa Ao mesmo tempo estes tecidos se protegem mutuamente Esmalt eTecido duro 12% de água+comp. Orgânicos 88% de hidroxidopatita (Extremamente friável) Resistente ao desgaste Impermeáve lBom isolante térmico Dentina 70% Substâncias Inorgânicas (Hidroxipatita) 18% Substâncias Orgânica (90%colágeno) 12% de água Possui resiliência Permeável Pouco resistente ao desgaste Boa condutora de eletricidade ESMALTE O esmalte é uma das principais estruturas formadoras do dente, além da dentina e polpa. Ele é o tecido mais mineralizado e resistente do corpo humano Esmalte ◈ O esmalte é o componente mais duro do corpo humano. ◈ 96% consiste em mineral ◈ Cerca de 1% de matéria orgânica ◈ 3% de água ◈ Componente inorgânico é a hidroxiapatita ◈ Íons: estrôncio, magnésio, chumbo e fluoreto ◈ Consiste em colunas alongadas- Prismas de esmalte ◈ Que estão unidas entre si pelo esmalte interprismático DENTINA É um tecido vivo não exposto ao ambiente bucal em condições normais, recoberta na coroa pelo esmalte e na raiz pelo cemento Odontoblastos ◈ É uma célula alongada que deposita matriz orgânica apenas sobre a superfície dentinária ◈ Cada um tem uma extensão apical ramificada que penetra perpendicularmente a dentina ◈ Os prolongamentos dos odontoblastos (fibras de tomes) ◈ Ocupam os túbulos dentinários Para RELEMBRAR!!! COMPLEXO DENTINA- POLPA Complexo Dentina-Polpa • A dentina e a polpa apresentam uma intrínseca relação e não são vistas como separadas do ponto de vista fisiológico • Os prolongamentos dos odontoblastos estão dentro dos túbulos da dentina Dentes – DENTINA A matriz orgânica da dentina é secretada pelos odontoblastos (localizados na periferia da polpa) Essa matriz inicialmente não mineralizada chama-se pré-dentina A dentina é sensível a diversos estímulos como calor, frio, traumatismo e ph ácido. Sendo todos esses estímulos percebidos como dor. Pela teoria hidrodinâmica, os diferentes estímulos podem causar movimento de fluidos no interior do túbulo dentinário Estimulando as fibras nervosas junto aos prolongamentos dos odontoblastos DENTINA - TIPOS •Dentina Primária •Dentina Secundária •Dentina Terciária •Esclerosada DENTINA PRIMÁRIA É a dentina formada até o fechamento do ápice radicular que compreende a dentina do manto e a dentina circumpulpar Túbulos dentinários: Bem organizados, regulares e paralelos entre si slideshare DENTINA SECUNDÁRIA É a dentina formada devido aos estímulos de baixa intensidade, decorrente de função biológica normal, durante a vida clínica do dente Depositada ao redor da polpa do dente depois que sua anatomia está estabelecida Túbulos dentinários: Mais estreitos e tortuosos • Forma-se na interface polpa-dentina, mantendo a forma tubular da dentina, mais estreitos. • Forma-se por estímulo moderado • Pode obliterar os cornos pulpares aumentando a espessura da dentina entre a cárie e a polpa • Oferece pouco valor na defesa contra as cáries • Também chamada de dentina secundária Reações protetoras da dentina e da polpa frente as cáries DENTINA SECUNDÁRIA DENTINA TERCIÁRIA Se desenvolve quando existe irritações pulpares mais intensas, como cárie, erosão, abrasão, irritações mecânicas, térmicas, químicas, elétricas e outras. Túbulos dentinários: Mais irregulares, tortuosos, reduzidos ou mesmo ausentes Formada em zonas subjacentes as áreas afetadas DENTINA TERCIÁRIA REACIONAL REPARATIVA Quando a lesão é leve e a deposição de dentina adjacente é regulada pelos odontoblastos ex: atrição Quando devido a grande agressão ocorre a injúria dos odontoblastos e células progenitoras produzem a dentina. ◈ Forma-se em resposta a insultos moderado a severo pela cárie ◈ É uma dentina com túbulos irregulares DENTINA TERCIÁRIA DENTINA ESCLEROSADA Se caracteriza pela presença de túbulos dentinários obliterados (fechados) com material calcificado, processo este que é acelerado frente a determinados estímulos. Presente na cárie crônica. Tarcisio junior Tratos mortos • Formam-se quando os odontoblastos e os túbulos tornam-se selados • Na foto a extremidade dos túbulos foram selados com dentina reacionária impermeável • O corante não conseguiu penetrar • Dessa forma, a polpa é protegida dos irritantes ◈ Na vida do indivíduo, a dentina vai sofrendo alteração no seu grau de mineralização, seja pelo seu processo fisiológico natural de selenidade, em resposta ao processo carioso, preparo cavitário ou em reação a procedimentos restauradores. POLPA 75% Água 25% Matéria Orgânica É um tecido conjuntivo altamente diferenciado, ricamente inervado, vascularizado e é o responsável pela vitalidade do dente Polpa Dental ❖ A polpa dental consiste em tecido conjuntivo frouxo ❖ Principais componentes: ❖ Odontoblastos ❖ Fibroblastos ❖ Fibrilas finas de colágeno ❖ Glicosaminoglicanos Polpa Dental ❖ A polpa é um tecido altamente vascularizado e inervado ❖ Vasos sanguíneos e fibras nervosas mielinizadas penetram o dente pelo forame apical e ramificam-se ❖ Algumas fibras nervosas perdem a mielina e estendem-se por uma curta distância no interior dos túbulos dentinários Ortodontia descomplicada POLPA FUNÇÃO INDUTIVA: Sua primeira função é induzir a diferenciação do epitélio em lâmina dental e a formação em órgão do esmalte FORMATIVA: Produção de dentina durante toda a vida do dente NUTRITIVA: Proporcionar nutrição á dentina. SENSORIAL: Capacidade da polpa em responder com dor a diferentes agentes agressores, por meio das fibras nervosas DEFENSIVA: Quando a polpa se defende dos estímulos agressores com formação de esclerose dentinária ou de dentina terciária ❖ Primeiro existe uma pré-cavitação não bacteriana, onde os ácidos amolecem a matriz ❖ Os túbulos são ampliados pela desmineralização ❖ Distorção da forma dos túbulos pela expansão das bactérias ❖ Decomposição da matriz formando focos de infecção ❖ Desintegração progressiva do tecido restante da matriz Principais eventos nas cáries dentinárias: Matriz colágena dentinária Luz dos túbulos dentinários Bactérias Reações protetoras da dentina e da polpa frente as cáries ◈ As reações da dentina devem-se principalmente a atividade dos odontoblastos ◈ Nesse sentido dentina e polpa devem ser entendidas como um único tecido ◈ Essas reações não são específicas e podem ser provocadas por outros irritantes: Atrição, abrasão, erosão e procedimentos restauradores AVALIAÇÃO DA CONDIÇÃO PULPAR Anamnese SINTOMAS Exame clínico: palpação, sondagem, percussão(vertical e horizontal) Exame térmico: Calor (Bastão de guta percha; frio (spray refrigerante) Exame elétrico: Avaliação de sensibilidade Radiografias: Periapicais unisanta Acervodigital UFPR FATORES DETERMINANTES PARA A INJÚRIA PULPAR CÁRIE (Origem Bacteriana) TRAUMA (Origem Mecânica) PREPARO CAVITÁRIO (Origem Física) MATERIAIS (Origem Química) SEMPRE QUE UM DENTE PRECISE SER RESTAURADO É NECESSÁRIO QUE A VITALIDADE PULPAR SEJA PRESERVADA POR MEIO DE ADEQUADA PROTEÇÃO E CUIDADOS RELATIVOS AOS PROCEDIMENTOS CLÍNICOS DEVE-SE RESPEITAR! • Cuidados relacionados aos procedimentos clínicos • Adequada limpeza e proteção do preparo cavitário de acordo com sua profundidade PREPARO CAVITÁRIO • Condicionamentoácido e secagem • Qualidade das brocas • Refrigeração das Turbinas • Vibração AGENTES DE LIMPEZA DOS PREPAROS CAVITÁRIOS • Aplicados após preparo cavitário • Reduz número de bactérias na dentina • Promove adequada limpeza do preparo cavitário AGENTES DE LIMPEZA DOS PREPAROS CAVITÁRIOS Agentes de limpeza Desmineralizantes Ácido fosfórico Ácido poliacrílico EDTA AGENTES DE LIMPEZA DOS PREPAROS CAVITÁRIOS Agentes de limpeza NÃO Desmineralizantes Clorexidina 2% Hidróxido de cálcio (pó)+ água destilada Fatores serem considerados para a realização de um proteção pulpar IDADE DO PACIENTE CONDIÇÃO PULPAR PROFUNDIDADE DA CAVIDADE • Ser um bom isolante térmico e elétrico • Ser bactericida e bacteriostático • Ter adesão a estrutura dentária • Estimular a formação de dentina reparadora • Produzir analgesia e ser biocompatível AGENTES DE PROTEÇÃO CARACTERÍSTICAS IDEAIS Selantes/vedadores Aplicado em todas as paredes para vedar a embocadura dos túbulos dentinários e microespaços entre o material restaurador e as paredes • Verniz Cavitário • Adesivos AGENTES DE PROTEÇÃO Classificados de acordo com a espessura de deposição Vernizes Cavitários •Os vernizes cavitários são compostos à base de resina copal natural ou sintética, dissolvida em clorofôrmio, éter ou acetona. •Quando aplicado em uma cavidade, o solvente evapora-se rapidamente, deixando uma película forradora semi-perméavel que veda com certa eficiência os túbulos dentinários Adesivos Dentinários •Selante cavitário •Capacidade de união a múltiplos substratos para poder unir o material restaurador ao dente •Excelente adesão a estrutura dental, aderem á estrutura dentária sem necessidade de retenção mecânica adicional Forradores Cavitários • Espessura mínina (menos de 0,5mm) • Aplicados nas paredes pulpar e axial, agindo como uma barreira física aos microorganimos e vedamento dos túbulos dentinários Bases protetoras • Camada mais espessa (0,5 a 2mm) • Proteger/substituir a dentina AGENTES DE PROTEÇÃO Classificados de acordo com a espessura de deposição • Hidróxido de Cálcio • Cimentos Dentários • Adesivos Dentinários AGENTES DE PROTEÇÃO Forradores e Bases Cavitárias Hidróxido de Cálcio •Estimula a formação de dentina esclerosada, reparadora •Possui pH alcalino •Protege a polpa contra estímulos térmicos e elétricos •Apresenta ação antimicrobiana Hidróxido de Cálcio Pó (hidróxido de cálcio P.A) Pasta / Água de Hidróxido de Cálcio (pó de Ca(OH)2 + água destilada) Ciment o Cimentos Cavitários Possuem as mais diferentes composições e comportamentos físicos e biológicos •Cimento de Hidróxido de Cálcio •Cimento de óxido de zinco e eugenol •Cimento de ionômero de vidro. Cimentos Cavitários Ionômero de Vidro •Excelente resistência como protetor/ forrador •Liberação para o meio bucal confere propriedade anti-cariogênica ao material •Resistência a compressão e a tração •Remineralização pela liberação de flúor •Adesividade e coeficiente de expansão térmica linear Cimentos Cavitários IRM – Material Restaurador (Óxido de zinco e eugenol)•Apresenta efeito terapêutico •Baixa resistência mecânica •Melhor resistência mecânica em relação ao OZE PROFUNDIDADE DAS CAVIDADES PROTEÇÃO INDIRETA TÉCNICAS DE PROTEÇÃO DO COMPLEXO DENTINOPULPAR Aplicação de agentes seladores, forradores e/ou bases protetoras nas paredes cavitárias com o objetivo de proteger o complexo dentino/pulpar • Manter sua vitalidade pulpar •Inibir o processo carioso •Reduzir a microinfiltração • Estimular a formação de dentina esclerosada, reacional e/ou reparadora. PROTEÇÃO INDIRETA TÉCNICAS DE PROTEÇÃO DO COMPLEXO DENTINOPULPAR CAPEAMENTO PULPAR INDIRETO • Realizada após o preparo cavitário e imediatamente antes de inserir o material restaurador definitivo • Remoção parcial do tecido cariado • Realizado quando não expõe a polpa CAPEAMENTO PULPAR INDIRETO CAPEAMENTO PULPAR INDIRETO PROTEÇÃO INDIRETA TÉCNICAS DE PROTEÇÃO DO COMPLEXO DENTINOPULPAR TRATAMENTO EXPECTANTE • Indicado nos casos de lesões cariosas agudas muito profundas • Ausência de dor espontânea e com resposta aos estímulos táteis e térmicos • Remover dentina superficial • 2 Sessões PROTEÇÃO INDIRETA TÉCNICAS DE PROTEÇÃO DO COMPLEXO DENTINOPULPAR TRATAMENTO EXPECTANTE 2 Sessão APÓS 45 DIAS •Realizar teste de vitalidade pulpar •Remoção total do tecido cariado •Restaurar como cavidade muito profunda TRATAMENTO EXPECTANTE PROTEÇÃO DIRETA TÉCNICAS DE PROTEÇÃO DO COMPLEXO DENTINOPULPAR Aplicação de um agente protetor diretamente sobre o tecido pulpar exposto, com a finalidade: • Manter sua vitalidade pulpar •Promover o restabelecimento da polpa •Estimular o desenvolvimento da nova dentina •Proteger a polpa de irritações adicionais posteriores PROTEÇÃO DIRETA TÉCNICAS DE PROTEÇÃO DO COMPLEXO DENTINOPULPAR Indicado nos casos de exposição mecânica ou acidental(fratura), estando a polpa com vitalidade e num estagio de reversibilidade CAPEAMENTO PULPAR DIRETA CAPEAMENTO PULPAR DIRETO •Exposição acidental; •Isolamento absoluto imediato; •Irrigação-aspiração com solução fisiológica; •Secar com bolinha de algodão estéril (secagem cuidadosa para não entrar microorganismos para dentro da polpa); •Hidróxido de Cálcio pró-análise (revestimento biológico); •Cimento de Hidróxido de Cálcio; •Cimento Ionômero de Vidro; •Sistema adesivo; •Restauração direta; CAPEAMENTO PULPAR DIRETO CAPEAMENTO PULPAR DIRETO PROTEÇÃO DIRETA TÉCNICAS DE PROTEÇÃO DO COMPLEXO DENTINOPULPAR Remoção superficial e parcial de pequena quantidade de tecido conjuntivo pulpar •Exposição acidental da polpa •Polpa não contaminada •Sangramento que não seja abundante CURETAGEM PULPAR •Anestesia •Isolamento absoluto •Irrigar abundantemente •Secar com bolinha de algodão estéril •Cortar parte do tecido pulpar (curetas ou broca) •Irrigar – secar •Aplicação de corticosteroide – antibiótico por 10 min (Otosporin) •Secar •Hidróxido de Cálcio pró-análise •Cimento de Hidróxido de cálcio •Cimento Ionômero de vidro • Sistema adesivo •Restauração direta PROTEÇÃO DIRETA TÉCNICAS DE PROTEÇÃO DO COMPLEXO DENTINOPULPAR Remoção total do tecido pulpar coronário inflamado quando a lesão não chega atingir a polpa radicular •Indicado para dentes com rizogênese incompleta •Sangramento abundante e vermelho vivo •Ausência de lesão/fístula PULPOTOMI A PULPOTOMIA •Anestesia •Isolamento absoluto •Remoção do teto da câmara pulpar •Remoção da polpa coronária •Irrigação – aspiração da câmara pulpar •Aplicação de corticosteroide – antibiótico por 10 min (Otosporin) •Aplicação de Hidróxido de Cálcio pró-análise •Cimento de Hidróxido de Cálcio •Ionômero de vidro •Sistema adesivo •Restauração direta
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