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Aula 04: Proteção do complexo dentino-pulpar CONCEITOS: 1. Complexo dentino-pulpar: o A origem embrionária delas da dentina e da polpa é a mesma, assim sendo o que for feito na dentina vai gerar sensibilidade na polpa porque as células que formam a dentina, estão também na polpa; o A pré-dentina é a parte onde os odontoblastos estão ativamente trabalhando, é uma zona intermediária entre a dentina e a polpa; 2. Dentina: o Composição: 55% de material inorgânico (hidroxiapatita) + 30% de material orhânico (colágeno) + 15% fluido (água); o Dentina peritubular: dentina em torno dos túbulos dentinários; o Dentina intertubular: dentina entre os túbulos dentinários; o Primária: após rizogênese completa para de secretar dentina primária; o Secundária: dentina fisiológica, secretada ao longo da vida, por isso que quanto mais velho menor será a câmara pulpar devido acumulo de dentina secundária; o Terciária: Reacional – reage a estímulos de baixa intensidade, à medida que a dentina e a polpa vão sofrendo por algum estímulo traumático; Reparadora – reage a uma agressão feita a dentina/polpa de maneira brusca o Dependo do material utilizado para proteger a polpa, pode reparar ou apenas dá tempo para a dentina reagir e proteger a polpa; OBS: A dentina esclerótica/esclerosada é uma defesa do organismo a agressão que ela calcifica, ocorre depósito de dentina no qual ocorre obliteração dos túbulos dentinários; no momento do preparo cavitário não precisa tirar essa dentina porque ela é fisiológica e que melhor protege a polpa. 3. Polpa dental: o Tecido conjuntivo especializado: suporta a dentina, além de ter a função de formar e proteger a dentina; 4. Sensibilidade dentinária: o Teoria hidrodinâmica de Brännströn (1966, 1986): os prolongamentos nos túbulos dentinários, o líquido no interior dos túbulos ocorre uma movimentação e assim o dente responde com dor; o Para se amenizar a sensibilidade dentinária é preciso se evitar a movimentação dos fluídos; 5. Agentes irritantes do complexo dentino-pulpar: o Estímulos microbianos: cárie; o Estímulos traumáticos: preparo cavitário; o Estímulos de origem química: materiais restauradores; 6. Resposta do complexo dentino-pulpar: o Produção de dentina: limitar a difusão dos componentes tóxicos para o tecido pulpar, pela diminuição da permeabilidade dentinária, bem como afastar-se da fonte agressora; Deposição de dentina intratubular; Deposição de dentina terciária; Resposta inflamatória; 7. Proteção do complexo dentino-pulpar: o Compreende as manobras terapêuticas que visam evitar sensibilidade pós-operatoria anormal e possibilitar a conservação da vitalidade e funções da polpa dental; o Finalidades: Bloquear os estímulos térmicos, elétricos e químicos; Exercer ação terapêutica sobre o complexo dentinho-pulpar, visando a manutenção ou recuperação da condição pulpar; Confeccionar base plana e/ou ângulos arredondados para melhor distribuição de carga e stress de contração das futuras restaurações, melhorando suas propriedades mecânicas e de selamento cavitário; AGENTES PROTETORES: Pré-requisitos dos agentes de proteção: Evitar a infiltração de substâncias tóxicas ou irritantes para o interior dos canalículos dentinários e polpa; Ser bactericida e/ou bacteriostático (mate e/ou iniba o crescimento bacteriano); Ser estimulante à recuperação das funções biológicas da polpa, com formação de barreira mineralizada; Ser isolante de estímulos térmicos e elétricos; Ser biocompatível; Ser insolúvel ao meio bucal; Aderir e liberar fluoretos à estrutura dental; Remineralizar parte da dentina descalcificada remanescente nas lesões de rápida evolução; Ser compatível com material restaurador, não interferindo com suas reações de presa e coloração; Fatores importantes na proteção do complexo dentino-pulpar: 1. Qualidade e quantidade de dentina remanescente: Cavidade superficial: lesão de cárie aquém ou ao nível do limite amelodentinário; Cavidade rasa: lesão de cárie: parede de fundo entre 0,5 a 1 mm da junção amelodentinária; Cavidade de média profundidade: lesão de cárie: metade da espessura da dentina remanescente; Cavidade profunda: lesão de cárie ultrapassa a metade da espessura da dentina � mantém 0,5 mm de espessura de dentina remanescente; Cavidade bastante profunda: 0,5 mm ou menos da polpa; 2. Idade do paciente: A importância disso é para guiar no momento de fazer o preparo cavitário. Quanto mais jovem maior a câmara pulpar. 3. Diagnóstico da condição pulpar: o Importante para a seleção correta dos materiais protetores, bem como para a indicação de tratamentos conservadores da polpa. o Métodos de diagnóstico pulpar: Teste de sensibilidade pulpar: térmico (frio e calor); Aspecto radiográfico; Aparecimento da dor: provocada ou espontânea; Duração da dor; Frequência; Localizada ou difusa; Intensidade; 4. Material restaurador; PROTEÇÃO PULPAR INDIRETA: Não há exposição da polpa; Em caso de lesões profundas, o capeamento pulpar indireto é empregado com o objetivo de manter a vitalidade pulpar: Detendo o processo carioso; Promovendo esclerose dentinária (reduzindo a permeabilidade); Estimulando a formação de dentina reacional; Remineralizando a dentina cariada; PROTEÇÃO PULPAR INDIRETA: o Consiste da aplicação de um agente protetor sobre o tecido pulpar exposto, a fim de promover o restabelecimento da polpa (mantendo sua vitalidade) e protege-la de irritação adicional, bem como estimular a formação da ponte de dentina; TRATAMENTO EXPECTANTE: o É utilizado quando não se tem prognóstico de determinado dente, é também uma proteção pulpar indireta já que não está se colocando o material diretamente na polpa; o Melhor resposta em pacientes mais jovens; o Analisar radiografia, remover tecido cariado, lavar a cavidade com água de cal, aplicar pasta de hidróxido de cálcio, depois aplicar cimento e depois colocar ionômero de vidro e esperar de 45 a 60 dias para que a polpa reaja e forme dentina; o Indicações Tratamento de lesões cariosas profundas, com risco de exposição pulpar; Dentes de pacientes jovens; Ausência de alterações irreversíveis da polpa; o Objetivos Bloquear as agressões que estão atingindo a polpa; Interromper o circuito metabólico das bactérias; Remineralizar parte da dentina descalcificada; Estimular a formação de dentina reparadora; o Aplicação clínica Raio-x inicial; Remoção do tecido cariado (sem anestesia local); Lavagem da cavidade com água de cal; Aplicação da pasta de hidróxido de cálcio; Aplicação do cimento de hidróxido de cálcio; Restauração da cavidade com material temporário; o Se o paciente não acusar sintomatologia dolorosa e o dente responder com vitalidade após 45-60 dias: Remover a restauração provisória; Remoção da dentina remanescente; Proteção indireta para cavidades profundas; ESCOLHA DA PROTEÇÃO BASEADA NO MATERIAL RESTAURADOR: 1. Resina Composta: PROFUNIDADE DA CAVIDADE AGENTE DE LIMPEZA PROTEÇÃO INTERMEDIÁRIA Rasa / média Condicionamento ácido + Clorexidina 2% Sistema adesivo Profunda Clorexidina 2% CIV + Sitema adesivo Muito profunda Clorexidina 2% Polpa jovem: hidróxido de cálcio + CIV + sistema adesivo Polpa envelhecida: CIV + Sistema adesivo a) Sistema adesivo: o Vantagens: Formação da camada híbrida; Boa adesão com o substrato; Reforço da estrutura dental; o Desvantagens: Somente utilizado em camadas rasas e médias; Cavidades profundas: irritante pulpar e sensibilidade pós-operatória; Desorganização celular, necrose de odontoblastos e intenso processo inflamatório; OBS: SECAGEM DA DENTINA Colapso das fibras colágenas; Redução dos espaços interfibrilares; Dificuldade para difusão dos monômeros;b) Cimento de Ionômero de Vidro: o Vantagens: Libera flúor – induz dentina terciária; Propriedades físicas boas; Coeficiente de expansão térmica similar ao da dentina; Mais biocompatível que o adesivo; Excelente para áreas de difícil controle de umidade, como áreas de término cervical/gengival; o Desvantagens: Sinérese e embebição; Adesão à dentina inferior ao adesivo; Tempo de presa; Citotóxico quando em contato direto com a polpa; c) Cimento de Hidróxido de Cálcio: o Vantagens: Obliterador dos túbulos dentinários; Alcalinidade – bacteriostático e bactericida; Estimula a ação de fibroblastos – ponte de dentina e dentina reacional; Favorece a reparação – necrose superficial da polpa; Barreira contra estímulos térmicos e elétricos; Biocompatível; o Desvantagens: Solubilidade; Não tem adesão; Baixíssimas propriedades mecânicas; 2. Amálgama dentário: PROFUNIDADE DA CAVIDADE AGENTE DE LIMPEZA PROTEÇÃO INTERMEDIÁRIA Rasa / média Solução de Hidróxido de Cálcio Flúor Flúor Profunda Solução de Hidróxido de Cálcio CIV Flúor Muito profunda Solução de Hidróxido de Cálcio Flúor Hidróxido de Cálcio + CIV CAPEAMENTO PULPAR DIRETO: o Aplicação do material forrador diretamente sobre o tecido pulpar, com o intuito de manter a vitalidade pulpar, estimular a formação de tecido dentinário e proteger a polpa de futuras agressões; o Indicações: Exposição pulpar acidental (decorrente de um preparo cavitário); Polpa em condições próximas da normalidade; o Hidróxido de cálcio p.a.: Atua exclusivamente por contato; Desnaturação proteica superficial necrose; Precipitação de carbonato de cálcio; Organismo deposita sais de cálcio; Formação de barreira mineral por ação dos odontoblastos; CURETAGEM PULPAR: o Recomendações ao paciente: Voltar para nova consulta no caso de agravamento espontâneo; Reexaminar o paciente após 2, 15 e 30 dias após a intervenção; Exame clínico-radiográfico: teste de vitalidade e radiografia periapical; o Sucesso do procedimento: Ausência de dor espontânea ou de pequena intensidade quando o paciente ingere alimentos quentes ou frios; Respostas corretas aos testes de vitalidade da polpa dental e à percurssão; Formação de ponte de dentina após 60 dias; Reexaminar 3, 6, 12 e 18 meses após o procedimento;
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