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Farmacologi� Opioides Dor * Experiência subjetiva, difícil de definir exatamente, forte componente emocional. * É a resposta direta a um evento indesejável associado a lesão tecidual ou nervosa. * Alteração da função neural. * Visão geral do circuito nociceptivo: - Sob condições normais, a dor associa-se à atividade de impulsosem fibras aferentes primárias de pequeno diâmetro (C Aγ) dos nervos periféricos.Estes nervos possuem terminações sensitivas nos tecidos periféricos e são ativados por estímulos de vários tipos (mecânicos, térmicos, químicos). - A maioria dos neurônios de fibras não mielinizadas (C) é associada as terminações nociceptivas polimodais e transmitem dor profunda, difusa e em queimação, enquanto as fibras mielinizadas (Aγ) transitem do raguda e bem localizada. - As fibras C e Aγ transmitem a informação nociceptiva proveniente do músculo e das vísceras, assim como a proveniente da pele. * Modulação na via nociceptiva: - A dor aguda em geral, é bem explicada em termos de nocicepção, estímulo nociceptivo excessivo originando sensação intensa e desagradável. - Diferentemente, a maioria dos estados crônicos se associa a aberrações via fisiológica normal dando origem a hiperalgesia (aumento da intensidade da dor associada a estímulo nocivo leve), alodinia (dor provocada por estímulo não nocivo) e dor espontânea sem qualquer estímulo precipitante. Fár�a��s ��i���es * Ópio: extrato do suco da papoula Papaver somniferum que contém opiáceos - morfina, codeína e alcaloides relacionados * Opioide: qualquer substância, endógena ou sintética, que produz efeitos semelhantes aos da morfina e que são bloqueados por antagonistas como a naloxona * Analgésicos narcóticos: termo antigo para opioides; refere-se à capacidade de induzir o sono. 1. Opioides endógenos = Inibem a transmissão sináptica e são liberados em vários locais do SNC em resposta a estímulos nocivos * Encefalinas - distribuição ampla por todo o SNC. * Endorfinas - hipotálamo, núcleo do trato solitário e lobo anterior da hipófise. * Dinorfinas: hipotálamo, células superiores do lobo da hipófise. Rec����re� ���o�d�� * Distribuem-se amplamente no cérebro e na medula: - Os receptores µ são responsáveis pela maioria dos efeitos analgésicos dos opioides e por alguns dos principais efeitos adversos (depressão respiratória, constipação, euforia, sedação e dependência) - A ativação dos receptores δ resulta em analgesia, mas também pode ser pró-convulsivante. - Os receptoresκ contribuem para a analgesia em nível espinhal e podem causar sedação, disforia e alucinações. - Alguns analgésicos são mistura de agonistas κ/antagonistas µ. Mec����mo �� �ção * Todos os quatro tipos de receptores opioides pertencem à família de receptores acoplados a proteína G1/G0. Portanto, os opioides exercem efeitos poderosos sobre os canais iônicos presentes na membrana neuronal, através do acoplamento direto com proteína G ao canal. * Efeitos celulares: - Inibem a abertura de canais de cálcio (↓ neurotransmissão). - Induzem a abertura de canais de potássio (↓ excitabilidade pós-sináptica). **Neuropeptídeos = principal peptídeos relacionado com o gene da calcitonina (PRGC) e a substância P. **MOR: receptores de opioides µ * Ativam neurônios inibitórios na via descendente→ inibição da transmissão para corno dorsal. * Os opioides endógenos, a norepinefrina, a serotonina e o GABA que são liberados por neurônios inibitórios descendentes e/ou de circuito local, atuam em nível tanto pré- sináptico quanto pós-sináptico, inibindo a neurotransmissão. Ago���t�� e ��t��o��s��� * Os opioides variam não somente em sua especificidade para receptores, mas também em sua eficácia nos diferentes tipos de receptor. * Desse modo, alguns agentes atuam como agonistas ou agonistas parciais em um tipo de receptor, e antagonistas e agonistas parciais em outro. 1. Agonistas puros = Estes podem ser tanto peptídeos (endógenos ou sintéticos) e não peptídeos, como a etorfina e a metadona. Todos apresentam acentuada afinidade pelos receptores µ, em geral, afinidade mais baixa pelos sítios δ e κ. Entretanto, a metadona possui atividade sobre outros reoeptores não opioides, o que pode explicar sua grande variedade de efeitos adversos. 2. Agonistas parciais = A morfina é de fato, um agonista parcial nos receptores opioides µ. Isso pode surpreender alguns médicos devido ao fato de ela ser um potente analgésico que pode, em doses elevadas, induzir a morte em razão de depressão respiratória grave. Entretanto, quando consideramos a ativação do receptor ,a morfina apresenta eficácia intrínseca menor do que os agonista spuros. Outros fármacos opioides, notavelmente a codeína e o dextropropoxifeno, algumas vezes são denominados agonistas fracos, porque seus efeitos máximos, analgésicose adversos, são menores que os da morfina. 3. Misto de agonistas-antagonistas = Estes fármacos, representados pela nalorfina e pentazocina, combinam grau de atividadeκ agonista e µ antagonista (e fraca atividade agonista parcial). A maioria dos fármacos neste grupo tende a causar disforia, e não euforia, provavelmente por atuar no receptor k. 4. Antagonistas = Estes fármacos podem produzir muito pouco efeito quando administrados isoladamente, porem bloqueiam os efeitos dos opioides. Os exemplos mais importantes são analoxona e analtrexona. Efe���� fa���c��ó�ic�� 1. Efeitos no SNC a) Analgesia (µ) - Ação no cérebro, tronco encefálico, medula espinal e terminações periféricas dos neurônios aferentes primários - Efeitos na maioria dos tipos de dores agudas e crônicas Morfina também reduz o componente afetivo da dor Menos eficazes na dor neuropática b) Euforia (µ) - A morfina causa intensa sensação de contentamento e bem-estar - Morfina e heroína IV: ímpeto súbito (“onda”), pronunciada em pacientes angustiados - Ocorre menos com codeína c) Depressão respiratória (µ) - Pode ocorrer com doses terapêuticas. - Ocasiona a diminuição da sensibilidade do centro respiratório à PCO2 e inibição da geração do ritmo respiratório. - Causa mais comum de óbito d) Depressão do reflexo da tosse - Mecanismo não relacionado com as ações analgésicas - Codeína suprime a tosse em doses subanalgésicas; porém causam constipação como efeito adverso e) Náuseas e vômitos - Ocorrem em até 40% dos pacientes que utilizam a morfina (ação na zona quimiorreceptora do gatilho); geralmente são transitórios e desaparecem com a repetição da administração. f) Constrição pupilar (miose) - Estimulação do núcleo do nervo oculomotor (receptores µ e κ) - Pupilas puntiformes são características importantes para diagnóstico na intoxicação por opioides. 2. Efeitos no TGI (µ, δ e κ) - ↑ tônus, ↓ motilidade. - Constipação, que pode ser grave. - Diminuição do esvaziamento gástrico (altera absorção). - Aumento da pressão no trato biliar (contração esfíncter biliar) = aumenta a dor em pacientes com cálculo biliar. 3. Outras ações dos opioides: - A morfina libera histamina dos mastócitos (ação não relacionada com os receptores opioides). A petidina e o fentanil não produzem esse efeito. - Urticária e prurido no local da injeção, broncoconstrição (não deve ser administrada em asmáticos), hipotensão e bradicardia (doses elevadas). - Efeitos imunossupressores complexos (uso abusivo). Uso� �lí�i��s 1. Tratar e prevenir dor: - No pré e no pós-operatório. - Em afecções dolorosas comuns, incluindo cefaléia, dismenorréia, trauma, queimaduras. - Em muitas emergências clínicas e cirúrgicas (p. ex., infarto do miocárdio e cólica renal). - Em doença terminal (especialmente câncer metastático) ● A escolha e a via de administração dos analgésicos dependem da natureza e da duração da dor. ● Uso direcionado pela escala analgesia. 2. Reduzir dor durante trabalho de parto: - Meperidina produz menos depressão respiratória neonatal. 3. Supressão da tosse - Com doses menores que as necessárias para analgesia (Codeína, Dextrometorfano). 4. Anestesia- Agente pré-anestésico, coadjuvante de outros agentes. 5. Diarreia - Com doses menores que as necessárias para analgesia. ● Difenoxina (+ atropina); Loperamida; Elixir paregórico (Papaver somniferum). Far����ci�é��c� * Via oral, parenteral, intratecal, peridural, dispositivos de analgesia controlada (I.V, S.C). * Absorção oral variável (exceto codeína). * Grande metabolismo de primeira passagem. * Preparações de liberação prolongada. * 1⁄2 vida média de 3-6h. - Receituário de controle A1 - notificação de receita amarela (injetável, comprimido). - Opioides fracos = receituário C1 - Tramadol = também inibe recaptação de monoaminas. Sup����sa��� * Sintomas clínicos primários - “tríade de sinais” - Letargia ou coma. - Depressão respiratória - causa da morte. - Pupilas puntiformes. * Secundários - Hipotensão. - Hipotermia com pele úmida ou fria. - -Edema pulmonar. - Convulsões (principalmente em crianças). Tra����n�o * Assistência respiratória e a outras funções vitais. * Administração de antagonista opioide - Naloxona I.V (meia-vida curta ~ 30 a 80 min). - Pode precipitar síndrome aguda abstinência * Se determinado que outras drogas foram também usadas, trata-se também a superdosagem dessas drogas. Tol��â�c�a * Pode ser detectada em poucos dias * Estende-se à maioria dos efeitos farmacológicos, mas afeta muito menos as ações constipantes e constritora da pupila. * Dessensibilização dos receptores de opioides µ e alterações adaptativas em níveis celular e sináptico. * Necessário↑dose para obter analgesia. Dep���ên��a * Dependência física - ocorre após a retirada abrupta de morfina ou após a administração da naloxona. * Caracteriza-se por síndrome de abstinência. * Habituação cerebral e comportamental. * Grupos de maior risco: usuários de heroína, pacientes com dor crônica e profissionais de saúde. * Sinais menos intensos se a retirada do opioide for gradual. * Dura dias ou semanas * Mecanismos: - Ativação do sistema dopaminérgico mesolímbico. - Hiperexcitabilidade reflexa espinhal. Met����a * É usada para evitar a síndrome de abstinência e bloquear os efeitos de euforia do consumo de opioides. * Pode causar arritmia ventricular e aumento de morte associada a esse opioide. * Potencial de dependência. Bup����rfi�a * É um agonista parcial µ bem tolerado, utilizado no tratamento de manutenção, com baixo risco de sobredose e de abuso. * Normalmente associada com naltrexona (antagonista) * A dissociação a partir dos receptores é lenta com menos sinais e sintomas de abstinência em relação a outros opioide. In�e��çã� me����me���s� Ref��ê�c�a - Rang & Dale; 7ª ed.; 2012; Capítulo 41
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