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Prévia do material em texto

Brasília-DF. 
Análise CriminAl
Elaboração
Dário Daniel Dantas
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 4
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE ÚNICA
ANÁLISE CRIMINAL ................................................................................................................................ 9
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO À ANÁLISE CRIMINAL .......................................................................................... 9
CAPÍTULO 2
TIPOS DE ANÁLISE CRIMINAL ................................................................................................... 16
CAPÍTULO 3
FASES DA ANÁLISE CRIMINAL .................................................................................................. 20
CAPÍTULO 4
PRODUTOS DA ANÁLISE CRIMINAL .......................................................................................... 32
CAPÍTULO 5
COMO CRIAR UMA UNIDADE DE ANÁLISE CRIMINAL .............................................................. 47
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 55
4
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela 
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da 
Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos 
conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da 
área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional que 
busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica 
impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar 
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para 
aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de 
Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Praticando
Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer 
o processo de aprendizagem do aluno.
6
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não 
há registro de menção).
Avaliação Final
Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso, 
que visam verificar a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única 
atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber 
se pode ou não receber a certificação.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
7
Introdução
Sabemos que as empresas investem uma grande quantidade de dinheiro, tempo e 
recursos na busca de informações sobre os seus produtos e como melhorá-los. Também 
investem na aquisição de informações sobre seus concorrentes para saber o que eles 
estão fazendo e desenvolvendo. Informações sobre os clientes e o que eles desejam; 
informações sobre o próprio negócio e como suas várias divisões estão trabalhando são 
fundamentais para alcançar o sucesso almejado.
Os governos promovem ações com base nas informações colhidas junto aos seus 
eleitores, junto aos aliados e ou inimigos.
As informações ganham guerras, constroem cidades, curam enfermos, enriquecem os 
pobres e o mais relevante para nossos fins, resolvem e impedem os crimes.
As indústrias, organizações e empresas seguem estes princípios em nível operacional. 
Consequentemente, eles dedicam pessoas, unidades e divisões inteiras na coleta, 
tratamento e divulgação da informação.
As empresas têm pesquisadores de produtos e testadores, analistas de orçamento, 
analistas de gestão e pesquisadores de mercado. Cada divisão do governo tem os seus 
analistas políticos e o governo federal contrata e treina espiões e especialistas em 
inteligência para obter informações que lhe tragam vantagens. No caso específico de 
segurança pública o governo contrata especialistas chamados de analistas criminais.
Estes analistas criminais devem fornecer informações aos órgãos da polícia sobre o 
crime, a desordem, as chamadas para o serviço, a atividade policial e outras áreas de 
interesse policial. Tudo com o objetivo de ajudar as agências a fazerem o seu trabalho 
da melhor forma, com a máxima eficiência.
Especificamente, analistas criminais ajudam as agências policiais a:
 » Alocar recursos para as necessidades futuras;
 » Desenvolver estratégias e táticas para prevenir crimes futuros;
 » Detectar e resolver problemas crônicos;
 » Educar o público em geral;
 » Encontrar e capturar criminosos infratores;
8
 » Melhorar a segurança e qualidade de vida;
 » Otimizar operações internas;
 » Priorizar a alocação de patrulhas e investigadores; e
 » Solucionar crimes.
Objetivos
 » Apresentar os conceitos gerais da análise criminal.
 » Conceituar o que é a função da análise criminal.
 » Identificar os tipos de análise criminal.
 » Conhecer as fases da análise criminal.
 » Descrever os produtos da análise criminal.
 » Esboçar como criar e desenvolver uma unidade de análise criminal.
9
UNIDADE 
ÚNICAANÁLISE CRIMINAL
CAPÍTULO 1
Introdução à análise criminal
De acordo com Miranda (2008), análise criminal “é um conjunto de processos 
sistemáticos direcionados para o provimento deinformação oportuna e pertinente sobre 
os padrões do crime e suas correlações de tendências”, ou seja, “trata-se da aplicação da 
ciência na análise de fenômenos que surgem diante de nós e que devemos explicá-los”. 
Encontramos outra definição pela International Association of Crime Analysts 
(2011), “análise criminal é ao mesmo tempo uma profissão e um conjunto de técnicas. 
Os profissionais que fazem a análise criminal e as técnicas utilizadas ajudam os 
departamentos de polícia a tornarem-se cada vez mais eficazes”.
Podemos definir ainda a Análise Criminal como um processo analítico e sistemático de 
produção de conhecimento, pautado nos princípios da pertinência e oportunidade. Tal 
análise ocorre quando há possibilidade de estabelecer correlações entre ocorrências 
policiais e os padrões e tendências do histórico de criminalidade em um determinado 
local ou região.
Por outro lado, se analisarmos sob o aspecto gramatical e etimológico, análise é o exame 
detalhado de cada seção que compõe um todo, buscando compreender tudo aquilo que 
o caracteriza, ou a decomposição de um todo em partes constituintes. 
Conforme encontramos na enciclopédia livre – Wikpedia: “Em Platão a análise é motivada 
pelo seu realismo, segundo o qual as coisas são tal qual se apresentam ao intelecto, e não 
tal qual se apresentam aos sentidos”. Assim, para se compreender a realidade que se 
apresenta aos órgãos dos sentidos é preciso decompô-la. Ou seja, é um processo filosófico 
por meio do qual se vai do composto ao simples, dos efeitos às causas.
Na cultura e no ambiente policial a análise criminal é responsável por fornecer meios 
e ferramentas pelas quais se procura definir as causas do crime estudando seus efeitos. 
10
UNIDADE ÚNICA │ ANÁLISE CRIMINAL
Ainda têm por finalidade decompor os fatores e as diversas variáveis envolvidas no 
crime para estudá-las particularmente.
Segundo Harries (1999), a análise criminal pode abordar os dados de duas formas 
distintas: quantitativa e qualitativa. 
As informações como data, hora, local e tipo de crime, são quantitativas, ou seja, 
possíveis de calcular. Por outro lado, narrativas de crimes e relatórios de investigações, 
são informações qualitativas, podendo ser examinadas e identificadas com relação aos 
seus padrões e suas relações com as informações criminais. Ele ainda ressalta que os 
dados quantitativos são organizados em formato numérico ou de categorias, sendo 
primeiramente, estatística, consistindo em manipulações e observações com o objetivo 
de descrever e explicar o fenômeno.
A análise qualitativa, por sua, vez é responsável pela identificação dos fatores e variáveis 
que influenciam no comportamento criminal. Essa identificação apresenta-se como 
um processo bem mais complexo do que a quantificação, pois, além do levantamento 
dos fatores na análise qualitativa, o analista deverá conhecer a relação entre os fatores 
identificados e os comportamentos criminais. Portanto, a análise qualitativa define o 
problema a ser solucionado.
Figura 2. Representação gráfica da análise criminal.
Fonte: <http://www.bibliotecapolicial.com.br/upload/documentos/ANALISE-CRIMINAL-NOS-BATALHOES-DA-12%C2%AA-
RPM-21069_2011_8_26_17_54.pdf>.
De acordo com Silva (2003) o objetivo da análise quantitativa é encontrar respostas 
para as perguntas: “O que?”, “Quando?” e “Onde?”. Essas respostas devem ser dadas por 
intermédio da análise das estatísticas criminais e do geoprocessamento, provenientes 
dos dados registrados no sistema. Já a análise qualitativa é realizada pela Inteligência, 
que tem a incumbência de responder as perguntas: “Quem?”, “Como?” e “Porque?”, 
verificando o modus operandi, meios utilizados para consumação do crime e outros.
11
A prática da análise criminal feita pela Polícia Militar apresenta muitos ganhos, entre 
eles podemos destacar:
 » acompanhar as ações realizadas pelos colaboradores e a produção da 
organização; 
 » facilitar a identificação e localização de problemas e deficiências no 
policiamento; 
 » propor uma produção de resultados satisfatórios ao público alvo, 
atendendo às necessidades da população; 
 » proporcionar segurança para o público interno; e
 » garantir confiabilidade às informações produzidas pela corporação.
Como vimos acima, a definição de análise criminal é muito mais abrangente do 
que um simples traçado de gráficos, tabelas e mapas. Ela constitui-se no uso de 
uma coleção de métodos para planejar ações e políticas de segurança pública, obter 
dados, organizá-los, analisá-los, interpretá-los e deles tirar conclusões.
Ela envolve, principalmente, a utilização de métodos estatísticos, por meio dos quais as 
informações são tratadas e estudadas para tentar conhecer as causas que determinam o 
fenômeno da segurança pública, procurando identificar quais influências cabem a cada 
uma dessas causas.
Hoje em dia, quando tratamos de gestão do conhecimento na área da segurança pública, 
a ideia principal e imediata que nos vêm à mente é com relação às diversas ferramentas 
de TI, pois elas trouxeram inúmeras facilidades para a produção do conhecimento 
moderno. 
Um dos grandes ensinamentos encontrados no livro “A Arte da Guerra”, de Sun Tzu, é 
que as ações de gestão devem ser pautadas sob a ótica de uma produção de conhecimento 
que deem sustentação às ações de médio prazo, as quais serão a base para outras de 
longo prazo. Essas ações devem ter caráter tático e estratégico, respectivamente.
“Estratégia sem tática é a rota mais lenta para a vitória e a tática sem 
estratégia é apenas um ruído que se ouve antes da derrota.” (TZU)
O planejamento organizacional é constituído pelas ações a seguir, que juntas, orientadas, 
sequenciadas, articuladas e formalizadas, compõem o conjunto de medidas que o 
estruturam.
 » ações operacionais (curto prazo);
 » ações táticas (médio prazo); e
 » ações estratégicas (longo prazo).
12
UNIDADE ÚNICA │ ANÁLISE CRIMINAL
Utilizando esse planejamento, o gestor deve avaliar, promover e orientar suas decisões 
de curto, médio e longo prazo. Porém, gestão ou administração é o processo dinâmico de 
tomar decisões sobre a utilização de recursos, para possibilitar a realização de objetivos. 
É ainda a forma de conjugar recursos humanos e materiais de forma a atingir fins 
desejados por meio de uma organização. No entanto, uma organização é a combinação 
de esforços individuais que tem por finalidade realizar propósitos coletivos. 
Apresentamos este estudo sobre Planejamento Organizacional para explicitar que o 
tomador de decisões é o operador maior de um sistema organizacional e que no caso da 
segurança pública trata da gestão do referido setor. 
O Ciclo da Produção de Conhecimento pode ser dividido de forma didática em quatro 
fases básicas: 
1. coleta de dados; 
2. organização dos dados; 
3. processamento dos dados e análise; e 
4. disseminação do conhecimento. 
A análise criminal com suas vertentes é, provavelmente, o maior vetor de produção de 
conhecimento específico para a gestão da segurança pública. Ela possui a missão de 
revelar com clareza as características do crime. 
Ao tratarmos da análise criminal como ferramenta de gestão, é imprescindível citar 
as técnicas de georreferenciamento e mapeamento da criminalidade. A utilização de 
mapas junto com essas técnicas possibilita agregar valores de variáveis oriundas de 
diversas fontes, proporcionando uma análise capaz de orientar visualmente os gestores 
quanto aos problemas de criminalidade e questões afins. 
A principal atividade do analista criminal na produção do conhecimento é buscar 
padrões e tendências criminais que depois de identificados, constarão em seus relatórios 
de análise. Esses relatórios devem ser divulgados periodicamente a seus clientes. 
Entende-se por padrões criminais as característicasidentificáveis que se repetem em 
uma determinada série histórica, as quais podem ser vinculadas a diversos eventos 
entre si. 
Ao estudarmos os padrões criminais, devemos levar em conta que o analista criminal 
precisa focar no comportamento humano, pois se revela mais importante do que o 
enquadramento jurídico do fato, e não deve utilizar puramente o raciocínio jurídico 
para a definição da tipologia criminal. 
13
ANÁLISE CRIMINAL │ UNIDADE ÚNICA
Para uma melhor compreensão, utilizaremos o exemplo de um fenômeno criminal 
comum nas grandes cidades. 
Ao analisarmos uma série de roubos de veículos, sob a ótica jurídica à luz do artigo 157 do 
Código Penal Brasileiro, as atividades do fenômeno serão tratadas de forma igualitária, 
ou seja, a “solução jurídica base” será a mesma para todas as suas variantes. No entanto, 
na visão da análise criminal as soluções podem ser apresentadas de maneira bastante 
diferentes. Para os analistas criminais existe diferença entre o roubo de veículos para 
desmanche, roubo de veículos para trocar por drogas nas fronteiras e o roubo de veículos 
para a prática de assaltos. O tratamento para quadrilhas de desmanches de veículos não 
deverá ser o mesmo utilizado para coibir roubos com o objetivo de utilização do veículo 
como transporte e posterior abandono do bem. 
A inferência sobre um fenômeno cujo comportamento quantitativo está apontando 
para uma determinada direção deve nortear os estudos do analista, pois se o fenômeno 
criminal analisado apresentar uma tendência crescente ou decrescente, tais indicações 
contribuirão para determinar as ações prioritárias dos operadores do sistema com 
relação aos padrões criminais.
Para discutirmos os padrões criminais, utilizaremos as definições adaptadas de Boba 
(2009), que são utilizadas frequentemente pelas escolas anglo-saxônicas ao estudarem 
a vertente da análise criminal tática:
 » Series (Séries): grupo de crimes semelhantes praticados pelo mesmo 
indivíduo ou um grupo de indivíduos agindo em conjunto.
Ex.: motoqueiros realizando roubos sequenciados em postos de 
combustíveis; 
 » Spree (Farra): um tipo específico de séries, caracterizada pela 
alta frequência da atividade criminal dentro de um espaço de tempo 
extremamente curto, parecendo quase contínua.
Ex.: furto de aparelhos de som dos carros estacionados próximos a casa 
de espetáculos.
 » Hot Spot (Ponto Quente): um grupo de crimes semelhantes cometidos 
por um ou mais indivíduos em locais próximos. 
Ex.: área residencial tranquila que passa a registrar vários furtos a 
residências em um determinado período – fenômeno que ocorre nas 
casas de praia em baixa temporada.
14
UNIDADE ÚNICA │ ANÁLISE CRIMINAL
 » Hot Product (Produto Quente): tipo de crime cometido por um ou 
vários indivíduos cujo alvo é um tipo específico de produto.
Ex.: furto de aparelhos de telefonia móvel de transeuntes nos centros das 
grandes cidades; Determinada marca e modelo de veículo; 
 » Hot Local (Local Quente): um grupo de crimes semelhantes cometidos 
por um ou mais indivíduos, no mesmo local.
Ex.: uma sala de cinema com diversos incidentes de grafite ou um posto 
de gasolina assaltado diversas vezes. 
 » Hot Dot (Entidade Quente): são indivíduos (criminosos, vitimas ou 
testemunhas) que possuem relação direta com vários eventos criminosos.
Ex.: o porteiro do prédio que diariamente presencia pequenos furtos 
a transeuntes em frente a portaria do prédio em que presta serviços, é 
considerado um “Hot Dot”.
 » Hot Target (Alvo Quente): são os locais considerados alvos potenciais 
de criminosos.
Ex.: Postos de Combustíveis.
A essência da análise criminal é auxiliar o esforço realizado pela corporação na captura 
de criminosos. Por exemplo, um policial pode se deparar com um incidente envolvendo 
roubo, no qual o suspeito tenha a tatuagem de uma cobra no braço esquerdo. O analista 
criminal pode auxiliar, procurando dados para identificar indivíduos com tal tatuagem.
Segundo Deladurantey (1995), sem uma análise adequada, a informação não contribuirá 
efetivamente para o alcance dos objetivos estratégicos da instituição policial. Caso a 
instituição não possua capacidade analítica, as informações brutas permanecerão sem 
tratamento, ou seja, o ciclo da produção de conhecimento não poderá ser concluído e, 
consequentemente, as informações que poderiam ser úteis para a gestão, serão perdidas 
nos bancos de dados, inviabilizando a correta orientação e assessoramento ao gestor.
Conforme visto acima a análise criminal possui três grandes vertentes: 
1. Análise Criminal Estratégica – ACE: tem como objetivo estudar 
os fenômenos e suas influências em longo prazo e possui como 
focos principais a formulação de políticas públicas; produção de 
conhecimento; planejamento e desenvolvimento de soluções; interação 
com outras secretarias na construção de ações de Segurança Pública; 
direcionamento de investimentos; formulação do plano orçamentário; 
15
ANÁLISE CRIMINAL │ UNIDADE ÚNICA
controle e acompanhamento de ações e projetos e formulação de 
Indicadores de desempenho.
2. Análise Criminal Tática – ACT: tem como objetivo estudar os 
fenômenos e suas influências em médio prazo. Ela tem como objetivo 
realizar a produção de conhecimento voltado para os operadores de 
segurança pública, que no jargão policial são conhecidos como “homens 
da linha de frente”, tanto das polícias ostensivas, quanto das polícias 
investigativas. Seus focos prioritários são a produção de conhecimento 
para orientar as atividades de policiamento ostensivo nas atividades 
preventivas e repressivas. Na área investigativa ela facilitará, subsidiará 
e indicará possíveis pistas na busca da solução dos casos concernentes à 
busca da autoria e materialidade dos delitos. 
3. Análise Criminal Administrativa – ACA: seleciona os assuntos 
que serão divulgados para cada cliente. Tem como principal função o 
fornecimento de informações sumarizadas para seus diversos públicos, 
sejam eles cidadãos, gestores públicos, instituições públicas, órgãos 
internacionais, organizações não governamentais etc.
O analista criminal, no exercício de suas funções, realiza basicamente três processos 
iniciais: 
1. mapeamento da região a ser estudada; 
2. mapeamento do fenômeno criminal; e 
3. georeferenciamento dos dados obtidos com as pesquisas nos bancos de 
dados. 
16
CAPÍTULO 2
Tipos de análise criminal
Segundo Bair, Boba, Fritz, Helms e Hicks (2002) há cinco tipos de análise criminal: 
1. análise investigativa, que utiliza os dados menos agregados e mais 
qualitativos; 
2. análise de inteligência, que auxilia pessoas comprometidas na 
identificação de redes criminosas e na captura de indivíduos para, 
consequentemente, evitar a atividade criminal; 
3. análise criminal tática, que utiliza apenas crimes e atividades 
relatadas à polícia, logo, os dados são mais agregados e, de certa forma, 
menos abundantes que aqueles, usados na análise de inteligência ou na 
análise investigativa criminal; 
4. análise criminal estratégica, que consiste primeiramente na análise 
quantitativa de dados agregados, com objetivos principais de auxiliar 
na identificação e análise de problemas de longo termo, como tráfico de 
drogas ou roubo e conduzir estudos para investigar ou avaliar respostas e 
procedimentos relevantes, e 
5. análise criminal administrativa, que consiste na apresentação de 
descobertas interessantes à população sobre conceitos práticos, políticos 
e legais referentes à administração da corporação, ao conselho municipal 
e aos cidadãos. 
Entretanto, no Brasil, conforme apresentado no capítulo anterior, a grande maioria dos 
cursos apresenta a análise criminal dividida em três tipos, que iremos analisar mais 
detalhadamente.
Análise Criminal Tática
Esse tipo de análiseé um processo analítico de produção de conhecimento com o intuito 
de oferecer suporte às atividades policiais operacionais, ou seja, policiamento ostensivo 
e investigação, visando subsidiar respostas tempestivas das autoridades policiais às 
ocorrências criminais num determinado momento e lugar.
Dessa forma, são produzidas informações fundamentais para apoiar os elementos 
operacionais quanto à identificação de tendências criminais naquele ambiente 
específico, favorecendo uma consequente e imediata prevenção e repressão ao crime.
17
ANÁLISE CRIMINAL │ UNIDADE ÚNICA
Portanto, o objetivo instrumental da análise criminal tática é a identificação imediata 
de tendências quantitativas ou a distribuição espaço-temporal, e definir padrões da 
criminalidade, ou seja, o modus operandi. Nesta definição de padrões estão incluídas 
as sequências de baixa, média e alta frequência das ocorrências bem como os pontos 
geográfico-espaciais de rápida acumulação de fatos delituosos ou pontos quentes. 
Essa análise inclui a combinação de dados relativos a ocorrências específicas com os 
dados das grandes bases históricas das ocorrências policiais, visando identificar as 
relações entre as diversas variáveis como, método, data e hora, local e instrumentos 
utilizados, no sentido de identificar a prisão dos autores de delitos.
De outra forma, podemos afirmar que por meio da identificação de aspectos específicos da 
criminalidade, a análise tática produz informações que podem abreviar o esclarecimento 
das ocorrências, vinculando um determinado indivíduo ou grupo aos respectivos modus 
operandi à autoria de um delito, o qual será investigado num dado momento.
Dentre seus principais focos estão:
 » a produção de conhecimento para orientar as atividades de policiamento 
ostensivo nas atividades preventivas e repressivas; e
 » a produção de conhecimento para subsidiar a polícia investigativa nas 
soluções das ocorrências criminais, principalmente na busca da autoria e 
materialidade dos delitos.
Análise criminal estratégica
Figura 3. Análise de vínculos da investigação criminal. 
Fonte: <http://jus.com.br/artigos/10002/a-descoberta-e-a-analise-de-vinculos-na-complexidade-da-investigacao-criminal-moderna/3>.
18
UNIDADE ÚNICA │ ANÁLISE CRIMINAL
Essa análise está voltada para a solução de problemas de longo alcance na gestão da 
segurança pública, utilizando-se de metodologias de construção de cenários futuros em 
que as premissas básicas indicam padrões e tendências.
Seus focos principais são:
 » controle e acompanhamento de ações e projetos;
 » direcionamento de investimentos;
 » formulação de indicadores de desempenho;
 » formulação de políticas públicas;
 » formulação do plano orçamentário;
 » interação com outras secretarias na construção de ações de segurança 
pública;
 » planejamento e desenvolvimento de soluções; e
 » produção de conhecimento para redução da criminalidade.
A análise criminal estratégica inclui ainda a preparação de relatórios estatísticos 
criminais, bem como a realização de estudos e a elaboração de planos para a identificação 
e aquisição de recursos futuros para a gestão.
Podemos dizer que essa análise está voltada para a formulação de estratégias 
operacionais na busca de soluções para problemas gerais. Produzindo, assim, 
informações que servirão de base para a alocação de recursos institucionais, incluindo 
a definição das áreas físicas de atividade policial e dias e horários do emprego 
da força policial. Ela ainda deve identificar atividades criminais fora do padrão 
comum de ocorrências criminais com frequência inferior ou superior aos valores 
usuais.
Portanto, a análise estratégica pode ajudar a identificar anomalias na segurança pública, 
possibilitando um redimensionamento da prestação de serviços policiais, maximizando 
sua efetividade e eficiência. Tais atribuições ficam declaradas na redução ou supressão 
de problemas crônicos, que poderá contribuir com o desenvolvimento de políticas 
comunitárias e de soluções de problemas na gestão da segurança pública.
Concluindo, essa análise tem como objetivo principal, trabalhar de forma a identificar 
as tendências da criminalidade. 
19
ANÁLISE CRIMINAL │ UNIDADE ÚNICA
Análise Criminal Administrativa
A análise criminal administrativa está mais focada nas atividades de produção de vários 
tipos de conhecimento, incluindo o econômico, geográfico, social e organizacional. 
Tendo como principal finalidade, subsidiar e instrumentalizar a gestão policial, a 
gestão do executivo local e dos grupos da sociedade organizada, ou seja, conselhos 
comunitários. Ela desenvolve projetos de longo alcance nas áreas financeira, política e 
legislativa, onde sua participação é crucial para a gestão orçamentária, de pessoal e de 
relações públicas.
Ela trata mais especificamente da produção do conhecimento voltado para o público 
alvo, ou seja, ela seleciona os assuntos que serão divulgados para cada cliente. Dentre 
seus principais focos estão:
 » comparações com outras cidades similares;
 » comparações com períodos similares passados;
 » elaboração de estatísticas descritivas;
 » elaboração de informações gerais sobre tendências criminais; e
 » fornecimento de informações sumarizadas para seus diversos públicos 
– cidadãos, gestores públicos, instituições públicas, organismos 
internacionais, organizações não governamentais etc.
20
CAPÍTULO 3
Fases da Análise Criminal
Figura 3. Fases da análise criminal.
Fonte: <http://inteligenciaeseguranca.blogspot.com/>.
Ao tratarmos das fases da análise criminal um ponto importante a ser evidenciado é 
a diferença entre a inteligência e a informação. Muitas vezes elas são apresentadas 
como sinônimos, mas a informação por si só não é inteligência, pois não há inteligência 
sem análise. A inteligência é o resultado da análise dos dados (BUREAU OF JUSTICE 
ASSISTANCE, 2005).
Os dados são referências não elaboradas e ainda não interpretadas que, em sua forma 
bruta, não conduzem à compreensão de um fato dentro de um contexto (PEREIRA, 
2006). A informação, por outro lado, é o dado trabalhado que propicia o aumento 
do conhecimento e a informação estatística e, mais especificamente, pode servir de 
suporte para o diagnóstico do ambiente e a formulação de políticas públicas. Portanto, 
os dados representam as informações que devem ser processadas e divulgadas para 
que se transformem em conhecimento e sejam analisadas para auxiliar na tomada de 
decisão. Ou seja, ser utilizada de maneira “inteligente” (GRACIOSO, 2003).
De forma análoga, Amey, Hale e Uglow (1996, p.45) definem a informação como 
“uma série de observações, medições ou fatos; conhecimentos de eventos ou situações 
específicas e oportunas”. A inteligência é definida como “informações analisadas na 
tomada de decisões para o emprego de recursos na prevenção do crime ou na repressão 
de criminosos”. 
Ractcliffe (2008) afirma que a inteligência direcionada à análise criminal de qualidade 
deve abranger não apenas informações de vigilância obtidas junto a criminosos e 
21
ANÁLISE CRIMINAL │ UNIDADE ÚNICA
informantes, mas também os dados produzidos pela polícia, os dados socioeconômicos 
e demais dados de outras instituições públicas relacionados à segurança.
A partir da coleta dos dados, são produzidas informações que permitem a elaboração 
de inteligência. Assim, a integração dos sistemas de informação colocada à disposição 
da polícia deve ampliar a variedade de dados, permitindo a definição de um ambiente 
criminoso. A inteligência torna-se então primordial para o planejamento estratégico 
melhorando a orientação dos recursos e decisões gerenciais. É exatamente por 
isso que a incorporação da inteligência ao processo de planejamento depende do 
compartilhamento de informações afim de que se torne uma política sustentável, ao 
invés de simplesmente uma prática informal nas organizações de segurança. 
Conforme Osborne e Wernicke (2003), a análise criminal baseia-se no avanço da 
tecnologia para possibilitar a examinação de uma maior quantidade de dados. Tem 
como principal objetivo produzir inteligência destinada aos investigadores, aos policiais 
responsáveis pelo patrulhamento e principalmente para gestores com o objetivo de 
qualificar o trabalho da polícia na prevenção e manutenção da paz social. 
O Ciclo da Produção de Conhecimento está diretamente relacionado à produção da 
inteligência e podemos estudar as fases da análise criminal sob a mesma ótica, dividindo 
em quatro fases básicas: 
1. Coleta de dados. 
2. Organização dos dados. 
3. Processamento dos dados e análise. 
4. Disseminação do conhecimento. 
Coleta de dados
A coleta de dados é a fase inicial da Análise Criminal e todo o processo pode ser 
comprometido caso esta fase não seja realizada com a devida atenção e eficiência 
necessárias.
As ocorrências de maneira geral podem apresentar-se de três formas: 
1. Problemas imediatos: as chamadas individuais para o serviço e crimes 
(incidentes e incidentes graves). 
2. Problemas de curto prazo: repetir incidentes e padrões. 
22
UNIDADE ÚNICA │ ANÁLISE CRIMINAL
3. Problemas de longo prazo: os locais problemáticos, áreas problemáticas, 
os infratores com problemas, vítimas de problemas, produtos de problemas, 
e problemas compostos.
Problemas imediatos
Problemas considerados imediatos são ocorrências isoladas solucionadas dentro de 
minutos, horas ou poucos dias. As ocorrências são resolvidas por oficiais de patrulha 
e detetives que utilizam as habilidades de investigação aprendidas no treinamento da 
polícia de base ou de investigação intensiva. 
Estas ocorrências podem ser divididas em:
 » Incidentes: são eventos individuais que um policial resolve ou descobre 
enquanto patrulha. Os incidentes são registrados pelos policiais por meio 
das chamadas feitas pelos cidadãos e incluem criminalidade, desordem 
ou tarefas de serviços relacionados, tais como distúrbios, roubo em 
andamento, acidentes de trânsito e todos aqueles que geralmente ocorrem 
e são resolvidos em poucos minutos ou horas. Os agentes policiais 
normalmente conduzem estas ocorrências com o objetivo de resolvê-los 
tão rápida e eficazmente quanto possível, ao mesmo tempo, de acordo 
com as leis e políticas da competência ao órgão policial.
 » Incidentes graves: são eventos individuais que surgem a partir de 
chamadas consideradas mais graves pelas leis e políticas do departamento 
de polícia, portanto, requerem investigação adicional para uma resposta. 
Incidentes graves são eventos como estupros, negociações de reféns, 
homicídios, mortes no trânsito ou assaltos à mão armada. Eles ocorrem 
dentro de minutos, mas podem demorar dias, semanas ou em alguns 
casos, meses para serem resolvidos. 
Problemas de curto prazo
Problemas considerados de curto prazo são aquelas que ocorrem ao longo de vários dias 
ou semanas e normalmente requerem um curto prazo. Os problemas de curto prazo são 
divididos em duas categorias: incidentes repetitivos e padrões.
 » Incidentes repetitivos ou mais incidentes: são aqueles semelhantes 
em sua natureza e que ocorrem num mesmo local. Eles estão normalmente 
relacionados com atividades não criminosas. Por exemplo, distúrbios, cães 
latindo, jovens cantando e reunidos nas praças ou acidentes de trânsito. 
23
ANÁLISE CRIMINAL │ UNIDADE ÚNICA
 › No entanto, algumas vezes podem apresentar-se como disputas 
interpessoais e crimes entre pessoas que se conhecem. Por exemplo, 
brigas de bar, violência doméstica, crimes de drogas, e disputas entre 
vizinhos. A repetição destes incidentes acontece dentro de horas, dias 
e em alguns casos poucas semanas. 
 › A análise das respostas a incidentes repetitivos foca na identificação 
de endereços com chamadas repetidas para soluções de problemas 
imediatos com uma variedade de respostas da polícia e outros órgãos.
 » Padrões: dois ou mais crimes que parecem estar relacionados com a 
vítima, agressor, localização ou propriedade que normalmente ocorrem 
durante dias, semanas ou meses. Os padrões focam nos crimes em que 
a vítima e o agressor não se conhecem; por exemplo: estupro, roubo 
ou furto de veículos. A análise dos padrões deve ser sistematicamente 
conduzida por analistas criminais e as respostas deverão se concentrar 
em estratégias imediatas e tradicionais para a redução da criminalidade, 
essas empregadas pela polícia.
Problemas de longo prazo
Problemas considerados de longo prazo são aqueles que ocorrem ao longo de vários 
meses ou anos e decorrem de oportunidades sistemáticas decorrentes do comportamento 
cotidiano. Problemas de longo prazo exigem uma análise mais abrangente, pois uma 
série de fatores pode contribuir para que o problema evolua ao longo do tempo e as 
respostas provavelmente exijam parcerias com a comunidade e outros órgãos. 
Esses problemas podem consistir em uma atividade comum de desordem, como festas 
ou excesso de velocidade em áreas residenciais ou ainda em atividades criminosas 
graves; por exemplo: assalto à mão armada ou roubo residencial. 
Os tipos de problemas de longo prazo incluem: 
 » As vítimas problema: chamados de vítimas repetidas, ou seja, são as 
vítimas que compartilham de características semelhantes.
 » Infratores problema: também chamados de reincidentes, são 
pessoas que cometeram uma quantidade desproporcional de crimes com 
características semelhantes.
 » Locais problemáticos: são endereços específicos ou estabelecimentos 
de risco, em que há concentração de crimes ou atividades problemáticas. 
24
UNIDADE ÚNICA │ ANÁLISE CRIMINAL
Essas áreas chamadas de pontos quentes são relativamente pequenas e 
apresentam uma quantidade desproporcional de crimes ou atividades 
relacionadas. 
 » Produtos problema: também chamados de produtos quentes, são 
classes de produtos alvo de crimes que partilham características que os 
tornam atraentes e vulneráveis em várias situações para vários tipos de 
criminosos.
Organização dos dados
Podemos observar um aumento na taxa de incidentes criminais em todos os países em 
desenvolvimento. Isso em virtude do somatório de muitas variáveis como o aumento 
no controle das ocorrências devido ao desenvolvimento da tecnologia, aumento dos 
problemas sociais, mudanças políticas, econômicas e ambientais.
A distribuição dos incidentes ligados aos fenômenos humanos não é geograficamente 
aleatória, pois depende de vários fatores, incluindo a atração de alvos potenciais e 
conveniência geográfica para o criminoso. Obviamente, os crimes não deixam de ser 
cometidos espontaneamente e os departamentos de polícia, no seu dever de proteger 
os cidadãos e tomar precauções para minimizar os riscos de crimes, têm muito a fazer. 
Após a coleta dos dados nas diferentes formas vistas no item anterior, a polícia precisa 
organizar os dados para identificar os locais e horários em que são mais propensas a 
atividade criminosa. Para reduzir ou eliminar os crimes, uma organização dos dados 
torna-se essencial para a prevenção da criminalidade.
A geografia tem sido um recurso valioso para o processo de investigação criminal, 
sociólogos e criminologistas afirmam que a geografia tem um papel fundamental no crime. 
Sendo assim, as polícias começaram a perceber a vantagem de usar o pin-mapas – mapas 
nas paredes com identificações que detalhavam a distribuição de eventos criminais. 
Figura 4. Mapa com pinos.
Fonte: <http://portuguese.alibaba.com/product-gs/sweet-map-push-pin-513580538.html>.
25
ANÁLISE CRIMINAL │ UNIDADE ÚNICA
Quando os detetives passaram a integrar esses mapas no âmbito das suas 
investigações, elesforam capazes de visualizar e explorar os crimes em relação à sua 
paisagem envolvente. Se os contingentes policiais fossem determinados com base 
apenas em dados demográficos poderia resultar em recursos sendo alocados de forma 
inadequada. Por exemplo, os parques não tem nenhum habitante, mas eles são mais 
propensos a incidentes. 
Block (1998) menciona a relação entre incidentes e região geográfica:
 » conjuntos de dados de transporte público;
 » conjuntos de dados de uso do solo, contendo informações sobre cada 
parcela de terra na cidade, por exemplo: vagos, abandonados, residenciais 
ou comerciais, estado de conservação, loja de conveniência e assim por 
diante;
 » escolas;
 » locais de emergência;
 » organizações comunitárias;
 » parques e outras áreas abertas.
A utilização das informações do Sistema de Informação Geográfica – SIG para 
identificar a localização de um incidente e quaisquer outras características geográficas 
associadas a um evento criminoso podem fornecer pistas para identificar os suspeitos, 
auxiliar no projeto de prevenção ou apreensão estratégias, ajuda na avaliação de 
programas e na obtenção de uma melhor compreensão do ambiente e dos fatores que 
podem afetar o incidente.
Com o SIG a polícia é capaz de produzir mapas eletrônicos mais versáteis, combinando 
suas bases de dados de localização dos incidentes relatados com mapas digitalizados das 
áreas em que elas atuam. O SIG abre novas oportunidades para o uso do mapeamento 
digital para o controle de incidentes e programas de prevenção. Ele também permite que 
o pessoal da polícia faça planos de forma eficaz para situações de emergência, determine 
prioridades de mitigação, analise acontecimentos históricos e preveja eventos futuros; 
ele ainda ajuda a determinar locais de incidentes potenciais e facilita explorar a relação 
entre incidentes e localização geográfica.
Uma das formas mais eficientes de se analisar dados numéricos é por meio de gráficos, 
no caso específico da análise criminal essa apresentação se dá pelos chamados mapas 
criminais. Como outras formas de visualização, os mapas são o resultado da atividade 
científica que engloba a formulação de hipóteses, coleta de dados, análise, avaliação de 
26
UNIDADE ÚNICA │ ANÁLISE CRIMINAL
resultados e avaliação se a hipótese inicial deve ser aceita ou rejeitada em favor de uma 
versão modificada. 
Crimes, assim como tudo ao nosso redor, acontecem no tempo e espaços determinados. 
Os espaços e os locais podem ser vistos e medidos com bastante facilidade por meio 
de sistemas de referência simples. No entanto, o tempo é mais difícil de entender e os 
mapas tentam representar o tempo de várias maneiras, incluindo:
 » Instante: tempo específico do evento. Quando ocorrem incidentes 
criminais e onde?
 » Duração: quanto tempo um evento ou processo durou em um espaço 
específico? Por exemplo, quanto tempo uma taxa de criminalidade 
permanece acima ou abaixo de um determinado nível em uma área 
particular? Quanto tempo persistiu um ponto quente (uma área de alta 
criminalidade)?
 » Tempo estruturado: espaço padronizado pelo tempo de patrulha, 
planilhas das delegacias e postos.
 » Distância ao longo do tempo: muitas vezes, nós expressamos 
distância como o tempo. Por exemplo: “Qual é a distância? Cerca de 20 
minutos.”. Outra aplicação seria uma investigação para ver se o suspeito 
poderia ter viajado a partir do último lugar que ele foi visto até o local do 
crime dentro de um determinado período de tempo.
Não há dúvida de que o tempo é um elemento importante no mapeamento da 
criminalidade devido à maneira estruturada de tempo em que as coisas estão 
organizadas em departamentos policiais. Para ilustrar tendências, os mapas podem 
ser preparados em período semanal, mensal, trimestral ou anual. Os mapas com base 
no tempo podem ser ainda mais refinados temporalmente, adicionando a dimensão 
deslocamento. 
A importância de selecionar períodos de tempo adequados para o mapeamento não pode 
ser subestimada. Por exemplo, um mapa que abrange um mês pode mascarar variações 
semanais dignas de nota, ou mapas semanais poderiam esconder mudanças diárias. 
Mapeamentos com intervalos selecionados por conveniência administrativa podem 
não ser o melhor para propósitos analíticos. Por exemplo, a semana do calendário 
pode ser mais conveniente para o departamento de polícia, mas os eventos locais como 
um feriado industrial, um evento esportivo ou algum fenômeno sazonal podem ter 
relevância para as frequências dos crimes.
27
ANÁLISE CRIMINAL │ UNIDADE ÚNICA
Outro aspecto do mapeamento criminal no tempo e espaço refere-se às mudanças 
necessárias na forma de representação, pois uma das questões mais cruciais nos 
departamentos de polícia é: como os crimes mudaram neste bairro na última semana, 
mês ou ano? 
Os mapas podem ajudar a responder essa pergunta, pois simbolizam as mudanças de 
várias maneiras possíveis, tais como, mostrando o crime como uma superfície, com picos 
que representam altos níveis de ocorrências (zonas cinzentas) e vales representando 
baixos níveis de ocorrências (áreas vermelhas) conforme a figura abaixo. 
Figura 5. Mapa com o agravamento dos crimes.
Fonte: U.S. Department of Justice Office of Justice Programs.
Iniciaremos nossas considerações sobre a organização do Banco de Dado – BD falando 
de DW (Data Warehouse).
O DW é um depósito de dados digitais que serve para armazenar informações detalhadas 
de uma empresa, criando e organizando relatórios por meio de históricos que são 
posteriormente utilizados para ajudar a tomar decisões importantes com base nos fatos 
apresentados.
O DW serve para recolher informações de uma empresa para que essa possa controlar 
melhor um determinado processo, disponibilizando uma maior flexibilidade às 
pesquisas e às informações que necessitam.
Além de manter um histórico de informações, o DW cria padrões, melhorando os dados 
analisados de todos os sistemas, corrigindo os erros e reestruturando os dados sem 
afetar o sistema de operação, apresentando somente um modelo final e organizado para 
a análise.
28
UNIDADE ÚNICA │ ANÁLISE CRIMINAL
O DW possibilita a análise de grandes volumes de dados coletados dos sistemas 
transacionais – OLTP. São as chamadas séries históricas que possibilitam uma melhor 
análise de eventos passados, oferecendo suporte às tomadas de decisões presentes e a 
previsão de eventos futuros. 
Um Sistema de Banco de Dados – SBD possui as seguintes características:
 » integridade e consistência; 
 » restrições; 
 » segurança e privacidade; 
 » restauração; 
 » reorganização e eficiência.
Segundo O’Brien (2004, p. 76) tem-se como vantagens no uso de Sistema de Banco de 
Dados – SBD:
 » Redundância reduzida: os dados são organizados por um SBD e 
armazenados em apenas um local.
 » Maior integridade de dados: como os dados estão em apenas um local, 
não existe o perigo de existirem cópias mantidas em locais separados.
 » Manutenção mais fácil: o SBD cumpre a tarefa de atualizar os 
dados comandados de diversos programas, ficando transparente ao 
programador e ao usuário final.
 » Independência entre dados e programas: o programa não é afetado 
pela localização do dado, bem como novos dados podem ser agregados ao 
banco a qualquer momento. 
 » Padronização do acesso aos dados: para acessar os dados, diversos 
programas utilizam os mesmos procedimentos.
 » Fontes de dados compartilhadas: é fácil localizar o fluxo que o dado 
faz, desde sua origem até seu destino, dentro do banco de dados.
Dessa forma, pode-se perceber que são inúmeros os benefícios proporcionados por 
um Sistema de Banco de Dados, que poderão auxiliar sobremaneira as atividades 
realizadas.
29
ANÁLISE CRIMINAL │ UNIDADE ÚNICAProcessamento dos dados e análise
Peterson (1995) desenvolveu diversas teorias e modelos para explicar como a informação 
visual é processada:
 » Modelo fásico: a informação visual caminha ao longo de três estágios 
(ou fases) da memória. O primeiro (icônico) é muito curto e lida com o 
reconhecimento inicial. O segundo (armazenagem visual de curto prazo) 
é mais longo, porém tem menos capacidade, introduzindo então a questão 
da complexidade. A mudança do icônico para o de curto prazo demanda 
atenção. A informação é então enviada para a memória visual de longo 
prazo. As imagens de longo prazo constituem pistas que auxiliam o 
reconhecimento de novos estímulos visuais.
 » Teoria do padrão de reconhecimento: as imagens icônicas são 
convertidas em algo reconhecível pelo padrão de associação.
 » Modelo computacional: esse sofisticado modelo tridimensional se 
assemelha ao processo de abstração na cartografia.
Figura 6. Processamento de dados.
Fonte: <http://portaldoamazonas.com/representantes-das-empresas-estatais-de-processamento-de-dados-do-pais-reunem-
se-em-manaus>.
Lembramos que a produção do mapa é só metade do caminho, pois precisamos nos 
preocupar com a forma como ele será interpretado pela audiência. A armazenagem de 
pistas para a interpretação das imagens visuais na memória de longo prazo significa que 
a familiaridade proporciona uma vantagem substantiva na interpretação dos mapas. 
Frequentemente, esquecemos o fato de que nosso mapa é extremamente familiar para 
nós mesmos, porém pouco ou nada familiar para aqueles que não possuem pontos de 
referência em sua memória de longo prazo, ou que não tiveram tempo suficiente para 
estudar e processar os detalhes.
30
UNIDADE ÚNICA │ ANÁLISE CRIMINAL
Disseminação do conhecimento
Uma das características mais importantes da análise criminal é que os dados de um 
determinado caso, ou seja, os fatos que o tornaram solucionável, não permanecem 
os mesmos. As semelhanças entre os casos são muitas vezes inutilizáveis na solução 
de outros. 
Por meio do desenvolvimento de conjuntos de procedimentos rotineiros, uma 
organização destinada a solucionar crimes pode inibir suas próprias habilidades 
para fazê-lo. Para aumentar a eficácia, a organização deve ser capaz de adaptar-se às 
circunstâncias particulares envolvidas, tanto numa base “caso a caso”, quanto em uma 
base mais geral.
A fim de fazer essas adaptações, as unidades de campo precisam ter acesso a dados 
contextuais sobre as condições locais e eles precisam ser capazes de analisar os dados 
em uma variedade de maneiras. 
A literatura recente sobre as organizações sugere fortemente que a tomada de decisão 
descentralizada aumenta a eficácia de uma organização que enfrenta circunstâncias 
em constante mutação. A organização descentralizada aproveita o conhecimento de 
seus trabalhadores, permitindo-se ajustar rapidamente às circunstâncias locais. É 
mais eficaz quando as circunstâncias variam em diferentes áreas de responsabilidade 
organizacional e ao longo do tempo, como é o caso na maioria dos departamentos de 
polícia urbanos. 
O aumento da capacidade dos oficiais que patrulham as ruas e dos detetives para 
responder à evolução das circunstâncias, permite ao departamento de polícia reagir 
de forma adequada e eficaz para uma grande variedade de condições encontradas nos 
serviços urbanos. 
O mapeamento proporciona benefícios além da sua utilidade, como um mecanismo 
para representar os dados de um modo mais compreensível. Ele facilitada muito a 
comunicação entre grupos que não se conhecem, como a comunidade, polícia, oficiais 
de patrulha e detetives. 
Os mapas em si podem ter sido uma das causas da melhoria nas comunicações. O mapa 
é um dispositivo de comunicação muito melhor do que uma lista de infrações. Com 
a finalidade de comunicar as características de crime de uma comunidade, o velho 
ditado, “Uma imagem vale mais que mil palavras” é certamente o caso. Além disso, os 
mapas facilitam o intercâmbio das informações entre grupos com diferentes origens 
porque forçam as partes a serem mais específicas no que diz respeito à localização e ao 
tipo de crime. Porque o diálogo sobre a segurança da vizinhança é muito mais sobre a 
31
ANÁLISE CRIMINAL │ UNIDADE ÚNICA
distribuição espacial da criminalidade como a frequência de crime, o uso de um meio 
geográfico para troca de informações ajuda as organizações, tanto a polícia como a 
comunidade, a identificar os pontos quentes e concentrar seus esforços sobre eles. 
No que diz respeito aos pontos quentes, os mapas servem para concentrar a discussão 
sobre especificidades e foi um meio eficaz de transmissão de informações entre os 
diversos grupos. A implementação de sistemas computacionais também pode fornecer 
uma explicação parcial para a melhoria das comunicações. O fato de que uma organização 
comunitária pode receber pela internet dados da polícia sobre criminalidade, torna 
mais provável que a organização da comunidade irá utilizar as informações para se 
proteger e se resguardar de novos crimes. 
O analista deve considerar qual é o método mais eficiente e eficaz de divulgação, porque 
muitas vezes o método mais fácil não é o mais eficaz. Por exemplo, pode ser muito simples 
publicar um boletim sobre padrão criminal por meio de e-mails para o departamento 
ou deixar panfletos em uma mesa na sala de instrução para os oficiais lerem. Mas, se os 
oficiais não verificarem regularmente seus e-mails ou se a mesa estiver cheia de outros 
folhetos semelhantes, esses métodos de divulgação podem ser ineficazes. 
A maneira mais eficaz de divulgação de informação depende das atuais circunstâncias 
específicas do departamento, e o analista deve continuamente prestar atenção ao que é 
adequado e eficaz.
32
CAPÍTULO 4
Produtos da análise criminal
De acordo com Boba e Taylor (2011), as pesquisas mostram que as estratégias policiais 
mais eficazes são aquelas que estão focadas em áreas, lugares e nos infratores, pois 
essas pesquisas contribuem para uma análise estatística da desordem e dos crimes. 
A experiência mostra que quando o alvo da polícia são os “pontos quentes”, eles podem 
ter um impacto significativo sobre a diminuição da criminalidade. O componente 
comum nas estratégias eficazes da polícia é o uso da análise criminal sistemática para 
ajudar a orientar e priorizar os esforços de redução da criminalidade. 
Como as agências de polícia são continuamente desafiadas com recursos limitados, os 
problemas de distribuição e outras pressões que testam sua capacidade de proporcionar 
qualidade de serviço de segurança pública e implementar estratégias de redução da 
criminalidade, as estratégias se tornam fundamentais.
A análise criminal é um processo que pode maximizar o uso de recursos disponíveis para 
a compreensão e endereçamento dos crimes, fornece a base para iniciativas proativas 
para prevenir o crime, monitorar o desempenho da polícia e tirar proveito dos volumes 
de informações coletadas pela polícia e outras agências. 
A análise criminal envolve o uso de grandes quantidades de dados e tecnologia, com um 
conjunto de métodos e técnicas sistemáticas que identificam padrões e relações entre 
dados de criminalidade, mas ela não substitui o trabalho de campo e as competências de 
investigação do pessoal de uma agência de polícia, mas foi concebida para complementar 
e agregar valor a esse trabalho. 
Assim, o valor de integrar a análise criminal em uma agência de polícia é diretamente 
proporcional ao aumento da eficácia das estratégias de redução da criminalidade e 
direcionar recursos limitados em controlar, reduzir e prevenir o crime.
Integração da análise criminal e as pesquisas 
de campo
Apesar da ampla disponibilidade de tecnologia para análise criminal e mapeamento 
criminal,há evidências de que muitos departamentos de polícia enfrentam obstáculos 
na produção de produtos da análise de crime que são valiosos e que podem ser utilizados 
de forma eficaz. 
33
ANÁLISE CRIMINAL │ UNIDADE ÚNICA
Um dos desafios no domínio da análise é fazer com que oficiais utilizem os resultados. 
Ou seja, a pesquisa constatou que existem dificuldades em relação à aplicabilidade e 
utilização dos produtos produzidos pela análise criminal.
Muitas barreiras foram identificadas como empecilhos à utilização efetiva da análise dos 
crimes, como uma cultura policial que questiona a legitimidade do trabalho analítico, uma 
hierarquia que pode dar pouca atenção ao pessoal civil, fragmentação organizacional, 
uma postura reacionária no policiamento e uma falta de apoio à inovação. Na grande 
maioria das agências policiais a tomada de decisão ainda é intuitiva ou política. Além 
disso, os investimentos em tecnologia e treinamento dos analistas ainda encontram 
muita resistência.
Estudos realizados nos Estados Unidos e no Reino Unido demonstraram que os 
analistas produzem relatórios com base no que é pedido pelo pessoal operacional, 
mas que, por sua vez, os oficiais não julgam úteis e relevantes o produto das análises. 
Por exemplo, um estudo no Reino Unido mostrou que os policiais desconfiam dos 
produtos das análises e de sua utilidade; no entanto, a informação fornecida é baseada 
nas solicitações dos oficiais e dos dados fornecidos por eles (The Integration Of Crime 
Analysis Into Patrol Work).
Figura 7. Produtos da análise criminal são determinados.
Fonte: <http://www.cops.usdoj.gov/Publications/e061120376_Integrating-Crime-Analysis-508.pdf>.
Os resultados sugerem que essa é uma situação inglória de uma “profecia autorrealizável” 
para os analistas, uma vez que eles são julgados com base na qualidade do trabalho dos 
outros. No entanto, outra questão também diz respeito ao valor dos produtos da análise 
criminal que são criados pelos analistas, isto é, são desenvolvidos sem a solicitação 
dos policiais. 
Os pesquisadores observam que qualquer produto da análise, não importa o quão bem 
desenvolvido e preciso, não tem nenhum valor operacional para diretores, supervisores, 
gerentes ou comandantes nas agências policiais a menos que ele esteja à disposição de 
34
UNIDADE ÚNICA │ ANÁLISE CRIMINAL
forma imediata e acessível para ser usado na orientação das atividades de redução da 
criminalidade e não apenas para ser lido e descartado. 
Além da qualidade da análise, as pesquisas também identificaram que os problemas que 
prejudicam o valor e usabilidade de produtos de análise de crime incluem a qualidade 
dos dados recolhidos por oficiais e como os agentes tentam usar a análise. Pouco se 
sabe sobre como os dados são produzidos por agentes de patrulha para fins de análise. 
As patrulhas coletam os dados oficiais, ou seja, escrevem os relatórios da polícia e 
geralmente focam no sentido de estabelecer a causa provável para a acusação e não para 
fins de análise. De fato, o estudo do Reino Unido de duas forças policiais constatou que 
a utilidade de produtos de análise criminal foi diretamente dependente da qualidade 
dos dados que os próprios oficiais produziram. 
Em contraste, a maior parte do produto da análise não serve para investigações 
criminais e gestão policial. Um estudo de 10 anos de resolução de problemas em San 
Diego, Califórnia, ajuda a explicar essa desconexão. O estudo concluiu que os oficiais de 
patrulha tendem a olhar para os problemas com um foco muito estreito, por exemplo, 
várias chamadas para um mesmo endereço. Os resultados mostraram que a observação 
intuitiva foi utilizada em quase 60% dos processos para analisar um problema, mas a 
análise formal do crime foi utilizada em menos de 10%. Consequentemente, para integrar 
a análise criminal e o policiamento, especialmente o trabalho das patrulhas, espera-se 
da literatura uma indicação que aponte para as áreas de preocupação relacionadas com 
o tipo de informação que é solicitada aos analistas, a qualidade dos dados e como os 
policiais de campo utilizarão a análise.
Liderando a integração da análise criminal e 
seus produtos
Figura 8. Integração.
Fonte: <http://www.tovek.cz/produkty-i2-analyst-s-notebook-esri>.
35
ANÁLISE CRIMINAL │ UNIDADE ÚNICA
Uma das descobertas mais surpreendentes e importantes das pesquisas realizadas 
recentemente é que a liderança tem um papel fundamental na integração da análise 
criminal em uma agência de polícia. No grupo focal e nas discussões do grupo de 
trabalho a liderança foi descrita muito mais do que a capacidade dos indivíduos de 
introduzirem a análise do crime nas agências e orientar a sua adoção.
Os grupos enfatizaram que a liderança é necessária para integrar a análise, como em 
qualquer grande mudança em uma agência, deve basear-se no mais alto posto dentro 
da agência. Ou seja, para que a análise criminal se torne plena e efetivamente integrada, 
os executivos da agência devem ser os líderes e maiores usuários dessas análises com 
foco em quatro áreas críticas: 
1. demonstrando e demandando valor;
2. ligando a prioridade das análises com a missão da organização;
3. colocando as pessoas certas nos lugares certos; e
4. priorizando a tecnologia e a qualidade dos dados.
A liderança tem sido descrita como um processo de influência social em que uma 
pessoa pede a ajuda e apoio de outras pessoas para realização de uma tarefa comum. A 
liderança deve continuamente reconhecer e articular o valor e importância da estratégia. 
O líder, por definição, é a pessoa que mostra para os demais o que é mais valioso para 
a organização. Tradicionalmente, os líderes da polícia têm enfatizado a segurança 
dos funcionários e do público, uma resposta rápida às emergências e às vítimas da 
criminalidade. Isso se aplica à integração da análise criminal também. 
Para ser integral, os princípios orientadores de uma agência de polícia também devem 
ser os princípios orientadores do esforço da análise criminal. A liderança deve ter um 
conhecimento básico de como as informações e análises podem ser utilizadas e devem 
ser capazes de ilustrar o seu valor. A liderança precisa, constantemente, reforçar a 
importância e o valor da análise, especialmente porque ela vai levar algum tempo para 
se integrar plenamente e mudar atitudes e comportamentos das pessoas, ou seja, não 
é apenas criar e divulgar um novo relatório semanal, mas uma nova forma de fazer 
negócios. Em outras palavras, a sua adoção e utilização em operações diárias não deve 
ser uma escolha, mas uma maneira de fazer as coisas.
Propósito dos produtos da análise criminal
Ao integrar a análise criminal é importante considerar as reais necessidades da 
agência e suas divisões, bem como distinguir entre os diferentes tipos de produtos da 
36
UNIDADE ÚNICA │ ANÁLISE CRIMINAL
análise criminal que podem ser úteis. Isto é essencial, pois com a riqueza de dados e 
informações que podem ser fornecidas, os produtos devem ser focados e priorizados 
para que o pessoal da polícia não fique sobrecarregado ou forneça produtos que não 
sejam relevantes para as suas atividades e responsabilidades diárias. 
A partir da experiência e dos resultados de pesquisas com os profissionais da polícia, 
duas categorias de produtos da análise criminal surgiram de acordo com a finalidade. 
Eles são: os produtos informativos que facilitam a consciência situacional e os produtos 
analíticos que direcionam as estratégias de redução da criminalidade.
Produtos informativos para a percepção situacional
A informação refere-se ao conhecimento que é comunicado sobre um fato ou circunstância 
particular. No contexto da análise criminal, refere-se a produtos que simplesmente 
fornecem detalhes sobre os incidentes individuais, por exemplo: crime,chamadas de 
serviço, prisões e acidentes; tais como “onde”, “quando” e “como” ou contagens agregadas 
de incidentes. 
Exemplos de produtos informativos incluem uma lista de chamadas em um único 
endereço ao longo de vários dias, uma lista ou mapa de liberdade condicional.
Produtos informativos fornecem fatos pessoais da patrulha com a finalidade de 
proporcionar o conhecimento da situação que é o desenvolvimento da percepção e 
compreensão do ambiente mais amplo no qual a pessoa trabalha. Ou seja, os produtos 
informativos fornecem ao pessoal de patrulha um contexto para seu ambiente de 
trabalho, mas não necessariamente induzem estratégias específicas de redução da 
criminalidade. Por exemplo, um produto informativo seria uma lista ou um mapa 
de todos os agressores sexuais registrados em uma cidade. O produto atualizado e 
disponibilizado aos diretores, supervisores e comandantes em uma base diária, 
fornece o conhecimento da situação, informando a todos onde os criminosos sexuais 
registrados vivem.
Produtos analíticos para direcionamento 
estratégico para a redução da criminalidade
Produtos analíticos são desenvolvidos por meio da análise das características 
essenciais dos dados a fim de tirar conclusões sobre as relações existentes entre os 
fatos. Eles distinguem os elementos criminais individuais das relações de grupos e 
determinam se existem relações possíveis com o objetivo de direcionar as estratégias 
de redução da criminalidade. 
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ANÁLISE CRIMINAL │ UNIDADE ÚNICA
Vejamos um produto analítico que liga seis assaltos residenciais com base nos seguintes 
fatos: a entrada é feita pelo portão deslizante traseiro e os crimes ocorrem em uma área 
de dois blocos de duplex, durante o dia, ao longo de vários dias. Esse produto dirige 
oficiais de patrulha para a área dos dois blocos durante o dia para fazer contatos de 
campo, distribuir folhetos de prevenção da criminalidade para os residentes da área e 
despachar unidades de repressão a crimes disfarçados durante o tempo do padrão. 
Outro exemplo de produto analítico é uma lista de criminosos sexuais onde os infratores 
são classificados pela quantidade de registros e pelo tipo de crime. Esse produto 
direciona energia e atenção para o pior ou para os mais recentes infratores registrados.
Tipos gerais de produtos da análise criminal
Com base em Boba (2009) apresentamos abaixo, alguns tipos gerais de produtos da 
análise criminal.
Boletins criminais
São relatórios curtos de poucas páginas que descrevem uma tendência ou padrão tático 
de curto prazo. É unânime entre os estudiosos que o boletim de ocorrência criminal é 
um dos documentos mais importantes produzidos pela polícia. 
O boletim de ocorrência policial é a forma utilizada pelos órgãos da polícia para 
formalizar a notícia crime, ou seja, de registrar da forma mais fiel os fatos ocorridos 
que devem ser levados ao conhecimento das autoridades competentes. Do ponto de 
vista de quem registra a ocorrência, ou seja, de quem fez a queixa ou registrou o crime, 
ele é o documento que comprova a sua comunicação e solicitação de providências à 
autoridade policial. 
Sendo assim, após a comunicação dos fatos, esses boletins serão analisados pelos 
analistas que adotarão providências legais, dando início ou não à investigação criminal. 
As informações contidas nesses boletins levarão a polícia a desencadear uma série de 
ações visando à prevenção e repressão ao crime, como também a adoção de medidas 
voltadas para a segurança pública.
Já vimos que a informação é a matéria prima da análise criminal e da condução das 
investigações, e ainda que o início das investigações parte dos registros informados no 
boletim de ocorrência policial, pois, esse instrumento deve ser fiel aos fatos. Registrando 
as datas, horários, locais, relacionando objetos, discriminando as pessoas envolvidas, 
descrevendo odores, manchas, sons, identificando as partes etc.
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É importante ressaltar que os agentes de investigação não devem relatar apenas o 
que eles fizeram em suas incursões, mas também o que eles não fizeram, por alguma 
razão. Por exemplo, caso o agente tenha tentado entrar em contato com uma potencial 
testemunha, mas ela não foi encontrada porque trabalha à noite. Essa é uma informação 
muito importante, pois os demais agentes terão condições de adequar os melhores 
horários para que a possível testemunha dê o seu depoimento.
A importância de que todos os crimes sejam registrados torna-se ainda mais relevante 
quando lembramos que as informações contidas nos boletins criminais são levadas aos 
órgãos superiores em forma de relatórios, que, por sua vez, elaborarão as estatísticas 
policiais com a finalidade de identificar os pontos críticos da violência, seja ela contra a 
pessoa ou contra o patrimônio. 
A partir desse mapeamento estatístico é que a Secretaria de Segurança Pública 
desenvolverá ações para prevenir e minimizar os efeitos da criminalidade, além de 
encaminhar recursos e investimentos para cada unidade policial, utilizando como 
parâmetro os índices revelados pelos registros. 
Memorandos
Memorandos são documentos em forma de carta, que resumem um pedido, expõem uma 
análise, destacam os resultados interessantes e em alguns casos fazem recomendações 
para uma análise mais aprofundada. 
Todos nós sabemos que escrever memorandos não é uma tarefa particularmente divertida 
ou interessante como manusear armas de fogo ou estar no campo de investigação. No 
entanto, é uma parte muito importante do trabalho. 
Você já leu um artigo mal escrito? Claro que sim. Não é embaraçoso? Todos querem ser 
considerados profissionais, no entanto, muitas vezes, escrevemos sem pensar ou com 
tanta pressa que não nos fazemos entender. 
Alguns memorandos estão cheios de palavras com erros ortográficos e erros gramaticais, 
mas é ainda pior quando a escrita cria mais perguntas do que respostas. 
Existe um fluxo e refluxo para escrever memorandos. O objetivo de qualquer nota ou 
é para chamar a atenção para um problema, fornecendo informações, ou para resolver 
um problema ao definir que medidas devem ser tomadas. Vejamos como fazer isso por 
meio da identificação do público-alvo, definindo o que eles precisam saber e colocando 
as informações em um formato adequado.
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Identificando o seu público
Seu público alvo deve ser limitado. Quando o comunicado estiver direcionado a um 
grupo de pessoas, devemos utilizar um boletim ou uma carta de instruções. Lembramos 
que as questões delicadas são normalmente melhor resolvidas se forem tratadas 
pessoalmente.
Seu público alvo geralmente consistirá nos decisores, ou seja, nossa comunicação 
deverá ser assertiva, respondendo a duas perguntas muito importantes: “para quem 
estou escrevendo?” e “por que precisa saber disso?”. Precisamos, ainda, considerar sua 
posição, as responsabilidades e a quais projetos essa pessoa está ligada. 
Uma vez que toda aplicação da lei tem uma estrutura burocrática e politicamente 
carregada, cada destinatário que receber seu memorando não terá uma posição ou título, 
mas será, sim, um ser humano que você precisa conhecer para que sua comunicação seja 
eficaz. Por exemplo: “como percebe as más notícias?”, “apresenta uma mente aberta?” e 
como é a sua relação com ele?”.
Ao escrever um memorando podemos pedir para que outra pessoa o leia antes de 
enviá-lo, isso pode dar-nos uma maior chance de sucesso, pois essa outra visão nos 
dará um vislumbre sobre como as informações serão recebidas.
Os militares têm uma filosofia simples para entregar informação; eles utilizam “a 
necessidade do saber” como um paradigma. Na era dos e-mails, internet e intranets, 
um memorando cuidadosamente elaborado e bem escritoé muito apreciado, ainda 
mais quando seu conteúdo for realmente relevante de alguma forma. Normalmente os 
memorandos são divididos em dois grupos, aqueles que serão lidos e arquivados, e os 
demais que serão jogados na lixeira. Eles são úteis ou não são.
Um memorando deve ser escrito com parcimônia, não devemos escrever um memorando 
para tudo e após identificar a quem e por que um memorando deverá ser escrito, 
devemos nos concentrar sobre o quê deve ser escrito. 
Dicas de Redação
Empregando algumas técnicas simples de redação podemos tornar o nosso memorando 
interessante, compreensível e assertivo. Ao definir o assunto a ser tratado devemos 
incluir a visão de onde estamos e onde queremos chegar, utilizando fatos, argumentos 
lógicos e sempre que possível incluir opções de soluções. 
Ao redigir um memorando, devemos nos certificar de que delineamos os pontos principais a 
serem tratados de forma sistemática, cronológica e divididos por categorias, se for o caso. 
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Se estivermos dando instruções, devemos verificar se elas são claras e factíveis. Se houver 
alguma margem de interpretação por parte do leitor, na qual possa aplicar o seu próprio 
julgamento, corremos o risco de que as instruções não sejam seguidas e a culpa será nossa. 
Memorandos não são cartas. Eles devem ser escritos em uma página, nunca ultrapassando 
duas. Devemos colocar apenas as informações necessárias para apresentar o nosso 
ponto de vista e transmitir as informações relevantes. 
Relatórios
Relatórios são documentos e mapas que transmitem a mesma informação em intervalos 
regulares para informar as atividades e permitirem a identificação de problemas. Estes 
produtos devem ser consistentemente formatados para que garantam reconhecibilidade 
pelos clientes e permitam comparação.
São os relatórios que fornecem informações agregadas por ano, semestre, semana ou 
diariamente e são publicados em uma base específica. Eles agregam as informações por 
localização geográfica, espaço temporal e tipos de atividade. Por exemplo, os tipos de 
crime, tipos de chamadas e acidentes e comparações entre anos. Eles também podem 
incluir comparações com outras jurisdições semelhantes bem como entre estados e 
órgãos nacionais.
Tipos de relatórios policiais
Todas as ações policiais necessitam de algum tipo de documentação, por isso, há 
um grande número de relatórios que são utilizados pelos policiais. Como a maioria 
desses relatórios são específicos para determinados tipos de eventos, a maioria dos 
departamentos de polícia adotaram formas específicas de relatórios que devem ser 
preenchidos com relação a uma ocorrência comum.
Esses formulários geralmente contêm espaços em branco, linhas ou caixas para 
obter informações específicas a serem gravadas como símbolos, números ou outros 
documentos de identificação e informação estatística. Em geral, um oficial simplesmente 
grava as informações pertinentes nesses espaços, em seguida, passa para a construção 
do corpo do relatório, que é a narrativa.
Embora a maioria dos departamentos de design imprimam as suas próprias planilhas, 
a maioria delas são bastante semelhantes em sua natureza, pois, exigem praticamente 
a mesma informação. 
Existem centenas de diferentes tipos de relatórios utilizados pelos órgãos policiais, em 
diversos lugares, mas provavelmente os quatro tipos mais comuns de formulários de 
relatório pré-impressos se enquadram nas seguintes categorias listadas a seguir:
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1. Relatórios de delitos.
2. Relatórios de incidentes.
3. Relatórios de detenção.
4. Relatórios de acidentes.
Relatórios de delitos
Relatórios de delitos são relatos de algum tipo de ação criminal. A vítima geralmente é 
um indivíduo, mas também pode ser uma organização ou entidade, também pode ser 
um negócio ou ainda uma cidade, estado ou o próprio Governo. 
Há, literalmente, centenas de tipos de violações criminais que podem ocorrer, com 
diversos alcances e consequências diferentes. Por isso, tudo deve ser considerado 
importante no que se refere ao crime relatado. Por exemplo: o que parece um assalto, 
pode não ser. Alguns eventos podem ter começado como um crime e em seguida, ter se 
transformado em outro mais grave. 
Os agentes policiais devem saber quais as informações necessárias para determinar os 
elementos que estão presentes nas ocorrências, de modo que o crime específico seja 
identificado. Todas essas informações devem ser registradas para indicar exatamente o 
que aconteceu durante o evento.
Relatórios de delitos são geralmente um dos relatórios policiais mais detalhados. Esses 
relatórios geralmente contêm mais informações sobre os métodos particulares de um 
crime, as lesões específicas ou danos materiais sofridos por uma vítima e ainda as direções 
tomadas pelo oficial na investigação do crime. Geralmente, esses relatórios contêm 
todas as informações necessárias para obter mandados de prisão para os suspeitos, 
então a maioria destas informações não é necessária no boletim de ocorrência, uma vez 
que o suspeito é levado em custódia.
Muitas vezes, essas informações são simplesmente reunidas para fins estatísticos e os 
formulários separam pouco espaço para registro narrativo. 
Relatórios de incidentes
Um relatório de incidente, também pode ser conhecido como relatório de serviço ou 
relatório de denúncia. Ele é um relatório que descreve a ocorrência de eventos específicos 
que não são considerados crimes. Se uma pessoa chamar a polícia porque observou 
algo que parece suspeito e após uma investigação descobrir que nenhum crime ocorreu, 
essas informações seriam registradas como um relatório de incidente. 
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Esses relatórios normalmente são muito curtos, mas em alguns casos podem apresentar-se 
bastante longos, dado a natureza do trabalho policial e os tipos de situações difíceis.
O relatório de incidentes, diferentemente do relatório de delitos, reserva quase toda a 
parte da página para a narrativa. Além de seu uso como um relatório de incidentes ele 
serve como fonte de informações adicionais para outros relatórios.
Relatórios de detenção
O relatório de detenção é um documento muito importante, pois revela as razões da 
perda da liberdade de uma pessoa, temporariamente. Ele deve conter informações sobre 
como e porque um policial realizou a prisão e conter todas as observações pertinentes à 
prática do crime ou crimes. 
O relatório também deverá conter informações importantes sobre a ocorrência da 
custódia, tais como: foi necessário o uso da força, por quê? Essas informações podem 
levar a outras investigações, incluindo investigações internas para determinar a conduta 
dos policiais.
O relatório de detenção é um relatório muito simples que normalmente utiliza cerca 
de dois terços da página para preencher as informações de múltipla escolha e o terço 
restante fica destinado à narrativa. Quase sempre esse relatório está impresso na parte 
de trás do relatório de incidentes, exigindo simplesmente virar a página para registrar 
uma narrativa mais longa.
Relatórios de acidentes
Os relatórios de acidentes descrevem os eventos e as causas que se desenrolam 
durante acidentes, em sua maioria, automobilísticos. Esses relatórios apresentam uma 
proporção muito maior de visualização do que qualquer outro relatório policial. 
Esses formulários são arquivados mais para fins de ressarcimento de seguros do que 
para efeitos de investigação criminal, embora muitas investigações de acidentes possam 
levar a acusações criminais. 
As empresas de seguros e as pessoas envolvidas usam o relatório de acidente para 
completar ou iniciar sua própria investigação com base nas informações desse relatório. 
Cópias de cada

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