Buscar

Desjudicialização de demandas

Prévia do material em texto

DESJUDICIALIZAÇÃO E NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL: ANÁLISE À
LUZ DAS TÉCNICAS INSERIDAS NO SISTEMA PROCESSUAL BRASILEIRO
Disjudicialization and the new Code of Civil Procedure: analysis in the light of the
thecniques inserted in the Brazilian procedural system
Doutrinas Essenciais - Novo Processo Civil | vol. 1/2018 | |
Revista de Processo | vol. 271/2017 | p. 405 - 425 | Set / 2017
DTR\2017\5621
Mônica Bonetti Couto
Doutora e Mestre pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP.
Professora permanente do Programa de Mestrado em Direito da Universidade Nove de
Julho. monicabonetticouto@yahoo.com.br
Luana Pedrosa de Figueiredo Cruz
Doutora e Mestre em Direito Processual Civil pela PUC/SP. Professora Permanente do
Programa de Mestrado em Direito da Universidade Nove de Julho. Advogada.
luanapedrosa@uol.com.br
Área do Direito: Civil; Processual
Resumo: A partir da análise do congestionamento das demandas judiciais, o trabalho
tenta apresentar a desjudicialização como técnica de desformalização da solução de
controvérsias.tendentes à diminuição da “crise numérica”, demonstrando como podem
solucionar, ainda que parcialmente, o grave problema do acionamento da máquina
judiciária de forma desnecessária e injustificada.
Palavras-chave: Desjudicialização - Técnicas de desformalização - Novo Código de
Processo Civil.
Abstract: From the analysis of the congestion of lawsuits, the paper tries to present the
disjudicialization as a technique of deformalization of the solution of
controversies.Therefore, after identifying the problems, it presents some changes made
by the New Code of Civil Procedure, aimed at reducing the “numerical crisis”,
demonstrating how they can solve, even if partially, the serious problem of triggering the
judicial machine in an unnecessary and unjustified way.
Keywords: Disjudicialization - Technique of deformalization - New Code of Civil
Procedure.
Revista de Processo • RePro 271/405-425 • Set./2017
Sumário:
1 Introdução - 2. A desjudicialização de controvérsias como técnica de deformalização -
3 O Código de Processo Civil de 2015 e a desjudicialização das demandas - 4 Conclusões
- 5 Referências bibliográficas
1 Introdução
Os estudos dedicados à jurimetria têm demonstrado um quadro de difícil superação:
milhões de processos em tramitação no âmbito do Poder Judiciário brasileiro elevam as
taxas de congestionamento e convidam à reflexão sobre possíveis alternativas para o
tratamento desta crise numérica.
A publicação da última edição do relatório Justiça em Números, do Conselho Nacional de
Justiça, retrata que são elevados os níveis de litigiosidade e de congestionamento:
estima-se que tramitam, considerada apenas a Justiça Estadual, aproximadamente 59
milhões de processos, sendo que, em 2015, o estoque aumentou em 1,7 milhões. No
que tange a Justiça Federal, existem, aproximadamente, 9,1 milhões de processos em
tramitação, de modo que, em 2015, ingressaram quase 703 mil processos.1
Desjudicialização e novo Código de Processo Civil:
análise à luz das técnicas inseridas no sistema
processual brasileiro
Página 1
Esta visão macroscópica do acervo processual nacional, permitida pelo empreendimento
das pesquisas empíricas e estatísticas, indica a instalação de uma cultura pautada na
litigiosidade exacerbada.2
Com efeito, segundo Rodolfo de Camargo Mancuso, este “demandismo judiciário
excessivo”, causado pela extrema judicialização, contribui para o fomento da crise
numérica de processos, levando à cogitação de que o direito de ação teria sido
convertido em espécie de dever de promovê-la.3
Desta forma, o descompasso entre a judicialização e a produtividade resulta no aumento
das taxas de congestionamento e consequente retardamento da prestação jurisdicional,
o que pode comprometer a efetividade do processo, compreendida como o efeito prático
e sensível que tal instrumento pretende produzir.4
Nesse contexto, observa-se que as tentativas de combate a tais mazelas repousam,
essencialmente, no âmbito da reforma da legislação processual, que busca,
simultaneamente, combater a morosidade e atribuir maior efetividade ao instrumento da
jurisdição, denotando que o processo moderno deve ser orientado sob a perspectiva de
seus resultados.5
De fato, tanto no âmbito constitucional (do qual a Emenda Constitucional 45 é o maior
expoente), quanto na esfera infraconstitucional, palco das chamadas minirreformas,
temos um crescente de modificações processuais6, denotando propensão à superação da
crise numérica pela via da restrição legislativa.7
Por isso, pode-se dizer que a adoção de tais expedientes está especialmente ligada à
perspectiva temporal da prestação jurisdicional. Neste sentido, as reformas processuais,
por mais direcionadas que sejam a determinado propósito, procuram, como
denominador comum, aprimorar o modo pelo qual os direitos são tutelados no âmbito do
Poder Judiciário mediante mecanismos de “deformalização do processo” 8. É o que se
verifica, por exemplo, na sumarização, que pode ser ilustrada pela inserção do
julgamento antecipadíssimo do mérito e improcedência liminar do pedido9 e pela
inserção de filtros de contenção recursal10 e criação de institutos para aperfeiçoar os
julgamentos repetitivos11.
Por outro lado, além desta técnica relacionada à deformalização do processo em si, que
tem por finalidade precípua reduzir o volume de casos pendentes e reduzir as taxas de
congestionamento, anota-se que o combate à crise numérica de processos também
engloba as reformas na legislação tendentes à tutelar os direitos para além do Poder
Judiciário.
Acredita-se ser essa a intenção do Código de Processo Civil de 2015, pois, dadas as
modificações implementadas no sistema de solução de controvérsias, o processo seria
um dos meios possíveis, mas não o único recurso disponível, como se o art. 5º, inciso
XXXV, da Constituição da República, contivesse uma espécie de convite à litigiosidade. E,
sob este prisma, reafirma-se que a cláusula constitucional que prevê a inafastabilidade
da jurisdição não esgota as possibilidades de efetivo acesso à justiça.12
Como recorda Kazuo Watanabe, o acesso à justiça não corresponde apenas ao acesso ao
Poder Judiciário, senão que as técnicas de pacificação, a exemplo da conciliação e da
mediação, são veículos aptos a conduzir à ordem jurídica justa, muitas vezes até de
modo mais apropriado do que a solução imperativa, mediante sentença, poderia
alcançar.13
Desta maneira, o processo constitui método destinado ao tratamento dos conflitos que
muitas vezes representa a única modalidade possível de solucioná-los. Porém, quando
não é classificado como um processo necessário14, admite-se, em tese, que o conflito
venha a ser composto no âmbito dos métodos alternativos, desde que a modalidade
pretendida seja adequada às características do caso. Por tal motivo, cogita-se que
Desjudicialização e novo Código de Processo Civil:
análise à luz das técnicas inseridas no sistema
processual brasileiro
Página 2
haveria uma inversão na centralidade ocupada pelo processo em relação aos meios
alternativos, pois o processo deve ser encarado como uma alternativa, potencialmente a
última delas.15
É necessário salientar, porém, que a mediação, a conciliação e a arbitragem,
compreendidas como métodos alternativos de solução de controvérsias, não devem ser
encarados como panaceia para a crise numérica de processos, muito embora possam
provocar impacto significativo nas taxas de congestionamento do Poder Judiciário, que
seria um efeito e não deve ser confundido com a causa principal para a sua utilização.
Portanto, o recurso aos meios alternativos não deve servir como um pretexto, apesar de
sua utilização ter o condão de produzir redução do acervo processual: são as
peculiaridades da controvérsia que devem guiar eventual preleção pela via alternativa e
não o potencial descongestionamento forense.16
De todo modo, pontua-se que o novo Código de Processo Civil incorpora o ideal de
acesso à justiça compartilhada entre as normas fundamentais ao prever, no seuart. 3º,
que “não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito”, referindo-se,
em seguida, aos métodos consensuais, evidenciando, ainda, que a conciliação e a
mediação não são necessariamente desenvolvidas no plano extrajudicial.17
É interessante anotar, sob outra perspectiva, que além da adoção de técnicas ligadas a
deformalização do processo, o ordenamento jurídico brasileiro tem sido prestigiado a
“deformalização de controvérsias”18.
Nota-se, nessa direção, que a deformalização de controvérsias engloba a prática de atos
que dispensem ou retardem, em alguma medida, a fruição da estrutura do Poder
Judiciário ou o recurso ao instrumento de atuação da jurisdição.
Noutro giro, observa-se que o fenômeno da deformalização pode ser vislumbrado com
maior intensidade no âmbito da desjudicialização, materializada mediante expedientes
de natureza extrajudicial, em decorrência da delegação, a outras instâncias, da
possibilidade de exercer certas formas de tutela, excetuadas as medidas de natureza
coercitiva e acautelatória.19
A arbitragem, por exemplo, retrata com fidelidade a manifestação legislativa da técnica
da desjudicialização, posto que a Lei 9.307/96 franqueou a oportunidade de os titulares
de direitos patrimoniais disponíveis optarem por solucionar seus conflitos mediante
método heterocompositivo diverso do processo, regido por princípios próprios, sem que
haja necessidade de homologação da sentença arbitral.20 Portanto, além da
disponibilidade dos direitos envolvidos, as partes devem deter capacidade civil para
contrair obrigações, pois os poderes para decisão da controvérsia são atribuídos por uma
convenção de arbitragem, que abarca tanto a cláusula compromissória quanto o
compromisso arbitral.
Destaca-se, também, que a Lei 11.441/2007, que alterou o então vigente CPC
(LGL\2015\1656) 73 (com o correspondente art. 733, CPC (LGL\2015\1656) 201521), já
possibilitava a dissolução do casamento pela via administrativa, sem necessidade de
posterior homologação judicial, flexibilizando o regime de judicialização obrigatória,
mantida para as hipóteses em que houver interesses indisponíveis envolvidos22, dentre
muitos outros exemplos.
Neste contexto, este estudo se lança com o propósito de analisar a desjudicialização,
examinando tal técnica, de início, à luz da “deformalização de controvérsias” para
depois, no item seguinte, debruçar-se sobre as notas concretas da desjudicialização
presentes no novo Código de Processo Civil, exemplificando algumas modificações que
retiraram do Poder Judiciário e de sua estrutura, a exclusividade para a prática de
determinados atos.
2. A desjudicialização de controvérsias como técnica de deformalização
Desjudicialização e novo Código de Processo Civil:
análise à luz das técnicas inseridas no sistema
processual brasileiro
Página 3
Avulta-se que a crise do Poder Judiciário, aqui estudada sob o prisma quantitativo, tende
a ser combatida por técnicas de natureza restritiva, que obstam o prolongamento da
marcha processual, encurtando o procedimento, ou que abstrativizam as decisões
judiciais mediante projeção de expedientes, como os julgamentos em bloco e solução de
demandas repetitivas. Deste modo, verificou-se que as tentativas de suplantar a crise
numérica de processos e reduzir as taxas de congestionamento prescindem da
deformalização do próprio processo, bem como da deformalização das controvérsias,
ambas operadas pela via legislativa.
Ao analisar alguns dos marcos representativos desta tendência no ordenamento jurídico
brasileiro no tópico anterior, aduziu-se que a ordem jurídica justa pode vir a ser
alcançada tanto por intermédio de métodos autocompositivos quanto
heterocompositivos, e que o acesso à justiça não é esgotado com o exercício do direito
de ação, havendo, ao revés, uma rede destinada ao tratamento adequado de
controvérsias que vão além do processo.
Neste sentido, considerando-se que o acesso à justiça pode prescindir do acesso ao
Poder Judiciário, referiu-se que a tendência ligada à extrajudicialidade possui seu maior
expoente na desjudicialização, a qual pode ser conceituada como modalidade de tutela
de direitos realizada para além da jurisdição, retirando da esfera judicial atividades que
geralmente eram afetas a ela23, a exemplo da arbitragem, que faculta a composição de
conflitos no âmbito privado, destinando poderes ligados às funções cognitivas aos
árbitros, mas reservando à jurisdição a prática das atividades de natureza coercitiva ou
acautelatória, conforme previsto no art. 22, § 2º, parte final, e arts. 22-A e 22-B24 da
Lei 9.307/9625, bem como os atos de caráter executivo, baseado no art. 475-N, inciso
VI, do Código de Processo Civil26.
A desjudicialização, portanto, desenvolve-se mediante “transferência da competência da
resolução de um litígio do tribunal para instâncias não judiciais”. Trata-se de mecanismo
destinado a reduzir o congestionamento do Poder Judiciário, uma técnica intimamente
relacionada à tentativa de crise numérica de processos que é apresentada “como
resposta à incapacidade de resposta dos tribunais à procura (aumento de pendências),
ao excesso de formalismo, ao custo, à ‘irrazoável’ duração dos processos e ao difícil
acesso à justiça”27.
Registra-se, por oportuno, que o Projeto de Lei 2.412/2007, em tramitação na Câmara
dos Deputados, pretende suprimir a participação do Poder Judiciário no processo, com
exceção do julgamento dos eventuais embargos opostos pelo executado, transferindo
para a Fazenda Pública credora a incumbência de realizar o processamento da execução
fiscal, avaliar os bens do executado e praticar atos de expropriação patrimonial como a
penhora e o arresto, incluindo poderes para retirar os bens da esfera de disponibilidade
do seu titular.28
Dentre as principais justificativas, o autor do projeto de lei destaca a racionalização da
execução fiscal, que passaria a ser administrativa, aliviando as taxas de
congestionamento na medida em que:
(...) além de maior celeridade – em benefício de todos, especialmente daqueles que
pagam regularmente seus tributos e suas dívidas –, esta mudança traria também, aos
juízes, maior disponibilidade de tempo para desempenho das suas demais funções29.
Assim, no que tange às execuções fiscais, o propósito de potencializar a arrecadação
tributária evidencia os efeitos deletérios da morosidade processual, corroborando a tese
segundo a qual a desjudicialização é uma medida que visa precipuamente auxiliar o
enfrentamento do acúmulo de processos em acervo. Destaca-se, inclusive, que o
Conselho Nacional de Justiça já emitiu parecer favorável à desjudicialização, em razão do
impacto que o processamento de tais ações provoca em toda a estrutura judicial
brasileira.30
Desjudicialização e novo Código de Processo Civil:
análise à luz das técnicas inseridas no sistema
processual brasileiro
Página 4
Diante disso, a desjudicialização, no contexto da deformalização de controvérsias,
configura técnica projetada para atuar precipuamente no combate ao
descongestionamento do Poder Judiciário.
3 O Código de Processo Civil de 2015 e a desjudicialização das demandas
O Código de Processo Civil de 2015 tem, como algumas de suas características
marcantes, a tentativa de construir um processo mais participativo, o privilégio à solução
consensual de conflitos e diversos pontos em que tenta priorizar, também, o que
convencionamos chamar de “desjudicialização”.
Como se verá logo adiante, é possível observar que o Novo Código de Processo Civil –
doravante designado CPC/2015 (LGL\2015\1656) – contempla uma série de institutos
ou, por assim dizer, “expedientes” que, ao nosso ver, retiram a formalidade do processo,
todos com a tônica da desjudicialização.
3.1 Audiência de conciliação e mediação
Uma das mudanças substanciais no CPC (LGL\2015\1656) 2015 é a atenção que se dá à
conciliação e mediação. Por mais que elas aconteçam no âmbito do processo judicial, é
digna de nota a mudança de paradigma, quando o réu, via de regra, não é mais citado
para contestar a ação,e sim para participar da audiência de conciliação ou mediação.
Tanto é assim que o Código objetiva a criação de uma nova cultura, a ponto de inserir,
dentre os auxiliares, a figura do mediador e do conciliador. Além disso, fala da criação
das câmaras privadas de conciliação e mediação, pela qual podem, em qualquer
momento, decidir as partes.
Pensado de forma positiva, se o réu não é citado para contestar, pode-se imaginar que a
sua entrada no processo se dá de maneira minimamente menos litigiosa, isso porque,
somente não será realizada a audiência de conciliação quando o objeto litigioso não for
passível de conciliação ou, ainda, quando ambos, autor e réu, se manifestarem pelo
desinteresse em referida audiência.
Alguns detalhes são dignos de nota quanto a conciliação e mediação no CPC
(LGL\2015\1656) 2015.
Em primeiro lugar, o art. 3º, do CPC (LGL\2015\1656) 2015, que faz parte das normas
fundamentais (parte geral da parte geral), já prevê, após reprodução do texto
constitucional, que “O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos
conflitos” e que “A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de
conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros
do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial”.
Após mencionar outros dispositivos nos quais a conciliação é incentivada (arts. 139, 319,
334, 221), Guilherme Pimenta da Veiga Nunes enfatiza que:
Tal conjunto de preceitos do Código de 2015 fomentará uma benfazeja cultura de
autocomposição, que, apenas para ilustrar, haverá de acarretar desde a preocupação em
se esgotar as vias extrajudiciais de entendimento, de modo a subsidiar a recusa prévia
acerca da audiência de conciliação ou mediação (art. 334, § 5º), ou, ainda, na linha do
que ensina o Prof. Humberto Theodoro Junior, resultar em uma maneira mais cordata de
se formular petições em Juízo, evitando animosidades desnecessárias como forma de
afastar o rótulo de parte intransigente, que vai de encontro a essa pujante tendência.31
Em igual sentido, o art. 139, inciso V, inserido no Capítulo I do Título IV, e que trata dos
poderes, deveres e responsabilidade do juiz, dispõe como uma de suas incumbências:
“promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com auxílio de
conciliadores e mediadores judiciais”. Digno de nota a parte final, especialmente porque
valoriza a capacitação de profissionais para o desempenho da função.
Desjudicialização e novo Código de Processo Civil:
análise à luz das técnicas inseridas no sistema
processual brasileiro
Página 5
Nos arts. 165 a 175, o CPC/2015 (LGL\2015\1656) inseriu o conciliador e o mediador
dentre o rol dos auxiliares da justiça, da mesma forma que disciplinou a sua atividade
dentro e fora do processo, a partir do momento que trata da criação dos centros
judiciários de solução consensual de conflitos, “responsáveis pela realização de sessões e
audiências de conciliação e mediação e pelo desenvolvimento de programas destinados a
auxiliar, orientar e estimular a autocomposição”.
Da mesma forma, trata das câmaras privadas de conciliação e mediação, que “serão
inscritas em cadastro nacional e em cadastro de tribunal de justiça ou de tribunal
regional federal, que manterá registro de profissionais habilitados, com indicação de sua
área profissional”.
Importante notar que a conciliação e mediação podem ser realizadas, portanto, no
âmbito judicial ou extrajudicial.
O que se imagina é que, em um futuro próximo, com certo otimismo, nascendo o
processo com uma cultura mais conciliadora, ele será encerrado muito antes do que
normalmente costuma acontecer, evitando, assim, que se produzam provas
desnecessárias, que se tenha um desgaste de tempo e dinheiro para todos os
envolvidos, seja o Poder Judiciário ou as partes e interessados.
3.2 Intimação por advogado
Outro instrumento importante que demonstra a desjudicialização é o previsto no art.
269, do CPC/2015 (LGL\2015\1656), que traz a possibilidade de o advogado de uma das
partes promover a intimação do causídico da parte contrária, por meio do correio.32
Naturalmente, algumas regras devem ser seguidas para que ela se realize: instruir a
intimação com cópia do despacho, da decisão ou da sentença e juntar aos autos, a
seguir, a cópia do ofício de intimação e do aviso de recebimento.
A exemplo do que já foi apontado anteriormente, por mais que seja um ato obviamente
praticado dentro do processo, como o é a intimação, transferir para as partes, por
intermédio do advogado, a possibilidade de realizá-la, retira o encargo da estrutura do
Poder Judiciário, diminuindo a sua carga e desburocratizando a comunicação.33
Mais uma medida, portanto, conducente à celeridade processual, no presente caso, com
a prática de atos por meio de sujeitos que não fazem parte da estrutura do cartório
judicial, responsável pela comunicação dos atos do processo.
3.3 Ata notarial – produção de prova no âmbito extrajudicial
Antes de qualquer comentário mais específico a respeito da ata notarial, é importante
lembrar que o Código de Processo Civil adota o sistema da atipicidade dos meios de
prova, de modo que, desde que sua obtenção seja legal, qualquer meio deverá ser
admitido para a comprovação dos fatos no processo, ainda que se trate de um meio que
não esteja especificamente previsto.
Nesse sentido, já era prática comum que partes se dirigissem a um tabelião para dar fé
pública a uma declaração particular, atestar determinado fato, especialmente quando se
tratava de conteúdo disponível na rede mundial de computadores.
O que o CPC (LGL\2015\1656) 2015 fez foi trazer para o texto legal algo que já era
prática jurídica e, da mesma forma, chamar atenção para a possibilidade de se dar fé
pública a uma declaração, antes de trazê-la ao processo judicial.
O art. 384 do CPC (LGL\2015\1656) 2015 é claro quando afirma que:
A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou documentados, a
requerimento do interessado, mediante ata lavrada por tabelião. Parágrafo único. Dados
Desjudicialização e novo Código de Processo Civil:
análise à luz das técnicas inseridas no sistema
processual brasileiro
Página 6
representados por imagem ou som gravados em arquivos eletrônicos poderão constar da
ata notarial.
Dessa forma, fácil constatar que a ata notarial nada mais é que uma prova documental
que, por ser lavrada por tabelião, tem fé pública no que tange ao seu conteúdo. Mas é
importante lembrar que autenticidade do conteúdo diz respeito ao reflexo da declaração
ou fato constatado pelo tabelião, ou seja, garante-se que o que está escrito é o que foi
falado, visto, constatado.
De todo modo, não deixa de ser mais um instrumento que retira da função jurisdicional
a incumbência de produzir a prova, que poderá agora com mais clareza e certeza ser
produzida pelo tabelião.
Conforme bem apontam Teresa Arruda Alvim (et. al.)34: “nela, o tabelião descreve os
fatos que presencia, tanto no recinto interno como em local externo à serventia, ou
ainda em ambiente virtual, atribuindo fé pública àquilo que constatar”.
Portanto, o que se observa é mais um instrumento que possibilita a realização de atos
que serão aproveitados para o processo, mas são produzidos fora dele.
3.4 Usucapião administrativo ou extrajudicial
Pouco conhecido, o art. 1.071 do Código de Processo Civil alterou a Lei dos Registros
Públicos, nela inserindo o art. 216-A, que já se convenciona chamar de “usucapião
administrativo ou extrajudicial”.
O CPC (LGL\2015\1656) 2015 deixa de adotar um procedimento especial para a
usucapião, mas, na verdade, não significa que a usucapião deixou de existir. A ação
continua com a possibilidade de ser ajuizada, mas não como procedimento especial,
tanto é que, em vários dispositivos, é disciplinada a intimação e citação em referida
ação.
O que passou a ser especial, agora, é o fato de que a usucapião poderá ser feita na
modalidade administrativa, como bem prescreve o art. 216-A da Lei de Registros
Públicos35:
Art. 216-A Semprejuízo da via jurisdicional, é admitido o pedido de reconhecimento
extrajudicial de usucapião, que será processado diretamente perante o cartório do
registro de imóveis da comarca em que estiver situado o imóvel usucapiendo, a
requerimento do interessado, representado por advogado, instruído com: (...).
Alguns autores entendem, inclusive, que essa previsão da usucapião a ser processada
pelos oficiais registradores segue uma tendência que não é de hoje, tanto no que diz
respeito à desjudicialização de outras questões (inventário e separação consensuais),
quanto atribuição de alguns procedimentos aos registradores, que antes eram de
exclusiva competência do poder judiciário.
Marcello Antunes e Ceres Linck dos Santos36 trazem uma excelente análise da questão,
quando apontam que:
Dentro de um sistema em que há praticamente um processo para cada dois habitantes,
ou seja, todos os cidadãos estão estatisticamente envolvidos em alguma lide e contando
com uma taxa de congestionamento na Justiça Estadual, em média de 75%, é fácil
constatar que a desjudicialização não se trata de uma medida supérflua ou descabida,
mas de necessidade vital do próprio Estado de Direito.
Nesse sentido, a crise que assola o Poder Judiciário exige a criação de novos meios a ser
empregados a fim de resolver conflitos. Como exemplos, são verificáveis os serviços de
proteção aos consumidores, a utilização de arbitragem, expansão das atribuições dos
juizados especiais e, notadamente, as serventias extrajudiciais.
Desjudicialização e novo Código de Processo Civil:
análise à luz das técnicas inseridas no sistema
processual brasileiro
Página 7
Sob essa perspectiva, o legislador avançou no enfrentamento da crise judicial,
outorgando novos poderes aos notários e registradores, ampliando, dessa forma, o rol
de instrumentos públicos e procedimentos administrativos que se formalizam sem a
movimentação da máquina Estatal.
Observa-se, portanto, que seguindo a tendência de modernização da forma como os
conflitos são solucionados, sua consequente “desjudicialização” avança ainda que
lentamente, para a solução de conflitos de uma forma segura, mas com
“desafogamento” da estrutura do Poder Judiciário.
4 Conclusões
Primeiramente, é possível afirmar que o sistema processual brasileiro sofreu profundas
alterações ao longo das décadas, ocasionadas por fatores de ordem econômica e política,
mas também tendo em vista mudanças na configuração das relações sociais
contemporâneas. Nesta esteira, a complexidade das interações subjetivas refletiu
sobremaneira no perfil das demandas que chegam ao judiciário brasileiro, de modo que
os mecanismos tradicionais de resolução de conflitos se mostram, muitas vezes,
incapazes de oferecer uma resposta adequada aos anseios dos jurisdicionados, haja
vista sua constante transformação.
Soma-se a este cenário a cultura demandista incutida na mente dos cidadãos brasileiros,
os quais tendem “a repassar às mãos do Estado a tarefa e a responsabilidade de dirimir
conflitos, fazendo com que o Judiciário opere como um receptáculo imediato”37, de modo
que o processo judicial é vislumbrado como única saída capaz de dirimir controvérsias.
De certo, a busca desenfreada por respostas advindas dos órgãos judiciais e toda a
problemática de cultura do litígio corroboraram sobremaneira para a crise quantitativa
que assola a justiça brasileira, que não tem conseguido responder de maneira eficiente o
imenso número de demandas que são propostas todos os dias.
A conjuntura atual suscita diversos debates e questionamentos a respeito do papel do
Poder Judiciário na promoção da justiça dentro de um prazo razoável e de forma
eficiente, determinando a necessidade de mudanças e reformas no sistema processual,
como alterações de procedimento, mudanças na estrutura dos tribunais, bem como a
criação de técnicas de resolução de conflitos que visem, a priori, a diminuição da
distância entre sociedade e justiça.
A fim de solucionar o problema da crise numérica do judiciário, as reformas processuais
atuais têm por escopo simplificar os processos, adaptando-os à constante mutação da
realidade sócio jurídica. Nesse sentido, por meio da deformalização processual, busca-se
um processo mais célere, simplificado e de fácil acesso, apto a solucionar com eficiência
certos tipos de controvérsias, principalmente as que tenham menor complexidade.
Destarte, Ada Pelegrini Grinover, afirma que “há que se prestigiar a deformalização das
controvérsias”, expressão essa que é aceita pela doutrina e possui duas distintas
acepções. Segundo a autora, a:
(...) deformalização do próprio processo utiliza-se de técnica processual em busca de um
processo mais simples, rápido, econômico, desburocratizado, apto a solucionar com
eficiência os conflitos de interesse apresentados pelos jurisdicionados.
Ao seu revés, a “deformalização das controvérsias também engloba a busca de vias
alternativas ao processo, capazes de evitá-lo” 38, de modo a solucioná-las por meio de
mecanismos alternativos e extrajudiciais de solução de conflitos.
Portanto, é no contexto de deformalização das controvérsias – que também pode ser
chamado de desjudicialização, na medida em que suprime do âmbito judicial
determinada atividade que tradicionalmente lhe cabia – é que se inseriu o presente
estudo, uma vez que objetivou demonstrar como o novo Código de Processo Civil
Desjudicialização e novo Código de Processo Civil:
análise à luz das técnicas inseridas no sistema
processual brasileiro
Página 8
privilegiou expedientes de desjudicialização como forma de conferir eficácia aos
princípios constitucionais da celeridade e da eficiência, adequando o aparato judicial aos
anseios da sociedade por meio da rapidez na solução dos conflitos.
De certo, os mecanismos de desjudicialização aqui elencados, quais sejam a mediação e
conciliação, a intimação por advogado, a ata notarial e a usucapião extrajudicial,
contribuem para a desobstrução dos tribunais, na medida em que retiram do âmbito de
sua competência, repassando para mediadores, conciliadores, particulares, notariais e
registradores, atribuições que tradicionalmente cabiam aos órgãos judiciais, relegando
ao Poder Judiciário exclusivamente os casos diretamente relacionados à sua função
precípua de declarar o direito de forma definitiva.
Nesse diapasão, evita-se o acionamento da máquina judiciária de forma desnecessária e
injustificada, uma vez que é sabido que o processo nem sempre será o meio mais
adequado e célere para a solução de determinados conflitos. À guisa de ilustração, no
caso da usucapião extrajudicial, a nova legislação processual tornou o procedimento
mais rápido e descomplicado, afastando-se do antigo paradigma de processo judicial
necessário para aquisição da propriedade, uma vez que passou a ser possível solucionar
a controvérsia fora da estrutura judiciária, sendo a apreciação judicial, nesta hipótese,
dispensável.
Importante consignar que, inobstante a existência de uma tendência irreversível de
desjudicialização de institutos processuais, a sua utilização efetiva ainda é uma escolha
do jurisdicionado, é dizer, o cidadão continua tendo o direito de acesso ao Poder
Judiciário para resolver qualquer das situações destacadas como passíveis de serem
objeto de esfera extrajudicial e administrativa.
Portanto, a deformalização das controvérsias não fere qualquer garantia constitucional
de acesso aos órgãos jurisdicionais, ao seu revés, garante aos cidadãos um caminho
alternativo – e deveras eficiente – para resolução de suas pretensões, sem que haja a
obrigação de submetê-las à morosidade característica do processo judicial.
Isto posto, a busca por alternativas extrajudiciais não representa uma substituição da
jurisdição, nem tampouco significa a redução de seu poder, mas sim oferece soluções
aliadas na resolução de litígios, em razão das constantes modificações sociais, que
requerem mais que um único meio de tutela dos direitos.
A intenção do legislador pátrio frente às técnicas de desjudicialização é, portanto, não
mitigara importância do Poder Judiciário, mas manter apenas questões de alta
indagação e complexidade em suas competências, transferindo para particulares em
colaboração, por exemplo, outras questões de jurisdição voluntária e menor
complexidade.
Isto posto, podemos concluir que o novo regramento processual civil permite e incentiva
a salutar coexistência de procedimentos e expedientes judiciais e extrajudiciais, de modo
a trilhar novos caminhos e perspectivas, oferecendo à sociedade moderna respostas
adequadas, céleres e eficientes aos problemas que o judiciário brasileiro atualmente
enfrenta. Destarte, a técnica da desjudicialização apresenta-se como um braço forte do
Poder Judiciário, com capacidade real de evitar a formação da lide, oferecendo uma
solução segura e rápida para o cidadão, pois que o acesso à justiça não se esgota no
exercício do direito de ação, havendo, em sentido contrário, uma rede destinada ao
tratamento adequado de controvérsias que vai além do processo.
5 Referências bibliográficas
ANTUNES, Marcello; SANTOS, Ceres Linck dos. Revista de Direito Privado. v. 72/2016, p.
135-149. dez. 2016.
ARRUDA ALVIM WAMBIER, Teresa; CONCEIÇÃO, Maria Lúcia Lins; RIBEIRO, Leonardo
Ferres da Silva; MELLO, Rogério Licastro Torres de. Primeiros comentários ao Novo
Desjudicialização e novo Código de Processo Civil:
análise à luz das técnicas inseridas no sistema
processual brasileiro
Página 9
Código de Processo Civil. 2. ed. 2016.
BEDAQUE, José Roberto dos Santos. Efetividade do processo e técnica processual. 3. ed.
São Paulo: Malheiros, 2010.
BONÍCIO, Marcelo José Magalhães. Introdução ao processo civil moderno. São Paulo:
Lex, 2010.
Câmara dos deputados. Projeto de Lei 2.412, de 12 de novembro de 2007. Disponível
em: [www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao="376419]."
Acesso em: 15.04.2013.
CARVALHO NETO, Inacio. Separação e divórcio extrajudiciais: pontos polêmicos da Lei
11.441/2007. In: ASSIS, Araken; ARRUDA ALVIM, Eduardo; NERY JUNIOR, Nelson;
MAZZEI, Rodrigo; ARRUDA ALVIM WAMBIER, Teresa; ALVIM, Thereza. (Coord.). Direito
e processo: estudos em homenagem ao professor Arruda Alvim. São Paulo: RT, 2008.
CIANCI, Mirna. O acesso à justiça e as reformas do CPC (LGL\2015\1656). São Paulo:
Saraiva, 2009.
COUTO, Mônica Bonetti; MEYER-PLUG, Samantha Ribeiro. A educação jurídica no Brasil e
os meios não contenciosos de solução de conflitos. In: SILVEIRA, Vladmir Oliveira da;
SANCHES, Samyra Haydêe Dal Farra Naspolini; COUTO, Mônica Bonetti. (Coord.).
Educação jurídica. São Paulo: Saraiva, 2013.
COUTO, Mônica Bonetti; MEYER-PLUG, Samantha Ribeiro. Poder judiciário, justiça e
eficiência: caminhos e descaminhos rumo à justiça efetiva? In: SILVEIRA, Vladmir
Oliveira da; MEZZAROBA, Orides; COUTO, Mônica Bonetti; SANCHES, Samyra Haydeê
Dal Farra Naspolini. (Coord.). Justiça e (o paradigma da) eficiência. Curitiba: Clássica,
2013. v. 3.
COUTO, Mônica Bonetti; TEIXEIRA, Laís Santana da Rocha Salvetti. O (direito
fundamental ao) acesso à justiça no Brasil: por uma correta compreensão. In: CASTRO,
Matheus; PEZZELA, Maria Cristina Cereser; RECKZIEGEL, Janaína. (Org.). A ampliação
dos direitos subjetivos no Brasil e na Alemanha. Joaçaba: UNOESC, 2014. t. II.
DINAMARCO, Cândido Rangel. Fundamentos do processo civil moderno. 5. ed. São
Paulo: Malheiros, 2002. t. I.
GRINOVER, Ada Pellegrini. Deformalização do processo e deformalização das
controvérsias. Revista de Informação Legislativa 97, ano 25. Brasília: 1988. Disponível
em:
[www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/181826/000435279.pdf?sequence="1]."
Acesso em: 22.08.2014.
MAILLART, Adriana Silva. A heterocomposição de litígios pela arbitragem e seus ideários
de justiça. In: SILVEIRA, Vladmir Oliveira da; MEZZAROBA, Orides; COUTO, Mônica
Bonetti; SANCHES, Samyra Haydeê Dal Farra Naspolini. (Coord.). Justiça e (o paradigma
da) eficiência. Curitiba: Clássica, 2013. v.3.
NERY JUNIOR, Nelson, NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de Processo Civil
Comentado. 16. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016.
NEVES, Guilherme Pimenta da Veiga. In: ARRUDA ALVIM, Angélica; ASSIS, Araken de;
ARRUDA ALVIM, Eduardo; LEITE, George Salomão. (Coords.). Comentários ao Código de
Processo Civil:Lei 13.105/2015: De acordo com a Lei 13.256/2016. São Pualo: Editora
Saraiva, 2016.
OLIVEIRA, Régis Fernandes de. A proposta de processamento administrativo da
execução fiscal à luz do comunicado 83. In: CUNHA, Alexandre dos Santos; SILVA, Paulo
Eduardo Alves da. (Coord.). Gestão e jurisdição: o caso da execução fiscal da União.
Desjudicialização e novo Código de Processo Civil:
análise à luz das técnicas inseridas no sistema
processual brasileiro
Página 10
Brasília: IPEA, 2013.
PEDROSO, João; TRINCÃO, Catarina; DIAS, João Paulo. Percursos da informalização e da
desjudicialização – por caminhos da reforma da administração da justiça (análise
comparada). Coimbra: Centro de Estudos Sociais, 2001. Disponível em:
[http://opj.ces.uc.pt/pdf/6.pdf]. Acesso em 16.05.2014.
SESSA, Márcio de; COUTO, Mônica Bonetti. A adoção de filtros e mecanismos de
contenção para os tribunais superiores: a valorização da jurisprudência e a instituição da
repercussão geral no Direito brasileiro. Revista de Direito Brasileira. v.7, 4. (S. l.) 2014.
Disponível em:
[http://rdb.org.br/ojs/index.php/revistadireitobrasileira/article/view/178/131]. Acesso
em: 15.03.2015.
TARTUCE, Fernanda. Mediação nos conflitos civis. São Paulo: Método, 2008.
TEIXEIRA, Laís Santana da Rocha Salvetti. A execução fiscal dos créditos tributários
federais: entre a (in)efetividade do processo e as propostas de desjudicialização.
Dissertação (Mestrado em Direito). São Paulo: Universidade Nove de Julho, 2015.
YARSHELL, Flávio Luiz. Tutela jurisdicional. São Paulo: DPJ, 2006.
1 Cf. Disponível em:
[www.cnj.jus.br/files/conteudo/arquivo/2016/10/b8f46be3dbbff344931a933579915488.pdf].
Acesso em: 03.11.2016. p. 97 e 222.
2 Cf. COUTO, Mônica Bonetti; MEYER-PLUG, Samantha Ribeiro. A educação jurídica no
Brasil e os meios não contenciosos de solução de conflitos. In: SILVEIRA, Vladmir
Oliveira da; SANCHES, Samyra Haydêe Dal Farra Naspolini; COUTO, Mônica Bonetti.
(Coord.). Educação jurídica. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 376.
3 MANCUSO, Rodolfo de Camargo. Acesso à justiça: condicionantes legítimas e
ilegítimas. São Paulo: RT, 2011. p. 53-54.
4 Cf. BEDAQUE, José Roberto dos Santos. Efetividade do processo e técnica processual.
3. ed. São Paulo: Malheiros, 2010. p. 17-32; BONÍCIO, Marcelo José Magalhães.
Introdução ao processo civil moderno. São Paulo: Lex, 2010. p. 21-22.
5 Cf. DINAMARCO, Cândido Rangel. Fundamentos do processo civil moderno. 5. ed. São
Paulo: Malheiros, 2002. t. I. p. 592.
6 Cf. CIANCI, Mirna. O acesso à justiça e as reformas do CPC (LGL\2015\1656). São
Paulo: Saraiva, 2009. p. 23-24.
7 Cf. COUTO, Mônica Bonetti; MEYER-PFLUG, Samantha. Poder judiciário, justiça e
eficiência: caminhos e descaminhos rumo à justiça efetiva? In: SILVEIRA, Vladmir
Oliveira da; MEZZAROBA, Orides; COUTO, Mônica Bonetti; SANCHES, Samyra Haydeê
Dal Farra Naspolini. (Coord.). Justiça e (o paradigma da) eficiência. Curitiba: Clássica,
2013. v. 3. p. 133.
8 GRINOVER, Ada Pellegrini. Deformalização do processo e deformalização das
controvérsias. Revista de Informação Legislativa. n. 97, ano 25. Brasília: Senado
Federal, 1988, p. 195. Disponível em:
[www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/181826/000435279.pdf?sequence="1]."
Acesso em: 18.05.2017.
9 O artigo 355, inciso I, do Código de Processo Civil, dispõe: Art. 355 O juiz julgará
Desjudicialização e novo Código de Processo Civil:
análise à luz das técnicas inseridas no sistema
processual brasileiro
Página 11
antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito, quando: “I –
não houver necessidade de produção de outras provas; (...)”. Por sua vez, o seu artigo
332 traz hipóteses de julgamento liminar do mérito: Art. 332 Nas causas que dispensem
a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmenteimprocedente o pedido que contrariar: I – enunciado de súmula do Supremo Tribunal
Federal ou do Superior Tribunal de Justiça; II – acórdão proferido pelo Supremo Tribunal
Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; III –
entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de
assunção de competência; IV – enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito
local. § 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se
verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição.
10 Cf. SESSA, Márcio de; COUTO, Mônica Bonetti. A adoção de filtros e mecanismos de
contenção para os tribunais superiores: a valorização da jurisprudência e a instituição da
repercussão geral no direito brasileiro. Revista de Direito Brasileira (Brazilian Journal of
Law), v. 7, n. 4. [S. l.] 2014. Disponível em:
[www.rdb.org.br/ojs/index.php/rdb/article/view/178]. Acesso em: 18.05.2017.
11 Nesse sentido, avançou bastante o CPC (LGL\2015\1656) 2015, com o
aperfeiçoamento, do julgamento de recursos repetitivos e inserção do Incidente de
Resolução de Demandas Repetitiva – IRDR.
12 Cf. COUTO, Mônica Bonetti; TEIXEIRA, Laís Santana da Rocha Salvetti. O (direito
fundamental ao) acesso à justiça no Brasil: por uma correta compreensão. In: CASTRO,
Matheus; PEZZELA, Maria Cristina Cereser; RECKZIEGEL, Janaína. (Org.). A ampliação
dos direitos subjetivos no Brasil e na Alemanha. Joaçaba: UNOESC, 2014. t. II.
13 WATANABE, Kazuo. Política judiciária nacional de tratamento adequado dos conflitos
de interesse – utilização dos meios alternativos de solução de controvérsias. In:
ZUFELATO, Camilo; YARSHELL, Flávio Luiz. (Org.). 40 anos da teoria geral do processo
no Brasil: passado, presente e futuro. São Paulo: Malheiros, 2013. p. 557-559.
14 Cf. YARSHELL, Flávio Luiz. Tutela jurisdicional. São Paulo: DPJ, 2006. p. 118.
15 Cf. COSTA E SILVA, Paula. A nova face da justiça: os meios extrajudiciais de
resolução de controvérsias. Lisboa: Coimbra, 2009. p. 21.
16 Neste sentido, v. TARTUCE, Fernanda. Mediação nos conflitos civis. São Paulo:
Método, 2008. p. 95-165.
17 De acordo com o § 1º deste artigo, do novo Código de Processo Civil, “é permitida a
arbitragem, na forma da lei”. O § 2º prevê que “o Estado promoverá, sempre que
possível, a solução consensual dos conflitos” e, por fim, o § 3º dispõe que “a conciliação,
a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser
estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público,
inclusive no curso do processo judicial”.
18 Como esclarecido por Ada Pellegrini Grinover, falar-se em deformalização do processo
significa desenvolver técnicas que buscam moldar “um processo mais simples, rápido,
econômico, de acesso fácil e direto, apto a solucionar com eficiência tipos particulares de
conflitos de interesses”. Já a deformalização das controvérsias faz referência à busca,
“de acordo com sua natureza, equivalentes jurisdicionais como vias alternativas ao
processo, capazes de evitá-lo, para solucioná-las mediante instrumentos
institucionalizados de mediação. A deformalização do processo insere-se, portanto, no
filão jurisdicional, enquanto a deformalização das controvérsias utiliza-se de meios
extrajudiciais”. (GRINOVER, Ada Pellegrini. Deformalização do processo e deformalização
das controvérsias. Revista de Informação Legislativa, n. 97, ano 25. Brasília: Senado
Federal, 1988, p. 195. Disponível em
Desjudicialização e novo Código de Processo Civil:
análise à luz das técnicas inseridas no sistema
processual brasileiro
Página 12
[www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/181826/000435279.pdf?sequence="1]."
Acesso em: 18.05.2017).
19 Cf. TEIXEIRA, Laís Santana da Rocha Salvetti. A execução fiscal dos créditos
tributários federais: entre a (in)efetividade do processo e as propostas de
desjudicialização. Dissertação (Mestrado em Direito). São Paulo: Universidade Nove de
Julho, 2015.
20 O artigo 1º, da Lei 9.307/96 prevê que “as pessoas capazes de contratar poderão
valer-se da arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis”.
Já o artigo 18 dispõe que “O árbitro é juiz de fato e de direito, e a sentença que proferir
não fica sujeita a recurso ou a homologação pelo Poder Judiciário”.
21 Art. 733 O divórcio consensual, a separação consensual e a extinção consensual de
união estável, não havendo nascituro ou filhos incapazes e observados os requisitos
legais, poderão ser realizados por escritura pública, da qual constarão as disposições de
que trata o art. 731.
22 Cf. CARVALHO NETO, Inacio. Separação e divórcio extrajudiciais: pontos polêmicos
da Lei 11.441/2007. In: ASSIS, Araken; ARRUDA ALVIM, Eduardo; NERY JUNIOR,
Nelson; MAZZEI, Rodrigo; ARRUDA ALVIM WAMBIER, Teresa; ALVIM, Thereza. (Coord.).
Direito e processo: estudos em homenagem ao professor Arruda Alvim. São Paulo: RT,
2008. p. 807-820.
23 Cf. TEIXEIRA, Laís Santana da Rocha Salvetti. A execução fiscal dos créditos
tributários federais: entre a (in)efetividade do processo e as propostas de
desjudicialização. Dissertação (Mestrado em Direito). São Paulo: Universidade Nove de
Julho, 2015.
24 Art. 22-A Antes de instituída a arbitragem, as partes poderão recorrer ao Poder
Judiciário para a concessão de medida cautelar ou de urgência. (Incluído pela Lei
13.129, de 2015) (Vigência).
Parágrafo único. Cessa a eficácia da medida cautelar ou de urgência se a parte
interessada não requerer a instituição da arbitragem no prazo de 30 (trinta) dias,
contados da data de efetivação da respectiva decisão. (Incluído pela Lei 13.129, de
2015) (Vigência).
Art. 22-B Instituída a arbitragem, caberá aos árbitros manter, modificar ou revogar a
medida cautelar ou de urgência concedida pelo Poder Judiciário. (Incluído pela Lei
13.129, de 2015) (Vigência).
Parágrafo único. Estando já instituída a arbitragem, a medida cautelar ou de urgência
será requerida diretamente aos árbitros. (Incluído pela Lei 13.129, de 2015) (Vigência).
25 De acordo com o artigo 22, caput, da Lei 9.307/96, “poderá o árbitro ou o tribunal
arbitral tomar o depoimento das partes, ouvir testemunhas e determinar a realização de
perícias ou outras provas que julgar necessárias, mediante requerimento das partes ou
de ofício”. Porém, nos termos do § 2º, “em caso de desatendimento, sem justa causa,
da convocação para prestar depoimento pessoal, o árbitro ou o tribunal arbitral levará
em consideração o comportamento da parte faltosa, ao proferir sua sentença; se a
ausência for de testemunha, nas mesmas circunstâncias, poderá o árbitro ou o
presidente do tribunal arbitral requerer à autoridade judiciária que conduza a
testemunha renitente, comprovando a existência da convenção de arbitragem”.
26
27 PEDROSO, João; TRINCÃO, Catarina; DIAS, João Paulo. Percursos da informalização e
Desjudicialização e novo Código de Processo Civil:
análise à luz das técnicas inseridas no sistema
processual brasileiro
Página 13
da desjudicialização – por caminhos da reforma da administração da justiça (análise
comparada). Coimbra: Centro de Estudos Sociais, 2001. p. 18-19. Disponível em
[www.ces.uc.pt/publicacoes/oficina/ficheiros/171.pdf]. Acesso em: 18.05.2017.
28 Câmara dos Deputados. Projeto de Lei 2.412, de 12 de novembro de 2007 (autoria
de Régis de Oliveira). Disponível em
[www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao="376419]."
Acesso em: 18.05.2017.
29 OLIVEIRA, Régis Fernandes de. A proposta de processamento administrativo da
execução fiscal à luz do comunicado 83. In: CUNHA, Alexandre dos Santos; SILVA, Paulo
Eduardo Alves da. (Coord.). Gestão e jurisdição: o caso da execução fiscal da União.
Brasília: IPEA, 2013. p. 97-98.
30 Cf. Conselho Nacional de Justiça. Nota técnica sobre a desjudicialização da execução
fiscal. In: Relatório final da política nacional de priorização do primeiro grau de jurisdição
. Brasília: CNJ, 2013. Disponível em:
[www.cnj.jus.br/images/imprensa/relatorio_rubens_curado.pdf].Acesso em:
18.05.2017.
31 NEVES, Guilherme Pimenta da Veiga. In: ARRUDA ALVIM, Angélica; ASSIS, Araken
de; ARRUDA ALVIM, Eduardo; LEITE, George Salomão. (Coords.). Comentários ao
Código de Processo Civil: Lei 13.105/2015: De acordo com a Lei 13,256/2016. Editora
Saraiva, São Paulo, 2016. p. 56-57.
32 § 1º É facultado aos advogados promover a intimação do advogado da outra parte
por meio do correio, juntando aos autos, a seguir, cópia do ofício de intimação e do
aviso de recebimento.
33 Nelson Nery Junior e Rosa Maria de Andrade Nery chamam atenção para o fato de
que: “Não obstante as boas intenções dessa iniciativa, ressoa nela a ideia de transferir
ao particular um ônus que é do Judiciário, o que se nos afigura incorreto, visto que o
juízo é quem deve trabalhar em prol da efetivação dos atos processuais de intimação,
atos esses que são de natureza pública”. Código de Processo Civil Comentado. 16. ed.
São Paulo: Revista dos Tribunais, § 879, 2016.
34 ARRUDA ALVIM, Teresa; CONCEIÇÃO, Maria Lúcia Lins, RIBEIRO, Leonardo Ferres da
Silva; MELLO, Rogério Licastro Torres de. Primeiros comentários ao Novo Código de
Processo Civil. 2. ed., 2016, p. 739.
35 “Art. 216-A Sem prejuízo da via jurisdicional, é admitido o pedido de reconhecimento
extrajudicial de usucapião, que será processado diretamente perante o cartório do
registro de imóveis da comarca em que estiver situado o imóvel usucapiendo, a
requerimento do interessado, representado por advogado, instruído com:
I – ata notarial lavrada pelo tabelião, atestando o tempo de posse do requerente e seus
antecessores, conforme o caso e suas circunstâncias;
II – planta e memorial descritivo assinado por profissional legalmente habilitado, com
prova de anotação de responsabilidade técnica no respectivo conselho de fiscalização
profissional, e pelos titulares de direitos reais e de outros direitos registrados ou
averbados na matrícula do imóvel usucapiendo e na matrícula dos imóveis confinantes;
III – certidões negativas dos distribuidores da comarca da situação do imóvel e do
domicílio do requerente;
IV – justo título ou quaisquer outros documentos que demonstrem a origem, a
continuidade, a natureza e o tempo da posse, tais como o pagamento dos impostos e
das taxas que incidirem sobre o imóvel.
Desjudicialização e novo Código de Processo Civil:
análise à luz das técnicas inseridas no sistema
processual brasileiro
Página 14
§ 1º O pedido será autuado pelo registrador, prorrogando-se o prazo da prenotação até
o acolhimento ou a rejeição do pedido.
§ 2º Se a planta não contiver a assinatura de qualquer um dos titulares de direitos reais
e de outros direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo e na
matrícula dos imóveis confinantes, esse será notificado pelo registrador competente,
pessoalmente ou pelo correio com aviso de recebimento, para manifestar seu
consentimento expresso em 15 (quinze) dias, interpretado o seu silêncio como
discordância.
§ 3º O oficial de registro de imóveis dará ciência à União, ao Estado, ao Distrito Federal
e ao Município, pessoalmente, por intermédio do oficial de registro de títulos e
documentos, ou pelo correio com aviso de recebimento, para que se manifestem, em 15
(quinze) dias, sobre o pedido.
§ 4º O oficial de registro de imóveis promoverá a publicação de edital em jornal de
grande circulação, onde houver, para a ciência de terceiros eventualmente interessados,
que poderão se manifestar em 15 (quinze) dias.
§ 5º Para a elucidação de qualquer ponto de dúvida, poderão ser solicitadas ou
realizadas diligências pelo oficial de registro de imóveis.
§ 6º Transcorrido o prazo de que trata o § 4º deste artigo, sem pendência de diligências
na forma do § 5º deste artigo e achando-se em ordem a documentação, com inclusão da
concordância expressa dos titulares de direitos reais e de outros direitos registrados ou
averbados na matrícula do imóvel usucapiendo e na matrícula dos imóveis confinantes, o
oficial de registro de imóveis registrará a aquisição do imóvel com as descrições
apresentadas, sendo permitida a abertura de matrícula, se for o caso.
§ 7º Em qualquer caso, é lícito ao interessado suscitar o procedimento de dúvida, nos
termos desta Lei.
§ 8º Ao final das diligências, se a documentação não estiver em ordem, o oficial de
registro de imóveis rejeitará o pedido.
§ 9º A rejeição do pedido extrajudicial não impede o ajuizamento de ação de usucapião.
§ 10 Em caso de impugnação do pedido de reconhecimento extrajudicial de usucapião,
apresentada por qualquer um dos titulares de direito reais e de outros direitos
registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo e na matrícula dos imóveis
confinantes, por algum dos entes públicos ou por algum terceiro interessado, o oficial de
registro de imóveis remeterá os autos ao juízo competente da comarca da situação do
imóvel, cabendo ao requerente emendar a petição inicial para adequá-la ao
procedimento comum.”
36 Revista de Direito Privado. v. 72/2016, p. 135-149, dez. 2016. (DTR/2016/24850).
37 MANCUSO, Rodolfo de Camargo. Acesso à justiça: condicionantes legítimas e
ilegítimas. São Paulo: RT, 2011. p. 53-54.
38 GRINOVER, Ada Pellegrini. Deformalização do processo e deformalização das
controvérsias. Revista de Informação Legislativa, n. 97, ano 25. Brasília: 1988. p. 179.
Disponível em:
[www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/181826/000435279.pdf?sequence="1]."
Acesso em: 11.03.2017.
Desjudicialização e novo Código de Processo Civil:
análise à luz das técnicas inseridas no sistema
processual brasileiro
Página 15

Continue navegando