Buscar

PROVA DE MASC'S AV1

Prévia do material em texto

Disciplina: Métodos Adequados de Soluções de Conflitos
Turma: 3003
Aluno: Antonio Reginaldo Mota dos Santos
Matrícula: 201902516354
1. Leia o texto abaixo.
 
“[O Neoconstitucionalismo] foi o movimento marcado pela estrutura jurídica baseada em princípios constitucionais e na interpretação jurídica pautada na ponderação dos mesmos. O paradigma do formalismo jurídico foi paulatinamente superado diante da insuficiência da hermenêutica jurídica fundamentada na mera subsunção das regras ao caso concreto. A busca de legitimidade das decisões mediante a argumentação jurídica, bem como a inserção de elementos de natureza moral e empírica nos debates jurídicos marcaram a superação do modelo positivista formalista.
Outro traço preponderante do Neoconstitucionalismo é o crescimento do papel político do Poder Judiciário, que passou a ser mais ativo na defesa dos direitos fundamentais, em detrimento da interpretação constitucional pelo Legislativo” (MAYER, Larissa Affonso. Métodos alternativos de resolução de conflitos sob a ótica do direito : http://investidura.com.br/biblioteca-juridica/artigos/processocivil/190687-metodos-alternativos-de-resolucao-de-conflitos-sob-a-otica-do-direito-contemporaneo contemporâneo​. Investidura. Disponível em. Acesso em: 20 abr. 2021).
 
A partir do texto acima e do que foi estudado em sala de aula, explique como o surgimento do Neoconstitucionalismo contribuiu, positiva e negativamente, para o desenvolvimento dos métodos adequados de solução de conflitos (2,0 pontos).
R: O surgimento do Neoconstituionalismo contribuiu para o desenvolvimento dos métodos adequados de solução de conflitos, pois a partir do seu surgimento, os direitos fundamentais tiveram um olhar garantidor dos tais, já que o advento do instituto constitucional, enfatizou a aplicação dos princípios constitucionais, logo se fez necessário a implementação de outros meios necessários a efetivação dos direitos, como os métodos adequados de solução de conflitos. Já que os princípios que passaram nortear e garantir principalmente, os direitos fundamentais. No entanto apesar das benesses, junto vieram algumas problemáticas como a ênfase excessiva no judiciário, que veio ocasionar no enfraquecimento desses métodos e consequentemente, sobreveio à sobrecarga no judiciário. Sendo assim o Neoconstitucionalismo traz à necessidade da constituição métodos adequados de solução de conflitos, mas os limita por meio da centralização no poder judiciário.
 
2. Leia o texto abaixo.
 
“Definir o que é ‘acesso à justiça’ é uma grande empreitada. Tanto que reconhecem os líderes da pesquisa que se tornou o clássico relatório Acesso à Justiça, Mauro Cappelletti e Bryant Garth, que a expressão é “reconhecidamente de difícil definição”
De fato, buscar um conceito de ‘acesso à justiça’ envolve uma ampla investigação que pode ser perseguida por filósofos e teóricos do Direito, além de outros estudiosos que o adotem como objeto de estudo (tais como sociólogos, antropólogos e cientistas políticos). Cada qual conforme seus métodos e objetivos de estudo.
No estudo dogmático do Direito, voltado à definição de institutos jurídicos e seus procedimentos, muitas vezes pode dispensar uma definição expressa, para focar nos instrumentos jurídicos que o constituem (como é comum nos estudos sobre acesso à justiça) ou nos princípios que orientam a aplicação do instituto. A consequência é que se identificam, no caso de ‘acesso à justiça’, as mais variadas definições, o que pode confundir quem pretende aprofundar seus estudos no tema” (ROQUE, Nathaly Campitelli. O que quer dizer "Acesso à Justiça"? Disponível em: genjuridico.com.br/2018/06/15/o-que-quer-dizer-acesso-justica/. Acesso em: 20 abr. 2021).
 
A partir da leitura do texto acima e do conteúdo estudado em classe, indique e explique, pelo menos, três acepções possíveis do acesso à justiça. Ao final da resposta, de maneira justificada, opine sobre qual (ou quais) dessas acepções você considera mais adequada aos tempos atuais (3,0 pontos).
  
 R: De fato definir o que é o acesso à justiça, não é tarefa fácil, segue abaixo algumas concepções:
a) Acesso à justiça como inafastabilidade da jurisdição: Que dar ideia de que toda pessoa terá a possibilidade de ter seu litígio apreciado, tendo por base a estatalidade da justiça e a primazia do poder judiciário na resolução das demandas, essa definição traz ao menos a possibilidade de acesso.
b) Acesso à justiça como garantia fundamental de direitos: Essa acepção é voltada para o resultado e preconiza que os direitos serão garantido por meio do acesso ao poder judiciário, trazendo ênfase aos instrumento jurídicos-processuais, a partir do funcionamento correto, também se efetiva à justiça.
c) Acesso à justiça como acesso ao direito: Este conceito é mais abrangente e perpassa desde a o direito a informação sobre as decisões, participação no processo de implementação dos direitos pelo Estado à sua concreta efetivação.
Diante das acepções apresentadas a mais adequada nos tempos atuais é a terceira, Acesso à justiça como acesso ao direito, pois nessa concepção abrange-se o mínimo necessário para a efetividade da justiça e efetivação do direito, como acesso a informação sobre os tais, pois sem ela a dificuldade para sua aquisição aumentaria, além disso, a possibilidade de estar perto do poder estatal, com a possibilidade de ter voz nas decisões que implementarão os direitos, é fundamental à sua concretização.
3. Leia o texto a seguir.
 
“A criação da Resolução 125 do CNJ foi decorrente da necessidade de se estimular, apoiar e difundir a sistematização e o aprimoramento de práticas já adotadas pelos tribunais. Desde a década de 1990, houve estímulos na legislação processual à autocomposição, acompanhada na década seguinte de diversos projetos piloto nos mais diversos campos da autocomposição: mediação civil, mediação comunitária, mediação vítimaofensor (ou mediação penal), conciliação previdenciária, conciliação em desapropriações, entre muitos outros, bem como práticas autocompositivas inominadas como oficinas para dependentes químicos, grupos de apoio e oficinas para prevenção de violência doméstica, oficinas de habilidades emocionais para divorciandos, oficinas de prevenção de sobreendividamento, entre outras” (cf. https://www.sutori.com/story/a-resolucao-125-e-seus-objetivos--ttgWRCjhu8oA9wz3CShdZk5V. Acesso em 20 abr. 2021).
 
A partir do texto acima, da Resolução 125 do CNJ e do que foi estudado em sala de aula, explique como tal Resolução contribuiu para a realização do acesso á justiça e quais obstáculos ainda existem hoje para a sua plena efetivação (2,0 pontos).
R: Diante da crise que o Poder Judiciário estava passando, devido a grande demanda estava aumentando cada vez mais ao longo dos anos, soma-se a isso, o corpo de servidores do judiciário sendo insuficiente para solucionar todos esses litígios. Esse imbróglio foi tomando proporções inaceitáveis, haja vista que a justiça já não estava mais sendo feita a muitos. Pois, a sobrecarga e a morosidade por conta da exaustiva demanda, não permitia que o processo tivesse sua razoável duração, ademais, a necessidade de se buscar outras formas que resgatassem a promoção e a eficácia da justiça urgiu-se. Desse modo por meio da resolução 125 do CNJ trouxe a possibilidade não só da diminuição da sobrecarga como também métodos que visam uma melhor resolução dos conflitos.
Primeiramente vale ressaltar que essa Resolução se fez necessária, pois a situação do judiciário brasileiro necessitava de medidas urgentes para minorar os problemas enfrentados. Assim, o ordenamento jurídico ganhou um grande aliado, os métodos adequados na solução dos conflitos, que possibilitam além do retorno a celeridade da justiça, como resoluções mais satisfatórias, já que há um incentivo direto a forma consensual na resolução do conflito, que descontrói a tão desgastante forma litigiosa tradicional, que se resume no perde-ganha, passando então autonomia as partes conflitantes e trazendo uma perspectiva de resolução ganha-ganha que diminuide maneira significativa os danos causados pelo litígio comum. Além disso, o tempo investido nesse tipo resolução, diminui, o que é bastante satisfatório, já que as partes não dependem da disponibilidade do judiciário.
No entanto, apesar de estar ganhando notoriedade por meio de incentivos de modo geral, pelo judiciário, por empresas e pela sociedade, ainda há muito a ser feito para que os MASC’s assumam um papel de maior relevância e o seu protagonismo aumente cada vez mais, quando houver, por parte da sociedade, demandas a serem solucionadas. Pois, ainda que não seja algo novo, tem se notabilizado há pouco tempo, mesmo sendo uma tendência internacional, e estando bem consolidada em alguns países, no Brasil precisa-se massificar o entendimento de que esse método não é apenas alternativo, como se vislumbrou inicialmente, mas principalmente “Adequado”. Logo, se tem que se buscar primeiro, não de modo alternativo, pois há diversos tipos como mediação, conciliação, entre muitos outros, para que haja adequação ao caso concreto e com isso promova solução e satisfação as partes que o utilizam.
Sendo assim, com o advento da resolução 125, o CNJ, trouxe inicialmente grandes impactos, como cultural, pois já se observa a sociedade procurando em larga escala os MASC’s, quando em outra época procurariam direta e primeiramente o judiciário. Também trouxe mais efetividade na justiça e tem resgatado o intrínseco sentimento de “justiça feita”, ademais, aos poucos tem desafogado o poder judiciário. Portanto, o primeiro passo foi dado, agora é só manter o trabalho incessante, para que tenhamos daqui alguns anos os MASC’s despontando como uma das principais formas de resolução de conflito e assim se viva um novo tempo em que haja o resgate total da credibilidade, celeridade e efetividade da justiça no Brasil.

Continue navegando