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PARCELAMENTO DOS TITULOS EXTRAJUDICIAIS

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FACULDADE BOA VIAGEM DEVRY
CURSO DE DIREITO
PARCELAMENTO DOS TÍTULOS EXTRAJUDICIAIS: 
UMA FORMA EFICAZ DE SATISFAÇÃO DO CRÉDITO E SUA ABORDAGEM NO ÂMBITO DA JUSTIÇA COMUM E JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS
RECIFE
 2015
RESUMO
O estudo dedicou-se a tema de relevância numa sociedade de comunicação de massa, qual seja o parcelamento dos títulos extrajudiciais e sua abordagem no âmbito da Justiça Comum e Juizados Especiais Cíveis. Objetivou verificar a hipótese de que o parcelamento do crédito só poderia ser realizado em fase de execução, deixando o Código de Processo Civil no que tange à fase de parcelamento uma brecha, onde o legislador poderia interpretar de duas maneiras. Para isso, através da pesquisa bibliográfica tratou de descrever aspectos doutrinários e legislativos acerca do parcelamento previsto no artigo 745-A do referido código, seu cabimento e pressupostos, para então aplicar a análise crítica da fase de parcelamento no corpus proposto ao trabalho: jurisprudências no sentido quando ao cabimento ou não do parcelamento em se tratando de títulos executivos judiciais e em sede de Juizados, pois o atual artigo referente a esse tema deixa subtendido quanto essa forma de parcelamento produzir efeito apenas sobre os títulos executivos extrajudiciais. Por essa prática constatou-se a hipótese como falsa, pois, de acordo com o Novo Código de Processo Civil que entrará em vigência em março de 2016 veda integralmente essa forma de parcelamento em se tratando de títulos executivos judiciais. Mas pelo feeling da reforma processual, seria necessária a possibilidade de autocomposição no processo de execução no tocante, inclusive, à sentença condenatória para parcelamento. Assim, pela aplicação controlada de técnicas de pesquisa, contribuiu-se para o crescimento de ciência, por fornecer elementos idôneos para o enriquecimento da discussão sobre o tema. 
Palavras-Chaves: Processo Civil – Execução – Parcelamento da dívida 
ABSTRACT
The study was dedicated to theme of relevance in a mass communication society, which is the installment of extrajudicial bonds and their approach under the Common Justice and Small claims courts. Aimed to test the hypothesis that credit installments could only be realized in the execution phase, leaving the Civil Procedure Code regarding the installment stage a gap where the legislature could be interpreted in two ways. For this, through literature tried to describe doctrinal and legislative aspects about the planned installment in Article 745-A of the Code, their appropriateness and assumptions, and then apply the critical analysis of parceling phase in the corpus proposed to work: case law in sense when the appropriateness or otherwise of the payment in the case of judicial enforcement documents and headquarters of Courts, as the current article regarding this topic leaves subtended as this form of installment takes effect only on extrajudicial executive titles. By this practice found the hypothesis as false because, according to the New Civil Procedure Code which will come into force in March 2016 completely prohibits this form of payment in the case of judicial enforcement orders. But the feeling of procedural reform, would require the possibility of autocomposição in the implementation process regarding even the sentence for installment. Thus, the controlled application of research techniques, contributed to the growth of science, for providing suitable elements to enrich the discussion on the topic.
Key Words: Civil Procedure - Execution - Debt Refinancing
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	10
1 DA EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO PROCESSO EXECUTIVO	13
1.1 Aspectos Gerais do Código de Processo Civil	13
1.2 Da Execução	14
1.3 Da Responsabilidade Patrimonial	20 
1.4 Da Penhora	25
2 DO PROCESSO EXECUTIVO BRASILEIRO	29 
2.1 Distinção entre Título Executivo Judicial e Título Executivo Extrajudicial	29
2.2 Dos Princípios mais Utilizados na Execução	36
2.2.1 Princípio da menor onerosidade ao devedor e 
princípio da máxima eficiência da execução	36
2.2.2 O princípio da máxima eficiência da execução	 37
2.2.3 Princípio da efetividade. Direito fundamental à tutela executiva	37
2.2.4 Princípio da boa-fé processual	38
2.2.5 Princípio do Contraditório	39
3 PARCELAMENTO DA DÍVIDA NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO	41
3.1 Hipótese de Autocomposição no Parcelamento de 
Crédito advindo de Sentença Condenatória	41
3.2 Parcelamento da Dívida	41
3.3 Aplicação Subsidiária do Cumprimento de Sentença 
no Processo de Execução (art. 475-R do CPC)	44
3.4 Parcelamento nos Juizados Especiais Cíveis	50
3.5 Formas Alternativas de Solução de Conflito no novo 
CPC - Mediação e Conciliação	52
3.6 Reflexos do Novo CPC na Execução	54
3.6.1 Execução em se tratando de parcelamento da dívida	54
CONSIDERAÇÕES FINAIS	57
REFERÊNCIAS	59
ANEXO A	63
INTRODUÇÃO
O processo executório existe no Brasil desde a década de 50, como forma de satisfazer uma prestação que é devida por um devedor/executado a um credor/exequente.
Tal processo foi evoluindo e se adaptando as necessidades da sociedade, até a promulgação do Regulamento 737 de 1850, instituindo a execução da sentença em um processo apartado e autônomo em relação a ação de conhecimento.
Insta destacar que esse processo veio a suprir as coações corporais como meio de execuções autônomas antigamente utilizadas.
Na década de 70, mais precisamente no ano de 1973, com a promulgação do Novo Código de Processo Civil que unificou os procedimentos de conhecimento e execução da sentença, dividido em fases diferentes, mas dentro de um mesmo processo.
Ademais, cumpre destacar que o grande marco dessa evolução veio com a Lei 11.382 de 2006, cuja finalidade consistia na busca pela agilização do processo de execução, evitando, dessa forma, as práticas protelatórias da satisfação do crédito perquirido. O novo Código de Processo Civil passará a vigorar em março de 2016. Um dos trechos alterados foi o artigo 745-A que permite ao devedor/executado requerer no curso do processo de execução o parcelamento da dívida exequenda, bastando que se cumpram os requisitos nele expostos.
Diante da grande quantidade de devedores no Brasil pela inadimplência foram criados na execução a fase de parcelamento da dívida, seria uma forma de ajudar o devedor/executado a pagar a dívida e consequentemente ao credor a recebe-la. Esse parcelamento no atual código são feitos na fase de execução no que cabe aos títulos executivos extrajudiciais deixando subtendido quando ao seu cabimentos nos títulos judiciais. O referido título é examinado na fase de execução, bastando ao credor apenas apresentar o título e se é iniciada a execução contra o devedor/executado na fase para embargos e só haverá esse parcelamento quando for reconhecido o crédito do credor/exequente e comprovado o depósito de 30% (trinta) do valor em execução inclusive custas e honorários dos advogados. 
Diante disso, o devedor/executado poderá requerer que se entre na fase de parcelamento da dívida em até 6(seis) parcelas mensais acrescidas de correção monetária e juros de 1% (um) ao mês redação dada pela Lei º 11.382 no ano de 2006, pois antes não havia a possibilidade do devedor/executado parcelar a dívida. Em se tratando de títulos executivos judicias, ou seja, fase de conhecimento do processo, o credor entrará com uma ação em face do devedor/executado, aguardará passar por toda a fase de conhecimento, sendo essas, audiências, dentre outras para assim o processo ser conhecido por todos, inclusive pelo Juiz. 
Há casos em que o devedor não se prontifica a pagar o que é devido, sendo assim, após o trânsito em julgado dar-se-á início a fase de cumprimento de sentença sendo este de grande importância discussão sobre o tema. O parcelamento da dívida depois das alterações trazidas pelo código de 2006 aborda sobre o parcelamento poder ser realizado no processo de execução, qual seja, nos títulos executivos extrajudiciais, podendo também serem aplicados aos títulosexecutivos judiciais de acordo com o artigo 475-R onde o mesmo traz a possibilidade de aplicação subsidiária. Bem como o cumprimento de sentença, quanto a execução de título extrajudicial buscam a mesma finalidade, qual seja, o de expropriação de bens e cumprimento das obrigações devidas. 
Diante dos fatos é entendido que o devedor/executado em se tratando de títulos judiciais já obteve todas as oportunidades durante o trâmite do processo para tentar fazer um acordo ou pagar a dívida, mas mesmo assim não o fez esperando este até a sentença ser prolatada, se estendendo para a execução e consequentemente respondendo com seu patrimônio. Mas o que vem a ser abordado no presente trabalho é poder haver o parcelamento da dívida em se tratando de títulos executivos judicias, pois como mencionado alhures mesmo o devedor/executado auferindo de todas as oportunidades oferecidas diante do curso do processo, e mesmo não o fazendo, não o torna desmerecedor, pois seria uma forma de o credor/exequente conseguir reaver o seu crédito esperando apenas 6 (seis) meses a mais. 
Objetiva o presente trabalho, analisar questões interessantes acerca das modificações do artigo 745-A do Código de Processo Civil e do artigo 916 do Novo Código de Processo Civil, bem como da aplicabilidade do parcelamento em sede de Juizados Especiais Cíveis, a começar pelo seu retrato histórico, passando em seguida para análise das principais modificações, da sua importância, do seu cabimento e, principalmente, pela análise de sua natureza jurídica. 
No primeiro capítulo procurou-se abordar sobre a origem histórica do Processo Civil e do Código de Processo Civil. Estudando a evolução do Código de Processo Civil desde seu surgimento até o utilizado atualmente, como também, a progressão do Código de Processo Civil no decorrer dos anos, se estendendo pela fase executiva, responsabilidade patrimonial e penhora.
Já o segundo capítulo é dedicado especialmente ao processo executivo brasileiro, tratando da distinção entre os títulos executivos judiciais e extrajudiciais, forma de aplicação subsidiária e os principais princípios norteadores da fase executiva.
No terceiro capítulo, são apresentados a aplicabilidade no que cabe ao parcelamento da dívida em sede de Justiça Comum e Juizados Especiais Cíveis e as hipóteses de autocomposição, formas alternativas de solução de conflito no que tange a mediação e conciliação, bem como os reflexos trazidos pelo novo Código de Processo Civil.
Por último, as duas jurisprudências anexadas tratam de decisões favoráveis e desfavoráveis quanto ao parcelamento em se tratando de títulos executivos judiciais e extrajudiciais.
Então, o que se pretende nesta oportunidade é fazer um estudo sobre todo o processo de execução relatando as mudanças trazidas com a chegada do código em vigor e principalmente analisando as distinções acerca dos títulos executivos judicias e extrajudiciais. Posteriormente analisar o parcelamento da dívida, como também explorar e comentar acerta das mudanças trazidas pelo Novo Código de Processo Civil.
Neste trabalho de conclusão de curso, a metodologia quanto ao tipo de pesquisa foi à pesquisa exploratória e quanto à técnica aplicada, foi à pesquisa bibliográfica, baseada em obras de grandes doutrinadores que tratam a respeito deste tema e pesquisas da internet. Além disso, foram utilizadas jurisprudências, trazendo para análise o estudo de casos concretos.
Assim, contribuiremos para a coleta de elementos possibilitadores da discussão científica do tema.
1 DA EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO PROCESSO EXECUTIVO
1.1 Aspectos Gerais do Código de Processo Civil
O Direito processual civil vem a ser o conjunto de princípios e normas jurídicas que regem a solução de conflitos de interesses por meio do exercício da jurisdição, função de soberania de um Estado, por isso se diz que é ramo do Direito Público. O processo civil tem um caráter instrumental, e busca a efetividade das leis materiais.
A sociedade nem sempre vive harmonicamente, diante desse fato, ressaltamos que na convivência entre seres humanos existem conflitos e através deles surge o Direito Processual Civil, com o objetivo de defender a coletividade e promover uma sociedade mais pacífica. 
O Direito Processual Civil, portanto, é o conjunto de normas que regulam o poder de resolução dos Litígios, Autodefesa, Autocomposição, descumprindo-as, o sujeito, estará passível a submeter-se as sanções estabelecidas na norma.
O Ilustre Marcus Vinícius Rios Gonçalves (2012, p. 37) definia o Direito Processual Civil como;
Ramo do direito que contém as regras e os princípios que tratam da jurisdição civil, isto é, da aplicação da lei aos casos concretos, para a solução de conflitos de interesses pelo Estado-juiz. O conflito entre sujeitos é condição necessária, mas não suficiente para que incidam as normas de processo, só aplicáveis quando se recorre ao Poder Judiciário apresentando-se-lhe uma pretensão. Portanto, só quando há conflito posto em juízo.
Desta forma, os descumprimentos das normas impostas levam o indivíduo ao cometimento de uma penalidade processual. São essas: a preclusão que é a perda do direito de manifestar-se no processo, isto é, a perda da capacidade de praticar os atos processuais por não tê-los feito na oportunidade devida ou na forma prevista, perempção é a perda do direito ativo de demandar o réu sobre o mesmo objeto da ação, quando o autor abandona o processo por três vezes, revelia é a falta de defesa em razão a ausência da Reclamada na audiência em que deveria apresentar sua defesa, confissão ficta que é a falta de depoimento pessoal, interrogatório das partes e por fim existe o ato atentatório a dignidade da justiça, a litigância de má-fé dentre tantos outros.
O processo civil tem grande importância no nosso cotidiano, mas há a questão da socialização da justiça, isso quer dizer que muitos conflitos de interesse deixam de ser levado a juízo pelo valor às vezes alto, não ferir direito devido ao dano destruir toda a sociedade, as partes às vezes até optam por celebrarem acordos antes mesmo de se entrar em Juízo para evitar custos, tempo dentre tantos outros fatores. Diante dessa realidade, foram criados os Juizados Especiais Cíveis que tem como objetivo facilitar o acesso à justiça, buscando por eles pessoas que possivelmente não levariam a juízo seus litígios de menor extensão, as tutelas de urgência, pois eles servem para resolver as pequenas causas com rapidez, de forma simples, sem despesas exorbitantes e sempre os conciliadores tentam buscar um acordo entre as partes. 
O processo de hoje e do futuro sempre irão visar à facilitação do acesso à Justiça onde todos possam levar ao Judiciário seus conflitos, duração razoável do processo, onde o processo corra de uma maneira mais célere, pois a demora traz ônus gravosos aquele que ingressa em Juízo, a instrumentalidade devendo sempre ser moldado para servir da melhor forma para a questão discutida, tutela de interesses coletivos e difusos, buscar a democratização e universalização da justiça, constitucionalização do direito processual e efetividade do processo, onde o processo tem que ser instrumento eficaz na solução de conflitos, com a finalidade sempre de ser atendido o que se espera do processo.
 
1.2 Da Execução
A execução, inicialmente abordada no Brasil pelo Regulamento 737 de 1850, aparece como uma forma de satisfazer uma prestação que é devida a um credor.
Este instrumento de satisfação, que inicialmente utilizava a coação física, foi evoluindo de acordo com as necessidades da sociedade e das relações que se formaram ao longo dos tempos. Por isso, é de extrema importância trazer a baila parte da história de evolução do procedimento executório no ordenamento jurídico brasileiro, para seja possível o seu perfeito entendimento.
Como já esposado, inicialmente a execução era realizada mediante a coação física dos credores/exequentes em relação aos devedores/executados, ou seja, mediante o uso da força e de armas. Podemos dizer ainda, que chegava a ser uma execução de mão própria.O doutrinador Moacyr Amaral Santos (2003, p.214) ressalta que:
No Direito Romano, à execução sempre e necessariamente devia preceder sentença condenatória do devedor. a) No período das legis actionis decorridos 30 dias da prolação do julgado (tempus iudicati), sem que o devedor satisfizesse a condenação, podia o credor conduzir o devedor, mesmo à força, até o magistrado, que o autorizava lançar-lhe a mão (manus iniectio) e encarcerá-lo. Cabia então ao credor mandar apregoar o prisioneiro em três feiras, de nove em nove dias, visando a obter seu resgate, pelo pagamento do valor correspondente à condenação, e, quando a isso ninguém dispusesse, vendê-lo fora da cidade (trans tiberim) ou mesmo matá-lo.
Ensina Misael Montenegro (2006, p. 265) que:
Historicamente falando, com os olhos voltados para a Lei das XII Tábuas, anote-se que o não cumprimento espontâneo da obrigação conferia ao credor o direito de encarcerar o devedor pelo prazo de 60 dias, dentro do qual comparecia com o devedor por três dias ao mercado na presença do pretor, na tentativa de que alguém se apresentasse para solver a dívida, o que liberaria o devedor. Isso não ocorrendo, e com a fluência dos 60 dias, passava o credor a ser o proprietário do devedor, podendo vendê-lo ou fazê-lo escravo. Alguns autores afirmam que o credor poderia matar o devedor e retalhar seu corpo, oferecendo a cada um dos credores pedaço correspondente à extensão da dívida não adimplida.
O Regulamento 737, promulgado em 1850 veio a instituir uma execução de sentença, posterior ao processo principal, mas de competência para conhecimento do mesmo juízo da ação originária (conhecimento), superando uma fase de coações corporais, como meios de execuções autônomas. 
Contudo, apesar dos avanços legais, esses meios coativos continuavam a ser aplicados como sanções processuais aplicadas aos descumprimentos dos deveres de lealdade e colaboração a justiça até a criação a promulgação de um código que regulamentasse essa situação.
Em seguida, temos como novo marco, o Código de 1939, que veio a estabelecer um dualismo entre a ação de conhecimento e a de execução, instituindo meios de satisfação como à penhora incidente.
Já no Código de 1973 houve a união dos procedimentos, de forma que a execução e a ação principal deveriam estar unificadas no mesmo processo, independente da natureza do título executivo objeto da execução. 
Desse modo, superada a união do procedimento, o próximo passo foi à busca dos juristas pelas formas de antecipação da satisfação da pretensão pleiteada, através de uma ação de conhecimento. Ou seja, passou-se a pleitear a tutela antecipada, que consiste em uma execução para segurança de um direito que se encontrava sob qualquer tipo de ameaça.
A outra grande preocupação dos juristas era como evitar, coibir as práticas protelatórias para cumprimento da execução. Nesse passo, no ano de 2006 foi promulgada a Lei 11.382 de 2006, que buscou agilizar o processo de Execução, no sentido de satisfazer o direito do credor, afastando cada vez mais as práticas protelatórias da satisfação pleiteada pelo credor. 
Atualmente, segundo os professores Luiz Rodrigues Wambier e Eduardo Talamini, podemos classificar as espécies de execução de acordo com:
a) a origem do título executivo, de sorte que estes poderão ser judiciais ou extrajudiciais, atendendo ao disposto no art. 475-N do Código de Processo Civil Brasileiro; 
No ponto, mister destacar que são títulos executivos judiciais todos aqueles cuja origem é uma sentença. Trata-se de um rol taxativo disposto no artigo 475-N.
Os título executivos extrajudiciais são aqueles criados pela vontade dos particulares, que podem ser exigidos, como é o caso do cheque, da nota promissória e demais títulos de créditos, além dos próprios contratos.
b) Quanto à estabilidade do título executivo, separando as possibilidades de execuções definitivas e provisórias de acordo com o art. 475-O do CPC;
Quanto às execuções provisórias, são aquelas que apesar de reconhecer um direito, foram impugnadas por um recurso, cujo julgamento ainda não foi realizado e nem é dotado de efeito suspensivo. Ou seja, o recurso interposto é recebido apenas no efeito devolutivo.
Quanto às execuções definitivas, estas se original após uma decisão irrecorrível, ou seja, transitada em julgado que reconheceu um direito exigível.
c) Quanto à natureza e ao objeto da prestação, no que consiste em entregar, fazer ou não fazer algo; 
d) Quanto à especificidade do objeto da prestação, nos casos das execuções especificas ou genéricas; 
e) Quanto à especialidade do procedimento em face da peculiaridade do direito material, que consiste na execução de créditos em que a sua execução dão-se por procedimento especial. Contudo, já há entendimento que esse modo de execução esteja superado e revogado jurisprudencialmente; 
f) quanto a solvabilidade do devedor, que seria uma maneira de executar de forma distinta os devedores solventes ou insolventes de visando assegurar o crédito do credor, em atendimento as ritos dispostos nos arts.475-J ou 646 – ambos do CPC - em caso de devedor solvente ou art. 748 e seguintes do CPC e Lei 11.101/2005 nos casos dos devedores insolventes.
Direito a uma prestação é o poder jurídico atribuído a alguém de exigir de outra pessoa o cumprimento de uma prestação (conduta) que pode ser um fazer, não fazer ou um dar. Essa prestação se divide em dar dinheiro e dar coisa distinta de dinheiro. Esses direitos estão associados aos prazos prescricionais que de acordo com o art. 189 do CC 2002 começam a correr com o não cumprimento pelo sujeito passivo do seu dever.
A efetivação/satisfação é a realização da prestação devida por isso à importância da prestação ser concretizada no mundo físico. Sendo assim, embora o titular desse direito tenha a pretensão não tem como, por si, agir para efetivar o seu direito, pois fere a autotutela que é o poder da administração de corrigir os seus atos, revogando os irregulares ou inoportunos e anulando os ilegais, respeitados os direitos adquiridos e indenizando os prejudicados se for o caso. Sendo assim irá ter que se buscar a tutela jurisdicional executiva recorrendo ao Poder Judiciário para buscar essa efetivação depois que for concretizada a prestação devida. Os três tipos de prestação existentes são a execução de fazer/não fazer e dar, portanto a tutela executiva pressupõe inadimplementos, podendo ser vislumbrado no art. 580 do CPC, onde o mesmo diz que: "A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação certa, líquida e exigível, consubstanciada em título executivo".
E é por isso que pode ser falado de prescrição da execução (CPC, art. 617 e súmula do STF, n. 150).
A relação entre direito material e processo é de suma importância para o entendimento do fenômeno executivo.
Ainda tratando do conceito de execução podemos entender o que vem a ser direito potestativo. Ele é o direito que cria, altera ou extingui situações jurídicas que envolvam outro sujeito (que se encontra em uma situação jurídica passiva denominada de estado de sujeição), podemos dizer que é a liberdade de escolha da parte. É suficiente que o juiz diga "anulo", "rescindo", "dissolvo", "resolvo" para que as situações jurídicas sumam, se transformem ou surjam.
A efetivação de um direito potestativo pode gerar o direito a uma prestação. Sendo assim, os direitos a uma prestação que surgiram da efetivação de um direito potestativo irão ser reconhecidos por uma sentença constitutiva. Portanto, ao consumar esse direito o órgão jurisdicional consuma também o direito a uma prestação que é resultado.
Um exemplo que podemos dar é do Relator Ministro Menezes Direito, STJ, 3 turma, Recurso especial n. 402762/SP onde houve uma decisão que resolve um compromisso de compra e venda, em razão do inadimplemento, tem por efeito anexo o surgimento do dever de devolver a coisa prometida à venda.
No nosso país a legislação específica sobre execução surgiu com o Decreto-Lei nº 1.608, de 18 de setembro de 1939 onde o mesmo previa duas espécies de execução,uma intitulada de título executivo judicial e outra de título executivo extrajudicial, evoluindo ao longo do tempo e sofrendo sempre mudanças para assim atender sua finalidade. Logo após surgiu o Código de Processo Civil de 1973 vigente atualmente, onde o mesmo por ser bastante completo ainda precisa de mudanças.
O ilustre doutrinador Alexandre de Freitas Câmara (2014, p.186) traz uma concepção do que se entende por título executivo, qual seja:
O título executivo é, portanto, um ato (ou fato) jurídico a que a lei (e só ela) atribui eficácia executiva. Eficácia, como se sabe, é a aptidão para produzir certo efeito. A eficácia executiva consiste na aptidão para produzir o efeito de fazer, incidir sobre o devedor (ou responsável) a responsabilidade patrimonial (que nada mais é do que a possibilidade de sujeição de seu patrimônio, para que se obtenha a satisfação forçada do crédito exequendo).
Executar é satisfazer uma prestação devida. A execução pode ser espontânea, quando o devedor cumpre voluntariamente a prestação, ou forçada, quando o cumprimento da prestação é obtido por meio da prática de atos executivos pelo Estado. É formada de três partes: obrigação impassível de discussão (título executivo), o titular desta (exequente) e aquele que deve cumpri-la (executado). 
Segundo o doutrinador Cândido Rangel Dinamarco (2001, p.115) execução é:
Conjunto de atos estatais através de que, com ou sem o concurso da vontade do devedor (e até contra ela), invade-se seu patrimônio para, à custa dele, realizar-se o resultado prático desejado concretamente pelo direito objetivo material.
Nesse mesmo contexto Alexandre Freitas Câmara (2014, p. 160-161) 
Assim sendo, poder-se-ia definir a execução forçada como a atividade jurisdicional que tem por fim a satisfação concreta de um direito de crédito, através da invasão do patrimônio do executado (que, como se verá, pode seu próprio devedor, ou outro responsável, como um fiador, por exemplo). (...) Com a execução forçada o que se quer é, através da substituição da atividade das partes (principalmente da atividade do executado), fazer-se atuar a vontade concreta do direito substancial mediante a realização prática do direito de crédito existente segundo o direito material (...).
Com os números assustadores de devedores hoje no país podemos observar a relevância de discutir um pouco sobre o processo de execução. Anualmente, no Brasil existem milhares de pessoas endividadas, por terem passado cheque e não terem como pagar, por não conseguir pagar um aluguel, cartão de crédito, dentre tantas outras coisas, sendo muitas vezes aberto um processo de execução contra as mesmas. 
O Código de Processo Civil - execução surgiu com o objetivo de aplacar as estatísticas avassaladoras que apontam para os inadimplentes visando chegar a um acordo entre exequente e executado para serem sanados os débitos, criando os Juizados Especiais Cíveis como meio de solução de conflitos mais céleres e a própria justiça comum, visando sempre trazer a paz social entre os devedores e credores.
Buscando ainda uma forma benéfica para ajudar esses devedores o código trouxe a fase de parcelamento da dívida, onde o devedor pode parcelar sua dívida em até 6(seis) parcelas mensais acrescidas de correção monetária e juros de 1% (um) ao mês em se tratando de títulos executivos extrajudiciais, exemplo deles são os cheques, notas promissórias, e os demais títulos de crédito, além dos próprios contratos como mencionado anteriormente deixando subtendido quanto a forma de parcelamento em se tratando de títulos executivos judiciais.
1.3 Da Responsabilidade Patrimonial 
O direito a uma prestação é o poder judicial dado a uma pessoa para exigir de outra o cumprimento de uma obrigação, ou seja, de uma conduta que pode vir a ser um fazer, não-fazer, ou dar coisa, sejam elas dinheiro ou coisa distinta de dinheiro. Podemos dizer que quando o devedor não cumpre com a obrigação imposta, com a prestação de forma espontânea é caracterizado o inadimplemento ou lesão e será mediante uma execução forçada que o devedor ou terceiros responderão com o patrimônio pelo cumprimento da obrigação. 
Diante disso podemos dar ensejo ao que vem a ser responsabilidade patrimonial, será exatamente o meio pelo qual o devedor responde com o o próprio patrimônio pela execução. 
O ilustríssimo doutrinador Fredie Didier Júnior (2013, p. 259) entende como: 
A responsabilidade patrimonial ou responsabilidade executiva segundo a doutrina maciça, o estado de sujeição do patrimônio do devedor, ou de terceiros responsáveis (prevista na constituição federal, no artigo 592 do Código de Processo Civil), às providências executivas voltadas a satisfação da prestação devida. Seria a sujeição genérica e seu patrimônio. Haveria a possibilidade de sujeição de todos os seus bens (dentro dos limites da lei), não sujeição efetiva e específica de um deles. 
 
A responsabilidade nem sempre foi patrimonial. Se formos averiguar ao longo do tempo podemos vislumbrar que no direito Romano a responsabilidade caía sobre a pessoa do devedor. Sendo assim, o devedor poderia virar escravo do credor como forma de pagamento de dívida e ainda era permitido a "partição" do corpo do devedor se vários fossem os credores.
Diante disso, depois da evolução social não era mais permitido tal absurdo, restando à responsabilidade apenas patrimonial. O que vem a ser permitido no nosso ordenamento jurídico é a coerção pessoal e a sujeição patrimonial.
A coerção pessoal está prevista no artigo do Código de Processo Civil (art. 461, §5º), in verbis:
Art. 461. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou, se procedente o pedido, determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento.
(...).
§ 5o Para a efetivação da tutela específica ou a obtenção do resultado prático equivalente, poderá o juiz, de ofício ou a requerimento, determinar as medidas necessárias, tais como a imposição de multa por tempo de atraso, busca e apreensão, remoção de pessoas e coisas, desfazimento de obras e impedimento de atividade nociva, se necessário com requisição de força policial.
A teoria formulada pelo alemão Alois Brinz separa a obrigação em Schuld und Haftung. Sendo a primeira o débito e a segunda a responsabilidade, com isso nasce a visão dualista. O débito e a responsabilidade se coadunam na relação obrigacional, mas a responsabilidade só surge com o inadimplemento, uma vez inadimplida o credor já pode entrar na justiça para ser cumprida a prestação devida, respondendo assim o devedor com seus bens ou de terceiros previstos em lei.
Podemos dizer assim que a dívida é vínculo pessoal e a responsabilidade é patrimonial. O devedor obriga-se e seu patrimônio responde. Essas lições foram incorporadas a lei brasileira pelo doutrinador Enrico Tullio Liebman (1980) e Alfredo Buzaid (1952).
Os referidos doutrinadores sustentam que o dever jurídico de cumprir a prestação é objeto de relação obrigacional, enquanto que, a responsabilidade está ligada susceptibilidade do patrimônio do devedor ser levado a execução, sendo, portanto, uma relação processual entre responsável e Estado, não se tratando de relação entre credor e devedor, seguindo esta mesma linha de raciocínio outros doutrinadores como Araken de Assis (2005).
Mas alguns juristas não vislumbram dessa forma, tem uma visão unitarista da obrigação observando tudo isso que foi mencionado alhures de uma forma única, ou seja, não conseguem destacar débito e responsabilidade. Seriam essas faces de um mesmo vínculo e vínculos distintos. O vínculo obrigacional não é parado e sim está em constante movimento. 
Já a visão aplicada segundo Fredie Didier (2013, p. 267) entende que: 
A obrigação é um processo dinâmico que se desenrola com o fim único: o adimplemento da prestação principal. Mas este processo se caracteriza por contar com uma sucessão de situações jurídicas de direito/poder/dever/ônus/sujeição etc. e, dentre elas, o dever jurídicoe a responsabilidade. Descumprido o dever, e configurado o inadimplemento, surge a responsabilidade, estado de sujeição do patrimônio do devedor/terceiro, ou, eventualmente, de sua vontade/liberdade, ao cumprimento da prestação.
Em se tratando da responsabilidade primária onde as mesmas estão previstas nos arts. 591 e 592, I, III e V do Código de Processo Civil e quando se é contastado o vínculo obrigacional sendo estes o débito e a responsabilidade (Schuld und Haftung) ressaltados anteriormente, surgem dois tipos de responsabilidade patrimonial a primária e a secundária. 
A responsabilidade primária recai sobre os bens do devedor obrigado e a responsabilidade secundária incidirá sobre bens de terceiro não obrigado, a exemplo é do cônjuge do executado, do fiador e do sócio.
A visão de Liebman (1980) é muito adotado por doutrinadores brasileiros, pois o mesmo entende que o responsável secundário é sempre um terceiro, sendo assim, um exemplo seria o sócio da sociedade executada ou o cônjuge do executado que não compõe o processo executivo surgindo assim o embargo de terceiros caso se queira questionar a legitimidade da constrição de bens.
O doutrinador Araken de Assis (2007, p. 202-203) entende que: 
o art. 592 do Código de Processo Civil só tem a virtude de apontar casos mais comuns de responsabilidade secundária. Não podendo reputar como "terceiros" estes responsáveis secundários. Sendo parte todo aquele que integra o processo com parcialidade, com interesse no seu resultado. Sendo responsáveis primários e secundários partes passivas, são executados, apesar do primeiro ser obrigado e o segundo, não. 
Mas deverá ser observado com bastante atenção que a responsabilidade secundária, ou seja, de terceiros não irá suprir a responsabilidade primária, qual seja a responsabilidade do devedor principal, pois a obrigação deve ser vista como um processo.
É sabido que o devedor responde com todos os seus bens salvo as restrições legais trazidas em lei, mas nem todos os bens do devedor responderão pela dívida, pois poderá haver a responsabilidade secundária como mencionada alhures. Os bens presentes e futuros do devedor responderão pela sua inadimplência, isso quer dizer que depois de contraída a dívida, entrando na fase de execução poderá ser penhorado tanto os bens contraídos anteriormente a dívida como posteriormente.
Possuem outros pensamentos a respeito Luiz Guilherme Marinoni (2007) dentre outros doutrinadores vislumbrando que só os bens que ingressarem no patrimônio do devedor desde o momento da instauração da execução. 
Não podem ser esquecidos os bens pretéritos, esses são transferidos para terceiros antes de se iniciar a execução como forma de tentar se fraudar a execução e consequentemente fraudar os credores. Mas de acordo com o art. 592, III do Código de Processo Civil “respondem pela execução os bens do devedor, ainda que em “poder” (posse ou detenção) de terceiros”.
O parágrafo 1º ainda do art. 659 do Código de Processo Civil deixa claro que: "efetuar-se-á a penhora onde quer que se encontrem os bens, ainda que sob a posse, detenção ou guarda de terceiros". Como locatário, comodatário dentre outros. Devemos deixar bem claro que "o terceiro possuidor deve ter seus direitos respeitados, nos limites da lei e de possíveis cláusulas contratuais, sob pena do uso legítimo de embargos de terceiros, para reaver o bem". 
Na responsabilidade secundária terá os bens do cônjuge previstos no art. 592, IV do Código de Processo Civil onde os mesmos responderão pelas suas dívidas mas sempre será examinado o tipo de dívida e o regime de bens em vigor. Partindo dessa análise há os bens da meação que vem a ser a metade do patrimônio comum do cônjuge, em outras palavras seria dizer que o cônjuge responde pelas dívidas contraídas pelo outro se estes forem para atender os encargos da família não incluindo as despesas supérfluas, pois não estão dentro da economia doméstica cotidiana.
O art. 1644 do Código Civil traz a ideia de que os cônjuges se obrigam solidariamente para dívidas referentes à economia doméstica. A doutrina e os tribunais superiores entendem que as dívidas contraídas pelos cônjuges são para o ganho familiar devendo a outra parte provar o contrário, qual seja, se as dívidas são relativas a jogos, despesas com concubinas dentre outras. 
No regime de comunhão parcial são os bens adquiridos na constância do casamento a título oneroso com as disposições dos arts. 1.658 a 1.660 do Código Civil. No regime de separação obrigatória/legal não haveria bens comuns, mas de acordo com a súmula 377 do STF à meação dos bens adquiridos na constância do casamento (aquestos) e o STJ aplica o entendimento de que se aplicará aos bens adquiridos com esforço comum.
No regime de comunhão universal interligam-se todos os bens presentes e futuros mesmo os bens tendo sido adquiridos em nome só de um dos cônjuges. No regime de participação final dos aquestos durante o casamento prevalecem regras do regime de separação total, mas em caso de término do relacionamento permanecem as regras do regime de comunhão parcial. 
Devendo salientar ainda que dívidas adquiridas anteriormente ao casamento não se comunicam e nem possuem aptidão de submeter à meação do outro cônjuge.
Em se tratando de bens próprios ou particulares resta dizer que os mesmos são incomunicáveis, não entram em qualquer comunhão e não existe direito a meação sobre eles. Sempre que a penhora recair sobre imóvel o cônjuge do executado em questão deverá ser notificado e intimado. Em se tratando de bens do sócio que venham a ser penhorados os mesmos respondem com o seu patrimônio e não com os de seus fundadores salvo algumas exceções previstas em Lei, qual seja, a da sociedade em comum onde todos os sócios respondem de forma solidária e ilimitada. A segunda seriam das sociedades regularmente constituídas mas que seus sócios utilizam meios fraudulentos para obter vantagens particulares, nesse caso a responsabilidade seria do sócio que agiu de má-fé para com os demais.
O art. 596 do CPC, dita benefícios que os sócios possuem quando seus bens são postos em execução, qual sejam: 
Os bens particulares dos sócios não respondem pelas dívidas da sociedade senão nos casos previstos em lei; o sócio, demandado pelo pagamento da dívida, tem direito a exigir que sejam primeiro excutidos os bens da sociedade.
O STF e STJ entende que "o sócio deve ser citado, preliminarmente, em nome próprio, da responsabilidade que lhe foi imposta. E como parte, deverá defender-se por impugnação/embargos do executado".
Em se tratando da responsabilidade patrimonial do fiador previsto no art. 595, CPC:
Art. 595. O fiador, quando executado, poderá nomear à penhora bens livres e desembargados do devedor. Os bens do fiador ficarão, porém, sujeitos à execução, se os do devedor forem insuficientes à satisfação do direito do credor.
Parágrafo único. O fiador, que pagar a dívida, poderá executar o afiançado nos autos do mesmo processo.
Em se tratando da responsabilidade patrimonial do espólio e dos herdeiros previstos no art. 597, CPC: “Art. 597. O espólio responde pelas dívidas do falecido; mas, feita a partilha, cada herdeiro responde por elas na proporção da parte que na herança Ihe coube”.
Em se tratando da responsabilidade patrimonial do incapaz previsto no art. 928, CC: 
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes.
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.
Sendo assim, para que se possa limitar o patrimônio do incapaz a sentença deverá ser proferida contra o mesmo. Portanto, o título executivo tem que constar o nome dele como devedor depois que for verificada outras pessoas que poderiam ter responsabilidades sobre ele.
1.4 Da Penhora
Tida como uma das maiores aliadas do processo executório, a penhora é conceituada pelo doutrinador Luiz Rodrigues Wambier (2006,p. 169):
A Penhora (...) pode ser conceituada como o ato executivo que afeta determinado bem à execução, permitindo sua ulterior expropriação, e torna os atos de disposição do seu proprietário ineficazes em face do processo (...). É ato público e estatal, praticado pelo oficial de justiça como longa manus do juiz. Não é ato privado do credor, ainda que se diga que a penhora é feita no seu interesse. O credor recorre ao Estado, através da ação executiva, e este penhora o bem. Também não é ato de disposição do devedor: a este apenas se dá a faculdade limitada de indicação de bem para sofrer a constrição; não se lhe outorga, porém, a possibilidade de não a aceitar.
Noutras palavras, a penhora seria um ato especifico pelo qual o do Estado interferiria na esfera jurídica do obrigado, apreendendo materialmente, seja de forma direta ou indireta, bens que integram o patrimônio do devedor.
Trata-se de procedimento de natureza executiva, no qual o credor irá recorrer ao Estado para que este, através de um oficial de justiça, penhore um bem como forma de garantia de um crédito.
Desse modo, encontrando um bem possível alvo de uma penhora, o oficial de justiça deverá lavrar um auto de penhora que deverá conter os requisitos dispostos no artigo. 655, I a IV, do Código de Processo Civil que dispõe:
Art. 665. O auto de penhora conterá:
I - a indicação do dia, mês, ano e lugar em que foi feita;
II - os nomes do credor e do devedor;
III - a descrição dos bens penhorados, com os seus característicos;
IV - a nomeação do depositário dos bens.
Mister destacar ainda, que a ausência de qualquer um dos requisitos acima vicia o auto de penhora, contudo, será um vicio sanável, não passível de anulabilidade, desde que não cause prejuízos as partes e atendam a sua finalidade.
A penhora não é um ato do credor ou do devedor, nem confunde-se com um direito real de garantia, assim como, não decorre de uma relação contratual assumida entre um credor e um devedor.
Ainda sobre entendimento de Wambier (2006) a penhora não é ato de natureza cautelar. A sua finalidade principal não é a de conservar o bem. Mais do que isso, a penhora visa qualificar o bem penhorado, para futuramente ser “transformado” em dinheiro, restando à conservação como uma função secundária e instrumental em relação ao seu fim.
Realizada a penhora, haverá uma individualização de um determinado bem, de forma que ela vinculará o bem alvo da penhora a uma determinada ação de execução. Ou seja, ela resguardará um bem até o final da execução. Nesse sentido, importante destacar que após a realização da penhora, o bem pode ou não continuar na posse do devedor, sendo este, o responsável pela sua conservação.
Ademais, impende destacar a possibilidade de que um bem venha a ser penhorado a requerimento de dois credores diferentes e em ações diferentes, já que visa garantir a execução de um crédito. 
Assim, caso isso aconteça, o dinheiro levantado com a alienação do bem será utilizado para quitar o débito do credor que primeiro requereu a penhora, ainda que a alienação não se dê no curso do processo em que figura como autor.
O Código de Processo Civil Brasileiro dispõe que em seu Art. 659 em seus § 1º ao 6º onde deverá ser incidido a penhora sobre os bens, bastando que seja pago o principal atualizado juros, custas e honorários advocatícios.
A penhora poderá ser aplicada a qualquer bem de responsabilidade patrimonial do executado e, deverá obedecer as condições impostas no artigo 652, §1º do Código de Processo Civil, quais sejam a existência de citação e a falta de pagamento, sendo confirmada mediante a lavratura de auto de penhora pelo oficial de justiça.
Importante destacar ainda, que a penhora pode ser aumentada, caso os bens penhorados não venham a satisfazer totalmente o crédito; pode ser diminuída, caso seja penhorado um valor maior do que o crédito ou substituída por dinheiro, outro bem ou fiança bancária.
Nos casos das penhoras eventuais, após a efetivação pelo oficial de justiça e dela sendo intimado o devedor, atendido estará o requisito de garantia para a oposição de embargos à execução. A eventual insuficiência da penhora será suprida por posterior reforço, que pode se dar em qualquer fase do processo, sem prejuízo do regular processamento dos embargos.
A penhora obedece uma ordem de preferência que esta disposta no artigo 655 e seguintes do Código de Processo Civil, senão vejamos:
Art. 655.  A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem: 
I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira; 
II - veículos de via terrestre; 
III - bens móveis em geral; 
IV - bens imóveis; 
V - navios e aeronaves; 
VI - ações e quotas de sociedades empresárias;
 VII - percentual do faturamento de empresa devedora;
VIII - pedras e metais preciosos; 
IX - títulos da dívida pública da União, Estados e Distrito Federal com cotação em mercado;
 X - títulos e valores mobiliários com cotação em mercado;
 XI - outros direitos. 
§ 1o  Na execução de crédito com garantia hipotecária, pignoratícia ou anticrética, a penhora recairá, preferencialmente, sobre a coisa dada em garantia; se a coisa pertencer a terceiro garantidor, será também esse intimado da penhora.
§ 2o  Recaindo a penhora em bens imóveis, será intimado também o cônjuge do executado.”
Entretanto, em que pese à ordem de preferência disposta no artigo supracitado, vale salientar que essa ordem não é absoluta, conforme a Súmula número 417 do Superior Tribunal de Justiça, senão vejamos “Súmula 417. Na execução civil, a penhora de dinheiro na ordem de nomeação de bens não tem caráter absoluto.
Desse modo, determinada a realização da penhora do bem, seja ele qual for, dar-se-à inicio ao procedimento da penhora, que deverá designar um depositário com o dever de guardar e conservar o bem penhorado, sob pena de responder patrimonialmente em caso de dano.
Em contrapartida, a nomeação do depositário, não vem apenas gravado de ônus, sendo um direito seu perceber determinada remuneração pela conservação do bem, assim como, ser reembolsado das despesas para manutenção da coisa, perdendo esse direito apenas nos casos de danos causados as partes, por sua culpa ou dolo. 
Diante do exposto, resta clara a guarida que a penhora encontra no ordenamento pátrio vigente. Contudo, existem grandes discussões quanto ao cabimento da penhora em situações específicas, como por exemplo, nos casos da penhorabilidade no caso de execuções.
Nesse passo, para que seja possível uma discussão quanto à possibilidade de utilização da penhora como meio de constrição nos casos de execução, é imperioso que se tenha claramente a noção dos institutos que compõem essa fase.
2 DO PROCESSO EXECUTIVO BRASILEIRO 
2.1 Distinção entre Título Executivo Judicial e Título Executivo Extrajudicial
Primeiramente há o processo de execução e o processo autônomo de execução, para viabilizarmos a execução de sentença há duas técnicas. O primeiro é o processo autônomo de execução onde a efetivação é objeto de um processo autônomo. Efetivação é fazer com que produza efeito. E o segundo, é a fase de execução onde a execução ocorre dentro de um processo já existente, como uma de suas fases. Cabendo ao legislador definir se a execução ocorrerá em um processo autônomo ou em uma mera fase de um processo já existente.
Antes da Lei n. 11.232/2005 o processo de conhecimento, de cunho condenatório e o de execução eram considerados dois processos distintos com funções distintas. Sendo assim, era necessário que o devedor fosse citado primeiro para a fase de conhecimento e posteriormente para o de execução. Portanto, após a referida lei esses dois processos passaram a ter duas fases distintas de um processo único. 
O processo de conhecimento condenatório tornou-se fase cognitiva condenatória e o antigo processo de execução por título judicial tornou-se fase que o legislador denominou "cumprimento de sentença" mas que não deixa de ser a fase de execução, bastando que o devedor seja citado uma única vez na fase inicial do processo. Valendosalientar que há uma exceção em se tratando de sentença arbitral, penal condenatória e estrangeira ou contra a Fazenda Pública fundada em título judicial continuará constituindo um novo processo. Contudo, esse processo único que passou a conter duas fases foi apelidado de "sincrético" exatamente por conter funções diversas.
A Lei 11.382/2006 - execução de título extrajudicial continuará constituindo um processo autônomo.
Portanto, tem natureza de processo autônomo execuções fundadas em títulos extrajudiciais e as exceções das fundadas em títulos judiciais e não tem natureza de processo autônomo as fundadas em títulos judiciais.
Diante de todos os fatos trazidos anteriormente podemos dar ensejo ao que se entende por execução de título executivo judicial e execução de título executivo extrajudicial.
Segundo o doutrinador Alexandre Freitas Câmara se entende por título judicial (2014. p. 188):
assim, denomina-se título executivo judicial aquele que é formado através de um processo. Assim, por exemplo, a sentença condenatória. […] o título judicial não se forma necessariamente, através de um processo "judicial" (assim compreendido o processo que se desenvolve perante o "poder judiciário.
E título extrajudicial, assim, será o formado "fora do processo", como, e.g., a nota promissória e o cheque.
A fase agora do cumprimento de sentença colocada no final do processo de conhecimento (Livro I do CPC), regula o inadimplemento de uma obrigação decorrente de uma decisão judicial ou, como mencionado anteriormente um título executivo judicial.
Com a reforma do Código de Processo Civil e promulgação da Lei.11.232/2005, duas são as formas de se ajuizar ação de execução: 1) título executivo judicial: cumprimento de sentença (art. 475-I ao art. 475-R) e 2) título executivo extrajudicial: processo de execução encontrado no Livro II do Código de Processo Civil que regula o inadimplemento de uma obrigação decorrente de um título executivo extrajudicial. Valendo salientar que muitas vezes eles são confundidos por ambos terem os mesmos requisitos, que são o inadimplemento e o título executivo. Os títulos executivos devem estar previstos em lei. Somente a União tem competência para criar título executivo. Qualquer legislação federal tem força para criar título executivo, mas a maior parte deles estão no art. 475-N e art. 585, do aludido código.
A execução/fase de cumprimento de sentença se inicia quando o devedor condenado ao pagamento de quantia certa ou já fixada em liquidação não o faz. O devedor terá um prazo de 15(quinze) dias para pagar voluntariamente e evitar essa fase de cumprimento de sentença e, consequentemente evitar a execução de sentença. Caso o devedor não pague irá incidir sobre o valor da condenação uma multa sobre o percentual de 10%. 
A intenção do legislador ao proferir essa multa foi constranger o devedor a pagar voluntariamente, pois 10% dependendo do valor da condenação é excessivo. Valendo salientar que essa multa só irá incidir uma única vez sobre o valor da causa e, o valor a medida que o tempo passa irá sendo atualizado de acordo com a tabela da ENCOGE. 
Essa tabela foi proferida pelo Dr. Gilberto da Silva Melo no período de 19 a 23 de agosto de 1997, onde o mesmo é especialista em cálculos judiciais e sugeriu a uso da tabela de fatores de atualização monetária em todos os Estados e no Distrito Federal. Sendo assim, foi aprovada a referida tabela para efeito de cálculos de atualização de débitos que sejam objeto de execução fundada em título judicial e extrajudicial mas não só obtendo essa finalidade mas muitas outras.
Todavia mesmo se o devedor pagar só uma parte da dívida no prazo correto a multa de 10% continuará incidindo sobre o restante. Sendo assim, o devedor apenas será dispensado da multa cominatória prevista na hipótese do adimplemento total da condenação, efetuando o pagamento total da dívida.
A execução no processo civil não se processa de ofício, o credor deverá solicitar. Isso quer dizer que transitado o processo (processo no Superior Tribunal de Justiça) irá ser certificado o transito em julgado e o processo é baixado para a vara, chegando na vara o Juiz aguardará que a parte (credor) requeira o cumprimento de sentença e ainda, que nele seja trazido os cálculos dos valores atualizados. Diante disso, o juiz expedirá um mandado de penhora e avaliação, nele o oficial de justiça já irá de imediato fazer a avaliação do mesmo e pesquisar o valor de mercado do bem. Antes não era feito dessa forma, era designado um perito para fazer a avaliação. 
Contudo, mesmo em tempos atuais com auxílio de internet e outros meios de comunicação é difícil a avaliação de determinados bens, por isso se diz que existem bens e bem, forma de expressão bastante utilizada pois, dependendo do tipo de bem é preciso que o oficial de justiça para avaliar tenha conhecimentos especializados. Exemplos que podemos dar é de uma obra de arte, cavalo reprodutor, cavalo de corrida, dentre outros. Em se tratando desses exemplos o Juiz de imediato nomeará um perito lhe concedendo um breve prazo para entrega do laudo. A regra é que um oficial de justiça proceda com essa avaliação com base no princípio da celeridade processual que tem por finalidade acelerar a satisfação do credor. Antes dessa lei vigente atualmente, qual seja a de Lei nº 11.382, de 6 de dezembro de 2006 vigorava a Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil, a qual, o foco da execução era o devedor mas depois dela passou a ser o credor.
A fase de conhecimento antigamente nominada de processo de conhecimento, é uma das fases do processo. O juiz irá conhecer as alegações das partes e ao final dizer quem tem ou não direito, de acordo com a doutrina ele irá conhecer para declarar quem tem direito. Nessa fase de conhecimento autor e réu partem igualmente do mesmo ponto, o qual podemos chamar de ponto zero, autor (credor) na petição inicial e réu (devedor) na contestação. O Juiz deverá conhecer tanto as alegações do credor, quanto do devedor, sendo assim, haverá uma ampla produção de provas, amplo contraditório e uma ampla defesa, irá ser discutido até se esgotar todas as vias possíveis até por fim chegar ao término e não ter mais a possibilidade de recorrer, diante disso o Juiz declarará o direito, reconhecerá o direito de uma das partes do processo na sentença.
Sentença vem a ser um ato instituído pelo Juiz que põe fim ao processo, decidindo ou não o mérito da causa. De acordo com a Lei 11.232/ 2005, a sentença está amparada pelos artigos 267 e 269 do Código de Processo Civil, onde o Juiz poderá extinguir o processo, sem resolução do mérito ou com resolução do mérito, mas só essa sentença proferida pelo Juiz não põe fim ao processo, visto que ainda há a fase de liquidação da sentença, sejam por cálculos, artigos ou por arbitramento e posteriormente a fase de execução caso não se cumpra com a obrigação imposta pelo Juiz no momento do proferimento da sentença.
Valendo salientar ainda que o Juiz poderá promover seus pedidos em sua totalidade ou não, qual seja, procedente em parte, procedente ou improcedente.
Se a sentença julga o mérito se dar o nome de definitiva, pois define a lide, nos demais casos podemos dizer que é terminativa por a lide ainda não está totalmente definida. Sentença sem resolução do mérito não põe fim ao processo, ainda caberá recurso dessa decisão. Com resolução do mérito é resolvido a questão levantada no processo dando uma resposta a uma das partes envolvidas. E atacada por apelação e impossibilita o ingresso de uma nova ação para resolver o mesmo mérito, podendo também ser atacada por ação rescisória, sendo esta por sua vez uma ação autônoma e tem como principal objeto desfazer os efeitos da sentença já transitada em julgado. 
Na fase execução é pressuposto obrigatório haver um título executivo, tem que haver a obrigação líquida, certa e exigível, previstas nos artigos 580 e 586 do Código de Processo Civil. 
A finalidade da execução é satisfazer o direito do credor, haverá contraditório e ampla defesa, mas um contraditórioatenuado, menor do que teve na fase pretérita, ou seja, na fase de conhecimento, pois o foco na execução é outra. O instrumento de defesa do executado (devedor) é a impugnação ao cumprimento de sentença, o mesmo terá um prazo de 15 (quinze) dias para opor a mesma. O objeto da impugnação é limitado, o executado somente poderá alegar as matérias expressas no artigo 475 - L, o referido artigo traz todas as matérias passíveis de serem alegadas pelo executado em sede de impugnação ao cumprimento de sentença. O executado (devedor) só poderá alegar o que estiver previsto no referido artigo, visto que se está em uma execução, não mais na fase de conhecimento.
No nosso ordenamento jurídico vigora o princípio da patrimonialidade que vem a ser o patrimônio do executado (do devedor) que responde pela dívida. Hoje em dia não iremos escravizar ninguém nem mandar executar alguém pelas dívidas, hoje se responde com o patrimônio do devedor, se o mesmo não tiver patrimônio o credor não irá receber o crédito. A ordem de preferência de penhora está prevista no artigo 655 do Código de Processo Civil, no aludido artigo há uma ordem a ser seguida para serem penhorados pelo executado (devedor), justamente para ser evitada vingança, revanchismo, picuinha do exequente (credor), pois a execução não é considerada como objeto de vingança, não é instrumento para levar o devedor a ruína. A execução mesmo havendo várias formas deverá sempre ser feita de uma maneira menos gravosa ao devedor, pois se o devedor possui remuneração não tem para que o credor ir atrás de seus bens.
Vale debater acerca do excesso de execução, pois é um meio de o devedor mostrar que não é devido o valor total auferido pelo credor, sendo assim, no Código de Processo Civil é bastante claro que o devedor deverá relatar qual o valor que se entende devido, que o mesmo entende como controverso, caso contrário o Juiz rejeitará a impugnação de imediato para ser evitado ato de má-fé. O legislador visa a lealdade e a boa-fé processual.
Quando há o ingresso com a impugnação ao cumprimento de sentença e o executado se defende, essa impugnação não suspende a execução. Antes da mudança do nosso código em vigor o devedor se defendia com os embargos a execução, o simples ajuizamento dessa medida já ensejava a suspensão automática da execução. Houve esta mudança em nome da celeridade processual e satisfação do credor mas pode esse feito a critério do Juiz ser concedido após o mesmo analisar as peculiaridades do caso concreto. Então, pode ser que o Juiz suspenda ou não a execução.
Conforme expresso no artigo 475-M deve ser observado dois requisitos.
1. desde que sejam relevantes seus fundamento
2. desde que o prosseguimento da execução seja manifestamente suscetível de causa ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação.
Ou seja, se o devedor conseguir convencer o Juiz de algum desses requisitos o Juiz dará efeito suspensivo à execução. Esses requisitos têm muito em comum com a tutela antecipada e tutela cautelar.
A decisão do Juiz que julga a impugnação de cumprimento de sentença é uma decisão interlocutória em regra, mas se o Juiz acolher a impugnação e extinguir o processo é uma sentença mas se o Juiz não acolhe minha impugnação e o processo volta a correr normalmente é uma decisão interlocutória, salvo quando o Juiz extingue o processo que é uma sentença definitiva, caberá apelação. Depois da apelação dependendo do acórdão do tribunal ainda pode se entrar com recurso especial e extraordinário sendo assim, conduzido o processo a instâncias extraordinárias, qual seja, os tribunais superiores. 
Em se tratando da competência de acordo com o artigo 475-P do Código de Processo Civil a sentença será executada perante a própria vara, o próprio Juízo que julgou o processo desde o seu início contra o devedor. A ação será distribuida por sorteio automático, irá ser direcionada para a varas competentes. O credor possui dois locais que pode ser executado o devedor, ou ele pode continuar no mesmo local que foi ajuizada a ação, a competência deverá ser estabelecida no momento da entrada da ação se perpetuando durante todo o processo, princípio da perpetuação artigo 87 do Código de Processo Civil, salvo quando ocorrer mudança de competência absoluta, um exemplo seria ajuizar na esfera cível uma reclamação trabalhista e vice-versa ou o credor tem a opção de escolher o foro que quer executar a sentença, de acordo com o domicílio do executado ou de onde estão os bens do mesmo. Hoje o credor tem essa opção de escolha, decorre de uma estratégia do legislador mas desde que seja solicitado no foro do processo de origem. 
O art. 475-N versa sobre os títulos executivos judiciais incluídos pela Lei. 11.232, de 2005, quais sejam:
Art. 475-N. São títulos executivos judiciais:       
I – a sentença proferida no processo civil que reconheça a existência de obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia; 
II – a sentença penal condenatória transitada em julgado;      
III – a sentença homologatória de conciliação ou de transação, ainda que inclua matéria não posta em juízo;    
IV – a sentença arbitral;       
V – o acordo extrajudicial, de qualquer natureza, homologado judicialmente;  
VI – a sentença estrangeira, homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;       
VII – o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal.       
Parágrafo único. Nos casos dos incisos II, IV e VI, o mandado inicial (art. 475-J) incluirá a ordem de citação do devedor, no juízo cível, para liquidação ou execução, conforme o caso.
   
E de acordo com o art. 585 da Lei nº 5925 de 1973, são título executivos extrajudiciais os títulos mencionados a seguir, valendo salientar que os mesmos não dependem de prévio (processo de conhecimento), por si só e por força de lei tem força executiva. No título extrajudicial permanecem os embargos à execução, não mais existentes na execução de título judicial. 
Art. 585. São títulos executivos extrajudiciais:      
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;  (Redação dada pela Lei nº 8.953, de 13.12.1994)
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; o documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas; o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública ou pelos advogados dos transatores;  (Redação dada pela Lei nº 8.953, de 13.12.1994)
III - os contratos garantidos por hipoteca, penhor, anticrese e caução, bem como os de seguro de vida; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
IV - o crédito decorrente de foro e laudêmio; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006)
V - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
VI - o crédito de serventuário de justiça, de perito, de intérprete, ou de tradutor, quando as custas, emolumentos ou honorários forem aprovados por decisão judicial; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
VII - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;            (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
VIII - todos os demais títulos a que, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva.(Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006).
§ 1o A propositura de qualquer ação relativa ao débito constante do título executivo não inibe o credor de promover-lhe a execução.         (Redação dada pela Lei nº 8.953, de 13.12.1994)
§ 2o Não dependem de homologação pelo Supremo Tribunal Federal, para serem executados, os títulos executivos extrajudiciais, oriundos de país estrangeiro. O título, para ter eficácia executiva, há de satisfazer aos requisitos de formação exigidos pela lei do lugar de sua celebração e indicar o Brasil como o lugar de cumprimento da obrigação.(Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
Vale salientar ainda que a execução fundada em título executivo judicial não formam um novo processo, mas apenas uma fase, por isso dispensam a citação do réu, salvo as fundadas em sentença penal, arbitral ou estrangeira já as fundadas em título executivo extrajudicial constituem um novo processo onde o réu deverá ser citado.
De acordo com os arts. 580 e 586 do CPC que tratam dos requisitos específicos da execução os mesmos destacam a importância da obrigação ser certa, líquida e exigível, pois só assim será um título executivo. Por obrigação certa deve-se considerar aquela que é exata, precisa. Por isso, deve-se definir obrigação certa como aquela que tem precisamente definidos os elementos da obrigação, isto é, os sujeitos, a natureza e o objeto da relação jurídica sobre o qual incidirá a execução.
Em se tratando da liquidez consiste na determinação da mensuração do bem em razão do qual se realizarão os atos executivos. Há liquidez quando o objeto da obrigação é determinável, como quando se exige a realização de simples cálculos para a aferição do quantum debeatur, hipótese em que bastará ao exequente instruir seu pedido com memória discriminada e atualizada do crédito (art. 614, II). A ausência de liquidez, em regra, é originária, ocorrendo sempre que, em virtude de tal situação, a obrigação ainda não estiver em condição de ser executada e exigível onde é preciso saber se é possível ao credor pleitear a satisfação da obrigação, a qual, para tanto, não poderá estar sujeita a termo, condição ou quaisquer outras limitações temporais.
2.2 Dos Princípios mais Utilizados na Execução
2.2.1 Princípio da menor onerosidade ao devedor e princípio da máxima eficiência da execução
Esses princípios têm grande importância na execução, o primeiro visto que quando houver um conflito de bens ou de algum incidente na execução tem que ser visto da maneira mais eficiente e menos onerosa para o devedor, já o segundo vai guiar à execução da maneira mais eficaz a satisfação do crédito do credor, do exequente.
O princípio da menor onerosidade está previsto no art. 620 do CPC, qual seja: “Art. 620. Quando por vários meios o credor puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o devedor”. 
Esse princípio tem relação com o princípio do exato adimplemento e da patrimonialidade onde é ressaltado pelo ilustre Marcus Vinícius Rios Gonçalves, (2012, p. 564):
A execução recai sobre o patrimônio do devedor, sobre os seus bens, não sobre sua pessoa. Ele não autoriza que o executado escolha sobre quais bens a penhora deva cair, nem permite que se exima a obrigação. A escolha do bem penhorável é do credor, e o devedor não pode exigir a substituição senão por dinheiro.
Quem irá determinar o bem para ser penhorado é o credor e não o devedor mas sempre deverá ser vista da maneira menos gravosa.
2.2.2 O princípio da máxima eficiência da execução 
Segundo o Doutrinador Humberto Ávila ressalta (2005, p. 23-24) que:
Eficiente é a atuação que promove os fins do processo de modo satisfatório em termos quantitativos (não se pode escolher um meio que promova resultados insignificantes), qualitativos ( não se pode escolher um meio que produza muitos efeitos negativos paralelamente ao resultado buscado) e probabilísticos (não se pode escolher um meio de resultados duvidosos)
Esse princípio deve ocorrer da maneira mais efetiva em favor do credor/exequente, mas obedecendo sempre o princípio da menor onerosidade.
2.2.3 Princípio da efetividade. Direito fundamental à tutela executiva
Esse princípio traz a ideia de que os direitos devem ser apesar de reconhecidos, efetivados. 
O doutrinador Marcelo Lima Guerra (2003, p. 103-104) entende que:
a) A interpretação das normas que regulamentam a tutela executiva tem de ser feita no sentido de extrair a maior efetividade possível;
b) O juiz tem o poder-dever de deixar de aplicar uma norma que imponha uma restrição a um meio executivo, sempre que essa restrição não se justificar à luz da proporcionalidade, como forma de proteção a outro direito fundamental;
c) O juiz tem o poder-dever de adotar os meios executivos que se revelem necessários à prestação integral de tutela executiva;
Sempre deve ser observada a efetividade do processo, que o mesmo seja célere, que produza efeitos quando chegar ao término fazendo justiça tentando descobrir que parte tem razão, dentre outras.
2.2.4 Princípio da boa-fé processual 
Esse princípio na execução tem grande importância, visto que, uma grande quantidade de pessoas acabam tomando comportamentos desleais, abusivos ou fraudulentos na hora da solução de um conflito. Diante deste fato surge o princípio da boa-fé processual previsto no inciso II do art. 14 do CPC. Caso seja infrigido esse artigo haverá punições para a parte que agiu de má-fé, de acordo com o artigo 600 e 601.
Art. 14. São deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer forma participam do processo: I - expor os fatos em juízo conforme a verdade; II - proceder com lealdade e boa-fé;
Art. 600.  Considera-se atentatório à dignidade da Justiça o ato do executado que: (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006). I - frauda a execução; II - se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios artificiosos; III - resiste injustificadamente às ordens judiciais;  IV - intimado, não indica ao juiz, em 5 (cinco) dias, quais são e onde se encontram os bens sujeitos à penhora e seus respectivos valores. (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006). 
Art. 601. Nos casos previstos no artigo anterior, o devedor incidirá em multa fixada pelo juiz, em montante não superior a 20% (vinte por cento) do valor atualizado do débito em execução, sem prejuízo de outras sanções de natureza processual ou material, multa essa que reverterá em proveito do credor, exigível na própria execução. Parágrafo único.  O juiz relevará a pena, se o devedor se comprometer a não mais praticar qualquer dos atos definidos no artigo antecedente e der fiador idôneo, que responda ao credor pela dívida principal, juros, despesas e honorários advocatícios. 
Relevante, neste sentido, é o argumento de Marcelo Abelha Rodrigues (2000, p. 73), sustentando também que:
O princípio da boa-fé e lealdade processual (probidade entre as partes), se não atendido, ofende não só a parte contrária na relação jurídica processual, mas, ainda, espraia seus efeitos contra o próprio Estado, que procura entregar de maneira justa a tutela jurisdicional.
Humberto Theodoro Júnior (1999) igualmente expõe a relação do princípio da lealdade processual com a ideia de justiça e legalidade, mas o faz referindo-se ao princípio da probidade, que, segundo ele, está consagrado no enunciado do art. 14 do Código.
São princípios de conduta social imprescindíveis para aproximar o processo da Justiça.
Afinal, “(...) o processo não é uma arena de duelo” (PORTANOVA, 1999, p. 156). 
As partes, seus procuradores e todos aqueles que, de qualquer forma, atuam no processo, devem agir em estrita consonância, não só com regras jurídicas, mas com regras morais de comportamento, procedendo, uns em relação aos outros, todos em relação aos membros da Magistratura e do Ministério Público, com respeito, urbanidade, prudência, cooperando na busca de um resultado imaculado ou, ao menos, verossímil. 
Daí a importância do princípio a ser observado pelo juiz, em especial porque “(...) na repressão à improbidade reside um dos atributos de sua imparcialidade” (PORTANOVA, 1999, p. 157). 
Diante dos fatos trazidos anteriormente, o princípio da boa-fé e lealdade processual assume um papel importantíssimo na condução do processo judicial, visto que na solução dos conflitos tem de haver uma boa-fé processual entre as partes para assim não seguir o sentimento de desonestidade.
2.2.5 Princípio do Contraditório
Esse princípio tem grande importância na fase executiva do processo. O artigo 5º, inciso LV, da Constituição Federal traz a definição do que vem a ser o princípio do contraditório e ampla defesa: “Aoslitigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”.
Segundo o Doutrinador João Batista Lopes (2005, p. 42) esse princípio compreende os seguintes requisitos:
 
a) o direito de ser ouvido;
b) o direito de acompanhar os atos processuais;
c) o direito de produzir provas, participar da sua produção e manifestar-se sobre a prova produzida;
d) o direito de ser informado regularmente dos atos praticados no processo;
e) o direito à motivação das decisões;
f) o direito de impugnar as decisões;
Diante disso, entende-se como ponto fundamental desse princípio o amparo ao acusado, no caso em questão o devedor/executado possibilitando a este o direito de resposta à acusação que lhe for feita podendo o mesmo se utilizar de todos os meios de defesa prescritos em Lei.
3 PARCELAMENTO DA DÍVIDA NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO
3.1 Hipótese de Autocomposição no Parcelamento de Crédito advindo de Sentença Condenatória
A autocomposição vem a ser quando um dos indivíduos participantes de um mesmo processo em comum abrem mão dos seus interesses como um todo ou em parte dele. É um ajuste de vontade entre as partes. Segundo os doutrinadores Antônio Carlos de Araújo Cintra, Ada Grinover e Cândido Rangel Dinamarco (2004, p. 29) em seu livro Teoria Geral do Processo:
A autocomposição é considerada legítimo meio alternativo de solução de conflitos, estimulado pelo direito mediante as atividades consistentes na conciliação. De um modo geral, pode-se dizer que é admitida sempre que não se trate de direitos tão intimamente ligados ao próprio modo de ser da pessoa, que a sua perda a desagrade a situações intoleráveis.
Ou seja, as partes podem conciliar trata-se dos referidos "direitos à personalidade" onde as partes tem liberdade, honra, propriedade intelectual. Diante disso existem três tipos clássicos de autocomposição, qual seja, a transação onde a mesma consiste na troca equilibrada e de forma recíproca entre as partes, a submissão é baseada na aceitação de resolução de conflitos oferecida pela parte adversa e a desistência que se entende por proteger um direito lesado, podendo a serem processuais ou extraprocessuais. Sendo assim nasce a vontade das partes acima da vontade da lei. 
A Lei dos Juizados Especiais, qual seja, Lei. 9.099/95 permite para composição civil dos danos as mesmas três formas de autocomposição mencionada anteriormente.
3.2 Parcelamento da Dívida
O parcelamento da dívida está inserida no Ordenamento Jurídico Brasileiro no art. 745-A do CPC e nas palavras de Fredie Didier Jr. (2013, p.369), o parcelamento da dívida trata-se de: 
Um estímulo ao cumprimento espontâneo da obrigação: uma medida legal de coerção indireta pelo incentivo à realização do comportamento desejado (adimplemento) com a facilitação das condições para que a dívida seja adimplida.
O referido dispositivo, prevê a possibilidade do devedor requerer no prazo de embargos à execução, reconhecendo o débito, o parcelamento da dívida, depositando de imediato 30% (trinta por cento), parcelando o restante em até 6 (seis) vezes. Eis a redação do artigo:
Art. 745-A. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando o depósito de 30% (trinta por cento) do valor em execução, inclusive custas e honorários de advogado, poderá o executado requerer seja admitido a pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e juros de 1% (um por cento) ao mês. (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006).
§ 1o Sendo a proposta deferida pelo juiz, o exeqüente levantará a quantia depositada e serão suspensos os atos executivos; caso indeferida, seguir-se-ão os atos executivos, mantido o depósito. (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006).
§ 2o O não pagamento de qualquer das prestações implicará, de pleno direito, o vencimento das subsequentes e o prosseguimento do processo, com o imediato início dos atos executivos, imposta ao executado multa de 10% (dez por cento) sobre o valor das prestações não pagas e vedada a oposição de embargos. (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006).
Conforme se depreende do dispositivo analisado, para a concessão do parcelamento, é necessário que o executado preencha os seguintes pressupostos:
a) vontade;
b)depósito imediato de 30% do valor em execução, não esquecendo das custas e honorários advocatícios;
c)manifestação do exequente em respeito ao contraditório;
d) não pode o executado embargar à execução; 
No que tange a manifestação do credor em respeito ao contraditório, a doutrina e jurisprudência é bastante contraditória, uma vez que sob uma interpretação literal da norma, se extraí um sentido de que o parcelamento é um direito potestativo do devedor, ou seja, independe da concordância do credor.
Efetuado o depósito de 30% (trinta por cento), o que restar da dívida em questão será parcelada em até 6 (seis) vezes acrescidas de juros e correção monetária, não podendo a mesma ser parcelada em mais vezes. Vale salientar que o depósito de 30% expresso no texto de lei não se confunde com o pagamento da primeira parcela.
Quando se contrai essa forma de parcelamento não poderá o executado/devedor atrasar as parcelas porque acarretará no cancelamento do parcelamento, além de ser gerada uma multa de 10% sobre as parcelas vincendas.
Em se tratando da penhora, caso já tenha sido efetuada, depois que as partes resolverem optar pelo parcelamento as mesmas continuam em suspenso esperando o total pagamento da dívida, sendo assim depois de terem sido pagas poderá se desfazer-se da penhora.
Não tem necessidade de o executado/devedor ser assistido por advogado, pois se entende como sendo um direito material, se o mesmo já sabe o que deve e quando deverá fazer o depósito do dinheiro o mesmo o fará.
Optando por esse direito o executado/devedor não irá dispor dos embargos à execução por estar relacionado ao princípio da boa-fé objetiva e a confiança, pois se o executado/devedor assumiu a dívida, não poderá o mesmo discutir sobre a mesma por se tratar de conduta incompatível e contraditória. Caso não tenha sido paga alguma prestação da dívida na fase de parcelamento e voltar a fase de execução o executado/devedor pode discutir acerca de alguma penhora inválida ou até mesmo se o perito tiver feita uma avaliação errada.
A fase de parcelamento da dívida é um direito do executado/devedor que nasce desde a citação do mesmo em Juízo. Pode-se dizer que é uma forma de "ajuda" para o executado/devedor tentar sanar suas dívidas de forma espontânea dispensando o Estado de um processo executivo. Esse parcelamento deverá ser solicitado 15(quinze) dias antes da oposição de embargos mas antes deverá ser feito aquele depósito de 30% mencionado anteriormente. Sendo assim, o magistrado não poderá negar essa fase de parcelamento, desde que os mesmos estejam de acordo com todos os pressupostos exigidos em lei e o exequente/credor não pode manifestar qualquer tipo de discordância por ser um direito do executado/devedor.
Dessa forma, o parcelamento da dívida gera muitas controvérsias quanto a sua aplicação, na medida em que não há unissidade na sua interpretação, variando de acordo com cada magistrado, o que demanda uma análise mais rebuscada a respeito do assunto.
3.3 Aplicação Subsidiária do Cumprimento de Sentença no Processo de Execução (art. 475-R do CPC)
Como visto, o art. 745-A, está previsto no Livro II, do CPC, que trata do processo de execução, não dispondo expressamente sobre sua aplicação no cumprimento de sentença, causando inúmeras discussões sobre o tema.
A corrente favorável, se baseia na aplicação do art. 475-R do CPC, que assim dispõe: “Aplicam-se subsidiariamente ao cumprimento da sentença, no que couber, as normas que regem o processo de execução de título extrajudicial”.
O art. 475-R versa sobre a aplicação subsidiária do processo de execução no cumprimento de sentença, naquilo em que for compatível, e, com efeito, as lacunas que houverem no cumprimento de sentença

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