Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
- -1 OPERAÇÕES HOTELEIRAS CAPÍTULO 4 - COMO FUNCIONA O SETOR DE HOSPEDAGEM NA PRÁTICA? - -2 Introdução Como você já deve saber, o cenário da hotelaria nacional é composto por hotéis independentes — na sua maioria de pequeno porte e gestão familiar —, redes hoteleiras nacionais e redes hoteleiras internacionais, que se instalaram no país nas últimas décadas (PROSERPIO, 2007). Compreender a dinâmica da competitividade entre esses três diferentes grupos é fundamental para identificar as oportunidades inerentes ao mercado. Outra questão de grande relevância para os estudiosos da área diz respeito aos processos relacionados à supervisão e ao controle do departamento de hospedagem, que engloba os setores de governança, reservas e recepção. Entender as particularidades que envolvem os procedimentos administrativos de cada setor é uma função estratégica para o gerenciamento eficaz dos empreendimentos hoteleiros. Mas, afinal, você sabe como funciona o processo de gestão de uma rede hoteleira? Quais são os procedimentos administrativos do setor de governança? E do setor de reservas e recepção? Como gerenciar os recursos humanos no setor de governança? E como estruturar a previsão de ocupação de um meio de hospedagem? Esses e outros questionamentos serão respondidos ao longo deste capítulo. Portanto, leia-o com atenção! Ao final, você compreenderá o funcionamento do setor de hospedagem de um empreendimento hoteleiro na prática. Para isso, vamos abordar, primeiramente, os aspectos relacionados à competitividade. Na sequência, serão apresentados os procedimentos operacionais do departamento de hospedagem — governança, reservas e recepção — relacionados à supervisão e ao controle dos seus setores. Vamos lá? 4.1 Gestão das redes hoteleiras A entrada de redes hoteleiras internacionais no mercado nacional causou um impacto imediato na competitividade e na qualidade dos serviços prestados pela hotelaria local. Como você pode imaginar, fez-se necessária uma mudança de atitude, por meio da diversificação da clientela e profissionalização da gestão na escala doméstica (PROSERPIO, 2007). No cenário atual, buscar estratégias diferenciadoras é imprescindível. Por isso, entender seu público-alvo, compreender suas necessidades, desejos e, principalmente, suas expectativas frente à prestação de serviços gera uma vantagem competitiva bastante almejada pelos hotéis das mais diversas categorias, tipologias, portes e classificações. Agora, prepare-se para entender melhor a questão da competitividade! 4.1.1 Competitividade A internacionalização da economia por meio da globalização dos mercados, os avanços tecnológicos e as mudanças nas condições da oferta e da demanda, são as principais razões que desencadearam o aumento da competitividade entre as empresas hoteleiras em âmbito mundial. Com a redução das barreiras mercadológicas, os custos do comércio internacional diminuíram, permitindo, assim, a concorrência entre empresas hoteleiras locais, regionais, nacionais e estrangeiras (CASTELLI, 2016). Em decorrência desses fatores, oferecer bens e serviços melhores do que a concorrência, realizando excelentes vendas e obtendo a lucratividade almejada, tornou-se questão de primeira necessidade para os empreendimentos hoteleiros. Dessa forma, preocupação com o futuro do mercado onde estão inseridas e agilidade na tomada de decisão (uma vez que em prestadoras de serviços esse processo normalmente é realizado em tempo real) são atitudes que as empresas hoteleiras devem desempenhar com eficiência na atualidade (CASTELLI, 2016). - -3 Entenda que esse novo ambiente trouxe benefícios econômicos, culturais e sociais às organizações, pelas mudanças no comportamento de compra das pessoas e também da conduta dos negócios. A busca por preços competitivos e pela qualidade dos produtos e serviços é uma estratégia utilizada pelas organizações que pretendem sobreviver no mercado globalizado, uma vez que “para as organizações se manterem vivas e encantarem os clientes, elas precisam ser competitivas.” (CASTELLI, 2016, p. 105). Para aprender mais sobre o tema, clique nas abas abaixo. As novas tecnologias da comunicação e informação e a consequente socialização do conhecimento fizeram com que surgissem consumidores mais exigentes e mercados emergentes, o que resultou no aumento da concorrência. Em virtude dessa situação, é essencial prestar serviços com qualidade, pois a organização é avaliada de acordo com os produtos e serviços que oferece. Assim, os hotéis precisam desenvolver o talento humano de seus colaboradores, bem como motivá-los para enfrentar os atuais concorrentes (CASTELLI, 2016). Você sabia que existem grandes grupos hoteleiros internacionais que dominam o setor de hospedagem e, com isso, ditam as regras do mercado? Nesse cenário, as redes hoteleiras nacionais, com menos recursos financeiros e tecnológicos, tentam sobreviver por meio de estratégias voltadas à qualidade e personalização dos produtos e serviços. Entretanto, para os hotéis independentes, os quais são, em sua maioria, de gestão familiar, a sobrevivência nesse mercado globalizado é ainda mais desafiadora. O Quadro 1 apresenta o ranking das dez maiores redes hoteleiras mundiais. Confira! VOCÊ O CONHECE? Conrad Hilton (1887-1979), conhecido como o mestre das finanças e pelo seu impecável senso de oportunidade, foi um empresário norte-americano e fundador da rede de hotéis Hilton. Antes de entrar no ramo hoteleiro, ele trabalhou no setor bancário. Em 1919, comprou seu primeiro hotel, o Mobley, na cidade de Cisco, no Texas. Em 1925, foi construído o primeiro Hotel Hilton, em Dallas, também no Texas. Atualmente, sua rede hoteleira conta com mais de 15 diferentes marcas, estando presente em 109 países (WALKER, 2002). - -4 Quadro 1 - Ranking das dez maiores redes hoteleiras mundiais. Fonte: CASTELLI, 2016, p. 105. No Brasil, as redes hoteleiras estão concentradas nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste, principais centros de lazer e negócio do país. Tenha em mente que a entrada das redes internacionais no território nacional ocasionou um aumento na oferta dos meios de hospedagem, assim como inovações nos processos de gestão, de logística e na relação com os fornecedores. Por isso, a hotelaria local precisa investir em reformas e modernização das suas estruturas no intuito de aumentar o número de unidades habitacionais e reduzir os custos operacionais (MEIRA; ANJOS, 2013). Esse movimento fez com que as empresas que não conseguiram adotar tais práticas, desenvolvessem estratégias diferenciadas para atuar em segmentos de mercado não ocupados pelas redes internacionais. Dessa forma, a organização consegue criar suas metas com relação à competitividade, sazonalidade, redução de riscos e aproveitamento de oportunidades da melhor forma possível, aumentando a lucratividade, melhorando o posicionamento estratégico e diminuindo os riscos inerentes ao mercado (ANJOS, 2004). Para se manterem lucrativas no mercado global, as empresas hoteleiras precisam oferecer produtos e serviços de qualidade, ou seja, apresentar melhores opções do que seus concorrentes. Para isso, é necessário desenvolver, em seu processo de planejamento estratégico, um conjunto próprio de características que as diferenciem VOCÊ SABIA? A rede Tivoli Hotels & Resorts, que possui duas unidades no Brasil (Bahia e São Paulo), foi fundada em 1933, em Lisboa, Portugal. O Tivoli Mofarrej, o segundo hotel inaugurado fora de Portugal, em 2009, possui uma das maiores suítes presidenciais da América Latina, com 750m2. Esse hotel, localizado no coração da capital paulista, já foi palco de cenas da novela Verdades Secretas e de um videoclipe da Lady Gaga. Para saber mais, confira as informações disponíveis em seu website: < >.https://www.tivolihotels.com/pt/brazil https://www.tivolihotels.com/pt/brazil - -5 em seu processo de planejamento estratégico, um conjunto próprio de características que as diferenciem perante as demais empresas do setor. Esses atributos representam a essência e os princípios sobre osquais as empresas são regidas, possuindo três componentes principais: missão, visão e valores. Clique nas abas abaixo para conhecê-los. Missão O primeiro elemento da identidade organizacional, a missão, procura responder o seguinte questionamento: “Qual é o seu negócio?”. Em outras palavras, a missão representa o motivo da sua existência, detalhando sua razão de ser. Por meio de uma frase simples e objetiva, a missão sintetiza a essência do negócio, sendo considerada um poderoso instrumento, capaz de transformar a imagem da empresa em algo concreto e tangível. Ela deve ainda orientar os objetivos financeiros, humanos e sociais da organização (CASTELLI, 2016). Visão A visão, por sua vez, representa um estado futuro da organização, ou seja, o que ela pretende ser um dia. Em outras palavras, a ideia projetada na mente das pessoas. A visão tem relação com a motivação, a imagem e a filosofia que guia a empresa, apontando para o caminho futuro, devendo representar as maiores esperanças e sonhos das organizações, de forma qualitativa. Ela deve ser eficaz, desafiadora, audaciosa, inspiradora, inquestionável, de fácil entendimento e extensivamente compartilhada (CASTELLI, 2016). Valores Por outro lado, os valores servem para alcançar as aspirações da visão e cumprir com o que foi determinando pela missão, ou seja, eles são os balizadores da conduta diária das organizações. Exemplos de valores são: ética; respeito; disciplina; e comprometimento. Eles incidem nas convicções que fundamentam as escolhas por um determinado modo de comportamento, sendo considerados os princípios que guiam a organização, tendo a função de atender seus objetivos e as necessidades de todos que estão à sua volta (CASTELLI, 2016). Com três componentes, você pode construir uma identidade organizacional e, com isso, atingir as necessidades, desejos e expectativas de seu público-alvo. Eles servem para definir a direção estratégica da organização, integrando as operações, objetivos e filosofia, permitindo que o hoteleiro reflita a respeito do papel que sua empresa desempenha na sociedade. Tenha em mente que esses elementos fazem com que exista padronização nos produtos e serviços oferecidos pelas redes hoteleiras, independente da distância geográfica entre seus hotéis. 4.2 Governança Entenda que com o aumento da oferta de produtos e serviços hoteleiros, o fator relacionado à qualidade da limpeza das unidades habitacionais influencia bastante no processo de decisão dos hóspedes, uma vez que está sempre em destaque nos websites de avaliações online. Em outras palavras, esse assunto deve ser tratado como VOCÊ QUER LER? O Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB) é uma entidade associativa sem fins lucrativos que reúne algumas das mais importantes redes hoteleiras do país. Fundado em 2002, atualmente possui mais de 26 redes associadas, tanto nacionais quanto internacionais. São 678 hotéis, que juntos totalizam mais de 120 mil unidades habitacionais. Estão presentes em 159 municípios nas cinco regiões do Brasil, gerando mais de 153 mil empregos diretos e indiretos. Para maiores informações, acesse: < >.http://fohb.com.br http://fohb.com.br - -6 sempre em destaque nos websites de avaliações online. Em outras palavras, esse assunto deve ser tratado como prioridade e as empresas hoteleiras devem adotar procedimentos padronizados e ações eficientes de gerenciamento do setor de governança. É de fundamental a estruturação do material disponível para a limpeza das unidades habitacionais, bem como a quantidade de funcionários necessária para a realização das tarefas diárias do departamento de governança. Confira, a seguir, como se dá a supervisão e o controle desse departamento. 4.2.1 Supervisão e Controle A principal função de um meio de hospedagem é alojar o hóspede. Por isso, o setor de governança é considerado a essência de uma empresa hoteleira. Para atender o hóspede da melhor forma possível, a maioria dos empreendimentos hoteleiros possui o serviço de quarto 24 horas por dia. Assim, como você pode imaginar, a organização do setor é se dá por meio de turnos de trabalho — matutino, vespertino e noturno — e cada colaborador deve ter total conhecimento da tarefa a ser desempenhada pelo seu respectivo turno de trabalho (CASTELLI, 2016). Quer aprender mais sobre o tema? Confira clicando nas interações. • Quadro funcional O quadro funcional do setor de governança de um estabelecimento hoteleiro depende da sua classificação, categoria, tipologia, porte e taxa de ocupação média (CASTELLI, 2016). Por isso, não existe uma regra geral e sim algumas estimativas relacionadas à quantidade de funcionários para esse setor. Quanto maior, mais luxuoso e com mais opções de serviços, mais cargos e funções. Já a quantidade de camareiras depende da quantidade de leitos e da metragem das unidades habitacionais (WALKER, 2002). • Unidade habitacional É importante entender que a unidade habitacional é o ambiente físico onde o hóspede irá ser alojado, podendo ser quarto, apartamento ou suíte. Por outro lado, leito é a quantidade de pessoas que uma unidade habitacional comporta, ou seja, o número de espaços para dormir (CASTELLI, 2016; WALKER, 2002). Por exemplo, uma suíte com uma cama de casal possui dois leitos, ao passo que um apartamento com uma cama de casal e duas de solteiro possui quatro leitos, e um quarto com duas camas de casal e uma de solteiro possui cinco leitos. Segundo Castelli (2016), uma camareira consegue, em média, realizar a limpeza de 15 unidades habitacionais diariamente. Já para Walker (2002), uma camareira consegue, no máximo, higienizar 17 unidades habitacionais durante o turno de trabalho. Entretanto, essas estimativas mudam de acordo com a quantidade de leitos e metragem de cada unidade habitacional, bem como com o nível de detalhamento da limpeza e o tipo de procedimento, que depende do status da unidade; ocupada, liberada ou vaga (CASTELLI, 2016; WALKER, 2002). • • - -7 Figura 1 - Camareiras manuseando o enxoval e unidade habitacional liberada para arrumação. Fonte: pio3; PhimSri, Shutterstock, 2018. Por exemplo, uma suíte ocupada de 30m2 com dois leitos de um hotel três estrelas será higienizada em cerca de 30 minutos. Se ela tiver sido liberada, o processo de limpeza precisa ser mais detalhado, se estendendo para 40 minutos. O mesmo ocorre se o hotel for quatro ou cinco estrelas. Já a limpeza de um apartamento vago, nessas mesmas condições, leva, no máximo, 20 minutos. É importante saber também que unidades habitacionais mais antigas levam mais tempo para serem higienizadas do que as mais modernas (WALKER, 2002). Essas informações são úteis, pois a governanta precisa organizar os cronogramas dos turnos de trabalho, bem como controlar os custos orçamentários do setor. A produtividade da governança é analisada de diversas formas. Uma delas, considerada a mais importante, se dá pelo cálculo do valor da hora de trabalho por unidade habitacional ocupada. Outro índice financeiro importante é o custo da mão de obra, que fica em torno de 5,1% do valor de aluguel de uma unidade habitacional (WALKER, 2002). As despesas controláveis, como as amenidades e os artigos para escritório, disponibilizados nas unidades habitacionais, os gastos com os produtos de limpeza e com os artigos de cama e banho, incluindo aquisição e lavanderia, também são medidos por meio das unidades habitacionais ocupadas. Essas previsões de custos orçamentários são difíceis de controlar, uma vez que não dependem apenas do setor de governança, pois são influenciadas pelos diferentes canais de distribuição e seus valores médios de diárias (WALKER, 2002). Figura 2 - Amenidades e artigos para escritório disponibilizados nas unidades habitacionais. Fonte: MajestiX B, Shutterstock, 2018. O inventário de todos os itens das unidades habitacionais e das áreas comuns também é uma responsabilidade administrativa do setor de governança, o qual deve controlar quais devem ser substituídos, reformados ou consertados. Esse procedimento deve ser realizadoem parceria com o setor de manutenção. A prevenção de acidentes com funcionários e hóspedes, bem como o controle de perdas e furtos de materiais, utensílios, - -8 consertados. Esse procedimento deve ser realizado em parceria com o setor de manutenção. A prevenção de acidentes com funcionários e hóspedes, bem como o controle de perdas e furtos de materiais, utensílios, equipamentos e suprimentos também faz parte da rotina de trabalho do setor de governança (WALKER, 2002). Um dos itens mais caros do setor de governança é, sem dúvidas, o enxoval (roupa de cama e banho). Além de ser um dos artigos que mais se perde no hotel, o gerenciamento de seu manuseio pelas camareiras é difícil de ser realizado. Muitas o colocam no chão, outras utilizam de forma indevida e existem ainda as camareiras que os utilizam no processo de limpeza das unidades habitacionais. Os indicadores de perda e “relave” também precisam ser gerenciados com cautela, buscando um maior controle do estoque e estado de conservação. Saiba que para calcular a quantidade de enxoval (roupa de cama e banho) essencial para realizar os procedimentos operacionais do setor de governança, é preciso ter em mente a categoria, a taxa de ocupação média anual e a localização do estabelecimento hoteleiro, ou seja, se ele está situado em uma região quente ou fria. O Quadro apresenta uma ideia do quantitativo de enxoval para um hotel executivo, com excelente taxa de ocupação e 180 apartamentos (60 unidades habitacionais com cama de casal e 120 com duas camas de solteiro). VOCÊ SABIA? O Hotel & Spa do Vinho Autograph Collection, localizado em Bento Gonçalves (RS), faz parte da rede Marriot International. Ele desenvolve diversas ações de sustentabilidade, como o incentivo do reuso das toalhas para redução do consumo de água, energia e produtos de limpeza, além do reaproveitamento de embalagens plásticas para a redução do volume de lixo. Os hóspedes que aderem ao programa recebem uma ecobag com produtos locais. Saiba mais em: <https://www.marriott.com/hotels/travel/bgvak-hotel-and-spa-do-vinho-autograph- >.collection/ https://www.marriott.com/hotels/travel/bgvak-hotel-and-spa-do-vinho-autograph-collection/ https://www.marriott.com/hotels/travel/bgvak-hotel-and-spa-do-vinho-autograph-collection/ - -9 Figura 3 - Quantitativo de enxoval para 180 apartamentos. Fonte: CASTELLI, 2016, p. 180. Quando falamos em “quantidade de mudas”, estamos nos referindo ao número de enxovais necessários para vestir um apartamento, acrescido do enxoval que está sendo lavado e estocado. O estoque tem como objetivo dar um descanso às fibras, evitando o desgaste demasiado. Além do enxoval, alguns objetos são necessários para a montagem de uma unidade habitacional, como caneta, blocos para anotações, cofre, tabela de preços do minibar, sacos plásticos para a lavanderia, cesto de lixo, cabides, amenidades e copos (CASTELLI, 2016). Perceba, analisando do Quadro 2, que os itens de enxoval mais usados, como lençóis, fronhas, roupões e toalhas de banho, rosto e piso, têm os valores de quantidades de mudas maiores do que os demais itens. A isso, damos o nome de “Par Stock” ( ), que considera o número ideal de no mínimo quatro ciclos: vestido;Per Avaiable Room lavando; em estoque; e no carrinho da camareira. Quanto maior a rotatividade do enxoval, maior o número do seu respectivo Par Stock. O setor de governança também é responsável pelo rodízio dos colchões, procedimento que muitas vezes é realizado em parceria com o setor de manutenção. Para aumentar sua durabilidade e oportunizar maior conforto aos hóspedes, os colchões são virados uma vez por mês. Para facilitar esse processo, a maioria dos hotéis faz uma marca lateral, normalmente bordada e de acordo com as datas fixadas, a camareira efetua a troca de acordo com o layout da Figura a seguir (CASTELLI, 2016). - -10 Figura 4 - Procedimento de rodízio de colchões. Fonte: CASTELLI, 2016, p. 182. Assim como a quantidade de cargos, funções e funcionários, a montagem da escala de trabalho do setor de governança depende de uma série de fatores, tais como: classificação; categoria; tipologia; porte e taxa de ocupação média; quantidade de leitos; e metragem das unidades habitacionais. A maioria dos funcionários do setor trabalha no período matutino, no qual ocorrem os procedimentos de arrumação (ocupadas) e saída (liberadas). As escalas são organizadas de acordo com os relatórios disponibilizados pela recepção (WALKER, 2002). Concluímos que os principais procedimentos administrativos do setor de governança estão relacionados à limpeza das unidades habitacionais, definição de cronogramas, turnos e escalas de trabalho, controle do inventário do enxoval, dos equipamentos e utensílios utilizados nas unidades habitacionais e gestão dos produtos de limpeza. O controle da produtividade do setor também é uma tarefa bastante importante, tendo em VOCÊ O CONHECE? Octávio Guinle (1886-1968) foi um empresário brasileiro responsável pela fundação do Hotel Copacabana Palace, em 1923, em virtude da solicitação do presidente Epitácio Pessoa. O hotel, sinônimo de luxo, glamour e sofisticação, possuía um cassino, uma sala para apresentações musicais e um restaurante, que era frequentado pela alta sociedade da época. O empresário tinha como hábito inspecionar os 12 mil m2 do edifício duas vezes por dia, passando os dedos sobre os móveis para conferir a limpeza. - -11 produtos de limpeza. O controle da produtividade do setor também é uma tarefa bastante importante, tendo em vista que os custos orçamentários influenciam na lucratividade do empreendimento hoteleiro (WALKER, 2002). 4.3 Reservas Efetuar o aluguel temporário das unidades habitacionais é a principal função e fonte geradora de lucro dos empreendimentos hoteleiros. De nada adianta dispor de uma excelente estrutura física e de serviços, com funcionários treinados e dispostos a atender o hóspede em todas as suas necessidades, se o setor de reservas não conseguir desempenhar sua principal tarefa com eficiência, você não concorda? Embora atualmente existam muitos canais de distribuição que auxiliam os estabelecimentos hoteleiros nas vendas de hospedagem, o setor de reservas é o responsável pelo gerenciamento de todo processo, ou seja, ele é o centro das operações. Ele deve controlar as previsões e taxas de ocupação com cautela, visando sempre obter maior lucratividade. Descubra mais sobre ele! 4.3.1 Supervisão e Controle Controlar a previsão de ocupação é, sem dúvidas, a principal atividade administrativa do setor de reservas de um estabelecimento hoteleiro, uma vez que quanto maior o número de vendas de hospedagem, maior a lucratividade. O gerenciamento da ocupação de maneira rigorosa e otimizada também é importante para a operacionalização dos demais setores, que conseguem provisionar o quantitativo de funcionários, equipamentos e materiais necessários para o desempenho das tarefas durante determinando período. Clique nas setas abaixo e aprenda mais sobre o assunto. Um hotel vazio, com baixa taxa de ocupação, não é rentável e faz com que os índices de lucratividade também sejam baixos. Por outro lado, a prática de overbooking (vender mais unidades habitacionais do que o estabelecimento dispõe efetivamente, ocasionando uma sobrevenda) também deve ser evitada, uma vez que causa transtornos e gera decepção nos hóspedes. Por isso, controle e gestão da taxa de ocupação são atividades estratégicas de extrema importância para as empresas hoteleiras (CAON, 2008). Saiba que o cálculo da taxa de ocupação é simples de ser realizado e é considerado um dos principais índices para a gestão de qualquer meio de hospedagem. Ele permite estimar o volume de clientes por período e auxilia na adoção de uma política de desconto que atenda as necessidades de operacionalização do hotel, principalmente no controle da sazonalidade. Essa taxa é calculada por meio da divisão do número de unidades habitacionais vendidas pelo número de unidades habitacionais disponíveis no período, multiplicado por 100 (BOEGER;YAMASHITA, 2006). É importante destacar que unidades habitacionais disponíveis são consideradas apenas aquelas que podem ser ocupadas, excluindo as que se encontram em manutenção, cortesia ou sendo utilizadas como moradia de gerentes. Outra questão que precisa ser destacada é o controle da taxa de ocupação, que deve ser realizado diariamente, pois vários canais de distribuição realizam os aluguéis das unidades habitacionais simultaneamente (BOEGER; YAMASHITA, 2006; CAON, 2008). A Figura apresenta o demonstrativo mensal da ocupação de um hotel. - -12 Figura 5 - Demonstrativo mensal da taxa de ocupação de um hotel ao longo de um ano. Fonte: CASTELLI, 2016, p. 443. Analisando o gráfico, perceba que provavelmente se trata de um hotel de lazer, pois os meses de janeiro, julho, novembro e dezembro apresentam maiores taxas de ocupação. Percebe-se também que ele foi gerado durante o mês de maio, uma vez que os quatro primeiros meses possuem duas barras, do ano anterior e atual. Outra questão importante que gostaríamos de destacar é que todas as taxas de ocupação atuais são maiores do que as do ano anterior. Este fato pode ser consequência da criação de estratégias comerciais para o aumento das vendas de hospedagem. O aumento das taxas de ocupação e o controle da sazonalidade, ou seja, diferenças grandes entre os períodos de baixa e alta temporada, são questões que devem ser gerenciadas de maneira estratégica pelo setor de reservas. O ideal é que essa diferença seja pequena, não existindo períodos de baixa temporada, pois o planejamento hoteleiro depende desse controle, especialmente questões relacionadas à previsão de compras e quantidade de funcionários. A sazonalidade é, sem dúvidas, um dos maiores desafios enfrentados pelo setor de reservas. Muitas vezes, a sazonalidade não pode ser controlada, pois ocorre em virtude de fatores externos à empresa hoteleira, como clima, região e momento econômico do país. No entanto, é possível enfrentar esses períodos sem grandes prejuízos. Primeiramente, é preciso identificar o período de baixa temporada e conhecer seu público- alvo. Com isso, é possível divulgar os eventos que ocorrem na região durante esse período, bem como criar seus VOCÊ QUER LER? A sazonalidade é um sério problema enfrentado pela hotelaria nacional. Entre os meses de maio e setembro, a maioria dos hotéis de lazer e resorts apresenta taxas de ocupação mais baixas do que no restante do ano. Já os hotéis corporativos exibem problemas de sazonalidade durante os meses de dezembro e janeiro. A revista Hotéis publicou um artigo com dicas para combater essa situação. Acesse: <http://www.revistahoteis.com.br/sazonalidade-na-hotelaria- >.como-combate-la-de-forma-rentavel/ http://www.revistahoteis.com.br/sazonalidade-na-hotelaria-como-combate-la-de-forma-rentavel/ http://www.revistahoteis.com.br/sazonalidade-na-hotelaria-como-combate-la-de-forma-rentavel/ - -13 alvo. Com isso, é possível divulgar os eventos que ocorrem na região durante esse período, bem como criar seus próprios eventos e promoções para atrair um maior número de hóspedes. Vamos aprender mais sobre a supervisão e valores? Clique nas abas e confira! Valor da diária Outro indicador que merece atenção no planejamento estratégico dos empreendimentos hoteleiros é o valor da diária média. Ele é obtido por meio do somatório dos valores das diárias vendidas e dividido pelo número total de unidades habitacionais comercializadas durante determinado período. Esse valor indica a produtividade de uma empresa hoteleira, que juntamente com a taxa de ocupação pode auxiliar os hoteleiros na tomada de algumas decisões estratégicas (BOEGER; YAMASHITA, 2006; CAON, 2008). Métricas Quando se trata de competitividade e oportunidade de mercado, é preciso unir essas duas métricas para alcançar resultados mais precisos. Como resultado, surge o RevPar (Revenue per Available Room), ou seja, Receita por Unidade Habitacional Disponível. Essa é a métrica mais importante da hotelaria, pois surge da divisão da receita total de hospedagem pelo número de unidades habitacionais disponíveis em um determinado período, ou por meio da multiplicação da taxa de ocupação pela diária média (BOEGER; YAMASHITA, 2006; HAYES; NINEMEIER, 2005). Indicador de desempenho Muitos hoteleiros preferem esse indicador para analisar o desempenho de um meio de hospedagem, uma vez que o dado evidencia sua ociosidade, pois sua base de cálculo refere-se a todas as unidades habitacionais do empreendimento. Ou seja, as unidades habitacionais que não foram comercializadas no período têm os seus custos incluídos nesse indicador. Também é considerada uma excelente métrica para análise da sazonalidade, pois gera informações concretas sobre a ocupação durante diferentes épocas do ano (CAON, 2008). A Figura 6 apresenta uma situação hipotética de um meio de hospedagem que possui 25 unidades habitacionais. Em um período de 30 dias, ou seja, um mês, o empreendimento pode comercializar 750 diárias (25 unidades habitacionais x 30 dias). No entanto, ao longo do mês, foram vendidas 680 diárias, obtendo uma taxa de ocupação de 90,66%. Pelo valor da receita líquida de hospedagem mensal, que nesse caso foi de R$ 30.000, é possível calcular os valores da diária média (R$ 44,12/mês) e do RevPar (R$ 40,00/mês). CASO O Llao Llao Resort, Golf & Spa é um empreendimento cinco estrelas localizado em San Carlos de Bariloche, Argentina. Ele pertence ao seleto grupo The Leading Hotels of the World (LHW), uma organização criada em 1928 para promover os melhores e mais autênticos hotéis do mundo. Essa associação possui, atualmente, mais de 400 hotéis, localizados em mais de 80 países, sendo que para ser membro é preciso cumprir uma série de requisitos. Além de sua arquitetura luxuosa e inúmeros serviços disponibilizados para os hóspedes, o resort se destaca por estar presente em todas as mídias sociais e, por isso, facilitar o processo de reservas. Em seu website, disponibiliza várias informações sobre o hotel e sobre a região como um todo, facilitando o processo de decisão de compra dos hóspedes. Além disso, seguindo uma tendência mundial, possui também um canal no Youtube, em que você pode visualizar várias imagens, reportagens e curiosidades sobre o hotel. Toda essa acessibilidade tecnológica auxilia o hóspede na efetivação da reserva. Como alternativa para diminuir os efeitos da sazonalidade, uma vez que possui um longo período considerado de baixa temporada (setembro a maio, meses que não nevam na região), o resort oferece pacotes promocionais, bem como sedia eventos gastronômicos e esportivos. Para maiores informações, acesse: < >.http://llaollao.com http://llaollao.com - -14 Figura 6 - Cálculos da taxa de ocupação, diária média e RevPar de um meio de hospedagem. Fonte: Elaborada pela autora, baseada em BOERGER; YAMASHITA, 2006. Ao analisar os resultados obtidos na Figura 6, perceba que o meio de hospedagem teve uma taxa de ocupação alta nesse mês. O seu valor de diária média foi de R$44,12/mês, ou seja, este é o valor médio recebido por cada diária. Por outro lado, o RevPar foi de R$40,00/mês, o qual considera a capacidade ociosa, ou seja, que não foi comercializada durante o mês. Este valor é considerado mais confiável quando se trata de criar estratégias competitivas e realizar estudos relacionados à sazonalidade. Clique nas abas para conferir outros aspectos relacionados ao tema. • Gestão de receitas A prática denominada (gestão de receitas),Yeld Management, ou Revenue Management largamente utilizada no setor de transporte aéreo, é uma estratégia que vem sendo cada vez mais empregada na hotelaria, visando maximizar sua receita. Trata-se de um sistema que procura ajustar a capacidade fixa do hotel à sua demanda variável, ou seja, busca soluções para minimizar o vazio causado por uma unidade habitacional não ocupada, a qual representa uma diária perdida, por meio da gestão de reservas por segmentos (PÉREZ, 2014; CAON, 2008). • Fatia de Mercado Já o (fatia de mercado) é uma ferramenta que possibilitamensurar a participação deMarket Share uma empresa hoteleira no mercado, em outras palavras, avaliar o seu desempenho perante seus concorrentes, em uma determinada região e período de tempo. Ela pode ser fundamentada por meio da taxa de ocupação e do RevPar. Enquanto a primeira está relacionada às quantidades de diárias vendidas, a segunda tem o foco voltado à questão monetária (CASTELLI, 2016). Como você pôde perceber, existem diversas formas de supervisão desempenhadas pelo setor de reservas. Embora algumas delas sejam realizadas em conjunto com o setor comercial, o controle diário é realizado pelos responsáveis pela operacionalização das vendas das diárias. A utilização dos mais variados indicadores e ferramentas para supervisionar e controlar as taxas de ocupação e a gestão de receitas é uma estratégia que deve ser amplamente utilizada pelos meios de hospedagem para maximizar os lucros e diminuir a sazonalidade. • • - -15 4.4 Recepção Os processos administrativos da recepção também possuem importância fundamental para o bom desempenho dos empreendimentos hoteleiros, tendo em vista que a maioria dos relatórios gerenciais a respeito dos hóspedes é controlado por esse setor. As receitas produzidas pela hospedagem, informações quanto à taxa de ocupação, diária média e RevPar, indicadores utilizados fortemente pelo setor de reservas e comercial, são gerados pela recepção, que se responsabiliza pelo encaminhando das informações para todos os departamentos da empresa hoteleira. Por essa razão, todos os funcionários do setor, principalmente os que trabalham durante a madrugada, devem ser altamente qualificados e receber treinamentos constantes. Continue acompanhando com atenção para entender como funciona o setor de recepção! 4.4.1 Supervisão e controle A principal função da recepção é, sem dúvidas, o atendimento ao hóspede. No entanto, outros procedimentos administrativos realizados pelo setor possuem grande importância para o desempenho do hotel como um todo. Diversos setores dependem das informações geradas pela recepção, como taxa de ocupação, diária média, RevPar, características dos hóspedes, situação e status das unidades habitacionais, previsões de saídas e chegadas, informações relacionadas a eventos e entradas de grupos (WALKER, 2002). Clique nas setas e aprenda mais sobre o assunto. Por isso, gestão, manuseio, controle e supervisão das informações geradas pelo setor devem ser realizados de maneira otimizada. É na auditoria noturna da recepção, realizada durante o turno da madrugada, que todo o processo de gerenciamento de receitas e despesas diárias é efetivado. Todos os lançamentos e estornos são feitos, bem como as discrepâncias são devidamente solucionadas. É feita a impressão de diversos relatórios, os quais antes de serem repassados para os demais setores são conferidos pela chefia da recepção. É atribuição do setor de recepção também a realização de vendas de unidades habitacionais para os hóspedes walk-in, ou seja, aqueles que chegam ao hotel sem ter efetuado reserva previamente. Por isso, devem possuir competências comerciais e de persuasão, bem como autonomia para negociar os valores das tarifas. O setor também é responsável por efetuar lançamentos diversos, principalmente relacionados às diárias, bem como controlar os que são realizados pelos demais departamentos, para verificar sua veracidade. O controle das contas dos hóspedes é uma responsabilidade de todos os funcionários do setor de recepção. O fluxo de entrada e saída, principalmente dos hóspedes que não passam pela recepção para realizar o fechamento das contas, também são tarefas que os funcionários do setor devem realizar. Por isso, atenção em todos os movimentos dos hóspedes é fundamental para que o meio de hospedagem não tenha nenhum tipo de prejuízo financeiro (GUZELA, 2012; WALKER, 2002). O controle do preenchimento da Ficha Nacional de Registro de Hóspedes (FNRH) é outro procedimento operacional e administrativo atribuído ao setor de recepção. Ou seja, quando o hóspede realiza o , a fichacheck-in deve ser obrigatoriamente preenchida, uma vez que ela faz parte do controle estatístico do turismo no país. A Figura apresenta o modelo da FNRH, a qual pode ser encontrada no website do Ministério do Turismo (CASTELLI, 2016; MAMEDE, 2004). - -16 Figura 7 - Ficha Nacional de Registro de Hóspedes (FNRH). Fonte: BRASIL, 2017. As FNRHs, juntamente com o Boletim de Ocupação Hoteleira (BOH), devem ser mensalmente enviadas ao órgão estadual de turismo competente, o qual, por sua vez, processa os dados e coloca as informações à disposição de todo mercado. As fichas apresentam dados relacionados ao perfil dos hóspedes recebidos, enquanto que o boletim exibe o registro quantitativo dos hóspedes, com as taxas de ocupação, permanência média e número de hóspedes por unidade habitacional (CASTELLI, 2016; MAMEDE, 2004). - -17 Figura 8 - Boletim de Ocupação Hoteleira (BOH). Fonte: CASTELLI, 2016, p. 157. - -18 Fonte: CASTELLI, 2016, p. 157. Por meio das FNRHs também é possível ter um controle da relação dos hóspedes que estão instalados nos estabelecimentos hoteleiros, bem como dos procedimentos de check-out a serem realizados no dia subsequente, uma vez que essa informação consta no registro do hóspede. A situação e status das unidades habitacionais e a relação da quantidade de (individual e grupo) previstos para o dia seguinte são outros relatórioscheck-ins emitidos e controlados pelo setor de recepção (CASTELLI, 2016). Alguns meios de hospedagem solicitam as informações que devem ser preenchidas nas FNRHs no momento da reserva. Dessa forma, eles imprimem as fichas já com a metade ou todas as informações dos hóspedes, facilitando o procedimento de , em que o hóspede deve apenas conferir as informações e assinar ocheck-in documento. Proporcionar agilidade nos procedimentos de e tem sido uma grandecheck-in check-out preocupação dos hoteleiros atualmente, que trabalham para uma prestação de serviços eficiente e com perfeição. Com a modernização dos procedimentos operacionais do setor de recepção, ocasionada em decorrência dos avanços tecnológicos, os quais desencadearam a utilização da realidade virtual e inteligência artificial, as principais tarefas dos funcionários sofreram algumas modificações. Hoje, os procedimentos de echeck-in check- podem ser realizados diretamente pelos hóspedes. Isso faz com que os profissionais desse setor possamout direcionar suas funções diárias para os procedimentos administrativos. O que antigamente era tido como receio, principalmente de perder o emprego, tornou-se uma grande oportunidade de crescimento e aprendizado. Os funcionários do setor de recepção estão migrando para outros setores e/ou desempenhando atribuições que exigem maior responsabilidade, foco e conhecimento técnico. Em outras palavras, a tecnologia não está ocupando o lugar das pessoas, mas oportunizando que estas desempenhem funções menos operacionais e mais estratégicas e administrativas. Por outro lado, o atendimento ao hóspede ainda é a principal tarefa dos funcionários desse setor, seja ele automatizado ou não, uma vez que existem certas solicitações e necessidades dos hóspedes que uma máquina ainda não pode resolver e proporcionar. Assim, o treinamento ainda é a melhor estratégia para desenvolver os talentos de seus colaboradores. Afinal, hóspedes satisfeitos costumam retornar e realizar revisões de viagem nas mídias sociais, fato que é de extrema importância para a imagem dos meios de hospedagem. VOCÊ SABIA? A rede hoteleira CitizenM, criada em 2008 na Holanda, com o slogan “luxo acessível para as pessoas”, busca romper com a ideia da hotelaria tradicional por meio de seus empreendimentos de luxo voltados para os viajantes modernos. Utilizando a tecnologia para reduzir a burocracia, a rede fornece a possibilidade do . Isso faz com que oself check-in processo de hospedagem seja realizado mais rapidamente e de maneira personalizada, eliminando certas frustações que os viajantes compartilhavam nas mídiassociais. Saiba mais em: < >.https://www.citizenm.com https://www.citizenm.com - -19 Como você pode perceber, o setor de recepção vai muito além da função de atendimento ao hóspede. Suas atribuições administrativas impactam em todos os demais setores dentro de uma empresa hoteleira. Ele realiza a gestão do ciclo de receitas do hotel por meio do faturamento das despesas de hospedagem. Os funcionários do setor também são responsáveis por supervisionar a contabilidade dos hóspedes, a gestão de seus dados, reservas, receitas e demais serviços pertinentes (HAYES; NINEMEIER, 2005). Conhecimentos relacionados à tecnologia de informação e comunicação também são atribuições dos funcionários do setor da recepção, uma vez que a maior parte das suas tarefas deve ser registrada no sistema operacional do empreendimento hoteleiro. E, tenha em mente, embora a auditoria noturna seja responsável pelo maior fluxo informacional gerado pelo setor, todos os demais turnos de trabalho (matutino e vespertino) devem realizar o fechamento de seu caixa, encaminhando as informações diretamente ao setor administrativo (SOLER, 1999). Figura 9 - Chefia e funcionários do setor de recepção. Fonte: Dmitry Kalinovsky; Phovoir, Shutterstock, 2018. Saber gerenciar, treinar, inspirar e motivar sua equipe de trabalho é uma das principais atribuições da chefia da recepção. A supervisão e o controle de todas as tarefas desempenhadas pelos funcionários do setor devem ser realizados de forma otimizada, para que sejam evitadas falhas, tanto de serviço quanto operacionais. A recepção é o coração do hotel, ou seja, o local com maior fluxo de informação e que mantém o maior contato com o hóspede, bem como com os demais funcionários. Por isso, precisa ser gerenciada e supervisionada de forma estratégica. VOCÊ QUER VER? A comédia escrita e dirigida por Wes Anderson, (2014), tem comoO Grande Hotel Budapeste personagem principal um , o Monsieur Gustave H., conhecido por colocar asconcierge necessidades dos hóspedes sempre em primeiro lugar. Ele tem como fiel escudeiro um jovem mensageiro, o Zero. E embora exista uma relação de chefia entre ambos, os dois desenvolvem uma sincera amizade. Esse filme é uma boa opção para identificar as atribuições dos cargos do setor de recepção de um hotel de luxo. - -20 Síntese Chegamos ao final deste capítulo. O conteúdo apresentado possibilitou a compreensão da importância dos procedimentos administrativos realizados pelo setor de hospedagem dentro de um empreendimento hoteleiro. Permitiu também identificar os aspectos relacionados à competitividade no contexto da indústria hoteleira. Esses novos conhecimentos fazem com que a atuação macro dos meios de hospedagem seja compreendida de maneira bastante abrangente. Neste capítulo, você teve a oportunidade de: • entender sobre a gestão das redes hoteleiras; • aprender a criar a missão, a visão e os valores de uma empresa hoteleira; • identificar os custos e despesas operacionais do setor de governança; • reconhecer a importância do inventário dos itens e enxovais dos meios de hospedagem; • compreender a utilização dos indicadores comerciais do setor de reservas; • relacionar os fatores causadores da sazonalidade; • conhecer a importância dos relatórios gerenciais gerados pelo setor de recepção; • discorrer sobre os procedimentos administrativos realizados pelo setor de recepção. Bibliografia ANJOS, S. J. G. : Um Modelo de Gestão para o Setor de Hotelaria. 2004. 211 f.Serviços Integrados no Turismo Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004. BOEGER, M. A.; YAMASHITA, A. P. . São Paulo: Atlas, 2006.Gestão Financeira para Meios de Hospedagem BRASIL. Ministério do Turismo. Ficha Nacional de Registro de Hóspedes, 2017. Disponível em: <http://www. brasil.gov.br/old/copy_of_imagens/noticias/imagens-2012/novembro/ficha-nacional-de-registro-de-hospedes- >. Acesso em:1/view 15/01/2018. CAON, M. . São Paulo: Atlas, 2008.Gestão Estratégica de Serviços de Hotelaria CASTELLI, G. . São Paulo: Saraiva, 2016.Gestão Hoteleira CITIZENM. Homepage. Disponível em: < >. Acesso em: 15/01/2018.https://www.citizenm.com FÓRUM DE OPERADORES HOTELEIROS DO BRASIL. Homepage. Disponível em: < > Acessohttp://fohb.com.br . em: 15/01/2018. GUZELA, G. . Curitiba: Intersaberes, 2012.Excelência em Recepção de Hotéis HAYES, D.; NINEMEIER, J. . São Paulo: Pearson, 2005.Gestão de Operações Hoteleiras HOTEL & Spa do Vinho, Autograph Collection. Homepage. Disponível em: <https://autograph-hotels.marriott. >. Acesso em: 15/01/2018.com/hotel/hotel-spa-do-vinho/ LLAO LLAO RESORT, GOLF & SPA. Homepage. Disponível em: < >. Acesso em: 15/01/2018.http://llaollao.com MAMEDE, G. : incluindo análise dos problemas e dúvidasManual de Direito para Administração Hoteleira jurídicas, situações estranhas e as soluções previstas no Direito. São Paulo: Atlas, 2004. MEIRA, J. V. S.; ANJOS, S. J. G. O Desempenho Organizacional das Redes Hoteleiras no Brasil. Revista , v. 26, p. 75-85, 2013.Internacional de Língua Portuguesa O GRANDE Hotel Budapeste. Direção: Wes Anderson. Produção: Wes Anderson, Scott Rudin, Steven Rales e Alemanha e Estados Unidos. Fox Searchlight. 2014. Duração: 99 min.Jeremy Dawson. PÉREZ, I. . São Paulo: Roca, 2014.Manual Prático de Recepção Hoteleira PROSERPIO, R. . São Paulo: Aleph, 2007.O Avanço das Redes Hoteleiras Internacionais no Brasil REVISTA HOTÉIS. Sazonalidade na hotelaria: como combatê-la de forma rentável. Disponível em: <http://www. >. Acesso em: 15/01/2018.revistahoteis.com.br/sazonalidade-na-hotelaria-como-combate-la-de-forma-rentavel/ SOLER, J. R. M. . Barcelona: Gestión 2000, 1999.Técnicas de Gestión y Dirección Hotelera • • • • • • • • http://www.brasil.gov.br/old/copy_of_imagens/noticias/imagens-2012/novembro/ficha-nacional-de-registro-de-hospedes-1/view http://www.brasil.gov.br/old/copy_of_imagens/noticias/imagens-2012/novembro/ficha-nacional-de-registro-de-hospedes-1/view http://www.brasil.gov.br/old/copy_of_imagens/noticias/imagens-2012/novembro/ficha-nacional-de-registro-de-hospedes-1/view https://www.citizenm.com http://fohb.com.br https://autograph-hotels.marriott.com/hotel/hotel-spa-do-vinho/ https://autograph-hotels.marriott.com/hotel/hotel-spa-do-vinho/ http://llaollao.com http://www.revistahoteis.com.br/sazonalidade-na-hotelaria-como-combate-la-de-forma-rentavel/ http://www.revistahoteis.com.br/sazonalidade-na-hotelaria-como-combate-la-de-forma-rentavel/ - -21 >. Acesso em: 15/01/2018.revistahoteis.com.br/sazonalidade-na-hotelaria-como-combate-la-de-forma-rentavel/ SOLER, J. R. M. . Barcelona: Gestión 2000, 1999.Técnicas de Gestión y Dirección Hotelera TIVOLI HOTELS & RESORTS. Homepage. Disponível em: < >. Acesso em:https://www.tivolihotels.com/pt/brazil 15/01/2018. WALKER, J. R. . Barueri: Manole, 2002.Introdução à Hospitalidade http://www.revistahoteis.com.br/sazonalidade-na-hotelaria-como-combate-la-de-forma-rentavel/ https://www.tivolihotels.com/pt/brazil Introdução 4.1 Gestão das redes hoteleiras 4.1.1 Competitividade 4.2 Governança 4.2.1 Supervisão e Controle Quadro funcional Unidade habitacional 4.3 Reservas 4.3.1 Supervisão e Controle Gestão de receitas Fatia de Mercado 4.4 Recepção 4.4.1 Supervisão e controle Síntese Bibliografia
Compartilhar