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Anemias Hemolíticas

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 É um grupo de anemias hiperproliferativas, sendo assim, existe 
destruição periférica das hemácias, mas a medula óssea 
responde com aumento da produção de eritrócitos, e com isso 
há maior liberação de formas jovens na circulação: 
reticulocitose. 
 É importante entender que se o processo hemolítico for leve, 
e a medula óssea conseguir compensá-lo, pode não ocorrer 
anemia. Contudo, se houver uma sobrecarga no sistema 
hematopoiético, há hipofuncionalidade da medula óssea que vai 
produzir poucas hemácias, acarretando anemia intensa. 
 Independente da etiologia, alguns achados clínicos e laboratoriais 
são os mesmos e nos indicam a presença de hemólise: 
 Reticulocitose; 
 Aumento de BI; 
 LDH elevado; 
 Aumento de urobilinogênio; 
 Hemoglobina plasmática livre aumentada; 
 Hemossiderina e hemoglobina na urina (hemólise 
intravascular); 
 Haptoglobina diminuída (sua função é se ligar à 
hemoglobina, fazendo com que o complexo 
haptoglobina-hemoglobina seja retirado da 
circulação pelos macrófagos do SRE). 
 Policromatofilia; 
 Hiperplasia eritroide. 
 Anemia, icterícia, esplenomegalia e litíase biliar com 
cálculos de bilirrubina de cálcio. 
 
 A anemia hemolítica pode ser classificada de diferentes formas: 
→ Intravascular x Extravascular 
→ Imune x Não imune 
→ Congênita x Adquirida 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Destruição da membrana das hemácias no 
lúmen dos vasos sanguíneos. 
 Mecanismos: trauma mecânico, destruição 
imunológica. 
 A hemoglobina é liberada no plasma, sendo 
filtrada e reabsorvida nos túbulos proximais. 
Quando a capacidade de reabsorção é 
saturada, ocorre a hemoglobinúria. 
 Hemácias são removidas da circulação por 
macrófagos do baço e do fígado. 
 Mecanismo: revestimento da membrana por 
anticorpos ou formas de hemácias que 
dificultam a sua passagem pelo baço. 
 Teste de Coombs direto positivo: imune. 
 É importante uma anamnese bem feita. 
 Defeitos intrínsecos das hemácias na 
maioria dos casos. 
 Defeitos extrínsecos das hemácias. 
 
 
 É uma desordem de origem idiopática ou secundária a doenças 
autoimunes, na qual existe formação de anticorpos contra 
antígenos presentes nas membranas das hemácias, levando à 
destruição dessas células pelo sistema reticuloendotelial no baço 
e no fígado. 
 A AHAI pode ser classificada por anticorpos quentes (IgG) ou 
por anticorpos frios (IgM). 
 Anticorpos IgG 
→ Tipo mais comum (75% dos casos); 
→ As hemácias cobertas por anticorpos IgG são retiradas 
da circulação por macrófagos do baço por meio de 
receptores da fração Fc, levando à hemólise 
extravascular 
→ Essa fagocitose pode ser parcial ou completa. Quando 
parcial, há formação de esferócitos, que sofrem 
hemólise. 
→ Está associado à doenças reumatológicas e à infecções 
como HIV. 
 Anticorpos IgM 
→ A ligação do Igm com os antígenos de membrana das 
hemácias faz com que haja ativação do sistema 
complemento, ocorrendo lise direta das hemácias no 
leito vascular (hemólise intravascular). 
→ Está associado à linfoma e à infecções, principalmente, 
por Mycoplasma. 
 Anticorpos IgG Donath-Landsteiner (Ac frios) 
→ São anticorpos IgG que se ligam em temperatura baixa, 
associada à hemoglobinúria paroxística fria. 
→ Mais comum em crianças, geralmente relacionada à 
infecção viral. 
→ Causa hemólise intravascular como resultado da ativação 
e fixação do complemento. 
 Anemia: dispneia, palidez, taquicardia. 
 Hemólise: icterícia, hemoglobinúria, esplenomegalia. 
 Sintomas relacionados à causas secundárias: febre, 
linfadenomegalia, livedo articular, acrocianose, sintomas 
respiratórios. 
 Teste de Coombs direto POSITIVO. 
 Deve-se atentar para resultados falso-positivos na ausência de 
outros achados de AHAI. 
 Outros achados: 
→ Anemia leve a moderada; 
→ Reticulocitose; 
→ VCM e HCM normais OU VCM elevado pela reticulocitose 
(células mais jovens são maiores); 
→ Pesquisa dos títulos séricos de crioaglutininas. 
 No esfregaço do sangue periférico: 
→ AHAI por IgG: microesferócitose (pela fagocitose parcial) 
e policromatofilia. 
→ AHAI por IgM: aglutinação espontânea, pobre em 
microesferócitos. 
 
 Faz-se necessário quando a anemia secundária à hemólise é 
intensa. 
 Primeira linha de tratamento; 
 Prednisona 1-1,5 mg/Kg/dia, com resposta 
evidente dentro de 3-4 semanas. 
 Costuma-se manter até a Hb normalizar e 
depois desmamar lentamente, ao longo de 
meses. 
 Está indicada nos pacientes que não respondem 
aos glicocorticoides ou que recaem durante o 
desmame. 
 Remissão completa e duradoura pode ser 
observada em até 2/3 dos casos. 
 Indicada nos pacientes refratários à 
corticoterapia e que não possam fazer 
esplenectomia. 
 Rituxmab (anti-CD20) 375 mg/m², 
1x/semana, em 4-8 doses. 
 O transplante de MO tem sido utilizado com 
algum sucesso nos casos graves e refratários 
a estas drogas. 
 Tratamento de suporte na emergência; 
 Feita lentamente, não ultrapassando 1 
ml/kg/h, com atenção para sintomas de 
reação transfusional imediata. 
 
 
 
 O tratamento costuma ter uma resposta ruim, pois é 
difícil desativar o sistema complemento por completo. 
 Reposição de folato; 
 Rituximab é o medicamento de escolha; 
 Não há indicação de esplenectomia e corticoterapia, 
pois não há resposta.; 
 O paciente deve evitar exposição ao frio. 
 
 Hemácias esferocíticas são pouco flexíveis e osmoticamente 
frágeis, por isso sofrem hemólise com maior facilidade. 
 
 
 
 
 São variáveis, desde pacientes assintomáticos até anemia 
hemolítica intensa. 
 Os pacientes com manifestações leves podem ter o diagnóstico 
feito apenas na adolescência ou já adultos, quando podem 
desenvolver litíase biliar por cálculos de cálcio. 
 Esplenomegalia pode estar presente. 
 Outros: crise aplásica pela infecção pelo parvovírus B19, crise 
hiper hemolítica e crise megaloblástica. 
 Úlceras maleolares ocorrem ocasionalmente. 
 Os pacientes com hemólise grave podem apresentar 
hematopoiese extramedular levando à formação de massas 
paravertebrais visíveis em radiografias (simulando neoplasias). 
 Presença de marcadores de hemólise + presença de 
esferócitos no esfregaço do sangue periférico. 
 Deve-se considerar a história familiar de anemia e/ou 
esplenectomia. 
 Teste de Coombs negativo (diagnóstico diferencial com a AHAI). 
 O CHCM está aumentado pela desidratação celular. 
 O teste de fragilidade osmótica é o exame padrão ouro: ocorre 
o aumento gradativo da lise de hemácias, comparado a hemácias 
normais. 
 Suplementação profilática de ácido fólico (1 mg/dia). 
 Esplenectomia. 
 É importante lembrar da necessidade de vacinação contra 
pneumococo e H. influenzae tipo B antes do procedimento e da 
profilaxia com penicilina V oral após o procedimento. 
 A esplenectomia está indicada nos pacientes sintomáticos e 
deve ser realizada após cinco anos de idade, para diminuir o 
risco de infecções graves por micro-organismos encapsulados. 
 Desordem autossômica dominante, caracterizada por defeitos 
na síntese de espectrina ou da proteína 4.1 levando à formação 
de hemácias de forma elíptica. 
 Em geral, a anemia é leve a moderada e a maioria dos pacientes 
são assintomáticos, portanto, não necessitando de tratamento. 
 Quando o paciente é sintomático, o tratamento indicado é a 
esplenectomia, embora sua resposta seja menor que na 
esferocitose. 
 É uma desordem caracterizada por hemácias com formas 
bizarras, que se rompem em temperaturas elevadas de 44-
45ºC (as hemácias normais são estáveis até 49ºC). 
 A hemólise geralmente é grave, reconhecida ainda na infância e 
parcialmente responsiva à esplenectomia. 
 Diferentemente das outras patologias, o paciente com 
estomatocitose hereditária tem um risco aumentado de eventos 
tromboembólicos pós-esplenectomia, não estando indicado este 
procedimento a não ser em casos de anemia grave. 
 
 
 
 
 
 A enzima piruvato quinase é a principal do ciclo Embden-
Meyerhof, o ciclo de energia. O paciente pode ter hemólise de leve a grave, seja no período 
neonatal ou ao longo da vida. 
 A esplenectomia costuma melhorar a clínica desses pacientes e 
a reposição de ácido fólico geralmente é necessária. 
Defeito na membrana plasmática → formação de esferócitos 
no sangue periférico → diminuição da maleabilidade da 
membrana plasmática → hemólise extravascular com maior 
facilidade → anemia discreta (normo/normo). 
 
 É a desordem no metabolismo da hemácia mais frequente. 
 O gene que carreia essa alteração está no cromossomo X e por 
isso é mais comum em homens. 
 A hemólise ocorre por falha na geração de NADPH, levando a 
níveis insuficientes de glutation reduzido. Isto deixa o eritrócito 
susceptível à oxidação da Hb por radicais oxidativos como 
peróxido de hidrogênio. 
 A Hb desnaturada se 
agrega e forma os 
corpúsculos de Heinz 
dentro do eritrócito. 
As células com estes 
corpúsculos são 
destruídas parcial ou 
completamente no 
baço, resultando em 
células mordidas (bite 
cells) visualizadas no esfregaço do sangue periférico e em 
hemólise. 
 A gravidade desta anemia hemolítica depende do tipo do defeito, 
dos níveis de atividade da enzima e do grau de estresse 
oxidativo. 
 Ela pode ser primeiramente percebida durante eventos clínicos 
agudos que aumentam o estresse oxidativo (como infecções, 
cetoacidose diabética e uso de drogas oxidativas). 
 Nos casos mais graves, pode-se instalar hemólise crônica, 
mesmo sem fatores precipitantes, porém é menos comum. 
 O diagnóstico é feito pela dosagem de G6PD. 
 Não há tratamento específico, apenas suporte clínico. 
 Suporte: hidratação e hemotransfusão em casos graves. 
 
 
 
 
 
 A anemia falciforme deve ser encarada como uma doença 
sistêmica, pois pode atingir diversos órgãos e sistemas. 
 Tudo se deve ao fato de que uma única mutação genética (troca 
do ácido glutâmico pela valina) gera um tipo de hemoglobina com 
a capacidade de se polimerizar ao ser desoxigenada: HbS. 
 A HbS quando desoxigenada forma uma rede gelatinosa de 
polímeros que esticam a membrana do eritrócito, levando a: 
afoiçamento da hemácia, aumento de viscosidade, diminuição da 
capacidade de deformação, desidratação celular e aumento da 
aderência ao endotélio. 
 A polimerização é um evento inicialmente reversível, no entanto, 
se a membrana celular for lesada, o eritrócito torna-se 
irreversivelmente afoiçado, sendo fagocitado pelos macrófagos 
esplênicos (hemólise extravascular). 
 
 
 
 
 
 
98% < 3% <1% 0 
0% 2% 5% 93% 
57% 2% 1% 40% 
 
 
 A hemoglobina fetal (HbF) protege contra a polimerização das 
hemoglobinas. Após o nascimento da criança, essa Hb vai 
diminuindo de concentração e o paciente que possui anemia 
falciforme vai apresentar esplenomegalia, pelo aumento da 
hemólise. 
 O traço falcêmico em geral não causa doença, sendo 
considerada uma condição benigna, apesar de algumas 
complicações raras, como hematúria e risco de infarto esplênico 
em altas altitudes. 
 Diferentemente das crianças, nos adultos 
 
 Síndrome mão-pé (Dactilite Falcêmica) 
→ Isquemia aguda dos ossos das mãos e dos pés; 
→ Ocorre por volta dos 5-6 meses de idade até os 3 anos, 
sendo incomum após os 6 anos. 
Estresse 
celular
Aumento da 
polimerizaçã
o da HbS
Aumento da 
condensação 
da hemácias
Aumento de 
rigidez da 
membrana da 
hemácia
Maior 
propensão 
à hemólise
Vaso-oclusão dos 
vasos menores e 
distais
ISQUEMIA
Destruição precoce das hemácias → ANEMIA HEMOLÍTICA 
+ 
Oclusão da microvasculatura → ISQUEMIA 
→ Dor e edema simétrico dos dígitos. Achados unilaterais 
devem ser diferenciados da osteomielite, cujo 
tratamento passa a exigir antibioticoterapia. 
 Crise álgica 
→ Pode ser precipitada por eventos como baixa umidade, 
frio, desidratação, infecção, acidose, estresse, 
menstruação, consumo de álcool, hipoxemia noturna. 
→ Ocorre por aumento de proteínas de fase aguda, 
aumento de LDH, de citocinas e da viscosidade sanguínea. 
→ É A CAUSA MAIS COMUM DE ADMISSÃO HOSPITALAR. 
 Isquemia e infarto da MO, acometimento dos 
ossos longos de extremidades, coluna vertebral, 
arcos costais e crânio. 
 Dor intensa, necessitando de opioides, muitas 
vezes, para analgesia. 
 Rx do local é NORMAL. 
 Isquemia e infarto mesentérico. 
 Pode simular abdome agudo (laparotomia branca 
é comum). 
 Dor e peristalse presentes. 
 Ereção involuntária e dolorosa > 30 min por 
obstrução da drenagem venosa do corpo 
cavernoso. 
 Idade média: 12 anos. 
 Tempo médio de duração 2h, ocorrendo mais 
entre 3-9h da manhã, podendo ser recorrente 
ou refratários. 
 Pode ocorrer após ereção fisiológica. 
 Tratamento: analgesia e hidratação venosa. 
 
 Síndrome torácica aguda 
→ Segunda causa de admissão hospitalar, principal causa 
de óbito na anemia falciforme e principal complicação de 
cirurgia e anestesia. 
→ Síndrome caracterizada por febre alta, taquipneia, dor 
torácica, leucocitose e infiltrado pulmonar, podendo 
evoluir com hipoxemia e insuficiência respiratória. 
→ O agente infeccioso mais comum é o S. pneumoniae. 
 AVE 
→ É o evento mais catastrófico relacionado à anemia 
falciforme. 
→ Pode ser tanto hemorrágico como isquêmico, sendo o 
isquêmico mais comum em crianças de 2-15 anos e o 
hemorrágico em adultos. 
 
 Até aproximadamente os 6 meses de idade, o baço irá crescer 
devido à intensa hemólise que ele promove. 
 Porém, a partir deste período, a função do baço começa a 
decair em razão da obstrução dos sinusoides esplênicos pelas 
hemácias afoiçadas e pelo acúmulo de múltiplos infartos no 
parênquima do órgão. 
 Por volta dos 2-5 anos de idade, o baço encontra-se com 
consistência endurecida, devido à extensa fibrose, tornando-se 
pequeno e impalpável na fase escolar. Essa transformação do 
baço em uma estrutura fibrótica e atrofiada é chamada de 
AUTOESPLENECTOMIA 
 O baço é muito importante para a resposta imune, e existem 
bactérias que dependem muito da função esplênica para serem 
destruídas ou inativadas → bactérias encapsuladas: 
Estreptococo pneumoniae, H. influenza B e Salmonela. 
 
 
 
 A sepse pneumocócica é a causa mais comum de óbito nas 
crianças falcêmicas com menos de 5 anos de idade. A profilaxia 
com penicilina V oral e a vacina antipneumocóccica reduziram 
drasticamente a incidência dessa infecção. 
 
 
 Crise do sequestro esplênico 
→ É a mais grave das crises anêmicas, aparecendo 
geralmente em crianças pequenas (6 meses-1 ano). 
→ Ocorre por um fenômeno vaso-oclusivo nos sinusoides 
esplênico. Com isso, a drenagem do baço é prejudicada, 
havendo um acúmulo de sangue, que faz com que o baço 
aumente agudamente de tamanho, provocando 
HIPOVOLEMIA + ANEMIA GRAVE + RETICULOCITOSE. 
→ A hemotransfusão é a terapia de escolha e pode salvar 
a vida da criança. 
→ Após a estabilização do quadro, a esplenectomia é 
indicada. 
 Crise aplásica 
→ É a crise anemia mais comum, ocorrendo em crianças e 
adolescentes na maioria das vezes relacionada à 
infecção pelo parvovírus B19, agente do eritema 
infeccioso. 
→ Este vírus possui um tropismo pelos precursores 
eritroide. Pelo seu efeito citotóxico, instala-se uma 
hipoplasia eritroide que acarreta uma queda de 
hematócrito e da contagem de reticulócitos. 
→ O quadro pode se iniciar com uma síndrome febril, 
evoluindo para uma anemia aguda grave, bastante 
sintomática. 
→ O tratamento é hemotransfusão. 
→ Possui curso autolimitado. 
 Crise megaloblástica 
→ Ocorre devido ao consumo exagerado de ácido fólico 
para a produção de novas hemácias, a fim de 
compensar a hemólise crônica. 
→ Profilaxia: ácido fólico regular 1-2 mg/dia. 
PENSOU EM INFECÇÃO NO PACIENTE FALCÊMICO PENSOU EM 
PNEUMOCOCO! 
 Crise hiper-hemolítica 
→ Exacerbação da anemia e da reticulocitose devido a um 
aumento da taxa de hemólise, geralmente relacionada à 
infecção, à concomitância de deficiência de G6PD ou à 
transfusão sanguínea com bolsa incompatível devido à 
presença de aloanticorpos. 
 Hemogramae bioquímica: 
→ Anemia leve a moderada (Ht 20-30%); 
→ Reticulocitose (3-15%): responsável pelo VCM elevado ou 
no limite superior; 
→ Leucocitose neutrofílica: na crise vaso-oclusiva pode 
haver aumento dos eritroblastos na periferia, que são 
contados com leucócitos. 
→ BI elevada; 
→ LDH elevada; 
→ VHS baixa ou pode se elevar em uma crise vaso-oclusiva. 
 Esfregaço do sangue periférico: 
→ Hemácias em foice; 
→ Policromasia (indicativo de reticulocitose); 
→ Corpos de Howell-Jolly (hiperesplenismo). 
 Eletroforese de hemoglobina, onde irá encontrara a HbS. 
PROFILAXIA DE INFECÇÕES 
Penicilina V oral aos 3 meses até os 5 anos + Imunização para 
pneumococo, anti-hemofilos, hepatite B e influenza 
+ 
SUPLEMENTAÇÃO COM FOLATO 1-2 MG/DIA 
+ 
HEMOTRANSFUSÃO 
Contraindicada em pacientes assintomáticos ou crise dolorosa não 
complicada 
+ 
HIDROXIUREIA 
Mielossupressor que ativa a síntese de HbF; indicada em pacientes 
com episódios álgicos frequentes, história de síndrome to´racica 
aguda ou outra grave complicação 
+ 
TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA ALOGÊNICO 
 Crise álgica: 
→ Hidratação e analgesia com anti-inflamatórios e opioides; 
→ Oxigênio suplementar em caso de hipoxemia; 
→ Avaliar causa subjacente e se possível tratar; 
→ Transfusão sanguínea só em casos de crise refratária. 
 Síndrome torácica aguda: 
→ Suporte; 
→ Transfusão; 
→ Antibioticoterapia empírica (cefalosporina de 3ª geração 
+ macrolídeo); 
→ Broncodilatadores e corticoide nos asmáticos; 
→ Fisioterapia respiratória. 
 Priaprismo 
→ Suporte; 
→ Transfusão simples ou exsanguinotransfusão parcial 
podem ser utilizadas. 
→ A hidroxiureia pode ser útil. 
→ Se >3-4 horas: avaliação e tratamento urológico 
específico com drenagem do corpo cavernoso e 
irrigação com epinefrina. 
 Febre 
→ É uma emergência médica. 
→ Esses pacientes devem ser internados e receber 
antibioticoterapia empírica + profilaxia para eventos 
tromboembólicos. 
 Critérios de alto risco para bacteremia: 
a. Aparência de doença grave; 
b. Hipotensão; 
c. Baixa perfusão capilar (>4s); 
d. Temperatura > 40ºC; 
e. Leucócitos > 30.000 ou < 500; 
f. Plaquetas < 100.000; 
g. História de sepse pneumocócica; 
h. Dor importante; 
i. Desidratação; 
j. Infiltrado em segmento ou grande porção do pulmão; 
k. Hb < 5. 
TRAÇO FALCÊMICO 
 Indivíduos heterozigotos para o gene da HbS. 
 Eles são assintomáticos, embora condições que levem à baixa 
oferta de O2 para o tecido possam desencadear complicações. 
 As manifestações nesses casos seriam: hematúria, necrose de 
papila, pielonefrite bacteriana, isostenúria e infarto esplêncio. 
 Diagnóstico: eletroforese de proteínas. 
 
HEMOGLOBINOPATIA SC 
 Doença menos intensa que a anemia falciforme, porém, mais 
grave que o traço falcêmico. 
 Cursa com quadro mais brando em quase todas as 
manifestações clínicas, exceto maior incidência de retinopatia 
periférica e osteonecrose de cabeça de fêmur. Esplenomegalia 
também pode ser encontrada. 
 No sangue periférico predominal hemácias em alvo, sendo as 
afoiçadas incomuns. 
 
 As talassemias representam os defeitos hereditários da 
hemoglobina mais comuns e a doença genética mais comum no 
mundo. 
 Estas desordens tipicamente causam alteração quantitativa, isto 
é, produção reduzida ou ausente das cadeiras alfa ou beta da 
hemoglobina. 
 
 
 
 Os mecanismos pelos quais a diminuição da síntese de uma 
cadeia da hemoglobina leva à anemia são: 
 
1. DIMINUIÇÃO DA SÍNTESE DE HEMOGLOBINA; 
2. ERITROPOIESE INEFICAZ: acúmulo da cadeia de globina que 
está sendo produzida normalmente e acaba ficando em 
excesso. Isto leva à formação de homotetrâmeros 
insolúveis, que se precipitam e formam corpos de inclusão 
tóxicos, que matam o precursor eritroide em 
desenvolvimento ainda na medula óssea; 
3. HEMÓLISE CRÔNICA EXTRAVASCULAR: os corpúsculos de 
hemoglobina precipitada podem continuar presentes 
dentro da hemácia circulante, que é então retirada de 
circulação pelo baço, gerando esta hemólise. 
 
 
 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: ANEMIA SIDEROBLÁSTICA 
 Hemácias com pouca hemoglobina são HIPOCRÔMICAS e 
MICROCÍTICAS. 
 A eritropoiese ineficaz leva ao aumento de absorção intestinal 
de ferro, por mecanismos não muito esclarecidos, o que pode 
causar hemocromatose → HEMOCROMATOSE 
ERITROPOIÉTICA. 
 Estes dois parâmetros, anemia microcítica e hiperferremia, são 
comuns também na anemia sideroblástica. 
 Para confirmar o diagnóstico deve ser feito uma eletroforese 
de hemoglobina. 
 
 Um ponto importante de ser ressaltado é que a heterozigose 
para talassemia confere proteção contra infecção pelo parasita 
causador de malária, Plasmodium falciparum. 
 
 
 Esse indivíduo não produz nada ou muito pouca cadeia beta. 
 Estas mutações genéticas podem determinar dois tipos de 
genes betatalassêmicos: um incapaz de produzir cadeia beta 
(gene beta 0) e um que produz uma pequena quantidade de 
cadeia beta (gene beta +) 
Pessoa normal 
Betatalassemia major: não produz ou produz 
muito pouco a cadeia beta. 
Betatalassemia intermedia: produz muito 
pouco a cadeia beta. 
Betatalassemia minor: produz um pouco 
abaixo do normal. 
 
 A intensidade dos sintomas depende do grau de produção da 
cadeia beta, assim como da coexistência de outras 
anormalidades. 
 Sintomas evidentes após os primeiros 6 
meses de vida, conforme os níveis de HbF 
começam a declinar. 
 Anemia grave: Hb 3-5. 
 Icterícia devido á hemólise. 
 ICC de lato débito e hipertensão pulmonar. 
 Deformidades ósseas devido à marca de 
hipertrofia da medula óssea secundária à 
eritropoese ineficaz → proeminência dos 
maxilares, aumento da arcada superior 
com separação dos dentes e bossa 
frontal. 
Diminuição da síntese de hemoglobina
Eritropoiese ineficaz
Hemólise crônica extravascular
 Baixa estatura, retardo do crescimento, 
disfunção endócrina, susceptibilidade a 
infecções. 
 Litíase biliar e úlcerar maleolares pela 
hemólise crônica. 
 Hepatoesplenomegalia pela hemólise 
crônica e eritropoiese extra medular. 
 Hemocromatose por transfusão e por 
aumento da absorção intestinal do ferro, 
aumentando o risco de cirrose hepática e 
de carcinoma hepatocelular. 
 Aumento no risco de reações 
transfusionais e doenças infecciosas 
devido às transfusões constantes. 
 Infecções por Yersinia enterocolitica. 
 Rx de crânio: Hair on end – Reflexo da 
expansão medular. 
 Rx de mão: adelgaçamento da cortical com 
expansão dos espaços entre as trabéculas 
ósseas. 
 Esplenomegalia e expansão óssea 
proeminentes. 
 Eritropoiese ineficaz levando á 
hiperabsorção de ferro (mesmo sem 
transfusões). 
 Hb entre 8-10. 
 Crescimento, desenvolvimento e 
fertilidade preservados. 
 Hipercoagulabilidade: maior risco de 
trombose que a talassemia major. 
 Assintomáticos. 
 Anemia microcítica leve: Hb entre 9-11. 
 Microcitose, hemácias em alvo no sangue 
periférico são os principais indícios. 
 
 
 Anemia microcítica e hipocrômica com RDW normal (sem 
anisocitose). 
 Hiperbilirrubinemia indireta, aumento de LDH, redução da 
haptoglobina e reticulocitose. 
 Ferro sérico normal – alto, TIBC normal, saturação da 
transferrina normal-alta, hipocromia e pontilhado basofílico. 
 Eletroforese de hemoglobina. 
 Na beta major: HbA ausente e presença de HbA2 e HbF. 
 Na beta minor/intermedia: HbA2 3,5-7% e HbF aumentada 5-
20%. 
 Hipertransfusão crônica, objetivando ht 27-30%; 
 Quelação de ferro com desferoxamina quando ferritina > 1000 
e ferro hepático > 3. 
 Ácido fólico pode ser útil. 
 Esplenectomia é indicada quando as necessidades transfusionais 
aumentam > 50% em 1 ano. 
 Transplante de MO alogênico é o único tratamento curativo. 
 
 
 Nesta patologia, o problema está na produção da cadeia alfa. 
Normal 
Carreador assintomático 
Alfatalassemia minor (heterozigoto 
alfa 0) 
Alfatalassemia minor (heterozigoto 
alfa+) 
Doença da hemoglobina H 
(alfatalassemia intermedia) 
Hidropsia Fetal 
 
 Os sintomas da doençasó se manifestam com 3 deleções ou 4 
deleções. 
 
 A ausência de cadeias alfa (--/--) é incompatível com a vida 
extrauterina, levando ao nascimento de natimorto ou bebê com 
hidropsia fetal, que rapidamente evolui a óbito. 
 
 A ausência de 3 genes permite o nascimento da criança sem 
maiores problemas, mas já com anemia. 
 Os pacientes apresentam anemia hemolítica moderada a grave. 
 
 
 São pacientes assintomáticos, mas com microcitose e 
hipocromia no hemograma. 
 Hidropsia fetal: eletroforese de hemoglobina com 80% de Hb 
Bart e ausência de HbA. 
 Doença da Hb H: eletroforese de hemoglobina com 5-40% de 
HbH + níveis de HbF e HbA2 normais. 
 Alfatalassemia minor: eletroforese de hemoglobina NORMAL. É 
um diagnóstico de exclusão. 
 O tratamento só está indicado na doença da Hb H e se 
assemelha aos pacientes com Betatalassemia intermedia. 
 A esplenectomia é indicada para os pacientes com 
esplenomegalia, anemia importante ou que desenvolvam 
necessidade transfusional crônica. 
 
 
 
 
 É a única anemia hemolítica em que existe um defeito adquirido 
e não herdado da membrana celular do eritrócito. 
 É mais comum em adultos jovens. 
 A fisiopatologia é a mutação de um gene, PIG-A, que leva à 
deficiência da GPI. 
 A GPI é uma proteína chamada de âncora, pois sua função é 
ancorar outras proteínas à membrana da hemácia, ligando-se a 
elas. Por isso, ocorre deficiência de todas as proteínas que se 
fixam à membrana celular por meio da GPI. 
 Essas proteínas possuem como função inativar o complemento. 
Consequentemente, na ausência delas, a hemácia se torna muito 
sensível à lise pelo complemento endógeno. 
 Episódios agudos de hemólise intravascular produzindo 
hemoglobinúria, principalmente à noite. 
 Pode gerar dor abdominal, cefaleia e febre. 
 A exacerbação da hemólise em vigência de infecções, cirurgias 
ou transfusões. 
 Hemoglobinúria e hemossiderinúria, em longo prazo, levam à 
deficiência de ferro. 
 Também há hipercoagulabilidade, predispondo a tromboses 
venosas, principal causa de óbito nestes pacientes. 
 Pode haver maior propensão à infecção e hemorragias devido 
à leucopenia e plaquetopenia associada. 
 Pode evoluir para leucemia aguda e anemia aplásica. 
 
 
 Hemácias macro, normo ou microcíticas; 
 Reticulocitose; 
 Deficiência de ferro pela perda urinária; 
 Hemoglobinúria e hemossiderinúria; 
 Graus variáveis de leucopenia e plaquetopenia. 
 Teste de Ham: ativa a via alternativa da via do complemento, 
com consequente lise dos eritrócitos normais. 
 O diagnóstico de escolha atualmente é dado pela pesquisa das 
moléculas de CD55 e CD59 na superfície das hemácias ou dos 
granulócitos, a partir da citometria de fluxo. 
 Eculizumabe (anticorpo anti-C5, que inibe a ativação do 
complemento, porém possui alto custo). 
 Corticoides, para reduzirem a ativação do complemento. 
 Reposição de sulfato ferroso caso haja deficiência. 
 Suplementação de ácido fólico. 
 Transfusões nos casos de anemia descompensada. 
 Suporte com eritropoietina e granulokine caso anemia e 
neutropenia importantes. 
 Trombolíticos, heparinização seguida de anticoagulação com 
cumarínicos indefinidamente, em casos de trombose. 
 Considerar transplante alogênico de células hematopoiéticas em 
pacientes jovens. 
 A principal causa são as próteses valvares, por gerarem fluxo 
turbilhonado, capaz de lesar, por estresse mecânico, os 
eritrócitos. 
 As mais associadas são as próteses aórticas. 
 A hemácia, ao parrar pelo lúmen de pequenos vasos 
parcialmente obstruídos por trombo plaquetário, acaba sendo 
lacerada e hemolisada. 
 Principais causas: 
→ SHU: microangiopatia + uremia. Comum em crianças com 
gastroenterite por E. coli. 
ANEMIA + CITOPENIA + TROMBOSE 
→ PTT: microangiopatia + trombocitopenia + quadro renal + 
quadro neurológico + febre. 
→ CIVD: sepse ou SIRS + distúrbio de coagulação (TAP e PTT 
alargados, fibrinogênio diminuído e d-dímero aumentado). 
→ Eclâmpsia/síndrome de HELLP. 
→ Hipertensão arterial maligna. 
→ Carcinomatose disseminada. 
→ Rejeição de transplante renal. 
 Diagnóstico: hemograma + análise do sangue periférico (com 
esquizócitos) + dosagem de haptoglobina (baixa) e bilirrubina 
indireta (alta).

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