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LESÃO DE LIGAMENTOS COLATERAIS B e a t r i z R i t h i e l y P a t r í c i a L o p e s E l l e n L o p e s JOELHO - LIGAMENTOS ➢ O joelho é a articulação mais complexa do corpo humano. ➢ Para funcionar adequadamente depende de quatro ligamentos principais e de múltiplos músculos, tendões e ligamentos secundários. ➢ LIGAMENTOS: estruturas de suporte. São resistentes e pouco elásticas. Formados por tecido conjuntivo fibroso e colágeno. ➢ Centro do joelho: ➢ Ligamento cruzado anterior (LCA) ➢ Ligamento cruzado posterior (LCP) ➢ Laterais do joelho: ➢ Ligamento colateral medial (LCM) ➢ Ligamento colateral lateral (LCL) LIGAMENTO COLATERAL MEDIAL Divide-se em: Primeira camada é a chamada fáscia profunda, cobre a fossa poplítea e as cabeças do músculo gastrocnêmio. Segunda camada é conhecida como ligamento colateral medial superficial ou ligamento colateral tibial. Este ligamento nasce no epicôndilo femoral medial e se insere na tíbia distal. Terceira camada é a cápsula articular do joelho. A cápsula é dividida em terços de anterior para posterior. O terço médio está ligado ao CLM. Sua função primária é resistir a forças em valgo e a forças de rotação externas da tíbia em relação ao fêmur LIGAMENTO COLATERAL LATERAL O LCL é um ligamento redondo que se origina próximo a uma proeminência óssea externa denominada de epicôndilo lateral, desce e se insere na cabeça da fíbula. Sua principal função é de resistir ao estresse varo ETIOPATOGENIA – LIGAMENTO COLATERAL MEDIAL • JOGADA NO FUTEBOL - Trauma contuso no joelho ou entorses, que geram um quadro de valgo acentuado. “Entrada que o jogador de futebol recebe na parte externa do joelho, forçando a abertura da região interna” “Pé preso”. • ESTRESSE CONSTANTE EM VALGO COM CARGAS - “Uma pessoa que realiza muitos exercícios com salto e tem uma presença constante de valgo.” O mesmo pode ocorrer com praticantes de esportes cíclicos, como a corrida, com valgo. ETIOPATOGENIA – LIGAMENTO COLATERAL LATERAL • Está ligada ao esporte, como: • Futebol; • Futsal; • Handeball; • Hugby; • Lutas. EPIDEMIOLOGIA • Entre 20-35 anos e entre 55-70 anos • 40% das lesões de joelho • O LCM é o ligamento mais acometido (Majewski 2006) • O LCL é o menos acometido • Na lesão do LCM: • LCA é lesado em aproximadamente 20% das lesões grau 1 e em até 78% das lesões grau 3 • O menisco medial é lesado 5-25% do tempo Ligamento colateral medial • Mecanismo de lesão - Trauma direto lateral - Valgização (traumatismo em valgo) - Movimento rotacional + valgo índice de ruptura Ligamento colateral lateral • Mecanismo de lesão - Trauma direto medial podendo ser associada com rotação - Hiperextensão (no momento da lesão) índice de ruptura por ser mais resistente Uma força em varo é aplicada “um jogador esta com o pé de apoio ao solo e acaba recebendo uma entrada de um adversário na região interna do joelho”. Quadro clínico • Dor de inicio imediato • Hemartrose • Edema • Instabilidade • Amplitude de movimento reduzida – incapacidade de flexionar e/ou estender o joelho • Sensibilidade ao longo da linha articular • Atrofia muscular do quadríceps • Sensação de falseio lateral (quando existe lesão isolada do colateral lateral) • Ponto de dor As lesões nos ligamentos podem ser classificadas em três tipos, de acordo com a gravidade: • 1º Grau – mínima hemorragia e tumefação, e sem perda da estabilidade. Neste caso o ligamento permanece íntegro e após o trauma o indivíduo consegue andar. Dor á palpação localizada; • 2º Grau – lesão parcial do ligamento. Dor á palpação; • 3º Grau - ruptura ligamentar total ou avulsão, com rompimento da cápsula e possível ruptura meniscal que consiste em uma lesão grave. (PETERSON; RENSTROM, 2002) Ligamento colateral medial L i g a m e n t o m e d i a l n o r m a l L e s ã o p a r c i a l : A p r e s e n t a d e s c o n t i n u i d a d e d e a l g u m a s f i b r a s E d e m a L e s ã o e d e s c o n t i n u i d a d e s t o t a l d a s f i b r a s E d e m a i n t e n s o “ ” DIAGNÓSTICO Exame físico: - Inspeção: marcha, habilidade de suportar peso, presença de edema, rubor; - Palpação: dor, sensibilidade, edema (sinal de cacifo), calor, presença de fibrose, aumento do espaço articular; - ADM: pode apresentar limitação de flexão e extensão ativa do joelho, geralmente não apresenta limitação do movimento passivo do joelho; “ ” DIAGNÓSTICO - Testes clínicos especiais: Teste de estresse em valgo e varo; Instabilidade de flexão em 30 ° (LCM); Instabilidade em extensão completa (LCM + LCA/LCP); Teste de Gaveta; DIAGNÓSTICO • Raio X: nas incidências AP, perfil e patelar (45° de flexão) Uma fratura de “Segond reverso” é uma fratura em avulsão súbita de côndilo tibial medial, que representa uma avulsão de porção profunda do LCM; • Ultrassom: ajuda a observar a dimensão da lesão; • TC: deve ser realizada em todos os pacientes com características clínicas para um joelho instável, que não apresentem sinais claros de injúria vascular. Ruptura completa de LCM PROGNÓSTICO • A recuperação funcional de lesões isoladas dos ligamentos colaterais vão ser gradual ao grau de lesão. • Grau l: retorno às atividades em aproximadamente 1 semana • Grau ll: retorno às atividades em aproximadamente 2 a 4 semanas • Grau lll: retorno às atividades em aproximadamente 4 a 8 semanas • Múltiplos estudos prospectivos caso-controle têm demonstrado não haver diferença entre desfecho funcional para manejo não-operatório versus operatório em lesões isoladas de LCM. TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO • Objetivo geral: - Reduzir dor; - Reduzir edema; - Promover flexibilidade articular; - Aumentar força e trofismo muscular; - Promover uma melhor estabilização articular; - Reequilibrar estruturas; - Restaurar movimentos de padrão de funcionalidade do MMII; - Retornar o paciente às suas atividades de vida diária. TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO • Objetivos: - Reduzir dor; - Reduzir edema; - Restaurar a ADM; - Minimizar efeitos da inatividade; - Promover consciência neuromuscular; - Promover uma marcha funcional. Fase de proteção máxima TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO • Condutas: - Tens eletrodos paralelos, com frequência de 100Hz, largura de pulso de 150 microssegundos, intensidade depende da sensação do paciente e com tempo de 30 a 40 min; - Crioterapia; - Laser caneta de 830 nm, com 2 Hz e 2 J/cm² - Exercício respiratório; - Liberação miofascial na região do joelho; - ADM passiva do joelho; - Mobilização patelar; - Treino de marcha Fase de proteção máxima TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO • Condutas: - Mobilização pélvica; - Exercício respiratório; - Exterocepção com bola ouriço; - Exercício proprioceptivo de baixo impacto; - Exercício isométrico para flexores e extensores do joelho; - Exercício resistido para músculos do tornozelo; - Exercício resistido para quadrado lombar contralateral; - Fisioterapia aquática. Fase de proteção máxima TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO • Objetivos: - Aumentar a ADM; - Aumentar a consciência neuromuscular; - Melhorar a marcha já adquirida. • Condutas: • - Liberação miofascial; - Exercício respiratório; - Mobilização da pelve e do joelho; - Exercício resistido (contração concêntrica e excêntrica) para músculos da pelve, joelho e tornozelo; - Alongamento dos músculos da pelve, joelho e tornozelo; - Exercício proprioceptivo de médio impacto; - FNP para MMII; Fase de proteção moderada TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO • Objetivos: - Promover ganho de força; - Desafiar ADM recém adquirida; • Condutas: • - Exercício respiratório; - Mobilização do joelho; - Alongamento de cadeia global de MMII; - FNP de MMII - Exercício resistido para pelve, joelho e tornozelo; - Treino proprioceptivo de alto impacto; Fase de proteção mínima TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO • Objetivos: estabelecer limites • Condutas: - Circuito proprioceptivo dealto impacto; - Exercício pliométrico. Fase de liberação “A lesão isolada do ligamento colateral medial (LCM) na maioria das vezes é de tratamento não cirúrgico. Quando associadas a lesão do LCA, PCA ou do complexo lateral, esta conduta já é mais controvertida. Estudos de laboratório mostram que quando não ocorre a lesão do LCA associada, este ligamento acaba dando proteção ao compartimento medial e consequentemente ao LCM, permitindo sua cicatrização. A movimentação precoce é benéfica e por isso nossa conduta é a de colocar uma órtese que impeça os movimentos rotacionais. A mesma é retirada, para fazer movimentos de flexoextensão em todo o arco de movimentos, visando tanto a manutenção da amplitude, quanto a manutenção da força muscular. A carga sobre o membro pode ser dada desde que não haja dor importante e que haja a proteção contra os movimentos rotacionais”. PREVENÇÃO • Esporte e vida diária • Uma adequada preparação física diminui em até 88% o risco de lesões • Fornecer um equilíbrio muscular • Correção da biomecânica do joelho e ou tornozelo • Planejamento adequado de treino • Ter cuidado com o uso de cargas elevadas e prolongadas • Fortalecimento muscular, postura e execução correta dos movimentos • Melhorar a flexibilidade • Calçado adequado para prática de esportes • Eliminação do valgo dinâmico (LCM) Referências HEBERT, Sizínio. et al. Ortopedia e Traumatologia: Princípios e Prática. 7. ed. São Paulo: Artmed. 2017. McMahon PJ et al. Chapter 3. Sports Medicine. Current Diagnosis & Treatment in Orthopedics, 5e Eds. Harry B. Skinner, and Patrick J. McMahon. New York, NY: McGraw-Hill, 2014 Singhal M et al. Medial ligament injuries. In: DeLee and Drez Orthopaedic Sports Medicine, DeLee J, Drez D, Miller M (Eds), Saunders, Philadelphia 2010. p.1629. https://www.livrariaflorence.com.br/editora/artmed
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