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Órteses de MMSS e dispositivos auxiliares da marcha Disciplina de prótese e órtese Prof. Alain Oliveira Órteses de Membros Superiores Podem ser utilizadas para cuidados pré e pós-operatórios ou suporte terapêutico para diversas doenças. Indicação: ❖ Imobilizar ❖ Prevenir contraturas ❖ Aumentar ADM ❖ Prevenir deformidades ❖ Alongar a musculatura ❖ Repousar um segmento ❖ Reduzir a dor, etc. Classificação Quanto a confecção: ❖ Pré-fabricadas: • tecido • neoprene ❖ Sob medida: • Termoplástico de baixa temperatura • Gesso sintético (diretamente sobre membro envolvido) • Termoplástico de alta temperatura (molde positivo) Quanto a função: ❖ Estáticas • Repousar • Prevenir e corrigir deformidades ❖ Dinâmicas • Movimentar articulações • Assistir movimentos • Prevenir contraturas e aderências Compostas por molas ou elásticos fixadas a uma base estática Tirante clavicular ou axilar em oito Indicado para casos com fratura de clavícula. Pré-fabricada com fixação posterior. Objetivo: ❖ Manter a retração das escápulas e dos ombros, restringindo o movimento clavicular para promover a cicatrização da fratura. Tipóias Pré-fabricadas, indicadas para repousar ou imobilizar o MS acometido. Tirantes de fixação devem ser ajustados a angulação do cotovelo (depende da proposta terapêutica). Punho deve estar apoiado, evitando desvio ulnar e edema postural. Luxação e subluxação: manter o ombro junto ao corpo através de um tirante, evitando abdução e rotação externa. Pacientes hemiplégicos com instabilidade do ombro: melhora a dor e equilibra a marcha. Deve intercalar o uso com extensão do membro e cinesioterapia, evitando o padrão flexor. Órtese para estabilização de fratura Indicada para fraturas que não se encontram em fase aguda: fraturas reduzidas sem edema, dor e com neoformação óssea. Termoplástico com fechos em velcro. Mais leve, higiênica, menos quente que o gesso e ajustável (mantém sempre bem estabilizada). Fraturas proximais: necessário envolver acrômio. Fraturas distais: necessário envolver cotovelo. Cuidados: • Excesso de pressão (edema). • Remoção para banho: apenas sob orientação médica. Órtese estática para cotovelo Indicada para fraturas intra-articulares, queimaduras, contraturas, ressecção de tumor, artroplastia, reparação nervosa, transferência tendinosa e processos degenerativos. Imobiliza ou limita a ADM do cotovelo. Sob medida em termoplástico ou termoplástico de baixa temperatura (permite modificações). Pode ter área de apoio anterior ou posterior. Órtese articulada para cotovelo Indicação: ❖ Pacientes com grande instabilidade articular. ❖ Tratamentos com necessidade de limitação em flexão ou extensão. Articulações mono ou policêntricas. Tirante proximal de antebraço Tirante ou braçadeira para cotovelo de tenista. Alivia a dor e inflamação através da redução da tensão exercida por extensores e flexores de punho e dedos nos epicôndilos medial e lateral. Pré-fabricado. Deve ser utilizado imediatamente abaixo do cotovelo mantido em 90°, com tensão sobre o músculo inflamado. Usar somente durante atividades que causam dor. Órteses para punho Indicações: ❖ Reduzir dor e inflamação ❖ Limitar movimentos ❖ Proteger contra lesão articular ❖ Melhorar a função da mão ❖ Prevenir ou corrigir contraturas e desvios radial e ulnar Pré-fabricadas Sob medida Materiais: ❖ Tecido ❖ Termoplástico Cuidado com posicionamento neutro no punho e preservação das ADM do polegar e metacarpofalangeanas. Órtese para punho e polegar Buscam imobilização, estabilização e repouso das estruturas envolvidas. Indicação: tenossinovites, síndrome De Quervain (abdutor longo e extensor curto do polegar), fratura do escafoide, fratura do polegar, sequelas de trauma raquimedular. Sob medida, pré-fabricada/ neoprene ou tecido. Órtese para repouso (punho/mão/dedos) Órtese de posicionamento funcional Objetivos: imobilizar, repousar, prevenir/reduzir contraturas ou diminuir hipertonia muscular. Pacientes neurológicos hipertônicos, sequelas de AVC, trauma raquimedular: órtese para manter a mão em posição de repouso visando relaxamento muscular. Palmares ou dorsais. Órtese para dedos Fraturas, luxações, pós-operatórios, contraturas e instabilidades articulares. Dedo em pescoço de cisne: hiperextensão da interfalangiana proximal. Dedo em botoeira: contratura em flexão da interfalangiana proximal. Dedo em martelo: flexão da interfalagiana distal. Órtese dinâmica para mãos Confeccionadas com articulações dispositivos de energia externa como molas e elásticos. Indicadas para auxiliar músculos debilitados, evitar contraturas e aderências cicatriciais e aumentar a ADM. Muito utilizadas por TO. ➢ Indicados para indivíduos com alguma instabilidade durante a marcha ou que não podem descarregar todo o peso sobre o MI acometido por um trauma, degeneração ou intervenção cirúrgica. ➢A redução da carga se dá por meio da transmissão da força dos MMSS para o solo, mediante uma pressão para baixo contra o dispositivo auxiliar. ➢Objetivos: ✓Aumentar a base de apoio. ✓Diminuir a carga sobre o membro afetado. ✓Fornecer informação sensorial. ✓Ajudar a aceleração e desaceleração durante a marcha. Dispositivos auxiliares de marcha e locomoção • Sem bengala: considerando que uma pessoa de 80 Kg está apoiada somente na perna direita, a força aplicada ao quadril direito é cerca de 200 Kg (cerca de 2,5 vezes o peso). Durante a marcha:cerca de 40% do tempo apoiado em uma só perna. • Com bengala: se esta pessoa utilizar uma bengala no lado esquerdo (outro lado), uma força de cerca de 80 Kg será aplicada ao quadril direito. Ou seja, usar bengala pode reduzir em cerca de 60% a força aplicada ao quadril do outro lado. Bengalas Convencionais: fabricadas em madeira ou alumínio, com uma ponteira de borracha antiderrapante. Ajustar altura utilizando trocanter maior como referência. Podem ajudar a redistribuir o peso de um membro inferior fraco ou doloroso. Aumentam a base de suporte e fornecem informação tátil ao usuário a respeito do piso para que este aumente o equilíbrio. ➢ Adequações: ✓ Altura: do trocanter maior do fêmur ao solo. ✓ Cotovelo flexionado entre 20 e 30°. ✓ Ombros nivelados. ✓ Utilizada na mão contralateral ao membro afetado. Bengala Tradicional ou Standard A bengala tradicional ou bengala reta é geralmente feita de madeira ou alumínio, sendo de custo menor e leve. As bengalas de madeira devem ser feitas conforme o tamanho do paciente, já as de alumínio são em geral ajustáveis. Bengala com dobra ou “offset” Estas bengalas são feitas de alumínio e com comprimento ajustável. Em geral são melhores do que as bengalas tradicionais para pacientes que precisam apoiar o peso do corpo na bengala, por exemplo em pacientes com artrose do quadril e joelho. Bengala com quatro apoios ➢Bengalas com múltiplos apoios (três ou quatro) aumentam a base de suporte e permitem uma descarga de peso maior.., embora não aumente a estabilidade. ➢Ficam em pé sozinhas quando não utilizadas, o que libera as mãos para outras funções. ➢ A principal desvantagem é a necessidade de todos os apoios tocarem o chão simultaneamente, e isto pode ser difícil ou impossível para algumas pessoas, especialmente aquelas que caminham mais rápido. ➢Mais cara e pesada. Diferenças nos cabos das bengalas A bengala tradicional tipicamente tem um cabo em formato de cabo de guarda-chuva, o que pode aumentar o risco ou os sintomas de síndrome do túnel do carpo. Um cabo mais plano distribui melhor a pressão nos músculos da mão. Sulcos para o polegar e outros dedos são as vezes úteis. Cabos com pegas de metal devem ser usados com precaução pelorisco de escorregar no caso de transpiração excessiva. Modo de usar Bengala contralateral: quando a finalidade é melhorar o equilíbrio ou aliviar carga em um membro em até 20% do peso do corpo. Escadas: Subida: membro preservado avança primeiro. Descida: membro afetado avança primeiro. Bengala ipsilateral: serve como uma órtese de membro inferior, movendo-se junto com este. Aplicável quando se quer limitar o movimento de quadril ou joelho. Maior inclinação lateral do tronco, braço de alavanca menos favorável, menor base de sustentação, compromete dissociação de cinturas. Alivia até 20% do peso corporal. Em geral os pacientes são instruídos a segurar a bengala com a mão oposta ao membro afetado. Se aproxima mais do padrão normal recíproco da marcha, com o membro superior e o membro inferior contralateral se movimentando juntos. Se a bengala for usada no mesmo lado ela produz uma oscilação exagerada e desnecessária do tronco. Muletas Usadas mais para descarga de peso e propulsão que para equilíbrio e auxilio sensorial. Trazem maior estabilidade que as bengalas. Dependendo da maneira usada, podem retirar a carga de ambos os membros inferiores ou de um, em variadas quantidades. Requerem um substancial gasto de energia e força no braço e no ombro, sendo geralmente difíceis de serem usadas por idosos mais fracos. Classificadas em axilares e de antebraço (ou muletas canadenses). Muletas Axilares ➢Muletas axilares são geralmente baratas e propiciam andar sem apoio nos membros inferiores, porém são geralmente incômodas e difíceis de usar. ➢O apoio incorreto destas muletas na axila pode causar compressões nervosas ou de vasos. ➢Borda superior deve estar localizada 4 cm abaixo da axila. ➢Extremidade distal ao nível da bora inferior dos maléolos laterais (qdo encostada nas axilas). ➢Fixação dada entre a região interna do braço e o troco, dando estabilidade durante o uso. ➢Apoio das mãos realizado no suporte localizado na altura do trocanter maior. ➢Estas muletas também proporcionam a retirada do apoio do membro inferior afetado. ➢As muletas canadenses possuem uma espécie de “algema” que permite que a mão fique livre sem retirar a muleta do antebraço. ➢Estas muletas são geralmente menos incômodas que as axilares. ➢Mais adequada para usos prolongados. Muletas canadenses ➢Neste tipo de marcha, três pontos de apoio fazem contato com o solo ao mesmo tempo. É usado quando se requer a ausência de sustentação de peso em um membro inferior. O peso do corpo é sustentado pelas muletas, e não pelo membro inferior afetado (clássica). ➢Marcha de toque no pé: Semelhante a anterior, porém o pé afetado toca o chão, após o avanço das muletas e do membro sadio. Esse tipo permite uma melhor propriocepção do indivíduo. ➢ Sustentação parcial de peso: O membro e as muletas avançam simultaneamente fazendo sustentação parcial de peso. Marcha Três Pontos Marcha Três Pontos ➢Esse padrão confere uma marcha lenta e estável uma vez que são mantidos quatro pontos de contato com o solo. ➢O peso é sustentado por ambos MMII. ➢Tipicamente usada em casos de comprometimento bilateral, devido à falta de equilíbrio, incoordenação ou fraqueza muscular acentuada. ➢Nesse padrão de marcha, uma muleta é avançada e, em seguida, avança-se o membro inferior oposto. ➢Por exemplo: a muleta esquerda é movimentada para frente e, em seguida, o membro inferior direito, seguido pela muleta direita e o membro inferior esquerdo. Marcha de quatro pontos Marcha de quatro pontos ➢Semelhante ao de 4 pontos. Menos estável (mantidos apenas dois pontos de contato com o chão na fase de balanço médio). ➢Requer um equilíbrio e coordenação maiores. ➢ Simula com mais fidedignidade a marcha normal, uma vez que os membros inferiores e superiores opostos se movimentam juntos durante a passada. ➢Marcha de dois pontos com balanço sem ultrapassagem: envolve o movimento simultâneo das duas muletas para frente, com os membros inferiores "balançando até" as muletas. ➢Marcha com balanço com ultrapassagem: as muletas são levadas simultaneamente para frente, e os membros inferiores são projetados para além das muletas durante a passada. Consumo de energia 78% maior que na marcha normal. Marcha dois pontos Marcha com uma muleta Subir e descer escadas ➢Melhoram a estabilidade em pacientes com fraqueza dos membros inferiores ou equilíbrio prejudicado. ➢Facilitam a melhora na mobilidade ao aumentar a base de apoio ou suportar o peso do paciente. ➢Podem ser difíceis de manobrar e resultar em má postura e diminuição no balanço dos braços durante a marcha. ➢Subir escadas com andadores é uma tarefa difícil e um ponto fraco deste dispositivo. Andadores Andadores tradicionais ou standard. O andador tradicional é o andador mais estável. Porém isto resulta em um caminhar lento desde que o paciente tem que elevar o andador completamente do chão a cada passo. Isto pode ser um desafio para idosos com pouca força nos membros superiores. Andadores com rodas frontais Andadores com rodas dianteiras são melhores para pacientes com dificuldade para levantar um andador padrão ou que caminham rápido. As rodas permitem ao paciente manter um padrão de marcha mais perto do normal do que com um andador tradicional, apesar de as rodas reduzirem a estabilidade. Os andadores de quatro rodas são úteis para pacientes mais ativos que não precisariam de andador para apoiar o peso. Apesar de ser fácil empurrar estes dispositivos, eles não são apropriados para pacientes com problemas cognitivos ou de equilíbrio significativos, tendo em vista que poderiam rolar inesperadamente e resultar em queda. É comum que estes andadores venham com assentos, úteis para alguns pacientes que necessitam parar com frequência para sentar e descansar. ➢Marcha com sustentação parcial de peso: o andador é projetado à frente a uma distância aproximada de um braço; o membro inferior afetado é levado à frente; uma parte do peso do corpo é transferida para esse membro, enquanto a outra parte é transferida ao andador por meio dos membros superiores (MMSS); o membro inferior não afetado é então levado à frente, passando o membro afetado e depois repete-se o ciclo. ➢Marcha com apoio nos membros inferiores: o andador é projetado à frente a uma distância aproximada de um braço; um membro inferior é levado à frente (pode ser o afetado ou não) com apoio total ao chão; o outro membro inferior é então levado à frente, passando para além do primeiro e também é apoiado totalmente ao chão e logo após repete-se o ciclo. Pacer Dispositivo auxiliar de deambulação desenvolvido pela empresa Rifton. Indicado para pacientes que necessitam de pequeno auxílio para marcha independente ou com grande necessidade de suporte e direcionamento dos passos. Fabricado para adultos e crianças, com regulagem de altura para se adequar ao crescimento do usuário. Pacer
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