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Aula 2 Mylene Borges Técnicas cirúrgicas de amputação Conceitos: - reimplante (precisa ter integridade domembro) - revascularização (membro ainda fica preso, não ouve completa separação) - transplante (acontece por tecido de doador que teve morte encefálica, precisa ter compatibilidade) - amputação (quando não há outras possibilidades, ou teve mas não deu certo) em todas as opções passa pela revascularização. Índice deMESS (Mangled Extremity Severity Score) - é uma escala avaliativa usada por cirurgiões para fazer ou não a amputação. - Scores ≥ (maior ou igual) que 7 sugerem inviabilidade domembro (faz direto a amputação quandomaior que 7), mas em alguns casos faz com 9. TEC (teste de enchimento capilar) - Exemplo Mão: é pressionado o dedo até ficar branco, quando solta o tempo até as unhas ficar vermelha de volta (indicando o reestabelecimento do �luxo sanguíneo) - TECmaior oumenor que 3 segundos. Como é definido o nível de amputação? Paciente pode já chegar com um nível definido. Exame clínico: - avaliar a temperatura (membro frio indica que já está em processo de isquemia, apresentando áreas necróticas, escurecidas); - cor da pele; - pulso; - perfusão periférica (usar o TEC); - avaliar a sensibilidade; - diferença pressórica entre os membros (P.A); - pressão de oxigênio (oxímetro - acima de 90, abaixo indica pouco sangue na região); - verificar os grandes vasos; Aula 2 Mylene Borges Exames complementares: - índice isquêmico domembro (avalia a P.A sistólica do membro a ser amputado e comparar com o outro, exemplo: MMII compara com oMMSS contralateral/ diagonal que está saudável, ou seja, se for na perna esquerda compara com o braço direito). Valores do índice isquêmico: - abaixo de 09 ou 07 indica isquemia leve; - 0,4 ou 0,1 isquemia moderada; - abaixo de 0,1 isquemia grave; índice laboratorial de Pinzur: determina a cicatrização. UltrassomDoppler: avalia o �luxo sanguíneo venoso e arterial. Técnicas de amputação → Primeiros socorros (quando há casos de traumas): fazer o torniquete se o membro não tiver isquêmico, limpar com soro fisiológico ou água, enrolar em pano limpo (se tiver), colocar no gelo (condicionar) para poder fazer o reimplante. → Protocolos a ser realizados em casos de amputações: - torniquete - vasos sanguíneos (realização de revascularização) - nervos: má acomodação dos nervos pode causar hipersensibilidade, o nervo precisa ficar profundo, pode causar a formação de neuromas. - retalhos cutâneos e musculares - drenos - curativo compressivo - incisões e suturas: verifica se tem aderências (cada grupamento muscular precisa ser costurado separadamente para não causar aderências, porque podem restringir a mobilidade, amplitude, etc). Técnicas para o coto Técnica paraquedas: usada para não subir o nível de amputação, visa aumentar o tecido tegumentar. Aula 2 Mylene Borges Enxertos: retardo da protetização em aproximadamente seis meses. → Autoenxerto ou aloenxerto (de outra pessoa) → xeno enxerto (pele de peixe, comum em casos de queimaduras) Retalhosmicrocirúrgicos (faz autoenxerto) geralmente nas mãos. Técnica de expansor de pele: expansor colocado abaixo da derme, acima da epiderme, é colocado vazio e vai expandindo, nem sempre é usado, mas ajuda o processo de reabilitação. Técnicas para o COXIM - mioplastia (sutura músculo antagonista com agonista), preferencia por músculos posteriores porque temmais irrigação. - miodese (músculo é suturado no osso, ou outro ponto fixo), facilita a biomecânica, controle da prótese, contração muscular, minimiza contraturas, deformidades e descontrole muscular, só não é feito emmembros com isquemia. Cuidados comos ossos: - Espículas: pode ocorrer, é feito a raspagem do periósteo do osso. - Osteoperioplastia: cirurgia feita em casos de amputação da tíbia com a fíbula, liga-se uma com a outra). Complicações cirúrgicas - sangramentos (caso ocorra, é necessário eletrocauterizar o vaso). Aula 2 Mylene Borges - edema (deve diminuir em 7 dias). - circulação inadequada (causa isquemia, cianose, palidez, diminuição ou ausência de pulso). - dor (é esperado, mas alodinia e hiperestesia é indicativo de complicação) ↪ alodinia é a dor que ocorre como resposta a um estímulo que, normalmente, não provocaria dor. Esse tipo de dor é muito comum em pessoas que sentem dor neuropática, porque elas são muito sensíveis ao toque. ↪ hiperestesia é sensibilidade exacerbada. - infecções - problemas cutâneos - contraturas (deformidades que acontecemmais tardiamente) - dor fantasma (sensação de dor nomembro já amputado, pode acontecer já no pós-operatório. - neuromas (crescimento de fibras nervosas, pode ser retirado em cirurgia, mas pode voltar); - contrações crônicas involuntárias (fadiga) - problemas ósseos (espículas, calcificações heterotrópicas). Níveis de amputação - amputação transósseas (alguma altura do osso) - desarticulação (separação na articulação) Membro superior amputação interfalangeana - remoção parcial ou total de uma, oumais falanges), - tem pouco tecido mole, então precisa de enxerto, pode ser feito a reconstrução do coto com pele volar (pele da mão), ou do próprio membro retirado. - a perda das falanges traz repercussões funcionais pequenas, principalmente quando é no dedo indicador ou no polegar. - Complicação maior é a unha de gavião. Amputaçãometacarpofalangeana - Remoção de um oumais dedos; Aula 2 Mylene Borges - Pode ocasionar prejuízos funcionais; - Algumas vezes realizadas por procedimentos estéticos; Amputação Transmetacarpiana/Transcarpal/Carpal - Remoção parcial ou total de um, oumais metacarpo; - Remoção parcial ou total dos ossos do carpo; - Prejuízos funcionais e estéticos; Amputação Transulnar/Transradial Pode ser dividida em três níveis: - Terço proximal: 0 a 54% - Terço médio: 79 a 55%. - Terço distal: preservação de até 80% do rádio ou ulna. Cirurgia de Krukenberg: separação do rádio da ulna; Omembro passa a executar a função de uma pinça. Desarticulação do Cotovelo - Remoção total do rádio e da ulna; - Mantém o úmero íntegro; Amputação Transumeral Pode ser dividida em três níveis: - Terço proximal: 0 a 49% - Terço médio: 55 a 79% - Terço distal: 80 a 100% Desarticulação doOmbro - Remoção total do úmero; - Mantém cavidade glenoidal; Aula 2 Mylene Borges Escapulectomia - Remoção parcial ou total da escápula; Tipo I: mantém ângulo superior e inferior da escápula; Tipo II: remoção total; Toracectomia Remoção parcial dos arcos costais de um hemitórax; Membros Inferiores Amputação Interfalangeana - Remoção parcial ou total de uma, oumais falanges; - Na amputação do hálux costuma-se manter a base da falange proximal; - Manter coxim plantar para fechamento do coto sem tensão; AmputaçãoMetatarsofalangeana - Amputações do 2º ao 5º dedo não causam alterações significativas na marcha; - Porém a amputação do hálux compromete a fase de impulso; - Pode provocar desabamento do arco transverso anterior. - Quando não é possível amputação mais distal opta-se por este nível; - O coxim com suturas dorsais; - tendões suturados aos MTT; Amputação Transmetatarsiana - Em alguns casos opta-se por amputação de umMTT; - Secção óssea de forma circular e oblíqua: 1° meta = 2°>3°>4°>5° para evitar áreas de hiperpressão na extremidade do coto; - Marcha claudicante; - Flexão excessiva de quadril e joelhos; - Prejuízo na fase do pré balanço e impulso; Amputação de Lisfranc Aula 2 Mylene Borges - Desarticulação dos metatarsos com os ossos cubóide e cuneiformes; - Preservação da base do 4 ºe 5º dedo, se possível; - Reinserção dos dorsi�lexores nos ossos do tarso - Uma complicação comum é a deformidade em �lexão plantar; - Desequilíbrio muscular; - Biomecânica desfavorável; Amputação Transcuboide eNaviculocuneiforme - Amputação entre os níveis de Lisfranc e Chopart; - Mantém todo o osso navicular e realiza secção parcial do cubóide; Amputação de Chopart - Desarticulação realizada entre os ossos navicular e cubóide com o tálus e o calcâneo; - Reinserção do tibial anterior e alongamento dotendão do calcâneo são necessárias; - Amputação pouco usada atualmente - Nível de amputação não funcional; - Deformidade em �lexão do retropé; - Possibilidade de descarga de peso e marcha sem prótese; Amputação de Syme - Desarticulação tibiotársica com secção óssea dos maléolos e conservação da sindesmose tibiofibular; - Músculos plantares são reinseridos na face anterior distal da tíbia; - Nível funcional que permite marcha sem protetização; - Marcha com claudicação; - Tecnicamente fácil, coto bastante longo, reabilitação e protetização precoce; Amputação de Pirogo�f - Secção tibiotársica associada a artrodese do calcâneo posterior; - Nível funcional, porém apresenta menor distância entre o coto e o solo; Aula 2 Mylene Borges Amputação de Boyd - Similar a Pirigo�f; - Contudo a artrodese é realizada na posição horizontal; Amputação Transtibial/Transfibular Pode ser dividida em três níveis: - Terço proximal; Preservação da tuberosidade da tíbia e tendão patelar, Secção da tíbia com angulação de 15º; Fíbula seccionada acima da tíbia; Sutura anterior; Descarga de peso no tendão patelar, borda inferior da patela, tuberosidade da tíbia; Descarga parcial de peso distal somente se houver osteoperioplastia; - Terço médio; Nível ideal; - Terço distal: o coto longo; Região distal com coxim escasso e baixo suprimento sanguíneo; Presença de escoriações e úlceras; Desarticulação de Joelho - Retirada total da tíbia e fíbula com preservação da patela; - Permite descarga de peso distal; - Boa alavanca de movimento; Amputação Transfemoral Pode ser dividida em três níveis: - Terço proximal: Coto ósseo com nomínimo 5 cm abaixo do trocanter menor; Tendência a deformidade em �lexão e abdução de quadril por desequilíbrios musculares; Descarga de peso na região glútea e superfície de contato do coto; - Terço médio; - Terço distal: Coto longo; o Reinserção domúsculo adutor magno Desarticulação deQuadril - Consiste na retirada total de todo omembro inferior, inclusive a cabeça do fêmur; Não apresenta coto ósseo; - O peso é descarregado na tuberosidade isquiática Desarticulação sacroilíaca - Remoção de metade da pelve e de todo omembro inferior homolateral; - Descarga de peso no ísquio contralateral à amputação e na região lombar e torácica
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