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HISTÓRIA DO DIREITO RESUMO AV2

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A CONSTITUIÇÃO DE 1824 
A Constituição de 1824 e suas repercussões 
 
 As principais características que identificam a Constituição brasileira de 1824 
são: 
 - adoção de um regime político monárquico; 
 - divisão em quatro poderes: executivo, legislativo, judiciário e 
moderador, sendo este último determinante para a instauração de um 
regime semiabsolutista; 
 - voto censitário baseado na renda, o que auxiliava na manutenção dos 
interesses da aristocracia; 
 - estabelecimento do Catolicismo como religião oficial do Brasil, sendo a 
Igreja subordinada ao Estado: 
 - instituição de um rol de garantias e direitos individuais que, do ponto de 
vista textual, adequava-se à modernidade propagada pelas elites 
europeias. 
 
 O Código Penal de 1830 e O Código de Processo Criminal de 1832 
 
 As características presentes nas regras do Código Criminal de 1830, que 
representaram um grande avanço em relação às violentas e extemporâneas 
regras estabelecidas pelas Ordenações Filipinas. 
 Nesta linha, importa ressaltar: 
a ideia de proporcionalidade entre o crime e a pena; 
a impossibilidade da pena ultrapassar a pessoa do infrator; 
a humanização da pena de morte, sem a tortura; 
a proibição das penas cruéis, sem enforcamentos e decapitações, embora 
ainda tenham persistido algumas penas previstas pelas Ordenações Filipinas. 
 
 Já no que se refere ao primeiro Código Processual Penal brasileiro de 1832, 
foi o mesmo, seguindo a linha do Código Penal, considerado liberal para a 
época, oferecendo muitas garantias de defesa aos acusados e valorizando o 
juiz, conferindo-lhe funções importantes. 
 
 
CAPITANIAS HEREDITÁRIAS 
A Coroa Portuguesa precisava defender a região costeira de ataques alheios, 
porém detinha parcos recursos financeiros e humanos para tal 
empreendimento. A solução encontrada foi transferir essa empreitada para as 
mãos da iniciativa privada. 
Em 1534 o rei de Portugal decidiu repartir o Brasil em lotes (15) - as capitanias 
hereditárias, que iam do litoral até o limite estipulado pelo Tratado de 
Tordesilhas –, sistema já utilizado pelo governo português na Ilha da Madeira e 
nos Açores, doando-os em caráter vitalício e hereditário aos cidadãos da 
pequena nobreza portuguesa, os donatários, comandantes dentro de sua 
capitania. Eles tinham por obrigação governar, colonizar, resguardar e 
desenvolver a região com recursos próprios. 
Dessa forma, a Coroa portuguesa pretendia ocupar o território brasileiro e 
torná-lo uma fonte de lucros. 
A ligação jurídica existente entre o rei de Portugal e cada um dos donatários 
era fundamentada por três documentos capitais: 
• Carta de Doação: atribuía ao donatário a posse hereditária da capitania, 
quando de sua morte seus descendentes continuavam a administrá-la, 
sendo proibida a sua venda. 
• Carta foral : Estabelecia os direitos (amplos, inclusive de justiça e de 
doar sesmarias) e deveres ou proibições (revender as terras recebidas, 
explorar pau-brasil) dos donatários para com as terras. 
• Sesmaria: Normatiza a distribuição de terras para a produção. 
Direitos e Deveres dos donatários: 
• Criar um vilarejo e doar terras - as famosas sesmarias - a quem 
interessasse cultivá-las. Seus sesmeiros, após dois anos de uso, 
passavam a ser donos efetivos da terra. 
• Desempenhar o papel de autoridade judicial e administrativa com plenos 
poderes, até mesmo autorizar a pena de morte, caso se torne 
necessário. 
• Escravizar os índios, impondo-lhes o trabalho na lavoura, podendo 
inclusive enviar cerca de 30 índios, anualmente, como escravos para 
Portugal. 
• Receber a vigésima parte dos lucros sobre o comércio do Pau-Brasil. 
• O donatário tinha a obrigação de entregar para o rei de Portugal 10% da 
receita adquirida com a comercialização dos produtos da terra. 
• Cabia à Coroa portuguesa 1/5 dos metais preciosos encontrados nas 
terras do donatário. 
• O direito exclusivo sobre o Pau-Brasil. 
Analisando os direitos e deveres dos donatários, conclui-se com muita 
facilidade que o rei de Portugal acabava ficando com os mais rentáveis 
benefícios para si, enquanto os encargos permaneciam com os donatários. 
Fica claro que o sistema de capitanias hereditárias, sob o ponto de vista dos 
donatários, não alcançou o tão desejado lucro ambicionado por eles. As 
dificuldades para se governar as capitanias eram incomensuráveis, os recursos 
financeiros eram mínimos, Portugal encontrava-se à grande distância, sem 
falar nos ataques indígenas, que eram constantes. 
Somente duas capitanias prosperaram graças à lavoura 
canavieira, Pernambuco e São Vicente, as outras malograram pelos motivos 
acima citados. Alcançaram-se os objetivos esperados somente do ponto de 
vista político, na visão da metrópole, ou seja, a preservação das terras e sua 
possibilidade de exploração. 
Algumas das principais Capitanias Hereditárias: 
• São Vicente 
• Santana 
• Santo Amaro e Itamaracá 
• Paraíba do Sul 
• Espírito Santo 
• Porto Seguro 
• Ilhéus 
• Bahia 
• Pernambuco 
• Ceará 
A hereditariedade foi abolida em 1759, por Marquês de Pombal. As capitanias 
existiram até 28 de fevereiro de 1821. Conforme iam malogrando, retornavam 
para o governo português, o qual alterava suas dimensões, conferindo novos 
contornos para as províncias de Portugal que faziam limite com o Oceano 
Atlântico. Estavam moldados os atuais estados litorâneos. 
Portugal, ao compreender os riscos que corria seu projeto colonizador, decidiu 
que era melhor centralizar o governo do Brasil nas mãos de uma única pessoa. 
Em 1548 enviou o nosso primeiro governador-geral – Tomé de Sousa. 
 
CIVIL LAW E COMMON LAW 
Civil Law é a estrutura jurídica oficialmente adotada no Brasil. O que 
basicamente significa que as principais fontes do Direito adotadas aqui são a 
Lei, o texto. 
Common Law é uma estrutura mais utilizada por países de origem anglo-
saxônica como Estados Unidos e Inglaterra. Uma simples diferença é que lá o 
Direito se baseia mais na Jurisprudência que no texto da lei. Jurisprudência, 
caso esteja em dúvida, trata-se do conjunto de interpretações das normas do 
direito proferidas pelo Poder Judiciário. 
Exemplo: Se lá nos EUA dois homens desejam realizar uma adoção, eles 
procuram outros casos em que outros homossexuais tenham conseguido 
adoções e defendem suas idéias em cima disso. Mas a parte contrária pode 
alegar exatamente casos opostos, o que gera todo um trabalho de 
interpretação, argumentação e a palavra final fica com o Juiz. 
É bom lembrar que nos países de Common Law também existe a lei, mas o 
caso é analisado principalmente de acordo com outros semelhantes. 
Aqui no Brasil, isso pode ocorrer, mas não é regra. A regra é usar o texto da lei, 
seguindo a vontade do legislador (quem escreveu). Mas esse texto também 
pode ser interpretado. E a lei também cai em desuso em alguns casos. Além 
disso, quando a lei ainda não aborda o assunto, a jurisprudência é muito 
recorrida. 
Aí você se pergunta: qual seria o melhor, então? 
No Brasil a gente já tem bem definido o que pode, o que não pode pela lei e 
sabe que ela é a prioridade. Nos EUA a gente tem isso na lei, mas sabe que 
depende do caso. Eu, ainda no começo da caminhada, acho que em caso de 
juízes sensatos, a Common Law é a ideal e tenho sentido uma influência desse 
pensamento flexibilizador nas recentes aulas de Civil. Mas e se o Juiz tá doidão 
ou com raiva, ou é preconceituoso? Aí, o jeito é contar mesmo com o legislador 
da Civil Law 
. 
Consolidação das Leis do Trabalho na Era Vargas 
Getúlio Vargas, o presidente que ficou mais de 15 anos no poder, suicidou-se 
em meio a uma crise política. A Era Vargas foi marcada pela ditadura e pela 
organização dos direitos trabalhistas, muitos deles em vigor até hoje. Alguns 
foram ampliados, mas pouca gente sabe disso. 
Getúlio Vargas saiu da cena política na madrugada do dia 24 de agosto de 
1954, com um tiro no coração. 
O suicídio teveum caráter épico: ele deixou uma carta-testamento em que 
responsabilizava a oposição que, segundo ele, não queria que o trabalhador 
fosse livre. 
Getúlio escreveu: "Eu vos dei a minha vida. Agora, ofereço a minha morte... 
serenamente, dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida 
para entrar na história". 
Sua morte arrastou uma multidão de brasileiros às ruas. O mesmo Getúlio que 
decretou o estado novo, fechou o Congresso e impôs um regime semelhante 
ao fascismo de Mussolini. Era chamado de "o pai dos pobres" porque foi o 
responsável por algumas conquistas trabalhistas que vigoram até hoje. 
Em 1943, editou a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), um conjunto de 
normas criadas desde os anos 30 para proteger o trabalhador. 
Getúlio fez uma comissão para estudar a legislação trabalhista e compilar 
aquelas regras num único texto de lei. 
As leis criadas no governo de Getúlio Vargas determinaram: 
- criação do salário mínimo e da carteira de trabalho; 
- jornada diária de 8 h; 
- direito a férias anuais remuneradas; 
- descanso semanal e direito à previdência social; 
- regulamentação do trabalho do menor e da mulher. 
Depois vieram o décimo terceiro salário e o salário família, benefício pago aos 
trabalhadores que recebem um salário mensal de até R$ 586,19 para ajudar no 
sustento dos filhos de até 14 anos, e a obrigatoriedade do Fundo de Garantia 
por Tempo de Serviço (FGTS) e o Programa de Integração Social (Pis). 
A Constituição de 1988 criou uma lei que garante quatro meses de licença-
maternidade, cinco dias de licença-paternidade, jornada de trabalho semanal 
de 44 h e hora extra de, no mínimo, 50%. 
Cinqüenta anos depois da morte de Getúlio, menos da metade dos 
trabalhadores brasileiros têm carteira assinada. A maioria está empregada no 
mercado informal, ou seja, sem os benefícios previstos por lei. 
No estúdio, Ana Maria conversou sobre as vantagens e desvantagens dos 
diversos contratos de trabalho com Celina Coutinho, conselheira do Conselho 
Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo. 
 
Conheça os tipos de contrato de trabalho: 
1) Contrato com ínculo empregatício: o empregado tem todas as vantagens da 
CLT, como FGTS, convênio de assistência médica e férias; 
2) Contrato temporário: tem as mesmas vantagens do empregado acima, 
sendo a única diferença o período pré-determinado de trabalho. Pode ou não 
ser renovado; 
3) Pessoa Jurídica (PJ): esse trabalhador precisa abrir uma empresa na Junta 
Comercial e prestar serviço para a empresa em questão. O salário é maior do 
que um empregado registrado, porém não tem os benefícios da CLT. 
 
 
Tipos de empresa: 
1) Empresa limitada: para abrir a empresa, é necessária mais de uma pessoa. 
Se for apenas um trabalhador, ele pode colocar ser o sócio principal (com 99% 
do negócio) e o 1% restante pode ser colocado no nome do pai, da mãe, do 
irmão, etc. 
2) Empresa individual de prestador de serviço: o trabalhador precisa colocar na 
firma outros ramos de atividades. 
Com relação aos impostos: quem tem uma empresa precisa pagar vários 
impostos, como contribuição sindical, Pis, Cofins e ISS. As taxas são as 
mesmas para a firma limitada e a individual. 
Profissionais liberais (médicos, dentistas, jornalistas, etc.) não podem abrir 
microempresas. 
 
CONSTITUIÇÃO DE 1981 
 A Constituição de 1891 foi a primeira da História do Brasil após a Proclamação 
da República. Sua elaboração começou em novembro de 1890, com a 
instalação da Constituinte na cidade do Rio de Janeiro. Ela foi promulgada em 
24 de fevereiro de 1891. 
A primeira constituição republicana teve como função principal estabelecer no 
país os princípios do regime republicano, seguindo o sistema de governo 
presidencialista. Com algumas características liberais, apresentou grandes 
avanços se comparada com a Constituição do Brasil Império de 1824. 
 Principais características da Constituição de 1891 
 - Implantação da república federativa, com governo central de vinte estados 
membros. 
 - Estabelecimento de uma relativa e limitada autonomia para os estados. 
 - Grande parte do poder concentrado no governo federal (poder executivo). 
 - Divisão dos poderes em três: executivo (presidente da república, 
governadores, prefeitos), legislativo (deputados federais e estaduais, 
senadores e vereadores) e judiciário (juízes, promotores, etc). 
 - Estabelecimento do voto universal masculino. Ou seja, somente os homens 
poderiam votar. Além das mulheres, não podiam votar: menores de 21 anos, 
mendigos, padres, soldados e analfabetos. 
 Direitos dos cidadãos e educação 
 No tocante aos direitos dos cidadãos, a Constituição determinava que: 
 - Todos eram iguais perante a lei. 
 - Ninguém poderia ser obrigado a fazer ou deixar de fazer algo, senão em 
virtude da lei. 
 - Liberdade de culto religioso. 
 - Estabelecimento do ensino leigo em estabelecimentos públicos. 
 - Extinção de privilégios relacionados ao nascimento ou títulos de nobreza 
adquiridos na época da monarquia. 
 - Liberdade de reunião e associação, porém sem uso de armas. 
 - Garantia de liberdade de imprensa e expressão de opiniões. Não estabelece 
censura, porém cada pessoa fica responsável por abusos cometidos. 
 - Liberdade de exercício de qualquer profissão industrial, moral e intelectual. 
 - Liberdade para entrar e sair do país com seus bens, exceto em tempos de 
guerras. 
 
ATO CONSTITUCIONAL DE 1834 
No dia 12 de agosto de 1834, os membros da Câmara dos Deputados 
estabeleceram um conjunto de mudanças que afetaram diretamente as 
diretrizes da Constituição de 1824. Nesse dia, o chamado Ato Adicional 
aprovou uma série de mudanças que refletiam bem o novo cenário político 
experimentado. Agora, sem a intervenção do poder régio, as tendências 
políticas presentes, representadas pelas alas liberal e conservadora, tentavam 
se equilibrar no poder. 
Nessa época, o papel político a ser desempenhado pelas províncias e pelo 
Poder Executivo era alvo de infindáveis discussões que colocavam esses dois 
grupos políticos em oposição. Por um lado, os conservadores defendiam os 
moldes da monarquia constitucional e as suas diretrizes políticas 
centralizadoras. Em contrapartida, os liberais acreditavam que os poderes 
régios deveriam sofrer limitações e que as províncias deveriam ter maior 
autonomia. 
Na disputa entre essas facções políticas, o Ato Adicional seria uma maneira de 
se firmar um compromisso político que estivesse acima das rixas de cada 
grupo. Em primeiro aspecto, essa reforma da constituição autorizou cada uma 
das províncias a criar uma Assembleia Legislativa. Por meio dessa medida, os 
representantes políticos locais poderiam instituir a criação de impostos, 
controlarem as finanças e determinarem os membros do funcionalismo público. 
Inicialmente, essa conquista parecia simbolizar uma expressa vitória política 
dos liberais, contudo, essas assembleias ainda se viam subordinadas aos 
mandos do presidente da província, que era escolhido pela indicação do 
governo central. Além disso, havia uma recomendação em que as províncias 
não deveriam se contrapor às deliberações provenientes da administração 
regencial. Dessa forma, observamos que a autonomia das províncias era 
cercada por uma infindável série de limites. 
Essa mesma sensação contraditória se desenvolvia com a extinção do 
Conselho de Estado, mais uma das determinações criadas pelo Ato Adicional. 
Primordialmente, a extinção do Conselho de Estado dava fim àquele grupo de 
assessores políticos que auxiliavam o imperador no exercício do autoritário 
Poder Moderador. Porém, a preservação da duração vitalícia do cargo de 
Senador apontava a manutenção de um privilégio que agradava aos políticos 
conservadores. 
Outra importante reforma que o Ato Adicional estipulou foi a extinção da 
Regência Trina e a escolha de apenas um representante para ocupar o cargo 
regencial. Com a formação da chamada Regência Una, vários candidatos se 
dispuseram a ocupar o novocargo do poder executivo. Organizada por meio de 
eleições diretas e voto censitário, a escolha do regente, apesar de ser uma 
manifestação de tendência liberal, foi marcada por fraudes denunciadas em 
várias regiões do território nacional. 
Alguns anos mais tarde, ainda se sentido prejudicados pelas liberdades 
oferecidas pelo Ato Adicional, os conservadores estipularam uma reação a 
essa primeira reforma da constituição. Em 1840, sob o domínio do regente 
conservador Araújo Lima, foi instituída a Lei de Interpretação do Ato Adicional. 
Segundo seus ditames, essa lei revogou o direito legislativo das províncias e 
estabeleceu que a Polícia Judiciária fosse controlada pelo Poder Executivo 
Central. 
 
 
REPÚBLICA VELHA 
 
- Proclamação da República em 15 de novembro de 1889. A monarquia é 
derrubada. 
 - Marechal Deodoro da Fonseca assume como primeiro presidente da 
República. 
 - Poder econômico e político nas mãos das oligarquias paulista e mineira. 
 - Após a renúncia de Deodoro em 1891, assume a presidência outro militar: 
Floriano Peixoto. 
- Primeira Constituição Republicana Brasileira é promulgada em 1891: voto 
aberto, presidencialismo, manutenção de interesses das elites agrárias, 
exclusão das mulheres e dos analfabetos do direito de voto. 
 - Política do Café-com-Leite: alternância no poder de presidentes mineiros e 
paulistas. 
 - Região Sudeste é privilegiada nos investimentos federais, principalmente os 
setores agrícola e pecuário. 
 - O café é o principal produto brasileiro de exportação. 
 - Aumento da imigração europeia (italiana, alemã, espanhola) para servir de 
mão-de-obra nas lavouras de café do interior paulista. 
 
Política dos Governadores 
 Troca de favores políticos entre presidente da República e governadores para 
a manutenção do poder e garantia de governabilidade. 
 O coronelismo 
 Poder político e econômico concentrado nas mãos dos coronéis (grandes 
latifundiários), que usavam o voto de cabresto, violência e fraudes para obter 
vantagens eleitorais para si e seus candidatos. 
 Golpe de 1930 
 Após a vitória de Júlio Prestes, políticos da Aliança Liberal afirmam que as 
eleições foram fraudulentas. Com a liderança de Getúlio Vargas, aplicam um 
golpe e colocam fim a República Velha. Vargas torna-se presidente da 
República. 
 
Principais conflitos e revoltas durante a República Velha 
 - Revolta da Armada: 1893-1894 
 - Revolução Federalista: 1893-1895 
 - Guerra de Canudos: 1893-1897 
 - Revolta da Vacina: 1904 
 - Revolta da Chibata: 1910 
 - Guerra do Contestado: 1912-1916 
 - Sedição de Juazeiro: 1914 
 - Greves Operárias: 1917-1919 
 - Revolta dos Dezoito do Forte: 1922 
 - Revolução Libertadora: 1923 
 - Revolução de 1930: 1930 
TRANSIÇÃO POLÍTICA ENTRE REPÚBLICA E 
MONARQUIA 
 
Em 15 de novembro de 1889, depois de quase 70 anos de Monarquia, o Brasil 
tornou-se uma República. 
 
Qualquer mudança de regime - especialmente após uma longa tradição política 
como aquela - só pode ser explicada por vários e complexos fatores. A 
velocidade e a força do processo de transformação pelo qual o Brasil passou 
na segunda metade do século 19 ajudam a explicar o crescente isolamento da 
Monarquia. 
 
O período monárquico divide-se em três fases bem distintas. A primeira, 
chamada de 1° Reinado, vai da Independência, em 1822, à abdicação de dom 
Pedro 1°, em 1831. A segunda, conhecida como Regência, cobre os anos de 
1831 a 1840. A última, denominada 2° Reinado, vai da antecipação da 
maioridade de dom Pedro 2°, em 1840, à Proclamação da República, em 1889. 
Trata-se do período mais longo da Monarquia brasileira, bem como da fase em 
que o Império passou por profundas transformações que abalaram a própria 
ordem vigente. 
A crise da Monarquia 
Sob o ponto de vista econômico, a segunda metade do século 19 caracterizou-
se pela crise do Vale do Paraíba - até então, a mais importante região 
produtora de café brasileira - e a emergência dos cafeicultores do Oeste 
paulista. Ao contrário dos grandes fazendeiros do Paraíba, que apoiavam as 
instituições monárquicas, os dos Oeste paulista faziam oposição à 
centralização do Império. 
 
De outro lado, ampliou-se a propaganda republicana. Embora a proposta 
sempre tivesse tido espaço nas discussões políticas, foi em 1870 que o Partido 
Republicano foi formalmente criado, no Rio de Janeiro. Nos anos seguintes, 
outros partidos semelhantes seriam organizados em províncias importantes do 
Império. Os republicanos "históricos" criticavam a centralização da Monarquia, 
seu caráter hereditário, o poder excessivo nas mãos de Pedro 2°, a 
vitaliciedade do Senado e o sistema político em geral, que excluía a maioria 
absoluta da população. 
 
Outro elemento fundamental para a crise da Monarquia foi o desgaste entre os 
militares e o Império. O Exército brasileiro, cada vez mais "popular" em sua 
composição, passou a estar em franca contradição com o elitismo que sempre 
caracterizou o regime monárquico. As ideias trazidas da Guerra do Paraguai só 
alimentaram a disposição militar em "purificar" os costumes políticos, 
consolidando a auto-imagem do Exército, de salvador nacional. 
 
A chegada da República 
Aos poucos, os militares foram se colocando contra a Monarquia, aproximando-
os daqueles que já levantavam a bandeira da República. A abolição da 
escravidão, em 1888, foi o golpe de misericórdia. Os grandes fazendeiros, 
extremamente dependentes da mão-de-obra escrava, ressentiram-se contra a 
Monarquia. Esta, por sua vez, isolava-se cada vez mais ao perder, uma a uma, 
suas forças de sustentação - fossem civis ou militares. 
 
Com a saúde debilitada, o que só alimentava os boatos de que a Monarquia 
estava à deriva, o imperador ainda tentou incorporar as críticas de seus 
opositores com a nomeação do visconde de Ouro Preto para chefiar o gabinete 
ministerial, em julho de 1889. Ouro Preto propôs uma série de reformas 
políticas e sociais, recebendo inúmeras críticas dos setores conservadores que 
ainda sustentavam o Império. 
 
Diante da crescente hostilidade do Exército, Ouro Preto resolveu aumentar os 
poderes da Guarda Nacional, o que foi recebido como afronta pelos militares. 
Vários pequenos episódios ocorridos entre julho e novembro de 1889 
radicalizaram ainda mais um quadro que já era de grande tensão. Assim, no 
dia 15 daquele mês, sob a liderança do marechal Deodoro da Fonseca, o Brasil 
passou da Monarquia à Republica. 
A reação dos monarquistas 
Nesse processo, os monarquistas não tiveram êxito em impedir o crescimento 
da bandeira republicana. No final do século 19, a Monarquia já dava claros 
sinais de ser um sistema incapaz de conciliar as velhas e novas demandas, 
atendendo satisfatoriamente os setores conservadores sem, contudo, ignorar a 
força crescente dos militares, das camadas médias urbanas (que surgiram com 
o aumento das cidades, notadamente em São Paulo) e dos fazendeiros do 
Oeste paulista. 
 
Assim como em toda fase de intensa transformação, os primeiros anos da 
República foram marcados pelas dissensões, pelas divergências e pelas 
disputas em torno do caminho a seguir e da conciliação dos diferentes 
interesses das forças que sustentavam o novo regime. Os monarquistas 
conseguiram aproveitar habilmente as brechas no bloco político que apoiava a 
República. 
 
Em várias ocasiões, como na Revolta da Armada, as figuras identificadas com 
a Monarquia souberam compor com os elementos descontentes com os 
primeiros governos republicanos para lutar contra o novo regime, em favor da 
restauração da Monarquia. Com o passar do tempo, porém, não conseguiram 
manter o mesmo espaço que tiveram outrora, sendo derrotadas pelos militares 
e civis que exerceram os primeiros mandatos presidenciais.

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