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FBDG - AULAS 07 E 08 - IED/ RICARDO MAURÍCIO FREIRE SOARES

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AULA NÚMERO 07 – FONTES DO DIREITO 
1. Fontes do direito são os diversos modos de manifestação da normatividade jurídica que 
brotam diretamente da realidade social – Ex facto oritur jus (dos fatos surge o direito), ou 
seja, o direito é um produto da realidade social. 
 
2. A etimologia vincula-se à origem dos vocábulos 
 
3. Monismo jurídico x Pluralismo Jurídico: 
No âmbito da Teoria dos direitos fundamentais, os monistas defendem que o Estado seria o único 
centro produtor das normas jurídicas. Nesse sentido, a sociedade não produziria o direito. Esta foi a 
visão defendida pelo positivismo durante a Idade Moderna (vincula-se à Teoria dos círculos éticos 
separados). 
O Monismo Jurídico entra em crise após a Segunda Guerra Mundial como decorrência da própria 
crise do Positivismo. Por sua vez, o Pluralismo Jurídico defende a ideai de que o direito não é um 
produto exclusivo do Estado mas, sobretudo, um produto da sociedade. Este protagonismo social é 
um decorrência do reconhecimento dos direitos humanos fundamentais, de reaproximação do 
direito com a moral e da necessidade da redemocratização política (vincula-se à Teoria dos círculos 
éticos secantes). 
 
4. Tipologias: 
 Fontes materiais x fontes formais – Fontes materiais são todos aqueles elementos 
econômicos, políticos e ideológicos que se referem à criação do direito. Eles oferecem a 
matéria-prima para a criação do direito e, por conseguinte, das normas jurídicas (refere-se ao 
conteúdo e a uma análise zetética). 
 
 As fontes formais do direito são as normas jurídicas propriamente ditas, nascendo da 
institucionalização das fontes materiais (fatores econômicos, políticos, ideológicos...) 
 
 
 As fontes formais se subdividem em estatais e não estatais. As fontes formais estatais são 
aquelas fontes normativas que se originam diretamente do Estado – a legislação e a 
jurisprudência. As fontes formais não estatais são aquelas fontes que não se originam dos 
Estados, brotando diretamente da sociedade civil – os costumes, a doutrina, os negócios 
jurídicos e o poder normativo dos grupos sociais 
 
5. Espécies de fontes do direito: 
5.1 – Legislação: É uma fonte formal estatal que compreende todas aquelas espécies legislativas num 
dado ordenamento jurídico. Uma lei é um conjunto de normas escritas, abstratas (porque vincula-se 
a questões hipotéticas e ideias do mundo dever-ser), genérica (porque se dirige a destinatários 
indefinidos), de origem predominante parlamentar (porque geralmente as leis são elaboradas pelo 
Poder Legislativo, com raras exceções destinadas ao Executivo) que regulam as relações entre o 
Estado e os cidadãos (direito público) bem como as relações entre os agentes privados (direito 
privado). 
O sistema jurídico denominado civil law (de origem romano-germânica e geralmente associada a 
países do Ocidente Europeu e por eles colonizados – no caso do Brasil), compreende a lei como a 
principal fonte do direito embora não seja a única. 
A lei se tornou a principal fonte do direito ocidental após as revoluções liberais burguesas (Gloriosa, 
Americana e Francesa) 
A Lei garante estabilidade e segurança para o sistema capitalista e também para a consolidação de 
regimes democráticos. 
OBS: No estado brasileiro entende-se por lei a Constituição Federal de 1988, as constituições 
estaduais, as leis orgânicas dos municípios, as leis complementares, as leis delegadas, as leis 
ordinárias, as emendas constitucionais, os decretos legislativos e as resoluções parlamentares. 
No Brasil, a lei continua sendo a principal fonte do direito mas verifica-se, hoje, o aumento da 
relevância da jurisprudência, fonte típica do sistema common law (origem anglo-saxônica). 
5.2 – Jurisprudência: É o conjunto de decisões judiciais no mesmo sentido que formam um padrão 
interpretativo capaz de influenciar futuros julgamentos. Trata-se de uma fonte formal estatal que 
brota do poder judiciário. Além disso, consiste na principal fonte jurídica ao lado dos costumes no 
sistema de common law. No Brasil, após a Constituição de 1988 e o Código de Processo Civil de 2015, 
a jurisprudência ganhou enorme relevância no ordenamento jurídico nacional. 
Desde a Constituição de 1988, a jurisprudência vem colaborando para o exercício de um direito mais 
justo e mais efetivo, muitas vezes, antecipando alterações na ordem jurídica, a partir do 
reconhecimento de direitos implícitos mas não expressos da Constituição. São exemplos disso os 
alimentos gravídicos, a guarda compartilhada, o aborto de acefálicos, entre outros temas. 
A jurisprudência aproxima o direito da realidade social. 
No Brasil, contudo, critica-se muito a existência de múltiplos entendimentos jurisprudenciais. Após 
reiteradas decisões, os tribunais podem produzir súmulas para sintetizar o entendimento 
jurisprudencial. Existem dois tipos de súmulas – as súmulas persuasivas (não obrigatórias) e as 
súmulas vinculantes (são obrigatórias, sendo impostas pelo Supremo Tribunal Federal – STF – com 
base no art.103-A da Constituição inserido pela emenda constitucional N 45 de 2004. A título 
exemplificado, o STF já produziu 736 súmulas persuasivas e 58 súmulas vinculantes. 
 
5.3 – Súmulas: são enunciados interpretativos que sintetizam a jurisprudência dos tribunais. 
 Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e 
coerente. 
§ 1º Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no regimento interno, os 
tribunais editarão enunciados de súmula correspondentes a sua jurisprudência dominante. 
§ 2º Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se às circunstâncias fáticas dos 
precedentes que motivaram sua criação. 
 
5.3.1 – Súmulas persuasivas: São aquelas que não vinculam formalmente o poder judiciário e a 
administração pública. A título exemplificativo, o STF já produziu 736 súmulas persuasivas; 
 
5.3.2 – Súmulas vinculantes: São impostas pelo Supremo Tribunal Federal – STF – com base no 
art.103-A da Constituição inserido pela emenda constitucional N ° 45 de 2004. A título 
exemplificativo, o STF já produziu 58 súmulas vinculantes; 
 
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de 
dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar 
súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos 
demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, 
estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida 
em lei 
https://www.conjur.com.br/2018-jul-12/fernanda-quintas-sumulas-vinculantes-separacao-poderes 
VANTAGENS DAS SÚMULAS VINCULANTES DESVANTAGENS DAS SÚMULAS VINCULANTES 
 Realizam o Princípio da Celeridade ou 
Princípio da Rapidez Processual (implica 
no desenvolvimento de relações 
processuais rápidas); 
 Reforçam o Princípio da Segurança 
Jurídica por aumentar a previsibilidade 
decisória; 
 Realizam o Princípio da Isonomia 
Decisória (manutenção de mesmos 
critérios para causas idênticas); 
 Desafogam o Poder Judiciário, abrindo 
espaço para o julgamento de novas 
causas; 
 Realizam o Princípio da Eficiência 
Administrativa no aspecto da 
economicidade, tendo em vista os 
elevados custos para a consolidação de 
um processo; 
 Criam um horizonte de estabilidade 
econômica, favorecendo a realização de 
investimentos no mercado; 
 O Princípio da Separação dos Poderes é 
comprometido (supremocracia), a quem 
veja nisto uma função legislativa do 
judiciário; 
 Comprometem o Princípio do Livre 
Convencimento Judicial (“positivismo 
sumular” – o juiz torna-se um mero 
aplicador de súmulas com autonomia 
limitada); 
 Promovem um engessamento da 
jurisprudência, bloqueando a atualização 
do direito; 
 Comprometem o Princípio do Duplo 
Grau de Jurisdição (o direito de recorrer); 
 O STF é um tribunal que costuma atuar 
de forma conservadora emmatérias de 
natureza política e econômica; 
 Abrem o risco para a perpetuação de 
uma interpretação judicial; 
 
5.4 – Doutrina: Consiste no conjunto de livros, artigos e obras dos grandes estudiosos do Direito 
que tecem os argumentos de autoridade intelectual capazes de fundamentar a tomada de 
decisões legislativas, administrativas e judiciais. Ex: O livro “Teoria Geral do Direito” de 
Ricardo Maurício Freire Soares; 
https://www.conjur.com.br/2018-jul-12/fernanda-quintas-sumulas-vinculantes-separacao-poderes
 
5.5 – Negócio Jurídico: Consiste na manifestação de vontades unilaterais ou bilaterais que 
disciplinam as relações entre os entes privados, produzindo efeitos no mundo jurídico. Ex: 
contratos e testamentos; 
 
OBS: Tais negócios jurídicos podem ser escritos ou não escritos. Vale ressaltar que a maioria 
dos contratos não estão escritos; 
 
5.6 – Costume Jurídico: É o conjunto de práticas sociais repetidas que se desenvolvem no plano 
da convivência humana para estabelecer direitos e deveres jurídicos. Ao lado da 
jurisprudência, é a principal fonte jurídica dos sistemas de common law, embora sejam 
também utilizados no âmbito do civil law. Ex: No direito brasileiro, pode-se citar o cheque 
pré-datado, surgido através dos costumes do direito comercial. Outro exemplo, é 
evidenciado na aplicação do 13 ° salário, um costume que foi convertido em lei; 
 
OBS: O Costume Jurídico pode interferir na eficácia social (eficiência) de uma norma jurídica 
e não possui vínculos com o atributo denominado validade. 
 
OBS: Os costumes jurídicos, diferentemente da legislação, não apresentam forma escrita 
(jus non scriptum); 
 
5.7 – Poder normativo dos grupos sociais: Consiste no poder de criar novas normas jurídicas no 
plano das diversas instituições que compõem a sociedade. Trata-se de um exemplo do 
Pluralismo Jurídico. Ex: Convenções condominiais, regulamentos de empresas...;

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