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Evolução Histórica da Auditoria

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Prévia do material em texto

Auditoria e 
Investigação 
de Fraudes
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Rodrigo de Souza Marin
Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Evolução Histórica da Auditoria
• Origem da Auditoria;
• Desenvolvimento Histórico da Auditoria no Exterior e no Brasil;
• Necessidade da Revisão e Atualização
das Normas de Auditoria Independente;
• Perspectivas da Auditoria.
 · Discutir a evolução histórica da auditoria, abordando a sua trajetó-
ria tanto no Brasil como no mundo; a categorização entre auditoria 
interna e externa – independente –; seus objetivos e sua função para 
a sociedade.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Evolução Histórica da Auditoria
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas:
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você 
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Evolução Histórica da Auditoria
Origem da Auditoria
Para compreender como foi a origem da auditoria, precisamos entender que 
primeiramente tudo surgiu como parte da evolução do capitalismo, sendo que, 
no início, as empresas eram fechadas e pertenciam a grupos familiares. Com 
a expansão do mercado, houve a necessidade de a companhia ampliar as suas 
instalações, investir em tecnologia e focar em controles e procedimentos internos, 
visando à redução de custos (ALMEIDA, 2010).
As mesmas causas responsáveis pelo surgimento da auditoria são hoje determinan-
tes de sua grande evolução. A grandeza econômica e comercial da Europa e América, 
onde atualmente a profissão é mais desenvolvida, determinou a evolução da auditoria 
e, como consequência, o crescimento das organizações (CREPALDI, 2009).
Nota-se que, em todos os países do mundo, o desenvolvimento da profissão de 
contador é consequência do aperfeiçoamento econômico, este que exige, cada vez 
mais, a utilização da auditoria, em virtude de dois fatores principais: o crescimento 
das grandes empresas e as exigências estatais, cada vez maiores.
O investimento de capitais, por parte das nações economicamente mais abas-
tadas, é responsável pelo grande foco dado atualmente à profissão do auditor. Ao 
criar filiais em outros países, os auditores tornam-se necessários para manter os 
controles e procedimentos de acordo com as diretrizes traçadas pela matriz. Esses 
auditores, por sua vez, utilizando os elementos locais, concorrem decisivamente 
à criação e ao desenvolvimento da profissão, com as características do contador 
(CREPALDI, 2009).
Tais mudanças tiveram um preço, pois para obter financiamentos a longo pra-
zo, as empresas necessitavam estar com os controles financeiros e operacionais 
em dia. Os investidores que financiavam as operações futuras queriam os seus 
riscos minimizados, de modo que as organizações precisavam dos recursos para 
manterem-se competitivas. 
Os investidores necessitavam, portanto, conhecer as demonstrações financeiras, 
a capacidade geradora de caixa e como era efetuada a gestão – administrativa e 
financeira – da companhia tomadora dos recursos. Com isso, toda contabilidade 
começou a ter um papel extremamente importante aos futuros investidores e, 
como medida cautelar, a empresa contrataria um profissional independente, de 
reconhecida capacidade técnica, a fim de examinar e opinar – emitir um parecer – 
sobre todos os aspectos relevantes às demonstrações financeiras.
Desenvolvimento das Técnicas de Auditoria
O profissional que entende de contabilidade é o contador; portanto, o auditor 
externo teria, em sua essência, de ser um contador. Existem raríssimas exceções de 
profissionais de outras especialidades que, com uma profundidade técnica apurada 
em Ciências Contábeis, podem exercer o ofício de auditor.
8
9
Nos primórdios das técnicas de auditoria surgiram muitas dúvidas, principalmente 
relacionadas à quantidade dos testes, sendo que a principal era a seguinte:
O auditor externo, para dar a sua opinião sobre as demonstrações contábeis, teria de 
examinar todos os lançamentos contábeis referentes aquele exercício social?Ex
pl
or
Se examinasse tudo, o trabalho seria muito caro e demoraria muito tempo. As-
sim, a opinião do auditor não teria utilidade, pois demoraria muito para ser emitida.
Importante!
Primeiramente, o auditor externo deve se preocupar com erros que, individual ou cumu-
lativamente, possam levar os leitores das demonstrações contábeis a uma interpretação 
errônea sobre as quais. Portanto, o valor desses erros teria de ser signifi cativo em relação 
às demonstrações contábeis. Exemplifi cando, um erro de R$ 10.000 em um lucro líquido 
do exercício de R$ 5.000.000 não infl uenciaria a decisão do investidor de comprar ou não 
ações da empresa em questão.
Em segundo lugar, normalmente a empresa já tem um conjunto de procedimentos 
internos com o objetivo de evitar a ocorrência de erros. Esse conjunto de procedimentos 
internos é chamado, na prática, de sistema de controle interno (ALMEIDA, 2010).
Importante!
Quanto melhor o sistema de controle inter-
no, menor será a possibilidade de ocorrência de 
erro relevante e significativo. O auditor externo 
analisa o Sistema de Controle Interno (SCI) da 
organização para determinar a quantidade de 
testes de auditoria.
Evolução da Auditoria Externa no Brasil
Muitas empresas internacionais de auditoria instalaram-se no Brasil. Esse fato 
ocorreu em função da obrigação legal. Tais companhias praticamente iniciaram a 
auditoria em nosso país e trouxeram todo o seu arcabouço teórico.
Vejamos algumas importantes datas relacionadas à evolução histórica da 
auditoria no Brasil:
• 1965: pela Lei n.º 4.728 foi mencionada pela primeira vez na legislação bra-
sileira a expressão auditores independentes. Após tal fato, o Banco Central 
do Brasil (Bacen) estabeleceu uma série de regulamentos, tornando obrigatória 
a auditoria externa ou independente em companhias abertas; 
• 1972: o Bacen estabeleceu também, por meio da Circular n.º 179, de 11 de 
maio de 1972, as normas gerais de auditoria;
Se o controle interno for bom, o 
auditor fará menor volume de tes-
tes; caso contrário, o auditor exe-
cutará maior volume de testes.
9
UNIDADE Evolução Histórica da Auditoria
• 1976: a Lei das sociedades por ações (Lei n.º 6.404/76, Art. 177) determi-
nou que as Demonstrações Financeiras (DF) serão obrigatoriamente auditadas 
por profissionais independentes e registradosna Comissão de Valores Mobili-
ários (CVM);
• 1999: a CVM emitiu a Instrução n.º 308, que dispõe sobre o registro e exer-
cício da atividade de auditoria independente, definindo os deveres e as respon-
sabilidades das entidades auditadas; 
• 2009: fase de harmonização com as normas de auditoria internacional – 
International Financial Reporting Standards (IFRS). 
Origem da Auditoria Interna no Exterior
As atividades de verificação das transações realizadas e do produto auferido das 
mesmas remontam a tempos remotos, pois desde que exista dinheiro e pessoas, 
deve haver conferência. 
A mais antiga referência de uma empresa de auditoria interna foi no ano de 
1854, na Worshipful Pewters Co., companhia que promoveu quatro de seus 
membros para examinarem as partes financeira, contábil e operacional. 
Após 1941, a auditoria interna, como um contro-
le administrativo, cuja função é medir e avaliar a 
eficácia de outros controles, passou a vigorar efe-
tivamente na Inglaterra. E naquele ano, 24 auditores 
internos em exercício em empresas daquele país con-
gregaram-se e fundaram, em Nova Iorque, o The Institute of Internal Auditors.
Origem da Auditoria Interna no Brasil
O lema “progresso pelo intercâmbio” foi adotado em 1967 pelo Instituto dos 
Auditores Internos do Brasil.
Com o desenvolvimento da indústria e do comércio, verificou-se que os auditores 
internos tinham mais funções que somente ser os “olhos” do dono da empresa; na 
realidade, tratavam-se de funções mais amplas, de força atuante para obter controles 
internos funcionais, análise de contas de despesas e rendas (CREPALDI, 2009).
Atualmente, o estágio buscado pelo auditor interno está em franca expansão, 
pois o profissional de auditoria interna é cada vez mais requisitado nas empresas 
tanto nacionais, quanto multinacionais, visando à melhoria contínua no ambiente 
de controle interno.
Em 1941, foi fundado o 
The Institute of Internal 
Auditors (The IIA).
10
11
Desenvolvimento Histórico da Auditoria
no Exterior e no Brasil
No século XVIII, os primeiros auditores se autonomeavam “contadores públicos”, 
tendo a função básica de um contador comum. No século XIX apareceu o termo 
perito contador, cuja função básica era descobrir erros e fraudes.
A partir de 1900, a carreira de auditor tomou maior impulso por meio do de-
senvolvimento do capitalismo, tornando-se uma profissão propriamente dita. Em 
1934, com a criação do Security and Exchange Comission (SEC), nos Estados 
Unidos, a profissão do auditor recebeu um novo estímulo, pois as companhias que 
transacionavam ações na bolsa de valores foram obrigadas a utilizar-se dos serviços 
de auditoria, a fim de dar maior fidedignidade às suas demonstrações financeiras 
(CREPALDI, 2009).
No Brasil, o desenvolvimento da auditoria teve influência de:
• Filiais e subsidiárias de firmas estrangeiras;
• Financiamento de empresas brasileiras mediante entidades internacionais;
• Crescimento das organizações brasileiras e necessidade de descentralização e 
diversificação de suas atividades econômicas;
• Diversificação de suas atividades econômicas;
• Evolução do mercado de capitais;
• Criação das normas da auditoria, as quais promulgadas pelo Bacen em 1972;
• Criação da CVM e da Lei das sociedades anônimas, em 1976; neste mesmo 
ano houve a criação da Lei n.º 6.404, determinando que as DF das companhias 
abertas deveriam ser auditadas por auditores independentes e registrados na 
CVM, obrigatoriamente. 
Tratam-se de fatores que atualmente exigem a atuação do auditor, de modo 
especial, no Brasil.
Importante!
Auditoria é a técnica contábil por meio da qual são confi rmados os registros realizados 
pela contabilidade.
Importante!
11
UNIDADE Evolução Histórica da Auditoria
Ademais, a atuação da auditoria interessa a algumas pessoas em especial, a saber:
• Executivos de empresas, os quais não podem ter acesso a todos os atos de 
seus funcionários;
• Investidores, que conhecem a gestão da empresa;
• Financiadores e fornecedores que querem receber os valores negociados;
• Fisco, que tem a auditoria como recurso para coibir a sonegação fiscal;
• Poder Público, dado que todas as empresas devem sofrer controle e fiscalização 
do Estado (CREPALDI, 2009).
O surgimento e progresso da auditoria verificaram-se, em todos os países do 
mundo, como consequências dos seguintes fatores:
• Crescimento de empresas, cuja complexidade e ramificações tornam impossível 
aos administradores controlar todos os atos de seus subordinados;
• Aparecimento, cada vez em maior número, das sociedades abertas;
• Utilização, sempre crescente, de capitais de terceiros por parte das empresas, 
principalmente de financiamentos de entidades particulares e empréstimos 
junto ao público;
• Crescimento da importância do imposto de renda – baseado no resultado do 
exercício – na receita pública de muitos países;
• Controle, cada vez maior, do Poder Público sobre as empresas particulares e 
entidades que exercem atividades relacionadas ao interesse público.
Auditoria Independente no Brasil 
nos Últimos Anos e o Mercado Atual
Eis alguns fatos importantes ocorridos no cenário da auditoria no Brasil: 
• 1976: Aprovação da nova Lei das sociedades por ações;
• 1976: Criação da CVM, a qual passando a cadastrar e controlar os auditores 
independentes na área do mercado de capitais;
• 1981: Aprovação, pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), das Normas 
Brasileiras de Contabilidade (NBC);
• 1991: Inclusão e aprovação, pelo CFC, das normas de auditoria independente 
das demonstrações contábeis e normas profissionais de auditoria (resoluções 
n.º 700 e 701), que substituíram a Resolução n.º 321/72; referendadas tam-
bém pela CVM e Bacen;
• Exigência de auditoria independente nas empresas incluídas no programa de 
privatização, inclusive a auditoria do processo (CREPALDI, 2009).
12
13
O cenário de auditoria no Brasil está em posição de vanguarda, não apenas 
nas normas, como também no avanço da atividade, sendo modelo para os demais 
países do Mercado Comum do Sul (Mercosul).
Os escândalos contábeis que atingiram gigantes como a Enron, WorldCom e 
Parmalat têm ajudado no surgimento de outras organizações de auditoria quanto 
à absorção de uma fatia de mercado, anteriormente focada apenas nas grandes do 
setor, as chamadas “Big-Four” – Deloitte, PwC, EY e KPMG.
As normas mais rígidas de controle têm contribuído para essa descentraliza-
ção, onde as grandes absorviam 80% do mercado; pensando, então, no futuro 
de 60% – estima-se – e deixando os outros 40% para empresas pequenas e locais
(CREPALDI, 2009).
Pelas novas regras, uma auditoria não pode prestar serviços de consultoria em 
uma mesma companhia. Logo, na parte de consultoria, por serem mais flexíveis, 
as pequenas e médias organizações são muito procuradas; contudo, na auditoria 
isto é mais difícil, uma vez que as marcas contam muito no momento da escolha.
O segmento de pequenas e médias empresas também representa um importante 
filão para as auditorias: essas organizações perceberam que auditoria não serve 
apenas para apontar problemas; ajudam a fazer a empresa crescer, de modo que 
são cerca de 8.000 potenciais clientes.
Necessidade da Revisão e Atualização
das Normas de Auditoria Independente
As normas de auditoria independente atendem em quase tudo às regras in-
ternacionais, estando, no entanto, adaptadas às nossas circunstâncias brasileiras, 
denominando-se, portanto, tropicalização das normas.
Como as normas aprovadas pelas resoluções n.º 700/91 e 701/91 do CFC 
foram redigidas de maneira a dar uma regra geral para cada etapa do processo de 
uma auditoria, torna-se necessário que se agilizem as interpretações técnicas sobre 
cada item das referidas normas, a fim de que a classe contábil e os usuários dos 
serviços de auditoria independente tenham realmente um trabalho técnico do mais 
alto nível e de grande utilidade (ALMEIDA, 2010).
Recentemente, o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon) emi-
tiulongo pronunciamento sobre o parecer do auditor, o qual está sob análise do 
grupo de trabalho de normas contábeis do CFC para ser utilizado como interpre-
tação técnica.
13
UNIDADE Evolução Histórica da Auditoria
Quando da regulamentação da atividade da auditoria independente, em 1972, 
pelo Bacen, uma primeira relação de firmas de auditoria registradas apontava 
para um total de 44 empresas, das quais oito eram as chamadas “multinacionais” 
ou “Big-Eight” – “oito grandes” –, hoje “Big-Four”, dado que restaram somente 
quatro, a saber:
1. PwC;
2. Ernst & Young (EY);
3. KPMG; e
4. Deloitte.
Após a criação da CVM, responsável pelo cadastramento de todos os auditores 
independentes, esse número chegou a mais de 2.000 empresas. Embora muitas 
das 44 iniciais tenham se extinguido, seja por venda para uma firma maior, seja 
pelo falecimento de seus sócios, apenas nos últimos anos mais de cem firmas de 
auditoria de pequeno porte foram vendidas às “Big-Four” (CREPALDI, 2009).
As principais características da grande maioria dessas 2.000 firmas de auditoria são:
• Pequenos escritórios, com um responsável técnico, apenas; em geral, são 
escritórios de contabilidade que também fazem, esporadicamente, auditoria;
• Pessoal oriundo de firmas de auditoria maiores, que ganharam experiência e 
resolveram montar o próprio negócio;
• São firmas com atuação em mercados regionais, limitadas, em geral, a seu 
Estado de origem.
Na realidade, as empresas de auditoria que hoje têm maior expressão no mercado 
e que surgiram após a época pioneira são de ex-gerentes das “Big-Four” que 
se reuniram para abrir o próprio empreendimento, levando consigo, na maioria 
das vezes, uma carteira de clientes nacionais que possibilitava a base para um 
crescimento posterior.
São raros os casos de firmas formadas e que tenham uma presença marcante no 
mercado fora das circunstâncias supramencionadas; isso se deve aos seguintes fatores:
• As nossas universidades e faculdades não preparam adequadamente nossos 
bacharéis em Ciências Contábeis para enfrentar tais desafios;
• As firmas de auditoria já existentes em 1972 ocuparam os espaços e concen-
traram para si um mercado cada vez mais crescente;
• As novas empresas que tiveram êxito têm origem nas grandes firmas de audi-
toria, de gerentes com experiência de muitos anos, e onde muitos dos novos 
empreendedores fizeram estágios no exterior, nas “Big-Four”, ou tiveram lon-
go tempo de treinamento e formação profissional em empresas nacionais de 
médio e grande portes (CREPALDI, 2009).
Dentro dessas circunstâncias, estes são os componentes do mercado atual:
14
15
• As maiores do setor, conhecidas como “Big-Four” – Price Water House 
Coopers, Ernst & Young, KPMG, Deloitte Touche Tohmatsu –; de modo que 
qualquer coligação ou acordo operacional entre uma dessas organizações e uma 
empresa nacional é mera forma de transição para uma futura incorporação;
• Empresas nacionais com atuação em vários Estados mantêm presença perma-
nente no mercado nacional de auditoria. Essas companhias têm tido presença sig-
nificante no mercado, ocupando espaços com muita competência e tenacidade;
• Organizações nacionais com atuação regionalizada ou profissionais – pessoas 
físicas – que atendem a empresas de menor porte.
Cabe ressaltar que a auditoria independente é o único mercado em que, há 
pelo menos vinte anos, sofre com processos desfavoráveis de licitação, enquanto 
que empresas de publicidade, já na década de 1980, cresceram pelos anúncios 
públicos, de modo que na auditoria foi totalmente ao contrário: as auditorias 
multinacionais sempre tiveram privilégios nas contas do governo em relação às 
empresas nacionais (CREPALDI, 2009).
Por outro lado, as “Big-Four”, sendo empresas nacionais, mas quando necessi-
tam de experiências técnicas aprofundadas, autointitulam-se como “empresas mul-
tinacionais”. Nesse ponto, a luta tem sido desigual; mas os auditores genuinamente 
nacionais têm conseguido lidar bem com algumas vantagens competitivas e apro-
veitar melhor o seu potencial.
Esta é a realidade do mercado de auditoria no Brasil: uma forte concentração de 
todos os serviços entre as “Big-Four”.
Ainda que não existam estatísticas oficiais, há certo consenso, entre os sócios 
das principais firmas de auditoria, de que essas quatro organizações estrangeiras 
influenciam na maioria do faturamento dos serviços de auditoria no Brasil. Todavia, 
tal concentração é preocupante.
A tendência para um futuro próximo é de que as empresas nacionais ficarão 
reduzidas a, no máximo, seis ou sete; como também se especula, no mercado 
mundial de auditoria, alguma fusão entre as “Big-Four”.
Perspectivas da Auditoria
Apesar de ter crescido muito nos últimos tempos, o mercado de auditoria ainda 
possui muito espaço para se estender – basta verificar algumas áreas em que a 
atuação do auditor independente é muito pequena ou mesmo inexistente, vejamos:
• Administração direta – federal e estadual;
• Prefeituras;
• Universidades, faculdades isoladas e escolas;
15
UNIDADE Evolução Histórica da Auditoria
• Clubes sociais e esportivos;
• Fundações e associações sem fins lucrativos;
• Hospitais;
• Estatais estaduais – exceções feitas a São Paulo, Paraná e Santa Catarina, 
onde a auditoria independente é obrigatória (CREPALDI, 2009).
A ideia primordial é a criação de uma lei específica para regular a auditoria 
independente, a exemplo do que existe em outros países, dentro de um princípio 
básico: onde há interesse público, deve haver a transparência aos interessados e à 
comunidade em geral (CREPALDI, 2009).
É inadmissível que não se obrigue prefeituras de cidades a partir de determinada 
demografia – por exemplo, com mais de 50.000 habitantes – a divulgar, semestral 
ou anualmente, as suas contas aos interessados.
Somente em empresas privadas de capital fechado vemos que existe um mercado 
muito amplo ainda a ser explorado pelos auditores. Esses parâmetros poderiam ser:
• Valor do patrimônio líquido;
• Faturamento;
• Volume de impostos e contribuições sociais que recolhe;
• Número de funcionários;
• Controle acionário ou societário por capital estrangeiro.
O que se questiona é se a estrutura atual das firmas de auditoria independente 
atenderia a essa demanda.
A obrigatoriedade da auditoria independente deve ser exigida por segmentos 
diversos da sociedade e do interesse público corporativo, considerando a desejada 
consciência política dos governantes em legislar em causa da transparência e 
governança corporativa.
A auditoria deve focar nas suas mudanças e adequações futuras, a fim de 
consolidar o seu conhecimento e aumentar o seu campo de atuação. Para tanto, 
uma série de fatores fazem-se necessários, vejamos:
• Aspectos conjunturais – como será a nossa economia? Por que o merca-
do de capitais reage desta maneira? Quais são as tendências? De tal análise, 
torna-se importante determinarmos o produto que o auditor deve oferecer;
• Cenário do conhecimento – na nova Era do Conhecimento, como serão as 
formações cultural, acadêmica e profissional de um futuro auditor? Representa 
16
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dizer que um pedaço de papel, por mais bonito que seja, na parede ou na 
gaveta, terá o seu valor ressignificado;
• Cenário técnico – a auditoria, muito mais sistêmica, demandará um enfoque 
do auditor na estratégia da empresa. As evidências de auditoria serão outras 
e os padrões todos adaptados e condicionados para acompanhar a nova Era, 
pois somente terá sucesso o auditor que dominar completamente a dinâmica 
e sensibilidade do novo sistema. Assim, o foco principal da auditoria será 
interpretar os eventos econômicos de maneira prospectiva e seus efeitos no 
ambiente empresarial;
• Cenário disciplinar – a constituição acadêmica terá mudanças significativas. 
A formação generalizada será intensificada, enquanto a especialização terá a 
sua importância minimizada. Na verdade, não será mais admissível que um 
profissional entenda de todas as áreas de conhecimento da Contabilidade,podendo ser, ao mesmo tempo, contador, perito-contador, auditor, controller 
ou consultor. Daqui para frente o foco será único e com atenção na formação 
generalista inicial e posteriormente em uma Especialização única e focada;
• Cenário ético – com relação à ética, podemos identificar três tipos de profis-
sionais, ou seja, aqueles que:
1. Não estão preparados;
2. Estão parcialmente preparados;
3. Estão preparados.
O ceticismo profissional do auditor que é pago para opinar deverá ter um sentido 
de ética mais apurado, sendo constantemente atualizado;
• Cenário pessoal – tudo deve interessar ao auditor, não somente temas técni-
cos; devendo se tornar um “cidadão do mundo”, focado, claro, em assuntos 
técnicos, embora toda cultura geral será de fundamental importância a este 
novo profissional, que a utilizará como grande veículo e instrumental de comu-
nicação junto à administração; 
• Expectativas técnicas – o parecer de auditoria mudará substancialmente: ex-
pressões tais como “exceto por”, “não representam”, “não nos foi possível 
opinar” deixarão de existir; a divulgação por incerteza, seja por assunto não 
resolvido ou por continuidade operacional, não será mais utilizada nos atuais 
e futuros moldes. O importante será expressar o que está certo e errado, o 
quanto o investidor está perdendo ou deixando de ganhar, bem como as pers-
pectivas da entidade, de maneira direta e objetiva.
17
UNIDADE Evolução Histórica da Auditoria
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
A Origem e a Evolução da Auditoria Contábil
https://youtu.be/gdRPKw6QzII
 Leitura
Origem, evolução e desenvolvimento da auditoria
https://goo.gl/inf8xg
A evolução histórica da Auditoria Independente no Brasil: Lei 4.728/65 à Resolução CMN 3.198/04
https://goo.gl/1khDQ6
Auditoria: uma abordagem histórica e atual
https://goo.gl/nF5HZo
18
19
Referências
ALMEIDA, M. C. Auditoria: um curso moderno e completo. 7. ed. São Paulo: 
Atlas, 2010.
CREPALDI, S. A. Auditoria Contábil: teoria e prática. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
GRAMLING, A. A.; JOHNSTONE, K. M.; RITTENBERG, L. E. Auditoria. São 
Paulo: Cengage Learning, 2012.
19

Mais conteúdos dessa disciplina